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É consensual admitir que entre o 3º milénio AC (Calcolítico) e o 2º milénio AC (Idade do Bronze) se observaram importantes transformações sociais que globalmente reconfiguraram várias sociedades peninsulares e europeias. O presente... more
É consensual admitir que entre o 3º milénio AC (Calcolítico) e o 2º milénio AC (Idade do Bronze) se
observaram importantes transformações sociais que globalmente reconfiguraram várias sociedades
peninsulares e europeias. O presente Seminário pretende debater, a diferentes escalas de análise, a natureza
dessas transformações, questionando as possibilidades interpretativas sugeridas pela mudança, em
determinadas regiões, e ao longo deste lapso de tempo, de contextos e de materialidades.
Resumo Reflecte-se neste texto sobre a natureza, as facetas e as múltiplas possibilidades do discurso patrimonial ao serviço da produção e divulgação do passado. Abstract In this paper we reflect on the nature, the facets and the multiple... more
Resumo Reflecte-se neste texto sobre a natureza, as facetas e as múltiplas possibilidades do discurso patrimonial ao serviço da produção e divulgação do passado. Abstract In this paper we reflect on the nature, the facets and the multiple possibilities of the heritage discourses at the service of the production and disclosure of the past. Em 2004, na mesa-redonda realizada aqui na FLUP, neste mesmo anfiteatro, com o tema " Conservar para quê? " eu afirmava que a conservação patrimonial, em particular a arqueológica, passava uma mensagem mistificadora: supostamente, a " conservação " preservaria o que restava da memória colectiva, das identidades passadas; a conservação, segundo a " bíblia patrimonial " salvar-nos-ia da eliminação de um passado em vias de extinção. A conservação através desta mensagem recorrente, passava por desejar e por conseguir estabelecer continuidade com o passado através da reactivação desse mesmo passado, plasmado em ruínas restauradas. Mas, nessa mesma mesa-redonda, e inspirada em Marc Guillaume, eu afirmava que esta vontade da " conservação patrimonial " em querer estabelecer uma ponte com o passado, escondia, dissimulava o objectivo moderno de decretar a própria morte do passado. " Conservar " fazia parte de um programa mais vasto de criação de uma ruptura com o passado, e de, através do " espectáculo patrimonial " , encenar paradoxalmente uma impossibilidade: a representação do passado, ou seja, simular a possibilidade de, através da conservação/ preservação/ musealização de ruínas e lugares arqueológicos, trazer à frente o " passado-acontecido ". Trazer à frente, por via do espectáculo patrimonial, mais ou menos assente num discurso chamativo, o passado acontecido ou um momento ou um flash desse mítico passado acontecido. " Conservar " era uma magnífica prática terapêutica da modernidade e da contemporaneidade. Na medida em que através da suposta revivificação do passado induzia, aos que a fruíam, uma enorme dimensão securizante: um monumento, um lugar arqueológico preservado, transformava-se num poderoso lugar de suspensão do tempo, um parêntesis de recolhimento na vida extensa de todos os dias, um lugar de reflexão sobre a natureza do humano com o tempo. Reflexão que ocorria em lugares fora de tempo, onde emergia um " tempo puro " , de que falava Marc Augé, um tempo sem história e que transfigurava estes sítios em lugares de excepcional e de reconfortante densidade. Mas, também em 2004, nessa mesa-redonda, onde se questionava o objectivo da conservação patrimonial eu afirmava que a mensagem da continuidade com o passado — mensagem estruturante do programa
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