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Assistência de Enfermagem À Puérpera No Alojamento

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À PUÉRPERA NO ALOJAMENTO

CONJUNTO

Rotinas Assistenciais no Centro Obstétrico do Hospital Estadual Dirceu


Arcoverde

O tratamento dispensado à puérpera e ao recém-nascido (RN) no pós-parto imediato


e nas primeiras semanas após o parto é fundamental para a saúde materna e
neonatal.
A assistência de enfermagem no período perinatal deve ter como características
importantes a qualidade e a humanização. Os profissionais devem acolher a
puérpera, o RN e seus familiares, além de identificar sintomas que configurem
distorções na adaptação “normal” característica do puerpério.

AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM

Aspectos que devem ser avaliados na puérpera:


Revisar relatórios do pré-natal e intraparto.
Avaliar nível de conforto.
Avaliar os padrões de sono e repouso.
Identificar queixas.
Pesquisar história patológica pregressa, uso de medicações e alergias.
Realizar a avaliação do útero, lóquios e períneo.
Pesquisar sinal de Homans.
Verificar padrões da eliminação urinária.
Realizar o exame físico da puérpera.
Sinais vitais (temperatura, pressão arterial, frequência respiratória e cardíaca);
Estado psíquico da mulher (aceitação da maternidade, vínculo mãe-bebê,
integração com o pai da criança e demais familiares, sinais de depressão);
Estado geral, pele, mucosas;
Examinar mamas (verificar a presença de ingurgitamento mamário, sinais
inflamatórios, infecciosos ou cicatrizes que dificultem a amamentação, conformação
dos mamilos, presença de fissuras);
Examinar abdome (verificar a condição do útero e se há dor a palpação);
Examinar períneo e genitais externos (verificar a higiene, cicatrização de
episiorrafia se houver, sinais de infecção, presença de edema e hematomas,
presença e característica dos lóquios);
Eliminações fisiológicas: diurese e dejeções;
Membros inferiores (dor, calor, eritema, dificuldade de deambulação);
Observar e avaliar mamada para garantia do adequado posicionamento e pega
adequada. O posicionamento errado de bebê, além de dificultar a sucção,
comprometendo a quantidade de leite ingerido, é uma das causas mais frequentes
de problemas nos

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
O diagnóstico de enfermagem é baseado na assistência prestada às puérperas
durante a internação no alojamento conjunto, após avaliação de enfermagem de
acordo com os problemas identificados:
Dor aguda
o Fatores relacionados:
- Agentes lesivos (biológicos, químicos, físicos ou psicológicos).
o Características definidoras Subjetivas:
- Relato verbal da dor.
- Alteração do apetite.
o Características definidoras objetivas:
- Comportamento defensivo.
- Gestos de proteção.
- Posicionamento para evitar a dor.
- Expressão facial da dor.
- Distúrbio do sono.
- Comportamento expressivo (gemidos, choro, agitação física, irritação, insônia).
Amamentação ineficaz
o Fatores relacionados:
- Ansiedade ou ambivalência.
- Conhecimento deficiente.
- História pregressa de aleitamento materno prejudicado.
- Interrupção da amamentação.
- Falta de apoio do cônjuge e da família.
- Anomalia mamária materna.
- Cirurgia mamária no passado.
o Características definidoras subjetivas:
- Verbalização materna de insatisfação com o processo de amamentação.
- Persistência dos mamilos doloridos depois da primeira semana de amamentação.
- Esvaziamento insatisfatório das mamas a cada mamada.
- Produção inadequada de leite, real ou aparente.
o Características definidoras objetivas:
- Sinais detectáveis de ingestão inadequada pelo bebê (redução da diurese, perda
de peso sem outra
causa associada).
- Oportunidades insuficientes ou interrompidas para mamar.
- Incapacidade do bebê de abocanhar corretamente as mamas.
- O RN arqueia o corpo e chora quando é colocado para mamar.
- Resiste a soltar a mama ou fica agitado e chora na primeira hora.
- O RN não responde a medidas para aumentar o conforto.
Amamentação eficaz.
o Características definidoras:
- Deglutição no peito regular e contínua.
- RN ávido durante o aleitamento materno e satisfeito após a mamada.
- Verbalização materna de satisfação com o processo de amamentar.
- Capacidade da mãe de posicionar a criança para promover uma resposta de
preensão da região
areolar-mamilar bem sucedida.
o Fatores relacionados:
- Fonte de apoio.
- Estrutura oral da criança normal.
- Confiança materna.
- Conhecimento básico sobre amamentação.
- Estrutura mamária normal.
- Idade gestacional superior a 34 semanas.
Risco de infecção
o Fatores de risco:
- Conhecimento insuficiente para evitar exposição à patógenos.
- Imunidade adquirida inadequada.
- Procedimentos invasivos.
Constipação intestinal
o Fatores relacionados:
- Atividade física insuficiente.
- Modificação do ambiente.
- Estresse emocional.
o Características definidoras:
- Alteração do padrão de evacuação.
- Incapacidade de evacuar.
- Dor abdominal.
- Dor ao evacuar.
- Fezes duras e ressecadas.
- Esforço para evacuar.
Risco de sangramento
o Fatores de risco:
- Atonia uterina.
- Retenção da placenta.
Padrão do sono perturbado
o Fatores de risco:
- Alteração da temperatura e umidade ambientes.
- Iluminação.
- Nível de ruídos.
- Odores repugnantes.
- Exposição à luz do dia.
- Falta de privacidade ou controle do sono.
- Interrupções do sono por administração de fármacos, monitoramentos, exames
laboratoriais.
o Características definidoras
- Relatos de excitação e hiperatividade.
- Insatisfação com o sono.
- Queixas verbais de cansaço.
- Mudança no padrão normal do sono.
- Redução da capacidade funcional.
Conforto prejudicado
o Fatores de risco:
- A serem definidos.
o Características definidoras:
- Ansiedade e medo.
- Padrão de sono perturbado.
- Incapacidade de relaxar.
- Escassez de recursos (financeiros, suporte social).
- Falta de privacidade.
Ansiedade
o Fatores de risco:
- Falta de apoio da família ou dos amigos.
- Comprometimento da capacidade de processar informações.
o Características definidoras:
- Expressão verbal de medos ou preocupações quanto à realização de alguma
atividade ou procedimento.
- Ansiedade excessiva para realização de alguma atividade ou procedimento.
- Padrão comportamental malsucedido.
Medo
o Fatores de risco:
- Falta de familiares com a(s) experiência(s) do ambiente.
- Separação do sistema de apoio em situações potencialmente estressantes
(hospitalização,
procedimentos ou tratamentos hospitalares).
o Características definidoras:
- Estado de alerta exacerbado.
- Relatos de apreensão e excitação.
- Aumento da frequência cardíaca e respiratória, elevação da pressão arterial.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
Realizar o exame físico céfalocaudal e detalhado na puérpera.
Verificar sinais vitais da paciente e registrar adequadamente no impresso.
Reduzir sua ansiedade e medo, identificando possíveis fatores de risco, com
intervenções eficazes e específicas para cada fator de risco.
Estimular a deambulação quando não estiver contraindicada.
Promover a interação social e estímulo à visita de familiares.
Orientar durante toda a internação sobre o aleitamento materno, massagem e
ordenha.
Reduzir fatores que provocam a dor na puérpera, promovendo medidas de
conforto e a terapêutica adequada para a dor.
Auxiliar e orientar nos cuidados ao recém-nascido.
Disponibilizar–se a ouvir possíveis queixas e dúvidas.

LEITURA SUGERIDA
- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Ações Programáticas Estratégicas. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e
humanizada: manual técnico.
Brasília: Ministério da Saúde, 2006. (Série A. Normas e Manuais Técnicos; Série
Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos; Cadernos n.5). Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_pre_natal_puerperio_3ed.pdf >.
Acesso em: 05 mar. 2015
- BRANDEN, P. S. Enfermagem materno –infantil: enfermagem prática. 2. ed. Rio
de Janeiro: Reichmann & Affonso Ed. 2000.
- NORTH AMERICAN NURSING DIAGNOSIS ASSOCIATION. Diagnósticos de
enfermagem da NANDA: definições e classificação 2012-2014. Porto Alegre:
Artmed, 2012.

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