São Gregorio Magno 1 Homilia
São Gregorio Magno 1 Homilia
São Gregorio Magno 1 Homilia
1 Homilia
(Lc 21, 25-33)
Haver sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a aflio e a angstia apoderar-seo das naes pelo bramido do mar e das ondas. 26Os homens definharo de medo, na
expectativa dos males que devem sobrevir a toda a terra. As prprias foras dos cus
sero abaladas.27Ento vero o Filho do Homem vir sobre uma nuvem com grande
glria e majestade.28Quando comearem a acontecer estas coisas, reanimai-vos e
levantai as vossas cabeas; porque se aproxima a vossa libertao.29Acrescentou ainda
esta comparao: Olhai para a figueira e para as demais rvores.30Quando elas lanam
os brotos, vs julgais que est perto o vero.31Assim tambm, quando virdes que vo
sucedendo estas coisas, sabereis que est perto o Reino de Deus.32Em verdade vos
declaro: no passar esta gerao sem que tudo isto se cumpra.33Passaro o cu e a terra,
mas as minhas palavras no passaro.
Nosso Senhor e Redentor, queridos irmos, quer encontrar-nos prontos. Tambm a ns
ele anuncia as desgraas que acompanham a velhice no mundo, para nos manter longe
do amor deste mundo. Ele nos permite saber que grandes calamidades iro preceder o
fim, de modo que, se no queremos temer a Deus quando se est calmo, tememos pelo
menos, sob os ataques repetidos destas calamidades, na aproximao de seu julgamento.
Pois pouco antes da passagem do Santo Evangelho que a vossa fraternidade acabastes
de ouvir, o Senhor disse por meio de locais: "As naes se levantaro contra naes e
reinos contra reinos; haver grandes terremotos, fomes e pestes em vrios lugares." (Lc
21, 10-11). E algumas frases depois, ele diz o que voc acabou de ouvir: Haver sinais
no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a aflio e a angstia apoderar-se-o das naes
pelo bramido do mar e das ondas..
De todas estas previses, vemos uma j realizada; quanto outra, tememos de ver
concluir em breve. Que as naes se levantam contras naes, que eles esto oprimidos
de angustia na terra, podemos ver mais no nosso tempo do que quando lemos nos livros.
Um terremoto arruinou varias cidades, vocs sabem quantas vezes ouvimos os relatrios
de outras partes do mundo. As epidemias, sofremos sem cessar. Quanto aos sinais no
sol, na lua e nas estrelas, embora ns ainda no notssemos,mas a instabilidade na
atmosfera j nos permite supor que estes sinais no esto longe. Alm disso, antes que a
Itlia fosse entregue aos golpes das espadas brbaras, ns vimos o cu armado com fogo
e, em uma exploso, o sangue da raa humana que foi derramado depois disso. Uma
revira-volta sem precedentes do mar e das ondas ainda no aconteceu. Mas desde que
muitas previses foram feitas, no h dvida de que ainda seguem o pequeno nmero
daqueles que permanecem, porque acontecimentos passados garantir respeito daqueles
que viro.
Antes de ontem, meus irmos, vocs foram ensinados que uma tempestade repentina
tinha desenraizado as arvores centenrias, abateu as casas e derrubou as igrejas para o
cho. Como muitos homens, que estavam perfeitamente sos no final do dia, imagino
que eles fariam tal ou tal coisa no dia seguinte, so, contudo, mortos naquela noite de
maneira repentina, levados pelo arrasto deste cataclismo!
Considero, portanto, meus caros, que, para alcanar isto, o Juiz invisvel tem agitado o
sopro de um vento muito leve: e foi o suficiente para provocar uma tempestade e um
furaco para tremer a terra e sacudir os alicerces de edifcios a fim de derruba-los.
Ento, o que vir quando o prprio Juiz e sua ira ascender para punir os pecadores se
no podem ser suportados, ento como ele nos atingir usando um pequeno furaco? Na
frente da sua ira, o que permanece carne se ondula o vento, ele fez a terra tremer, e se
violentamente agita o ar, por que derrubar tantas construes? Ele est considerando a
gravidade do Juiz que est por vir que Paulo exclamou: " terrvel cair nas mos do
Deus vivo." (He 10, 31). E o salmista expressa tal gravidade da seguinte forma:"Deus
vir abertamente, nosso Deus, e ele no vai ficar em silncio. Um fogo vai queimar na
sua presena, e haver em torno dele uma tempestade violenta.(Sl 50, 3).Em tal
gravidade na justia,a tempestade e o fogo so cortejo, porque eles sentem a tempestade
que o fogo deve consumir.
Substituam, portanto,o dia do juzo diante dos olhos, meus caros irmos, e, em
comparao, tudo o que se parece doloroso atualmente se torna luz. neste dia que o
Profeta disse: "Est prximo o grandioso Dia do Senhor. Est prximo e avana com
grande rapidez. Ouve-se um grito: amargo o Dia do Senhor! Nesse dia, o valente grita
de medo. Ser um dia de clera, esse dia, um dia de angstia e aflio, dia de
devastao e runa, dia de trevas e escurido, dia nublado e tenebroso, dia da trombeta e
do grito. (So1,14-16). A partir daquele dia, o Senhor disse novamente pela voz do
profeta: "Mais uma vez, farei abalar no s a terra, mas tambm o cu." (Ag 2, 6).
Vejamos, ns acabamos de dizer: ele balanou o ar, e a terra no resistiu; ento, quem
poder segurar quando ele balanar o cu? E o que dizer dos terrveis acontecimentos
em que ns somos os espectadores, se eles so os precursores da ira vindoura?
Devemos,portanto, considerar que no h tanta diferena entre tribulaes atuais e as do
ltimo dia, entre a pessoa de um precursor a de um juiz cheio de poder. Assim, queridos
irmos, aplique toda a sua ateno para o pensamento desse dia; corrija sua vida, mude
seus hbitos, supere as tentaes do mal, resistindo a eles, e aqueles que vocs tenham
sido vencidos, exp-los com suas lgrimas. Voc ver um dia, o advento do Juiz eterno,
com ainda mais segurana que o medo de seu rigor, agora vai, de fato, assumir a
liderana.