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22 - Tendencias Pedagógicas

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Tendências Pedagógicas

Professor: Hamurabi Messeder


O que é uma tendência?

2
3
4
Renovadora Progressiva
ou progressivista Libertária

Renovadora
não-diretiva

"crítico social
Tradicional Libertadora dos conteúdos
Tecnicista
ou "histórico-
crítica"

.....Liberais Progressistas

Tendências pedagógicas 5
 Tendência Liberal (acríticas)

 ◦Liberal Tradicional
 ◦Liberal Renovada Progressivista ou progressiva
 ◦Liberal Renovada Não Diretiva
 ◦Liberal Tecnicista

 Tendência Progressista (críticas)

 ◦Progressista Libertadora
 ◦Progressista Libertária
 ◦Progressista Crítico - Social dos Conteúdos
6
Pedagogia Liberal
 Segundo o professor LIBÂNEO (1990), a pedagogia
liberal sustenta a idéia de que a escola tem por função
preparar os indivíduos para o desempenho de papéis
sociais, de acordo com as aptidões de cada um. Isso
pressupõe que o indivíduo precisa adaptar-se aos
valores e normas vigentes na sociedade de classe,
através do desenvolvimento da cultura individual.
Devido a essa ênfase no aspecto cultural, as diferenças
entre as classes sociais não são consideradas, pois,
embora a escola passe a difundir a idéia de igualdade
de oportunidades, não leva em conta a desigualdade
de condições.

7
Pedagogia Liberal
 Justificação do sistema capitalista
 Ênfase na defesa da liberdade e dos interesses individuais
 Forma de organização social baseada na propriedade
privada dos meios de produção
 Objetivo: desenvolver bons cumpridores de papéis sociais
 Teoria – não critica – Manutenção do status quo.

1. -TRADICIONAL
2. -RENOVADA PROGRESSIVISTA
3. -RENOVADA NÃO
4. -DIRETIVA - TECNICISTA
8
PEDAGOGIA PROGRESSISTA
 Segundo Libâneo, a pedagogia progressista designa as
tendências que, partindo de uma análise crítica das
realidades sociais, sustentam implicitamente as
finalidades sociopolíticas da educação.
 A educação é um agente transformador da sociedade e
não um mero reprodutor.

9
PEDAGOGIA PROGRESSISTA
 Educação leva em conta a temporalidade, a história, a
realidade social;
 Explicita o papel do sujeito transformador;
 Sustenta a finalidade socio-política da educação;

1. - LIBERTADORA;
2. – LIBERTÁRIA;
3. – CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS OU
HISTÓRICO-CRÍTICA;

10
Tendências Pedagógicas
 Tendência Liberal ( a-críticas)

 Liberal Tradicional
 Liberal Renovada Progressivista
 Liberal Tecnicista
 Liberal Renovada Não-Diretiva

 Tendência Progressista (críticas)

◦ Progressista Libertadora
◦ Progressista Libertária
◦ Progressista Crítico - Social dos Conteúdos

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Liberal Tradicional
 Segundo esse quadro teórico, a tendência liberal
tradicional acentua o ensino humanístico, de cultura geral.
De acordo com essa escola tradicional, o aluno é educado
para atingir sua plena realização através de seu próprio
esforço. Sendo assim, as diferenças de classe social não são
consideradas e toda a prática escolar não tem nenhuma
relação com o cotidiano do aluno.

 Quanto aos pressupostos de aprendizagem, a idéia de que o
ensino consiste em repassar os conhecimentos para o
espírito da criança é acompanhada de outra: a de que a
capacidade de assimilação da criança é idêntica à do
adulto, sem levar em conta as características próprias de
cada idade. A criança é vista, assim, como um adulto em
miniatura, apenas menos desenvolvida.
12
Liberal Tradicional
 MANIFESTAÇÕES NO BRASIL – Jesuítica até 1759 e
LEIGA de 1759 a 1930.

Características Principais:
1. Exposição e análise do conteúdo, feita pelo professor;
2. Pedagogia da essência:
Bogdan Suchodolski (1907-1992) dividiu as
manifestações pedagógicas em: as pedagogias da
essência e as pedagogias da existência. A pedagogia
da essência teve início com Platão e foi desenvolvida
pelo cristianismo. Ela investiga tudo que é empírico no
homem e concebe a educação como ação que
desenvolve no indivíduo o que define a sua essência
verdadeira.
13
3. Relação professor x aluno: MAGISTROCÊNTRICA

14
4. Relação verticalizada.
5. Caráter abstrato do saber.
6. Distanciamento da vida cotidiana.
7. Aprendizagem sem significado para o aluno.
8. apresentação apenas dos pontos principais; Aula
expositivas.

15
9. Exercícios que levam à memorização; repetição

10. O educando é um receptor passivo;


11. Característica empirista: conhecimento externalizado
12. Utilização de prêmios, castigos.
13. Avaliação classificatória.
14. Não há possibilidade de questionamentos por parte
dos alunos.
15. Método expositivo.

16
Teóricos
  Johann Frederich Herbart

  João Amós Comênio

  Soren Kierkegaard

17
Liberal Renovada Progressivista
 Segundo essa perspectiva teórica de Libâneo, a tendência
liberal renovada (ou pragmatista) acentua o sentido da
cultura como desenvolvimento das aptidões individuais.

 A escola continua, dessa forma, a preparar o aluno para
assumir seu papel na sociedade, adaptando as necessidades
do educando ao meio social, por isso ela deve imitar a vida.
Se, na tendência liberal tradicional, a atividade pedagógica
estava centrada no professor, na escola renovada
progressivista, defende-se a idéia de “aprender fazendo”,
portanto centrada no aluno, valorizando as tentativas
experimentais, a pesquisa, a descoberta, o estudo do meio
natural e social, etc, levando em conta os interesses do
aluno.

18
Liberal Renovada Progressivista
ESCOLA NOVA DIRETIVA
1930 – MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO

19
 O Manifesto dos pioneiros da educação foi publicado e
assinado em março de 1932 por 26 intelectuais liderados
por Fernando de Azevedo, Lourenço Filho e Anísio Teixeira,
sob o título “A reconstrução educacional no Brasil:
manifesto dos pioneiros da educação nova”

Um dos objetivos fundamentais traçados pelo manifesto


seria a superação do caráter discriminatório e
antidemocrático do ensino brasileiro, que destinava a
escola profissional para os pobres e o ensino acadêmico
para as elites. Para isso, caberia ao Estado prover as
condições de desenvolvimento integral dos indivíduos e
estabelecer um plano geral orgânico de educação que
tornasse a escola acessível em todos os graus, para todos os
cidadãos.

20
 Para isso, os princípios da educação ativa seriam a base
metodológica de ensino a ser aplicada. Por meio desta, a escola
deveria ser uma “comunidade em miniatura”, em que o trabalho e
a ocupação constituíssem as funções em destaque de regulação
da vida em sociedade. Faziam, portanto, uma defesa da Escola
Nova, em detrimento da Escola tradicional.

 A Escola tradicional, de tendência exclusivamente passiva,


intelectualista e verbalista, estaria relacionada a uma concepção
burguesa, mantendo “o indivíduo na sua autonomia isolada e
estéril, resultante da doutrina do individualismo libertário”. Já a
Escola Nova, na visão dos pioneiros da educação, estava disposta
a servir aos interesses do indivíduo, considerando o princípio de
vinculação entre escola e meio social. Por isso, deveria favorecer
“a atividade espontânea, alegre e fecunda, dirigida à satisfação
das necessidades do próprio indivíduo”.

21
Liberal Renovada Progressivista
 ESCOLA NOVA DIRETIVA
 1934 – Constituição
 1940 – psicologismo pedagógico
 1950 – sociologismo pedagógico
 1960 – economicismo pedagógico
 Surge a figura do Orientador Educacional

22
Características da Tendência Renovada Progressivista
CARACTERÍSTICAS

1. Auto-aprendizagem – Aprender a aprender Dewey.


2. Subjetividade.
3. Pedagogia da existência.

Kierkegaard (1813-1855), Stirner (1806-1856)


e Nietzsche (1844-1900) desenvolveram teorias
relacionadas com a pedagogia da existência. Para
Kierkegaard, o indivíduo não se repete, sendo uma pessoa
única, condenada a ser ela mesma. Stirner atacou a
pedagogia da essência, tentando mostrar que seu erro está
em impor às pessoas um ideal ultrapassado.

23
 Para a filosofia existencial, a educação consiste em
afirmar a existência concreta da criança. A existência
do ser humano não é igual à de outra coisa qualquer. A
fenomenologia está preocupada com o que aparece e
com as aparências, uma vez que aquilo que parece nem
sempre é. Entretanto, a aparência também faz parte da
ser. Este método procura descrever e interpretar os
fenômenos pelo que eles são, sem preconceitos.

 Mais do que um método ou uma tendência, é uma


atitude.

24
Características da Tendência Renovada Progressivista
4. Desenvolvimento das aptidões individuais;
5. Preocupação com a natureza psicológica;
6. Conteúdos de acordo com interesse do aluno;

7. Professor facilitador;

8. Aluno ativo, curioso, motivado;pesquisador;

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Características da Tendência Renovada Progressivista
9. Educação vista como um processo interno.
10. Necessidades e interesses pessoais são levados em
conta.
11. Valoriza a auto-educação e a experiência direta.
12. É centrada no aluno e no grupo;aluno sujeito do
processo.
13. Avaliação somativa e formativa.
14. Método de Pesquisa.

26
Teóricos
  Maria Montessori

  Jean Piaget

  Édouard Clapàrede

  John Dewey

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Teóricos
  Ovide Decroly

  Anísio Teixeira

  Lourenço Filho

  Fernando de Azevedo

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Liberal Renovada Não-Diretiva
 Acentua-se, nessa tendência, o papel da escola na formação de
atitudes, razão pela qual deve estar mais preocupada com os
problemas psicológicos do que com os pedagógicos ou sociais.
Todo o esforço deve visar a uma mudança dentro do indivíduo,
ou seja, a uma adequação pessoal às solicitações do ambiente.

 Aprender é modificar suas próprias percepções. Apenas se


aprende o que estiver significativamente relacionado com essas
percepções. A retenção se dá pela relevância do aprendido em
relação ao “eu”, o que torna a avaliação escolar sem sentido,
privilegiando-se a auto-avaliação. Trata-se de um ensino
centrado no aluno, sendo o professor apenas um facilitador. No
ensino da língua, tal como ocorreu com a corrente pragmatista,
as idéias da escola renovada não-diretiva, embora muito
difundidas, encontraram, também, uma barreira na prática da
tendência liberal tradicional.

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Liberal Renovada Não-Diretiva
 Educação centrada no estudante.
 Prática pedagógica antiautoritária.
Características

1. Baseada nos princípios progressivista;


2. Aprendizagem precisa ser significativa;
3. Valoriza as experiências do aluno;
4. Busca o desenvolvimento pessoal e inter-pessoal;
5. Dá ênfase à linha psicológica;

30
Liberal Renovada Não-Diretiva
6. Trabalho com dinâmicas de grupos
7. Liberdade com limites mas sem repressão;
8. Ato educativo: relacional;
9. Necessidade de ambiente favorável para aprendizagem;
10. Método clínico de Rogers – Método não-diretivo

31
Liberal Renovada Não-Diretiva
11. a importância maior está na auto-realização;
12. preocupação com a formação do EU;
13. Professor: facilitador;
14. ênfase nos intercâmbios;
15. formação de comunidades de aprendizagem;

32
Teóricos
  Jean-Jacques Rousseau

  Carl Rogers

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Liberal Tecnicista
 A escola liberal tecnicista atua no aperfeiçoamento da
ordem social vigente (o sistema capitalista), articulando-
se diretamente com o sistema produtivo; para tanto,
emprega a ciência da mudança de comportamento, ou
seja, a tecnologia comportamental. Seu interesse
principal é, portanto, produzir indivíduos “competentes”
para o mercado de trabalho, não se preocupando com as
mudanças sociais.

34
Liberal Tecnicista
Conforme MATUI (1988), a escola tecnicista, baseada
na teoria de aprendizagem S-R, vê o aluno como
depositário passivo dos conhecimentos, que devem ser
acumulados na mente através de associações. Skinner
foi o expoente principal dessa corrente psicológica,
também conhecida como behaviorista. Segundo
RICHTER (2000), a visão behaviorista acredita que
adquirimos uma língua por meio de imitação e
formação de hábitos, por isso a ênfase na repetição, nos
drills, na instrução programada, para que o aluno for
me “hábitos” do uso correto da linguagem.

35
Liberal Tecnicista
a) Surge no Brasil meados da década de 50, mas é introduzido
efetivamente na década de 60.
b) Leis que influenciaram: Lei 5.540/68 (ensino universitário) e a Lei
5692/71 ( Ensino Profissionalizante - A partir da Reforma do Ensino que
implantou a escola tecnicista no Brasil).
c) Surge a figura do Supervisor Educacional.

Características

1. Preparação de mão-de-obra para atender ao mercado de trabalho e a


sociedade;
2. Busca da eficiência;
3. Escola= empresa TAYLORISMO (a ênfase nas tarefas, objetivando o
aumento da eficiência ao nível operacional).
4. Saber científico;
5. Planejamento racional;

36
Liberal Tecnicista
6. Professor: técnico
7. Distanciamento afetivo do aluno;
8. Avaliação: observável e mensurável (objetividade)
9. Fragmentação do saber
10. Treina cientificamente para o uso da tecnologia;

37
Liberal Tecnicista
11. considera como capaz de promover o desenvolvimento
econômico;
12. relacionamento interpessoal passa a ser irrelevante.
13. Método – instrução programada

38
11. Objetivos operacionais, dispositivos audiovisuais;

12. baseado na psicologia comportamental


(behaviorismo)

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Teóricos
  Burrhus Frederic Skinner

  Robert Gagné

  Benjamin Bloom

  Cosete Ramos

40
Tendências progressistas

41
Tendências progressistas
 As tendências progressistas libertadora e libertária
têm, em comum, a defesa da autogestão pedagógica e o
antiautoritarismo. A escola libertadora, também
conhecida como a pedagogia de Paulo Freire,
vincula a educação à luta e organização de classe do
oprimido. Segundo GADOTTI (1988), Paulo Freire não
considera o papel informativo, o ato de conhecimento
na relação educativa, mas insiste que o conhecimento
não é suficiente se, ao lado e junto deste, não se
elabora uma nova teoria do conhecimento e se os
oprimidos não podem adquirir uma nova estrutura do
conhecimento que lhes permita reelaborar e reordenar
seus próprios conhecimentos e apropriar-se de outros.

42
Tendências progressistas
 Assim, para Paulo Freire, no contexto da luta de
classes, o saber mais importante para o oprimido é a
descoberta da sua situação de oprimido, a
condição para se libertar da exploração política e
econômica, através da elaboração da consciência
crítica passo a passo com sua organização de classe.
 Por isso, a pedagogia libertadora ultrapassa os limites
da pedagogia, situando-se também no campo da
economia, da política e das ciências sociais, conforme
diz Gadotti.

43
Tendências progressistas
 Como pressuposto de aprendizagem, a força motivadora
deve decorrer da codificação de uma situação-problema
que será analisada criticamente, envolvendo o exercício
da abstração, pelo qual se procura alcançar, por meio de
representações da realidade concreta, a razão de ser dos
fatos. Assim, como afirma Libâneo, aprender é um ato de
conhecimento da realidade concreta, isto é, da situação real
vivida pelo educando, e só tem sentido se resulta de uma
aproximação crítica dessa realidade. Portanto o
conhecimento que o educando transfere representa uma
resposta à situação de opressão a que se chega pelo
processo de compreensão, reflexão e crítica.

44
Tendências progressistas
 No ensino da Leitura, Paulo Freire, numa
entrevista, sintetiza sua idéia de
dialogismo: “Eu vou ao texto
carinhosamente. De modo geral,
simbolicamente, eu puxo uma cadeira e
convido o autor, não importa qual, a travar
um diálogo comigo”.

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Progressista Libertadora
 Marco teórico – Movimento de Cultura Popular no Recife –
1960.

 O Movimento de Cultura Popular (MCP) foi criado no dia 13 de


maio de 1960, como uma instituição sem fins lucrativos, durante
a primeira gestão de Miguel Arraes na Prefeitura do Recife. Sua
sede funcionava no Sítio da Trindade, antigo Arraial do Bom
Jesus, localizado no bairro recifense de Casa Amarela.

 O MCP recebeu diversas influências, principalmente de obras e


autores franceses. Seu nome foi herdado do movimento
francês Peuple et Culture (Povo e Cultura). Suas atividades
iniciais eram orientadas, fundamentalmente, para conscientizar
as massas através da alfabetização e educação de base.

46
 Era constituído por estudantes
universitários, artistas e intelectuais e tinha
como objetivo realizar uma ação
comunitária de educação popular, a partir de
uma pluralidade de perspectivas, com ênfase
na cultura popular, além de formar uma
consciência política e social nos
trabalhadores, preparando-os para uma
efetiva participação na vida política do País.

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 Administrativamente, era divido em três departamentos: o
de Formação da Cultura (DFC); o de Documentação e
Informação (DDI) e o de Difusão da Cultura (DFC).

 Dos três, o Departamento de Formação e Cultura foi,


durante a existência do MCP, foi o mais atuante, cabendo-
lhe de acordo com o Estatuto (art. 15): 1- interpretar,
desenvolver e sistematizar a cultura popular; 2 - criar e
difundir novos métodos e técnicas de educação popular; 3 –
formar pessoal habilitado a transmitir a cultura ao povo. Era
composto por dez divisões: Pesquisa, dirigido por Paulo
Freire; Ensino; Artes Plásticas e Artesanato, cujo diretor
era Abelardo da Hora; Música, Dança e Canto; Cinema;
Rádio, Televisão e Imprensa; Teatro; Cultura Brasileira; Bem
Estar Coletivo; Saúde; Esportes, que funcionavam através de
programas e projetos especiais.

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 Como uma das propostas básicas do MCP era a educação de
adultos, em setembro de 1961, foram criadas escolas de
rádio que visavam suprir esse segmento educacional
bastante carente. Em 1962, professores e intelectuais
organizaram uma cartilha intitulada Livro de leitura para
adultos ou Cartilha do MCP para a alfabetização de adultos.
Os programas radiofônicos eram transmitidos pelas rádios
Clube de Pernambuco e Continental. As aulas eram
ministradas à noite e os alunos adultos compartilhavam o
mesmo espaço das escolas diurnas para crianças e
adolescentes, mas foi necessária a abertura de novas
unidades, além da aquisição de mais aparelhos de rádio. O
processo de elaboração e transmissão era coordenado por
um grupo central, com o auxílio de monitores, orientações
do Guia do alfabetizado e o apoio de universitários.

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 Apesar de enfrentar pressões e críticas de oposicionistas do
governo Miguel Arraes, o MCP teve um grande desenvolvimento.

 No final de 1962, já contava com quase 20.000 alunos divididos


em mais de seiscentas turmas, distribuídos entre duzentas
escolas isoladas e grupos escolares; uma rede de escolas
radiofônicas; um centro de artes plásticas e artesanato, com
cursos de cerâmica, tapeçaria, tecelagem, cestaria, gravura e
escultura; mais de 450 professores e 174 monitores de ensino
fundamental, supletivo e educação artística; uma escola para
motoristas-mecânicos; cinco praças de cultura, com bibliotecas,
cinema, teatro, música, tele-clube, orientação pedagógica,
recreação e educação física; o Centro de Cultura Dona Olegarina,
no Poço da Panela, que, em parceria com a Paróquia de Casa
Forte, oferecia cursos de corte e costura, alfabetização e educação
de base; círculos de cultura; uma galeria de arte (a Galeria de
Arte do Recife); um conjunto teatral, que já havia encenado,
entre outras, diversas peças, como A derradeira ceia, de Luiz
Marinho e A volta do Camaleão Alface, de Maria Clara Machado.

50
 Participaram do MCP intelectuais e artistas conhecidos
como Francisco Brennand, Ariano Suassuna, Hermilo Borba
Filho, Abelardo da Hora, José Cláudio, Aloísio Falcão e Luiz
Mendonça. O movimento também contou com o apoio de
instituições políticas de esquerda como a União Nacional dos
Estudantes (UNE) e o Partido Comunista Brasileiro (PCB), entre
outras.

 Por causa do clima político existente na época, o MCP alcançou


repercussão nacional, servindo de modelo para movimentos
semelhantes criados em outros estados do Brasil.

 O Movimento de Cultura Popular do Recife foi extinto com o


golpe militar, em março de 1964. Dois tanques de guerra foram
estacionados no gramado da sua sede, no Sítio da Trindade. Toda
a documentação do Movimento foi queimada, obras de artes
destruídas e os profissionais envolvidos foram perseguidos e
afastados dos seus cargos.

51
Fonte
 COMO CITAR ESTE TEXTO:

 Fonte: GASPAR, Lúcia. Movimento de Cultura


Popular. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim
Nabuco, Recife. Disponível em:
<http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>.

 Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009.

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Progressista Libertadora
 Projeto de Educação de Adultos - MOBRAL

 O Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) foi um


projeto do governo brasileiro, criado pela Lei n° 5.379, de 15 de
dezembro de 1967, e propunha a alfabetização funcional de jovens e
adultos, visando "conduzir a pessoa humana a adquirir técnicas de
leitura, escrita e cálculo como meio de integrá-la a sua comunidade,
permitindo melhores condições de vida".

 Criado e mantido pelo regime militar, durante anos, jovens e adultos


frequentaram as aulas do MOBRAL, cujo objetivo era
propocionar alfabetização e letramento a pessoas acima da idade
escolar convencional. A recessão econômica iniciada nos anos
oitenta inviabilizou a continuidade do MOBRAL, que demandava altos
recursos para se manter. Seus Programas foram assim incorporados
pela Fundação Educar.

 Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

53
Progressista Libertadora
 Características

a) Conscientização da relação HOMEM/NATUREZA;


b) Educação é sempre um ato político;
c) Educação problematizadora;
d) Fundamental o reconhecimento enquanto sujeito histórico-
social;
e) Formação de autonomia para intervir na realidade;
f) Crítica à educação bancária;
g) Professor caminhando junto ao aluno;
h) Valorização das experiências vividas;
i) Aprendizagem global participativa;
j) Conteúdos : Temas Geradores
k) Método dialógico

54
 Erotemática (do grego eromai, perguntar) em que o
professor pergunta a seus alunos aquilo que lhes quer
ensinar

55
 O método erotemático é, por sua vez, subdividido no "modo
dialógico" e no "modo catequético" de ensino.

 No modo dialógico, o professor questiona a razão do estudante; e no


modo catequético, o professor meramente questiona a memória do
estudante.

 O modo catequético envolve mero "trabalho de memória", no qual o


estudante recita pensamentos que não são ainda os seus próprios, mas
com o método dialógico ou o modo socrático de ensinar o professor e o
estudante alternam perguntas e respostas entre si. De um modo
alternativo, com o método socrático "o estudante questiona o professor
(que de fato ainda é estudante)". Na Lógica Kant afirma:
não se pode ensinar segundo o método erotemático a não ser por
meio do diálogo socrático, no qual ambos os interlocutores têm que
interrogar e também responder alternadamente, de tal sorte que parece
que o aluno também é, ele próprio, um mestre. Com efeito, o diálogo
socrático ensina por meio de questões, ensinando ao aprendiz como
conhecer os princípios da sua própria razão e aguçando-lhe a atenção
para isso. (1998, p. 273 [149-150])

56
Teóricos

 Paulo Freire

 Moacir Gadotti

 Rubem Alves

57
Progressista Libertária
 A escola progressista libertária parte do pressuposto de
que somente o vivido pelo educando é
incorporado e utilizado em situações novas, por
isso o saber sistematizado só terá relevância se for
possível seu uso prático. A ênfase na aprendizagem
informal, via grupo, e a negação de toda forma de
repressão, visam a favorecer o desenvolvimento de
pessoas mais livres. No ensino da língua, procura
valorizar o texto produzido pelo aluno, além da
negociação de sentidos na leitura.

58
Progressista Libertária
 Questiona a ordem existente;
 Preocupação com o desenvolvimento de pessoas livres;
 Ensino deve ser integral;
 Autogestão;
 Rejeita toda forma de governo;
 Incentiva trabalhos em grupo;
 Preocupação com a personalidade;
 Conteúdos disponíveis porém não há exigência;
 Conhecimento vivido mais importante;
 Avaliação – auto-avaliação;
 Relação horizontalizada entre aluno e professor;
 Professor orientador, catalisador- aprende com aluno;

59
Teóricos
  Célestin Freinet

  Michel Lobrat

  Maurício Trautemberg

60
Crítico-Social dos Conteúdos ou
historico crítica
 Conforme Libâneo, a tendência progressista crítico-social
dos conteúdos, diferentemente da libertadora e libertária,
acentua a primazia dos conteúdos no seu confronto com as
realidades sociais. A atuação da escola consiste na
preparação do aluno para o mundo adulto e suas
contradições, fornecendo-lhe um instrumental, por meio
da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma
participação organizada e ativa na democratização da
sociedade.

 Na visão da pedagogia dos conteúdos, admite-se o princípio


da aprendizagem significativa, partindo do que o aluno já
sabe. A transferência da aprendizagem só se realiza no
momento da síntese, isto é, quando o aluno supera sua
visão parcial e confusa e adquire uma visão mais clara e
unificadora.

61
Crítico-Social dos Conteúdos ou
historico crítica
 Marco teórico- 1979
 Enfoque nos conteúdos socialmente construídos
 Superação da visão não-crítica sobre o papel da educação
no contexto social
 Características

1. Prepara o aluno para o mundo adulto, transformando-os em


seres críticos consciente das contradições que existem na
sociedade;
2. Considera a LDB inoperante;
3. Aponta para a descontinuidade dos programas;
4. Busca construir uma teoria pedagógica baseada na
compreensão da realidade; os conteúdos curriculares não
devem ser dissociados da realidade cotidiana e social.
62
Crítico-Social dos Conteúdos
5. Aprendizagem intencional;
6. Escola mediadora entre aluno e sociedade;
7. Elaboração do saber ≠ produção do saber;
8. Conteúdos precisam servir para emancipação do
aluno;
9. Formação integral do aluno;

63
Crítico-Social dos Conteúdos
10. Adequação dos conteúdos à realidade social do aluno;
11. Desenvolver métodos que tenham relação direta com a
experiência do aluno;
12. Dar conhecimento aos alunos sobre o conteúdo a ser
desenvolvido;
13. União do conteúdo à prática – práxis-educativa.
14. Professor-Mediador

64
Teóricos
  Demerval Saviani

  George Snyders

65
66
67
68
69
70
71
Nome da Professor
Papel da Aprendizage Manifestaçõe
Tendência Conteúdos Métodos x
Escola m s
Pedagógica aluno

São
conhecimento
e valores A aprendizagem
Preparação
sociais Exposição e é receptiva e Nas escolas
intelectual e Autoridade do
acumulados demonstração mecânica, sem que adotam
Pedagogia moral dos professor que
através dos verbel da se considerar filosofias
Liberal alunos para exige atitude
tempos e matéria e / ou as humanistas
Tradicional. assumir seu receptiva do
repassados por meios de características clássicas ou
papel na aluno.
aos alunos modelos. próprias de científicas.
sociedade.
como cada idade.
verdades
absolutas.
Os conteúdos
são
Por meio de Montessori
Tendência A escola deve estabelecidos O professor é
experiências, É baseada na Decroly
Liberal adequar as a partir das auxiliador no
pesquisas e motivação e na Dewey
Renovadora necessidades experiências desenvolvime
método de estimulação de Piaget
Progressiva individuais ao vividas pelos nto livre da
solução de problemas. Lauro de
Escola Nova. meio social. alunos frente criança.
problemas. oliveira Lima
às situações
problemas.
Educação
Baseia-se na centralizada
Tendência busca dos Método no aluno e o Aprender é Carl Rogers,
Liberal Formação de conhecimento baseado na professor é modificar as "Sumermerhill"
Renovadora atitudes. s pelos facilitação da quem percepções da escola de A.
não-diretiva próprios aprendizagem. garantirá um realidade. Neill.
alunos. relacionament
o de respeito. 72
Não atua em
escolas,
porém visa
levar
professores e
A relação é de
alunos a
Tendência igual para Resolução da
atingir um Temas Grupos de
Progressista igual, situação Paulo Freire.
nível de geradores. discussão.
Libertadora horizontalment problema.
consciência da
e.
realidade em
que vivem na
busca da
transformação
social.

Transformação
da É não diretiva,
As matérias Vivência C. Freinet
Tendência personalidade o professor é Aprendiagem
são colocadas grupal na Miguel
Progressista num sentido orientador e informal, via
mas não forma de auto- Gonzales
Libertária. libertário e os alunos grupo.
exigidas. gestão. Arroyo.
autogestionári livres.
o.

Conteúdos
culturais O método Papel do aluno
Makarenko
Tendência universais que parte de uma como
Baseadas nas B. Charlot
Progressista são relação direta participador e
estruturas Suchodoski
"crítico social Difusão dos incorporados da experiência do professor
cognitivas já Manacorda
dos conteúdos conteúdos. pela do aluno como
estruturadas G. Snyders
ou "histórico- humanidade confrontada mediador
nos alunos. Demerval
crítica" frente à com o saber entre o saber e
Saviani.
realidade sistematizado. o aluno.
social.
73
NEOLIBERALISMO E EDUCAÇÃO
 Qualidade total, modernização da escola,
adequação do ensino à competitividade do
mercado internacional, nova
vocacionalização, incorporação das técnicas e
linguagens da informática e da comunicação,
abertura da universidade aos financiamentos
empresariais, pesquisas práticas, utilitárias,
produtividade, essas são as palavras de ordem
do discurso neoliberal para a educação.

74
 O neoliberalismo torna-se ideologia dominante numa
época em que os EUA detêm a hegemonia exclusiva no
planeta. É uma ideologia que procura responder à crise
do estado nacional ocasionada de interligação crescente
das economias das nações industrializadas por meio do
comércio e das novas tecnologias. Enquanto o liberalismo
clássico, da época da burguesia nascente, propôs os
direitos do homem e do cidadão, entre os quais, o direito
à educação, o neoliberalismo enfatiza mais os direitos do
consumidor do que as liberdades públicas e democráticas
e contesta a participação do estado no amparo aos
direitos sociais. Representa uma regressão do campo
social e político e corresponde a um mundo em que o
senso social e a solidariedade atravessam uma grande
crise. E uma ideologia neoconservadora social e
politicamente.
75
 Por isso, afina-se facilmente na sociedade
administrada dos chamados países avançados,
em que o cidadão foi reduzido a mero
consumidor, e cresce no Brasil e em outros países
da América Latina, vinculado-se à cultura
política predominantemente conservadora. o
neoliberalismo parte do pressuposto de que a
economia internacional é auto-regulável, capaz
de vencer as crises e, progressivamente,
distribuir benefícios pela aldeia global, sem a
necessidade de intervenção do Estado. Enquanto
o liberalismo tinha por base o Indivíduo, o
neoliberalismo está na base das atividades do
FMI, do Banco Mundial, dos grandes
conglomerados e das corporações internacionais.

76
 Pretende reformar o Estado para transformá-lo em
Estado-mínimo, desenvolver a economia, fazer a reforma
educacional e aumentar o poder da Iniciativa privada
transnacional, por meio do consenso ideológico, pois
temos um presidente democraticamente eleito, que tem o
respeito da esquerda devido ao seu passado político e
intelectual, e o respaldo da direita devido à conciliação da
social-democracia com o neoliberalismo. A conciliação é
a estratégia política conservadora que assume uma face
progressista, isto é, a de estar com a história, no caso com
o processo de globalização e a inserção do Brasil na "nova
ordem mundial", e que, ao mesmo tempo, reage à
atuação do Estado na política social. Eis a sua fórmula:
um máximo de liberdade econômica, combinando com o
respeito formal aos direitos políticos e um mínimo de
direitos sociais. A educação está entre estes.
77
A retórica neoliberal atribui um papel estratégico à
educação e determina-lhe basicamente três objetivos:
 1) Atrelar a educação escolar à preparação para o
trabalho e a pesquisa acadêmica ao imperativo do
mercado ou às necessidades da livre iniciativa. Assegura
que mundo empresarial tem interesse na educação
porque deseja uma força de trabalho qualificada, apta
para a competição no mercado nacional e internacional.
Fala em nova vocacionalização, isto é, numa
profissionalização situada no interior de uma formação
geral, na qual a aquisição de técnica e linguagens de
informática e conhecimento, de matemática e ciência
adquirem relevância. Valoriza as técnicas de
organização, o raciocínio de dimensão estratégica e a
capacidade de trabalho cooperativo.

78
 2) Tornar a escola um meio de transmissão
dos seus princípios doutrinários. O que está
em questão é a adequação da escola à
ideologia dominante. Esta precisa sustentar-
se também no plano das visões do mundo,
por isso, a hegemonia passa pela construção
da realidade simbólica. Em nossa sociedade a
função de construir a realidade simbólica é,
em grande parte, preenchida pelos meios de
comunicação de massa, mas a escola tem um
papel importante na difusão da ideologia
oficial.
79
 3) Fazer da escola um mercado para os
produtos da indústria cultural e da
informática, o que aliás é coerente com a
idéia de fazer a escola funcionar de forma
semelhante ao mercado, mas é
contraditório porque, enquanto, no
discurso, os neoliberais condenam a
participação direta do Estado no
financiamento da educação, na prática, não
hesitam em aproveitar os subsídios estatais
para divulgar seus produtos didáticos e
paradidáticos no mercado escolar.

80
 Enquanto o liberalismo político clássico colocou a
educação entre os direitos do homem e do cidadão,
o neoliberalismo, segundo Tomás Tadeu da Silva,
promove uma regressão da esfera pública, na
medida em que aborda a escola no âmbito do
mercado e das técnicas de gerenciamento,
esvaziando, assim, o conteúdo político da
cidadania, substituindo-o pelos direitos do
consumidor. É como consumidores que o
neoliberalismo vê alunos e pais de alunos. A
seguinte recomendação do Banco Mundial exprime
esta visão: a redução da contribuição direta do
Estado no financiamento da educação. Parte do
que atualmente é gratuito deveria se tornar serviço
pago pelos estudantes que, para tanto, receberiam
empréstimos do Estado.

81
 Em vez do Estado financiar diretamente a educação,
passou a dar bônus aos pais dos alunos, isto é, uma
quantia de dinheiro suficiente para que eles, vistos
como consumidores, matriculem seus filhos numa
escola de seu agrado. Os neoliberais acreditam que
assim as escolas passariam a competir no mercado,
melhorando a qualidade do ensino. Roberto Campos
declarou, recentemente, que o ideal seria aplicar à
educação as determinações contidas na Constituição
de 1967: ensino público gratuito no primeiro grau,
ensino no segundo grau pago pelos alunos que têm
condições de arcar com as mensalidades, e bolsas para
os que não têm. O curso, superior deveria ser pago e
aqueles que não pudessem pagar teriam bolsas que
seriam devolvidas após a conclusão do curso. Art
168 § 3º.
 Estraido e adaptado do texto de Sonia Alem Marrach. 82
BIBLIOGRAFIA
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Paulo : Editora Moderna, 1998.
 COSTA, Marisa Vorraber et al. O Currículo nos Limiares do
Contemporâneo. Rio de Janeiro : DP&A editora, 1999.
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Paulo : Ática, 1988.
 LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública.
São Paulo : Loyola, 1990.
 MATUI, Jiron. Construtivismo. São Paulo : Editora Moderna,
1998.
 RICHTER, Marcos Gustavo. Ensino do Português e
Interatividade. Santa Maria : Editora da UFSM, 2000.
 TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e Interação. São Paulo :
Cortez, 1998.

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