Manual Introd Terapia Familiar Catarina Rivero NFS 2013-Libre PDF
Manual Introd Terapia Familiar Catarina Rivero NFS 2013-Libre PDF
Manual Introd Terapia Familiar Catarina Rivero NFS 2013-Libre PDF
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Catarina Rivero
Psicloga e Terapeuta Familiar
1.
Introduo
Pg.3
2.
Pg.4
Pg.4
2.2. Ciberntica
Pg.5
Pg.6
3.
Genograma
Pg.9
4.
Ecomapa
Pg.13
5.
Pg.14
6.
Pg.17
7.
Rituais Familiares
Pg 19
8.
Pg.21
9.
Resilincia Familiar
Pg.27
Pg.32
Pg.34
Pg.36
14.
Bibliografia
Pg.40
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A abordagem sistmica d-nos a viso do todo e das mltiplas relaes e funes dos seus
componentes, permitindo-nos ganhar perspectiva sobre a realidade social, que nos poder
facilitar a compreenso e interveno. De forma breve, descrevo os princpios bsicos desta
abordagem que considero essenciais para a concepo dos diferentes temas considerados ao
longo da formao.
2.1 Teoria dos Sistemas
A Teoria Geral dos Sistemas (ou Teoria do Sistema Geral) foi criada por Ludwig von Bertalanffy
nos anos 30, tendo vista a explicao da complexidade dos organismos vivos, defendendo que
para conhecer um organismo vivo no basta conhecer as propriedades dos seus rgos
individualmente necessrio conhecer as relaes entre todos os elementos e o modo como
se organizam entre si.
As ideias do autor rapidamente foram alargadas a diferentes reas, nomeadamente a Terapia
Familiar, onde encontramos a origem da noo de sistema que, tal como o definiu Bertallanfy
(1968; cit. por Relvas, A.P., 2000), um conjunto de unidades em inter-relaes mtuas que
incluem simultaneamente, funo e estrutura. A Terapia Familiar aplicou ainda alguns dos
princos-chave sobre os sistemas em geral:
1. Totalidade existe uma inter-relao e interdependncia dos comportamentos de todos os
elementos do sistema, que sempre mais do que a soma das caractersticas individuais dos
seus elementos.
2. Organizao H uma estrutura segundo a qual os elementos dos sistemas se organizam,
de acordo com a sua posio e funo no sistema.
3. Abertura Os sistemas complexos, nomeadamente os sistemas vivos e os sociais, esto
constantemente a trocar energia, matria e informao com o meio exterior, que lhes permite
manter a sua existncia.
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2.1 Ciberntica
A ciberntica influenciou igualmente o movimento da Terapia Familiar, tendo sido este conceito
introduzido por Norbert Weiner (1948) para descrever os sistemas de regulao que funcionam
atravs de loops de feedback.
Foram assim considerados os mecanismos de feedback, noes de equifinalidade
homeostase e evoluo e integrados na Terapia Familiar considerando-se que, medida que
vamos avanando no tempo, os sistemas vo recebendo feedback do meio externo e do seu
funcionamento interno. Este mecanismo de feedback permite as (re)estruturaes necessrias
ao sistema, evoluindo, complexificando-se e aumentando o grau de diferenciao, redefinindo
as suas fronteiras e funes, de modo a dar a melhor resposta possvel s necessidades
sentidas atravs de um processo auto-organizativo. Esta capacidade dos sistemas chegarem
aos objectivos ou alcanarem solues por diferentes caminhos, equifinalidade, capacita-os
para se manterem activos e eficazes.
Assim, de acordo com a ciberntica, os sistemas conseguem acompanhar as mudanas
constantes do meio e activar mecanismos de correco ou geradores de mudana interna
sempre que ocorrem desvios ao equilbrio desejado. Este um processo, em sistemas vivos
e/ou sociais, constante e vital para combater o risco de entropia.
A Terapia Familiar tem em conta ainda uma srie de factores e processos, pelo que as anlises
efectuadas tm por base uma viso holstica da realidade, procurando compreender as
relaes mais do que a atribuio de uma causa para dada ocorrncia. Esta perspectiva iniciase com uma mudana do foco na causalidade linear para a causalidade circular.
Consideramos dois movimentos fundamentais a que chamamos:
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processo, como lembra Lynn Hoffman, o terapeuta no efectua juzos de valor. Existe uma
multiplicidade de factores e circunstncias que levam realidade percebida pelas famlias e tal
considerado na relao terapeuta-famlia.
2.2 Famlia e Comunidade enquanto Sistemas
Todos ns temos uma famlia que de algum modo tem vindo a contribuir para sermos quem
somos hoje e a nossa profisso leva-nos frequentemente a olhar para outras famlias, para as
perceber e apoiar. O que ser afinal a famlia? Seguindo a abordagem sistmica, considerase que a famlia um sistema social em que os seus elementos se encontram ligados por
uma teia relacional e emocional. Cada famlia nica e constitui uma entidade global, com
um elevado nvel de complexidade, separando-se do exterior por fronteiras, mais ou menos
permeveis, atravs das quais troca informaes e recebe feedback, evoluindo e
diferenciando-se ao longo do tempo.
Nos sistemas familiares podemos considerar vrios subsistemas: individual, conjugal,
parental, fraternal, entre outros. Os diferentes elementos relacionam-se e desempenham
funes tendo em vista as necessidades individuais de proteco e autonomia, de acordo com
as normas, explcitas ou implcitas criadas na famlia.
Uma famlia mais do que a soma dos seus elementos, isto , a famlia Lopes mais do que a
soma da Maria, da Joana, do lvaro, do Rui e do Tiago, pois o que confere unicidade a esta
famlia o tipo de relaes estabelecidas, a forma de comunicar, as actividades desenvolvidas
dentro e fora de casa, as trocas de afectos, as normas, etc.
Fig. 3 Sistema Familiar
lvaro
Subsistema Fraternal
Joana
Rui
Tiago
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Cada um dos elementos da famlia faz parte de vrios subsistemas onde desempenha
diferentes papis. Na famlia Lopes, a Maria e o lvaro fazem parte do sistema conjugal, onde
mantm uma relao amorosa, procurando manter o bem-estar do outro na relao de casal,
mas em conjunto, constituem ainda o subsistema parental, cujas funes esto direccionadas
educao dos filhos. Este subsistema, mesmo no caso do subsistema conjugal desaparecer,
manter-se- e implicar que estas duas pessoas continuem a funcionar enquanto equipa,
mantendo satisfeitas as necessidades dos filhos, ao nvel fsico, emocional, social e cultural.
Todas as famlias procuram encontrar uma organizao prpria ao nvel do funcionamento.
No h duas famlias iguais e no h uma maneira certa de estar em famlia. O importante
que a famlia evolua, procurando que todos os seus elementos se sintam bem dentro e fora
dela, ou seja, importante que o Tiago se sinta bem enquanto filho da Maria e do lvaro, irmo
da Joana e do Rui, mas essencial que tenha oportunidade de encontrar o seus espao para
ser autnomo, desenhando objectivos individuais, ao mesmo tempo que colabora nos
objectivos da famlia. Ao longo da evoluo do sistema familiar, tambm as fronteiras ou
limites dos subsistemas iro ser transformados recriados para que a famlia possa cumprir com
as suas funes.
Dentro desta perspectiva, um indivduo compreendido na sua totalidade se conhecermos o
sistema familiar onde se integra, o tipo de relaes estabelecidas, o nvel de permeabilidade
dos limites (h famlias mais fechadas do que outras), as regras de funcionamento do sistema,
os papis que desempenha, etc.; mas tambm teremos de conhecer os outros sistemas:
escola/trabalho, clube recreativo, etc.
Por outro lado, se queremos perceber o funcionamento do sistema familiar, inevitavelmente
teremos no s de olhar para os subsistemas e sua organizao, mas tambm os suprasistemas, como por exemplo a comunidade em que esto inseridos, a sociedade, etc. Pois,
por exemplo, se h relaes muito funcionais em determinadas sociedades, noutras podero
no o ser tal constatado diariamente pelos tcnicos que trabalham com famlias de
diferentes culturas.
No tocante comunidade ela fundamental para o bom funcionamento da famlia. Quais as
redes de suporte? Que tipo de relaes estabelecem os elementos da famlia? Para um tcnico
fundamental ter em ateno esta relao. Naturalmente que a comunidade, a par de ser um
supra-sistema de uma famlia, poder ser considerado um sistema total, com subsistemas
como os clubes recreativos, as escolas, a junta de freguesia, os comerciantes, a parquia e as
prprias famlias.
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Estrutura Familiar
A base do genograma a descrio grfica de como os diferentes elementos esto biolgica
ou legalmente ligados entre si, de uma gerao para a outra. No obstante encontrarmos
diversas formas de construir os genogramas, irei seguir os procedimentos e smbolos
homologados pela Task Force of the North American Primary Care Research (num grupo
orientado por McGoldrick):
.. Homem / Mulher
.. Sexo indeterminado
.. Falecido (Homem/ Mulher)
.. Aborto / Gmeos
.. Relao Marital
.. Unio de facto
.. Fratria / Adopo
.. Separao / Divrcio
.. Gravidez / Aborto Provocado
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1930 - 1990
1935
60
71
Jos
Joana
1980
1958
1960
48
46
lvaro
Lopes
Maria
Lopes
1986
1988
1991
20
18
15
Joana
Lopes
Rui
Lopes
Tiago
Lopes
Aqui poderemos verificar alguns exemplos da aplicabilidade dos smbolos acima descritos. De
forma geral o elemento masculino do casal representado do lado esquerdo e o elemento
feminino do lado direito. Quanto s fratrias, o irmo mais velho encontra-se do lado esquerdo e,
do lado direito, encontra-se o mais novo. Ser ainda til assinalar os elementos da famlia que
vivem em conjunto, atravs de um tracejado que envolve os membros em questo - na famlia
Lopes, podemos verificar que o lvaro, a Maria e os seus trs filhos vivem juntos.
Torna-se bastante clara a estrutura desta famlia e, a partir deste ponto, poderemos tentar
conhec-la um pouco melhor, procurando a informao til para a interveno ao nvel de
dados biogrficos dos diferentes elementos, bem como das respectivas relaes.
Idade
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Poder facilitar se junto ao genograma se efectuar uma lista de ordem cronolgica dos
momentos mais significativos para a famlia (positivos e negativos), conseguindo uma noo
mais exacta da histria da famlia:
1980 Divrcio dos pais de Maria Lopes
1982 Casamento de Maria e lvaro
1984 Maria termina o seu Doutoramento em Cincias Polticas
1987 Detectado cancro nos pulmes de Jos Lopes
1990 Falecimento Jos Lopes
1991 Joana Lopes, me do lvaro, inicia acompanhamento em psiquiatria devido a depresso.
1998 Joana Lopes, me do lvaro, inicia nova relao amorosa (actualmente vivem juntos)
2004 - Joana, filha de Maria, entra na Faculdade de Medicina
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. Relao conflituosa
. Relao distante
. Relao estreita
. Relao fusional
. Relao fusional e conflituosa
. Corte ou separao
No genograma que se segue, poderemos ver como se desenham as linhas relacionais e seu
contributo para a nossa compreenso do sistema familiar.
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CAT
Famlia
Alargada
Assoc.
Recreativa
(snooker)
Parquia
C. Sade
Joo
Susana
Estab.
Prisional
de Lisboa
Segurana
Social
Co
Tiago
Pedro
Amigos
Tribunal
de
Menores
Vizinhos
Trabalho
Pedopsi
-quiatra
Escola
Parquia
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O Tcnico de Interveno Social aquele que se relaciona e envolve com as famlias, que
pretende promover o empowerment e autonomia das populaes, mas que tambm est
integrado numa equipa, pretendendo encontrar objectivos comuns com planos conjuntos, numa
Instituio cuja misso dever adoptar. Na sua actividade, o Tcnico integra as competncias
tcnicas (cuja actualizao ser indispensvel) e competncias sociais e emocionais. O
Tcnico est em constante relao com o Outro. So muitas as presses e constrangimentos,
so muitas as urgncias e emergncias e naturalmente so muitos os riscos e
susceptibilidades. O tcnico no traz apenas as suas tcnicas, os seus saberes, mas tambm o
seu modo de sentir, pensar e ser.
De forma a facilitar o nosso percurso profissional (e pessoal), mantendo nveis satisfatrios de
bem-estar, teremos de cuidar de ns, evitando entrar em espirais de desconforto e desagrado
que nos impedem de dar o nosso melhor e acreditar na mudana. Para tal, em termos
profissionais teremos de ganhar perspectiva sobre as situaes que nos apresentam e procurar
fazer a melhor avaliao possvel, planear da forma mais rigorosa que conseguirmos, tendo
sempre em vista uma boa articulao com a equipa e instituio. Vrias so as questes que
nos podem ajudar (Imber-Black, 1988; Sales, C., 2000):
Historial do acompanhamento da famlia fundamental para uma boa avaliao da
famlia, conhecer o seu histrico, as suas problemticas, sucessos e a sua capacidade de se
adaptar s contingncias da vida social:
Que experincia a famlia possui com outros tcnicos? Esta experincia pode afectar a
aceitao da minha orientao ou a relao com a famlia?
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Que presses sinto por parte da instituio? Quanto tempo posso dedicar a cada caso?
Como representar o circuito das presses? (so contraditrias?)
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Planificao e interveno para uma interveno ser eficaz, ela tem de ser planeada,
considerando a conjectura em que nos encontramos. tambm importante deixar claro (para
ns, famlias e equipas envolvidas) quando consideramos que a interveno termina e
respectivos critrios:
Manter uma boa relao com os sistemas alargados, trabalhar em rede com as diferentes
instituies envolvidas e com as prprias famlias, de forma positiva e construtiva facilitar a
interveno, com impacto no bem-estar das famlias e dos prprios tcnicos. ainda
fundamental procurar definir objectivos realistas e tangveis, articulando com a(s) equipa(s)
envolvida(s).
O tcnico de interveno social est constantemente envolvido na rede, da qual passa a fazer
parte. fundamental questionar a sua interveno e ter noo das presses existentes,
quando est a intervir. Para que todos ganhem, importante que cada tcnico procure o
melhor das famlias, das comunidades, das equipas e, naturalmente, de si prprio.
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Processo Emocional de
Transio
Processo de Desenvolvimento
1. Sada de Casa:
Aceitar a responsabilidade
jovens solteiros
emocional e financeira
2. Unio de famlias:
novo casal
sistema
3. Famlias com
Filhos Pequenos
na famlia
filho(s)
(b) Criao do subsistema parental
(c) Redefinio das relaes com as famlias de origem de forma a
incluir os papis de pais e avs
Flexibilizao dos
4. Famlias com
adolescentes
limites/fronteiras do sistema
familiar de modo a aceitar a
independncia dos filhos e
as fragilidades dos avs
6. ltima etapa
ninho vazio
papis geracionais.
(filhos)
(c) Aceitar e integrar a sabedoria e experincia dos mais velhos,
suporte da gerao mais velha sem super-proteco
(d) Aceitar a perda do cnjuge, irmos e outros da mesma gerao;
preparar-se para a prpria morte reviso e integrao da vida.
Considerar o Ciclo Vital importante contudo deveremos ter em conta que se trata de uma
referncia e no de uma regra para todas as famlias. O exemplo dado, baseado nos estudos
de McGoldrick e Carter, mostra uma possvel viso do percurso de vida de uma famlia, tendo
em conta critrios especficos. Mais do que procurar adoptar linearmente, sugiro uma reflexo
sobre as diferentes fases, que podero ser mais complexas do que as apresentadas, de acordo
com eventos internos e externos famlia, n de elementos, entre outras contingncias.
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Ao longo do ciclo vital da famlia, so muitas as rotinas e hbitos que vo sendo alterados.
Contudo, h momentos que se repetem e que marcam o ritmo e a cor com que todos do
significado de ser e pertencer sua famlia. So momentos de reunio e partilha, considerada
a cola da famlia (Lind, W.). Na interveno com as famlias, conhecemos a sua dinmica
acedendo tambm forma como estruturam as suas rotinas e como se organizam no dia-a-dia,
com e quando se reencontram, como celebram os bons e ptimos momentos, e como marcam
e se apoiam nos momentos menos bons.
Os Rituais Familiares so assim actividades que vo sendo repetidas ao longo do tempo, com
uma determinada regularidade, organizadas e/ou participadas por vrios (ou todos) os
elementos da famlia, e que acrescentam significado identidade familiar.
Atravs dos Rituais, as famlias passam os seus valores e crenas s diferentes geraes,
mantm o relacionamento entre todos os elementos da famlia, promovem a coeso familiar
e um sentido de pertena e identidade. Ajudam ainda a melhor gerir as mudanas
(positivas e negativas). Os rituais tm assim um lado simblico sobre o que ser famlia.
ROTINAS
importante, contudo, distinguir os rituais das rotinas. Ambos ajudam a trazer alguma
estrutura e a aproximar todos os elementos nas famlias, contudo, quando falamos de rotinas,
referimo-nos quelas actividades automticas, orientadas para o dia-a-dia, mais focadas na
tarefas e exigncias para a organizao do quotidiano. Falamos assim da forma como se
juntam (ou no) nas refeies, passeios ou outras actividades de fim-de-semana, tarefas
domsticas, ou espaos de brincadeira, estudo, etc. As rotinas ajudam a ter a noo de
continuidade e de pertena. assim que ns funcionamos! A previsibilidade das rotinas traz
um sentimento de segurana no s s crianas e adolescentes, como aos mais velhos.
TRADIES
na passagem das tradies familiares de gerao em gerao, que o sentido de famlia se
fortalece. De modo geral so vividas de forma menos estruturada/formal. Nas tradies,
consideramos os almoos de Domingo (semanal ou mensal), celebrao de nascimentos,
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reunio familiar de homenagem a um ente querido j falecido, visitas terra, bodas de prata,
frias ou fins-de-semana em famlia, etc permitem que os diferentes ncleos familiares se
mantenham ligados, a experienciar novas vivncias e a reinventar o significado de ser aquela
famlia.
MUDANAS FAMILIARES
Ao longo do ciclo vital so muitas as mudanas normativas ou no com que as famlias
tero de lidar. Muitas vezes essas mudanas so associadas com eventos negativos, como a
morte de um elemento da famlia, mas tambm os eventos positivos podero gerar stress
familiar.
Atravs dos rituais, estas mudanas podero ser integradas de forma faseada e conjunta, bem
como haver uma maior flexibilidade ao nvel da adaptao s exigncias. Rituais de
casamento, baptizados, festa de inaugurao de uma nova casa, celebrar o dia da reforma,
so formas de celebrar novos passos e, em conjunto, partilhar significados e encontrar novas
formas de estar em famlia. Velrios e enterros ajudam as famlias a partilharem a dor sentida
e, mais uma vez, procurarem encontrar novo equilbrio emocional e funcional de acordo com as
exigncias desta perda.
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O contedo ser a informao, enquanto a relao ser o modo como a informao deve ser
entendida
- Falamos de Metacomunicao: Falamos de Metacomunicao, quando deixamos de
usar a comunicao para comunicar mas a empregamos para comunicar sobre
comunicao (Watzlawick, e tal, 1967).
Numa interaco transmitimos contedos, mas na forma como o fazemos definimos ainda a
qualidade da relao.
Os autores referem que as relaes doentes so caracterizadas por uma constante luta sobre
a natureza das relaes, tornando-se cada vez menos importante o aspecto de contedo da
relao
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Estas mensagens trocadas so agrupadas pelos participantes que introduzem uma pontuao
na interaco para ficar manifesto que um ou o outro tem a iniciativa, o domnio, a dependncia,
etc., dessa interaco.
O indivduo responde ao outro, sem se aperceber que poder estar a entrar num ciclo vicioso.
O homem comunica digitalmente e analogicamente, o que significa que a digital ter uma lgica
informacional e a analgica ter uma lgica relacional.
A linguagem digital, com o significado de que funciona a partir de dois dgitos, sim-no, ou o 0-1
dos computadores, usa palavras que so sinais arbitrrios regidos por regras previamente
convencionadas.
Ser livre de ocupar as diferentes posies (up-down) e de poder passar de uma relao
complementar flexvel a uma relao simtrica permite conservar a vitalidade de uma relao.
O facto de ser simtrica ou complementar no torna em si, uma comunicao melhor ou pior, j
que ambas tm aspectos importantes e funcionais. O importante a alternncia entre ambas, de
forma flexvel, evitando assim uma escalada simtrica (competitividade) ou complementaridade
rgida (com frustrao ou desespero de um dos elementos da dade).
A partir dos axiomas descritos poderemos olhar para as famlias, procurando perceber como
comunicam e compreender a sua dinmica. Em dinmicas funcionais, a comunicao
espontnea e flexvel, havendo uma adaptao e, quando necessrio, a capacidade para
metacomunicar. Na interveno pretendemos efectivamente promover uma comunicao que
promova uma ligao gratificante entre os parceiros comunicacionais (que una e facilite a
relao). Em relaes menos funcionais, encontramos frequentemente dificuldades num ou
mais destes axiomas, traduzindo-se tal em incompreenses, distores e/ou ressentimentos.
Assim, Comunicao ser o que verbalizado, mas tambm e sobretudo, o que transmitido.
De facto, muito do que comunicamos est alm das palavras, em tudo o que pode ser
considerado a comunicao no-verbal (a expresso facial, a aparncia, os gestos, o
posicionamento face ao outro, etc.), sendo que, no mbito dos estudos desenvolvidos, os
sintomas so considerados como mensagens lgicas, com um sentido e uma funo no
contexto (sistema) em que surge e se mantm (Relvas, A.P., 2000).
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Neutralidade
Procurar ouvir as diferentes perspectivas que os vrios elementos das famlias trazem,
evitando aliar-se a um dos elementos mas, pelo contrrio, procurar encontrar pontos comuns e
novas perspectivas a partir das sinergias criadas no atendimento;
Parafrasear e Sumarizar
Questes Circulares
Se questionar intervir, colocar questes que envolvam todos os elementos promove uma
sinergia de pertena, ampliando a capacidade dos elementos reflectirem sobre si, sobre os
outros e sobre a dinmica do prprio sistema.
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Reenquadramento
O tcnico procura devolver uma nova perspectiva alternativa verdade construda pela
famlia. Por exemplo, das crticas dos filhos adolescentes e pai a uma me muito preocupada
com as arrumaes e limpezas, o tcnico pode devolver considerando que a me demonstra o
seu afecto, procurando manter a casa impecvel para a famlia e, a partir da, explorar com
todos, a forma de expressar afecto de cada um dos elementos e outras da me.
Assim, atravs da comunicao, poderemos ajudar as famlias a encontrar um novo olhar para
a sua realidade co-construda, e envolver e motivar para a mudana rumo a uma vivncia
gratificante e com sentido para todos.
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Acima de tudo, demonstram uma elevada confiana nas suas capacidades em ultrapassar as
dificuldades, e surpreendem na forma como se transcendem e mantm o sentido de famlia
inabalvel.
Todas as famlias tm um potencial de resilincia, que no igual em todas as fases de vida.
Contudo, de acordo com a investigao, parece que algumas dinmicas fortalecem as famlias
na sua capacidade de lidar com as adversidades (Walsh, F, 2006):
Ao nvel das Crenas:
Consideram que, enquanto famlia, tm capacidade para lidar com os problemas que
aparecem
Mantm esperana e otimismo face s adversidades
Aceitam o que no podem mudar
Tm f e mantm os seus rituais
Mantm uma noo de crescer e aprender com os momentos difceis
Ao nvel da Organizao:
Ao nvel da Comunicao:
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Construcionismo social
O construcionismo social postula que a realidade uma construo social criada na
intersubjectvidade da linguagem e que o conhecimento um fenmeno social desenvolvido no
cadinho da comunicao (Relvas, A.P., 2000). Segundo esta teoria, no existem verdades
sociais, j que o conhecimento desenvolvido nos contextos co-construidos pelas pessoas. A
realidade tal como a concebemos ganha sentido na inter-relao, sendo que as nossas
experincias determinam o seu significado.
Assim, a nossa realidade criada e mantida por ns, nas nossas aces e narrativas
desenvolvidas, na relao e comunicao com os outros. Os pontos de vista individuais
transformam-se na relao com os outros, alargando a interaco social, sendo importante ter
em conta os diferentes pontos de vista e valorizar a participao de todos na comunicao, de
forma a alargar a possibilidade de redefinio do contexto que influencia e influenciado pelos
seus participantes.
Em sntese, os princpios do construcionismo social so:
a realidade uma construo social;
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A totalidade traz o melhor das pessoas, das relaes, das comunidades e das organizaes,
promovendo a criatividade e criando o potencial de grupo.
As pessoas esto mais envolvidas com a mudana quando so livres para escolher a forma e
extenso do seu contributo. Livre escolha estimula o desenvolvimento positivo das
organizaes.
Na base do IA temos ainda alguns pressupostos muito simples que nos podero ajudar a
encontrar solues a vrios nveis:
1. Em todas as sociedades, organizaes ou grupos, alguma coisa funciona;
2. Aquilo em que nos focamos, transforma-se na nossa realidade;
3. A realidade criada no momento, e h mltiplas realidades;
4. O acto de colocar questes sobre uma organizao ou grupo influencia o grupo de algum
modo;
5. As pessoas tm mais confiana e vontade para encarar o futuro ("o desconhecido")
quando trazem o melhor do seu passado ("o conhecido");
6. importante valorizar a diferena;
7. A linguagem que usamos cria a nossa realidade.
A partir destes Pressupostos poderemos encontrar um meio de fazer mais daquilo que
funciona. Ao contrrio do modelo clssico de resoluo de problemas, cujo princpio bsico
"uma organizao um problema a ser resolvido", o Inqurito Apreciativo baseia-se no
princpio de que "uma organizao um mistrio a ser abraado" (Hammond, S.A., 1996).
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Discovery (Descoberta) as pessoas falam entre si, muitas vezes via entrevistas estruturadas, atravs
de questes positivas, na busca e anlise de sucessos;
Dream (Sonho) esta fase acontece num grupo em que as pessoas, em conjunto, visualizam o que
poderia ser e onde querem chegar;
Design (Delineamento) tornar a imagem do sonho num plano de aco a realizar por fases;
Delivery (Criao) implementao de mudanas, dando incio a actividades que possam ser postas
em prtica no imediato.
Escolher o 'Tema Afirmativo' implica criar temas para o futuro. A partir dele se desenrola o
processo que o sistema pretende desenvolver mais e melhor. Este Tema ir envolver as
pessoas em dilogos e dinmicas positivas que permitiro manter a motivao e desejo da
concretizao do sonho.
A utilidade desta abordagem no trabalho com famlias e em particular na interveno social
reside no facto de evitarmos o cepticismo relativo interveno ou s potencialidades das
famlias. Poder haver uma tendncia para os tcnicos/equipas focarem nos problemas e
perderem capacidade de aco eficaz.
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A Terapia Breve Orientada para as Solues (TBOS), tal como o nome indica, refere-se a um
processo teraputico de curta durao que visa a busca de solues. Steve de Shazer
desenvolveu esta abordagem no sentido de evitar a tendncia das diferentes correntes a
focarem-se nos problemas. Parte do pressuposto de quase sempre existirem excepes aos
problemas, na medida em que esses problemas no esto continuamente presentes se uma
me fala das discusses acesas com o seu marido, vamos perceber como funciona a dinmica
deste casal quando no discutem, quando se sentem bem. Pretende-se assim promover as
competncias das pessoas, maximizando os momentos que funcionam sem problemas ou
em que conseguem lidar melhor com as situaes ditas problemticas. A TBOS considera que
a nossa vida est constantemente em mudana, pelo que os problemas so realidades
descontnuas e contingentes nas nossas vidas.
Considerando que uma pessoa quando est em baixo, no o est constantemente ao longo
do tempo, nem as pessoas em seu redor esto constantemente a tentar anim-la, o que faz
quando se sente melhor? Como reagem amigos/ familiares quando no est em baixo? A
TBOS tenta procurar as competncias e recursos, para provocarem mudanas nas suas
vidas, tendo sempre em conta os objectivos definidos com as famlias e indivduos e se a
interveno est efectivamente a ir de encontro a esses objectivos.
A Questo do Milagre ajuda-nos, na interveno, a definir objectivos com uma famlia ou
indivduo, que apresenta uma srie de queixas, esperando que os problemas sejam
solucionados de alguma forma, muitas vezes vindas do terapeuta ou tcnico.
Supondo depois da nossa entrevista vai para casa, janta, organiza a casa, v
televiso entre outras coisas e vai ento dormir e, enquanto dorme acontece um
milagre e os problemas que trouxe terapia desaparecem, como que por magia!...
mas isto acontece quando est a dormir, pelo que no sabe que aconteceu assim,
acorda pela manh e como descobre que o milagre aconteceu?
Ao responder a esta questo, a pessoa (ou famlia) ir visualizar a sua vida sem os problemas
apresentados e imaginar como decorrem as suas rotinas e como reagiriam as outras pessoas
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(amigos, familiares, vizinhos, etc.), tomando conscincia das diferenas face ao presente. Os
indivduos colocam-se numa posio que nem sempre estamos habituados j que, tendemos
mais a queixarmo-nos e a encontrar formas de perpetuar os problemas do que a
concretizarmos uma mudana efectiva.
Esta abordagem recorre ainda a uma escala de 0 a 10, para depois da questo milagre, se
posicionar face mudana:
Numa escala de zero a dez, sendo o dez indicador para as circunstncias do dia
aps o milagre e o zero para quando recorreu a um pedido de ajuda profissional
(psiclogo, assistente social ou outro tcnico), em que ponto (entre zero e dez ) se
encontra neste momento?
Aps esta questo, possvel, supondo que a pessoa responde quatro, procurar perceber a
diferena entre zero e quatro na sua concepo, como seriam as coisas se tivesse no
cinco, o que era preciso acontecer para se considerar no seis, e assim concretizar um pouco
mais sobre como desenvolver o processo de mudana. Em cada uma das sesses seguintes
efectuada a pergunta relativamente ao posicionamento actual da referida escala.
A partir daqui possvel definir objectivos concretos com as pessoas, tendo em conta o
futuro imaginado, com um maior envolvimento da sua parte fundamental que os objectivos
partam das famlias e indivduos, para garantir empenhamento ao longo do processo de
mudana.
Tendo sido desenvolvido no mbito da interveno clnica, esta abordagem tem sido alargada
ao contexto de interveno social. Torna-se til devido ao seu pragmatismo e sua capacidade
de envolvimento das pessoas com os objectivos definidos. Para os tcnicos, torna-se prtico
para a reflexo constante dos objectivos concretos e definio de etapas, para alm de, com a
escala, ter ainda feedback da evoluo percebida pelos indivduos/utentes.
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Michael White
As Terapias Narrativas surgiram com Michael White e David Epston, sendo uma abordagem
que se centra nas pessoas como especialistas das suas prprias vidas e nos problemas como
entidades separadas dos indivduos. Assume-se assim que as pessoas tm competncias,
habilidades, crenas e valores que lhes permitem diminuir a influncia que os problemas tm
nas suas vidas.
Os autores enfatizam a importncia das histrias de vida que todos construmos e defendem
que se pode fazer a diferena na construo de novas narrativas. As Terapias Narrativas
envolvem ento da parte do terapeuta ou tcnico, a compreenso das histrias dos indivduos
e a promoo de uma relao de colaborao para criar novas narrativas, para re-narrar os
seus acontecimentos de vida. Nesta relao so co-criados novos significados que facilitam a
criao de uma nova realidade para as famlias.
No obstante White e Epston apresentarem vrias sugestes de interveno, esta abordagem
passa mais por integrar uma filosofia de re-narrar as histrias de vida, do que de seguir uma
metodologia rgida, pelo que o terapeuta poder criar diferentes formas de interveno,
adaptadas ao contexto. uma forma de trabalhar que se foca na perspectiva das pessoas e
nos contextos que afectam o seu bem-estar, partindo do pressuposto de que quando as
pessoas experimentam um problema e vo terapia, as narrativas com que esto a relatar a
sua vivncia, no representam suficientemente a experincia vivida, pois h aspectos
significativos e vitais da sua experincia que contradizem estas narrativas dominantes.
assim proposto, no mbito desta abordagem, que a interveno passe pela Externalizao
do Problema, isto , por ajudar os membros das famlias a separarem-se e a separarem as
suas relaes do problema, a partir da construo de narrativas alternativas no saturadas
pela situao problemtica.
Vrias so as vantagens apontadas pelos autores:
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Maior
problema;
Ajuda
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Se um facto que o sentido de humor existe exclusivamente no ser humano, pouco paramos
para questionarmos sobre a sua natureza e funo. At que ponto o sentido de humor nos
pode ajudar nas nossas vidas? E na interveno? Nos ltimos 30 anos tm sido desenvolvidos
vrios estudos para verificar estas e outras questes. Alguns dos estudos tm demonstrado
inmeros benefcios na sade fsica e emocional e, no tocante Interveno atravs do Humor
tm sido verificadas mais valias, tais como:
Ajuda a ganhar objectividade sobre os problemas;
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I. Criao de Humor.
Perceber relaes de forma
inslita e divertida. Gostar de
rir e no perder
oportunidades
Dimenses
Sentido de
Humor
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Naturalmente que no h receitas e parte muito de cada um de ns, do nosso estilo pessoal de
interveno. No entanto, quando nos sentimos vontade, podemos ajudar as pessoas a verem
o lado mais inslito ou cmico, desdramatizando assim as situaes que nos trazem.
fundamental, contudo, que o bom senso esteja presente, para no magoar ou menosprezar o
sofrimento dos outros.
Muitas vezes o nvel de tenso das famlias que pedem ajuda tal, que qualquer estratgia
parece condenada ao fracasso assim, se o prprio tcnico ou terapeuta adoptar um estilo
optimista de pensamento ajudar as famlias a rirem-se com as dinmicas por eles criadas e
fazer emergir outras alternativas nas conversas estabelecidas/ atendimentos afinal, em todas
as famlias h momentos de maior tenso (olhemos para as nossas famlias) e, quando
conseguimos rir e brincar com as situaes, mais facilmente relativizamos e damos o espao
adequado aos problemas (sem sobrevalorizar ou subvalorizar) e podemos ento encontrar
novas solues e estratgias.
H que ter ainda em ateno que nem todo o humor construtivo ou potenciador de modos
mais positivos de lidar com as situaes. Salameh prope uma escala de avaliao do Humor
que nos pode ajudar a reflectir:
Humor destrutivo
Humor negativo
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assim fundamental tomarmos conscincia se estamos a rir com ou a rir das pessoas (Clo
Madanes), pois essa diferena pode alterar o rumo da relao estabelecida com as famlias ou
indivduos, bem como influenciar o processo de mudana que pretendemos agilizar. O humor
pode ser um meio ptimo para ganhar perspectiva dos problemas e ajudar as pessoas a
afastarem-se do criticismo (Fogarty) e tal possvel se da parte do tcnico ou terapeuta houver
igualmente uma postura positiva e construtiva perante a vida e os outros. Comecemos por ns
e naturalmente iremos optimizar a nossa interveno.
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