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    História Por Trás Da História
    História Por Trás Da História
    História Por Trás Da História
    E-book66 páginas50 minutos

    História Por Trás Da História

    De Adeilson Nogueira

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    Sobre este e-book

    A sociologia enfrenta dois perigos específicos - o perigo de tornar-se ultra teórica e o perigo de se tornar ultra empírica. O primeiro é o perigo de se perder em generalizações abstratas e sem sentido sobre a sociedade em geral. A sociedade com um S grande é tão enganadora quanto a história com um grande H. O cruzamento do Rubicão por César é um fato da história, enquanto que o cruzamento do Rubicão por milhões de outras pessoas antes ou depois não interessa a ninguém. O fato de você ter chegado em casa meia hora atrás a pé, ou de bicicleta, ou de carro, é tanto um fato sobre o passado quanto o fato de que César cruzou o Rubicão. Mas provavelmente será ignorado pelos historiadores. Todo mundo sabe, ou pensa que sabe, que as quebras e o desemprego são feitos pelo homem. Os governos admitem, na verdade afirmam, que sabem como curá-los. Alguns estudiosos chamam a ciência de “um sistema seletivo de orientações cognitivas para a realidade”. Talvez tenha sido posto de forma mais simples. Mas isso é a história, entre outras coisas. O historiador é necessariamente seletivo. A crença em um núcleo duro de fatos históricos existentes de forma objetiva e independente da interpretação do historiador é uma falácia absurda, mas que é muito difícil de erradicar.
    IdiomaPortuguês
    EditoraClube de Autores
    Data de lançamento1 de mar. de 2022
    História Por Trás Da História

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      História Por Trás Da História - Adeilson Nogueira

      HISTÓRIA POR TRÁS DA HISTÓRIA

      Adeilson Nogueira

      1

      Todos os direitos reservados.

      Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrônico, e mecânico, fotográfico e gravação ou qualquer outro, sem a permissão expressa do autor. Sob pena da lei.

      2

      ÍNDICE

      INTRODUÇÃO......................................................................................04

      GRANDES HOMENS.............................................................................06

      CIENTISTAS E SUAS LEIS...................................................................15

      PROCESSO DE LUTA.............................................................................30

      ESTUDO DAS CAUSAS..........................................................................34

      MUDANÇAS........................................................................................51

      3

      INTRODUÇÃO

      A sociologia enfrenta dois perigos específicos - o perigo de tornar-se ultra teórica e o perigo de se tornar ultra empírica. O primeiro é o perigo de se perder em generalizações abstratas e sem sentido sobre a sociedade em geral. A sociedade com um S grande é tão enganadora quanto a história com um grande H.

      O cruzamento do Rubicão por César é um fato da história, enquanto que o cruzamento do Rubicão por milhões de outras pessoas antes ou depois não interessa a ninguém.

      O fato de você ter chegado em casa meia hora atrás a pé, ou de bicicleta, ou de carro, é tanto um fato sobre o passado quanto o fato de que César cruzou o Rubicão. Mas provavelmente será ignorado pelos historiadores.

      4

      Todo mundo sabe, ou pensa que sabe, que as quebras e o desemprego são feitos pelo homem. Os governos admitem, na verdade afirmam, que sabem como curá-los.

      Alguns estudiosos chamam a ciência de um sistema seletivo de orientações cognitivas para a realidade. Talvez tenha sido posto de forma mais simples. Mas isso é a história, entre outras coisas.

      O historiador é necessariamente seletivo. A crença em um núcleo duro de fatos históricos existentes de forma objetiva e independente da interpretação do historiador é uma falácia absurda, mas que é muito difícil de erradicar.

      5

      GRANDES HOMENS

      Vamos dar uma olhada no processo pelo qual um mero fato sobre o passado é transformado em um fato da história: Em 1850, um vendedor de pães, como resultado de uma pequena disputa, foi deliberadamente morto por uma multidão irritada. Isso é um fato da história?

      Em alternativa, ninguém pode abordá-lo, caso em que recairá no limbo de fatos não-históricos sobre o passado.

      6

      Seu status como um fato histórico transformar-se-á numa questão de interpretação. Este elemento de interpretação entra em todos os fatos da história.

      Até hoje, uma das fascinações da história antiga e medieval é que nos dão a ilusão de ter todos os fatos à nossa disposição dentro de uma bússola gerenciável: a distinção irritante entre os fatos da história e outros fatos sobre o passado desaparece, porque os poucos fatos conhecidos são todos fatos da história.

      Nossa imagem da Grécia no século V a.C. é defeituosa, não principalmente

      porque

      muitos

      dos

      pedaços

      foram

      acidentalmente perdidos, mas porque é, em geral, a imagem formada por um pequeno grupo de pessoas na cidade de Atenas.

      Nós sabemos muito sobre o que a Grécia do século V parecia para um cidadão ateniense; mas quase nada sobre o que parecia para um espartano, um coríntio ou um tebano - para não mencionar um persa, um escravo ou um não-cidadão em Atenas.

      Nossa imagem foi pré-selecionada e predeterminada para nós, não tanto por acidente como por pessoas conscientemente ou inconscientemente imbuídas de uma visão particular e pensaram que os fatos que supõem essa visão valem a pena preservar.

      Quando lemos uma história da Idade Média percebemos que as pessoas estavam profundamente preocupadas com a religião.

      Como sabemos disso e se é verdade? O que sabemos sobre os fatos da história medieval é que quase todos foram selecionados 7

      para nós por gerações de cronistas ocupados profissionalmente na teoria e na prática da religião, e que, portanto, acharam que era extremamente importante, e registraram tudo relacionado a eles, e não muitos outros.

      A imagem do camponês russo como devotamente religioso foi destruída pela revolução de 1917. A imagem do homem medieval como devotamente religioso, seja verdadeira ou não, é indestrutível, porque quase todos os fatos conhecidos sobre ele foram pré-selecionados para nós por pessoas que acreditavam e queriam

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