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Nos últimos anos vários instrumentos têm sido desenvolvidos para avaliar a gravidade da
perturbação obsessivo-compulsiva (POC). Entre eles podemos citar o Maudsley Obsessive-
Compulsive Inventory (MOCI; Hodgson & Rachman, 1977), o Compulsive Activity Checklist
(CAC; Steketee & Freund, 1993), o Padua Inventory (PI; Sanavio, 1988) e, mais recentemente, o
Obsessive-Compulsive Inventory (OCI; Foa, Kozak, Salkovskis, Coles, & Amir, 1998). O OCI
foi validado em amostras clínicas e não clínicas, e tem apresentado boas propriedades
psicométricas (Foa et al., 1998; Simonds, Thorpe, & Elliot, 2000; Wu & Watson, 2003).
Apesar da grande aceitação do OCI, uma das suas desvantagens é que é algo longo para estudos
de investigação que exigem brevidade, e a necessidade de desenvolver medidas de autoavaliação
breves e eficazes de constructos psicológicos tem sido enfatizada por diversos autores (Donnellan,
Oswald, Baird, & Lucas, 2009; Jonason & Webster, 2010; Rammstedt & John, 2007).
O Inventário Obsessivo Compulsivo-Revisto (OCI-R) é uma versão reduzida do OCI,
desenvolvido por Foa et al. (2002). Em vez dos 42 itens que compõem a escala original, o OCI-R
tem apenas 18 itens, incluindo seis fatores (limpeza, verificação, ordem, acumulação obsessões e
neutralização), com três itens cada. Esta versão reduzida tem algumas vantagens sobre o OCI,
nomeadamente a possibilidade de se poder comparar diretamente os valores das subescalas, uma
vez que todas têm o mesmo número de itens, o desaparecimento de um fator redundante
(frequência) e uma menor sobreposição das subescalas (Souza et al., 2008).
Vários estudos têm sido realizados nos últimos anos sobre as propriedades psicométricas do
OCI-R, particularmente a nível da sua estrutura fatorial em adultos, em amostras clínicas
(Abramowitz & Deacon, 2006; Gönner, Leonhart, & Ecker, 2008; Huppert et al., 2007), não-
A correspondência relativa a este artigo deverá ser enviada para: Miguel Nuno Faria, NICiTeS – Núcleo de
Investigação em Ciências e Tecnologias da Saúde, ERISA, Rua do Telhal aos Olivais, 8/8a, 1950-396 Lisboa,
Portugal. E-mail: miguel.faria@meo.pt
91
-clínicas (Fullana et al., 2005; Malpica, Ruiz, Godoy, & Gavino, 2009; Roberts & Wilson, 2008;
Silva, Costa, Vicente, & Lourenço, 2011; Zermatten, Van der Linden, Jermann, & Ceschi, 2006),
e ambas (Sica et al., 2009; Solem, Hjemdal, Vogel, & Stiles, 2010). Os resultados destes estudos
apontam consistentemente para uma estrutura de seis fatores correlacionados, com índices de
ajustamento bons a excelentes. Em alguns dos trabalhos acima mencionados, foi também
considerada a existência de um fator obsessivo-compulsivo geral de segunda ordem. Embora os
índices de ajustamento se tivessem revelado na maioria dos casos aceitáveis, o modelo de seis
fatores provou ser o mais adequado. Em face disto, a existência de um fator geral único também
tem sido considerada (Solem et al., 2010), mas os resultados não foram satisfatórios.
Embora a prevalência da POC seja idêntica em homens e mulheres, alguns estudos têm
mostrado diferenças segundo o sexo em alguns dos fatores que compõem o OCI-R. Quando foram
utilizadas amostras clínicas, os homens tendem a apresentar valores mais elevados nas subescalas
ordem e acumulação, enquanto nas mulheres se observaram pontuações mais elevadas na limpeza.
Nas amostras não clínicas, no entanto, não têm sido encontradas de forma consistente diferenças
entre homens e mulheres (Fullana et al., 2005).
Em face das suas propriedades psicométricas e do curto período de tempo que leva para completar,
o OCI-R é hoje uma das medidas preferenciais para avaliar os sintomas obsessivo-compulsivos em
contextos clínicos e não clínicos. Como Zermatten et al. (2006) apontam, a diferença entre as
obsessões e compulsões que se manifestam num nível não clínico e na POC, ocorre principalmente
em termos de frequência e intensidade, e não no seu conteúdo. Portanto, o uso de amostras maiores
pode ser útil para avaliar o conteúdo e características das dimensões que compõem o OCI-R.
O principal objetivo do presente estudo é avaliar as propriedades psicométricas e a estrutura
fatorial do OCI-R numa amostra não-clínica de participantes portugueses, a fim de promover e
facilitar a investigação de sintomas obsessivo-compulsivos.
Método
Participantes
A amostra foi constituída por 519 indivíduos da população geral. Destes, 218 (42%) eram do
sexo masculino e 301 (58%) eram do sexo feminino. As idades variaram entre os 18 e os 45 anos
(M=31.54, DP=7.57). A participação foi voluntária, tendo sido obtido um consentimento
informado, garantido o anonimato e confidencialidade dos dados recolhidos.
Instrumentos
Obsessive-Compulsive Inventory – Revised (OCI-R). O OCI-R (Foa et al., 2002) é um
questionário de autoavaliação composto por 18 itens que avalia o grau de perturbação sentido
relativamente aos sintomas obsessivo-compulsivos durante o ultimo mês. As respostas são dadas
numa escala de cinco pontos, de 0 (De modo nenhum) a 4 (Extremamente). O OCI-R avalia a
sintomatologia da POC através de seis fatores: (a) Acumulação, (b) Verificação, (c) Ordem, (d)
Neutralização, (e) Limpeza e (f) Obsessões, com três itens cada. Os resultados para cada subescala
variam entre 0 e 12, sendo igualmente calculada uma pontuação total, através da soma dos 18
itens, que varia entre 0 e 72. Quanto maior a pontuação total na escala, maior a prevalência dos
sintomas. Em estudos efetuados em vários países (Abramowitz & Deacon, 2006; Fullana et al.,
2005; Malpica et al., 2009; Solem et al., 2010), o OCI-R evidenciou boas propriedades
psicométricas. O OCI-R original foi traduzido para Português pelos autores e foi feita uma
92
retroversão por um tradutor oficial independente. Pequenas diferenças entre as duas versões foram
corrigidas e a versão final foi estabelecida após uma administração experimental a um grupo de
12 estudantes universitários. A versão final da escala é apresentada no Apêndice A.
Beck Depression Inventory (BDI-II). O BDI-II (Beck, Steer, & Brown, 1996) é um instrumento
de auto-avaliação constituído por 21 itens que avaliam a gravidade de sintomas depressivos. Cada
frase é classificada numa escala de quatro pontos, onde valores mais altos correspondem a níveis
mais elevados de sintomatologia depressiva. Foi utilizada a versão portuguesa do BDI-II, a qual
tem boas evidenciado propriedades psicométricas, com um a de Cronbach de .90 (Campos &
Gonçalves, 2011).
Beck Anxiety Inventory (BAI). O BAI (Beck, Epstein, Brown, & Steer,1988) é um instrumento
de autoavaliação constituído por 21 itens que avaliam a gravidade de sintomas ansiosos. As
respostas são dadas numa escala de quatro pontos, onde valores mais altos correspondem a níveis
mais elevados de sintomas ansiosos. Foi usada a versão portuguesa desta escala, a qual apresenta
boas características psicométricas (Quintão, Delgado, & Prieto, 2013), com uma elevada
consistência interna (α=.92) e boa estabilidade temporal (r=.75, com um intervalo entre aplicações
de uma semana).
Procedimento
Após uma breve explicação dos objetivos do trabalho, cada participante recebeu um protocolo,
com uma folha de rosto com instruções relativas à natureza anónima e confidencial do estudo,
após o que era obtido o consentimento por escrito. Após a folha de rosto, os participantes
encontravam um questionário sociodemográfico e os instrumentos utilizados. O OCI-R era
administrado em primeiro lugar, seguido pelo Y-BOCS, BDI-II e BAI. Oitenta e dois indivíduos
(49 mulheres, 33 homens) completaram uma segunda administração do OCI-R cerca de um mês
depois e constituíram assim a amostra para os procedimentos de teste-reteste.
Resultados
Foi efetuada uma Análise Fatorial Confirmatória (AFC) ao OCI-R utilizando o EQS 6.1
(Bentler, 2005), sendo testado um modelo de seis fatores correlacionados (seis variáveis latentes
com três itens cada), como foi originalmente desenvolvido por Foa et al. (2002), e que estudos
posteriores (Fullana et al., 2005; Malpica et al., 2009; Piqueras et al., 2009; Roberts & Wilson,
2008; Sica et al., 2009) têm mostrado ser adequada. Foi utilizado o método de máxima
93
verosimilhança. Os resultados apresentaram valores de ajustamento adequados, considerando-se
os critérios habitualmente propostos para os índices de ajustamento (Hooper, Coughlan, & Mullen,
2008). Assim, o valor do χ2 Satorra-Bentler (120) foi de 289.436 (p<.001), enquanto o valor do
χ2/gl foi de 2.412. Quanto aos valores dos outros índices de ajustamento, o Comparative Fit Index
(CFI) foi .942 (valores recomendados ≥.93), o Goodness of Fit Index (GFI) foi .925 (≥.90), o
Standardized Root Mean Square Residual (SRMR) foi .048 (≤.08) e o valor do Root Mean Square
Error of Approximation (RMSEA) foi .052 (≤. 06), com um valor de .060 para o limite superior
do intervalo de confiança de 90% (recomendados valores inferiores a .08).
Todas as cargas fatoriais apresentaram valores superiores a .60, exceto o item 16 (.480) (ver
Figura 1). Os seis fatores, como esperado, correlacionaram-se de forma significativa (p<.001) e
positiva, com valores variando entre .347 (lavagem e obsessões) e .641 (verificação e lavagem).
Em seguida foi examinada a invariância segundo o sexo para o modelo testado, tendo sido
utilizado o critério de Δχ2 (Byrne & Stewart, 2006). O modelo de base (M1) não apresentava
quaisquer restrições. No segundo modelo (M2), as cargas fatoriais foram restringidas para serem
equivalentes em ambos os grupos (masculino e feminino). No último modelo (M3) quer as cargas
fatoriais quer os valores das variâncias e covariâncias foram restringidos para serem equivalentes.
Os resultados são apresentados na Tabela 1.
94
Tabela 1
Valores de ajustamento para os diferentes modelos de teste da invariância por sexo
Modelo χ2 gl CFI RMSEA SRMR D χ2 Dgl p
M1 514.054 240 .938 .047 .042
M2 532.376 252 .937 .046 .045 18.321 12 .106
M3 552.422 273 .937 .044 .055 38.367 33 .239
Nota. χ2=qui-quadrado ajustado Satorra-Bentler; gl=graus de liberdade; CFI=comparative fit index;
RMSEA=root mean square error of approximation; SRMR=standardized root-mean-square residual;
Dχ2=diferença no qui-quadrado; Dgl=diferença nos graus de liberdade. M1=Modelo de base (sem
restrições); M2=M1 com cargas factoriais restringidas; M3=M2 com cargas factoriais e covariâncias
restringidas.
Tabela 2
Médias, DP e consistência interna (a Cronbach) para a escala total e subescalas do OCI-R para
a amostra total e por sexo
Total Masculino Feminino
Subescala M DP M DP M DP t α
Acumulação 02.750 02.415 02.936 2.570 2.611 2.290 -1.513 .777
Verificação 01.892 02.075 01.890 2.040 1.894 2.103 0-.020 .876
Ordem 03.394 02.517 03.459 2.354 3.349 2.632 -0.490 .812
Neutralização 01.254 01.739 01.335 1.760 1.196 1.724 -0.898 .614
Limpeza 01.468 02.062 01.321 1.665 1.575 1.980 -1.538 .750
Obsessões 02.848 03.041 02.968 2.813 2.761 2.760 -0.837 .901
OCI-R Total 13.605 10.441 13.908 9.245 1.385 9.561 -0.623 .891
Na Tabela 3 está representada a análise das correlações entre as as subescalas do OCI-R e destas
com a escala total. Os resultados mostram que todas as correlações foram positivas e significativas.
As correlações entre as subescalas e a pontuação total foram fortes, variando entre r=.654
(neutralização) e r=.744 (ordem), enquanto as intercorrelações entre as seis subescalas foram
fracas a moderadas, com valores compreendidos entre r=.280 (limpeza e obsessões) e r=.518
(limpeza e verificação).
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Tabela 3
Correlações entre as subescalas do OCI-R e com a escala total
2 3 4 5 6 OCI-R Total
1. Acumulação .350 .374 .372 .322 .509 .715
2. Verificação .388 .344 .518 .317 .673
3. Ordem .414 .492 .414 .744
4. Neutralização .378 .384 .654
5. Limpeza .280 .677
6. Obsessões .732
Nota. Todas as correlações significativas para p<.01.
A validade convergente da escala total do OCI-R foi determinada através da correlação do OCI-R
com outra medida de sintomas obsessivo-compulsivos, a Y-BOCS. A pontuação total do OCI-R
correlacionou-se de forma positiva e forte com a pontuação total da Y-BOCS (r=.748) indicando
uma boa validade convergente. Em relação às subescalas, os valores do r de Pearson variaram
entre .465 (acumulação) e .591 (limpeza), o que também indica uma boa validade convergente
para as seis subescalas (ver Tabela 4). Foram igualmente correlacionadas as pontuações totais do
OCI-R com as do BDI-II e do BAI, tendo sido encontrados valores do r de Pearson fracos. Além
disso, a pontuação total do OCI-R evidenciou associações significativamente inferiores com o
BAI e BDI-II do que com a Y-BOCS (todos os valores de z>1,96, p<.05), sugerindo, portanto,
validade divergente adequada.
Tabela 4
Correlações entre o OCI –R, YBOCS, BDI e BAI
Y-BOCS
Total Obsessões Compulsões BDI-II BAI
Acumulação .465 .457 .413 .165 .150
Verificação .478 .463 .433 .280 .174
Ordem .521 .488 .488 .169 .167
Neutralização .526 .505 .480 .137 .160
Limpeza .591 .589 .518 .202 .153
Obsessões .581 .489 .598 .165 .220
OCI-R Total .748 .703 .699 .263 .246
Nota. OCI-R: Obsessive-compulsive inventory-revised; Y-BOCS: Yale-Brown Obsessive-Compulsive Scale;
BDI-II: Beck Depression Inventory; BAI: Beck Anxiety Inventory. Todas as correlações significativas
para p<.01.
96
Tabela 5
Médias (DP) para as subescalas e escala total do OCI-R para este estudo e os de Zermatten et
al., Fullana et al., e Foa et al.
Este estudo Zermatten et al. (2005) Fullana et al. (2005) Foa et al. (2002)
n=519 n=583 n=381 n=477
Acumulação 2.75 (2.42) 03.11 (2.47) 02.39 (3.85) 4.41 (2.67)
Verificação 1.89 (2.08) 01.72 (2.29) 02.31 (2.27) 2.91 (2.56)
Ordem 3.39 (2.52) 02.84 (2.55) 04.06 (2.53) 4.40 (3.03)
Neutralização 1.25 (1.74) 00.82 (1.60) 00.91 (1.50) 1.82 (2.20)
Limpeza 1.47 (2.06) 00.87 (1.55) 01.24 (1.77) 2.41 (2.50)
Obsessões 2.89 (3.04) 01.99 (2.18) 03.28 (2.95) 2.86 (2.72)
OCI-R Total 13.61 (10.45) 11.38 (8.55) 15.59 (9.34) 18.82 (11.10)
Discussão
O objetivo deste estudo foi validar uma versão em Português do OCI-R desenvolvido por Foa
et al. (2002) numa amostra não-clínica. Os nossos resultados indicam que as propriedades
psicométricas do OCI-R Português são comparáveis às da escala original, sugerindo propriedades
psicométricas adequadas em termos de validade convergente, validade divergente e confiabilidade
teste-reteste.
A estrutura original de seis fatores proposta por Foa et al. (2002) e posteriormente replicada
em vários estudos foi testada com uma análise fatorial confirmatória, com resultados que indicaram
um excelente ajustamento para este modelo.
Um dado importante que geralmente não é abordado nos estudos com o OCI-R é o da eventual
diferença entre sexos. Sabendo-se que embora os homens apresentem tendência a pontuações mais
elevadas em algumas dimensões dos sintomas da POC, essas diferenças não são geralmente
significativas. Os nossos resultados mostraram que as diferenças entre as médias para as subescalas
e escala total do OCI-R não foram estatisticamente significativas entre os sexos. Além disso, os
resultados da CFA mostraram que a estrutura de seis fatores proposta é adequada para homens e
mulheres, uma vez que é invariante relativamente ao sexo.
Em termos psicométricos, a consistência interna da escala total foi excelente, com um valor de
alpha de Cronbach de .90. A validade convergente foi bem estabelecida com o Y-BOCS, com
coeficientes de Pearson superiores a .70 com a pontuação total e das subescalas (obsessões e
compulsões), enquanto as correlações com duas medidas de ansiedade (BAI, r=0,28) e depressão
(BDI-II, r=0,30), embora significativas, foram consideravelmente mais baixas, sugerindo,
portanto, validade discriminante adequada para o OCI-R.
Os valores da estabilidade temporal no nosso estudo foram ligeiramente inferiores aos obtidos
por Foa et al. (2002), o que pode ser devido ao intervalo de tempo diferente entre as duas
aplicações (um mês vs. uma semana). No entanto, os nossos resultados mostram uma excelente
estabilidade temporal, com um valor de .79, sendo idênticos ou superiores aos obtidos em outros
estudos (Hajcak et al., 2004; Malpica et al., 2009) com amostras similares e com um intervalo de
tempo idêntico.
No que respeita às subescalas do OCI-R, os valores de consistência interna foram na generali-
dade bons, com exceção da subescala de neutralização (a=0,64), o que já se tinha verificado noutros
estudos (Malpica et al., 2009; Zermatten et al., 2006), o que provavelmente pode ser devido ao
facto de terem sido utilizadas amostras não-clínicas, uma vez que nos estudos com amostras clínicas
(Abramowitz & Deacon, 2006; Foa et al., 2002), a consistência interna da subescala de neutralização
foi boa. A validade convergente também foi boa, evidenciando correlações médias a fortes com a
97
pontuação total da Y-BOCS e as suas subescalas. A validade divergente dos seis domínios foi
excelente, apresentando correlações fracas com o BDI-II e o BAI, com exceção da subescala de
Verificação, que apresentou uma correlação moderada com a BDI-II.
Em conclusão, a versão em Português do OCI-R apresenta boas propriedades psicométricas,
mantendo a estrutura da versão original. Apesar da necessidade de mais estudos, nomeadamente
com amostras clínicas, é uma medida breve e eficaz na avaliação dos vários sintomas da POC na
população em geral.
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