Gris
De Cida Pedrosa
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Gris - Cida Pedrosa
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P372g
Pedrosa, Cida
Gris / Cida Pedrosa ; prefácio Marcelino
Freire. – Recife : Cepe, 2018. 139p.
1. Poesia brasileira – Pernambuco.
I. Freire, Marcelino, 1967-. II. Título.
CDU 869.0(81)-1
CDD B869.1
PeR – BPE 18-561
ISBN: 978-85-7858-699-7
Para Madonna e seus cachorros,
a ternura agasalhada na marquise
Recife, musa, maldição
Cadela suja, traiçoeira
Seta certeira
Encantada cidade do cão.
Francisco Espinhara
cida cidade
Marcelino Freire
Cida Cidade. Cida ida e volta. Pelas ruas ácidas do Recife caminha. Por São Paulo. Pelas páginas vaginas. Abre as pernas no sinal. Entre putas e pombos. Vamos com ela. Poeta que nos pega pelo braço. Faz tempo. Não tem quem no Recife não conheça os seus verbos, soltos. Sua luta lúcida. Cida, cidadã da vida. Enfrenta de faca na mão a solidão das espécies. Uma alma que dá guarida a todos os versos. Feitos de pedra. De carne e de fogo. Não importa. Dessas obras escritas e inscritas no corpo inteiro. Feito uma lágrima tatuada. Cida é clássica. E ao mesmo tempo popular. Pelas pontes ousa saltar. Pula para dentro das marés baixas. Viaja pelas águas do Capibaribe. Não é de hoje que, como amigo e leitor, a persigo nesta viagem. O tanto que a sua linguagem se movimenta. Translúcida. Cida, de repente, se dana a rezar. Um salve-me rainha. Uma ladainha cheia de