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Adriano Sousa

O trabalho tem como objetivo principal apontar as diferenças nos enquadramentos da "grande mídia" e da "mídia contra-hegemônica", representada pela Carta Capital, na cobertura do processo de impedimento da ex-presidenta Dilma Rousseff que... more
O trabalho tem como objetivo principal apontar as diferenças nos enquadramentos da "grande mídia" e da "mídia contra-hegemônica", representada pela Carta Capital, na cobertura do processo de impedimento da ex-presidenta Dilma Rousseff que ocorreu em 2016. Nesse sentido, por meio de revisão bibliográfica de análises de outras pesquisadoras e pesquisadores, buscou-se descrever a atuação dos jornais e revistas da grande mídia no decorrer da história contemporânea do Brasil, desde a redemocratização até o momento do impeachment de 2016. Em seguida, realizou-se análise de conteúdo das publicações semanais do portal de notícias on-line da Carta Capital indexadas na categoria "impeachment". Buscou-se compreender a narrativa do jornal frente ao processo de impeachment, além da forma como temas e atores envolvidos nesse movimento foram enquadrados. A pesquisa possibilitou o entendimento de que o objeto de estudo apresentou enquadramentos polarizados da situação, assim como a grande mídia, porém no sentido inverso dela. No entanto, foi possível perceber que esse acontecimento político foi descrito de forma muito mais contextualizada pelo jornal em questão do que pela grande mídia, considerada pela maioria dos analistas como "liberal-conservadora" e como engrenagem fundamental do Golpe. Os enquadramentos da Carta se inseriram em dois principais campos semânticos: anticonservadorismo e petismo. O primeiro se constitui pelas ideias-força do antineoliberalismo, da crítica à direita, do antipemedebismo, da rejeição do continuísmo político petista e da reprovação da mídia golpista. Por outro lado, o segundo se define pela defesa dos governos de Lula e Dilma, pela saliência do “brilhantismo” do partido e pelo argumento da ilegitimidade do impeachment.