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Economia Portuguesa em Contexto Internacional - Livro Da Porto Editora

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A NECESSIDADE E A DIVERSIDADE DE RELAES INTERNACIONAIS

Um dos aspetos que caraterizam as economias contemporneas o facto de serem economias abertas. Como j sabemos, numa economia aberta, os agentes econmicos residentes num pas, para alm de se relacionarem uns com os outros, tambm estabelecem relaes com agentes econmicos residentes noutros pases. Se bem que estas relaes possam ser de natureza cultural, poltica ou at reli giosa, interessa-nos estudar particularmente as relaes de natureza econmica. Na base deste tipo de relaes esto as relaes comerciais. Em economias abertas, podemos falar de comrcio a dois nveis distintos: - Comrcio interno quando as transaes so efetuadas entre agentes econmicos residentes no mesmo pas; - Comrcio externo quando as transaes so efetuadas entre agentes econmicos residentes em pases diferentes.

QuaI a diferena entre Comrcio Externo e Comrcio internacional


Uma confuso que surge com muita frequncia tem a ver com a distino entre Comrcio Externo e Comrcio Internacional. Com efeito, estas duas expresses, aparentemente idnticas, tm, na realidade, significados distintos.
Quando queremos referir-nos ao comrcio que, de uma forma geral, efetuado entre diferentes pases, utilizamos a expresso "Comrcio Internacional". Quando pretendemos aludir ao comrcio entre um pas especfico e os restantes pases, utilizamos a expresso "Comrcio
Externo".

Assim, correto dizer-se comrcio externo portugus e no comrcio internacional portugus.

Hoje em dia, todos os pases trocam entre si as mais diversas mercadorias e servios. Mas, se verdade que o comrcio internacional no um fenmeno recente, pois desde h muito os pases deixaram de produzir todos os bens de que necessitam deixaram de ser autossuficientes , igualmente indesmentvel que o volume de comrcio internacional tem vindo a aumentar nas ltimas dcadas, o que, em geral, considerado como um dos fatores responsveis pela expanso econmica do perodo da segunda metade do sculo XX. Vamos analisar porque que os pases tm necessidade de se envolver no comrcio internacional. Vrias teorias foram criadas para responder a esta questo. Algumas adotam como enfoque central a questo de saber o que aconteceria se o comrcio pudesse processar-se "naturalmente", isto , sem a interferncia do Estado. J outras teorias so favorveis interveno estatal, apontando como razes justificativas situaes em que tal interveno seria "benigna". Certo que, em diferente intensidade, ambos os grupos de teorias - desde as teorias puras do livre comrcio" s teorias mais favorveis ao "livre comrcio regulado" - reconhecem que os pases se engajam no comrcio entre si por razes fundamentalmente semelhantes quelas pelas quais os indivduos ou regies se engajam na troca de bens e servios, isto , para obter os benefcios inerentes especializao. Em outras palavras, os pases, assim como os

indivduos, no so igualmente aptos a produzir todos os bens, seja porque eles so diferentemente presenteados pela natureza, seja por outras razes (e.g., desenvolvimento institucional, poltico, social, etc.), de forma que todos beneficiariam se cada um se especializasse naquilo que pudesse fazer melhor, vindo a obter os outros bens por meio das trocas. Caso contrrio, como se justificaria o comrcio se todos (pases ou indivduos) conseguissem produzir todos os seus bens de consumo a um mesmo custo; uma vez eliminado o seu potencial benefcio, no mais haveria razes para que se realizassem as trocas.

O que a Diviso Internacional do Trabalho?


Na base do comrcio internacional est a especializao internacional, tambm designada por Diviso Internacional do Trabalho (DIT).
A Diviso Internacional do Trabalho (DIT) diz respeito especializao de cada pas na produo de bens ou em fases especficas do processo produtivo, para os quais apresente capacidades ou aptides relativamente superiores s dos demais pases.

Segundo a lgica do comrcio internacional, os pases especializam-se na produo de bens ou em etapas especiais do processo de produo para os quais tenham maiores aptides. So vrias as razes que justificam a especializao, todas elas conduzindo ao reconhecimento de que os pases dispem de diferentes capacidades de produo: - desigual distribuio de reservas de recursos naturais, sendo o petrleo um exemplo paradigmtico - de facto, nem todos os pases tm a sorte de possuir reservas de petrleo; - diferenas na localizao geogrfica, no clima, no relevo e na fertilidade dos solos; - diferenas ao nvel da formao dos recursos humanos e da disponibilidade de capital; e diferentes estgios de desenvolvimento tecnolgico.

Associada ao conceito de especializao (e, por conseguinte, da DIT) est uma lei econmica desenvolvida por David Ricardo, em 1817, segundo a qual a especializao internacional beneficia cada pas. a denominada Lei das Vantagens Comparativas - "Cada pas beneficiar com a especializao na produo e expor tao dos bens que pode produzir com um custo relativamente menor; inversamente, cada pas beneficiar se importar os bens que, internamente, produz com um custo relativamente superior".

Para que seja possvel compreender melhor estes conceitos, leia atentamente o seguinte texto:

TEXTO DE APOIO 4 Considere o caso da melhor advogada de uma cidade que , ao mesmo tempo, a melhor dactilgrafa da cidade. Como deve a advogada aplicar o seu tempo? Deve escrever e dactilografar os seus prprios pareceres jurdicos? Ou deve deixar a dactilografia para o seu secretrio? A advogada deve, obviamente, concentrar-se nas atividades jurdicas, nas quais as suas qualificaes relativas, ou comparativas, so usadas mais eficientemente, ainda que ela tenha maiores qualificaes de uma forma absoluta tanto na dactilografia como no trabalho jurdico.

Ou analise o caso do ponto de vista do dactilgrafo. Ele um timo dactilgrafo, mas exigirlhe-ia imenso trabalho, na melhor das hipteses, ou seria impossvel, na pior, levar a cabo uma investigao jurdica. Ele absolutamente menos eficiente do que a advogada tanto na investigao jurdica como na dactilografia, mas , relativa ou comparativamente, mais eficiente na dactilografia. Neste cenrio, o resultado mais eficiente ocorre quando a advogada se especializa no trabalho jurdico e o secretrio se concentra na dactilografia.
Fonte: Samuelson e Northaus, 18. edio - McGraw Hill

Importa, no entanto, realar que a especializao , simultaneamente, uma causa e uma consequncia do comrcio escala mundial. Com efeito, a especializao do processo produtivo leva a que, por um lado, os pases exportem os produtos em que se especializaram e, por outro lado, importem os produtos que passaram a produzir menos ou que, simplesmente, no produzem, por se terem especializado. A diferena de gostos entre os consumidores igualmente um fator que potencia o comrcio internacional. Por exemplo, Portugal e Espanha podiam dispor de iguais condies de produo de peixe e carne, mas, se os portugueses preferissem peixe e os espanhis carne, ento, provavelmente, Portugal exportava carne para Espanha e, como contrapartida, importava peixe. Outro aspeto a considerar quando se procura explicar as razes do comrcio internacional diz respeito diferena de custos entre pases. Existem processos de fabrico que potenciam o aparecimento de economias de escala diminuio do custo mdio de produo medida que aumenta o volume de produo. Deste modo, os pases que conseguirem ganhar algum avano na produo destes bens podem efetuar a sua produo a preos mais baixos. Outro importante fenmeno que contribui para intensificar o comrcio internacional a globalizao. Contudo, a globalizao no apenas uma causa do comrcio internacional, igualmente uma consequncia.

TEXTO DE APOIO 4

A globalizao tomou a forma atual nos anos 80 do sculo passado, com as telecomunicaes e as tecnologias de informtica, e estende-se aos capitais, informao, cultura e consumo. O fenmeno caraterizado pelo movimento dirio de milhes de euros, por computador, nas bolsas de todo o mundo; poder comprar o mesmo produto em qualquer parte do mundo; a padronizao dos produtos e de marketing a nvel mundial, bem como da imagem junto dos consumidores. A desregulamentao financeira e do comrcio internacional acelerou a globalizao, porque facilitou os movimentos de capitais e de mercadorias entre os blocos econmicos.
Fonte: dossiers.pubIico.pt

Em suma, todos os pases trocam entre si as mais diversas mercadorias e servios, o que conduz ao progressivo aumento do comrcio internacional. Este , por sua vez, responsvel pelo crescimento e desenvolvimento da atividade econmica. O esquema seguinte resume os principais fatores que explicam a necessidade do comrcio internacional.

Assim, a internacionalizao da economia abrange quatro grandes tipos de transaes entre

agentes econmicos de pases diferentes: - movimentos internacionais de bens e servios (comrcio externo); 1 - movimentos internacionais de fatores de produo (investimento direto estrangeiro, migraes internacionais); - movimentos de ativos financeiros que suportam os movimentos de bens, ser vios e fatores de produo (balana de pagamentos); - transferncias internacionais de rendimento (remessas de emigrantes, repatriamento de lucros, ajuda externa). No sculo XX, em Portugal, todos estes tipos de transaes internacionais tiveram uma
1

Fatores de produo: terra, trabalho e capital.

importncia elevada na evoluo econmica interna, embora em perodos nem sempre coincidentes, mas com forte incidncia na segunda metade desse sculo. Por exemplo, o fenmeno das migraes, nomeadamente a emigrao, foi muito importante em Portugal, especialmente o perodo temporal referido. Dizemos que existe migrao internacional quando um indivduo deixa o seu pas para residir num outro pas durante, pelo menos, um ano. As migraes internacionais existem desde que as naes se constituram e so motivadas quer por razes de natureza econmico-social (incluindo-se aqui fatores ligados ao subdesenvolvimento tecnolgico e cientfico) quer por razes de ordem poltica (incluindo fatores como a guerra e a insegurana). Evoluo das migraes internacionais
ANO 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 /995 2000 2005
Migrantes internacionais 75463352 78443933 81335779 86789304 99275898 111013230 154945333 165080235 176735772 190633564 % de migrantes internacionais na populao mundial 2,5 2,4 2,2 2,1 2,2 2,3 2,9 2,9 2,9 3,0

Fonte: OULHAJ, Lahcen, in Colquio: Globalizao, Pobreza e Migraes (2007-03-09)

Hoje em dia, assiste-se tambm em Portugal a um fenmeno migratrio, mas diferente do ocorrido na segunda metade do sculo XX. Assistimos imigrao de pes soas pertencentes a povos estrangeiros para o nosso pas. TEXTO DE APOIO 6

Populao estrangeira em Portugal cresceu em 2006


A populao estrangeira com autorizao de residncia em Portugal cresceu 20 por

cento entre 2005 e 2006. Em 2006, a populao estrangeira com autorizao de residncia atingiu os 329898 cidados, indicam os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatstica (INE).

De acordo com o boletim do INE, "este acrscimo, bastante mais significativo do que o registado em anos anteriores, resulta sobretudo da concesso de autorizaes de residncia a detentores de autorizaes de permanncia (cerca de 31300)".
Alm destes 329 mil titulares de autorizaes de residncia, tambm viviam legalmente em Portugal 32661 cidados a quem foi concedida uma prorrogao da autorizao de permanncia, 55391 a quem foi prolongado o visto de longa durao e 16937 a quem foram atribudos vistos de longa durao. Assim, o INE estima que, em 2006, residiam ou permaneciam de forma legal em Portugal 434887 cidados de nacionalidade estrangeira, um aumento de 4,5 por cento face aos 415934 estimados em 2005.

A comunidade brasileira era majoritria, com 73384 cidados, ou seja, 16,9 por cento do total de estrangeiros em Portugal, seguida da populao de Cabo Verde, com 68145 ou 15,7 por cento do total. Os cidados estrangeiros com autorizao de residncia no ano passado so, sobretudo, homens (54 por cento), concentrando-se no litoral do pas, maioritariamente nos distritos de Lisboa (45,4 por cento), Faro (15,4 por cento) e Setbal (11,1 por cento). Segundo a informao do INE, baseada nos dados do Servio de Estrangeiros e Fronteiras e da Direco-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas, os britnicos esto em maioria entre os cidados da Unio Europeia com autorizao de residncia em Portugal, representando 5,9 por cento dos estrangeiros nesta situao, seguidos dos espanhis (5 por cento), alemes (4,2 por cento) e franceses (2,9 por cento). Fonte: www.observatoriodoalgarve.com TEXTO DE APOIO 6

Portugal teria perdido riqueza sem imigrantes


A economia portuguesa teria tido um crescimento negativo se no tivesse recebido o contributo de milhares de imigrantes que vieram trabalhar para Portugal, entre 1995 e 2005. Nesta dcada, a riqueza produzida por cada uma das pessoas que vive em Portugal (PIB per capita) aumentou ao ritmo de 1,6% a cada ano, mas s porque recebeu o contributo de trabalhadores vindos de pases terceiros. Sem contar com o efeito da imigrao, em 2005, Portugal estaria mais pobre do que estava dez anos antes, indica um estudo feito pela Caixa Catalunya e ontem divulgado pela imprensa espanhola. Caso Portugal no tivesse beneficiado de mo-de-obra estrangeira, o impacto negativo na economia seria mesmo quase trs vezes superior ao que sofreria o conjunto dos pases da Unio Europeia, anteriores ao alargamento a Leste. O estudo da Caixa Catalunya conclui que a riqueza produzida por cada habitante de Portugal teria diminudo ao ritmo de 0,63% ao ano (semelhante ao que teria acontecido em Espanha), quando os restantes Quinze teriam perdido apenas 0,23%. A dependncia de Portugal da mo-de-obra estrangeira , por isso, superior da Unio a 15 pases. As excees so a Irlanda, Frana e Finlndia, cujos PIB per capita teriam crescido, embora a um ritmo muito inferior ao registado oficialmente, mesmo que no tivessem importado qualquer mo-de-obra estrangeira. A ordem de grandeza do impacto - que o banco espanhol calcula - que a imigrao teve na economia portuguesa considerada "plausvel" por Rui Marques, alto -comissrio para a Imigrao e Minorias tnicas. " evidente que h um valor acrescentado para a economia do trabalho imigrante; no me espanta que haja um impacto positivo", afirmou. Portugal conta hoje com perto de 400 mil imigrantes legalizados, a esmagadora maioria dos quais em idade ativa e a trabalhar. "So uma populao trabalhadora muito apreciada porque tm a inteno clara de trabalhar o mais possvel e regressar sua terra de origem ou atingir determinados objetivos socioeconmicos", entende o altocomissrio. Rui Marques lembra alturas de grande expanso econmica e escassez de trabalhadores, como o final da dcada de 90, quando foram construdas a Ponte Vasco da Gama e a Expo 98. "A mo-de-obra nacional no seria suficiente para responder a esse ritmo de crescimento", afianou.
Fonte: jn.sapo.pt/2006/08/30/primeiro_plano/portugal_teria_perdido_riqueza jrnigr.html

Com o fim das fronteiras entre os pases da Unio Europeia tm aumentado os fenmenos migratrios dentro da UE. No entanto, os pases europeus, nomeada mente Portugal e Espanha, tm sido muito procurados por imigrantes oriundos da frica Subsariana. Estas

pessoas viajam ilegalmente para a Pennsula ibrica em condies absolutamente desumanas. Portugal e Espanha so pases do Sul da Europa com uma situao privilegiada como elo de ligao entre frica e a Europa. Estas pessoas fogem fome, perseguio e s guerras. No fundo, procuram novas formas de sobrevivncia. Quando chegam, normalmente, acabam por ser repatriadas para os pases de origem, pois so declarados como imigrantes ilegais.

O REGISTO DAS RELAES COM O RESTO DO MUNDO A BALANA DE PAGAMENTOS


O que a Balana de Pagamentos? A par do crescimento das relaes econmicas entre os diferentes pases, cresceu tambm a necessidade de efetuar o registo sistemtico dos fluxos monetrios resultantes dessas relaes, para que fosse possvel conhecer a situao econmica de cada pas relativamente aos seus parceiros comerciais. na Balana de Pagamentos que so registados todos os movimentos econmicos e financeiros decorrentes das relaes econmicas ocorridas entre um determinado pas e o Resto do Mundo. Nesta balana registada uma grande diversidade de movimentos financeiros, como, por exemplo, as entradas de capitais decorrentes das exportaes de mercadorias, dos investimentos realizados por agentes econmicos estrangeiros, dos subsdios ou das remessas de emigrantes e as sadas de capitais motivadas pelas importaes de mercadorias, entre muitos outros movimentos financeiros.
Balana de Pagamentos de um pas uma demonstrao sistemtica, atravs de um conjunto de contas, de todas as transaes econmicas entre esse pas e o Resto do Mundo.

Uma transao que gera moeda estrangeira para o pas contabilizada como um valor positivo e designada por crdito. Pelo contrrio, qualquer transao que envolva uma despesa de moeda estrangeira contabilizada com valor negativo e designada por dbito. Por exemplo, quando Portugal vende vinho do Porto a um pas estrangeiro, esta transao origina um crdito; quando Portugal compra petrleo a um pas estrangeiro, esta transao origina um dbito. Assim, enquanto os crditos aumentam as reservas de moeda estrangeira de um pas, os dbitos diminuem essas reservas. Quais as componentes da Balana de Pagamentos Dando sequncia ao processo de harmonizao estatstica e em resposta aos compromissos assumidos por Portugal no quadro dos requisitos estatsticos do Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC), a partir de Janeiro de 1999, as estatsticas da Balana de Pagamentos elaboradas e divulgadas pelo Banco de Portugal no seu Boletim Estatstico foram objeto de significativas alteraes:

Na nova apresentao, a Balana de Pagamentos comporta trs componentes principais: - Balana Corrente; - Balana de Capital; e - Balana Financeira. Para alm destas, a Balana de Pagamentos comporta ainda uma outra rubrica, destinada a registar as divergncias decorrentes da diferena de conceitos e de fontes de informao, que designada por "Erros e Omisses.

A Balana Corrente
A principal componente da Balana de Pagamentos , sem dvida, a Balana Corrente. A Balana Corrente compreende, essencialmente, as transaes entre residentes e no residentes associadas ao comrcio internacional de mercadorias e servios e aos rendimentos do trabalho e de investimento. Incluem-se, tambm, nesta balana os valores correspondentes a mudanas de proprie dade sem contrapartida (transferncias unilaterais) devidas a operaes de natureza corrente. Exemplos: (a) remessas de emigrantes e imigrantes; (b) transferncias correntes com a Unio Europeia; (c) fluxos financeiros associados cooperao entre Estados; (d) recebimento de penses por emigrantes regressados definitivamente.

Por grandes componentes, esta balana desagrega-se em: - Balana de Mercadorias; - Balana de Servios; - Balana de Rendimentos; - Balana de Transferncias Correntes. O que a Balana de Mercadorias? De todas as componentes da Balana Corrente, a Balana de Mercadorias (ou Balana Comercial) , normalmente, a mais importante.
Na Balana de Mercadorias so efetuados os seguintes registos: - a dbito, o valor das compras efetuadas por um pas ao Resto do Mundo, isto , o valor das importaes; - a crdito, o valor das vendas efetuadas por um pas ao Resto do Mundo, isto , o valor das exportaes.

diferena entre os valores registados a crdito e os valores registados a dbito chamamos Saldo da Balana de Mercadorias. SALDO DA BALANA DE MERCADORIAS = Valor das Exportaes - Valor das Importaes Considere o quadro seguinte, que nos mostra o valor das exportaes e das importaes em 2006.
(valores em milhes de euros)

Dbito Mercadorias 51 326

Crdito 34 697

Saldo -16 629

Atravs da leitura do quadro podemos verificar que o valor das importaes (a dbito) superior ao valor das exportaes (a crdito) e, por conseguinte, a sada de capitais superior entrada de capitais. Quando isto acontece, dizemos que a Balana de Mercadorias apresenta um saldo negativo ou que deficitria. Pelo contrrio, se o valor das exportaes for superior ao valor das importaes, ento, a entrada de capitais superior sada de capitais. Neste caso, dizemos que a Balana de Mercadorias apresenta um saldo positivo ou que superavitria. Por ltimo, quando o valor das importaes iguala o das exportaes, ento a Balana de Mercadorias apresenta um saldo nulo, ou seja, verifica-se uma igualdade entre a sada e a entrada de capitais. Assim, dizemos que a Balana de Mercadorias est equilibrada.

Deficitria Importaes > Exportaes

Balana de
Mercadorias

Equilibrada Importaes = Exportaes

Superavitria Importaes < Exportaes

APLICAO 22 Faa uma pesquisa que lhe permita avaliar a evoluo da Balana de Mercadorias portuguesa em termos do PIB. A partir dos elementos que constam da Balana de Mercadorias possvel determinar alguns indicadores importantes do comrcio externo. Entre eles, destacamos os seguintes: - taxa de cobertura (das importaes pelas exportaes); - grau de abertura ao exterior; e - estrutura das importaes e das exportaes.

O que significa a taxa de cobertura?

Comecemos pela taxa de cobertura (das importaes pelas exportaes).


Taxa de cobertura um indicador de comrcio externo que nos mostra em que medida o valor das

importaes foi pago (coberto) pelo valor das exportaes, sendo, normalmente, expresso em termos percentuais.

Por exemplo, se a taxa de cobertura for igual a 75%, este valor significa que apenas 75% do valor das importaes foi pago (coberto) pelo valor das exportaes. Podemos estabelecer uma relao entre o saldo da Balana de Mercadorias e a taxa de cobertura. Assim

Balana de Mercadorias

Taxa de cobertura

Superavitria

> 100

Equilibrada

= 100

Deficitria

< 100

A anlise deste indicador complementa a informao traduzida pelo saldo da Balana de Mercadorias. Por um lado, os saldos de dois sectores podem ser iguais e corresponderem a taxas de cobertura muito diferentes; por outro, em termos evolutivos, um saldo negativo pode ter-se deteriorado num determinado perodo e, mesmo assim, a respetiva taxa de cobertura ter aumentado. Para ilustrar estas duas constataes, considerem-se os dois exemplos seguintes. Considerem-se os dados relativos a dois sectores de atividade de uma economia.
(unidades monetrias)

Exportaes Setor A 1600

Importaes 2000

Saldo da Balana de Mercadorias - 400

Taxa de cobertura 80 %

Setor B

3600

4000

- 400

90 %

Podemos verificar que, embora ambos os sectores apresentem um saldo da Balana de Mercadorias igual (- 400 u. m.), a taxa de cobertura diferente. Considerem-se os dados relativos a uma economia, em dois perodos diferentes:
(unidades monetrias)

Exportaes Perodo 1 Perodo 2 1500 2400

Importaes 2000 3000

Saldo da Balana de Mercadorias - 500 -6400

Taxa de cobertura 75 % 80 %

Podemos verificar que, embora o saldo da Balana de Mercadorias se tenha deteriorado no perodo 2 (passou de - 500 para - 600), a taxa de cobertura aumentou de 75% para 80%.

APLICAO 23 Copie para o seu caderno o quadro seguinte e complete com os valores em falta.
(valores em milhes de euros)

2008 Dbito (milhes de euros) Crdito (milhes de euros) Saldo (milhes de euros) Taxa de cobertura 73 449 57 066

2010 67 497 54 972 81,44%

2012 64 514 111


(Fonte: Ministrio da Economia e do Emprego)

APLICAO 24 1. Considere o Grfico seguinte

a) b)

A taxa de cobertura sempre superior quando no se considera os produtos energticos. Porqu. Como tem evoludo o Saldo da Balana Comercial? Justifique.

O que significa grau de abertura ao exterior


Vejamos agora como se determina e qual o significado de outro importante indi cador: o grau de abertura ao exterior. Grau de abertura ao exterior (GAE) um indicador que mede a importncia global dos fluxos de importaes e exportaes relativamente dimenso da economia (PIB) e normalmente expresso em termos percentuais.

Valores elevados deste indicador, expressos em percentagem do PIB, traduzem uma economia aberta ao exterior, interdependente de outras economias e com flui dez nas suas trocas comerciais. Por ltimo, resta-nos estudar o significado da estrutura das exportaes e das importaes. Este indicador pode assumir duas formas: - Estrutura sectorial das exportaes e das importaes; - Estrutura geogrfica das exportaes e das importaes.

O que significa a Estrutura sectorial? Comecemos por estudar o significado do indicador designado por Estrutura sectorial.
Estrutura sectorial um indicador que mede a importncia relativa (ou o peso) dos fluxos comerciais (exportaes ou importaes) de cada sector (o que poder ser lido tambm como subsectores, tipo de bens ou produtos) no total dos fluxos comerciais de todos os sectores.

Importa acrescentar que este indicador pode ser calculado a partir de dados expressos em valor ou em quantidade.

A partir da estrutura sectorial possvel tirar concluses quanto ao grau de desenvolvimento de um pas. Assim, no caso dos pases desenvolvidos, as exportaes respeitam a produtos de elevado valor acrescentado e as importaes a produtos de reduzido valor acrescentado. Com pases menos desenvolvidos, acontece precisamente o contrrio.

APLICAO 25

Considere o quadro da aplicao 23. Sabendo que o PIB dos anos em causa foi:
(valores em milhes de euros)

2008 171 983

2010 172 860

2012 165 409

Calcule o GAE e concluo sobre a sua evoluo.

O que significa a Estrutura Geogrfica?


Vejamos agora o significado do indicador designado por estrutura geogrfica.
Estrutura geogrfica um indicador que mede a importncia relativa (ou o peso) de cada pas (o que poder ser lido como continentes ou outros agrupamentos de pases) no total das trocas mundiais (com todos os pases).

Este indicador pode igualmente ser calculado a partir de dados expressos em valor ou em

quantidade.

APLICAO 27

Considera as tabelas seguintes

Exportaes Portuguesas de Mercadorias por destinos

(Janeiro a fevereiro de 2011 e 2012)

Faa um comentrio evoluo dos clientes portugueses.

O que registado na Balana de Servios? Na Balana de Servios so registados os fluxos financeiros relacionados com a prestao de servios entre pases, sendo um dos mais importantes servios, em especial no caso portugus, as receitas com a atividade turstica.

Para alm da rubrica "Viagens e turismo", esta balana comporta muitas outras: - transportes; - servios de comunicao; - servios de construo; - seguros; - servios financeiros; - servios de informao e informtica; - direitos de utilizao (patentes, direitos de autor, etc.); - outros servios fornecidos por empresas; - servios de natureza pessoal, cultural e recreativa; e - operaes governamentais. Decomposio das importaes de servios nas suas principais rbricas

Fonte: www.gpeari.min-financas.pt

Decomposio das exportaes de servios nas suas principais rbricas

Fonte: www.gpeari.min-financas.pt

semelhana da Balana de Mercadorias, o saldo da Balana de Servios pode ser: - deficitrio, se os dbitos forem maiores que os crditos; - equilibrado, se existir igualdade entre dbitos e crditos; e - superavitrio, se os crditos forem superiores aos dbitos. Dada a sua similaridade, muitas vezes efetuada a juno entre a Balana de Mercadorias e a Balana de Servios, resultando da a Balana de Bens e Servios.

APLICAO 27

O quadro seguinte apresenta informao relativa Balana de Bens e Servios em 2008, 2010 e 2012
(Valores em milhes de euros)

2008 Mercadorias (milhes de euros) Servios (milhes de euros) Balana de Bens e Servios a) b) - 22 985 6 602 - 16 383

2010 - 19 186 6 661 - 12 525

2012 - 8 582 8 693 111

Analise a evoluo da Balana de Bens e Servios. Atravs deste quadro, podemos afirmar que, para os perodos em anlise, os Servios tm contribudo positivamente para o saldo da Balana de Bens e Servios? Justifique.

Antes de estudarmos as restantes componentes da Balana Corrente, vamos debruar-nos sobre dois conceitos que assumem particular relevncia no mbito do comrcio internacional: os conceitos de divisas e taxa de cmbio.

O que so Divisas?

Quando adquirimos um bem no territrio nacional portugus, pagamos esse bem com uma moeda generalizadamente aceite no nosso pas: o euro. Provavelmente, no acontece o mesmo quando adquirimos um bem aos EUA. natural que, para importarmos um produto americano, nos seja exigido o paga mento em moeda americana, ou seja, dlares. Isto requer que o importador portugus tenha de trocar (cambiar) euros por dlares. De igual modo, se exportarmos, por exemplo, vinho do Porto para os EUA, provvel que o exportador portugus exija o pagamento em euros. Ento, o importa dor americano dever trocar (cambiar) dlares por euros. Assim, quando dois pases efetuam trocas de bens e servios, o respetivo pagamento requer a utilizao de uma moeda que seja aceite por ambas as partes.
Divisas so moedas que, tendo aceitao internacional, so utilizadas como meio de pagamento nas transaes internacionais, ou seja, no comrcio internacional.

O que a taxa de cmbio?


Mas, se o comrcio internacional envolve, assim, o uso de diferentes moedas, indispensvel que exista uma forma de proceder troca (cmbio) dessas moedas. Para tal, estabelece-se uma relao de troca entre uma moeda e as demais, que designamos por cmbio.
Taxa de cmbio

o montante de moeda estrangeira que pode ser comprado com unidade da

moeda do pas.

Por exemplo, se dissermos que a taxa de cmbio entre o euro e o dlar (/S) igual a 1,30 isto significa que com um euro podemos adquirir 1,30 dlares.

O que o mercado cambial?


Como vimos, o comrcio internacional pressupe a existncia de relaes de troca entre as moedas dos pases que nele participam. Essas relaes de troca (ou seja, as taxas de cmbio) no so imutveis, pois, tal como os outros preos, variam ao longo do tempo. no mercado cambial que so definidos os preos da maioria das moedas, atravs da procura e da oferta.
Mercado cambial

o mercado em que as moedas dos diferentes pases so transacionadas e no qual so definidos os seus preos, isto , onde so definidas as taxas de cmbio entre as diferentes moedas.

A variabilidade dos termos de troca est associada forma como feita a gesto das taxas de cmbio de uma moeda. Os sistemas de cmbios normalmente utilizados so: - o sistema de taxas de cmbio fixas e - o sistema de taxas de cmbio flutuantes.

O sistema de taxas de cmbio fixas aquele em que as autoridades monetrias de um pas fixam a taxa qual a sua moeda ser convertida noutras moedas. Neste sistema, as autoridades intervm no mercado cambial sempre que necessrio, de modo a garantir que a

paridade previamente definida se mantenha. O sistema de taxas de cmbio flutuantes (ou flexveis) aquele em que as taxas de cmbio so definidas atravs dos mecanismos de mercado, sem a interveno da autoridade monetria. Devemos, contudo, referir que, mesmo num sistema de cmbios flutuantes, as autoridades acabam sempre por intervir no sentido de evitar grandes oscilaes da sua moeda - o chamado sistema de taxas de cmbio controladas. No caso do euro, compete ao Banco Central Europeu (BCE) fixar a taxa de cmbio.

TEXTO DE APOIO 8 Do Padro-Ouro ao Sistema Bretton Woods


Historicamente, o mais importante sistema de taxas de cmbio fixas foi o padro-ouro, que vigorou de 1717 a 1993. Neste sistema, cada pas definia o valor da sua moeda em termos de uma quantidade fixa de ouro, sendo desse modo estabelecidas taxas de cmbio fixas entre os pases no padro-ouro. Em 1944, sob a liderana de John Maynard Keynes, os pases encontraram-se em Bretton Woods (New Hampshire), e celebraram um acordo que levou substituio do padro-ouro. O novo sistema, designado por sistema de Bretton Woods, procurava ultrapassar a demasiada inflexibilidade do padro-ouro e estabeleceu uma paridade para cada moeda em termos tanto do dlar dos EUA como do ouro. As outras moedas foram definidas em termos tanto do ouro como do dlar, e as taxas de cmbio entre as moedas foram estabelecidas de forma muito parecida do padro-ouro. A inovao revolucionria do Sistema de Bretton Woods foi o facto de as taxas de cmbio serem fixas mas ajustveis. Quando uma moeda se afastava demasiado do seu valor "fundamental", a paridade podia ser ajustada. A capacidade para ajustar as taxas de cmbio quando aconteciam desequilbrios importantes era a principal distino entre o sistema de Bretton Woods e o padro-ouro. Idealmente, as taxas de cmbio seriam concretizadas entre os pases de uma forma concertada. Ao criar um sistema fixo mas ajustvel, quem concebeu o sistema esperava ter o melhor de dois mundos. Podiam manter a estabilidade do padro-ouro, ou seja, um mundo em que as taxas de cmbio seriam previsveis de um ms para o outro, estimulando desse modo os fluxos de comrcio e de capital. Ao mesmo tempo, simulavam o ajustamento das taxas de cmbio flexveis, sob o qual as persistentes diferenas nos preos relativos entre os pases podiam ser ajustadas atravs das alteraes das taxas de cmbio.
Fonte: Samuelson & Northaus,8.' edio - McGraw Hill

O que significa a valorizao/desvalorizao da moeda?


A variabilidade das taxas de cmbio faz com que, ao longo do tempo, uma moeda aumente ou diminua de valor relativamente s demais. Em Economia, so utilizados diferentes termos para traduzir estas oscilaes de valor de uma moeda.

Relao entre as duas moedas.

Desvalorizao ocorre quando a taxa de cmbio da moeda de um pas diminui em valor relativamente s de outros pases. Valorizao ocorre quando a taxa de cmbio da moeda de um pas aumenta em valor relativamente s de outros pases. A desvalorizao da moeda de um pas significa que com a mesma quantidade de moeda desse pas passa a ser possvel adquirir uma quantidade menor de outras moedas. Por sua vez, uma valorizao tem obviamente o efeito contrrio. Importa acrescentar ainda que a desvalorizao/valorizao da moeda de um pais face s demais tem consequncias no saldo da Balana de Mercadorias. Como exemplo, considere-se a taxa de cmbio do euro () em relao ao dlar americano ($) em dois perodos diferentes.

Perodo I Desvalorizao do euro face ao dlar (Valorizao do dlar face ao euro) Desvalorizao do euro face ao dlar (Desvalorizao do dlar face ao euro) 1,40

Perodo II 1,30

1,50

Uma desvalorizao do euro face ao dlar significa que, com a mesma quantidade de euros, seja possvel adquirir uma quantidade menor de dlares. Assim: - no perodo I, com 1,00 era possvel adquirir $ 1,40; - no perodo II, com 1,00 j s possvel adquirir $ 1,30. Ento: - aumentam os preos das mercadorias adquiridas aos EUA e, consequentemente, diminui o volume de compras a este pas; e - diminuem os preos das mercadorias vendidas aos EUA e, consequentemente, aumenta o volume de vendas aos EUA. Uma valorizao do euro face ao dlar significa que com a mesma quantidade de euros passa a ser possvel adquirir uma quantidade maior de dlares. Assim: - no perodo I, era possvel com 1,00 adquirir $ 1,40; - no perodo II, com 1,00 podemos agora adquirir uma quantidade maior de dlares, ou seja, $ 1,50. Ento: - diminuem os preos das mercadorias adquiridas aos EUA e, consequentemente, aumenta o volume de compras a este pas; e - aumentam os preos das mercadorias vendidas aos EUA e, consequentemente, diminui o volume de vendas aos EUA.

Atravs do quadro seguinte, resumimos o que acaba de ser dito. Impacto no saldo da Balana de Mercadorias POSITIVO NEGATIVO

Exportaes Desvalorizao Valorizao Aumento Diminuio

Importaes Diminuio Aumento

O que a Balana de Rendimentos?


Na Balana Rendimentos so registados os movimentos de capitais relacionados com os pagamentos e recebimentos de juros resultantes de emprstimos concedidos e obtidos e de lucros (dividendos) resultantes de capitais investidos.

Esta balana inclui as seguintes rubricas: - Rendimentos de trabalho - Rendimentos de investimento - Rendimentos de investimento direto - De aes e outras participaes - De emprstimos e ttulos de dvida - Rendimentos de investimento de carteira - De aes e outras participaes - De ttulos de dvida - Rendimentos de outro investimento

(Valores em milhes de euros, 2006)

Dbito Rendimentos Rendimentos de trabalho Rendimentos de investimento Rendimentos de investimento direto De aes e outras participaes De emprstimos e ttulos da dvida Rendimentos de investimento de carteira De aes e outras participaes De ttulos da dvida Rendimentos de outro investimento 7 361

Crdito 13 783

Saldo -6 422 -97 -6 325 -1 539 -1 469 -70 -2 586 -348 -2 238 -2 200

Fonte: www.bancodeportugal.pt

O que a Balana de Transferncias Correntes?


Na Balana de Transferncias Correntes so registadas as entradas e sadas de valores sem contrapartidas reais associadas, tais como: - os subsdios comunitrios recebidos; - as doaes obtidas e concedidas; - as remessas dos emigrantes e dos imigrantes.

As transferncias podem classificar-se como pblicas e privadas. As transferncias pblicas envolvem a participao do Estado portugus. Por sua vez, as transferncias privadas, embora no envolvendo a participao do Estado portugus, podem ser provenientes de um Estado ou organizao estatal estrangeira.
(Valores em milhes de euros,2012)

Transferncias Correntes Transferncias Pblicas Transferncias Privadas

Dbito 4 393

Crdito 8 148

Saldo 3 755 954 2 801


Fonte:www.bancodeportugal.pt

Com se calcula o saldo da Balana Corrente? Agora que analismos as diferentes componentes da Balana Corrente, estamos aptos a calcular o seu saldo. O saldo da Balana Corrente obtido atravs da soma algbrica dos saldos das balanas de mercadorias, de servios, de rendimentos e de transferncias correntes. Analisemos a evoluo da Balana Corrente nos anos em causa (em % do PIB)
(Valores em milhes de euros,2012)

Balana Corrente Mercadorias Servios, dos quais: Viagens e Turismo Rendimento Transferncias Correntes, das quais: Remessas de emigrantes/imigrantes

2010 -18 269 -19 186 6 661 4 648 -7 939 2 195 1 859

2011 -11 983 -14 205 7 697 5 172 -8 464 2 990 1 845

2012 -2 557 -8 582 8 693 5 660 -6 422 3 755 2 224


Fonte:www.bancodeportugal.pt

Verifica-se urna ligeira melhoria na Balana de Mercadorias (-19 186; -8 582), a qual pode ser devida a um aumento nas exportaes ou a um decrscimo nas importaes. A Balana de Rendimentos tornou-se menos deficitria (-7 939; -6 422) em 2012. A Balana Corrente pode-se ento calcular: Balana Corrente = - 8 582 + 8 693 - 6 422 + 3 755 = - 2 557

NOO E FORMAS DE INTEGRAO ECONMICA


Desde a Segunda Grande Guerra que assistimos mundializao dos problemas econmicos devido a uma interdependncia econmica crescente dos diversos pases e tambm a uma crescente complexificao das suas relaes. O ritmo das transaes internacionais aumentou muito mais do que o produto nacional dos pases que nelas intervieram. Esta situao originou novos cenrios: formao de blocos econmicos antagnicos, concorrentes ou interdependentes, nova distribuio monetria internacional, nova repartio de poder de negociao e, consequentemente, a necessidade de se imaginarem solues e instrumentos novos para a resoluo dos problemas atuais.

O que a integrao econmica? Antes de nos debruarmos sobre o conceito de integrao econmica, vamos esclarecer o conceito de integrao procurando o seu significado: encontramos, entre outros, os seguintes: "ato ou efeito de integrar"; "integrar-se"; "incluso de novos elementos a um sistema"; "processo pelo qual um indivduo ou um grupo se incorpora e adapta a uma sociedade ou cultura".
Integrao econmica o processo de incorporao de economias independentes em regies econmicas onde existe uma eliminao de constrangimentos troca entre os intervenientes e um clima que favorece a cooperao entre as economias participantes a vrios nveis.

O processo de integrao econmica entre territrios foi definido e teorizado, em 1960, por Bla Balass, um economista hngaro, segundo o qual a integrao econmica favorece a diminuio de barreiras comerciais entre os participantes. Concluiu tambm que existe uma tendncia natural para as unies econmicas (via unies monetrias) evolurem para unies polticas. Hoje em dia, a integrao econmica mais profunda e sedimentada a da Unio Europeia e a sua zona do euro.

Figura.. Mapa da Unio Europeia


Constituio atual da Unio Europeia:
Estados-membros: Alemanha, ustria, Blgica, Chipre, Dinamarca, Eslovquia, Eslovnia, Espanha, Estnia, Finlndia, Frana, Grcia, Hungria, Irlanda, Itlia, Letnia, Litunia, Luxemburgo, Malta, Pases Baixos, Polnia, Portugal, Reino Unido, Repblica Checa e Sucia. Novos Estados-membros: Bulgria e Romnia Pases Candidatos Crocia, Antiga Repblica Jugoslava da Macednia e Turquia

Um dos principais acontecimentos na Unio Europeia ao longo de cerca de 50 anos de existncia ocorreu em 1 de Janeiro de 1999, quando o Euro () passou a ser a moeda da Unio Econmica e Monetria (UEM), adotada por 12 dos 15 Estados-membros que na altura faziam parte da Unio Europeia. Um desses pases foi precisamente Portugal. Atualmente, participam na moeda nica 15 dos 27 Estados-Membros da Unio Europeia: Blgica, Alemanha, Irlanda, Grcia, Espanha, Frana, Itlia, Luxemburgo, Pases Baixos, ustria, Portugal, Eslovnia, Finlndia, Malta e Chipre. Estes 15 pases formam assim a Zona Euro, tambm chamada "Eurolndia". Iremos agora explicar todas as etapas por que passou a Europa at chegar Unio Europeia (UE). Comearemos por referir quais as formas possveis para a integrao

econmica.

Figura. Zona Euro

Que formas pode assumir a integrao?


A integrao econmica pode assumir as seguintes formas: sistema de preferncias aduaneiras, zona de comrcio livre, unio aduaneira, mercado comum, unio econmica, bloco econmico de integrao regional.

Sistema de preferncias aduaneiras um tipo de integrao muito simples, utilizado nomeadamente pelos pases da Commonwealth e que visa o estimular de vantagens aduaneiras mtuas aos intervenientes. Zona de comrcio livre Consiste na livre circulao de mercadorias entre pases pertencentes a essa organizao, sendo as suas caractersticas a livre circulao apenas dos produtos originrios dos pases pertencentes zona de comrcio livre, pelo que necessrio apresentar o certificado de origem do

produto. Refere-se apenas a um (ou alguns) tipo(s) de produto(s) e no a todos os produtos. Cada pas mantm a sua pauta aduaneira e o seu regime de comrcio com outros pases. Um exemplo deste tipo de integrao o constitudo pela EFTA (European Free Trade Association), de que Portugal fez parte desde a sua fundao, em 1960, at 1986, data em que aderiu CEE (Comunidade Econmica Europeia). APLICAO 59
1. 2. Investigue quais so os pases que integram a Commonwealth. Identifique a atual composio da EFTA.

Unio aduaneira Comporta a livre circulao de todos os produtos que se encontrem no territrio dos membros, ou seja, a livre circulao das mercadorias em geral - originrias dos Estados membros ou legalmente importadas de terceiros pases e colocadas em livre prtica em qualquer deles. Eliminam-se todos os direitos aduaneiros das trocas comerciais e, ao contrrio da zona de comrcio livre, aplicada uma pauta adua neira comum. A Unio Europeia (UE) comeou por ser uma unio aduaneira. Mercado comum Acrescenta noo de unio aduaneira uma livre circulao que se estende a todos os fatores de produo (terra, capital e trabalho). Mas, alm desta livre circulao, a ideia de mercado comum pressupe uma coordenao/harmonizao das diversas polticas nacionais, o que implica desde logo a adoo de polticas comuns aos diversos Estados-membros. A circulao de capital, trabalho, bens e servios entre os membros deve ser to livre como dentro do territrio de cada um dos membros. Um bom exemplo de mercado comum a Unio Europeia (um mercado sem fronteiras internas). Unio econmica Aps a constituio de um mercado comum, os pasesmembros podem procurar adotar polticas econmicas e sociais comuns. Procura-se ento harmonizar ou uniformizar as diversas legislaes nacionais segundo o sistema comunitrio, as quais devem estar sob o controlo de uma autoridade comum, pelo que as polticas nacionais acabam por ser substitudas por polticas comuns a todos os Estados. Analisando o exemplo da Unio Europeia, esta, aps se ter tornado uma unio econmica, viu-se perante a necessidade de uma zona de estabilidade monetria, dotada de uma moeda nica (Zona Euro), o que veio a concretizar-se a 1 de Janeiro de 1999, com a criao da Unio Monetria. Como os pases aderentes se caracterizam por se encontrarem em diferentes est dios de desenvolvimento econmico, alguns optaram por no aderir logo a esta Unio.

As unies econmicas tendem a tornar-se tambm unies polticas atravs de polticas comuns que substituem as polticas nacionais em sectores-chave da atividade econmico-social dos Estados-membros. A intensificao do comrcio externo resulta da mundializao da economia e do crescimento dos blocos regionais. Vejamos alguns exemplos de formas de inte grao econmica em diferentes reas geogrficas:

Blocos Econmicos de Integrao Regional


Nome NAFTA - North American Free Trade Agreement Tratado Norte-Americano de livre comrcio Comunidade Andina (Andean ou Pacto Andino) Mercado Comum do Sul (Common Market of the South Mercosul) Comunidade do Caribe - Caribbean Community and Common Market (CARICOM) Pases envolvidos Canad, EUA e Mxico

Colmbia, Equador, Peru e Bolvia Brasil, Argentina, Venezuela, Uruguai e Paraguai

Antigua e Barbuda, as Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Jamaica, Haiti, So Cristvo e Nvis, Santa Lcia, So Vicente e Granadinas, Suriname e Trinidade e Tobago Arglia, Lbia, Marrocos, Mauritnia e Tunsia Costa Rica, Guatemala, Honduras, Nicargua e El Salvador Estende-se da ponta norte do Alasca ponta sul da Terra do Fogo na Amrica do Sul Armnia, Azerbaijo, Bielorrssia,Gergia,Casaquisto, Quirguisto, Moldvia, Rssia,Tajiquisto, Ucrnia e Uzbequisto Tailndia , Filipinas, Malsia, Singapura, Indonsia, Brunei,Vietname, Mianmar, Laos e Camboja Austrlia, Brunei, Canad, Chile, China, Hong-Kong, Indonsia, Japo, Coreia do Sul, Malsia, Mxico, Nova Zelndia, Papua-Nova Guin, Peru, Filipinas, Rssia, Singapura,Taiwan,Tailndia, Estados Unidos da Amrica e Vietname Angola, Arglia, Lbia, Nigria,Venezuela, Equador, Indonsia, Arbia Saudita, Emiratos rabes Unidos, Iro, Iraque, Kuwait e Qatar Oman, Emiratos rabes Unidos, Qatar, Bahrain, Kuwait, Arbia Saudita Benin, Burkina Faso, Cabo Verde, Gmbia, Gana, Guin, Guin-Bissau, Costa do Marfim, Libria, Mali, Nger, Nigria, Senegal, Serra Leoa e Togo Alemanha, ustria, Blgica, Chipre, Dinamarca,

Unio do Magrebe rabe (UMA) Mercado Comum Centro-Americano

Free Trade Area of Americas

Comunidade dos Estados Independentes

Association of Southeast Asian Nations (ASEAN)

Asia Pacific Economic Cooperation (APEC)

Organizao dos Pases Produtores de Petrleo (OPEP)

Gulf Cooperation Council (GCC)

Economic Community of West African States (ECOWAS)

Unio Europeia (UE)

Eslovquia, Eslovnia, Espanha, Estnia, Finlndia, Frana, Grcia, Hungria, Irlanda, Itlia, Letnia, Litunia, Luxemburgo, Malta, Pases Baixos, Polnia, Portugal, Reino Unido, Repblica Checa, Sucia, Bulgria e Romnia

A figura seguinte pretende representar apenas alguns dos principais blocos econmicos de integrao regional.

Figura

Distribuio geogrfica de alguns dos principais blocos de integrao regional.

Como podemos ver, impera a integrao entre os pases. A ttulo exemplificativo, referir-nos-emos apenas ao Mercosul devido sua importncia na Amrica Latina. O Mercosul composto por Argentina, Venezuela, Uruguai, Paraguai e Brasil. O Brasil apelidado como um pas emergente (juntamente com a China e ndia) pois tem verificado um crescimento econmico muito grande. Assim sendo, de todo o interesse que nos centremos um pouco neste mercado. O Mercosul um mercado importante que, embora tenha sido criado apenas em 1991, regista negociaes anteriores (dcada de 80). Em 1995 foi instalada a zona de livre comrcio entre os pases membros. A partir de ento, cerca de 90% das mercadorias produzidas pelos pases membros podem ser comercializadas sem tarifas comerciais. Existem, no entanto, alguns produtos estrategicamente fora deste mbito aguardando legislao especfica. Em 1999 estabeleceu-se um plano de uniformizao de taxas de juro, ndice de deficit e taxas de inflao e existem planos para futuramente ser adoptada uma moeda nica semelhana do que aconteceu no mercado europeu.

Este apenas um exemplo de integrao entre pases. Vejamos agora como se processou a integrao na Europa.

O PROCESSO DE INTEGRAO NA EUROPA


Leia o seguinte texto:

As etapas da integrao econmica


Carla Folga

Licenciada em Relaes Internacionais pela UAL; assistente de investigao no Observatrio de Relaes Exteriores
Se a ideia europeia antiga, a construo da Europa como um processo racional uma dinmica recente que sai do ps-Segunda Guerra Mundial. Em 1945, saiu-se de uma gu err a " a qu e nt e " p ar a s e 7 en tr ar n um a guerra "a frio". A Europa era 2 atravessada pela clivagem que separava os dois blocos. Esta realidade acabou por, de alguma forma, conduzir ao processo de integrao europeu. A ideia de que existia uma 7 3 ameaa comum segurana dos diferentes pases levou a que se concebessem formas de aproximao. Paralelamente, ao nvel europeu, necessrio o estabelecimento de mecanismos que permitam a existncia de uma paz, se no perptua, pelo menos duradoura. de extrema importncia encontrar solues que permitam a eliminao de ressentimentos de tal forma profundos que dividem os povos intervenientes nestes conflitos. Ou seja, encontrar mecanismos que permitam a formao de "solidariedades de facto". Acresce que, em 1945, a Europa no pode aspirar a continuar a desempenhar o papel mundial que protagonizou no passado. Os pases europeus esto fisicamente destrudos e brutalmente endividados. Uma rpida reconstruo das economias devastadas e um retorno competitividade econmica motiva a aproximao entre os pases europeus. Os decisores polticos da poca tm presentes todos estes fatores que favorecem tendencialmente a existncia de formas de cooperao entre os vrios Estados da Europa. A questo que se coloca a de saber que formas de integrao. Entre 45 e 57 (Tratado de Roma) verifica-se um perodo de indefinio durante o qual uma srie de projetos de formas de integrao so testados.
O modelo seguido pela Europa Ocidental

A histria da integrao europeia em boa parte o relato da vitria de um modelo preciso de integrao sobre todos os restantes. O modelo vencedor foi o de matriz comunitria, nascida a partir da Comunidade Euro peia do Carvo e do Ao (CECA). Ao colocar-se o conjunto da produo franco-alemo do carvo e do ao sob o controlo de uma alta autoridade comum aos seis pases fundadores, visa-se substituir as rivalidades seculares por uma fuso dos seus interesses essenciais. A instituio de uma comunidade econmica seria o primeiro passo de uma comunidade mais vasta e mais profunda entre os povos separados desde h tempos longnquos por guerras sanguinrias, que deveria lanar as bases de instituies capazes de orientar um destino doravante partilhado. Assim, criada em Paris, a CECA constitui o primeiro passo para a integrao europeia. Um outro acontecimento decisivo para a vitria do modelo comunitrio o fracasso da Comunidade Europeia de Defesa (CED). Este novo projeto de integrao europeia, que surge devido necessidade de um rearmamento ocidental e especialmente um rearmamento alemo,

provocada pela Guerra da Coreia, e que os franceses no aceitam a no ser num quadro europeu, viria a perecer quando, a 29 de Agosto de 1954, a Assembleia Nacional francesa rejeita o Tratado da CED. Este projeto esbarrou nos preconceitos dos ex-adversrios de guerra. De certa forma, o projeto era uma acelerao da histria, fazendo "tbua rasa" dos sentimentos dos europeus em relao aos alemes, tentando, poucos anos depois da guerra, reunir antigos adversrios num projeto de defesa comum. Passada a emoo provocada pelo grave revs que constitura a rejeio da CED, pretende-se relanar a construo europeia, desta feita novamente atravs do domnio econmico, uma vez que o projeto militar e poltico havia falhado. Pretende-se assim "prosseguir com o estabelecimento de uma Europa unida atravs do, desenvolvimento de instituies comuns, da fuso progressiva das economias nacionais, da criao de um mercado comum e da harmonizao progressiva das polticas sociais". Dez anos depois do fim da guerra, a Europa Ocidental est coberta por uma rede complexa de organizaes, da mais pequena, a CECA, a seis, comunidade econmica, setorial e supranacional, s mais vastas, como a OECE, a dezassete, e o Conselho da Europa, a quinze, ou a UEO, de carter intergovernamental a primeira, de natureza supranacional e funcionando no domnio econmico, que vai prosseguir e inspirar a arquitetura das duas novas comunidades: a Comunidade Europeia da Energia Atmica (CEEA) e a Comunidade Econmica Europeia (CEE), esta ltima motor do desenvolvimento da integrao europeia. deste modelo que nasce o embrio do que hoje a Unio Europeia. O modelo que corporizado pela Comunidade Econmica Europeia aquele que capaz de dar resposta s preocupaes da poca. O modelo comunitrio seguido pela CEE aposta na economia, via Mercado Comum, ou seja, aposta no desenvolvimento da interdependncia econmica. na pluralidade dos agentes econmicos que se vo encontrar os verdadeiros motores da integrao atravs do efeito de contgio, assim como atravs da institucionalizao das relaes entre os pases. A integrao econmica foi a forma que os decisores da poca perceberam como mais fcil para fazer avanar um projeto que se adivinhava poltico. As fases da integrao econmica Mercado comum A Comunidade Econmica Europeia tinha como objetivo primordial a criao de um mercado comum, ou seja, a liberdade de circulao de bens, de servios, de pessoas e de capitais no espao europeu. A sua concretizao inicia-se a 1 de Janeiro de 1959, data em que so introduzidas as primeiras medidas de liberalizao das trocas, e, nomeadamente, uma primeira reduo de 10% dos direitos aduaneiros no interior do mercado comum. O sucesso nesta rea tal que a unio aduaneira efectivar-se-ia a 1 de Julho de 1968, dezoito meses mais cedo do que o prazo inicialmente previsto. Os primeiros anos de vida das Comunidades Europeias so anos de grande sucesso, uma vez que a vontade poltica est associada a uma poca de expanso econmica. Esta conjuntura veio a modificar-se no incio dos anos 70 do sculo XX pela ao conjugada de dois fenmenos: crise energtica (os choques petrolferos) e crise monetria (fim do sistema de Bretton Woods). Da que o panorama se tenha alterado: os anos 70 so anos de europessimismo, so anos de protecionismo. No podendo recorrer aos direitos aduaneiros, as administraes nacionais recorrem a artefactos de natureza fiscal, sanitria, securitria, de modo a criar novas protees, que se denominaram de Medidas de Efeito Equivalente a Obstculos Pautais. Mercado interno

Na segunda metade da dcada de 80 do sculo XX, como forma de superar a estagnao que se vivia, so retomados os objetivos do mercado comum de uma forma mais completa e com mtodos de realizao mais eficazes, sob a designao de "mercado interno". Formulado principalmente no famoso Livro Branco da Comisso, de Maro de 1985, e inscrito no Tratado pelo Ato nico Europeu de 1987, o conceito de mercado interno consiste na criao "de um espao sem fronteiras internas no qual a livre circulao de mercadorias, de pessoas, de servios e de capitais assegurada". Estas aes so acompanhadas de uma modificao do dispositivo legislativo comunitrio destinado a favorecer a adoo das medidas necessrias sua realizao (alargamento das decises por maioria no seio do Conselho Europeu). A realizao do mercado interno est sujeita a um prazo (31 de Dezembro de 1992) que no essencial foi cumprido. Mais de 90% dos projetos legislativos enumerados no Livro Branco de 1985 foram adotados, ainda que alguns dossis importantes continuem em suspenso.
Moeda nica

O culminar do mercado comum idealizado aquando do Tratado de Roma a criao de uma unio econmica e monetria, ou seja, a existncia de um espao que, embora constitudo por vrios pases, se assemelha forma como funciona um espao econmico nacional. A unio monetria visa, assim, completar a criao do mercado interno ao eliminar a incerteza e os custos de transao inerentes s operaes de cmbio, assim como os encargos de cobertura de risco de flutuaes monetrias, e ao assegurar a comparabilidade total dos custos e dos preos em toda a Unio. O Tratado de Maastricht acolhe a UEM, que estava prevista em trs fases: a primeira, entre Julho de 1990 e Dezembro de 1993, tinha como objetivos a concluso da construo do mercado interno e o reforo da coordenao econmica; a segunda, que teve incio a 1 de Janeiro de 1994, consistia na criao do Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC), assim como na transferncia progressiva do poder de deciso da poltica monetria para instituies supranacionais; e, por ltimo, a terceira, que se iniciou a 1 de Janeiro de 1999, visou fixar irrevogavelmente as paridades das moedas nacionais e as suas taxas de converso em euros e deve estar concluda a 1 de Julho de 2002, data em que as notas e moedas em euros passam a circular.

Analisemos agora cada etapa da integrao.

O que a Comunidade Europeia do Carvo e do Ao (CECA)?


No final da Segunda Grande Guerra, havia a necessidade de reconstruir uma Europa em grande parte destruda, tanto ao nvel fsico como ao nvel econmico. Era preciso criar laos de comrcio que possibilitassem a aproximao entre as naes, principalmente entre a Alemanha e a Frana. Cinco anos aps o final da Segunda Guerra Mundial, Robert Schuman, um poltico considerado um visionrio, defendia que a unidade europeia voltaria a ser atin gida a longo prazo, atravs de um processo de solidariedade e de apro ximao entre os pases. O seu plano consistia em estabelecer uma forma de coordenao a nvel internacional da produo e comercializao do ao. A CECA foi criada no dia 18 de Abril de 1951, pela antiga Repblica Federal da Alemanha, Blgica, Frana, Itlia, Luxemburgo e Holanda. O objetivo da criao desta comunidade era coordenar a produo do carvo e do ao ao nvel suprarregional O acordo regulamentava a cooperao entre os seus membros, obrigando-os, nomeadamente, a garantir um mercado livre de taxas para exportao e importao de ao e carvo e a no prejudicar o livre comrcio. Para alm do significado histrico contido nesta criao, pois reunia vencedores e vencidos de uma Grande Guerra, tratava-se de algo revolucionrio - passaria a existir uma administrao conjunta de dois bens cuja disputa tinha j causado vrias guerras. O Tratado CECA o mais antigo dos trs tratados que fundam o processo de construo europeia. Atingiu o seu termo de vigncia em 23 de Julho de 2002, uma vez que havia sido assinado apenas por 50 anos. Este acordo foi basilar para o desenvolvimento da Comunidade Econmica Europeia e, mais tarde, a Unio Europeia.

O que a Comunidade Euro peia de Energia Atmica (Euratom)?


A Euratom, ou Comunidade Europeia da Energia Atmica, foi criada no Tratado de Roma. O objetivo do Tratado Euratom consistia em coordenar os progra mas de investigao previstos ou j lanados pelos Estados-membros com vista utilizao pacfica da energia nuclear. O Tratado que instituiu a Comunidade Europeia de Energia Atmica (Euratom) foi assinado em Roma, em 25 de Maro de 1957, e entrou em vigor em 1 de Janeiro de 1958, ao mesmo tempo que o Tratado CEE, o que levou a que estes dois tratados passassem a ser conjuntamente designados por Tratados de Roma. A Comunidade Europeia de Energia Atmica (Euratom) foi criada com o objetivo de proporcionar as condies de desenvolvimento de uma capacidade industrial nuclear, a fim de. aumentar a produo energtica europeia a partir da utilizao pacfica da energia nuclear. Preconizava-se a livre circulao das matrias fsseis, dos equipamentos tcnicos e da mo-de-obra e o desenvolvimento comum da investigao.

Vejamos os marcos histricos ocorridos na evoluo da fuso nuclear na UE:

O que a Comunidade Econmica Europeia (CEE)?


A CECA foi considerada um sucesso, o que levou a que os seis pases participantes assinassem, ainda no mesmo ano, os Tratados de Roma. Estes instituem dois novos organismos internacionais: a Comunidade Econmica Europeia, tendo em vista a constituio de uma unio aduaneira, e a Comunidade Europeia de Energia Atmica (ou Euratom), para cooperar em reas fora do mbito da CECA. O Tratado de Roma, que institui a CEE, foi assinado em Roma, a 25 de Maro de 1957, e entrou em vigor em 1 de Janeiro de 1958. Junta a Frana, a Alemanha, a Itlia e os pases do Benelux3 numa comunidade que tem por objetivo a integrao atravs das trocas comerciais, tendo em vista a expanso econmica. Aps o Tratado de Maastricht, a CEE passa a constituir a Comunidade Europeia (CE), exprimindo a vontade dos Estados membros de alargar as competncias comunitrias a domnios no econmicos.

O artigo 2. do Tratado da CEE ou Tratado de Roma refere que: "A Comunidade tem como misso, atravs da criao de um mercado comum e da aproximao progressiva das polticas dos Estados-membros, promover, em toda a Comunidade, um desenvolvimento harmonioso das atividades econmicas, uma expanso contnua e equilibrada, uma maior estabilidade, um rpido aumento do nvel de vida e relaes mais estreitas entre os Estados que a integram."
Fonte: www.europa.eu

Assim sendo, os Estados-membros acordaram um conjunto de disposies que regulavam a transferncia de algumas competncias da esfera nacional para a esfera comunitria e permitiam a adoo de legislao comunitria diretamente aplicvel nos mesmos. Surgiram, assim, a poltica agrcola comum, a poltica de concorrncia e a poltica de transportes.

Blgica, Holanda e Luxemburgo.

APLICAO 60 Leia atentamente o seguinte artigo de opinio:

Portugal na CEE
Carta de Boston Homenagem ao grupo musical GNR Por Duarte Barrat (2007-08-05)

Portugal entrou em 1986 para a CEE como um pas longe dos padres de desenvolvimento dos restantes parceiros europeus. ocidentais. Passados 20 anos, o Instituto Nacional de Estatstica (INE) publicou um estudo comparativo da evoluo de indicadores de desenvolvimento social e econmico 4 que serve para reflectirmos no muito que foi feito e no muito que ainda h a fazer. A taxa de mortalidade infantil, por exemplo, registou um decrscimo acentuado, passando de 16%0 para apenas 3,5%0, o que inferior mdia europeia. No campo das infra-estruturas, passmos a ter uma densidade de auto-estradas superior mdia europeia e o tempo de viagem entre as principais cidades, em alguns casos, diminuiu para metade. No campo da cincia e tecnologia (C&T), dois indicadores encorajadores mostram que o nmero de publicaes cientficas e o de diplomados em C&T tem vindo a crescer, aproximando-se este ltimo j da mdia europeia. No entanto, subsistem dados preocupantes, como o nmero de patentes registadas ser inferior a dez patentes por milho de habitantes, quando a mdia europeia superior a 100, e continuarmos a investir neste sector muito menos do que os nossos parceiros europeus. Assim, em 2005, investimos apenas 0,81% do PIB em Investigao e Desenvolvimento (I&D), comparado com cerca de 1,8% da mdia europeia e muito longe do objetivo de 3% do PIB fixado na Estratgia de Lisboa. de registar que o investimento em 2005 foi o mesmo que em 2001 e que com um caminho to longo a percorrer no nos podemos dar ao luxo de perder tempo na recuperao.

Mas se muitos indicadores indicam uma convergncia real com a UE, os relativos educao revelam um enorme fosso que deveria deixar os portugueses preocupados. chocante ver que apenas 26,5% da populao entre os 25 e os 64 anos possui o ensino secundrio completo, contra quase 70% da mdia europeia! E a convergncia no tem sido acentuada, j que em 1994 tnhamos um valor de 20,9%. Sucessivos governos tm alertado para este facto, mas nem por isso a situao se tem alterado. Nos ltimos 20 anos, praticamente todos os governos propuseram ou tentaram refor mas educativas e tivemos mesmo um governo cuja prioridade principal era esta. Como refere o prprio relatrio, esta situao "constitui um constrangimento ao desenvolvimento em Portugal". por isso urgente alter-la, embora seja provvel que o problema nem sequer esteja no investimento, j que o investimento pblico neste sector superior mdia europeia (5,6% do PIB, contra 5,2% na UE), mas seja um problema estrutural profundo que vai requerer mudanas, certamente incmodas para muitos. Penso que s estabelecendo a educao como a prioridade nacional, com que todos os partidos se comprometam para o futuro e volta da qual todos os portugueses se envolvam, poderemos aproximarnos dos padres europeus. S assim nos tornaremos num pas competitivo no contexto global e verdadeiramente desenvolvido, em que a rede de autoestradas apenas mais um indicador de desenvolvimento e no um dos principais.
Fonte. www.cienciahoje.pt Portugal 20 Anos de Integrao Europeia, Instituto Nacional de Estatstica, I.P., Parlamento Europeu: Gabinete em Portugal, Representao da Comisso Europeia em Portugal

a) Retire dados do texto que lhe permitam elaborar um quadro-sntese dos pontos em que Portugal se encontra melhor e pior do que os parceiros comunitrios. b) Recolha notcias nos meios de comunicao social que evidenciem o fosso existente entre Portugal e a
4

Europa no que toca educao. O que conclui? Porque importante que Portugal se aproxime dos seus parceiros europeus? Porque to importante a educao? Juntamente com a sua turma e com a ajuda do professor, construa um artigo sobre o tema e proponha public-lo no jornal da sua escola.

Os objetivos da CEE foram: criao de uma unio aduaneira; criao de um mercado comum baseado nas quatro liberdades de circulao (de mercadorias, de pessoas, de capitais e de servios) e na aproximao gradual das polticas econmicas nacionais. As consequncias da unio aduaneira nos pases-membros foram: multiplicao dos investimentos; aumento das trocas comerciais; acesso, por parte dos consumidores, a uma diversidade de produtos a preos mais baixos. Desde 1957 at 1986 a Europa foi-se unindo sob o signo do progresso econmico-social, num cenrio de paz e novos Estados-membros foram acreditando nesta nova forma de relacionamento internacional.
Quadro-resumo dos alargamentos da Comunidade Europeia

Aps a etapa de construo de uma unio ad uaneira, foram-se criando condies para a existncia de um mercado nico europeu. O que o Merca nico Europeu? Como a unio aduaneira apenas eliminou os direitos aduaneiros no espao comunitrio, mantinham-se alguns constrangimentos livre circulao de mercadorias que foravam as empresas transportadoras a formalidades aduaneiras causadoras de longas demoras nas fronteiras. Na realidade, tambm a circulao de pessoas estava sujeita a controlos aduaneiros, o que fazia com que o mercado nicoeuropeu no funcionasse na sua plenitude. Assim sendo, mostrou-se necessrio fazer uma alterao ao Tratado CEE.

Foi em 1987 que o Ato nico Europeu entrou em vigor, com o objetivo de permitir a realizao mercado interno europeu (espao de livre circulao de pessoas, capitais, mercadorias e servios) at 31 de Dezembro de 1992. Criou-se ainda uma nova competncia comunitria na rea da coeso econmica e social, assim como novos meios de ao na poltica social, de investigao e desenvolvimento tecnolgico e do ambiente. Procedeu-se ao incio da uniformizao da legislao entre os Estados-membros, nomeadamente no que toca legislao fiscal e tributria e legislao do trabalho. Pode-se dizer que, no incio de 1993, a maior parte da legislao estava perfeita mente harmonizada e o mercado nico era uma realidade. APLICAO 61

1. Leia o seguinte texto:


"O leitor no tem de ser muito idoso para se recordar da poca em que andar pela Europa era uma dor de cabea. Ainda no h muito tempo... as mercadorias de valor superior a 600 euros ficavam imediatamente retidas numa teia de papelada, burocracia e direitos e encargos de importao. S por si, o sistema fiscal requeria cerca de 60 milhes de documentos de desalfandegamento por ano - um encargo enorme para as empresas, que tinham de repercutir estes custos nos clientes. (...) Desde 1 de Janeiro de 1993 que dispomos de um mercado nico sem fronteiras na Europa. (...) Foi extinta a maior parte das barreiras - fsicas, processuais, burocrticas e comerciais - que tendiam a rodear pessoas, bens e capitais de muros proteccionistas nacionais. Agora que essas barreiras foram desmanteladas, as oportunidades, experincias e horizontes dos cidados foram alargados." Fonte: www.ec.europa.eu (texto adaptado)

a) b)

O texto refere-se a uma vantagem da existncia do mercado nico. Refira-a. Investigue outras vantagens originadas pelo mercado nico e elabore um quadro-sntese das mesmas. Sugesto: Consulte www.ec.europa.eu

Quais os objetivos do Tratado da UE? Desde o Tratado de Roma, que criou a Comunidade Econmica Europeia, at assinatura do Tratado de Maastricht (1992), que instituiu a Unio Europeia, a aproximao das economias europeias foi muito ntida. Progressivamente, os Estados-membros criaram instituies visando melhorar a sua cooperao em matria econmica, social e poltica. O Tratado da Unio Europeia (UE) foi assinado em Maastricht, em 7 de Fevereiro de 1992 e entrou em vigor em 1 de Novembro de 1993, contribu indo sobremaneira para o acentuar de uma vertente poltica mais harmonizada.
Com a assinatura do Tratado da Unio Europeia (normalmente, conhecido como Tratado de Maastricht), procura-se reforar a cooperao poltica europeia, desenvolver a vertente social da Comunidade e melhorar a eficcia e a legitimidade democrtica das instituies.

Para o efeito, para alm da Comunidade Europeia e do seu mtodo comunitrio, so introduzidas novas formas de cooperao intergovernamental entre os seus Estados-membros, ao nvel da Poltica Externa e de Segurana Comum (PESC) e da Cooperao Policial e Judiciria em Matria Penal (CPJMP), em que estes no delegam os seus poderes, limitandose apenas a uma cooperao mtua.

A Unio Europeia assenta em trs pilares:

Unio Europeia
Comunidade Europeia (somatrio das anteriores CEE, CECA e EURATOM), recetora das competncias nacionais transferidas e na qual domina o"mtodo comunitrio"

Poltica Externa e de Justia e Assuntos Internos (JAI)

Segurana Comum (PESC)

O Tratado da UE consagra igualmente disposies que preveem Segurana Comum (PESC), designadamente, a instituio de uma cidadania da Unio e a realizao de uma unio monetria. No que toca cidadania da Unio, o Tratado confere aos cidados dos Estados-membros uma srie de direitos, como o direito de voto nas eleies europeias, o direito de livremente circular e permanecer nos pases aderentes, o direito a ser protegido, relativamente a Estadosno-membros, por parte das embaixadas e consulados de todos os Estados-membros e o direito de petio perante o Parlamento Europeu. No que toca unio monetria, que consistiu na introduo da moeda comum, euro, veio a concretizar-se mais tarde e de forma gradual, como veremos mais adiante. So instauradas polticas comunitrias em seis novos domnios: - redes transeuropeias; - poltica industrial; - defesa do consumidor; - educao e formao profissional; - juventude; - cultura. A UE mais do que uma confederao de Estados, mas no um Estado federal. As instituies estabelecidas nos tratados produzem legislao que regula interes ses comuns e que tem incidncia direta na vida dos cidados. As principais instituies comunitrias so: - o Conselho da Unio Europeia, que representa os Governos dos Estados-membros; - a Comisso Europeia, um rgo politicamente independente que representa o denominado interesse comunitrio, cujo Presidente atualmente um portugus, o Dr. Jos Manuel Duro Barroso; - O Parlamento Europeu, que representa os cidados de todos os Estados-membros; - O Tribunal de Justia, que responsvel por fazer cumprir os Tratados.

Principais Instituies Comunitrias Conselho da UE Comisso Europeia Parlamento Europeu Tribunal de Justia

Nesta arquitetura institucional, a Comisso detm o monoplio da iniciativa legislativa, enquanto o Conselho Europeu detm o poder de tomar decises, na maior parte das vezes, em conjunto com o Parlamento Europeu, cabendo ao Tribunal de Justia assegurar o cumprimento do direito comunitrio, bem como a interpretao e aplicao uniforme da legislao da Unio em todos os Estados-membros. APLICAO 62
Comente a seguinte frase: "A Unio Europeia no um Estado que pretende substituir os Estados existentes, nem se limita a ser uma organizao de cooperao internacional. Na realidade, a Unio Europeia uma estrutura inteiramente nova e historicamente nica."

importante que se distingam os meios de aco da UE. Podemos distinguir quatro tipos de atos jurdicos comunitrios: regulamento: tem origem na Comisso ou no Conselho Europeu e o ato mais importante, pois impe-se, direta e imediatamente, a cada pas-membro; diretiva: geralmente emitida pelo Conselho de Ministros, impe-se aos Estados, os quais a devem integrar na sua legislao nacional; deciso: um ato individual obrigatrio que respeita a um Estado, empresa ou particular; recomendao: um ato que no cria obrigaes jurdicas para o seu destinatrio.

O que a unio econmica e monetria? Em termos genricos, Uma unio econmica e monetria caracteriza-se pela existncia, entre vrios Estados, de polticas econmicas concertadas, de uma poltica monetria nica e de um balano central comum emitido numa s moeda Circula livremente uma moeda nica e cada pas abandona o poder de emitir a sua prpria moeda. E foi isto que aconteceu entre alguns pases da UE. A Unio Econmica e Monetria europeia (UEM) foi conseguida atravs de um processo delineado em etapas de integrao econmica que se caracterizou pela adoo de uma moeda nica (euro) para os Estados-membros e a elaborao e execuo de uma poltica monetria definida pelo BCE (Banco Central Europeu).

Ocorreu em trs etapas: 1 - Liberalizao dos movimentos dos capitais, iniciada em 1990 e terminada em 1993. 2 - Criao do Instituto Monetrio Europeu, com o fim de reforar a coordenao das polticas monetrias, de promover o papel da moeda nica e de preparar a instalao do Banco Central Europeu (BCE) para a fase seguinte. 3 - Entre 1 de Janeiro de 1997 e 1 de Janeiro de 1999, verificao, por parte dos pases, da sua situao quanto aos critrios de convergncia descritos no Tratado e marcao de um perodo de transio para os pases cujos resultados econmicos no respeitassem os ditos critrios de convergncia. O Conselho Europeu de Madrid decidiu, em 1995, atribuir um nome moeda nica: euro.

Critrios de convergncia
Dfice e Dvida Pblica - dfice oramental 3% do PIB; Dvida Pblica 60% do PIB Estabilidade dos preos - inflao no deve ultrapassar em mais de 1,5 pontos a mdia dos trs melhores pases nessa matria Taxas de juro - taxa de juro a longo prazo no pode exceder em mais de 2 pontos as taxas mdias dos trs melhores pases e manuteno de uma margem de flutuao de 2,25% Estabilidade monetria - as taxas de cmbio das moedas europeias devem permanecer num intervalo muito estreito durante os dois anos anteriores
Vejamos alguns comentrios a estes critrios de convergncia:

"(...) direi que os critrios adoptados no so economicamente justificveis e tm que ser revistos, existindo apenas, por razes que genericamente poderemos classificar como polticas, com o objectivo de forar a criao de uma Europa a duas velocidades e de uma mini-Unio Europeia que a Alemanha possa dominar mais facilmente."
Vtor Constncio - Cadernos de Economia - Abril/Junho 1994

"Os custos do cumprimento dos critrios de convergncia sero elevados."


Daniel Bessa, ex-ministro da Economia - Pblico - 4 de Julho de 1996

"(...)

A chamada convergncia nominal no seio da Unio Europeia implica, certo, disciplinas monetrias e financeiras que podem sacrificar, a curto prazo, nveis mais elevados de emprego. Mas, por seu turno, a moeda nica pode criar, nos pases aderentes, condies estruturais favorveis maior competitividade no mercado mundial, logo a maiores nveis de emprego a mdio e (talvez) longo prazos."

Mrio Murteira, Presidente da Unidade Cientfica e de Ensino de Cincias de Gesto do ISCTE - Expresso - 1 de Maro de 1997

"Em parte devido s presses oramentais imediatas, mas tambm porque a estrita aderncia aos critrios de convergncia reduzir a margem de manobra, provvel que os mais fortes efeitos dos critrios de convergncia sobre a proteco social se faam sentir nos Estadosmembros em que esta est menos avanada."
As consequncias sociais da Unio Econmica e Monetria - Estudo elaborado para o Parlamento Europeu pelo Departamento de Economia da Universidade de Cambridge

Entretanto, ocorreram novos alargamentos a outros Estados:

O alargamento tem constitudo um dos maiores sucessos da construo europeia, ao contribuir decisivamente para a construo de um espao de paz, estabilidade, prosperidade e democracia no continente europeu, assente no respeito pelos Direitos do Homem e no Estado de Direito. Desde a gnese da atual Unio Europeia, no incio dos anos 50, sucessivos alargamentos abriram o ncleo fundador de seis Estados at aos actuais 27.

Os benefcios do euro podem ser resumidos a: poupana devido ao uso de apenas uma moeda; facilidade em comparar preos, resultando em preos mais baixos; presso sobre as empresas para serem mais eficientes e cortarem nos custos. APLICAO 63
Aps ter estudado a UEM diga quais so os pases da UE que no fazem parte da UEM.

Polticas econmicas na UEM Poltica monetria: definida pelo Banco Central Europeu (BCE) e cujo objetivo a estabilidade dos preos; Poltica oramental: est sob a tutela dos vrios Estados-membros da UEM e condicionada peio PEC (Pacto de Estabilidade e Crescimento).

Polticas Econmicas na UEM

Poltica Monetria

Poltica Oramental

O Pacto de Estabilidade (PEC) vai ser traduzido em dois regulamentos ("vigilncia multilateral" e "procedimento no caso de dfices excessivos") e numa resoluo do Conselho, "garantindo o compromisso poltico solene da Comisso, Conselho e Estadosmembros na aplicao do Pacto de maneira estrita e pontual". O "valor de referncia" para os dfices oramentais mantm -se em 3% do PIB, mas este valor deve ser considerado como um teto em circunstncias normais. As polticas oramentais nacionais devem criar uma margem de manobra que permita aos Estados adaptar-se s perturbaes, excecionais e conjunturais, sempre evitando os dfices excessivos. Deste modo, o objetivo oramental a mdio prazo deve ser "prximo do equilbrio ou excedentrio": efetivamente, um oramento equilibrado para o conjunto do ciclo econmico. A Comisso considera o PEC como uma estratgia a dois nveis, que prev: 1 - Um sistema de alerta rpido, permitindo notificar e levar a corrigir as derrapagens oramentais daqueles que ultrapassem o limiar dos 3%; 2 - Um conjunto de regras dissuasoras, destinadas a desencorajar os Estados-membros de incorrer num dfice excessivo - ou de no procurar corrigi-lo.

APLICAO 64

1.

Consulte o site www.europa.eu/abc/12lessons e atente nas 12 lies apresentadas:

Responda agora s seguintes questes:

a) Porque necessria a UE? b) Como que nos afeta? c) Quais os seus poderes? d) O que nos reserva o futuro?

DESAFIOS DA UE NA ACTUALIDADE

Alargamento da Unio Europeia Os sucessivos alargamentos da UE tm contribudo para o aumento do referido mercado, beneficiando no s as partes (os Estados-membros) como o todo, ou seja, enriquecendo a prpria Unio Europeia.

TEXTO DE APOIO 22 Atualmente, o aprofundamento do mercado interno constitui um projeto comum para o qual todos os Estados-membros devem contribuir e do qual todos podero beneficiar. Na Unio Europeia com 27 Estados-membros, este desafio assume maiores propores, mas os potenciais benefcios para os cidados e para as empresas so tambm superiores. A Unio Europeia, com uma populao aproximada de 500 milhes, , atualmente, o maior mercado interno do mundo. Segundo os dados da Comisso Europeia, gerou, entre 1993 e 2006, 2,5 milhes de novos postos de trabalho e uma riqueza adicional de mais de 800 mil milhes de euros. Em 2006, a Comisso iniciou uma anlise aprofundado do mercado interno que ir culminar com a apresentao, no Outono de 2007, de uma comunicao com propostas concretas de aes futuras. A nova poltica do mercado interno do sculo XXI ir reorientar as prioridades, substituindo a nfase inicialmente posta na eliminao dos obstculos ao comrcio transfronteirio pela melhoria do funcionamento dos mercados, contribuindo para uma Europa mais concorrencial e sustentvel.
Fonte: www.eu2007.pt

Podemos salientar as seguintes vantagens do alargamento da UE: crescimento da dimenso do mercado interno (mercado nico), aumentando as possibilidades de troca entre particulares e empresas; - aumento das possibilidades de escolha para particulares e empresas; aumento das possibilidades de emprego geradas pela liberdade de circulao de pessoas ao possibilitar que trabalhem e residam no Estado -membro onde trabalham; reduo das possibilidades de conflito entre os Estados-membros devido condio de pertena a um mesmo mercado gerador de benefcios mtuos; - benefcio da cidadania da Unio para os cidados, no que toca a certos direitos, como o direito de voto nas eleies europeias, o direito de livremente circular e permanecer nos pases aderentes, o direito a ser protegido relativamente a pases terceiros, entre outros j referidos anteriormente.

Fig. 89 O alargamento favorece a criao de uma conscincia europeia.

A UE tornou-se um parceiro com uma dimenso muito importante, gerando interesse no resto do mundo, nomeadamente nos mercados terceiros, como podemos observar pela leitura da notcia que se segue: TEXTO DE APOIO 23

UE/Presidncia: UE e ndia esperam concluir acordo de comrcio livre em 2008


Nova Deli, 29 Nov.(Lusa) - A Unio Europeia e a ndia esperam concluir em 2008 um acordo de comrcio livreanunciaram hoje, em Nova Deli, responsveis do bloco europeu e da ndia. (2007-11-29) A Unio Europeia o maior parceiro comercial da ndia, responsvel por um quinto das vendas daquele pas, ao mesmo tempo que lidera ainda a lista de investidores estrangeiros no pas. "Esperamos concluir (as conversaes sobre o acordo de comrcio livre) no final de 2008", disse o comissrio europeu do Comrcio, Peter Mandelson, em declaraes aos jornalistas margem de !. uma reunio na capital indiana. Do lado indiano, o ministro da Indstria e do Comrcio, Kamal Nath, reafirmou que o acordo "dever ficar concludo no prximo ano". Apesar do otimismo manifestado, Peter Mandelson alertou que o bloco europeu est a trabalhar para um acordo com "contedo", em vez de um mero acordo poltico. Mandelson sublinhou que se procura um "progresso rpido" na concluso do acordo, mas salientou no querer "sacrificar o contedo".

A ndia e a UE trocam anualmente "47 mil milhes de euros em bens" e "dez mil milhes de euros em servios", declarou, esta semana, Danile Smadja, chefe da delegao da Comisso Europeia em Nova Deli, lamentando que o comrcio bilateral no tenha ainda atingido o seu potencial mximo". "Um pacto de livre comrcio beneficiar enormemente as duas economias", assegura Mandelson.

O comissrio europeu falava na vspera da oitava cimeira diplomtica entre a ndia e a UE em Nova Deli, que se realiza na presena do Primeiro-Ministro indiano, Manmohan Singh, do Presidente da Comisso Europeia, Duro Barroso, e do Presidente em exerccio da UE, Jos Scrates, sete anos aps Lisboa ter lanado o dilogo estratgico entre as duas partes. A primeira Cimeira UE-ndia teve lugar a 28 de Junho de 2000, em Lisboa, durante a segunda presidncia portuguesa da Unio Europeia ento com Antnio Guterres como chefe de Governo e dos "Quinze" , e, sete anos volvidos, o Primeiro-Ministro e Presidente em exerccio do Conselho de lderes dos 27, Jos Scrates, acompanhado do presidente da Comisso
Europeia, Duro Barroso, encabear a delegao da Unio a Nova Deli.

Esta a ltima cimeira da UE com pases terceiros durante a atual liderana semestral portuguesa do bloco europeu, depois das celebradas com Brasil (4 de Julho, em Lisboa), Ucrnia (14 e Setembro, em Kiev), Rssia (26 de Outubro, em Mafra) e China, na quarta-feira, em Pequim donde Scrates seguiu para Nova Deli.
Fonte: www.expresso.clix.pt (adaptado)

As notcias indicam que os alargamentos futuros abrangero os pases da Europa do Sudeste. Estes pases encontram-se em diferentes fases do seu processo de aproximao UE. A Crocia e a Turquia so pases candidatos, que iniciaram as negociaes de adeso em 3 de Outubro de 2005. Em Dezembro de 2005,0 Conselho Europeu concedeu antiga Repblica Jugoslava da Macednia o estatuto de pas candidato; as negociaes de adeso ainda no tiveram incio.

TEXTO DE APOIO 24 Al a r g a m e n t o c o nt i n ua n a o r d e m do d i a Os progressos realizados nos Balcs Ocidentais foram "constantes mas desiguais" e o processo de adeso da Turquia "est em curso", segundo o relatrio anual sobre o alargamento da UE. A Unio Europeia dever concluir at ao final de 2008 um acordo inicial com todos os pases dos Balcs Ocidentais, o que lhes dever abrir o caminho de uma eventual adeso Unio Europeia. Estes pases so a Albnia, a Bsnia-Herzegovina, a Crocia, a Antiga Repblica Jugoslava da Macednia, o Montenegro e a Srvia. "Penso que todas as condies estaro satisfeitas em 2008 e que estaremos ento em posio de concluir acordos de estabilizao e associao com todos os pases da regio", declarou 011i Rehn, comissrio responsvel pelo alargamento. Mas h ainda obstculos a superar. A Albnia e o Montenegro devem prosseguir a reforma dos seus sistemas eleitorais e judiciais para lutar contra a corrupo galopante. A taxa de desemprego permanece inquietante na Bsnia-Herzegovina, que registou poucos progressos na via de uma economia de mercado vivel. A Srvia deve continuar a cooperar incondicionalmente com o Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslvia a fim de que todos os acusados ainda em fuga sejam capturados e entregues ao Tribunal da Haia. A Turquia continua a realizar progressos e continua na via de uma adeso Unio Europeia. A democracia prevalece na crise poltica desencadeada pelos ataques fronteirios lanados pelos rebeldes curdos do PKK e, desde que prossigam as reformas em curso, a economia parece suficientemente robusta para enfrentar as foras do mercado da Unio Europeia. Em contrapartida, a Turquia deve realizar reformas urgentes no que diz respeito aos direitos

fundamentais, nomeadamente a liberdade de expresso e de culto. O relatrio deste ano, publicado a 6 de Novembro, reflete a convico profunda de que a Unio Europeia deve prosseguir e reforar a sua prpria integrao, abrindo-se simultaneamente a novos membros. "O alargamento a prpria essncia do poder que a Unio Europeia tem para levar progressivamente a paz, a democracia e a prosperidade a toda a Europa" declarou Olli Rehn.
Fonte: wvvw.ec.europa.eu (adaptado)

Todos os outros pases dos Balcs Ocidentais so pases candidatos potenciais:Albnia, BsniaHerzegovina, Montenegro e Srvia, incluindo o Kosovo, no mbito da resoluo 1244 do Conselho de Segurana das Naes Unidas. A UE reafirmou repetidamente ao mais alto nvel o seu compromisso para com a eventual adeso UE dos pases dos Balcs Ocidentais, desde que estes cumpram os critrios de adeso. Vejamos um esquema-resumo da histria da UE.

PORTUGAL NO CONTEXTO DA UE

Este subttulo destina-se sobretudo aplicao de conhecimentos adquiridos por parte do aluno. Assim sendo, est preenchido com vrias aplicaes que dever resolver sozinho ou em grupo, durante as aulas. Sendo Portugal um Estado-membro da UE, torna-se importante, por um lado, identificar pontos fracos e pontos fortes, para poder tomar medidas de ao coerentes com o contexto, e tambm compar-lo com os restantes Estados-membros, no intuito de avaliar os desempenhos, nomeadamente quanto aos pases que tm beneficiado, tal como Portugal, do Fundo de Coeso e dos restantes fundos europeus. Assim sendo, apresentaremos uma srie de indicadores que nos possibilitaro ter uma imagem do panorama econmico-social portugus atual no mbito da UE. Estrutura da populao portuguesa importante sabermos como se caracteriza a populao portuguesa para podermos fazer o quadro da realidade econmico-social portuguesa. Comecemos por analisar a estrutura da populao residente.
ESTRUTURA DA POPULAO RESIDENTE POR SEXO E GRUPO ETRIO

Fonte: INE - Estimativas da Populao Residente

Segundo a anlise feita pelo Instituto Nacional de Estatstica (INE), as estimativas de populao residente refletem o progressivo aumento da proporo da populao idosa (com 65 e mais anos) no total da populao, representando cerca de 17%, enquanto os jovens (populao com menos de 15 anos) representava m 15,6%. Em consequncia, o ndice de envelhecimento aumentou para 110 idosos por cada 100 jovens.

Considerando o cenrio base das projees de populao residente, a situao de com a evoluo da medicina, a qual provocou uma envelhecimento demogrfico continuar, atingindo, em 2050, 32% do total da populao, contra apenas 13% de jovens. Em resultado desta situao, o ndice de envelhecimento situar-se- nos 243 idosos por cada 100 jovens. De acordo com o exposto, temos uma pirmide etria envelhecida:
Pirmide etria em % da populao residente total

Fonte: INE - Estimativas da populao residente

Podemos justificar tal evoluo maior longevidade nos indivduos. A populao idosa tem vindo a aumentar ao mesmo tempo que os nascimentos vm diminuindo h j alguns anos. Isto faz com que a pirmide etria seja cada vez mais estreita na sua base. Existem tambm outros fatores que podem justificar tal consequncia, como por exemplo o adiar da maternidade por parte das mulheres, devido a motivaes profissionais, de progresso na carreira, entre outras.

INDICADORES SOBRE A NATALIDADE

Fonte: I NE - Estimativa da Populao Residente e Estatsticas Demogrficas

INDICADORES SOBRE A MORTALIDADE

Fonte: INE - Estimativas da Populao Residente e Estatsticas Demogrficas

ESPERANA DE VIDA

Fonte: INE - Estimativa da Populao Residente e Estatsticas Demogrficas

UNIO EUROPEIA (25 PASES) - INDICADORES:

Em 1 de Janeiro de cada ano, ou para alguns dos pases, em 31 de Dezembro do ano anterior Fonte: Eurostat

Fonte: Eurostat - Projectos da Populao Residente (ano base 2004)

ndice de envelhecimento por regio (NUTS 11,2005)

APLICAO

1. 2. 3.

Caracterize a estrutura etria da populao portuguesa. Faa um comentrio evoluo da natalidade, mortalidade e esperana de vida em Portugal. O que conclui? Quais os efeitos, a longo prazo, de tal evoluo? Compare a situao portuguesa relativamente natalidade e mortalidade com a da mdia da UE para 25 pases. O que conclui?

Analisemos agora a evoluo da imigrao:


POPULAO ESTRANGEIRA COM ESTATUTO LEGAL DE RESIDENTE

Fonte: INE - Estatsticas Demogrficas

APLICAO 69
1. 2. 3. 4. Qual o continente origem da maior parte dos imigrantes nos anos em causa? Que razo encontra para que os pases elencados nesse continente sejam a origem de grande parte dos imigrantes? Que razes encontra para o facto do continente europeu estar a aumentar a percentagem de populao imigrante em Portugal nos anos em causa? Comente a seguinte afirmao: "Portugal passou de um pas de emigrantes para um pas de imigrantes".

Centremos a nossa ateno em indicadores de atividade da populao portuguesa e da Unio Europeia:


Populao Ativa por Sexo

Fonte INE - Inqurito ao Emprego

Populao empregada por setor de atividade

Contribuio de cada setor de atividade para o crescimento do emprego

Taxa de desemprego, segundo o sexo

Fonte: INE Indicadores sociais (2005)

Evoluo da populao desempregada

Fonte: INE Inqurito ao Emprego

Taxa de desemprego, por grupo etrio

Fonte: INE Inqurito ao Emprego

Trabalhadores por conta de outrem (TCO) e ganho mdio mensal, por nvel de habilitaes e sexo

Fonte: INE Indicadores sociais (2005)

Nota: o total inclui trabalhadores com nvel de habilitao desconhecido. Nvel de habilitao - Grau completo de habilitao acadmica mais elevado do trabalhador Inferior ao 1. ciclo - Inclui no sabe ler nem escrever e sabe ler e escrever sem possuir o 1. ciclo do ensino bsico 1. ciclo - Inclui o ensino primrio at ao 4. ano e o ensino bsico com cursos de ndole profissional 2. ciclo - Inclui o ensino preparatrio, telescola ou antigo 2. ano do liceu, 2.' ciclo do ensino bsico com cursos de ndole profissional 3. ciclo - Inclui o ensino at ao 9. ano ou antigo 5. ano do liceu, ensino tcnico - curso geral industrial e curso geral de artes visuais, 3. ciclo do ensino bsico com cursos de ndole profissional e cursos das escolas profissionais nvel II Ensino Secundrio - Inclui o ensino at ao 12. ano ou equivalente com cursos de ndole profissional, ensino secundrio liceal complementar, ensino secundrio tcnico-profissional e cursos das escolas profissionais nvel III Bacharelato - Inclui mestrado ou doutoramento

Vejamos a evoluo do salrio mnimo nacional:


Taxa de variao do salrio mnimo nacional

Fonte: INE Indicadores sociais (2005)

Taxa de emprego e taxa de desemprego na EU (25 pases)

Fonte: INE Indicadores sociais (2005)

INDICADORES DO MERCADO DE TRABALHO

Taxa de TCO em estabelecimentos com < 10 trabalhadores =TCO em estabelecimentos com < que 10 trabalhadores/Total de TCO. Taxa de TCO em estabelecimentos com > 250 trabalhadores =TCO em estabelecimentos > que 250 trabalhadores/Total de TCO. Disparidade no ganho mdio mensal por sexo = Coeficiente de variao do ganho mdio mensal ponderado pelo peso do emprego em cada sexo no total do emprego da respetiva unidade territorial. Disparidade no ganho mdio mensal por escalo de empresa = Coeficie nte do ganho mdio mensal ponderado pelo peso do emprego dos diversos escales de dimenso das empresas no total do emprego da respetiva unidade territorial. Disparidade no ganho mdio mensal por sector de atividade = Coeficiente de variao do ganho mdi o mensal ponderado pelo peso do emprego em cada sector de atividade no total do emprego da respetiva unidade territorial. Disparidade no ganho mdio mensal por nvel de habilitaes = Coeficiente de variao do ganho mdio mensal ponderado pelo pe so do emprego dos diversos nveis de habilitao no total do emprego da respetiva unidade territorial. Fonte: MTS5 - DGEEP - Quadros de Pessoal

Unio Europeia (25 pases) - indicadores

Fonte: Eurostat

APLICAO 70
1. Caracterize a evoluo dos indicadores sobre o emprego/desemprego em Portugal tendo em conta o sexo. 2. Compare as concluses anteriores, com as relativas evoluo dos mesmos indicadores no caso da UE. 3. Comente a seguinte frase: "O nvel de habilitaes um factor de disparidade no ganho mdio mensal dos portugueses, mas isso mais notrio no caso do sexo masculino do que no sexo feminino". 4. Mediante os dados disponveis, caracterize a populao portuguesa face ao emprego. Faa uma comparao com os indicadores disponveis para a mdia dos pases da UE (25 pases).0 que conclui?

Estrutura da produo A produo mede-se pela riqueza criada. comum ouvirmos dizer que o pro blema de Portugal assenta na baixa produtividade. Analisemos as estatsticas sobre esta temtica:
Produtividade por hora de trabalho

Fonte: Eurostat

Taxa de crescimento real do PIB

Fonte: Eurostat

Taxa de crescimento real do PIB (comparao entre pases)

Fonte: Eurostat

APLICAO 71
1. Compare a evoluo da produtividade por hora de trabalho em Portugal, na Zona Euro e nos EUA. O que conclui? Faa uma reflexo sobre as razes de tais diferenas. 2. Comente a evoluo da taxa de crescimento do PIB no contexto da UE.

Principais pases parceiros, 2005

Saldo da Balana Comercial

Fonte: Banco de Portugal


PRODUTOS MAIS IMPORTANTES (EM VALOR) NAS TROCAS COMERCIAIS ENTRE PORTUGAL E ESPANHA, 2004

Fonte: INE: Estatsticas do Comrcio Internacional A Pennsula Ibrica em Nmeros


APLICAO 72
1. Qual o pas donde Portugal importa mais? E para onde exporta mais? 2. Caracterize o comportamento econmico de Portugal e Espanha face UE. Quais so os produtos mais transacionados entre estes dois pases?

Educao

De acordo com as estatsticas do INE, o nmero de alunos matriculados no ensino bsico regular continua a diminuir, sendo esse fenmeno mais evidente nos 2. e 3. ciclos. Por outro lado, aumenta a proporo das matrculas efetuadas em estabelecimentos de ensino privado, representando 11% do total no ltimo ano letivo. Essa proporo era de apenas 9% no ensino secundrio regular, revelando um declnio de mais de 50% desde 2002/03, quando as matrculas no ensino privado detinham cerca de 19% do total. No que se refere ao ensino superior, o nmero de alunos matriculados denuncia uma ligeira descida desde 2003/04, enquanto o nmero de diplomados continua a aumentar, embora com menor intensidade face aos ltimos anos. No ano letivo 2004/2005, o total de diplomados do ensino superior ultrapassou os 70 mil indivduos, dos quais cerca de 65% eram do sexo feminino. As mulheres diplomadas predominam nos ramos de ensino de: Sade, Formao de Professores e Cincias da Educao, Cincias Sociais e do Comportamento e nas Letras, enquanto os homens so mais significativos nos cursos de Comrcio e Administrao, Engenharia e Tcnicas Afins, Arquitetura e Construo e nos Servios Pessoais. Vejamos algumas estatsticas sobre a educao:
NVEL DE EDUCAO ATINGIDO PELA POPULAO JOVEM, POR SEXO

Este indicador definido como percentagem dos jovens entre os 20-24 anos que concluram pelo menos o nvel superior do ensino secundrio, com um grau de educao entre o nvel ISCED 3-4 (numerador). O denominador corresponde ao total da populao do mesmo grupo etrio, excluindo no-respostas s questes sobre o "grau educacional ou de formao completo, mais elevado: O grau codificado de acordo com a Classificao Internacional Tipo de Educao (ISCED),1997: - ISCED 3: Ensino Secundrio de grau Superior; ISCED 4: Ensino Ps-Secundrio de grau No Tercirio. Fonte: INE - Indicadores Estruturais

UNIO EUROPEIA (25 PASES): INDICADORES

Percentagem dos jovens entre os 20-24 anos que concluram pelo menos o nvel superior do ensino secundrio Percentagem dos jovens entre os 18-24 anos com o ensino obrigatrio completo que no se encontra em educao ou formao Percentagem da populao entre os 25-64 anos que participa na educao ou formao

APLICAO 73
Compare o nvel de educao atingido pelos portugueses com a mdia dos parceiros da UE. Que consequncias podero ocorrer a longo prazo de tais diferenas?

Nvel de vida e justia social Sempre que um Estado entra na UE, existe uma expectativa de melhoria das condies de vida da populao. Portugal no foi exceo a esta regra e, na realidade, fruto das ajudas comunitrias e de um enquadramento econmico que favoreceu o desenvolvimento, o nosso pas conseguiu, em vrios pontos, superar as expectativas. Subsistem, no entanto, temticas onde continuamos dbeis, tal como vimos com a produtividade do trabalho, por exemplo. H que analisar causas para podermos descobrir solues que minorem os pontos mais negativos da performance portuguesa. No fundo, todos os portugueses querem alcanar um rendimento per capita prximo do da mdia da UE, ter protees sociais, quer na velhice quer no desem prego, ter acesso educao e sade, justia, enfim, ter melhores condies de vida em sociedade. Selecionaram-se os indicadores seguintes para aferir o nvel de vida dos portugueses no contexto da UE. Procuraram-se indicadores relativamente a I&D, PIB per capita, estrutura de despesa dos agregados familiares, indicadores de sade e da qualidade do ambiente. Evoluo da despesa total em I&D por setor de execuo

Fonte: Observatrio da Cincia e do Ensino Superior Inqurito ao Potencial Cientfico e Tecnolgico Nacional. Despesas em I&D em % do PIB (25 pases): indicadores

Fonte: Eurostat
Unio Europeia Indicadores

(1)

Purchasing Power Standard Eur 25 = 100 Fonte: Eurostat

Fonte: Eurostat

Fonte: Eurostat Taxa de mortalidade de uma populao estandardizada. Dado que as causas de morte variam significativamente com a idade e o sexo, a utilizao de taxas de mortalidade estandardizadas promove a comparabilidade entre pases ao longo do tempo, tendo como objetivo a mediao das taxas de mortalidade independentemente das estruturas das populaes. A populao de referncia utilizada a populao europeia estandardizada, tal como definida pela Organizao Mundial de sade (OMS).

Fonte: Eurostat

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