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2018 – Crônicas de um ano atípico
2018 – Crônicas de um ano atípico
2018 – Crônicas de um ano atípico
E-book220 páginas5 horas

2018 – Crônicas de um ano atípico

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Sobre este e-book

2018 – Crônicas de um ano atípico, do aclamado sambista, compositor e escritor Martinho da Vila, reúne 48 crônicas divididas pelos doze meses do atípico ano de 2018, acompanhadas do posfácio "Martinho, um artesão", escrito por Tom Farias.
O sambista fala, com o humor e a leveza usuais, da comemoração dos oitenta anos de idade, da renovação dos votos de casamento com Cléo, da amada escola de samba Vila Isabel, da cidade do Rio de Janeiro, relembrando alguns de seus sucessos no samba e na literatura. Também aborda fatos marcantes do ano de 2018, como o assassinato de Marielle Franco, as eleições presidenciais, a visita ao ex-presidente Lula em Curitiba e a derrota do Brasil na Copa do Mundo.
Em 2018 – Crônicas de um ano atípico, o leitor tem a oportunidade de estar em contato com o grande cronista Martinho da Vila, sempre atento à dinâmica social e cultural do Brasil.
IdiomaPortuguês
EditoraKapulana
Data de lançamento22 de mai. de 2019
ISBN9788568846735
2018 – Crônicas de um ano atípico

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    Pré-visualização do livro

    2018 – Crônicas de um ano atípico - Martinho da Vila

    Copyright © 2019 Editora Kapulana Ltda. – Brasil

    Copyright © 2019 Martinho da Vila

    Grafia atualizada conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, decreto n° 6.583, de 29 de setembro de 2008.

    Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

    (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Índices para catálogo sistemático:

    1. Contos: Literatura brasileira B869.3

    2. Crônicas: Literatura brasileira B869.8

    Maria Paula C. Riyuzo - Bibliotecária - CRB-8/7639

    2019

    Reprodução proibida (Lei 9.610/98).

    Todos os direitos desta edição reservados à Editora Kapulana Ltda.

    Rua Henrique Schaumann, 414, 3º andar, CEP 05413-010, São Paulo, SP, Brasil

    editora@kapulana.com.br – www.kapulana.com.br

    Introdução, por Martinho da Vila

    Primeira parte – Janeiro

    Obrigado Senhor!

    Alô Rio de Janeiro!

    Dona Amélia

    Bruzundanga

    Segunda parte – Fevereiro

    A corda e a caçamba

    A vida é um carnaval

    Conversa de restaurante

    Balança mas não cai

    Terceira parte – Março

    Escolas de Samba

    Festança

    Marielle presente

    Amizades

    Quarta parte – Abril

    Unidos de Vila Isabel, uma família

    Depois da Quaresma

    Boa Cláudio Jorge!

    A justiça e o carnaval

    Quinta parte – Maio

    Tristezas alegres

    Duas Barras – Monnerat

    A bola não vai rolar

    Um dia histórico

    Sexta parte – Junho

    Ana e Solange

    Minha nova namorada

    Que novela!

    Copa do Mundo

    Sétima parte – Julho

    Viva Campo Grande! Viva Brasília!

    Brasil a caminho do hexa

    Vida de artista

    Poucas e boas

    Oitava parte – Agosto

    Amigo é para estas coisas

    Josué Ferreira

    Everardo, o Rei do Bacalhau

    Palpites infelizes

    Nona parte – Setembro

    Como é que pode?

    Setembro branco

    À volta da fogueira

    Feliz Dia das Crianças

    Décima parte – Outubro

    A esperança não morre

    Maravilhosa cidade mulher

    Ave Montevideo! Viva Artigas!

    Um grande sonho

    Décima Primeira parte – Novembro

    Falando baixinho

    Consciência Negra

    Concerto Negro

    Faculdades

    Décima Segunda parte – Dezembro

    Samba, Patrimônio Imaterial

    Tem que dar certo

    Pescaria

    A filha de Papai Noel

    Feliz Ano Novo!

    Martinho, um artesão, por Tom Farias

    Vida e obra do autor

    Introdução

    2018 foi o ano dos meus 80 anos, ocorridos no dia 12 de fevereiro, em pleno carnaval. As comemorações começaram em janeiro pelos netos Raoni e Dandara, com o show Canta Canta Minha Gente, que começou em uma casa da Lapa e depois em outros espaços, sempre com um artista convidado, dentre outros Paula Lima, Monarco, Moacyr Luz, Oto, Alcione, Rildo Hora, Nelson Rufino... Tios deles, os filhos: Tonho, Analimar, Mart’nália, Tunico e Juju, se apresentaram em dias alternados. Tunico também promoveu shows comemorativos em Vitória/ES, com participação de artistas famosos: Dudu Nobre, Sandra de Sá, Tony Garrido, Fernanda Abreu, Criolo, Renato Teixeira, Xande de Pilares...

    O conceituado grupo musical Arranco de Varsóvia, com seus esmerados arranjos vocais, também me fizeram mimos com sambas meus em suas vozes.

    Muitas outras homenagens foram feitas.

    As cantoras Verônica Sabino e Ana Costa me presentearam com shows.

    O Luiz Carlos B. Lutterbach, Prefeito de Duas Barras, minha cidade natal, mandou fazer um selo postal comemorativo e a Câmara dos Vereadores instituiu 2018 como o Ano Martinho da Vila. O Wagner Victer, Secretário Estadual de Educação, sugeriu que todos os alunos das escolas estaduais fizessem trabalhos sobre a minha vida, as músicas e atividades desenvolvidas por mim. Milhares de estudantes fizeram trabalhos lindos que muito me emocionaram. Uma Comissão de Professores escolheu os que julgou melhores e eu compareci à premiação. Fiz um ensaio aberto do show de lançamento do CD Bandeira da Fé no Theatro Municipal, especialmente para alunos dos colégios estaduais. Lotou. Muitos nunca tinham ida a um teatro e ficaram encantados.

    Este livro é um retrato dos meus 80 anos.

    Janeiro foi um mês muito bom particularmente, com destaque para o ato de entrega do meu título de Doutor Honoris Causa em Letras pela UFRJ. Fevereiro também foi legal e o principal assunto, como não poderia deixar de ser, foi o carnaval.

    Os meses de março e abril foram péssimos para o País. O Lula foi preso injustamente e mataram a vereadora Marielle Franco. Maio também foi horrível, com exceção, no caso particular, de um grande evento ocorrido no Teatro Clara Nunes, a cerimônia das minhas Bodas de Prata do casamento com a Cléo.

    Junho foi triste. Perdemos mais uma copa do mundo sem chegar à final. Julho passou batido, Agosto sem muitos gostos, Setembro começou mal com lamentoso incêndio do Museu Nacional e foi o mais atípico, pois uma raiva incomum tomou conta de muitos corações e o Bolsonaro foi esfaqueado. Estava tudo planejado para a vitória do Alckmin ou do Meireles, com alguma chance para o Haddad ou o Ciro Gomes, mas na eleição presidencial de Outubro deu uma zebra imaginável pelos caciques da política: ganhou o Jair Messias Bolsonaro que quase leva no primeiro turno.

    Novembro foi calmo, porém com temperaturas baixas no Estado do Rio de Janeiro e altas no Rio Grande do Sul. Em vários dias São Borja ficou mais quente que o Rio.

    Em Dezembro o País ficou chocado com os crimes do conceituado médium João de Deus. Outros criminosos com as ações dos promotores da Operação Lava-Jato e da Polícia Federal foram presos. Nunca se viu tantos ricaços algemados. Com o implemento das delações premiadas de suspeitos de corrupção, grande parte sem provas, alcaguetes inescrupulosos mancharam biografias admiráveis.

    Muitos ladrões confessos devolveram parte do dinheiro e já estão em casa. Para o Sérgio Cabral não há jeito, já está condenado a cerca de 200 anos, mas não se sabe por que o Eduardo Cunha, que está em cana desde o ano passado, cotado como o dedo mais duro, não fez acordo de delação.

    Ê 2018! Você foi mesmo um ano atípico.

    As crônicas e contos deste livro foram escritos por mim, na terceira pessoa, em cada semana dos meses do ano e retratam os acontecimentos que mais me sensibilizaram, positivamente ou não.

    Martinho da Vila

    Obrigado Senhor!

    É 2018, primeiro dia do ano dos 80 carnavais do escritor. Ele, também um compositor que já foi muito boêmio, brindou o ano novo com champanhe e vinho, mas não se excedeu e acordou sem ressaca. Deu bom dia para o dia, conversou com Deus, meditou, como de costume, ligou o computador e viu as manchetes dos jornais, cariocas e paulistas.

    Folha de S. Paulo:

    Dois em cada três latinos terão novo governo em 2018

    Com polarização cresce conflitos em universidades

    Zuenir Ventura: Há meio século o ano de 1968 não acaba de não acabar.

    O Globo:

    Reconstrução – Em Copacabana, público estimado em 3 milhões

    Futurologia: Como será o amanhã?

    Irã prende 200 e bloqueia a internet.

    O Estado de S. Paulo:

    O que você espera de 2018?

    Escândalos de virada à direita marcarão ano eleitoral na AL

    Operações militares no País triplicam desde 1990.

    Extra:

    2017 já foi tarde. Bem-vindo 2018

    Astros preveem mais um ano ruim para o Brasil

    Neymar e Marquezine: Amor total.

    O confuso 2017 foi um ano de crise política sem precedentes, com os Três Poderes da República se digladiando. O Executivo sem credibilidade, o Legislativo desacreditado e o STF, bem como juízes e procuradores, ao invés de só se pronunciarem nos autos processuais, aparecem na imprensa e nas redes sociais tal qual alguns artistas populares.

    O judiciário foi muito atuante, mas não imparcial, determinando prisões coercivas sem intimação anterior.

    A crise financeira, consequência da política, também foi terrível, mas não atingiu o cronista, que fez um retrospecto pessoal: Se tive algum contratempo não me lembro, pois em tudo que é ruim eu passo uma borracha. Epa! Assim se dizia no tempo do lápis.

    Na era digital é tudo que não presta eu deleto. 2017 foi um ano de paz, com saúde, sem problemas familiares e financeiros. Conseguiu pagar em dia seus auxiliares, inclusive o décimo terceiro salário, sem ficar com as contas no vermelho.

    Lembrou-se que trabalhou muito, ganhou o Grammy Latino com o CD De bem com a vida e gravou um disco em homenagem à Unidos de Vila Isabel. Participou de diversos eventos literários, fez palestras, proferiu uma Aula Magna na Universidade Federal do Rio de Janeiro, concluiu o terceiro ano do Curso de Relações Internacionais na Faculdade Estácio de Sá e foi laureado com o título de Doutor Honoris Causa da UFRJ.

    A cerimônia de doutorado foi emocionante e ele, nervoso com calma, fez um discurso bem descontraído:

    "Magnífico Reitor Prof. Dr. Roberto Leher.

    Esta minha fala é de total gratidão à Vossa Magnificência e à Excelentíssima Vice-Reitora, Profa. Dra. Denise Fernandes Lopez Nascimento, bem como à Excelentíssima Decana do Centro de Letras e Artes, Profa. Dra. Flora De Paoli Faria, à Excelentíssima Diretora da Faculdade de Letras, Profa. Dra. Eleonora Ziller; Excelentíssima Chefe do Departamento de Letras Vernáculas, Profa. Dra. Mônica Fagundes; Excelentíssima Dra. Carmen Lucia Tindó Ribeiro Secco, Profa. Titular de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, que muito me sensibilizou com a comovente saudação.

    Sou gratíssimo também à Guarda de Honra que me entronizou, constituída pelos eminentes Professores Doutores Edwaldo Machado Cafezeiro, Prof. Emérito da Faculdade de Letras; José Sérgio Leite Lopes, Professor do Museu Nacional/UFRJ; João Baptista Vargens, Professor da Faculdade de Letras; Godofredo de Oliveira Neto, Prof. Titular da Fac. de Letras; José Clécio Basílio Quesado, Prof. Adjunto IV da Faculdade de Letras; André Conforte, Professor Adjunto do Instituto de Letras desta Universidade.

    Eu gostaria de manifestar minha gratidão, citando cada um dos membros do criterioso Conselho Universitário, Órgão Deliberativo Máximo, mas não é possível pois são muitos, porém todos podem ter certeza que estão morando dentro do meu coração, de onde jamais sairão.

    Sinto-me honrado de estar junto a tão elevados membros do magistério da UFRJ, Universidade sempre catalogada entre as melhores do Brasil e que tem, há quase um século, a tradição de combater as discriminações e ser baluarte na defesa da liberdade de expressão.

    Senhoras e senhores.

    Estou comovido com a prestigiosa presença de tantos ilustres Professores, alunos universitários, familiares, amigos... Dentre os quais o Secretário Estadual de Educação, Wagner Victer e Ricardo Cravo Albin, Presidente da Academia Carioca de Letras.

    Manifesto a minha felicidade por ser prestigiado por intelectuais, acadêmicos confrades do Pen Club do Brasil, escritores...

    Peço desculpas por não poder citá-los nominalmente e, em particular eu saúdo a minha amada Cléo Ferreira, companheira cuidadosa, incentivadora e eu, como Embaixador da Boa Vontade da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), não posso deixar de registrar a presença do Cônsul de Angola, no Rio de Janeiro, Dr. Rosário de Ceita, e do Cônsul de Cabo Verde, Dr. Pedro António dos Santos, e representantes da Embaixada de Angola.

    Angola e Cabo Verde, como todos sabem, são países africanos, assim como Moçambique e Guiné Bissau, nações que eu amo, admiro e invejo, porque todas têm uma segunda língua-pátria, como Timor Leste e Guiné Equatorial, que também são membros da CPLP, comunidade dos países de expressão portuguesa. Disse que os invejo, porque eu

    Gostaria de exaltar em bom Tupi

    As belezas do meu país

    Falar dos rios, cachoeiras e cascatas

    Do esplendor das verdes matas e remotas tradições

    Também cantar em guarani os meus amores

    Desejos e paixões

    Bem fazem os povos das nações irmãs

    Que preservam os sons e a cultura de raiz

    A expressão do olhar

    Traduz o sentimento

    Mas é primordial

    Uma linguagem comum

    Importante fator

    Para o entendimento

    Que é semente do fruto

    Da razão e do amor

    É sonho ver um dia

    A música

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