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Análise Da Banca Kpmg-Bom

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FINANCIAL SERVICES

Anlise ao
Sector Bancrio
Angolano

kpmg.co.ao

KPMG ANGOLA

a | Section or Brochure name

ndice
1. Prefcio e agradecimentos

2. Breve descrio da metodologia do estudo

3. Enquadramento macroeconmico

4. Anlise do sector bancrio em Angola

5. Desafios do sector bancrio em Angola


5.1 Inovao e Orientao ao Cliente
5.2 Corporate Governance e Gesto de Risco Operacional
5.3 Eficincia no Negcio Bancrio
5.4 Gesto do Risco de Crdito
5.5 Lei Cambial
5.6 Reforma Tributria
5.7 CONTIF/IFRS
5.8 AML/CTF
5.9 Mercado de Capitais
5.10 Continuidade de Negcio

16

6. Principais concluses

32

7. Dados financeiros

33

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 3

1. Prefcio e agradecimentos
Decorrido mais um ano de actividade da KPMG em
Angola, continumos a manter o nosso foco no
Sector Financeiro, procurando acompanhar os seus
principais desenvolvimentos, quer ao nvel da
performance e regulao, quer ao nvel dos seus
desafios.

No que respeita ao Sector Bancrio, no exerccio de


2011 em anlise no presente estudo verificaram-se
ritmos de crescimento relevantes nas vrias
dimenses em anlise, potenciando, igualmente, o
crescimento da taxa de bancarizao da populao
Angolana.

No mbito deste posicionamento, mantemos o


nosso compromisso com o mercado de
contribuirmos com os resultados da nossa anlise
sobre o Sector Bancrio em Angola, com destaque
para as nossas expectativas em relao aos seus
desafios.

Embora esta taxa ainda se mantenha relativamente


baixa quando comparada com outros pases africanos,
continua a existir uma orientao estratgica no
mercado para potenciar o seu crescimento, quer por
via das Instituies Financeiras, quer por via dos
Reguladores.

Nesta base, esperamos que este estudo continue a


representar para as Instituies Financeiras
Angolanas, Reguladores e mercado em geral, um
instrumento de apoio anlise da evoluo do
Sector, bem como da sua dinmica.

nossa opinio que, face a uma maior exposio


internacional, o Sector Bancrio se deparar com um
conjunto desafios adicionais relacionados com
corporate governance, gesto do risco e de
compliance, sem descurar a contnua inovao no
negcio e a optimizao da sua base de custos.

A informao disponibilizada neste estudo, relativa a


dados de cada uma das Instituies Financeiras,
proveniente de contas publicadas ou divulgadas
directamente pelas Instituies Financeiras que
operam em Angola, salvo indicao em contrrio.
O ano de 2011 veio consolidar a retoma do ritmo de
crescimento econmico em Angola, aps um
perodo de alguma desacelerao. expectvel
que, semelhana de outros pases do continente
Africano, Angola continue a apresentar taxas de
crescimento bastante favorveis nos prximos
anos, considerando o investimento actual e previsto
na diversificao da economia Angolana e nas
relaes comerciais, o que potenciar, igualmente,
o Sector Financeiro em geral e o Sector Bancrio
em particular.
O recente desenvolvimento econmico de Angola
igualmente comprovado pelas agncias de rating,
tendo a sua notao em 2011 melhorado nas vrias
agncias, demonstrando o nvel de confiana
crescente no Pas e a sua maior capacidade de
obteno de financiamento.
No obstante, ainda subsiste na economia Angolana
uma elevada dependncia das receitas provenientes
do petrleo, o que continua a expor o Pas
volatilidade econmica internacional,
nomeadamente no momento actual.

A evoluo ao nvel regulamentar e de superviso do


Sector que temos vindo a assistir, em alinhamento
com as boas prticas internacionais, continuar a exigir
s Instituies Financeiras um modelo organizacional
dinmico e articulado, garantindo respostas atempadas
e exequveis ao nvel de gesto de risco, controlo
interno, preveno ao branqueamento de capitais e
combate ao financiamento do terrorismo.
Por outro lado, as Instituies devero continuar a
apostar na inovao e qualidade de servio ao cliente,
bem como na explorao e desenvolvimento de
oportunidades de negcio decorrentes da nova
regulamentao em vigor, como, por exemplo, a que
se encontre relacionada com a Reforma Tributria, a
Lei Cambial ou mercado de capitais (primrio e
secundrio).
Gostaria de apresentar neste estudo um especial
agradecimento pelo empenho de todos aqueles que
colaboraram na preparao deste trabalho, esperando
que o mesmo continue a corresponder s melhores
expectativas dos seus destinatrios, e subscrevo-me
com os melhores cumprimentos.
Sikander Sattar
Presidente do Conselho de Administrao da
KPMG Angola
Luanda, Novembro de 2012

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 4

2. Breve Descrio da Metodologia do Estudo


Metodologia do Estudo e Fontes de Informao
Os dados e anlises apresentados sobre o Sector
Bancrio em Angola resultaram da informao
pblica (Relatrios e Contas) disponibilizada pelas
Instituies Financeiras includas no nosso estudo,
da informao disponibilizada no site do Banco
Nacional de Angola (BNA) e de dados obtidos
atravs da EMIS, entre outras fontes.
A anlise efectuada baseia-se em valores agregados
e, salvo quando expressamente mencionado em
contrrio, resultam do somatrio dos valores
associados s Instituies Financeiras consideradas
no presente documento.
No obstante o universo do nosso estudo pretender
ser composto pela totalidade das Instituies
Financeiras a operar em Angola (total de 23
Instituies, conforme listagem de Instituies
Financeiras autorizadas constante no site do BNA
data de 14 de Agosto de 2012), relativamente a trs
das Instituies no foi possvel recolher
atempadamente a informao necessria para
efeitos do nosso estudo.
Ano de incio de actividade
Banco

Ano

BPC

BANCO DE POUPANA E CRDITO

1976

BCI

BANCO DE COMRCIO E INDSTRIA

1991

BCGTA

BANCO CAIXA GERAL TOTTA DE ANGOLA

1993

BFA

BANCO DE FOMENTO ANGOLA

1993

BAI

BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS

1997

BCA

BANCO COMERCIAL ANGOLANO

1999

SOL

BANCO SOL

2001

BESA

BANCO ESPRITO SANTO ANGOLA

2002

BRK

BANCO REGIONAL DO KEVE

2003

BMF

BANCO BAI MICRO-FINANAS

2004

BIC

BANCO BIC

2005

BPA

BANCO PRIVADO ATLNTICO

2006

BMA

BANCO MILLENNIUM ANGOLA

2006

BNI

BANCO DE NEGCIOS INTERNACIONAL

2006

BDA

BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE ANGOLA

2006

VTB

BANCO VTB-FRICA

2007

BANC

BANCO ANGOLANO DE NEGCIOS E COMRCIO

2007

FNB

FINIBANCO ANGOLA

2008

BKI

BANCO KWANZA DE INVESTIMENTO

2008

SBA

STANDARD BANK

2009

BCH

BANCO COMERCIAL DO HUAMBO

2010

BPD

BANCO PARA PROMOO E DESENVOLVIMENTO

2010

BVB

BANCO VALOR

2010

Fonte: BNA e Relatrios e Contas dos Bancos

As Instituies Financeiras no consideradas para


efeitos do presente estudo foram as seguintes:

Banco BAI Micro-Finanas;

Banco para Promoo e Desenvolvimento;

Banco de Desenvolvimento de Angola.

Sem prejuzo deste facto, consideramos estar


assegurada a representatividade do Sector na
globalidade dos indicadores analisados.
Assim, o presente estudo visa dar uma perspectiva
quantitativa e qualitativa sobre as diferentes
dimenses de anlise do Sector Bancrio Angolano,
nomeadamente:

Dimenso (p.e.: activos, crdito, depsitos,


produto bancrio, nmero de balces, nmero de
empregados);

Rentabilidade (p.e.: resultados lquidos, ROE,


ROAA);

Eficincia (p.e.: cost-to-income);

Alavancagem (p.e.: rcio de transformao); e

Solidez (p.e.: solvabilidade).

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 5

3. Enquadramento Macroeconmico
Seguindo a tendncia de 2010, a desacelerao da
economia mundial agravou-se em 2011, tornando-se
clara a extenso e profundidade da crise que teve
incio em 2008. A nvel mundial, em 2011, segundo
o World Economic Outlook, elaborado pelo Fundo
Monetrio Internacional (FMI) em Outubro de 2012,
o crescimento econmico foi de 3,8%, menos 1,3%
que o ano anterior. Para 2012, est prevista uma
ligeira contraco, sendo de 3,3% a taxa de
crescimento esperada para a economia mundial.

A diversificao da economia Angolana tem sido um


dos grandes objectivos nos ltimos anos, com
resultados j bem evidentes. Apesar de o Sector
petrolfero ter apresentado um ligeiro aumento em
2011 (devido ao aumento dos preos dos mercados
internacionais), desde 2008 tem vindo a reduzir o seu
peso relativo no total do PIB Angolano, muito por via
do incremento de sectores como a agricultura, a
indstria transformadora e a construo, sendo
expectvel que esta tendncia se mantenha.

O crescimento deveu-se em grande parte s


economias emergentes (6,2% em 2011), os quais
compensaram o crescimento de, apenas, 1,6% das
economias mais desenvolvidas, nomeadamente
EUA, Zona Euro e Japo. A desacelerao, a nvel
global, apresenta como principais causas a crise
europeia de dvida soberana, as incertezas sobre a
poltica oramental dos EUA e algum abrandamento
dos historicamente elevados ritmos de crescimento
dos pases emergentes, entre os quais os pases da
frica Subsariana. Apesar do referido
abrandamento, expectvel que este grupo de
pases continue a apresentar um crescimento
econmico assinalvel no final de 2012, suportado
pela menor exposio incerteza das economias
desenvolvidas.

Em 2009 e 2010 o volume de produo de petrleo,


em Angola, apresentou uma quebra. No entanto, o
impacto em termos de valor no foi notrio, visto que
foi compensado pelo aumento dos preos
internacionais do petrleo.

No continente Africano, expectvel que Angola


apresente em 2012 um dos mais significativos
ritmos de crescimento do PIB (6,8%), alinhado com
pases de referncia na regio, como, por exemplo,
a Nigria (7,1%) e bastante acima da frica do Sul
(2,6%). Refira-se, ainda, que Angola apresentou
uma evoluo notvel, apresentando um
crescimento mdio de 12,5% registado entre 2005
e 2011.
Evoluo do PIB real (%)
25,00%
20,00%

PIB (%)

15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
-5,00%
-10,00%
2005

Projeco
2006

2007
Angola

2008
frica do Sul

2009

2010

2011

China

Euro Area

USA

2012

2013

Fonte: FMI, World Economic Outlook October 2012

No continente Africano, expectvel que Angola


apresente em 2012 um dos maiores
crescimentos econmicos da regio.

Com o objectivo de reduzir de forma gradual a


dependncia e exposio a determinadas economias
evoluidas, foram desenvolvidos esforos no sentido de
diminuir a importncia do Sector petrolfero na
economia Angolana, nomeadamente atravs da
implementao do Programa de Investimentos
Pblicos (cujo principal objectivo reforar as infraestruturas pblicas) e do Programa de
Desenvolvimento de Micro, Pequenas e Mdias
Empresas (que ambiciona a criao e solidificao de
um tecido empresarial robusto e competitivo),
estimulando a economia, ao mesmo tempo que
gerado emprego e riqueza.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 6

Relaes Comerciais

Desdolarizao da Economia

O objectivo de diminuir a dependncia Angolana do


exterior tambm desencadeou efeitos na Balana
Comercial, cujo saldo em 2011 foi de 36%. Na base
desta evoluo, destaca-se o aumento das
exportaes de petrleo, o que permitiu compensar
o ligeiro crescimento das importaes.

No sentido de repor a confiana na moeda nacional e


de garantir a estabilidade cambial, no final de 2009 foi
apontado como objectivo do BNA a necessidade de
desdolarizar a economia, ou seja, reduzir, de forma
inequvoca, a dependncia da economia nacional face
ao dlar norte americano. Nesta base, foram
desenvolvidas pelo Executivo medidas com este
propsito, limitando a utilizao da moeda estrangeira
na economia, como, por exemplo, o limite mximo
imposto s casas de cmbio para venda de moeda
estrangeira, a fiscalizao do cumprimento da Lei
Cambial, o incentivo aos pagamentos no mercado
interno com Kwanzas e a definio de legislao que
penalize a recusa do Kwanza como meio de
pagamento em territrio nacional, entre outros.

2008

2009

2010

2011

Im portaes

54%

8%

-26%

18%

Exportaes

44%

-36%

24%

30%

40%

-58%

87%

36%

Balana Com ercial

Fonte: AICEP- ITC - International Trade Centre & BNA

Como parceiros de referncia na exportao de


produtos Angolanos encontram-se a China (47%),
seguida dos EUA (25,3%) e da Zona Euro (10,4%).
Ao nvel das importaes de Angola, os principais
fornecedores so a Zona Euro (41,6%), a China
(14,3%) e os EUA (9,3%). Dentro da Zona Euro,
Portugal apresenta-se com 18,96% do total das
importaes Angolanas, sendo o Pas com maior
quota neste conjunto.
Taxa de Cmbio
A volatilidade do Kwanza face ao Dlar Norte
Americano (USD) tem sido historicamente elevada,
o que levou prossecuo do objectivo de
estabilizao da taxa de cmbio nos ltimos 10
anos. Em 2011, a cotao mdia foi de 93,5 AOA
por cada USD. Esta estabilidade tem vindo a ser
possvel, dadas as elevadas receitas petrolferas que
permitem o aumento das Reservas Internacionais
Lquidas e uma maior interveno no mercado
cambial primrio por parte da autoridade monetria,
sendo de prever que esta estabilidade se mantenha
nos prximos anos.

Este objectivo, visto actualmente como uma medida a


mdio prazo, pretende ter uma implementao
gradual, de forma a evitar perturbaes no
funcionamento normal do mercado interno. um
processo que, apesar de ainda no estar prximo da
sua concluso, j permitiu reduzir o diferencial entre as
duas moedas.
Diversas medidas foram j desenvolvidas com o
intuito de diminuir parcialmente a circulao do
dlar norte americano na economia Angolana. A
desdolarizao j uma realidade em Angola.
Inflao
Em 2011 a taxa de inflao apresentou um decrscimo
face ao ano anterior, passando de 14,5% para 13,5%.
Com base nos dados do FMI, prev-se que esta taxa
venha a convergir para valores prximos dos
apresentados por outros pases africanos, como, por
exemplo a frica do Sul, sendo esperado o seu
decrscimo at cerca de 7,4% em 2015.

Evoluo da taxa de inflao


16,0%
14,0%
12,0%
Projeco

Taxa de inflao

Evoluo da Balana
Comercial

10,0%
Angola

8,0%

frica do Sul

6,0%
4,0%
2,0%

Projeco

0,0%
2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

Fonte: FMI, World Economic Outlook October 2012

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 7

Rating da Repblica

S&P: manteve-se em BB-;


Fitch: manteve-se em BB-.

No futuro, prev-se que a populao Angolana


apresente at 2017 um aumento sustentado do seu
poder de compra em cerca de 5% ao ano, aliado s
excelentes perspectivas de crescimento econmico.
Evoluo do PIB por paridade de poder de compra per capita
25,0%

20,0%

15,0%

PIB per Capita

O desenvolvimento econmico de Angola ,


tambm, suportado pela evoluo positiva da
posio das Agncias de Rating sobre a economia
do Pas. Em 2011 Angola melhorou o seu nvel de
rating nas principais agncias internacionais de
notao financeira. Mais recentemente, j em
2012, as avaliaes das agncias de rating vieram
confirmar e manter os mesmos nveis:

Moodys: manteve-se em Ba3;

Angola
10,0%

frica do Sul
Estados Unidos da Amrica

5,0%

Nigria

0,0%

Esta evoluo proporciona um maior nvel de


confiana no Pas e permite a obteno de
financiamento em condies mais favorveis.
Dvida Pblica
Relativamente dvida pblica, o Estado continuou a
utilizar a emisso de Bilhetes do Tesouro como a
principal fonte de financiamento. No obstante,
saliente-se a reduo de 20% no volume de
emisses.

-5,0%
2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

Fonte: FMI

Perspectivas Futuras
Com base na informao do World Economic Outlook
do FMI, prev-se que o crescimento da economia
mundial em 2012 registe um crescimento mais
moderado que no ano anterior, com um progresso de
3,3%. Esta evoluo suportada principalmente pelos
pases emergentes, onde se inclui Angola com uma
evoluo expectvel de 6,8% (stimo maior
crescimento da frica Subsariana).
Para 2012 expectvel que o peso do Sector
petrolfero se mantenha, sem prejuzo da tendncia
para a maior diversificao, dinamizao e
investimento noutros sectores da economia, como
sejam a agricultura, a indstria transformadora e a
construo.

PIB por Paridade do Poder de Compra


Analisando o PIB per capita (PPC) de Angola em
comparao com economias como os EUA, frica
do Sul ou Nigria, perceptvel a positiva e
sustentada evoluo do poder de compra da
populao Angolana no perodo em anlise.
No entanto, e similarmente a outras economias
mundiais (ex. EUA e frica do Sul), a evoluo deste
indicador sofreu um impacto negativo em resultado
da crise econmica, apresentando valores mais
reduzidos, especialmente em 2009.
Angola apresenta uma evoluo do poder de
compra da sua populao a um ritmo superior ao
dos EUA e da frica do Sul.

Perante as perspectivas de crescimento, continuam


igualmente a existir oportunidades para o investimento
estrangeiro no Pas, bem como a materializao do
movimento de internacionalizao de Instituies
Financeiras Angolanas no estrangeiro.
No que respeita ao sistema financeiro e como forma
de assegurar a sua robustez e resilincia, destaca-se a
criao (j em 2012) do Comit de Estabilidade
Financeira (COMEF). Este Comit tem como
responsabilidade a avaliao e monitorizao do
comportamento dos principais indicadores de
crescimento, como a rentabilidade, liquidez e
solvabilidade do sistema financeiro Angolano. Deve,
tambm, propor polticas para melhorar a respectiva
solidez e eficincia, acompanhando situaes
passveis de afectar a estabilidade financeira,
avaliando o risco sistmico e probabilidade de contgio
a nvel domstico, definindo mecanismos de
preveno e assegurando a implementao de planos
de contingncia.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 8

4. Anlise do Sector Bancrio em Angola


O crescimento econmico generalizado de todo o
continente Africano em 2011 teve um impacto
positivo no Sector Bancrio, permitindo um
crescimento considervel do mesmo. O
crescimento do PIB e do investimento estrangeiro
nos diversos pases possibilitou no s novas
oportunidades de negcio como tambm o
incremento de receitas para os agentes
econmicos, incluindo o Sector Bancrio,
potenciando igualmente o seu crescimento.

Ao longo deste perodo, destaca-se a iniciativa privada


e o aparecimento de um conjunto de Bancos sem
capitais pblicos.
Bancos
Pblico
Misto
Privado Nacional
Filiais e Bancos Estrangeiros
Total

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011


2

3
-

4
13

5
17

10

10

10

12

12

7
23

7
23

6
19

6
19

6
19

Fonte : BNA

O Sector Bancrio Angolano exemplo desse


crescimento, tendo mesmo colocado seis Bancos
no ranking dos 100 maiores Bancos do Continente
Africano, segundo a African Business Magazine
(Outubro de 2011). Esta classificao foi efectuada
atravs da anlise de indicadores de Capital, Activo,
Resultados e Rentabilidade.

O Sector continua a caracterizar-se por uma elevada


concentrao sendo que cinco Bancos (BAI, BESA,
BPC, BFA e BIC) representam 79% dos activos totais
do sector. No entanto, mantm-se, igualmente, a
tendncia para a disperso e perda de quota de
mercado relativa pelas restantes Instituies a operar
em Angola.

Considerando as Instituies Financeiras em


anlise, o Sector Bancrio Angolano continuou a
crescer face ao ano transacto em dimenso
(aumento de 18,3% em nmero de balces, 9,2%
em nmero de colaboradores e 20,6% em activos)
e em rentabilidade (aumento de 13,3% do produto
bancrio). J ao nvel de resultados, foi visvel um
ligeiro decrscimo dos resultados lquidos em 2,0%,
o qual foi influenciado principalmente pelo menor
crescimento da margem financeira face ao ano
anterior.

Destacamos, ainda, a crescente regulamentao do


Sector, preconizada em grande medida pelo BNA. Em
2011 foi emanada legislao com impacto na
economia nacional em geral e no Sector Bancrio em
particular, nomeadamente a criao da taxa LUIBOR
(Luanda Interbank Offered Rate) e da taxa de juro
bsica (taxa BNA), a legislao sobre a proteco ao
consumidor de servios e produtos financeiros em
Angola, a diminuio das Reservas Obrigatrias em
Moeda Nacional e o pacote regulamentar sobre a
preveno do branqueamento de capitais e
financiamento ao terrorismo.

Estas dimenses reflectem a contnua expanso


das Instituies Financeiras em Angola, quer para
novas provncias, incrementando a taxa de
bancarizao, quer na captao e explorao de
novos negcios e recursos.

expectvel que o nmero actual de Bancos a operar


no mercado potencie o desenvolvimento cada vez
mais competitivo da actividade no Sector, com
impactos positivos na sociedade Angolana, quer ao
nvel econmico, quer ao nvel social.

Evoluo do Sector
Segundo o Departamento de Superviso do
Sistema Financeiro do BNA, em 2011 existiam 23
Bancos em Angola, mantendo-se a situao do ano
anterior.
A evoluo do nmero de Bancos a operar em
Angola nos ltimos anos encontra-se
intrinsecamente ligada evoluo econmica
positiva do Pas. Esta evoluo foi propcia criao
de melhores condies e oportunidades no Sector
Bancrio, levando ao crescimento do nmero de
Instituies a operar no mercado, evoluindo de 13
Bancos, em 2005, para 23, em 2011.

Em paralelo, o grau de bancarizao da populao


continua a ser um desafio, bem como a introduo no
mercado de instrumentos financeiros com uma maior
complexidade.
Finalmente, destacamos o diagnstico sobre o nvel da
implementao do CONTIF nas Instituies
Financeiras Angolanas, o qual, estamos certos,
permitir recolher informao importante para nos
prximos anos o BNA preparar a fase seguinte do
framework aplicvel preparao das Demonstraes
Financeiras, nomeadamente as IFRS.
O elevado nmero de Instituies Financeiras
potencia a saudvel competitividade no mercado
Angolano, levando ao crescimento da economia e
do grau de bancarizao da populao.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 9

Bancarizao

Rede Multicaixa e ATM

Em 2011 foi novamente notrio o crescimento do


nmero de balces (18,3%), contribuindo para a
bancarizao da populao em Angola. No
universo analisado, o nmero de balces passou de
838, em 2010, para 991, em 2011, sendo que a
disperso geogrfica dos mesmos pelas provncias
Angolanas aumentou significativamente, apesar de
Luanda continuar, ainda assim, a concentrar quase
metade do total de balces do territrio.

A Rede Multicaixa continuou a respectiva expanso,


nomeadamente por via da evoluo do volume mdio
mensal de transaces em Automatic Teller Machines
(ATM) de 5,1 milhes de transaces em 2010, para
6,8 milhes em 2011, bem como com um crescimento
de 87% das transaces realizadas atravs de
Terminais de Pagamento Automtico (TPA), num total
de cerca de nove milhes de transaces em 2011.
Esta evoluo representa um bom contributo para a
bancarizao da populao.

N de Balces (em unidades)

18,3%

Transaces em ATM
991

90.000.000
80.000.000

838

25,1%

35%

70.000.000

670

60.000.000

47%

50.000.000

31%

40.000.000
30.000.000

78%

20.000.000

102%

10.000.000
Balces
2009

2010

0
2004

2011

2005

2006

2007

2008

2009

2010

Novos canais electrnicosFonte: KPMG, Relatrios e Contas dos Bancos


Em paralelo, assiste-se difuso de novos canais
electrnicos para a distribuio de produtos e
servios, incrementando a forma de contacto entre
os clientes e as Instituies Financeiras por via da
maior facilidade de acesso, rapidez e comodidade
na relao com o Banco.

Transaces em TPA

10.000.000
9.000.000
8.000.000
7.000.000

87%

6.000.000
5.000.000

68%

4.000.000
3.000.000

A crescente competitividade entre as Instituies


tem levado a novos desafios em termos de
crescimento ou mesmo de manuteno da quota de
mercado, potenciando uma maior preocupao com
os nveis de satisfao dos clientes e com a sua
reteno.
Servios como o Mobile e o Internet Banking
(conjunto de servios bancrios que permite ao
cliente efectuar operaes e consultas pelo
telemvel/internet) comeam a surgir de forma
mais massificada e a ser cada vez mais requeridos e
usados por diferentes segmentos de clientes.

Actualmente, visvel uma preocupao


crescente com a satisfao dos clientes,
disponibilizando as Instituies, um conjunto de
mecanismos adicionais na sua relao com o
Banco.

2011

Fonte: EMIS

94%

2.000.000

140%

1.000.000
0
2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

Fonte: EMIS

Com o aumento do nmero de cartes Multicaixa tem


crescido o nmero de levantamentos em ATM e de
pagamentos atravs do TPA.
Esta tendncia de crescimento notria nos ltimos
anos, sendo a utilizao dos TPA cada vez mais
significativa, reduzindo a recorrncia na utilizao de
numerrio.
medida que existe uma maior utilizao dos
terminais de pagamento automticos por parte de
estabelecimentos comerciantes aderentes, o nvel de
confiana dos cidados na utilizao deste terminais
aumenta, levando a uma mudana no perfil de
transaces e dos prprios clientes bancrios. Este
comportamento verifica-se pela evoluo
significativamente positiva no nmero de transaces
em TPA ao longo dos anos.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 10

Na base deste crescimento destaca-se, igualmente,


a evoluo do nmero de ATM e de TPA. De 2010
para 2011, a taxa de crescimento do nmero de
ATM foi de 26% e a dos TPA foi de 50%.

A crescente e significativa evoluo do Sistema de


Pagamentos em Angola demonstra a dinamizao do
Sector Bancrio mas implica, igualmente, um maior
controlo e vigilncia sobre o mesmo por parte das
Entidades de Superviso.

Evoluo Caixas Automticos (ATM)


1.800
1.600

26%

1.400

30%

Unidades

1.200
1.000

39%

800

1.289
995

400

717

200
0

1.629

47%

600

85

150

2004

2005

325
2006

488

2007

2008

2009

2010

2011

Fonte: EMIS

Evoluo Terminais Pagamento Automtico (TPA)

20.000
18.000

18.199

Unidades

16.000

50%

14.000
12.000

60%

10.000

12.140

8.000

185%

6.000
4.000

7.587

120%

2.000
173
2004

250

339

2005

2006

Antecipando essa questo, em 2011 o BNA reviu e


definiu nova regulamentao associada aos cartes de
pagamento bancrios, regulando as actividades de
emisso, aceitao e utilizao de cartes de
pagamento, garantindo uma maior preveno e
controlo de fraude relacionada com este produto e
servios associados.

1.211
2007

2.660
2008

2009

2010

2011

Fonte: EMIS

A tendncia anteriormente referida reflecte a


confiana crescente da populao em toda a rede
Multicaixa, bem como nos novos servios de
pagamento disponveis Internet e Mobile Banking.
No obstante, com o aparecimento de novos
servios e produtos, surgem igualmente outras
situaes menos positivas, como sejam as
situaes de potencial fraude associada a cartes
bancrios (dbito ou crdito).
Para o efeito, as Instituies Financeiras tm
desenvolvido, em conjunto com a EMIS,
mecanismos para a preveno, controlo e deteco
de indcios de fraude e para a sua resoluo
atempada, aquando da sua ocorrncia.

Esta evoluo muito significativa do Sistema de


Pagamentos alicerou-se na alterao da forma como
muitos pagamentos e operaes comeam agora a ser
efectuadas, suportadas em transferncias bancrias
(em vez de numerrio ou cheque) e que se aplicam
tanto ao Sector privado como ao Sector pblico, nas
vrias campanhas de educao financeira e nos
projectos direccionados, como por exemplo o projecto
Bankita.
Por tudo isto, a taxa de bancarizaoem Angola
continua a evoluir positivamente, sendo que, segundo
dados do BNA, evoluiu de 11% (da populao total) no
final de 2010, para cerca de 22% em Agosto de 2012.
Apesar de Angola apresentar uma taxa de
bancarizao em claro crescimento ao longo dos
ltimos anos, ainda est longe dos valores
apresentados por pases com economias mais
desenvolvidas nos quais a utilizao de produtos e
servios bancrios est perfeitamente enraizada,
apresentando estes pases, de acordo com o Banco
Mundial, uma taxa de bancarizao de 90%.
No entanto, o esforo de inovao e disseminao de
uma cultura financeira em Angola demonstra bem a
vontade do Executivo e das Entidades de Superviso
na criao de condies fundamentais para o
crescimento do Sector Bancrio e da economia
nacional.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 11

Depsitos e Crditos
Crdito e Depsitos por Balco

Em 2011, manteve-se a tendncia de crescimento


da concesso de crdito (com uma taxa de
crescimento de 22,8% face a 2010) e da captao
de depsitos no mercado (34,3% face ao ano 2010).
No caso da evoluo registada nos depsitos,
considera-se fundamental o aumento significativo
da taxa de bancarizao, o qual permitiu aos Bancos
obter fundos que at agora estavam fora do Sector
Bancrio.

13,6%

3,8%

3.234,1

3.673,6

1.916,5

1.989,8

Evoluo Crditos e Depsitos


3.640.507

Depsitos por Balco

34,3%

2010

2011

Crdito por Balco


Fonte: KPMG, Relatrios e Contas dos Bancos
Milhes de AOA

2.710.145

22,8%

No que concerne ao crdito vencido, em 2011 houve


uma diminuio deste valor em 3,5%, bem como no
rcio de crdito vencido sobre crdito total, o qual
ascendeu a 4,35%.

1.971.876

1.605.989

Crdito

2010

2011

Depsitos

Fonte: KPMG, Relatrios e Contas dos Bancos


Milhes de AOA

Face evoluo dos depsitos e dos crditos


concedidos, o rcio de transformao de recursos
de clientes em crdito concedido baixou de 59,3%,
em 2010, para 54,2%, em 2011.
Embora distante do valor apresentado na Unio
Europeia o qual, segundo o Banco Central Europeu,
deve variar entre os 110% e os 150%, desejvel
que num futuro prximo este rcio venha a
aumentar, em Angola, permitindo um maior acesso
ao crdito por parte da populao e das empresas e,
dessa forma, contribuir para um maior
financiamento da economia nacional e
desenvolvimento econmico do Pas.
Apesar da descida do rcio de transformao,
verificou-se de 2010 para 2011 o aumento dos
crditos e depsitos por balco aberto, invertendo a
tendncia decrescente verificada em 2010.
O crescimento positivo dos depsitos e dos
crditos no Sector Bancrio foi superior ao aumento
do nmero de balces, permitindo um impacto
positivo nos rcios de depsitos por balco (13,6%)
e crditos por balco (3,8%).

Esta diminuio relaciona-se com o esforo e maior


sofisticao no acompanhamento e recuperao do
crdito mal parado e com a melhoria na classificao e
atribuio de risco por parte das Instituies
Financeiras, bem como com a consolidao e melhor
utilizao da Central de Informao e Risco de Crdito.
Crdito Vencido Total e Rcio de Crdito Vencido/Crdito Total

88.859

5,53%
-1,2%
4,35%

-3,5%

85.706

2010

2011
Crdito Vencido

2010

2011

Rcio Crdito Vencido / Crdito Total

Fonte: KPMG, Relatrios e Contas dos Bancos


Milhes de AOA e %

De acordo com dados do BNA, constata-se que mais


de 60% do crdito vencido encontra-se relacionado
com actividades de comrcio a grosso e a retalho,
actividades imobilirias e particulares.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 12

Depsitos e Crditos (cont.)


Em 2011 houve um aumento significativo dos
depsitos captados. Esta captao de depsitos foi
maioritariamente em depsitos ordem (57%),
embora se verifique um aumento dos depsitos a
prazo face a 2010, reflectindo uma maior orientao
a planos de poupana por parte da populao e das
empresas, bem como uma maior disponibilizao
destes produtos por parte das Instituies
Financeiras, contribuindo s para uma
desdolarizao da economia e, tambm, para a
estabilizao e controlo das taxas de cmbio e de
juro.
A temtica da desdolarizao da economia
evidenciada pelo equilbrio actual entre os depsitos
em moeda nacional e em moeda estrangeira. O
BNA tem defendido uma poltica de aumento dos
depsitos em moeda nacional em detrimento dos
depsitos em moeda estrangeira. No entanto,
observa-se, ainda, alguma relutncia por parte da
populao Angolana na utilizao de moeda nacional
nas suas principais transaces ou subscrio de
produtos.
No obstante, a moeda nacional tem vindo a ganhar
peso ao nvel da captao de recursos de clientes,
tendo-se mantido nos 51% em 2011 face ao total
de depsitos do Sector.
Depsitos por Natureza e por Moeda

2011

2011

2010

2010

43% 41%

49% 48%

52% 51%

59% 57%

Depsitos Ordem

Depsitos a Prazo

Depsitos Moeda Nacional

Depsitos Moeda Estrangeira

Fonte: KPMG, Relatrios e Contas dos Bancos

Taxas de Juro Activas


Crdito ao sector empresarial

Crdito a particulares

Moeda Nacional

Moeda Estrangeira

At 180 dias
De 181 dias a 1 ano
Mais de 1 ano

18,09%
15,98%
17,70%

10,17%
10,03%
10,42%

At 180 dias
De 181 dias a 1 ano
Mais de 1 ano

19,08%
13,10%
14,87%

12,00%
8,29%
8,35%

Moeda Nacional

Moeda Estrangeira

Taxas de Juro Passivas


Dep. Ordem
Dep.prazo
at 90 dias
de 91 a 180 dias
de 181 dias - 1 ano
mais de 1 ano

1,21%

0,03%

4,32%
6,67%
5,55%
8,58%

2,38%
2,68%
3,72%
3,88%
Fonte: BNA/DES

As taxas de juro activas aplicadas ao Sector


empresarial e a particulares diminuram face ao ano de
2010, principalmente no que respeita a moeda
nacional, realando mais uma vez a orientao do
Sector em potenciar a contratao de operaes em
moeda nacional face a moeda estrangeira.
Ao diferencial de taxas em moeda nacional e moeda
estrangeira continua intimamente ligada a taxa de
inflao em Angola.
No entanto, as taxas de juro de mercado aplicadas a
operaes de crdito concedido - taxas de juro activas
- continuam a demonstrar em 2010 e 2011 diferenas
quando aplicadas a particulares ou a empresas.
Por outro lado, a reduo e maior estabilidade das
taxas de juro dentro do mesmo escalo tem como
principal influenciador a criao pelo BNA da LUIBOR.
Esta taxa foi criada com o objectivo de introduzir uma
taxa de juro de referncia no mercado interbancrio de
forma a orientar a poltica monetria nacional e servir
de referncia para as taxas praticadas pelos Bancos
comerciais. Pretende-se, ento, aumentar a
contribuio para estabilizar dos preos na economia e
proteger os rendimentos e as poupanas da
populao.
Para alm de diminuir as taxas de juro cobradas pelos
emprstimos, esta taxa veio tambm estimular a
subida das taxas (superiores a um ano) utilizadas para
remunerar os depsitos dos clientes taxas de juro
passivas. Nos restantes prazos no demonstraram
uma variao relevante.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 13

Activos
Activos Totais

A respeito da dimenso do sistema bancrio


Angolano no que toca aos seus Activos, continua-se
a registar a tendncia verificada em anos anteriores
com um crescimento dos activos totais em torno
dos 20%.

20,6%

4.954.860

4.109.473

A diversificao dos Activos das Instituies


Financeiras a operar em Angola continua a ser
heterognea devido ao elevado nmero de
Instituies e s suas diferentes formas de
actuao no mercado.
Activos Totais
2010

As principais componentes do Activo em 2011


correspondem a Disponibilidades e Crdito sobre
Clientes, invertendo as posies face a 2010. O
peso das Disponibilidades aumentou de 25,5% em
2010 para 29,7% em 2011, enquanto que o Crdito
a Clientes diminuiu de 28,1% em 2010 para 27,8%
em 2011.

2011

Fonte: KPMG, Relatrio e Contas dos Bancos


Milhes de AOA

Destaque para o crescimento da rubrica de


Aplicaes de Liquidez, em linha com a maior
captao de depsitos de clientes, e para o
decrscimo da rubrica de Obrigaes/Ttulos,
considerando o menor nmero de emisses e a
evoluo das taxas de remunerao destas
operaes.

Estrutura de Activos 2010

Estrutura de Activos 2011

7,2%
8,6%

6,7%

25,5%

6,7%
29,7%

Disponibilidades
Aplicaes de Liquidez
Crdito sobre clientes

19,4%

Obrig/Ttulos

22,4%

8,1%

Part/Imobilizado
9,8%

28,1%

Outros

27,8%

Fonte: KPMG, Relatrio e Contas dos Bancos

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 14

Produto Bancrio

Cost-to-Income

O crescimento do produto bancrio manteve-se em


2011, apesar de a um ritmo menos elevado que no
perodo anterior, passando de 24,3% para 13,3%.

A evoluo do Cost-to-Income entre 2010 e 2011 foi


(em termos mdios) positiva, fixando-se o
Cost-to-Income mdio em 2011 nos 49,7% face aos
51,7% registados em 2010.

Tal facto deve-se essencialmente a um


abrandamento no crescimento da Margem
Financeira em 2011, cujo peso no produto bancrio
de 65% e que registou um crescimento absoluto
de 11,6% de 2010 para 2011.
No que respeita evoluo positiva da margem
complementar, face a 2010, o respectivo peso no
produto bancrio (35%), embora maior do que em
2010, no lhe permitiu compensar o abrandamento
da margem financeira.
O crescimento da Margem Financeira, ainda que
menor, ficou a dever-se ao aumento das seguintes
rubricas de proveitos de instrumentos financeiros
activos:
Proveitos originados por operaes de crdito que
registaram um crescimento de 30,4% em relao
ao ano anterior;

A eficincia do Sector Bancrio registou uma melhoria


face a 2010, devido presso e necessidade de
optimizao dos custos operacionais, nomeadamente
custos com pessoal, fornecimentos e servios
externos e amortizaes do exerccio.
Apesar de se verificarem esforos de reduo do
cost-to-income em alguns Bancos, revelando j uma
maior orientao para a eficincia operativa, ainda
existem investimentos significativos na rede de
balces, na contratao de colaboradores e em
tecnologia especfica, para fazer face s novas
necessidades do mercado e aos desafios que o Sector
enfrenta no futuro.
Cost-to-Income

51,7%

49,7%

Proveitos de aplicaes de liquidez com um


crescimento de 50,9%.

No obstante este crescimento, os proveitos de


ttulos e valores mobilirios desceram em 14,8%,
bem como os custos de instrumentos financeiros
passivos, com especial destaque para o aumento do
custos dos depsitos em 31,7%, reflectindo o
incremento dos volume de depsitos captados em
2011.

Produto Bancrio

13,3%

329.021

290.425

114.381

98.073
192.352

214.640

2010

2011

Margem Financeira

Margem Complementar

Fonte: KPMG, Relatrio e Contas dos Bancos


Milhes de AOA

No ano de 2011 existiu um crescimento da


Margem Complementar em relao ao ano de
2010, compensando o menor crescimento da
margem financeira.

2010

2011

Fonte: KPMG, Relatrio e Contas dos Bancos

Rentabilidade
Avaliado o Sector, h que ter uma imagem global da
sua rentabilidade. Assim a rentabilidade dos capitais
prprios (ROE) em termos agregados, ainda que
elevada, apresentou uma reduo, situando-se nos
23,2% em 2011, face aos 28,9% em 2010.
Ao comparar o ROE do Sector Bancrio de Angola com
o da mdia dos pases africanos e analisando os dados
da South African Reserve Bank, verifica-se a boa
prestao dos Bancos Angolanos. Apesar da descida
deste indicador, o ROE continua bastante acima da
mdia africana (16,4% em 2011), demonstrando boas
oportunidades de investimento e de criao de valor
para os accionistas.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 15

Qualidade do Nvel de Servio


Seguindo a mesma tendncia, a rentabilidade dos
activos (ROA) em termos agregados, tambm
apresentou uma ligeira reduo, situando-se nos
2,5% em 2011, face aos 3,1% em 2010.
Agregado
Return-on-Assets (ROA)
Return-on-Equity(ROE)
Rcio de Transformao

2009
3 ,0%
3 1,2%
58,6 %

2010
3 ,1%
28,9%
59,3 %

2011
2,5%
23 ,2%
54,2%

Fonte: KPMG, Relatrio e Contas dos Bancos

Analisando os resultados lquidos do Sector


Bancrio, comprova-se igualmente a perda de quota
de mercado relativa dos cinco maiores Bancos a
operar em Angola face aos restantes.
Rcio de Solvabilidade
Em Angola, o rcio de solvabilidade mnimo exigido
aos Bancos pelo BNA de 10%. No ano de 2011, o
rcio de solvabilidade mdio dos Bancos em anlise
situou-se nos 18,74%, comprovando novamente a
estabilidade das Instituies e a sua solidez
financeira.
Rcio de Solvabilidade

30,00%

O desafio inerente perda de quota de mercado por


parte das maiores Instituies Financeiras em Angola
resultante do incremento da competitividade interna,
tem implicado um contnuo investimento no apoio e
prestao de servio ao cliente, assegurando a sua
satisfao e incrementando desta forma os nveis de
fidelizao.
Estas Instituies tm-se aproximado da realidade
bancria de pases com maior maturidade, nos quais
existe um esforo pela segmentao dos clientes,
separando-os por grupos homogneos (com
caractersticas e necessidades semelhantes). Desta
forma as Instituies Financeiras conseguem oferecer
produtos e servios mais direccionados e adequados
para cada segmento, aproveitando o conhecimento
mais aprofundado sobre cada tipo de cliente.
Para alm das medidas aplicadas em cada Banco, o
BNA definiu em 2011 nova regulamentao, atravs do
Aviso n. 2/11, alargando a proteco ao consumidor
de servios e produtos financeiros. Neste normativo
foram estabelecidas novas regras de conduta, com
especial destaque para a obrigatoriedade de existncia
de um livro de reclamaes e de regras de segurana
relacionadas com informao confidencial.

27,98%

25,00%
18,74%

20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
2010

2011
Fonte: KPMG, Relatrio e Contas dos Bancos

Observando a evoluo do rcio de solvabilidade,


nota-se que em mdia, os Bancos angolanos esto
com rcios de solvabilidade bastante acima do que
exigido pelo BNA.

Para alm disso, evidencia-se ainda a preocupao


crescente nesta temtica do Instituto Nacional de
Defesa do Consumidor de Angola (INADEC), tendo um
papel importante na garantia das melhores condies
para o consumidor, assumindo, inclusivamente, um
papel de vigilncia e controlo do cumprimento das
regras estabelecidas.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 16

5. Desafios do Sector Bancrio em Angola


O Sector Bancrio em Angola, apoiado na contnua
tendncia de bancarizao da sua populao,
bem como no desenvolvimento de novos
segmentos de negcio, produtos e servios
bancrios, continua a apresentar-se como um dos
Sectores mais dinmicos e com desafios
crescentes.
A dinmica do Sector exige que as Instituies
tenham uma estratgia concertada e adequada que
permita enderear os importantes desafios que se
colocam pela crescente competitividade, aumento
da regulao e, tambm, pela cada vez maior
exigncia dos clientes e do mercado em geral.
Numa perspectiva estratgica de negcio, as
Instituies devem focar-se em criar valor atravs
do aproveitamento das oportunidades, no deixando
de incorporar na sua actividade e nos seus
processos as melhores prticas internacionais.
O BNA, enquanto Entidade de Superviso do
Sistema Financeiro, continua a assumir e reforar o
seu papel-chave nesta mudana, incutindo um
grande dinamismo no esforo de aproximao do
nvel de exigncia da superviso e reporte s
melhores prticas internacionais, tendo,
naturalmente, a conscincia plena de que os
mesmos se traduzem num processo de
implementao e ajustamento graduais nas diversas
Instituies supervisionadas.
Os aspectos relacionados com corporate
governance, gesto de risco de crdito, operacional,
compliance e mesmo reputacional devero ser
endereados, sob pena de as Instituies no
estarem capacitadas para fazer face aos desafios
internos e externos com que o Sector e o Pas se
deparam.

Neste contexto, e dada a contnua evoluo do Sector


to relevante para o desenvolvimento e modernizao
da economia Angolana, existem alguns desafios sobre
os quais a KPMG procura partilhar o seu entendimento
e suscitar a reflexo, demonstrando igualmente como
poder estar ao lado das Instituies neste momento
vital do seu crescimento, dos quais se destacam:
1.

Inovao e Orientao ao Cliente;

2.

Corporate Governance e Gesto do Risco


Operacional;

3.

Eficincia no Negcio Bancrio;

4.

Gesto de Risco de Crdito;

5.

Lei Cambial;

6.

Reforma Tributria;

7.

Contif/IFRS

8.

AML/CTF;

9.

Mercado de Capitais;

10. Continuidade de Negcio.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 17

5.1. Inovao e Orientao ao Cliente


Nos ltimos anos as Instituies Financeiras tm
desenvolvido esforos na adopo de modelos de
atendimento segmentados, visando a melhoria da
experincia dos clientes e o reforo dos nveis de
fidelizao, reteno e angariao de clientes.
No entanto, premente garantir uma actuao
segmentada e orientada ao cliente, definindo um
modelo de relacionamento contemplando dois
requisitos fundamentais:
1. uma viso externa no relacionamento com os
clientes para garantir alinhamento com as
preferncias e necessidades;
2. uma viso interna na infra-estrutura de suporte,
direccionando a Organizao para a
segmentao.
No obstante a viso externa apresentar ainda
pontos de melhoria, a prioridade dever ser
fundamentalmente na viso interna, passando a
optimizao do Modelo de Relacionamento por uma
interveno em trs grandes eixos de actuao.
Proposta de Valor
A optimizao da proposta de valor passa por tornar
a oferta de produtos e servios dependente do valor
das relaes. critico o desenvolvimento de
produtos individualizados para segmentos
especficos com o objectivo de executar as
estratgias comerciais definidas (e.g. reteno,
fidelizao, angariao, etc.) atravs da optimizao
do valor das Instituies e dos seus clientes,
satisfazendo as suas principais necessidades (e.g.
gesto do dia-a-dia, poupar, consumir, investir) e
garantindo um correcto impulso comercial em todo
o ciclo de vida do cliente.
Adicionalmente, premente um adequado
reposicionamento da funo (transaccional,
relacional) de cada canal de distribuio e um mix
de meios de comunicao que garantam o
cumprimento de todos os objectivos de
comunicao (e.g. notoriedade, promoo,
relacionamento, etc.).
Estratgia de Distribuio
A estratgia de distribuio exige que se
compreendam as alavancas de valor de cada
segmento (preo, qualidade, oferta e servio) e se
optimize o impacto ao nvel das receitas, das
margens e da eficincia.
No actual contexto multi-canal e com o
aparecimento de novas tecnologias, os clientes tm
vindo a tornar-se mais sofisticados e exigentes,
obrigando as Instituies a reflectir sobre as

interaces que lhes proporcionam e a questionar os


seus prprios processos de negcio e de suporte, no
sentido de reforar a eficincia e a experincia ao
cliente.
Deste modo, a adopo de uma estratgia de canais
dever induzir o comportamento dos clientes de
acordo com a proposta de valor preconizada para o
respectivo segmento (e.g. ofertas dirigidas aos
segmentos, unidades de atendimento rpido, etc.),
redefinir, interiorizar e comunicar aos clientes as
funes especificas de cada ponto de contacto (e.g.
servios, prerios, etc.) e desenhar novos canais
(layouts, servios e contedo) de forma mais
customizada s necessidade de cada segmento-alvo.
Dinamizao Comercial
Planear e acompanhar a actividade comercial,
avaliando o desempenho periodicamente e adaptando
o plano inicial, determinante para a optimizao da
performance da fora de vendas num contexto de uma
estratgia de orientao ao cliente. Para o efeito, a
optimizao da eficcia comercial exige a interveno
nos seguintes vectores:
1. padronizao do processo de vendas, disseminando
um processo centrado no cliente e direccionado
pela segmentao;
2. reforo do tempo para vendas, gerindo
continuamente a libertao de tempo dos gestores
para actividades de vendas e relacionamento/
atendimento;
3. garantia de qualidade no planeamento, execuo e
avaliao dos ciclos comerciais;
4. tangibilizao das oportunidade de negcio
identificadas;
5. monitorizao de KPIs e produo de alarmistica
que assegurem a maximizao da performance.
O crescimento da economia Angolana tem contribudo
para uma evoluo das preferncias, atitudes e
comportamentos dos clientes e para a respectiva
alterao das necessidades e propenso ao consumo
de servios financeiros. Assim, o sucesso das
Instituies Financeiras passa inevitavelmente por
uma interveno a diversos nveis do modelo de
negcio e operativo. Nesta base, a KPMG poder
apoiar as Instituies da seguinte forma:

anlises de mercado customizadas;

definio e apoio na implementao de modelos de


segmentao e rentabilidade;

definio de estratgias de canais de distribuio;

definio de propostas de valor por segmento;

definio de estratgias de reteno e fidelizao;

anlise, desenho e optimizao da eficcia


comercial;

definio e apoio na implementao de modelos de


servio ao cliente.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 18

5.2. Corporate Governance e Gesto de Risco Operacional


A gesto e acompanhamento efectivos dos eventos
de Risco Operacional pressupem a existncia de
modelos robustos de Corporate Governance e de
Controlo Interno que assegurem a sua identificao,
monitorizao, reporte e mitigao de forma
adequada dimenso, estrutura e actividade da
Organizao.
Estrutura de Corporate Governance
Uma estrutura de gesto pouco clara, sem
responsabilidades bem definidas e com linhas de
reporte complexas podem fazer com que os sinais
de alerta no sejam identificados ou no sejam
convenientemente endereados.
Consciente desta importncia, o BNA encontra-se
na fase final de elaborao de um pacote
regulamentar que visa estabelecer as politicas e
processos que as Instituies Financeiras devem
instituir no mbito do Corporate Governance.
A definio, implementao e reviso peridica de
um modelo de Corporate Governance dever ter
como vectores orientadores a adaptao
dimenso, natureza e complexidade da actividade
mas tambm contemplar os seguintes pontos:
1. estrutura de capital;
2. estratgia de negcio;
3. politicas e processos de Gesto de Risco;
4. estruturas Orgnicas, Politicas e Procedimentos
(e.g. politica de remunerao, conflito de
interesses, divulgao de informao, etc.).
Um modelo de corporate governance efectivo
dever igualmente contemplar a necessria
articulao entre as funes de Compliance, Risco e
Auditoria Interna, respeitando a necessria
segregao de funes entre as trs linhas de
defesa (ver figura ilustrativa abaixo):
1 Linha de Def esa
Unidades de Negcio / Suporte

Sistema de Controlo Interno


O BNA pretende igualmente revisitar a implementao
do Sistema de Controlo Interno (SCI) nas Instituies,
visando os seguintes objectivos:
1. a continuidade do negcio e das Instituies;
2. a existncia de informao, contabilstica e de
gesto, de natureza financeira e no financeira,
completa, fivel e tempestiva, que suporte a
tomada de deciso e os processos de controlo;
3. o cumprimento das disposies legais, das
directrizes internas e das regras deontolgicas e de
conduta no relacionamento com os clientes, as
contrapartes das operaes, os accionistas e as
Entidades de Superviso.
A avaliao do SCI numa ptica de processo permite
mais facilmente identificar os principais riscos
operacionais que podem colocar em causa a
consecuo dos objectivos e avaliar que tipo de
controlos existem e os que deveriam existir para
reduzir os graus de exposio ao risco para nveis
aceites pela Organizao.
As Instituies Financeiras devem, assim, antecipar as
medidas regulamentares previstas e tornar o seu
Sistema de Gesto de Risco mais robusto, eficiente e
eficaz atravs da criao de um ambiente de controlo,
que inclui a definio de um modelo de corporate
governance adequado, alinhado com as boas praticas
do mercado e que promova na Organizao padres de
actuao baseados em princpios ticos e
transparentes.
A correcta e atempada adaptao a estes requisitos,
permitir s Instituies uma resposta mais efectiva
aos desafios de negcio, regulao e superviso
futuros. Nesta base, a KPMG poder apoiar as
Instituies Financeiras das seguintes reas:

3 Linha de Def esa


Auditoria Independente

2 Linha de Def esa


Liderana f uncional, normas e Superviso
Conselho de Administrao

Comisso Executiva
Comisso de nomeaes,
avaliaes e remuneraes

Comisso de Risco

Comisso de Auditoria

Unidade de
negcio A

Unidade de
negcio X

Reporte hierrquico

Compliance/
legal

Reporte funcional

Gesto de
Risco

Auditoria
Interna

Auditoria
Externa

definio e apoio na implementao do modelo de


Corporate Governance, incluindo funes,
atribuies e mecanismos de reporte;
desenho e apoio na implementao do Sistema de
Gesto de Riscos e do Sistema de Controlo Interno;
documentao de processos de negcio e suporte;
anlise e desenvolvimento de testes de desenho e
eficcia sobre reas de negcio ou processos
especficos;
anlise crtica a determinadas reas de negcio ou
processos numa ptica de eficincia, garantindo a
correcta gesto do risco operacional.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 19

5.3. Eficincia no Negcio Bancrio


A economia Angolana tem vindo a registar um
notvel crescimento nos ltimos anos, tendo as
Instituies Financeiras desempenhado uma funo
fundamental na criao de condies econmicas
tanto s empresas como aos particulares.
No obstante, os fortes investimentos efectuados
no Sector, tanto pela entrada de novos players
como na adaptao dos presentes s novas
necessidades do mercado, nem sempre garantiram
uma maximizao da eficincia operativa. A
sustentabilidade futura das Instituies exige uma
interveno preventiva da eficincia da operativa
bancria. Neste contexto, identificamos cinco eixos
prioritrios de interveno para a eficincia do
Negcio Bancrio.
Racionalizao dos Produtos
No contexto actual, a actividade de
desenvolvimento de produtos comea
gradualmente a ter uma importncia estratgica
para as Instituies Financeiras. Se, por um lado, a
necessidade de diferenciao e adio de valor para
os clientes de maior rendimento est a obrigar as
Instituies Financeiras a desenvolver solues
mais sofisticadas, por outro, a necessidade de
rentabilizao de uma nova base ascendente e
recm-bancarizada implicou dar prioridade a
solues de mais baixo custo transaccional, de
forma a rentabilizar um novo cliente.
Este modelo tem vindo a aumentar os custos
operacionais, reduzindo o time-to-market, e
podendo dar origem disponibilizao das solues
nos diversos canais, prejudicando a experincia do
cliente e a eficincia.
Deste modo, a racionalizao de produtos vista
como uma oportunidade para reforar a eficincia,
pelo que a oferta de Produtos e Servios dever ser
analisada segundo as seguintes dimenses:
1. identificao das origens da complexidade
existente, nomeadamente as causas que
levaram ao aumento efectivo da complexidade
nos processos de comercializao e no
processamento de produtos e servios;
2. simplificao da oferta - captura do mximo de
valor sob a perspectiva Banco e do cliente;
3. alinhamento do back-office e da operao com
oferta pretendida - simplificao da oferta
permite actividades de back-office desenhadas
em torno de uma operativa standard;
4. pricing e a diferenciao - pricing por
diferenciao acarreta custos adicionais,
forando uma avaliao das decises numa
ptica da rentabilidade.

Optimizao dos Canais de Distribuio


Os ltimos anos foram muito relevantes em termos de
expanso da rede de distribuio. Este crescimento
teve impacto tanto ao nvel da adopo de novos
canais (por fora da utilizao de novas tecnologias)
como na forma de utilizao das infra-estruturas j
existentes (e.g. layout de balces). No entanto, o
rpido crescimento do mercado no garantiu a
maximizao estratgica do portfolio de canais, criando
um conjunto de desafios operacionais relevantes (e.g.
disperso na Organizao da responsabilidade dos
canais, estratgia e mtricas de performance
independentes entre canais, falta de controle multicanal impedindo a adopo de estratgias multi canal,
etc.).
Estes desafios geraram inevitavelmente uma alocao
sub-ideal dos recursos e uma deficiente gesto dos
clientes pelo que critico as Instituies comearem a
considerar um conjunto de dimenses:
1. definio do papel dos diferentes canais de
distribuio na interaco com o cliente com vista a
optimizar todo o potencial da rede de distribuio
tanto em termos de eficincia como no potencial
de gerao de valor;
2. definio do modelo operacional do canal de acordo
com o propsito estratgico para o qual foi definido;
3. optimizao dos processos para que esse papel
seja cumprido de forma eficiente, maximizando o
valor para o cliente e para o Banco.
Eficincia no Back-Office
Tanto em mercado maduros como emergentes o
back-office das Instituies o alvo frequente e
prioritrio na melhoria da eficincia operativa.
Os nveis de crescimento verificados no Sector
Bancrio Angolano permitem acomodar um eventual
sobredimensionamento de recursos relacionado
com o incio da actividade mas tambm a necessidade
de redimensionamento decorrente da adopo de
novas tecnologias e automatismos, em particular nos
processo de back-office.
Neste sentido, o mercado Angolano comea a
despontar para a necessidade de actuar nos principais
eixos da eficincia do back-office, nomeadamente:
1. ganhos de escala com a centralizao das
actividades (e.g. transferncia de actividades
administrativas/no comerciais dos balces para o
back-office, criao de back-office de produtos,
etc);

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 20

5.3. Eficincia no Negcio Bancrio (cont.)


2. modularizao das operaes de back-office
(e.g. diviso entre operaes standard e
customizadas);
3. segmentao do back-office (e.g. adequao
dos nveis de servio com o segmento em
causa);
4. integrao plena entre o front-office e o
back-office (e.g. avaliao dos benefcios das
customizaes no front-office em relao
complexidade e aos custos de processamento
no back-office );
5. implementao de processos de garantia de
qualidade (e.g. processo de melhoria continua Lean e Six-Sigma).
Subcontratao dos processos de Negcio
A externalizao de processos (vulgo
subcontratao) nas Instituies Financeiras possui
um conjunto de benefcios associados e que no
se restringem apenas reduo de custos
decorrentes de ganhos de escala e aumento dos
nveis de servio.
Do ponto de vista da gesto, reduz o foco dos
Gestores em actividade de menor valor
acrescentado em detrimento de actividades
estratgicas e na gerao de negcios.
Adicionalmente, a subcontratao contribui, para a
libertao de capital por meio da reduo de
activos e das necessidades de investimento.
No entanto, preciso considerar os riscos
inerentes a esta deciso de gesto e criar
mecanismos de controlo e de redundncia que
permitam antecipar e/ou corrigir situaes de
desempenho do fornecedor abaixo do
esperado/contratado ou, at mesmo, a ruptura de
servio.
Apesar dos benefcios evidentes da externalizao
de algumas actividades tanto ao nvel do frontoffice, back-office e funes de suporte, vrios so
os aspectos a ter em considerao:
1. indisponibilidade ou imaturidade dos
fornecedores;
2. riscos relacionados com a segurana de
informao;
3. dificuldade de integrao da cadeia de valor
com os fornecedores;
4. perda de controlo e conhecimento por parte das
Instituies.

Eficincia do Procurement
Actualmente a funo Procurement da maioria das
Instituies tem enfocado o seu mbito de actuao
nas actividades tradicionais, de gesto de contratos
e fornecedores e actividades relacionadas (e.g.
planificao de encomendas, negociao de
condies, etc).
No entanto, as Instituies esto a constatar que a
captura do total do potencial de poupana do processo
de Procurement exige um reforo das actividades a
jusante (e.g. definio de polticas de compra,
planeamento de necessidades, qualificao de
fornecedores, etc.) e a montante (e.g. gesto de
contratos de parceria, retoma/(re)alocao,
monitorizao da performance, etc) da consulta e
negociao ad-hoc com o mercado.
A efectividade desta captura exige uma actuao ao
nvel da racionalizao da despesa nos grupos de
compras com elevado peso na despesa total nos
vectores da procura, compra e de gesto, e na
excelncia da estrutura de suporte, assegurando a
sustentabilidade dos benefcios alcanados a mdio e
longo prazo.
O reforo da eficincia das Instituies Financeiras
dever passar pela optimizao do seu modelo de
relacionamento (e consequentemente a experincia de
cliente) atravs de uma articulao entre as Estruturas
Comerciais, garantindo o alinhamento com as
preferncias, necessidades e comportamentos dos
clientes, e as Estruturas de Suporte, orientando os
recursos internos para uma viso Cliente.
Deste modo, em prol de uma optimizao do equilbrio
entre a viso interna e externa do modelo operativo, a
KPMG tem vindo a apoiar as Instituies Financeiras
no desenvolvimento de:

programas de optimizao de custos;

reengenharia de processos de suporte e negcio;

realinhamento organizacional e funcional;

optimizao de funes de suporte e negcio;

optimizao dos modelos de front e back-office;

optimizao da gesto de crdito.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 21

5.4. Gesto do Risco de Crdito


Enquadramento internacional
A crise financeira internacional de 2007 e a posterior
crise da dvida soberana tiveram profundos
impactos no Sector Financeiro a nvel internacional.
Um dos principais impactos foi a quase paralisao
dos mercados de financiamento e de securitizao,
apesar das medidas tomadas pelos governos de
vrios pases no sentido de injectar volumes
significativos de liquidez na economia.
No que respeita identificao e avaliao do risco
presente no Sector Financeiro foi necessrio
reequacionar o modelo vigente, o qual considerava
que o qualquer tipo de risco susceptvel de
segmentao, empacotamento e distribuio
poderia ser bem compreendido e gerido, e que
levou a quebras significativas de confiana quando
se tornou impossvel determinar o grau real de
toxidade dos activos detidos pelas Instituies.
A reaco por parte dos Supervisores foi uma
crescente preocupao com as questes
relacionadas com o crdito, o risco e a confiana no
Sector Financeiro, o que conduziu a uma crescente
exigncia relativamente adopo de metodologias
sofisticadas de gesto de risco e ao reforo dos
requisitos de fundos prprios, nomeadamente de
acordo com as regras definidas por Basileia III.
Por outro lado, em consequncia da crise, reforouse tambm a vontade poltica e regulamentar para
que exista um conjunto de normas contabilsticas
globais, convergentes e aplicadas de forma
consistente, tendo por base as IFRS como principal
referencial a nvel mundial.
Em resposta aos desafios criados por este
enquadramento, no que respeita ao risco de crdito,
as Instituies Financeiras tm focalizado os seus
esforos na melhoria da eficincia dos processos de
recuperao de crdito e de quantificao de
imparidade para as suas carteiras de crdito.
A concesso de crdito uma das mais relevantes
actividades da banca, no s porque representa um
dos principais componentes do modelo de receita
das Instituies Financeiras como tambm pelo
papel que assume no financiamento economia e
s famlias.
Em contrapartida, a gesto inadequada do risco de
crdito pode resultar no aumento significativo das
imparidades, com o respectivo impacto na
degradao da margem financeira das Instituies e
na rentabilidade para os accionistas.

Efeito da crise financeira na alterao das prioridades nas


Instituies Financeiras

Prioridades pr-crise (2007)


Crescimento da receita

Prioridades actuais
Optimizao do balano face s
restries de capital e liquidez

Maximizar valor para accionistas Focalizao no cliente.


Crescimento dos activos

Substituio de receitas

Fuses e aquisies

Gesto de risco abrangente

Inovao de produtos

Cumprimento regulamentar

Gesto de capital e liquidez

Optimizar valor

Enquadramento nacional
No obstante a especificidade do Sector Bancrio
Angolano, inevitvel que as entidades responsveis,
incluindo Instituies Financeiras e Entidades de
Superviso, analisem e retirem consequncias dos
acontecimentos recentes no Sector Financeiro
internacional.
O Sector Bancrio Angolano apresenta taxas de
crescimento significativas, acima das da prpria
economia nacional. Mais ainda: o potencial de
crescimento muito elevado, considerando a (ainda)
reduzida taxa de bancarizao e o conservador rcio de
transformao.
Em contrapartida, o rcio de incumprimento do crdito
em 2011 foi de 4,35%, o que no pode deixar
indiferentes os accionistas e os rgos de Gesto das
Instituies Financeiras Angolanas.
Estas tendncias aconselham a implementao de um
conjunto de procedimentos de gesto do risco dos
clientes em geral e do risco das carteiras de crdito
em particular, proporcionais complexidade do tema e
evoluo previsvel do mercado. Esta preocupao
tem sido, alis, claramente expressa no corpo
normativo emitido pelo BNA, o qual tem emitido
legislao que pretende aproximar a regulamentao
Angolana aos padres internacionais no que respeita
s melhores prticas de gesto de risco e capital.
O Aviso n. 3/2012 define as regras de anlise de risco
de operaes e clientes e as regras de clculo das
provises regulamentares. No manual do CONTIF, o
BNA enuncia os objectivos de (a) convergir os
procedimentos contabilsticos com as Normas
Internacionais de Contabilidade (IFRS) e (b) contribuir
para um aperfeioamento organizacional e melhoria na
gesto de riscos.
A gesto adequada do risco de crdito exige uma
perspectiva alargada, desde o momento da originao,
anlise e deciso das operaes at ao seu trmino, o
que, nos casos mais problemticos, pode passar por
fases de recuperao e contencioso.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 22

5.4. Gesto do Risco de Crdito (cont.)


Para cada fase do ciclo de vida do crdito podem
existir diversos instrumentos, com diferentes graus
de sofisticao, para apoiar as Instituies
Financeiras a melhor compreender e gerir o risco
das suas carteiras de crdito. Tendo em conta o
estado de evoluo e maturidade do mercado
Angolano, consideramos que as prioridades ao nvel
da gesto de risco devem ser as seguintes:

desenvolvimento de instrumentos de avaliao e


classificao do risco das operaes e de
clientes, desde a originao e ao longo da
relao dos clientes com as Instituies
Financeiras. Nesta rea, recomendamos a
criao de uma escala de risco interno que
permita uma viso unificada do nvel de risco de
operaes e clientes, independentemente dos
segmentos e produtos;

implementao de mecanismos para detectar


automaticamente e processar sinais de
imparidade que alertem para problemas na
capacidade dos clientes em cumprir as suas
obrigaes contratuais e permitam a actuao
proactiva para evitar situaes de
incumprimento;

desenvolvimento de modelos para calcular a


imparidade das carteiras de crdito;

desenvolvimento de questionrios objectivos


que orientem as diversas reas comerciais e de
risco do Banco na anlise dos clientes,
reflectindo as politicas internas da Organizao e
garantido a homogeneizao de critrios, a
facilitao do processo de formao dos
recursos e a criao de uma conscincia
colectiva sobre a importncia da gesto de risco;

implementao de mecanismos de articulao


entre as vises econmicas e regulamentares
dos clientes. A imparidade dos activos
financeiros uma rea em que os requisitos
contabilsticos, regulamentares e de gesto de
risco se encontram;

a implementao de sistemas de informao


adequados que permitam a operacionalizao
dos processos de gesto de risco de crdito,
com eficincia e eficcia.

1
Aspectos relevantes nas
diversas fases da gesto de
crdito e principais
instrumentos associados de
gesto do risco de crdito

Originao

Viso integrada de
cliente.

Imparidade do crdito
De acordo com a IAS 39, a globalidade da carteira de
crdito deve ser regularmente sujeita a testes de
imparidade. O clculo da imparidade tem por base a
determinao do valor recupervel dos crditos numa
ptica econmica, considerando o valor actual dos
fluxos financeiros futuros estimados para cada crdito.
O modelo de imparidade pressupe a classificao da
carteira de crdito em diferentes populaes, em
funo da existncia (ou no) de sinais de imparidade e
do nvel de exposio dos clientes. Para os crditos
classificados como individualmente significativos, o
clculo da imparidade requer uma anlise individual,
considerando um conjunto alargado de factores
relativos ao devedor, s caractersticas das operaes
de crdito e aos seus colaterais, devendo estes ser
adequadamente documentados e justificados. Para os
restantes crditos, a imparidade deve ser estimada
numa base colectiva, a partir de um conjunto de
parmetros representativos do risco da carteira,
nomeadamente a probabilidade de incumprimento
(PD), a percentagem prevista de perda (LGD) e a
diferena temporal entre o perodo de ocorrncia de
imparidade e o seu reconhecimento. Estes parmetros
especficos so determinados em funo da
experincia histrica dos processos de crdito de cada
instituio, regularmente sujeitos a reviso e validao.
A implementao desta abordagem ao risco de crdito
requer processos internos, modelos de risco e
sistemas de informao adequados. A KPMG tem uma
vasta experincia em apoiar Instituies Financeiras no
desenho e concepo e implementao dos seus
modelos de risco de crdito. Adicionalmente, pela
relevncia do tema, a KPMG desenvolveu um sistema
de informao que suporta a gesto da imparidade do
crdito e continua a investir no desenvolvimento de
um sistema de gesto do work-flow de crdito para
suportar todas as fases do ciclo de vida do crdito, i.e.
originao, anlise e deciso, gesto de risco, e gesto
da recuperao e contencioso. Este sistema, mais do
que uma pea de software, incorpora o conhecimento
da KPMG na rea da gesto de crdito.
Anlise e
Deciso

Gesto e
Monitorizao

Segregao de funes.

Gesto sinais de alerta.

Catlogo produtos.

Anlise e rating de
clientes e operaes.

Gesto de limites e de
colaterais

Canais de distribuio.

Deciso.

Clculo de provises.

Segmentao e Polticas
de preo.

Contratao.

Gesto de imparidade.
Actualizao do rating de
clientes

Qualidade da Informao.
Modelos de preo
ajustado ao risco.

Modelos de scoring
aplicacional.

Modelos de desempenho
e incentivos.

Modelos de rating
comportamental.
Processos de validao
de modelos.

Requisitos / processos

Instrumentos

Valorizao de colaterais.

Recuperao e
Contencioso

Uniformizao de anlise,
por tipologias (segmento,
produto, sector, fase).
Estratgias de
recuperao.
Gesto de contencioso.
Gesto de entidades
externas.

Modelos preditivos de
sinais de alerta.

Modelos estatsticos de
perdas aps
incumprimento.

Modelos de capital
econmico.

Processo de recuperao
e modelos de deciso.

Modelos de imparidade.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 23

5.5. Lei Cambial


A entrada em vigor do novo Regime Cambial do
Sector Petrolfero representa um marco
fundamental para o Sector Bancrio, potenciando
uma maior intermediao financeira e um
incremento do fluxo de pagamentos internacionais
e nacionais.
O novo regime cambial aplicvel ao Sector
Petrolfero, que se encontra em vigor desde 12 de
Maio de 2012, traduz a vontade do Executivo
Angolano em fortalecer as Instituies Financeiras
por via da consagrao do princpio da
intermediao obrigatria por parte de Instituies
Financeiras a operar no mercado nacional e a
alocao dos fundos gerados no Sector Petrolfero
ao Sector Bancrio.
Para alm de condensar num nico diploma as
diversas normas avulsas em matria cambial do
Sector Petrolfero, a principal mudana trazida pelo
regime materializa-se na necessidade de a
concessionria nacional, as respectivas associadas
e os operadores processarem os pagamentos a
partir de contas bancrias domiciliadas em Angola.
Porm, ciente da necessidade de adaptao
faseada nova realidade, tanto por parte das
empresas do Sector petrolfero, como pelas
prprias Instituies Financeiras, o Aviso n.
20/2012, de 12 de Abril, do BNA, procedeu
calendarizao dos diversos momentos relevantes
relativamente s obrigaes a cumprir pelas
entidades visadas.
Tendo j sido ultrapassados os dois primeiros
marcos temporais relevantes previstos pelo regime,
estabelece-se no referido Aviso que, a partir de
Julho de 2013, os pagamentos de bens e servios a
entidades residentes cambiais em Angola devero
ser efectuados atravs de contas bancrias
domiciliadas em Angola e em moeda nacional.
Posteriormente, a partir de Outubro do mesmo ano,
os pagamentos de bens e servios a entidades no
residentes cambiais devem ser efectuados atravs
das contas do operador petrolfero mantidas em
Instituies Financeiras domiciliadas em Angola.

Conforme se constata, este inovador regime cambial


para o Sector Petrolfero encerra um importante
conjunto de desafios para as Instituies Financeiras,
exigindo um esforo significativo de adaptao quelas
que sero as necessidades criadas pelo novo
normativo no que respeita acomodao das
necessidades de
cash-flow inerentes ao Sector Petrolfero a nvel
operacional e de liquidez.
Este novo regime implicar, para alm de adaptaes
operativas significativas ao nvel de eficcia, o
estabelecimento de mecanismos de eficincia fiscal e
cambial no desenvolvimento de produtos e no
tratamento das operaes associadas.
A par de tudo isto, surge a possibilidade de as
Instituies Financeiras passarem a oferecer um leque
mais alargado de servios aos seus clientes,
colocando-o ao nvel dos seus congneres mais
modernos e sofisticados.
A KPMG dispe dos conhecimentos e da competncia
tcnica que permitir aos seus clientes lidar com as
exigncias da nova lei e optimizar as oportunidades da
decorrentes, nomeadamente:

avaliao de impacto no modelo de negcio e no


modelo operativo;

reviso do plano de negcios, alinhado com as


oportunidades decorrentes do novo regime
cambial;
desenho e apoio implementao do novo modelo
operativo;
anlise e apoio na optimizao fiscal das novas
actividades, bem como no desenvolvimento de
novos produtos;
apoio na adaptao compliance regulamentar ao
nvel organizativo, transaccional/sistemas e
processual, incluindo linhas e mecanismos de
reporte.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 24

5.6. Reforma Tributria


O ano de 2012 constitui um importante marco na
consolidao da Reforma Tributria em Angola
atravs da entrada em vigor do novo Cdigo do
Imposto do Selo (IS) e da profunda reviso
efectuada ao Cdigo do Imposto sobre a Aplicao
de Capitais (IAC).
No mesmo sentido, importa assinalar igualmente a
introduo das alteraes ao Regulamento de
Imposto de Consumo e a publicao da nova Lei do
Mecenato.
No que respeita ao Sector Bancrio Angolano, este
particularmente afectado pela introduo destes
novos diplomas, sendo de destacar as seguintes
reas:
Impacto das novas regras na carga fiscal das
Instituies Financeiras
A nova regulamentao ir seguramente gerar uma
presso adicional sobre a rentabilidade das
Instituies, como pode ser exemplificado pela
tributao em Imposto do Selo de vrias operaes
de financiamento interbancrias, bem como a
sujeio a IAC de determinados proveitos bancrios,
gerando assim uma dupla tributao no produto
bancrio (em IAC e em Imposto Industrial).
Efeitos na rentabilidade lquida de diversos
produtos financeiros
A oferta de produtos financeiros claramente
afectada pelas novas regras, sendo de destacar
como exemplo mais ilustrativo desta realidade, o
incio da tributao dos juros de depsitos bancrios
(regra geral, taxa de 10% em IAC).
Introduo de novos produtos e servios
bancrios
A sofisticao e introduo de novos produtos e
servios bancrios, a que no alheio o futuro
desenvolvimento do mercado de capitais em
Angola, ter, inevitavelmente, em considerao esta
nova realidade tributria, constituindo, assim, um
novo e complexo desafio para a funo fiscal das
Instituies Financeiras.

Mas o alcance das alteraes previstas nestes


diplomas no se esgota apenas em novas taxas ou em
novos factos que passam a ser tributados. Como
denominador comum aos novos diplomas tributrios
publicados este ano, denota-se uma visvel
preocupao das Autoridades em criar mecanismos
que permitam controlar, de forma mais eficaz, o
cumprimento das obrigaes fiscais dos diversos
contribuintes.
Essa preocupao materializa-se, quer em novas
obrigaes declarativas que as Instituies Financeiras
devero cumprir, quer na divulgao contabilstica da
liquidao dos vrios impostos, quer, ainda, na
necessidade de serem criados mecanismos internos
de controlo de isenes fiscais.
Impacto na funo de compliance fiscal
Decorrente destas alteraes significativas no mapa
fiscal, os desafios sero seguramente muito mais
exigentes. Bastaria a introduo destes novos
diplomas para justificar uma alterao nas actividades
e preocupaes inerentes funo fiscal numa
Instituio Financeira.
Mas a prpria dinmica da Reforma Tributria (desde
logo, a prevista reforma ao Cdigo de Imposto
Industrial em 2013, bem como um esperado
incremento das inspeces tributrias), aliado a um
quadro regulatrio mais exigente num Sector cada vez
mais competitivo, constituem indcios mais do que
suficientes para se constatar que os recursos,
preocupaes e actividades da funo fiscal num
cenrio de pr-Reforma Tributria devero ser
claramente reforados e ajustados a esta nova
realidade.
Os profissionais da KPMG possuem uma vasta
experincia prtica na assessoria permanente a
Instituies Financeiras, acompanhando j outros
processos de transio de sistemas fiscais.
Por assim ser, consideramos que a conjugao dos
nossos conhecimentos tcnicos legislativos com a
nossa metodologia de estruturao e monitorizao da
funo fiscal nas Instituies Financeiras poder
contribuir para o sucesso na implementao da
Reforma Tributria nas Instituies Financeiras
Angolanas.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 25

5.7. CONTIF/IFRS
Maturao do Plano Contabilstico das
Instituies Financeiras (CONTIF)
O Sector Bancrio Angolano apresenta um
potencial de desenvolvimento muito elevado,
tendo em conta o previsvel crescimento da taxa
de bancarizao da populao e do rcio de
transformao.
Tendo por base estas tendncias, o BNA tem vindo
a emitir um conjunto de normas que pretendem
aproximar a regulamentao Angolana aos padres
internacionais no que respeita s boas prticas de
reporte financeiro, incluindo o recente pacote
regulamentar (Controlo Interno, Corporate
Governance e Consolidao prudencial)
apresentado pelo BNA para consulta pblica e que
aguarda emisso.

No mbito deste processo de diagnstico foram


identificados alguns desvios que se encontram em
fase de resoluo, estando o BNA empenhado no
apoio e suporte das Instituies nesse processo de
forma a que se atinja para todo o Sector Bancrio em
Angola um nvel de desenvolvimento semelhante e
que permita avanar para o prximo estdio de
desenvolvimento com a adopo das IAS/IFRS.
Dentro deste cenrio, a KPMG tem vindo a trabalhar
com vrias Instituies Financeiras em Angola no
sentido de prestar apoio neste processo de resoluo
dos desvios identificados e na preparao de um
processo contabilstico e de reporte mais eficiente e
robusto de forma a capacitar as Organizaes para os
desafios seguintes, nomeadamente:
Apoio contabilstico
reconciliao dos dados operacionais com os
registos contabilsticos;

validao da parametrizao e mapeamento dos


roteiros contabilsticos, face ao definido no CONTIF;

validao do cumprimento com as regras


contabilsticas definidas no CONTIF;

validao da aplicao dos normativos do BNA (ex:


Aviso 4/11);

apoio e reviso de procedimentos de fecho


contabilstico.

Aps a introduo do CONTIF (em 1 de Janeiro de


2010) por parte do BNA, as Instituies Financeiras
Angolanas tm vindo a fazer um esforo contnuo
no sentido de atingir a implementao plena do
mesmo em todas as suas vertentes.
A implementao plena do CONTIF permitir a
uniformizao dos registos contabilsticos,
sistematizao dos procedimentos e critrios de
registo e do estabelecimento de regras para
divulgao de informao, em convergncia com
as boas prticas internacionais, o que, aliado a
todas as restantes iniciativas do BNA para o
desenvolvimento do sistema financeiro, contribuir
para a robustez das Instituies Financeiras
nacionais e para uma melhoria da comparabilidade
para os stakeholders nacionais e internacionais.
No entanto, dado o nvel de detalhe exigido pelo
CONTIF (sobretudo no que respeita preparao
de informao para divulgao nas notas s
demonstraes financeiras e no reporte ao BNA) e
considerando que as Instituies Financeiras
Angolanas ainda se encontram num processo de
maturao das suas operaes e redefinio dos
seus processos de negcio e sistemas de
informao, a plena implementao do CONTIF
um processo longo e complexo.
Ciente das dificuldades sentidas pelas Instituies
Financeiras, o BNA solicitou s mesmas a
realizao de um Diagnstico ao processo de
implementao do CONTIF com vista a aferir qual
o grau de implementao do mesmo no Sector
Bancrio Angolano e os desvios existentes para a
sua implementao plena.

Formao em CONTIF
normas bsicas e funo das contas;

esquemas contabilsticos;

preparao das demonstraes financeiras e


respectivas divulgaes obrigatrias, apresentadas
nas Notas s demonstraes financeiras.

Apoio na resoluo das insuficincias identificadas no


Diagnstico implementao do CONTIF

preparao das polticas contabilsticas e


divulgaes obrigatrias apresentadas nas Notas s
demonstraes financeiras;

preenchimento das tabelas auxiliares e restantes


reportes ao BNA, de acordo com a natureza das
suas transaces e com os requisitos definidos
pelo CONTIF;

adequao dos sistemas de informao s


exigncias de divulgao de informao e reporte
ao BNA;

desenho e implementao de controlos associados


aos processos de preparao das demonstraes
financeiras e respectivas notas anexas e reporte ao
BNA;

desenho e implementao do modelo de


governance das obrigatoriedades de reporte ao
BNA.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 26

5.7. CONTIF/IFRS (cont.)


O sucesso da convergncia das Instituies
Financeiras Angolanas para as normas
internacionais depender da sua capacidade para
implementar plenamente o CONTIF, uma vez que
facilitar a transio para as Normas Internacionais
de Relato Financeiro (IFRS), dadas as sinergias
existentes.
Transio para as IFRS
No mbito deste processo de melhoria contnua
que o BNA tem procurado para o sistema
financeiro em Angola, est em curso um conjunto
de iniciativas que visam iniciar um processo de
avaliao e definio de um plano para a transio
das Instituies Financeiras Angolanas para as
IFRS.
Consideramos este processo vital para o
desenvolvimento do mercado em Angola e da sua
internacionalizao, no sentido em que ir permitir:
1. maior facilidade de comunicao e acesso aos
mercados de capitais internacionais ao nvel da
liquidez atravs de emisses internacionais de
dvida e do ponto de vista dos investidores,
face a uma eventual admisso a cotao em
bolsas internacionais;
2. adopo de uma linguagem universalmente
utilizada que facilita a comparabilidade;
3. demonstrao de robustez, sofisticao e
utilizao das boas prticas internacionais.
Trata-se de um desafio para todos os
intervenientes do mercado, no sentido em que vai
implicar a necessidade de:
1. gesto de um processo de converso;
2. adaptao dos sistemas e processos e de toda
a Organizao;
3. maior complexidade das normas e
necessidade de constante actualizao; e
4. necessidade de maior nvel de divulgao das
transaces e demonstraes financeiras.
Os principais desafios que as Instituies
Financeiras enfrentaro na implementao das
IAS/IFRS, resumem-se da seguinte forma:

implementao de novas polticas e


procedimentos contabilsticos;

preparao de divulgaes adicionais nas notas s


demonstraes financeiras;
reviso dos processos de recolha de informao e
reporte;
desenvolvimento dos sistemas de informao, de
modo a adapt-los s exigncias de um novo plano
de contas, novas polticas contabilsticas e
divulgaes adicionais;
definio de planos de formao e de comunicao
interna adequados;
avaliar a necessidade de adaptao do reporte
interno, KPIs e aspectos gerais do negcio, como
avaliao do risco, tesouraria e ALM, em funo
dos impactos causados e das exigncias do novo
normativo.
ser, igualmente, necessrio um esforo relevante
para que os colaboradores, os stakeholders e as
Organizaes se adaptem nova realidade, o que
faz com que a experincia na conduo e
coordenao destes projectos seja vital, dado que
algo que perdura na vida das Organizaes e cujo
esforo dever afectar todos os intervenientes.

Desta forma, num contexto de transio para as IFRS,


a KPMG poder apoiar as Instituies Financeiras em
vrias vertentes, nomeadamente:
Apoio na converso para as IFRS

medio dos impactos nas demonstraes


financeiras;

levantamento das necessidades de divulgaes


adicionais nas notas s demonstraes financeiras;

levantamento das necessidades de adaptao dos


sistemas e processos;

definio de um plano de formao adequado;

avaliao da necessidade de redefinio do


formato/metodologia do reporte interno e KPIs;

avaliao da necessidade de redefinio de


aspectos essenciais prossecuo do negcio (ex:
avaliao do risco, tesouraria e ALM).
Formao em IFRS

novas normas/conceitos;

principais diferenas entre normas CONTIF e IFRS.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 27

5.8. AML/CTF
Desafios do novo enquadramento regulamentar
Angolano para o combate ao Branqueamento de
Capitais e Financiamento do Terrorismo
Internacionalmente, cabe Financial Action Task
Force (FATF), enquanto Organizao
Intergovernamental, desenvolver e promover as
polticas de combate ao branqueamento de capitais
e financiamento do terrorismo (BC/FT), bem como
avaliar o enquadramento legal, regulamentar e a
aplicao operacional destas polticas nos diferentes
pases.
Em Junho de 2010, Angola assumiu ao mais alto
nvel o compromisso poltico de trabalhar com a
FATF para colmatar deficincias relacionadas com o
BC/FT, bem como estabelecer e implementar uma
estrutura jurdica robusta que permita identificar,
rastrear e bloquear a utilizao de recursos
destinados a BC/FT.
Assim, em finais do ano passado foi publicado um
pacote legislativo especfico sobre o tema do
BC/FT. No seguimento da publicao deste pacote
legislativo, as entidades competentes tm vindo a
desenvolver esforos no sentido de colmatar as
situaes identificadas dentro de prazos razoveis,
tendo conscincia do desafio que ser para a as
entidades sujeitas a esta fiscalizao, a adopo e
implementao das boas prticas internacionais
neste domnio em tempo til.
A nova lei do combate ao BC/FT - Lei 34/11 de 12
de Dezembro, reforada pelo Aviso n. 22/12 de 25
de Abril, veio trazer um conjunto de obrigaes e
deveres para as Instituies Financeiras que so em
tudo semelhantes ao que existe noutras geografias
ditas de referncia. Por um lado, estabelece
medidas de natureza preventiva e repressiva de
combate ao BC/FT; por outro, passa a proibir e punir
situaes comprovadas de BC/FT, determinando,
igualmente, um conjunto especfico de obrigaes
que leva a que as entidades sujeitas passem a estar
sob grande presso regulamentar e que tenham que
reforar de imediato as suas competncias na rea
do combate do BC/FT.

No entanto, ainda que os requisitos regulamentares e


reputacionais sejam os principais drivers na definio
da actual estratgia de combate ao BC/FT, a
experincia mostra-nos que as entidades sujeitas a
esta legislao devero centrar os seus esforos e
investimentos nas seguintes componentes de um
Programa de Combate ao BC/FT:
1. estabelecer polticas, processos e procedimentos
de preveno e deteco do crime de BC/FT;
2. instituir a funo de Money Laundering Reporting
Officer (MLRO) no Compliance e definir a
respectiva estrutura orgnica;
3. assegurar a identificao e aprovao criteriosa de
contrapartes, com base em filtragem (filtering) e
critrios de risco (scoring), atravs de work-flow;
4. monitorar transaces electronicamente de forma
pro-activa para detectar actividades suspeitas e/ou
no habituais (profilling);
5. desenvolver planos de formao adequados para
toda a instituio (empregados e dirigentes).
Assim, no que toca ao combate ao BC/FT, Angola tem
pela frente um conjunto de desafios complexos e
concretos, com metas bem definidas e conhecidas
cuja implementao objecto de superviso
internacional.
Somente com um trabalho determinado, extenso e
rigoroso de todas as entidades envolvidas, sejam elas
os Reguladores, os Supervisores, ou as entidades do
Sector Financeiro e no financeiro abrangidas, poder
o Pas sair vencedor deste desafio.
Nesta base, a KPMG tem vindo a apoiar as Instituies
Financeiras no seu processo de adaptao,
nomeadamente nas seguintes componentes:

diagnstico e recomendaes sobre a poltica,


estratgia e procedimentos definidos;

desenho organizacional, definio de


responsabilidades, perfis de competncias e
dimensionamento;

definio e calibrao de modelos de scoring


BC/FT;

investigaes independentes de casos de suspeita


em actividades de BC/FT;

definio da estratgia e planos de formao,


incluindo o desenvolvimento de contedos e a
realizao de aces de formao.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 28

5.9. Mercado de Capitais


O Mercado de Capitais de Angola Um
Importante Objectivo com Grandes Desafios
pela Frente
O desenvolvimento de Angola nos ltimos anos em
termos econmicos e sociais tem vindo a criar uma
presso cada vez maior para a criao de um
Mercado de Capitais.
A nomeao no incio de 2012 de uma nova
Comisso de Mercado de Capitais de Angola
(CMCA) dever trazer o impulso definitivo para a
concretizao do Mercado de Capitais, sendo este
um importante passo para o desenvolvimento da
economia Angolana.
Para o Estado e as empresas, o Mercado de
Capitais permitir por um lado o acesso captao
de investimento de forma diversificada, quer sob a
forma de dvida quer de capital, por outro
possibilitar a aplicao de excedentes de forma
estruturada, com a liquidez necessria e uma
diversificao de riscos e maturidades.
Esta dinamizao fomentar, tambm, o
empreendedorismo e a inovao, aspectos de
reconhecida importncia para o desenvolvimento de
qualquer economia.
O lanamento do Mercado de Capitais tem ainda
um longo caminho a percorrer: contudo est a
tornar-se cada vez mais uma realidade.
O sucesso do Mercado de Capitais em Angola
depender dos seguintes factores:
1. enquadramento Legal adequado, quer ao nvel
legislativo quer regulamentar;
2. adeso efectiva de um conjunto alargado de
Emitentes, com a capacidade de adaptao s
exigncias de um Mercado de Capitais;
3. atraco de Investidores nacionais e
internacionais;
4. o papel do Regulador enquanto promotor e
fiscalizador da transparncia e credibilidade do
Mercado de Capitais;
5. funcionamento regular e fivel do mercado, em
particular dos Intermedirios Financeiros.

A CMCA apresenta um plano a cinco anos


reconhecidamente sustentado e credvel
De acordo com as intenes j assumidas pela
CMCA, o processo encontra-se em curso, estando a
ser desenvolvida quer a legislao e regulao
necessrias, quer o planeamento da estratgia e a
definio no que se refere s componentes de
estrutura e de infra-estrutura necessrias.
esperado que durante o ano de 2013 seja lanado
o mercado de Dvida Pblica e at final de 2013
esteja em funcionamento o mercado de Dvida
Corporate.
At 2016 dever estar em pleno funcionamento o
mercado bolsista de Angola e em 2017 a bolsa de
futuros e derivados.
O Enquadramento Legal dever ser adequado, quer
ao nvel legislativo quer regulamentar, sendo
necessrio definir e legislar o Sector nas suas
diferentes vertentes. A CMCA ter o papel de definir
e implementar os mecanismos de regulao e
superviso. Ser, tambm, importante a adopo de
regras claras como base de governao das
sociedades, de relao com os investidores e de
reporte financeiro.
Ser necessrio criar todos os organismos e
entidades para o funcionamento do Mercado, para
alm da Bolsa em si, tanto em termos de estruturas
como de infra-estruturas, sendo necessrios fortes
investimentos quer em tecnologia quer em
formao de quadros, bem como de consultoria em
especial na fase de lanamento do processo, tanto
por parte da CMCA e do Mercado de Capitais, como
por parte dos Intermedirios Financeiros e dos
Emitentes.
A implementao do Mercado de Capitais
apresenta novas e significativas oportunidades
de crescimento mas tambm inmeros desafios.
O processo de criao do Mercado de Capitais
passa, naturalmente, pelo papel decisivo da CMCA,
mas tambm dos restantes intervenientes, sendo
essencial uma adaptao s exigncias inerentes ao
mesmo, bem como uma forte adeso e dinamizao
das diferentes componentes do mercado ao longo
do desenrolar do processo, antes e aps o
lanamento do mercado nas suas diferentes fases.
O Regulador ter um papel fundamental enquanto
promotor e fiscalizador da transparncia e
credibilidade do Mercado de Capitais.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 29

5.9. Mercado de Capitais (cont.)


Os Intermedirios Financeiros tero uma enorme
responsabilidade e um papel fundamental para um
correcto funcionamento do Mercado de Capitais no
desempenho das suas funes de formalizao das
operaes, custdia dos ttulos, funo de
intermediao e cumprimento de obrigaes
acessrias associadas s transaces.
As entidades Emitentes devero iniciar com a
devida antecedncia a preparao para um processo
exigente ao nvel dos requisitos
jurdico/regulamentares, contabilsticos e
financeiros, de organizao/processos e, no menos
importante, adequadas polticas de governo
societrio.
Para assegurar a indispensvel confiana no
Mercado de Capitais essencial que os
investidores tenham um forte conforto sobre a
actuao das empresas e a sua performance,
devendo ser transmitida de forma clara a
informao relevante sobre o desenrolar da
actividade das mesmas e aplicadas adequadas
polticas de governo societrio.
As Entidades Emitentes devero iniciar com
antecedncia o processo de preparao para
entrada em Bolsa
Se podemos afirmar que o desenvolvimento da
economia de Angola dos ltimos anos tem vindo a
colocar uma forte presso na criao do Mercado
de Capitais em Angola, , tambm, verdade que a
concretizao deste desafio implicar uma enorme
presso sobre as empresas, tanto em termos de
uma ainda maior profissionalizao e qualidade do
reporte financeiro (e.g.: CONTIF e preparao para
as IFRS), como em termos de regras de
governao.
Em qualquer economia e para qualquer entidade, a
entrada em Bolsa implica um adequado trabalho de
adaptao: definio clara de regras de governao,
regras de transparncia, novas estruturas de relao
com o mercado e profissionalizao dos quadros,
certificao de processos, melhoria da qualidade de
reporte financeiro, auditoria interna e externa.
essencial que esta adaptao seja uma realidade
para um nmero alargado de empresas bem antes
de ser possvel almejar a efectiva abertura da Bolsa.
A necessidade de solues de poupana
diversificadas ter resposta no Mercado de
Capitais
O desenvolvimento econmico e o inerente
crescimento da classe mdia ir cada vez mais
aumentar a necessidade de produtos financeiros de
poupana/investimento, qual a criao da Bolsa

de Valores e Derivados de Angola e o desenvolvimento


das restantes componentes do Mercado de Capitais
devero trazer uma importante resposta.
No que toca aos investidores particulares, o
crescimento econmico, o aumento do rendimento per
capita, aumento demogrfico e da esperana mdia de
vida, iro certamente criar uma maior
consciencializao e preocupao para com a
proteco de longo prazo e, como tal, pela procura de
solues de poupana, investimento e aplicao de
fundos, sentindo-se j o aumento da importncia da
criao de veculos para o investimento que permitam
uma diversificao da oferta.
A oferta de produtos e solues de
investimento/poupana dever ser adequada s
diferentes necessidades e perfis de risco dos clientes,
tanto particulares como empresariais, permitindo a
obteno de nveis de rentabilidade adequados para os
diferentes tipos de risco/maturidades.
A dinamizao deste segmento possibilitar que estes
investimentos sejam canalizados para a economia real,
contribuindo, tambm, de forma muito importante,
para o desenvolvimento de Angola, da sua economia e
da sua sociedade.
O sucesso da implementao do Mercado de
Capitais em Angola depende do empenho
continuado de todos os intervenientes
A concretizao do Mercado de Capitais de Angola
actualmente um objectivo prioritrio, sendo
reconhecido que h ainda um conjunto de etapas
importantes a desenvolver para garantir a sua
atractividade e sustentabilidade. de extrema
importncia um correcto alinhamento de todos os
processos necessrios abertura do Mercado de
Capitais, no s por parte da CMCA mas por parte de
todos os intervenientes.
Em suma, a evoluo da economia Angolana, o
desenvolvimento da sociedade, o crescimento da
classe mdia, a crescente profissionalizao das
empresas e a evoluo do relacionamento com o
exterior, aumentaro cada vez mais a presso sobre
todos os intervenientes para a concretizao do
Mercado de Capitais, sendo grandes os desafios at
que este se torne uma realidade.
Os profissionais da KPMG possuem uma vasta
experincia na assessoria financeira s Instituies
Financeiras e empresas no seu processo de admisso
ao Mercado de Capitais, bem como no
desenvolvimento e adaptao regulamentao
inerente.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 30

5.10. Continuidade de Negcio


Risco de Desastres em Angola
Tal como sucede na generalidade dos Pases,
Angola est exposta a um conjunto de ameaas
que, caso venham a concretizar-se, podem originar
desastres com um impacto significativo na sua
economia, contrariando o ndice de forte
crescimento que se tem vindo a verificar nos
ltimos anos.
O Plano Estratgico de Gesto do Risco de
Desastres (Decreto Presidencial n. 103/11 de 23 de
Maio), que visa a implementao de princpios
estratgicos e linhas de orientao para o Sistema
Nacional de Proteco Civil Angolano no perodo
2010-1014, divide o quadro das principais ameaas
do Pas em trs grupos:
1. ameaas climticas

Inundaes

Seca
2. ameaas Geolgicas e Geotcnicas

Actividade ssmica

Ravinas

Desabamentos
3. ameaas tecnolgicas e antrpicas

Acidentes de aviao e martimos

Incndios de grandes propores

Grande aglomerados populacionais

VIH/SIDA

Cyber Risco
As Instituies Financeiras so um dos pilares da
economia e, nesta medida, tm um papel
importante na reduo do Risco Operacional
sistmico para o Sistema Financeiro Angolano,
atravs do investimento em mecanismos de
preveno, resposta e recuperao para os vrios
tipos de ameaa, por forma a manter as suas
operaes crticas em funcionamento em caso de
desastre.
Gesto da Continuidade de Negcio no Sector
Financeiro
A norma internacional ISO 22301 define a Gesto
da Continuidade de Negcio como um processo
holstico de gesto, identificando ameaas
potenciais a uma Organizao e o impacto no
negcio dessas ameaas. Por outro lado,
disponibiliza um framework para implementar a
resilincia organizacional com a capacidade de obter
uma resposta eficaz que salvaguarde os interesses
dos accionistas, reputao, marca e actividades que
criem valor.

As Entidades de Superviso do Sector Financeiro,


atentas aos riscos da actualidade, comearam por
associar a Continuidade de negcio Gesto de Risco
e Sistema de Controlo Interno, tendo posteriormente
evoludo para recomendaes especficas de Gesto
de Continuidade de Negcio baseadas nas normas
internacionais.
A KPMG tem colaborado com os Reguladores de
diversos pases no desenvolvimento de
recomendaes de Gesto de Continuidade de
Negcio para o Sector Financeiro e na preparao e
facilitao de exerccios de Gesto de Crise simulando
casos de desastre (pandemia, mau tempo, etc.) com a
participao de todas as Instituies Financeiras.
Em Angola, o BNA encontra-se na fase final de
elaborao de um pacote regulamentar no mbito do
Corporate Governance e Sistema de Controlo Interno
que faz referncia necessidade das Instituies
Financeiras Angolanas implementarem Planos de
Continuidade de Negcio que incidam sobre os
sistemas de informao, as infra-estruturas fsicas e os
recursos humanos.
Embora seja j um primeiro passo, expectvel que o
BNA venha a emitir recomendaes especficas em
Gesto de Continuidade de Negcio que detalhem as
medidas a tomar pelas Instituies Financeiras
Angolanas para implementar um sistema de gesto
que lhes permita tornarem-se menos vulnerveis s
ameaas do Pas.
Implementao de um sistema de Gesto da
Continuidade de Negcio
Para implementar um sistema de Gesto de
Continuidade de Negcio as Instituies Financeiras
devem comear por analisar o impacto das principais
ameaas do meio envolvente para o seu negcio e
definir os tempos de recuperao objectivo para seus
processos crticos (tipicamente inferiores ao tempo
mximo de indisponibilidade que a Organizao pode
aceitar tendo em conta perdas financeiras, prazos
legais, reputao, custos de recuperao e
envolvimento dos rgos de Gesto).
O passo seguinte definir uma estratgia de
recuperao que assegure a redundncia dos recursos
necessrios (i.e. pessoas, instalaes, sistemas de
informao, comunicaes, energia) para assegurar a
continuidade dos processos crticos nos tempos
definidos.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 31

5.10. Continuidade de Negcio (cont.)


Um aspecto fundamental da Gesto de
Continuidade de Negcio a capacidade de
resposta a incidentes. Aps a evacuao segura dos
colaboradores das instalaes afectadas e
articulao com os servios de emergncia,
necessrio gerir a comunicao interna (com os
colaboradores) e externa (com a comunicao
social) e assegurar a coordenao de toda a
Organizao na recuperao e manuteno dos
processos crticos de negcio at voltar
normalidade.

A Gesto da Continuidade de Negcio no Sector


Financeiro est tipicamente atribuda a reas de gesto
de risco operacional, segurana (fsica e informtica)
ou compliance, mas o seu sucesso depende de um
forte empenhamento por parte dos rgos de Gesto
e do envolvimento adequado das reas de negcio e
reas tcnicas que suportam os processos crticos. A
figura seguinte ilustra um potencial modelo de governo
para este processo.
Governo e Responsabilidade Institucional
Conselho de
Administrao
Coordenador
Continuidade de
Negcio

Directores

Auditoria Interna

Comit de CN

Definio, Implementao e Facilitao

Equipa
GCN

reas Tcnicas

Infra-estruturas e
Segurana Fsica

Responsveis de
CN por Direco

Equipas de
Resposta de
Emergncia

Equipas de
Recuperao de
Negcio

Resposta a Incidentes

Equipa de
Gesto de Crise

Equipas de
Recuperao de
Rede e IT

Modelo de Governo de GCN

Para assegurar uma resposta eficaz a incidentes


necessrio desenvolver planos de continuidade de
negcio (PCN) e de recuperao tecnolgica (IT
DRP) e promover exerccios peridicos com todos
os colaboradores envolvidos em processos crticos
de negcio, complementados com testes de
recuperao tecnolgica em Data Centers
alternativos, garantido que os planos esto
permanentemente actualizados.
Mas os planos e as pessoas no so suficientes
para assegurar a resilincia: necessrio investir
em solues de redundncia de sistemas de
informao, de dados, de comunicaes e de
instalaes para que a recuperao do incidente
seja feita atravs da activao destas solues
alternativas no mais curto espao de tempo.
Uma vez implementado um programa de Gesto de
Continuidade de Negcio, este deve ser auditado
internamente e os resultados destas auditorias
devem ser transmitidos aos rgos de Gesto de
forma a garantir a melhoria contnua deste
importante sistema de gesto.

As Instituies Financeiras devem antecipar as


medidas regulamentares previstas e implementar um
sistema de Gesto de Continuidade de Negcio que
as torne mais resilientes aos riscos do Pas.
A KPMG possui uma vasta experincia na
implementao de sistemas de Gesto de
Continuidade de Negcio em grandes grupos
financeiros e poder apoiar as Instituies Financeiras
nas seguintes componentes:

poltica de Continuidade de Negcio;

anlise de Impacto no Negcio;

gesto de Risco;

estratgia de Continuidade de negcio;

plano de Continuidade de Negcio;

IT Disaster Recovery;

gesto de Crise;

auditorias de Continuidade de Negcio;

exerccios de simulao de desastre;

certificao ISO 22301.

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 32

6. Principais Concluses
O ano de 2011 continuou a ser marcado pela crise
econmica mundial, observando-se a estagnao do
crescimento ao nvel internacional, com impactos na
economia Angolana.
Continuamos a assistir a um esforo concertado a
nvel internacional na procura de solues eficazes e
duradouras no sentido de restituir a confiana e
robustez do Sector Financeiro, sendo este um
aspecto crtico para o suporte do crescimento e
desenvolvimento econmico.
Em Angola o ano de 2011 foi de crescimento
econmico, existindo neste momento, de acordo
com as mais recentes projeces do FMI,
perspectivas de crescimento na ordem dos 6,83%
para 2012 e de 5,46% para 2013, o que, sem
dvida, permite algum optimismo sobre a evoluo
econmica do Pas.
No entanto, a economia Angola permanece, ainda,
exposta crise e desacelerao econmicas
externas, na medida em que o PIB permanece
muito dependente das receitas oriundas do
petrleo, no obstante o esforo de diversificao
Sectorial que tem sido levado a cabo pelo Executivo
Angolano.
O comportamento das Instituies Financeiras,
manteve a sua tendncia de crescimento em
praticamente todas as rubricas de anlise
(nomeadamente ao nvel dos Activos, Crdito,
Depsitos e Resultados), no obstante o
abrandamento do ritmo de crescimento face a anos
anteriores.
Verifica-se que continua a subsistir uma forte
concentrao no Sector, onde cinco Instituies
Financeiras so responsveis por sensivelmente
79% do mercado; no entanto, tem-se assistido a
uma gradual perda de quota relativa de mercado,
indiciando maior competitividade.
Nesta base, o Sector continua a apresentar
inmeras oportunidades de crescimento e
desenvolvimento, como exemplo a baixa taxa de
penetrao de servios Bancrios (taxa de
bancarizao de 22%), apresentada pelo BNA j
em Agosto de 2012.

Para capturar este potencial de crescimento tem-se


mantido um elevado ritmo de crescimento do
investimento em infra-estruturas, sistemas e recursos
humanos, de que so exemplos:

o reforo do sistema de pagamentos em Angola,


atravs do aumento do nmero de ATM
(crescimento de cerca de 26% para 1.629
terminais) e de TPA ( crescimento de 50%, para
18.199 terminais);

o aumento da rede de distribuio bancria, atravs


da abertura de 153 novos balces durante 2011,
passando a existir 991 balces, representando um
acrscimo de cerca de 18,3%;

o incremento do investimento em recursos


humanos no Sector, tendo sido criados 1.157 novos
postos de trabalho no Sector, que emprega j um
total de mais de 13.700 pessoas (crescimento de
9,2%);

os extensos planos de formao com o objectivo de


dotar os recursos humanos de competncias e
valncias que possibilitem alavancar este
investimento e que actuem como veculos de
disseminao da cultura financeira pela populao.
Apesar de se tratar de um Sector com inegveis
oportunidades de crescimento, onde a evoluo e
transformao tm ocorrido de forma bastante rpida,
permitindo a sua convergncia para uma realidade com
maior nvel de maturidade e sofisticao, estamos
conscientes de que continua a existir um caminho a
percorrer.
Desta forma, antevemos que o Sector Bancrio em
Angola continue a apresentar uma elevada dinmica,
tendo necessariamente que se adaptar aos desafios e
s tendncias emergentes.
A KPMG, como prestador de servios com elevada
experincia e competncias nesta rea, pretende
apoiar este desenvolvimento e crescimento com base
na partilha do conhecimento adquirido pelos seus
profissionais, apoiando as Instituies Financeiras, os
Reguladores e os Supervisores neste processo de
melhoria contnua, inovao e busca pela excelncia
que actualmente ocorre em Angola.

7. Dados
Financeiros
Instituies
Financeiras em
Angola 2010/2011

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 34

Activos Totais
#

Instituio Financeira

BAI

2
3

Resultados Lquidos
Instituio Financeira

Milhes AOA
2011

2010

Milhes AOA
2011 2010

BESA

Banco Esprito Santo Angola

31.820

30.489

BFA

Banco de Fomento Angola

23.746

24.068

673.106

BAI

Banco Angolano de Investimentos

20.198

21.124

672.921

597.575

BIC

Banco BIC

14.906

13.160

525.315

450.952

BPC

Banco de Poupana e Crdito

13.296

17.167

BCGTA

Banco Caixa Geral Totta de Angola

4.767

3.848

Banco Angolano de Investimentos

1.131.410

775.692

BESA

Banco Esprito Santo Angola

843.654

731.151

BPC

Banco de Poupana e Crdito

749.266

BFA

Banco de Fomento Angola

BIC

Banco BIC

BPA

Banco Privado Atlntico

223.166

178.932

BMA

Banco Millennium Angola

170.864

123.570

BMA

Banco Millennium Angola

4.129

3.018

SOL

Banco Sol

133.153

120.428

BPA

Banco Privado Atlntico

3.955

3.955

BCGTA

Banco Caixa Geral Totta de Angola

121.144

92.780

BNI

Banco de Negcios Internacional

3.221

2.948

10

BNI

Banco de Negcios Internacional

115.717

112.605

10

SOL

Banco Sol

2.364

2.473

11

BCI

Banco de Comrcio e Indstria

82.555

65.669

11

BDA

Banco de Desenvolvimento de Angola

1.407

1.407

12

BRK

Banco Regional do Keve

61.524

44.147

12

VTB

Banco VTB frica

935

893

13

BCA

Banco Comercial Angolano

36.513

23.501

13

BCA

Banco Comercial Angolano

903

689

14

SBA

Standard Bank Angola

33.677

3.503

14

FNB

Finibanco Angola

880

819

15

FNB

Finibanco Angola

21.312

15.153

15

BRK

Banco Regional do Keve

629

183

16

BANC

Banco Angolano de Negcios e Comrcio

13.927

10.639

16

BANC

Banco Angolano de Negcios e Comrcio

292

408
1.519

17

VTB

Banco VTB frica

7.625

4.729

17

BCI

Banco de Comrcio e Indstria

204

18

BKI

Banco Kwanza de Investimento

7.273

1.299

18

BKI

Banco Kwanza de Investimento

121

39

19

BVB

Banco Valor

2.397

nd

19

BCH

-215

-77

20

BCH

Banco Comercial do Huambo

1.448

730

20

BVB

Banco Valor

-288

nd

21

BMF

Banco BAI Micro-Finanas

nd

nd

21

SBA

Standard Bank Angola

-744

-479

Banco Comercial do Huambo

22

BDA

Banco de Desenvolvimento de Angola

nd

83.314

22

BMF

Banco BAI Micro-Finanas

nd

nd

23

BPD

Banco para Promoo e Desenvolvimento

nd

nd

23

BPD

Banco para Promoo e Desenvolvimento

nd

nd

Milhes AOA
2011 2010

Produto Bancrio
Instituio Financeira

ROE
Instituio Financeira

(%)
2011 2010

BPC

Banco de Poupana e Crdito

78.284

65.266

VTB

Banco VTB frica

42,00%

50,45%

BAI

Banco Angolano de Investimentos

50.049

49.930

BFA

Banco de Fomento Angola

37,00%

39,63%

BFA

Banco de Fomento Angola

39.927

39.002

BESA

Banco Esprito Santo Angola

32,48%

46,08%

BIC

Banco BIC

30.663

26.549

FNB

Finibanco Angola

28,00%

28,51%

BESA

Banco Esprito Santo Angola

24.605

41.739

SOL

Banco Sol

24,39%

30,45%

BMA

Banco Millennium Angola

14.079

11.458

BIC

Banco BIC

24,06%

25,16%

BPA

Banco Privado Atlntico

13.618

11.446

BAI

Banco Angolano de Investimentos

23,03%

29,03%

BCGTA

Banco Caixa Geral Totta de Angola

10.729

8.429

BPA

Banco Privado Atlntico

22,00%

24,73%

SOL

Banco Sol

9.707

8.239

BCA

Banco Comercial Angolano

21,77%

20,63%

10

BNI

Banco de Negcios Internacional

9.651

6.700

10

BNI

Banco de Negcios Internacional

21,10%

21,13%

11

BCI

Banco de Comrcio e Indstria

7.180

6.814

11

BMA

Banco Millennium Angola

21,00%

17,65%

12

BRK

Banco Regional do Keve

4.428

3.126

12

BCGTA

13

BCA

Banco Comercial Angolano

3.026

2.565

13

BPC

14

FNB

Finibanco Angola

2.933

2.460

14

BKI

15

VTB

Banco VTB frica

2.016

1.399

15

BANC

16

SBA

17

BANC

Banco Caixa Geral Totta de Angola

18,27%

16,58%

Banco de Poupana e Crdito

16,51%

25,54%

Banco Kwanza de Investimento

15,26%

5,85%

Banco Angolano de Negcios e Comrcio

10,86%

17,28%

Standard Bank Angola

1.985

72

16

BRK

Banco Regional do Keve

7,96%

2,57%

Banco Angolano de Negcios e Comrcio

1.798

1.539

17

BCI

Banco de Comrcio e Indstria

1,67%

12,48%

1.123

273

18

BVB

Banco Valor

-15,05%

nd

66

nd

19

SBA

Standard Bank Angola

-22,28%

-25,60%

-29,56%

-32,56%

18

BKI

Banco Kwanza de Investimento

19

BVB

Banco Valor

20

BCH

Banco Comercial do Huambo

20

BCH

Banco Comercial do Huambo

21

BMF

Banco BAI Micro-Finanas

nd

nd

21

BMF

Banco BAI Micro-Finanas

nd

nd

22

BDA

Banco de Desenvolvimento de Angola

nd

3.411

22

BDA

Banco de Desenvolvimento de Angola

nd

11,82%

23

BPD

Banco para Promoo e Desenvolvimento

nd

nd

23

BPD

Banco para Promoo e Desenvolvimento

nd

nd

Fonte: BNA, KPMG, Relatrios e Contas dos Bancos


Legenda: "nd" - no disponvel

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 35

Depsitos Totais
Instituio Financeira

2011

2010

BAI

Banco Angolano de Investimentos

996.148

558.603

BFA

Banco de Fomento Angola

589.014

515.686

BPC

Banco de Poupana e Crdito

577.651

432.693

BIC

Banco BIC

419.608

347.964

BESA

Banco Esprito Santo Angola

276.102

266.374

BPA

Banco Privado Atlntico

176.492

147.182

SOL

Banco Sol

118.433

108.479

BMA

Banco Millennium Angola

111.209

72.004

BCGTA

Banco Caixa Geral Totta de Angola

88.711

65.901

10

BNI

Banco de Negcios Internacional

86.224

74.140

11

BCI

Banco de Comrcio e Indstria

58.962

45.330

12

BRK

Banco Regional do Keve

50.894

34.659

13

BCA

Banco Comercial Angolano

29.571

19.250

14

SBA

Standard Bank Angola

26.673

97

15

FNB

Finibanco Angola

16.058

11.282

16

BANC

9.171

7.748

17

BKI

Banco Kwanza de Investimento

5.865

478

18

VTB

Banco VTB frica

2.655

2.036

Banco Angolano de Negcios e Comrcio

Crdito total
Instituio Financeira

Milhes AOA

19

BCH

Banco Comercial do Huambo

600

240

20

BVB

Banco Valor

465

nd

Milhes AOA
2011 2010

BESA

Banco Esprito Santo Angola

488.105

BPC

Banco de Poupana e Crdito

453.237

349.537
331.980

BAI

Banco Angolano de Investimentos

308.250

249.002

BIC

Banco BIC

200.463

190.514

BFA

Banco de Fomento Angola

135.384

155.565

BPA

Banco Privado Atlntico

115.817

73.362

BNI

Banco de Negcios Internacional

64.270

57.360

BMA

Banco Millennium Angola

62.036

56.571

BCI

Banco de Comrcio e Indstria

37.907

28.363

10

SOL

Banco Sol

34.791

30.765

11

BCGTA

Banco Caixa Geral Totta de Angola

26.731

19.695

12

BRK

Banco Regional do Keve

26.677

20.869

13

FNB

Finibanco Angola

7.676

5.572

14

BCA

Banco Comercial Angolano

4.219

4.837

15

BANC

Banco Angolano de Negcios e Comrcio

3.474

2.943

16

VTB

Banco VTB frica

2.161

629

17

SBA

Standard Bank Angola

580

na

18

BCH

Banco Comercial do Huambo

61

19

BVB

Banco Valor

36

nd

20

BKI

21

BMF

Banco Kwanza de Investimento


Banco BAI Micro-Finanas

nd

nd

21

BMF

Banco BAI Micro-Finanas

nd

nd

22

BDA

Banco de Desenvolvimento de Angola

nd

nd

22

BDA

Banco de Desenvolvimento de Angola

nd

28.424

23

BPD

Banco para Promoo e Desenvolvimento

nd

nd

23

BPD

Banco para Promoo e Desenvolvimento

nd

nd

Cost -to-Income
Instituio Financeira

2011

2010

Banco Esprito Santo Angola

21,90%

21,20%

VTB

Banco VTB frica

30,79%

28,11%

FNB

Finibanco Angola

32,00%

28,72%

#
1

BESA

ROAA
Instituio Financeira

(%)

(%)
2011 2010

VTB

Banco VTB frica

15,14%

26,30%

FNB

Finibanco Angola

4,83%

6,85%

BCGTA

Banco Caixa Geral Totta de Angola

4,46%

4,78%

BESA

Banco Esprito Santo Angola

4,11%

4,67%

BFA

Banco de Fomento Angola

3,74%

4,28%

BPC

Banco de Poupana e Crdito

32,70%

32,10%

BAI

Banco Angolano de Investimentos

35,60%

31,80%

BFA

Banco de Fomento Angola

37,10%

33,30%

BIC

Banco BIC

3,05%

3,16%

BCA

Banco Comercial Angolano

3,01%

3,03%

BIC

Banco BIC

37,55%

37,70%

BCGTA

Banco Caixa Geral Totta de Angola

40,32%

37,92%

BKI

Banco Kwanza de Investimento

2,83%

3,81%

BNI

Banco de Negcios Internacional

45,90%

57,00%

BNI

Banco de Negcios Internacional

2,82%

2,69%

10

BMA

Banco Millennium Angola

55,00%

53,20%

10

BMA

Banco Millennium Angola

2,80%

2,75%

11

BPA

Banco Privado Atlntico

59,40%

56,02%

11

BANC

Banco Angolano de Negcios e Comrcio

2,37%

4,21%

12

BANC

Banco Angolano de Negcios e Comrcio

61,76%

53,81%

12

BAI

Banco Angolano de Investimentos

2,12%

2,79%

13

BCI

Banco de Comrcio e Indstria

62,80%

55,80%

13

BPA

Banco Privado Atlntico

1,97%

2,51%

14

BCA

Banco Comercial Angolano

62,90%

65,40%

14

BPC

Banco de Poupana e Crdito

1,87%

3,03%

15

BRK

Banco Regional do Keve

69,00%

87,00%

15

SOL

Banco Sol

1,86%

2,22%

16

BKI

Banco Kwanza de Investimento

110,23%

137,22%

16

BRK

Banco Regional do Keve

1,19%

0,45%

17

SOL

Banco Sol

nd

61,90%

17

BCI

Banco de Comrcio e Indstria

0,28%

2,14%

18

BMF

Banco BAI Micro-Finanas

nd

nd

18

SBA

Standard Bank Angola

-4,00%

-27,36%

-19,70%

-21,19%

19

BDA

Banco de Desenvolvimento de Angola

nd

nd

19

BCH

Banco Comercial do Huambo

20

SBA

Standard Bank Angola

nd

nd

20

BMF

Banco BAI Micro-Finanas

nd

nd

21

BVB

Banco Valor

nd

nd

21

BDA

Banco de Desenvolvimento de Angola

nd

1,71%

22

BCH

Banco Comercial do Huambo

nd

nd

22

BVB

Banco Valor

nd

nd

23

BPD

Banco para Promoo e Desenvolvimento

nd

nd

23

BPD

Banco para Promoo e Desenvolvimento

nd

nd

Fonte: BNA, KPMG, Relatrios e Contas dos Bancos


Legenda: "nd" - no disponvel

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 36

Situao Lquida
Instituio Financeira

2011

2010

Banco Esprito Santo Angola

97.982

66.162

BESA

BAI

Banco Angolano de Investimentos

87.687

72.773

BPC

Banco de Poupana e Crdito

80.522

67.213

BFA

Banco de Fomento Angola

68.836

60.733

BIC

Banco BIC

61.959

52.314

BPA

Banco Privado Atlntico

27.915

15.989

BCGTA

Banco Caixa Geral Totta de Angola

26.086

23.205

BMA

Banco Millennium Angola

22.574

17.102

BNI

Banco de Negcios Internacional

16.538

13.949

10

BCI

Banco de Comrcio e Indstria

12.248

12.171

11

SOL

Banco Sol

9.692

8.120

12

BRK

Banco Regional do Keve

7.896

7.135

13

BCA

Banco Comercial Angolano

4.149

3.341

14

FNB

Finibanco Angola

3.500

2.873

15

SBA

Standard Bank Angola

3.337

1.872

16

VTB

Banco VTB frica

2.705

1.769

17

BANC

Banco Angolano de Negcios e Comrcio

2.686

18

BVB

1.912

Banco Valor

Rcio de Solvabilidade
Instituio Financeira

Milhes AOA

(%)
2011 2010

SBA

Standard Bank Angola

47,44%

146,00%

BFA

Banco de Fomento Angola

31,40%

30,90%

FNB

Finibanco Angola

24,29%

47,45%

BDA

Banco de Desenvolvimento de Angola

19,23%

15,64%

BCI

Banco de Comrcio e Indstria

18,70%

22,50%

BIC

Banco BIC

18,00%

27,00%

BNI

Banco de Negcios Internacional

15,12%

21,00%

BRK

Banco Regional do Keve

14,20%

19,90%

BPC

Banco de Poupana e Crdito

14,10%

16,10%

10

BCA

Banco Comercial Angolano

14,00%

14,00%

11

BAI

Banco Angolano de Investimentos

13,09%

13,88%

12

BMA

Banco Millennium Angola

12,80%

17,50%

13

BPA

Banco Privado Atlntico

12,00%

10,00%

14

VTB

Banco VTB frica

11,00%

22,60%

15

BCGTA

16

SOL

Banco Caixa Geral Totta de Angola

nd

17,36%

Banco Sol

nd

20,54%

2.360

17

BESA

nd

18

BMF

Banco Esprito Santo Angola

nd

15,40%

Banco BAI Micro-Finanas

nd

BANC

Banco Angolano de Negcios e Comrcio

nd

nd

25,86%

19

BKI

Banco Kwanza de Investimento

795

674

19

20

BCH

Banco Comercial do Huambo

726

237

20

BKI

Banco Kwanza de Investimento

nd

nd

21

BMF

Banco BAI Micro-Finanas

nd

nd

21

BVB

Banco Valor

nd

nd

22

BDA

Banco de Desenvolvimento de Angola

nd

11.900

22

BCH

Banco Comercial do Huambo

nd

nd

23

BPD

Banco para Promoo e Desenvolvimento

nd

nd

23

BPD

Banco para Promoo e Desenvolvimento

nd

nd

Fonte: BNA, KPMG, Relatrios e Contas dos Bancos


Legenda: "nd" - no disponvel

4.109.473

2010

AGREGADO

Fonte: BNA, KPMG, Relatrios e Contas dos Bancos


Legenda: "nd" - no disponvel, "na" - no aplicvel

730
4.954.860

2010

2011

BANCO COMERCIAL DO HUAMBO

AGREGADO

na

2.397
1.448

3.503

2010

2011

STANDARD BANK ANGOLA

BANCO VALOR

2010

33.677

2011

STANDARD BANK ANGOLA

2011

1.299

2010

BANCO KWANZA DE INVESTIMENTO

BANCO VALOR

7.273

BANCO COMERCIAL DO HUAMBO

15.153

21.312

2011

FINIBANCO ANGOLA

2010

10.639

2010

BANCO ANGOLANO DE NEGCIOS E COMRCIO

2011

13.927

2011

BANCO ANGOLANO DE NEGCIOS E COMRCIO

FINIBANCO ANGOLA

4.729

BANCO KWANZA DE INVESTIMENTO

7.625

2011

2010

BANCO VTB FRICA

BANCO VTB FRICA

115.717
112.605

2011

2010

BANCO DE NEGCIOS INTERNACIONAL

178.932

2010

BANCO PRIVADO ATLNTICO

BANCO DE NEGCIOS INTERNACIONAL

450.952
223.166

2010

525.315

2011

BANCO BIC

2011

44.147

2010

BANCO REGIONAL DO KEVE

BANCO BIC

61.524

BANCO PRIVADO ATLNTICO

731.151

2010

2011

843.654

2011

BANCO ESPRITO SANTO ANGOLA

BANCO ESPRITO SANTO ANGOLA

120.428

BANCO REGIONAL DO KEVE

133.153

2011

2010

23.501

2010

BANCO COMERCIAL ANGOLANO

BANCO SOL

36.513

BANCO SOL

775.692

2010

2011

BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS

1.131.410

2011

BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS

BANCO COMERCIAL ANGOLANO

672.921
597.575

2011

2010

BANCO DE FOMENTO ANGOLA

92.780

BANCO DE FOMENTO ANGOLA

121.144

2011

2010

BANCO CAIXA GERAL TOTTA DE ANGOLA

BANCO CAIXA GERAL TOTTA DE ANGOLA

170.864
123.570

2011

2010

65.669

2010

BANCO DE COMRCIO E INDSTRIA

BANCO MILLENNIUM ANGOLA

82.555

BANCO MILLENNIUM ANGOLA

673.106

2010

2011

BANCO DE POUPANA E CRDITO

2
749.266

1.500.972

1.845.349

58

na

35

566

4.937

6.829

2.818

3.319

620

2.114

55.979

62.015

71.142

112.342

181.050

186.127

18.728

24.510

343.973

478.904

29.398

32.814

4.512

3.850

229.418

286.060

145.913

125.870

18.610

25.568

53.791

58.384

25.418

34.055

291.890

4
401.929

Activos totais
Crdito lquido
(Milhes
(Milhes AOA)
AOA)

2011

Exerccio

BANCO DE COMRCIO E INDSTRIA

BANCO DE POUPANA E CRDITO

Instituio Financeira

94.012

69.721

1.144.501

1.073.114

59

127

na

1.365

18.163

3.556

3.517

1.636

1.248

571

940

19.565

12.650

47.306

29.940

128.099

160.769

2.825

9.085

250.155

194.655

34.724

40.232

7.118

10.616

206.379

155.124

259.487

271.654

30.847

33.254

29.266

49.066

14.584

12.353

Ttulos e
Ob rigaes
(Milhes
AOA)

2.710.145

3.640.507

240

600

na

465

97

26.673

478

5.865

11.282

16.058

7.748

9.171

2.036

2.655

74.140

86.224

147.182

176.492

347.964

419.608

34.659

50.894

266.374

276.102

108.479

118.433

19.250

29.571

558.603

996.148

515.686

589.014

65.901

88.711

72.004

111.209

45.330

58.962

432.693

6
577.651

Dep sitos
(Milhes
AOA)

17.102

22.574

12.171

12.248

67.213

80.522

441.892

539.744

237

726

na

1.912

1.872

3.337

674

795

2.873

3.500

2.360

2.686

1.769

2.705

13.949

16.538

15.989

27.915

52.314

61.959

7.135

7.896

66.162

97.982

8.120

9.692

3.341

4.149

72.773

87.687

60.733

68.836

23.205

26.086

Situao
Lquida
(Milhes
AOA)

Indicadores de Dimenso

36.727

157.172

196.034

326

341

na

225

524

735

246

122

539

1.236

1.540

1.700

121

217

8.328

10.623

7.653

10.212

8.395

9.716

1.769

2.554

39.210

45.604

3.958

5.624

1.449

2.112

21.136

25.857

14.308

15.924

6.177

7.372

9.131

13.733

5.513

5.400

26.593

Imob ilizado
lquido
(Milhes
AOA)

20.220

36

na

44

19

19

29

41

15

36

39

381

5.373

7.239

75

75

360

452

186

188

21

21

60

74

8.080

8.575

81

84

50

73

2.079

2.132

58

72

441

672

16.993

10
4.029

12.588

13.745

nd

13

na

43

61

159

74

119

103

116

375

468

263

392

1.290

1.469

305

303

509

nd

763

763

222

238

1.427

1.526

2.038

2.172

289

343

714

893

625

699

3.530

11

19

24

39

61

53

65

161

178

312

838

991

nd

na

1.138

1.311

nd

nd

na

nd

nd

nd

10

14

3
0

nd

nd

nd

nd

nd

nd

nd

nd

141

179

60

67

nd

nd

97

nd

24

30

157

232

262

298

nd

nd

51

87

82

89

253

13

N de
ATMs

10

16

37

44

11

20

119

143

29

32

36

nd

86

89

19

23

75

90

143

158

12

Particip aes
N Mdio de
N de
Financeiras
Emp regados Balces
(Milhes AOA)

127.649

125.120

-77

-215

na

-288

-479

-744

39

121

819

880

408

292

893

935

2.948

3.221

3.955

3.955

13.160

14.906

183

629

30.489

31.820

2.473

2.364

689

903

21.124

20.198

24.068

23.746

3.848

4.767

3.018

4.129

1.519

204

17.167

15
13.296

Resultados
Lquidos
(Milhes AOA)

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 37

32,55
10,89
10,75

2010

2011

2010

BANCO COMERCIAL DO HUAMBO

AGREGADO

AGREGADO

Fonte: BNA, KPMG, Relatrios e Contas dos Bancos


Legenda: "nd" - no disponvel, "na" - no aplicvel

nd
50,11

2011

BANCO ANGOLANO DE NEGCIOS E COMRCIO

2011

2010

BANCO VTB FRICA

2010

37,41
19,29

2011

BANCO VTB FRICA

BANCO COMERCIAL DO HUAMBO

35,47

2010

BANCO DE NEGCIOS INTERNACIONAL

BANCO VALOR

12,39

2011

BANCO DE NEGCIOS INTERNACIONAL

79,79

8,94
14,29

2010

BANCO PRIVADO ATLNTICO

2011

12,51

2011

BANCO PRIVADO ATLNTICO

BANCO VALOR

11,60

2010

BANCO BIC

53,44

11,79

2011

BANCO BIC

2010

16,16

2010

BANCO REGIONAL DO KEVE

STANDARD BANK ANGOLA

12,83

2011

BANCO REGIONAL DO KEVE

9,91

9,05

2010

BANCO ESPRITO SANTO ANGOLA

2011

11,61

2011

BANCO ESPRITO SANTO ANGOLA

STANDARD BANK ANGOLA

6,74

2010

BANCO SOL

51,88

7,28

2011

BANCO SOL

2010

14,22

2010

BANCO COMERCIAL ANGOLANO

BANCO KWANZA DE INVESTIMENTO

11,36

2011

BANCO COMERCIAL ANGOLANO

10,93

9,38

2010

BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS

18,96

7,75

2011

BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS

2011

10,16

2010

BANCO DE FOMENTO ANGOLA

2010

10,23

2011

BANCO DE FOMENTO ANGOLA

BANCO KWANZA DE INVESTIMENTO

25,01

2010

BANCO CAIXA GERAL TOTTA DE ANGOLA

FINIBANCO ANGOLA

21,53

2011

BANCO CAIXA GERAL TOTTA DE ANGOLA

22,18

13,84

2010

BANCO MILLENNIUM ANGOLA

16,42

13,21

2011

BANCO MILLENNIUM ANGOLA

2010

18,53

2010

BANCO DE COMRCIO E INDSTRIA

2011

14,84

2011

BANCO DE COMRCIO E INDSTRIA

BANCO ANGOLANO DE NEGCIOS E COMRCIO

9,99

2010

BANCO DE POUPANA E CRDITO

FINIBANCO ANGOLA

10,75

2011

12,05

12,22

48,25

100,46

nd

394,70

114,79

11,00

107,80

12,27

23,39

19,65

28,50

23,89

59,78

54,98

14,14

16,67

9,81

14,30

13,12

13,37

19,28

14,72

9,95

13,14

7,23

7,85

16,57

12,82

10,35

8,40

11,31

11,39

33,35

27,44

16,06

15,22

22,75

17,42

11,09

12,04

55,38

50,69

1,78

9,73

nd

7,58

nd

2,12

nd

nd

43,77

42,53

36,37

36,19

30,46

79,62

75,50

71,92

48,34

63,65

52,03

44,36

54,04

48,16

129,13

173,45

27,10

27,71

23,44

13,02

41,07

28,72

28,29

21,37

28,24

28,82

74,71

52,50

56,07

57,76

67,46

69,58

Situao Lquida Situao Lquida Crdito lquido /


/ Activo total
/ Passivo
Dep sitos
(%)
(%)
(%)

BANCO DE POUPANA E CRDITO

Instituio Financeira

Exerccio

58,90

52,80

78,60

93,89

nd

67,63

94,92

56,64

100,00

97,31

62,53

49,77

86,55

91,67

99,72

99,60

42,28

40,17

58,34

42,48

51,23

46,15

52,56

51,83

60,14

nd

41,58

59,22

73,60

80,26

76,22

67,92

47,82

50,36

53,35

54,23

53,67

54,22

70,77

64,34

62,00

58,57

Dep sitos
Ordem /
Dep sitos Totais
(%)

Indicadores de Solidez

42,42

42,91

20,59

20,33

nd

30,52

90,88

74,97

31,72

83,72

40,20

32,50

13,89

19,32

20,77

16,07

41,01

39,02

60,86

61,39

44,53

45,28

27,49

15,62

nd

nd

16,65

nd

63,67

44,34

68,63

66,98

66,15

64,18

nd

nd

55,03

51,89

32,85

22,53

11,46

10,41

Dep sitos ME /
Dep sitos
Totais
(%)
7

89,25

89,11

67,45

49,89

nd

20,21

46,56

90,09

48,12

89,07

81,04

83,58

77,82

80,71

62,59

64,53

87,61

85,71

91,06

87,49

88,40

88,21

83,84

87,17

90,95

88,39

93,26

92,72

85,78

88,64

90,62

92,25

89,84

89,77

74,99

78,47

86,16

86,79

81,47

85,16

90,01

89,25

Total rcio de
dvida: Total
Passivo / Total
Activo
(%)
9

6,54

6,42

1,00

4,54

nd

1,17

nd

2,34

nd

100,00

11,39

11,03

4,26

4,45

1,37

2,18

2,41

3,51

3,03

3,00

4,97

7,15

10,26

8,12

1,59

1,88

4,44

5,68

6,70

8,75

7,86

7,20

6,20

7,03

5,51

4,35

4,91

5,89

10,38

10,16

12,08

11,32

Provises
esp ecficas /
Crdito
(%)

10,69

3,76

2,88

7,69

3,40

4,31

14,85

4,82

3,66

1,38

1,99

2,88

11,98

4,16

nd

nd

6,81

nd

6,21

19,19

10,74

4,93

3,96

6,05

nd

nd

1,95

2,43

10,80

35,90

9,27

7,53

5,53

4,35

nd

nd

nd

nd

nd

nd

nd

100,00

11

Crdito
vencido /
Crdito
(%)
12

118,18

147,63

nd

nd

nd

nd

nd

nd

nd

100,00

106,59

293,21

147,89

57,90

40,23

50,73

16,22

72,78

82,65

216,88

249,92

248,12

85,60

195,44

nd

nd

65,27

nd

107,96

45,57

73,22

145,94

156,86

116,15

nd

nd

252,01

242,39

96,12

28,30

130,32

150,26

Provises
esp ecficas /
Crdito vencido
(%)

Indicadores de Crdito

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 38

23,18
28,89

2010

AGREGADO

Fonte: BNA, KPMG, Relatrios e Contas dos Bancos


Legenda: "nd" - no disponvel, "na" - no aplicvel

-32,56

2010
2011

-29,56

2011

BANCO COMERCIAL DO HUAMBO

BANCO COMERCIAL DO HUAMBO

nd

AGREGADO

-15,05

2011
2010

BANCO VALOR

BANCO VALOR

-22,28
-25,60

2011
2010

STANDARD BANK ANGOLA

5,85

STANDARD BANK ANGOLA

15,26

2011
2010

BANCO KWANZA DE INVESTIMENTO

BANCO KWANZA DE INVESTIMENTO

28,00
28,51

2011
2010

FINIBANCO ANGOLA

17,28

2010

BANCO ANGOLANO DE NEGCIOS E COMRCIO

FINIBANCO ANGOLA

50,45
10,86

2010

42,00

2011

21,13

2010
2011

BANCO DE NEGCIOS INTERNACIONAL

BANCO VTB FRICA

BANCO VTB FRICA

21,10

BANCO ANGOLANO DE NEGCIOS E COMRCIO

24,73

2010
2011

BANCO PRIVADO ATLNTICO

22,00

2011

BANCO PRIVADO ATLNTICO

BANCO DE NEGCIOS INTERNACIONAL

24,06
25,16

2011
2010

BANCO BIC

2,57

BANCO BIC

7,96

2011
2010

BANCO REGIONAL DO KEVE

BANCO REGIONAL DO KEVE

32,48
46,08

2011
2010

BANCO ESPRITO SANTO ANGOLA

BANCO ESPRITO SANTO ANGOLA

24,39
30,45

2011
2010

BANCO SOL

BANCO SOL

21,77
20,63

2011
2010

BANCO COMERCIAL ANGOLANO

BANCO COMERCIAL ANGOLANO

23,03
29,03

2011
2010

BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS

BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS

37,00
39,63

2011
2010

BANCO DE FOMENTO ANGOLA

BANCO DE FOMENTO ANGOLA

18,27
16,58

2011
2010

BANCO CAIXA GERAL TOTTA DE ANGOLA

BANCO CAIXA GERAL TOTTA DE ANGOLA

21,00
17,65

2011
2010

BANCO MILLENNIUM ANGOLA

BANCO MILLENNIUM ANGOLA

1,67
12,48

2011
2010

BANCO DE COMRCIO E INDSTRIA

25,54

2010

BANCO DE POUPANA E CRDITO

BANCO DE COMRCIO E INDSTRIA

16,51

30,16

25,18

-32,56

-29,56

nd

-15,05

39,45

44,95

8,99

23,40

43,81

38,29

18,75

13,83

61,01

51,80

21,13

24,73

24,73

14,91

30,96

27,01

-0,20

9,56

46,17

33,88

30,45

18,18

24,92

25,34

29,24

21,70

38,10

34,50

18,87

20,89

20,44

19,96

nd

nd

28,44

21,27

nd

nd

-21,19

-19,70

nd

nd

-27,36

-4,00

3,81

2,83

6,85

4,83

4,21

2,37

26,30

15,14

2,69

2,82

2,51

1,97

3,16

3,05

0,45

1,19

4,67

4,04

2,22

1,86

3,03

3,01

2,79

2,12

4,28

3,74

4,78

4,46

2,75

2,80

2,14

0,28

3,03

1,87

Rentab ilidade dos


Rentab ilidade dos Fundos Rentab ilidade dos
Fundos p rp rios de p rp rios de b ase antes imp . Activos mdios
b ase (ROE)
(ROEAI)
(ROAA)
(%)
(%)
(%)

2011

Exerccio

BANCO DE POUPANA E CRDITO

Instituio Financeira

Indicadores Operacionais

nd

nd

1,75

0,61

nd

nd

3,86

3,51

nd

0,32

8,51

5,36

5,50

4,32

6,10

6,29

3,45

4,75

5,02

4,37

3,77

3,65

3,87

4,39

5,50

5,39

3,88

4,54

4,56

4,42

4,64

3,02

4,47

3,98

4,72

2,93

5,67

5,61

6,09

6,01

7,94

8,19

Margem
Financeira /
Activos mdios
(%)
6

33,77

34,76

5,57

22,50

nd

95,08

6,37

67,13

nd

98,78

58,64

66,72

65,39

70,45

85,20

80,72

43,59

43,78

30,90

35,42

40,86

41,91

49,68

47,62

13,99

11,08

47,47

40,65

59,59

56,18

29,57

42,44

35,59

36,73

54,91

70,83

45,63

41,31

36,60

37,93

30,98

25,60

Margem
Comp lementar /
Produto Bancrio
(%)

51,66

49,68

nd

nd

nd

nd

nd

nd

137,22

110,23

28,72

32,00

53,81

61,76

28,11

30,79

57,00

45,90

56,02

59,40

37,70

37,55

87,00

69,00

21,20

21,90

61,90

nd

65,40

62,90

31,80

35,60

33,30

37,10

37,92

40,32

53,20

55,00

55,80

62,80

32,10

32,70

Cost-to-income
(%)

27,98

18,74

nd

nd

nd

nd

146,00

47,44

nd

nd

47,45

24,29

25,86

nd

22,60

11,00

21,00

15,12

10,00

12,00

27,00

18,00

19,90

14,20

15,40

nd

20,54

nd

14,00

11,00

13,88

13,09

30,90

31,40

17,36

nd

17,50

12,80

22,50

18,70

16,10

14,10

Rcio de
Solvab ilidade
(%)

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 39

19,76

2010

AGREGADO

* Taxas de crescimento nominais


Fonte: BNA, KPMG, Relatrios e Contas dos Bancos
Legenda: "nd" - no disponvel, "na" - no aplicvel

nd
20,57

2010
2011

BANCO COMERCIAL DO HUAMBO

AGREGADO

nd
98,46

2010
2011

BANCO VALOR

nd
nd

2010
2011

STANDARD BANK ANGOLA

BANCO VALOR

BANCO COMERCIAL DO HUAMBO

68,71
861,45

2010
2011

BANCO KWANZA DE INVESTIMENTO

STANDARD BANK ANGOLA

72,73
459,99

2010
2011

40,65

2011

FINIBANCO ANGOLA

FINIBANCO ANGOLA

21,81

BANCO KWANZA DE INVESTIMENTO

30,90

2011
2010

BANCO ANGOLANO DE NEGCIOS E COMRCIO

BANCO ANGOLANO DE NEGCIOS E COMRCIO

61,22
129,91

2011
2010

5,45

2010

BANCO DE NEGCIOS INTERNACIONAL

BANCO VTB FRICA

2,76

2011

BANCO DE NEGCIOS INTERNACIONAL

BANCO VTB FRICA

24,72
31,61

2011
2010

BANCO PRIVADO ATLNTICO

17,78

BANCO PRIVADO ATLNTICO

16,49

2011
2010

BANCO BIC

18,71

BANCO BIC

39,36

2011
2010

BANCO REGIONAL DO KEVE

27,25

BANCO REGIONAL DO KEVE

15,39

2011

17,50

2010

BANCO SOL

2010

10,57

2011

BANCO SOL

BANCO ESPRITO SANTO ANGOLA

7,07

BANCO ESPRITO SANTO ANGOLA

55,37

2011
2010

BANCO COMERCIAL ANGOLANO

5,00

BANCO COMERCIAL ANGOLANO

45,86

13,36

2010

BANCO DE FOMENTO ANGOLA

2011

12,61

2011

BANCO DE FOMENTO ANGOLA

2010

35,89

2010

BANCO CAIXA GERAL TOTTA DE ANGOLA

BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS

30,57

2011

BANCO CAIXA GERAL TOTTA DE ANGOLA

BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS

38,27
28,49

2011
2010

BANCO MILLENNIUM ANGOLA

-13,75

2010

BANCO DE COMRCIO E INDSTRIA

BANCO MILLENNIUM ANGOLA

45,77
25,71

2010
2011

BANCO DE POUPANA E CRDITO

11,31

2,00

Variao de
Activos
(%)

2011

Exerccio

BANCO DE COMRCIO E INDSTRIA

BANCO DE POUPANA E CRDITO

Instituio Financeira

15,48

22,94

nd

1.269,01

nd

nd

nd

nd

nd

nd

17,09

38,31

51,62

17,79

448,31

240,98

-9,60

10,78

93,09

57,91

10,18

2,80

3,40

30,87

59,60

39,23

32,80

11,62

-2,30

-14,68

-16,38

24,69

-6,39

-13,74

19,03

37,39

36,26

8,54

8,37

33,98

18,95

37,70

3,00

Variao do
Crdito lquido
(%)

17,66

34,33

nd

150,20

nd

nd

nd

27.437,61

nd

1.126,83

109,57

42,34

39,91

18,37

118,10

30,43

49,01

16,30

34,07

19,91

14,49

20,59

35,02

46,84

17,95

3,65

20,85

9,18

11,96

53,62

-5,90

78,33

13,24

14,22

53,40

34,61

31,31

54,45

0,79

30,07

55,80

33,50

4,00

Variao de
Dep sitos
(%)

Indicadores de Crescimento *

20,67

1,99

nd

177,46

nd

nd

nd

103,13

1.259,91

207,01

35,49

6,50

-8,34

-15,99

1.590,68

29,80

-2,13

38,73

15,06

5,24

-0,84

3,32

-101,21

-5.323,84

80,10

8,68

-15,98

-28,75

24,46

26,23

-9,67

-10,57

3,78

2,63

-5,53

24,50

119,89

28,87

nd

nd

71,77

-10,40

5,00

Variao de
Resultado Antes de
imp osto
(%)

24,22

-1,98

nd

177,46

nd

nd

nd

55,18

1.259,81

207,97

34,84

7,41

-15,51

-28,47

1.297,89

4,81

-2,13

9,25

15,06

0,00

-0,99

13,27

-84,33

242,72

81,03

4,37

-15,98

-4,40

29,88

31,04

2,27

-4,38

21,03

-1,34

-4,98

23,88

89,86

36,80

-19,08

-86,54

54,23

-22,55

6,00

Variao de
Resultados Lquidos
(%)

24,31

13,29

nd

26,45

nd

nd

nd

2.651,23

-76,17

310,82

65,02

19,23

31,42

16,82

277,24

44,03

21,57

44,04

28,82

18,98

-14,43

15,50

-24,24

41,63

69,64

14,41

19,79

17,81

18,77

17,95

20,35

0,24

14,45

2,37

17,27

27,29

74,35

22,88

10,31

5,37

53,95

19,95

7,00

Variao do
Produto Bancrio
(%)

Anlise do Sector Bancrio Angolano | 40

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Head of Audit & Financial Services
T: +244 227 280 101/115 +351 210 110 116
vribeirinho@kpmg.com
Jos Lus Silva
Partner, Transactions & Restructuring
T: +244 227 280105
jlsilva@kpmg.com
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