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Cássia Macieira

    Cássia Macieira

    UEMG, CNPq Artefatos Lúdicos, Faculty Member
    • Artista Visual e Bonequeira-Atriz ( SATED SRTE MG 10686). Cocriadora do Grupo Pequi de Teatro ,Lagoa Santa /MG. Profe... moreedit
    Este estudo visa compreender o artefato ˗ bolsa de fio sintético ˗ pertencente à atividade manufatureira feminina Maxakali (Tikmu'un). Criada a partir dos fios de sacos de cebola, pode-se presumir, a princípio, que se trata de uma... more
    Este estudo visa compreender o artefato ˗ bolsa de fio sintético ˗ pertencente à atividade manufatureira feminina Maxakali (Tikmu'un). Criada a partir dos fios de sacos de cebola, pode-se presumir, a princípio, que se trata de uma invenção alinhada à escassez da fibra natural da embaúba. A confirmação do fazer artístico Maxakali foi fundamentada no breve convívio da autora deste texto e as indígenas Delcida e Renata Maxakali, em 2018, na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, e na pesquisa etnográfica (tese) da antropóloga Cláudia Magnani. A crítica à bolsa de fios sintéticos como objeto exógeno teve como base os conceitos de afecto e percepto, presentes nas obras de Deleuze e Guattari que relacionam a sensação estética à ideia de força responsável pela eclosão do devir sensível. Entender a bolsa criada pelas mulheres Maxakali, em MG é, primeiramente, não as apartar do que lhes é próprio: cantar e tecer.
    Research Interests:
    Ebook
    Editora E -43
    Boneca de pano preta, na escola: antirracismo como prática artística. BH  Editora E-43 2022
    No design de moda, as t-shirts sempre foram suportes políticos, ideológicos, de rebeldia e de ironia, como nas criações da estilista Katharine Hamnett ou nas estampas criadas para as bandas The Who e Oasis, por Ben Sherman e outros. É... more
    No design de moda, as t-shirts sempre foram suportes políticos, ideológicos, de rebeldia e de ironia, como nas criações da estilista Katharine Hamnett ou nas estampas criadas para as bandas The Who e Oasis, por Ben Sherman e outros. É possível, que o designer belga Martin Margiela se interesse em certa espécie de provocação, e suas roupas estampadas de letras estimulem leitores a decifrar textos e signos, como se fossem uma carta, um recado para um destinatário. A simultaneidade de imagem e texto presente na obra de Margiela é muito comum na literatura, mas o sistema que ele utiliza é o da moda. Suas investigações em superfícies possibilitaram a ele conhecer profundamente a ergonomia e as propriedades têxteis, a experimentar espaço e tempo, letra e imagem em um só gesto. Em uma de suas roupas, por exemplo, percebe-se que se trata de uma reprodução fiel – um clone – do corpo de um manequim. Nada se perde na cópia, assim, o molde para a roupa torna-se a roupa, criando uma ilusão entre...
    No design de moda, as t-shirts sempre foram suportes politicos, ideologicos, de rebeldia e de ironia, como nas criacoes da estilista Katharine Hamnett ou nas estampas criadas para as bandas The Who e Oasis, por Ben Sherman e outros. E... more
    No design de moda, as t-shirts sempre foram suportes politicos, ideologicos, de rebeldia e de ironia, como nas criacoes da estilista Katharine Hamnett ou nas estampas criadas para as bandas The Who e Oasis, por Ben Sherman e outros. E possivel, que o designer belga Martin Margiela se interesse em certa especie de provocacao, e suas roupas estampadas de letras estimulem leitores a decifrar textos e signos, como se fossem uma carta, um recado para um destinatario. A simultaneidade de imagem e texto presente na obra de Margiela e muito comum na literatura, mas o sistema que ele utiliza e o da moda. Suas investigacoes em superficies possibilitaram a ele conhecer profundamente a ergonomia e as propriedades texteis, a experimentar espaco e tempo, letra e imagem em um so gesto. Em uma de suas roupas, por exemplo, percebe-se que se trata de uma reproducao fiel – um clone – do corpo de um manequim. Nada se perde na copia, assim, o molde para a roupa torna-se a roupa, criando uma ilusao entre...
    Reconhecida pelo humor e/ou pela criação de imagens lúdicas e metafóricas, a ilustradora Mariana Massarani dispõe de uma vasta produção de livros para a infância (mais de 200) como autora e ilustradora, no Brasil. Dentre eles, concebeu 4... more
    Reconhecida pelo humor e/ou pela criação de imagens lúdicas e metafóricas, a ilustradora Mariana Massarani dispõe de uma vasta produção de livros para a infância (mais de 200) como autora e ilustradora, no Brasil. Dentre eles, concebeu 4 livros-imagem [ livro sem palavras] sobre os quais se pode afirmar uma potente vocação icônica para “escrever-ilustrando”: Victor e o jacaré (1998), Os três porquinhos (2013), Chapeuzinho Vermelho (2013) e A princesa e o sapo (2013). Para os três últimos títulos, da extinta Ed. Manati, foi lançada a versão digital (com diálogos); já A princesa e o sapo não contou com a versão impressa. Entende-se que o livro-imagem tem como característica fundamental a primazia do texto não verbal. Este artigo pretende investigar a estratégia usada por Mariana Massarani para disfarçar e esconder as palavras. A metodologia fundamenta-se na análise da mídia desenho, escolhida pela autora-ilustradora como elemento constitutivo das quatro narrativas. Ainda, buscou-se re...
    Durante 22 anos o Grupo Giramundo Teatro de Bonecos firmou um convênio com a UFMG, promovendo, entre outros, convívios estéticos entre alunos e professores. Maria do Carmo Vivacqua Martins (Madu) e Terezinha Veloso, cofundadoras do grupo,... more
    Durante 22 anos o Grupo Giramundo Teatro de Bonecos firmou um convênio com a UFMG, promovendo, entre outros, convívios estéticos entre alunos e professores. Maria do Carmo Vivacqua Martins (Madu) e Terezinha Veloso, cofundadoras do grupo, atuaram como professoras-artistas na Escola de Belas Artes/UFMG, mantendo, concomitantemente, produções artísticas individuais e coletivas. A partir da imagem disparadora de um(a) boneco(a) e uma pintura como agenciadores da interdisciplinaridade, este artigo visa compreender a presença do(a) boneco(a) sob a perspectiva dos estudos interartes e da Educação e, a práxis-poiesis de ambas as professoras-artistas, mediante uma investigação qualitativa (percepções e construção social de sentido) por meio da A/R/Tografia: metodologia poética que evidencia a identidade dos artistas.
    For the 2011 reissue of the book More Plus More is Less, the author Bartolomeu Campos de Queiros invited as illustrators, the graphic designers and brothers Marcelo Drummond and Marconi Drummond. From the cover, one can notice at first... more
    For the 2011 reissue of the book More Plus More is Less, the author Bartolomeu Campos de Queiros invited as illustrators, the graphic designers and brothers Marcelo Drummond and Marconi Drummond. From the cover, one can notice at first glance, the intention to provoke the reader, in the ‘verbovisual game’ throughout the visual project. For the illustrations, both artists used the analogic creative process in monotyping and finished them with silhouettes in digital collages. In the following article, it is intended to review the book-object in all its poetics, the creative gesture of the illustrators in collecting silhouettes, moved by the fictional pact (the stingy and bureaucratic personality of the protagonist of the story) and the encounter of words and images on the page (juxtaposition), resulting in levels of paste-ups that provide fruition of different layers of reading. The understanding of this encounter of words and images, aligned to the concepts arranged by Leo H. in The ...
    As we propose typographic game based on the imaginary verses of the poet Ronald Polito, different animals come to life through the iconic conception of Guto Lacaz in A galinha e outros bichos inteligentes (The chicken and other... more
    As we propose typographic game based on the imaginary verses of the poet Ronald Polito, different animals come to life through the iconic conception of Guto Lacaz in A galinha e outros bichos inteligentes (The chicken and other intelligent animals). The typography used in the name of each animal, alluding to the movements, gives the reader the feeling that the word will move at any moment. This is confirmed in the transposition of visual poetry to the video poetry Bichos Tipografico Animadas.This investigation aims to understand the iconicity of the printed work and the intermidial dialogue present in the transposition from one medium to another. The methodological approach is based on Leo Hoek's A transposicao intersemiotica, present in Marcia Arbex's Poeticas do visivel: ensaios sobre a escrita e a imagem.
    Na mostra A Mão do Povo Brasileiro, apresentada em 1969, Lina Bo Bardi exibe um nicho, entre vários, dedicado às bonecas de pano. Estas apresentam estética espontânea em sua feitura, o que lhes assegura especificidade. No Brasil, a boneca... more
    Na mostra A Mão do Povo Brasileiro, apresentada em 1969, Lina Bo Bardi exibe um nicho, entre vários, dedicado às bonecas de pano. Estas apresentam estética espontânea em sua feitura, o que lhes assegura especificidade. No Brasil, a boneca de pano resistiu culturalmente pelos diferentes desempenhos: ofício doméstico, afeto, valor cultural, programas de incentivo artesanal, fonte de renda familiar e de grupo, mercadoria de valor agregado, consumo conspícuo e bem simbólico. Busca-se, contudo, a compreensão da configuração política desse artefato poético da infância, como dispositivo de afeto pela práxis da artesã.    
    Neste estudo, aborda-se a figura de Stephane Mallarme que, no final do seculo XIX criou e redigiu sozinho uma revista de moda; La Derniere Mode – Gazeta da boa sociedade e da familia. Essa foi varias vezes evocada por Barthes em... more
    Neste estudo, aborda-se a figura de Stephane Mallarme que, no final do seculo XIX criou e redigiu sozinho uma revista de moda; La Derniere Mode – Gazeta da boa sociedade e da familia. Essa foi varias vezes evocada por Barthes em entrevistas e, tambem, no final do seu texto, Da Joias a Bijuterias (1961). Esta aproximacao entre literatura e moda aconteceu em outras obras de Barthes, como: Historia e Sociologia do Vestuario ( 1957), Linguagem e Vestuario (1959), Neste ano o azul esta na moda, ( 1960), Dandismo e moda ( 1962), A moda e as ciencias humanas ( 1966 ), O duelo Chanel-Courreges ( 1967), e o Sistema da Moda (1967). Como foco de discussao analisa-se a aproximacao dos textos de Mallarme e Barthes que potencializa conceitos da correspondencia entre literatura e moda. Barthes leitor de Balzac, Saussure e Trubetskoy, torna-se um arqueologo de revistas de moda sazonais, e e neste mesmo modo de expressao estetica, que ele e Mallarme refizeram e transformaram o cotidiano das mulheres...
    Esta tese visa estudar as colagens visuais em 'Historia do Brasil', de Sebastiao Nunes, bem como suas reverberacoes em outras obras do autor. Trata-se de obra de experimental, composta em diferentes linguagens, generos e vozes... more
    Esta tese visa estudar as colagens visuais em 'Historia do Brasil', de Sebastiao Nunes, bem como suas reverberacoes em outras obras do autor. Trata-se de obra de experimental, composta em diferentes linguagens, generos e vozes textuais. A pesquisa buscou aproximar a obra de Nunes do pensamento de Jacques Rancire sobre a 'partilha do sensivel', bem como do modelo enciclopedico, dada sua apresentacao em forma de verbetes, porem, de natureza alegorica e funcao satirica. Para a compreensao desses elementos, foram investigadas as categorias do 'riso', da 'parodia' e da 'satira', a partir dos estudos de Henri Bergson, Georges Minois, Mikhail Bakhtin e Linda Hutcheon, entre outros aportes teoricos. Investiga-se os conceitos de 'nao-livro', de Flora Sussekind, e de livro de artista a respeito desse texto constituido em prosa descontinua e ilustrada, que articula o real e o imaginario pelo uso de fragmentos e restos da cultura, sejam verbais ou...
    Trata-se do estudo da obra literaria Historia do Brasil, de Sebastiao Nunes e a investigacao da situacao de comunicacao estabelecida (Leo Hoek) na producao e na recepcao, na tentativa de apontar quais os niveis de colagens – literaria,... more
    Trata-se do estudo da obra literaria Historia do Brasil, de Sebastiao Nunes e a investigacao da situacao de comunicacao estabelecida (Leo Hoek) na producao e na recepcao, na tentativa de apontar quais os niveis de colagens – literaria, plastica e visual –, e, critica do processo de iconicidade e da transposicao intersemiotica do texto e da imagem. Em Historia do Brasil, as relacoes estabelecidas entre texto, variacoes tipograficas, colagens, desenhos e fotos convidam o leitor a interacao, uma vez que este e provocado pelo reconhecimento de um ou de varios signos. A rede de textos construida apresenta-se por multiplas apropriacoes verbais, em forma de parafrases, parodia e pastiche, alem de praticas intertextuais como a citacao, a alusao e a epigrafe. Nesta obra ha ironia intencional com plasticidade (colagens visuais), parodia da parodia que se apresenta como a historia verdadeira, que pretende ser original: “escrita em estilo serio-pedante, muito diferente do tom geral da ‘Historia...
    A Historia do Brasil de Sebastiao Nunes, obra homonima e parodica das poesias dos modernistas Oswald de Andrade e Murilo Mendes, a primeira visada, nao oferece nada de novo em termos de visualidade, mas e carregada de exercicios de... more
    A Historia do Brasil de Sebastiao Nunes, obra homonima e parodica das poesias dos modernistas Oswald de Andrade e Murilo Mendes, a primeira visada, nao oferece nada de novo em termos de visualidade, mas e carregada de exercicios de intertextualidade e pode ser analisada como enciclopedia, almanaque e, talvez, como “livro de artista” ou obra hibrida. Nunes escolheu a colagem visual como lugar potente a realizacao da transformacao, talvez um gesto ingenuo de repensar o Brasil, mas que na sua singularidade apresenta uma literatura de resistencia.
    Minas Gerais é também um estado brasileiro que detém a representatividade do Teatro de Animação/Teatro de Formas Animadas – mais conhecido pelo público mineiro como Teatro de Bonecos, embora este seja um gênero e o primeiro, um sistema... more
    Minas Gerais é também um estado brasileiro que detém a representatividade do Teatro de Animação/Teatro de Formas Animadas – mais conhecido pelo público mineiro como Teatro de Bonecos, embora este seja um gênero e o primeiro, um sistema maior que abrange o teatro de objetos, de sombras, entre outras linguagens. Nesse contexto, em 1985 surge a Associação de Teatro de Bonecos de Minas Gerais (ATEBEMG), responsável por fomentar, ao longo dos anos, importantes diálogos e projetos de seus membros, dentre os quais pode-se afirmar a presença fundamental da bonequeira Conceição Rosière que contribui, desde sempre, para a longevidade e vigor da Associação, mobilizando os associados com seu entusiasmo por essa linguagem teatral. Esse reconhecimento é fruto da atuação constante de Rosière, inclusive na promoção de divulgação festivais e editais de cultura, de trocas por ela viabilizadas, das descobertas conquistadas em inúmeras viagens, da generosidade em compartilhar conhecimento por meio de d...
    O mise en abyme em "O espelho", de Machado de Assis Cássia Macieira UEMG Universidade do Estado de MG É inelutável criar analogias entre obras de arte, e, particularmente provocativo, quando se tem o mesmo objeto privilegiado em... more
    O mise en abyme em "O espelho", de Machado de Assis Cássia Macieira UEMG Universidade do Estado de MG É inelutável criar analogias entre obras de arte, e, particularmente provocativo, quando se tem o mesmo objeto privilegiado em narrativas distintas, e por dois grandes autores, como Machado de Assis e Guimarães Rosa. É o que ocorre nos contos homônimos "O espelho", nos quais se pode, entre outras possibilidades, evocar os conceitos de "artifício", "semelhança", "dualidade" e "poética". Mas, além disso, "O espelho" de Machado traz algo de vertiginoso e encantador; o efeito especular-o mise en abyme-, o mesmo artifício que o pintor holandês Jan van Eyck e o espanhol Velásquez usaram em suas pinturas. O espelho, superfície refratora que, às vezes, mascara, engana e distorce a realidade, é, também, obrigatoriamente, um objeto presente em narrativas fantásticas, nas quais, toda "aparição de um elemento sobrenatural é acompanhada pela introdução paralela de um elemento pertencente ao domínio do olhar. São em particular os óculos e o espelho que permitem penetrar no universo maravilhoso". 1 Machado e Rosa, cientes desse objeto atribuído de dualidade, deixaram-se contaminar. O espelho exerceu fascínio, no século XIX, em cientistas, escritores, filósofos e pintores. E é nesse século que o Impressionismo reivindica a verdade objetiva da perspectiva renascentista e, ao mesmo tempo, rivaliza com a fotografia, como o grande representador de imagens da natureza. Para os impressionistas, a fotografia era um engodo, uma vez que a pintura não precisava de instrumento, bastava olhar para ela. 1 TODOROV, Tzvetan. Introdução à literatura fantástica, p. 229.
    RESUMO Na mostra A Mão do Povo Brasileiro, apresentada em 1969, Lina Bo Bardi exibe um nicho, entre vários, dedicado às bonecas de pano. Estas apresentam estética espontânea em sua feitura, o que lhes assegura especificidade. No Brasil, a... more
    RESUMO Na mostra A Mão do Povo Brasileiro, apresentada em 1969, Lina Bo Bardi exibe um nicho, entre vários, dedicado às bonecas de pano. Estas apresentam estética espontânea em sua feitura, o que lhes assegura especificidade. No Brasil, a boneca de pano resistiu culturalmente pelos diferentes desempenhos: ofício doméstico, afeto, valor cultural, programas de incentivo artesanal, fonte de renda familiar e de grupo, mercadoria de valor agregado, consumo conspícuo e bem simbólico. Busca-se, contudo, a compreensão da configuração política desse artefato poético da infância, como dispositivo de afeto pela práxis da artesã. Palavras-chave: Infância; Artefato Lúdico; Boneca de Pano.
    JALLA XIII_Jornadas_Andinas_de_Literatura_Latinoamericana / Pará 2018 Cássia Macieira-Professora na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). RESUMO: Tuíra: Índia Kaiapó-espetáculo em caixa miniatura ou teatro lambe lambe 1 ,... more
    JALLA XIII_Jornadas_Andinas_de_Literatura_Latinoamericana / Pará 2018 Cássia Macieira-Professora na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). RESUMO: Tuíra: Índia Kaiapó-espetáculo em caixa miniatura ou teatro lambe lambe 1 , institui-se como tradução intersemiótica pela transcriação da fotografia em dramaturgia. Espectadores, hoje, relembram a resistência à construção de hidrelétrica pela recuperação fotojornalística da época, acrescida da sonoridade da língua caiapó. Na cena, repete-se o gesto político de Tuíra, com terçado no rosto do Diretor de Planejamento e Engenharia da Eletronorte. Reapresentar esta imagem advém da perplexidade diante da usina erguida, além da repúdia pela violação dos direitos indígenas. PALAVRAS-CHAVE: Adaptação. Transcriação. Tuíra-Kaiapó. Bonecos. Caixa Miniatura. Discute-se nesta pesquisa o processo poético adotado na montagem Tuíra: Índia Kaiapó-espetáculo em caixa miniatura-, da imagem geradora ao storyboard, e deste à montagem. A montagem (operação poética) institui-se de um processo de criação com diferentes procedimentos: apropriação (uso) e deslocamento (mudança de contexto) da imagem fotojornalística, para a cena e desta, recriada com bonecos. Privilegiou-se, assim, que a repúdia à violação dos direitos indígenas continuasse como objeto dinâmico na dramaturgia, visando ao público infantil. Sobre o registro fotojornalístico, tomado como empréstimo ou imagem geratriz 2 : trata-se de sua inserção à cena tal como é. Na imagem, há o enfrentamento da Índia Tuíra (etnia Kayapó/Tu-Irá) ao poderio político-econômico estadual, federal, de mineradores, industriais e empreiteiros, representando por um engenheiro/diretor da Eletronorte. A fotografia de Paulo 1 Caixa miniatura ou Teatro lambe-lambe-gênero do Teatro de Formas Animadas. A cena acontece dentro de uma pequena caixa, manipulada por um bonequeiro, sendo infinitas as possibilidades da narrativa visual, ou verbal, ou verbo-visual. A duração do espetáculo varia entre 1 e 10 minutos. As pioneiras desta técnica antiga no Brasil são as baianas Ismine Lima e Denise Di Santos. O mapeamento brasileiro desta linguagem, realizado pelo Grupo Girino Teatro de Bonecos, pode ser visto em: https://festim.art.br/mapeamento. Acesso em: 20/02/2012; 2 Foto histórica de Paulo Jares, de 1989. Disponível em: https://acervoh.wordpress.com/2015/02/24/energia-problematica/uhe-belo-monte-no-xingu-11. Acesso em: 20/02/2018.
    RESUMO: O Grupo Giramundo Teatro de Bonecos realiza, em 1994, a encenação de Antologia Mamaluca, obra homônima de Sebastião Nunes (1938), publicada em 1989. O diretor Álvaro Apocalypse (1937-2003) cria sua dramaturgia a partir de... more
    RESUMO: O Grupo Giramundo Teatro de Bonecos realiza, em 1994, a encenação de Antologia Mamaluca, obra homônima de Sebastião Nunes (1938), publicada em 1989. O diretor Álvaro Apocalypse (1937-2003) cria sua dramaturgia a partir de fragmentos dos dois volumes do texto de Nunes, prolongando o efeito de humor constante no trabalho do poeta. Para tanto, adota a temática da carnavalização e evidencia a visualidade em detrimento da fidelidade à tradução do texto literário, fazendo recortes abruptos, porém, não se abstendo de retomar a nuance carnavalesca matricial, fato que corrobora o tom político corrosivo da obra-fonte. Esta reação criativa à obra literária confirma tanto o desprezo pelos cânones quanto o caráter político do ato de parodiar. Entende-se que neste processo há duas operações distintas: transposição midiática (adaptação para o texto dramatúrgico) e combinação de mídias (encenação). Ambas, de modo inventivo, resultam em personagens (bonecos e atores) e diálogos que não existiam na obra original, materializando, assim, a ficção nuneana. Pretende-se vislumbrar a versão teatral como um espetáculo criador de sensações, no campo estético, buscando-se, como referencial teórico, O que é a Filosofia?, de Gilles Deleuze. Antologia Mamaluca, do Grupo Giramundo, certamente instaura múltiplas sensações ou um composto de perceptos e afectos. Ambos os termos não correspondem, respectivamente, a percepções e sentimentos, mas, sim, a devires não humanos. Para Deleuze, a sensação não se realiza no material sem que toda a matéria se torne expressiva, transbordando a força daqueles que são atravessados pelos afectos e perceptos. ABSTRACT: In 1994, the Giramundo Theater de Bonecos Group performed the staging of Antologia Mamaluca, a homonymous work by Sebastião Nunes (1938), published in 1989. The director Álvaro Apocalypse (1937-2003) creates his dramaturgy from fragments of the two volumes of text of Nunes, prolonging the effect of constant humor in the work of the poet. To do so, it adopts the theme of carnivalization and evidences the visuality to the detriment of fidelity to the translation of the literary text, making abrupt cuts, however, not refraining from resuming the carnivalesque matrix nuance, a fact that corroborates the corrosive political tone of the source work. This creative reaction to the literary work confirms both the contempt for the canons and the political character of the act of parody. It is understood that in this process there are two distinct operations: mediatic transposition (adaptation to the dramatic text) and combination of media (staging). Both, in an inventive way, result in characters (puppets and actors) and dialogues that did not exist in the original work, thus materializing Nunez fiction. It is intended to glimpse the theatrical version as a sensation-creating spectacle in the aesthetic field, seeking as a theoretical reference, "What is Philosophy ?, by Gilles Deleuze. Antologia Mamaluca, of the Group Giramundo, certainly establishes multiple sensations or a compound of percepts and affections. Both terms do not correspond, respectively, to perceptions and feelings, but, rather, to non-human devires. For Deleuze, the sensation is not realized in the material without all matter becoming expressive, overflowing the force of those who are crossed by affections and percepts.
    Para a reedição do livro Mais com mais dá menos, de 2011, o escritor Bartolomeu Campos de Queirós convidou, como ilustradores e designers, os irmãos Marcelo Drummond e Marconi Drummond. Percebe-se, à primeira visada, desde a capa, a... more
    Para a reedição do livro Mais com mais dá menos, de 2011, o escritor Bartolomeu Campos de Queirós convidou, como ilustradores e designers, os irmãos Marcelo Drummond e Marconi Drummond. Percebe-se, à primeira visada, desde a capa, a intenção de provocar o leitor mediante um ‘jogo verbo-visual’ em todo o projeto gráfico. A dupla de artistas utilizou o processo criativo analógico em monotipia para as ilustrações, finalizando-as com a inserção de silhuetas como colagens digitais. No presente artigo, objetivou-se criticar o objeto-livro em toda a sua poética: o gesto criativo dos ilustradores ao coletar silhuetas, mobilizados pelo pacto ficcional (personalidade avarenta e burocrática do protagonista da narrativa) e o encontro da letra e da imagem na página (justaposição), tudo isto resultando em níveis de colagens que proporcionam a fruição de diferentes camadas de leitura. O entendimento deste encontro entre palavra e imagem alinha-se aos conceitos dispostos nas obras A transposição intersemiótica: por uma classificação pragmática, de Leo H. Hoek, e Poéticas do visível, de Márcia Arbex, visando qualificar a obra estudada como livro-objeto-visual, isto é, como dispositivo visual capaz de proporcionar uma experiência de leitura multimodal.

    Palavras-chave: infância; artefato lúdico; Literatura Infantil; livro-objeto; livro infantil.