Apostila Da Teoria - Estabilidade de Estruturas Aeronáuticas
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MAIO 2007
CAPÍTULO 1
COMPORTAMENTO MECÂNICO DE MATERIAIS
(REVISÃO PARCIAL)
ÍNDICE DE SEÇÕES
ÍNDICE DE FIGURAS
1.2
1
COMPORTAMENTO MECÂNICO DE MATERIAIS
(REVISÃO PARCIAL)
1.1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo será feita uma revisão das propriedades mecânicas de materiais que são de
interesse no estudo da estabilidade de estruturas aeronáuticas. Uma vez que estruturas aeronáuticas
têm de ser analisadas nas condições limite (em condições normais de operação da aeronave, a
estrutura não deve apresentar deformações permanentes) e última (em condições de sobrecarga, a
estrutura não deve falhar catastroficamente), condições estas normatizadas, é necessário conhecer-se a
relação entre tensões e deformações em todo domínio, desde pequenas deformações até a ruptura. É
de particular interesse, nos casos em que for viável, representar a relação entre tensões e deformações
através de um modelo analítico. A relação tensão-deformação poderia assim ser incorporada na análise
e o engenheiro projetista ganharia um tempo considerável por não ter que alimentar a análise com os
valores obtidos das curvas efetivas de tensão-deformação dos materiais que esteja empregando.
Considere o comportamento de um membro reto e longo, com uma seção uniforme em sua parte
central, quando submetido a uma carga axial, como mostrado na Fig. 1-1.
No centro, excetuando aquelas normais na direção axial, todas as tensões são zero. A tensão
normal é constante através da seção e é dada por σn = P / A, onde A é a área original da seção
transversal antes da aplicação da carga. Se ∆L é a mudança de comprimento entre dois pontos,
originalmente distantes, um do outro, de um comprimento L, a deformação longitudinal, que é constante
ao longo da seção reduzida, pode ser obtida da expressão ε long = ∆L / L . A relação tensão-deformação
1.3
do material pode então ser obtida graficando, para cargas crescentes, as tensões em função das
deformações medidas.
Para alguns materiais, como o aço doce, a curva resultante tem a forma mostrada na Fig. 1-2.
Para pequenas deformações, a relação entre a tensão e a deformação é linear (ou praticamente
linear). Esta proporcionalidade eventualmente deixa de ocorrer numa tensão referida como limite de
proporcionalidade. Após ser atingido o limite de proporcionalidade, a inclinação da curva decresce até
um ponto para o qual um pequeno incremento de deformação não resulta num aumento de tensão. A
tensão neste ponto é denominada tensão de escoamento. Um aumento de deformação volta a
ocasionar, eventualmente, um aumento de tensão. Este fenômeno é denominado de encruamento. Ã
medida que a tensão aumenta, um segundo ponto de derivada nula é atingido, correspondendo à tensão
última. Daí em diante, a tensão decresce com o aumento da deformação, até a ruptura. A deformação na
ruptura multiplicada por 100 é denominada de alongamento percentual. Deve ser notado que as tensões
são baseadas na área da seção transversal original do corpo de prova, sem levar em consideração a
contração lateral. As tensões reais são em conseqüência maiores do que aquelas plotadas numa curva
tensão-deformação convencional (tensões aparentes). A diferença não é apreciável até que as regiões
mais altas do regime plástico são atingidas.
1.4
A Fig. 1-3 mostra a curva tensão-deformação típica da maioria dos materiais aeronáuticos. Até ser
atingida uma determinada tensão, a relação tensão-deformação é linear. Deve ser notado que não há
um ponto de escoamento, pois a tangente não assume uma posição horizontal até ser atingida a tensão
última. Alumínio puro é mais resistente à corrosão do que alumínio em liga; por esta razão
freqüentemente chapas de liga de alumínio são protegidas por finas camadas externas de alumínio puro.
É o processo de cladding. Em materiais clad ocorrem duas regiões lineares na curva tensão-deformação.
Uma ocorre abaixo do limite de proporcionalidade do material das camadas da superfície, que são
menos resistentes do que o miolo, e a outra se estende deste até o limite de proporcionalidade do
material do miolo, como mostrado na Fig. 1-4.
fn
E= (1.1)
ε long
Como indicado na Fig. 1-4, as ligas clad de alumínio têm dois módulos de elasticidade. O módulo
inicial é o mesmo das outras ligas de alumínio, mas só vale até que o limite de proporcionalidade do
material das faces é atingido (módulo primário). Imediatamente acima deste ponto há um breve estágio
de transição e o material exibe então um módulo secundário até que seja atingido o limite de
proporcionalidade do material do miolo. Ambos os módulos são baseados numa tensão referida à área
total da seção transversal.
Qualquer que seja o caso (Figs. 1-2, 1-3 ou 1-4), é difícil determinar o limite de proporcionalidade, a
partir dos dados experimentais, com precisão. Por isto convencionou-se definir o limite de
proporcionalidade como sendo o ponto de interseção da curva e da reta paralela à porção linear da
curva, mas deslocada da origem por uma deformação de 0.0001.
1.5
Se a carga é removida em baixos níveis de tensão, o material retornará à condição de tensão zero,
percorrendo a mesma curva que seguiu durante o ciclo de carregamento e não ocorrerão deformações
permanentes. Neste intervalo, o material é dito ser elástico e a tensão que define o limite superior é
referida como o limite elástico. Abaixo do limite elástico, a deformação é função unívoca da tensão. Para
a maioria dos materiais estruturais, o limite elástico praticamente coincide com o limite de
proporcionalidade, embora ambos sejam definidos a partir de considerações físicas completamente
distintas. É possível, por exemplo, existir um material (como a borracha) no qual as deformações não
são diretamente proporcionais às tensões em qualquer nível de tensão, mas o material pode assim
mesmo comportar-se de maneira elástica. Um material que exiba ambos pontos, o limite proporcional e o
limite elástico, é dito ser linearmente elástico se a tensão não ultrapassar o menor destes dois limites.
Acima do limite elástico, o material não mais descarrega ao longo da curva tensão-deformação que
seguiu no ciclo de carregamento. O descarregamento se dará ao longo de uma reta paralela à parte
linear da curva, como mostrado nas Figs. 1-3 e 1-4. Neste caso, a deformação não é função unívoca da
tensão, pois para uma dada tensão corresponde uma deformação no carregamento e outra no
descarregamento. Além disto, a deformação no descarregamento depende da maior tensão alcançada
no ciclo de carregamento.
Materiais que se comportam de acordo com as curvas das Fig. 1-3 ou 1-4, ao contrário daqueles
representados pela Fig. 1-2, não mostram um ponto de tangente horizontal um pouco acima da região
linear. Estes materiais escoam gradualmente. Em conseqüência, não possuem uma tensão ou ponto de
escoamento bem caracterizados. Uma vez que deformações permanentes são indesejáveis na maioria
das estruturas e máquinas, é prática comum se adotar um valor arbitrário de deformação permanente
que é considerável admissível para fins de projeto. O valor desta deformação permanente admissível foi
fixado pelas autoridades em 0.002 e a tensão (atingida no carregamento) que causa esta deformação
permanente no descarregamento é denominada de tensão de escoamento (na língua Inglesa, é
denominada também de offset yield stress). Esta tensão está no ponto de interseção da curva e a linha
paralela à parte linear da curva mas deslocada da origem por uma deformação de 0.002. Como
mencionado na seção 1.1, um dos critérios de projeto é freqüentemente o requisito de que as cargas
limites não devam produzir tensões que ultrapassem este valor.
São de utilidade, além do módulo de elasticidade, dois outros módulos. O módulo de elasticidade foi
definido como a inclinação da curva abaixo do limite de proporcionalidade. Acima deste limite, a
inclinação da curva, que não mais é constante, é definida como Módulo Tangente ( Et ):
df
Et = (1.2)
dε
Como mostrado na Eq. (1.1), o módulo de elasticidade também pode ser definido como a tensão
dividida pela deformação. Acima do limite de proporcionalidade, esta razão, também não mais constante,
é definita como Módulo Secante ( Es ):
f
Es = (1.3)
ε
1.6
Os módulos tangente e secante são funções do nível de tensão, e abaixo do limite de
proporcionalidade ambos são iguais ao módulo de elasticidade.
Se, durante um ensaio de tração, forem medidas as dimensões da seção transversal do corpo de
prova, percebe-se que o alongamento longitudinal é acompanhado de uma contração transversal. As
deformações nas duas direções são relacionadas pela equação:
onde ν é denominado Razão de Poisson. Esta razão é constante abaixo do limite de proporcionalidade
e, para a maioria dos materiais estruturais, está na faixa de 0.25 a 0.33. A menos que seja conhecido
com mais precisão, o valor normalmente considerado para materiais estruturais é 0.3. ν aumenta
gradualmente acima do limite de proporcionalidade, e aproxima-se de 0.5 (em processos
isovolumétricos) para grandes deformações plásticas:
ν =ν p −
Es
E
(
ν p −ν e ) (1.5)
onde νe é o valor na região elástica e νp o valor na região plástica (normalmente fixado igual a 0.5).
A Fig. 1-5 mostra as curvas tensão-deformação dos materiais aeronáuticos mais comuns. A figura
da esquerda permite a comparação relativa das tensões últimas e de ruptura, bem como das dutilidades
(capacidade do material para deformação inelástica em tração e cisalhamento sem sofrer ruptura, e
habilidade do material em ser manipulado em processos de fabricação). A figura da direita permite a
comparação relativa dos módulos de elasticidade, bem como das tensões de escoamento.
1.7
tanto primária como local, é um tipo comum de falha em estruturas aeroespaciais, e pode ocorrer tanto
no regime elástico quanto na região plástica. Em geral, a forma da curvas tensão-deformação sob
compressão e tração, fora do estágio inicial linear, são diferentes. Além disto, os vários materiais
utilizados na construção de veículos aeroespaciais têm curvas de forma bastante distinta na porção que
se sucede à região linear. Uma vez que o peso estrutural mínimo é tão importante, esforços têm sido
feitos em projeto no sentido de desenvolver altas tensões admissíveis de compressão, e estas tensões
últimas admissíveis estão na região inelástica em muitos componentes estruturais.
A Fig. 1-6 mostra uma comparação das curvas tensão-deformação em tração e compressão para
1.8
quatro ligas de alumínio largamente utilizadas na indústria. Abaixo do limite de proporcionalidade, o
módulo de elasticidade é o mesmo sob tração ou compressão. A tensão de escoamento em compressão
é determinada da mesma forma como explicado para tração.
Embora tenham sido adotados testes padrões para a determinação das propriedades em tração e
compressão de metais, não há um padrão estabelecido para a medida das propriedades em
cisalhamento. Um procedimento para a obtenção destes dados é testar um tubo de paredes finas em
torção, como mostrado na Fig. 1-7. Neste caso todas as tensões são nulas, excetuando a tensão
tangencial σs , que age também nos planos que contém o eixo do tubo. Casos, com este, nos quais
não há outras componentes de tensão, são denominados de cisalhamento puro. A tensão é dada pela
expressão fs = Mt r / Ip , onde Mt é o torque aplicado, r é o raio medido até o ponto onde a tensão é
requerida, e Ip é o momento polar de inércia da seção do tubo. Uma vez que a espessura das paredes é
pequena, r é essencialmente constante ao longo do tubo. Em conseqüência, as tensões são
1.9
praticamente constantes. As linhas retas, originalmente geradoras da superfície cilíndrica, deformam
helicoidalmente sob a ação do torque, de maneira que o ângulo AOB mostrado na figura distorce para
A’O’B’. A mudança deste ângulo é, então, a deformação de cisalhamento εs , que para pequenas
deformações é dado por εs = ∆L / L . Se este ângulo é determinado como função da tensão de
cisalhamento, obtém-se a curva tensão-deformação em cisalhamento. A forma desta curva é parecida
com aquela de tração para o mesmo material, e para a maior parte dos materiais aeronáuticos é
semelhante ao esboço da Fig. 1-3. Como no ensaio em tração, na parte inicial da curva, existe uma
relação linear entre tensões e deformações. Esta relação pode ser expressa como
fs
εs = (1.6)
G
onde G é a módulo de cisalhamento. O módulo de cisalhamento pode ser escrito em termos do módulo
de elasticidade através da relação:
E
G= (1.7)
2(1 + ν )
Como visto nas duas seções precedentes, a curva tensão-deformação experimental de materiais
aeronáuticos, tanto para tração uniaxial, quanto para compressão e cisalhamento puro, tem a forma
característica mostrada na Fig. 1-3. Esta curva não está, evidentemente, numa forma adequada para
desenvolvimentos analíticos. Seria desejável poder expressar a relação matematicamente. Ã medida que
cresce a precisão com a qual se aproxima matematicamente a curva, também cresce a complexidade do
modelo matemático. É portanto desejável utilizar um modelo que represente bem o comportamento do
material para a análise em questão e que seja o mais simples possível.
Muitas idealizações têm sido sugeridas na literatura, e a escolha depende do material, da tensão e
do nível de temperatura requeridos para a análise. Alguns destes modelos idealizados são mostrados na
Fig. 1-8. Na Fig 1-8a é mostrado o comportamento de um corpo rígido, no qual o carregamento não
produz deformações. É evidente que não existe material de tal tipo, mas em muitos casos as
deformações do corpo têm um efeito desprezível na análise. Esta é a hipótese que fornece a base para a
f f f f f f
ε ε ε ε ε ε
(a) (b) (c) (d) (e) (f)
1.10
Mecânica do Corpo Rígido. O comportamento de um material elástico não-linear, i.e., o material carrega
e descarrega ao longo da mesma curva, é representado na Fig. 1-8b . O comportamento do material
elástico linear é representado na Fig. 1-8c ; as Eqs. (1.1) e (1.6) descrevem este comportamento,
respectivamente, para tração e cisalhamento.
Idealizações de materiais que se comportam plasticamente são mostradas nas Figs. 1-8d e 1-8e.
Distintos dos modelos elásticos, nestes casos as deformações plásticas não são recuperáveis. Um
material rígido – perfeitamente plástico, no qual não ocorre deformação até que a tensão de escoamento
é atingida, após o que a deformação cresce sem que haja aumento da tensão, é mostrado na Fig. 1.8d.
A deformação atingida no carregamento permanece constante ao se descarregar, não havendo um
mínimo de recuperação. Um material rígido – plástico com encruamento é ilustrado na Fig. 1-8e. Mais
uma vez, tensões abaixo da tensão de escoamento não produzem deformações, mas agora um aumento
da deformação exige um aumento da tensão. Como no caso anterior, também aqui não há qualquer
recuperação de deformação no descarregamento. Os materiais mostrados nas Figs. 1-8f e 1-9 são
elasto-plasticos. Na Fig. 1-8f o material se comporta de uma maneira linear elástica até que seja atingida
a tensão de escoamento, após o que tem um comportamento plástico perfeito. Quando a carga é
aliviada, a deformação elástica é recuperada, enquanto que a deformação plástica permanece.
Com referência à Fig. 1-9, pode-se considerar a deformação dividida em duas componentes: uma
elástica e outra plástica. Em conseqüência, pode-se escrever:
ε = εe + ε p (1.8)
1.11
onde a componente elástica é igual a f / E . Foi verificado em laboratório que a componente plástica
pode ser considerada proporcional ao nível de tensão, elevada a uma potência que depende do
comportamento do material na região plástica. Em conseqüência, a Eq. (1.8) pode ser rescrita como
n
f ⎛f ⎞
ε= + C⎜ ⎟ (1.9)
E ⎝E⎠
( n −1) −1
df ⎡ ⎛f ⎞ ⎤
= E ⎢1 + nC ⎜ ⎟ ⎥ (1.10)
dε ⎢⎣ ⎝ E ⎠ ⎦⎥
Pode-se adimensionalizar a Eq. (1.9) multiplicando-se ambos os lados por E / FRef , onde FRef é
uma tensão de referência. Desta forma, obtém-se:
εE f CE ⎛ f ⎞
n
f ⎡ ⎛f ⎞ ⎤
n −1
= + ⎜ ⎟ = ⎢1 + C ⎜ ⎟ ⎥ (1.11)
FRef FRef FRef ⎝ E ⎠ FRef ⎢⎣ ⎝ E ⎠ ⎥⎦
Como três parâmetros são suficientes para definir a função, C poderá sempre ser expresso em
termos de E , FR e n. As distintas funções empíricas disponíveis na literatura (ou a sua forma de
apresentação) dependem de FR e dos dois pontos de teste escolhidos.
Neste método, os pontos são escolhidos de forma a que as curvas coincidam nos módulos
secantes Es = F0.7 / ε = 0.7 E e Es = F0.85 / ε = 0.85 E , como mostrado na Fig. 1-10. Para a maioria dos
materiais aeronáuticos foi observado que o ponto com módulo secante de 0.7E está próximo da tensão
de escoamento com offset igual a 0.2% . A tensão de referência é FRef = F0.7 . As equações relevantes
podem ser facilmente deduzidas em função dos parâmetros E, F0.7 e n:
1.12
F0.7
F0.85
0.85E
f
E 0.7E
ε
Fig. 1-10 Idealização de Ramberg & Osgood
n −1
C = 3 ⎛⎜ E ⎞
7 ⎝ F0.7 ⎟⎠
(1.12)
f ⎡ 3⎛ f ⎤
n −1
εE ⎞
= ⎢1 + ⎜ ⎟⎟ ⎥ (1.13)
F0.7 F0.7 ⎢ 7 ⎜⎝ F0.7 ⎠ ⎥
⎣ ⎦
ln 17 7
n = 1+ (1.14)
ln (F0.7 F0.85 )
E
Et = (1.15)
1 + (3n 7 )( f F0.7 )
n −1
E
Es = (1.16)
1 + (3 7 )( f F0.7 )
n −1
1.13
A Fig. 1-11 é uma representação gráfica da Eq. (1.14). As curvas da Eq. (1.13) para diversos
valores de n estão representadas na Fig. 1.12. Curvas dando a dependência destes parâmetros em
relação à temperatura para uma ampla gama de materiais podem ser encontradas na Ref. 1.2.
Tabulações destes parâmetros também são fornecidas nas Refs. 1.3 e 1.4.
No método de Hill, os pontos nos quais as duas curvas devem coincidir são aqueles da tensões que
correspondem a offsets de 0.1% e 0.2%, respectivamente designados por F0.1 e F0.2, como mostrado na
Fig. 1.13. A tensão de referência é FRef = F0.2 . Em função dos parâmetros E, F0.2 e n’, as seguintes
equações podem ser deduzidas:
F0.2
F0.1
0.001 0.002 ε
1.14
n'
C = 0.002 ⎛⎜ E ⎞
⎟ (1.17)
⎝ F0.2 ⎠
n'
f ⎛ f ⎞
ε= + 0.002⎜⎜ ⎟⎟ (1.18)
E ⎝ F0.2 ⎠
0.30103
n' = (1.19)
log(F0.2 F0.1 )
E
Et = (1.20)
1 + (0.002n' E F0.2 )( f F0.2 )
n ' −1
E
Es = (1.21)
1 + (0.002 E F0.2 )( f F0.2 )
n ' −1
Enquanto Ramberg & Osgood e Hill definiram como tensão de referência a maior das tensões de
teste, respectivamente, F0.7 e F0.2 , Barrett e Michael preferiram definir a tensão de referência
independentemente das tensões de teste. Seja Fn a tensão para a qual a curva empírica [Eq. (1.9)]
fornece d f /d ε = Et = E / 2 . Da Eq. (1.10), tem-se:
m
εE f 1⎛ f ⎞
= + ⎜⎜ ⎟⎟ (1.22)
Fn Fn m ⎝ Fn ⎠
f ⎡ 1⎛ f ⎞ ⎤
m −1
ε= ⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥ (1.23)
E ⎢ m ⎜⎝ Fn ⎟⎠ ⎥
⎣ ⎦
A Eq. (1.22) está representada na Fig. 1-14 para diversos valores de m (veja Ref. 1.7).
1.15
Fig. 1-14 Curvas Adimensionalizadas de Barrett-Michael
−1
⎡ ⎛ f ⎞
m −1
⎤
Et = E ⎢1 + ⎜⎜ ⎟⎟ ⎥ (1.24)
⎢⎣ ⎝ Fn ⎠ ⎥⎦
As Eqs. (1.24) e (1.25) estão representadas nas Figs. 1-15 e 1-16, respectivamente (veja Ref. 1.7).
−1
⎡ 1⎛ f ⎞
m
⎤
E s = E ⎢1 + ⎜⎜ ⎟⎟ ⎥ (1.26)
⎢⎣ m ⎝ Fn ⎠ ⎥⎦
Das Eqs. (1.24) e (1.25) pode ser derivada uma relação simples entre Es e Et:
⎡E ⎤ 1⎡E ⎤
⎢ − 1⎥ = ⎢ − 1⎥ (1.27)
⎣ Es ⎦ m ⎣ Et ⎦
1.16
Fig. 1-15 Curvas Adimensionalizadas de Barrett-Michael – Et / E
1.17
O coeficiente de Poisson, cuja representação gráfica está mostrada na Fig. 1-17 (veja Ref. 1.7), pode ser
obtido substituindo a expressão de Es na Eq. (1.5):
m −1
1⎛ f ⎞
ν e + ν p ⎜⎜ ⎟⎟
m ⎝ Fn ⎠
ν= m −1
(1.28)
1⎛ f ⎞
1 + ⎜⎜ ⎟⎟
m ⎝ Fn ⎠
1.18
O valor de m, a característica do material, pode ser encontrado por procedimentos padrões de ajuste de
curvas (e.g., mínimos quadrados), se a curva tensão-deformação inteira é conhecida. Entretanto, como
já mencionado, m normalmente é determinado obrigando-se a curva analítica a passar por dois pontos
arbitrários da curva experimental (pontos de teste), pontos estes necessariamente definidos na região
plástica. Sejam (εA, fA) e (εB, fB) estes pontos. Substituindo os valores correspondentes a cada um destes
pontos na Eq. (1.23), dividindo as duas equações entre si e rearranjando os termos, obtém-se:
⎛ ε − fB E ⎞ ⎛ ε pB ⎞
log⎜⎜ B ⎟⎟ log⎜⎜ ⎟
⎟
⎝ ε − f E ⎠= ⎝ ε p A ⎠
m=
A A
(1.29)
⎛ fB ⎞ ⎛ fB ⎞
log⎜⎜ ⎟⎟ log⎜⎜ ⎟⎟
⎝ fA ⎠ ⎝ fA ⎠
onde εpB e εpA são as deformações plásticas permanentes correspondentes a fB e fA, respectivamente.
1 1
⎡ f A ⎤ m −1 ⎡ f B ⎤ m −1
Fn = f A ⎢ ⎥ = fB ⎢ ⎥ (1.30)
⎣⎢ mε pA E ⎦⎥ ⎢⎣ mε pB E ⎦⎥
Dois ábacos para a determinação, respectivamente, de m e Fn , pode ser encontrado na Ref. 1.7. Este
ábaco está reproduzido na Fig. 1-18 (note que na Ref. 1.7 os pontos B e A são designados,
respectivamente, pelos subscritos R e R’ e as deformações referidas são aquelas plásticas, e não totais).
1.19
A precisão dos resultados obtidos das curvas generalizadas depende de quão próximas estiverem
as tensões de teste fA e fB das tensões para as quais se deseja os dados. Maior precisão é obtida
quando o valor da tensão para a qual se quer os dados está entre as duas. Isto pode ser observado
pelas simulações reportadas na Ref. 1.8, para um aço e uma liga de alumínio. Em cada simulação foram
escolhidos três conjuntos distintos de pontos de teste e as curvas resultantes são comparadas à curva
real do material num único gráfico, permitindo uma visualização da precisão.
1.6 EXEMPLOS
1. Deseja-se determinar a equação de uma Liga Clad de Alumínio cujos dados são fornecidos:
εpA = 0.001 m/m; fA = 356 MN/m2 ; εpB = 0.002 m/m; fB = 370 MN/m2; E = 68000 MN/m2; νe = 0.33
Os pontos de teste fornecidos são identificados como aqueles utilizados no método de Hill, de
maneira que a Eq. (1.19) fornece
0.30103
n' = = 17.97 ≈ 18
log 370 356
A equação solicitada é fornecida pela Eq. (1.18), ou seja,
18
f ⎛ f ⎞
ε= + 0.002⎜ ⎟
68000 ⎝ 370 ⎠
f ⎡ 1⎛ f ⎞ ⎤
17
ε= ⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥
68000 ⎣⎢ 18 ⎝ 331 ⎠ ⎦⎥
1.20
2. Pede-se qual o nível de tensão f correspondente a uma deformação total ε = 0.010 para o
material do exemplo 1.
Esta equação pode ser resolvida para f, entre outras, das seguintes formas:
Programando-se numa calculadora (cuidado ... verifique os resultados);
Traçando a curva ε vs f e identificando o ponto onde esta curva intercepta o valor ε = 0.010;
Utilizando a Fig. 1.12 adequadamente;
Por tentativa e erro, calculando a expressão para valores de f e ajustando para menos ou mais,
respectivamente, se o sinal do resultado for positivo ou negativo;
Por um método iterativo de relaxação.
Seja f(x) = 0 uma equação qualquer. É sempre possível reescrever esta equação na forma x = g(x).
Aliás, a função g(x) pode assumir várias formas alternativas. Por exemplo, no problema em questão,
poder-se-ia escrever:
1 18
⎡ f ⎤
⎡ ⎤ ⎢ 0.010 −
68000 ⎥
18
⎛ f ⎞
f = 68000 ⎢0.010 − 0,002⎜ ⎟ ⎥ ou f = 370⎢ ⎥
⎣⎢ ⎝ 370 ⎠ ⎥⎦ ⎢ 0.002 ⎥
⎢⎣ ⎥⎦
Multiplicando ambos os lados da equação x = g(x) por (1 – α), onde 0 < α < 1 é um parâmetro
definido pelo usuário, e rearranjando os termos convenientemente, obtém-se a equação de iteração:
Usando g( f ) como a primeira das alternativas dispostas acima, utilizando α = 0.9 e especificando
como ponto inicial f(0) = 370, obtém-se, após 4 iterações, f(4) = 386 (com 3 significativos corretos)
Para este valor e interpolando para m = 18, a Fig. 1-14 fornece f / Fn = 1.17. Portanto, f = 387MN/m2
1.21
Esta equação poderia ser resolvida numa calculadora ou através do método de relaxação explicado
no exemplo 2. Aqui, entretanto, o problema será resolvido fazendo uso das curvas generalizadas.
Usando os valores calculados no exemplo 1., calcula-se:
f E 0.03 x 68000
= = 6.16
Et Fn 331
Usando este valor e interpolando para m = 18 na Fig. 1-16, obtém-se, f / Fn = 1.09. Portanto,
f = 1.09 x 331 = 361 MN/m2
As Eqs. (1.20), (1.21) e (1.5) (com νp = 0.5 – suposto processo iso-volumétrico) fornecem
68000
Et = 17
= 43570 MN/m 2
⎛ 68000 ⎞⎛ 320 ⎞
1 + ⎜ 0.002 x 18 ⎟⎜ ⎟
⎝ 370 ⎠⎝ 370 ⎠
68000
Es = 17
= 65946 MN/m 2
⎛ 68000 ⎞⎛ 320 ⎞
1 + ⎜ 0.002 ⎟⎜ ⎟
⎝ 370 ⎠⎝ 370 ⎠
ν = 0 .5 −
65946
(0.5 − 0.33) = 0.335
68000
Utilizando as curvas generalizadas, a solução seria:
f 320
= = 0.967
Fn 331
f E
Usando este valor e interpolando para m = 18 na Fig. 1-16 fornece = 1.51 , de modo que
Et Fn
320 x 68000
Et = = 43500 MN/m 2
1.51 x 331
Para f / Fn = 0.967 e νe = 0.33, interpolando para m = 18 na Fig 1-17, obtém-se ν = 0.335
1.7 EXERCÍCIOS
f ⎡ 3⎛ f ⎤
n −1
εE ⎞ ln 17 7 E
= ⎢1 + ⎜ ⎟⎟ ⎥ n = 1+ Et =
F0.7 F0.7 ⎢ 7 ⎜⎝ F0.7 ⎠ ⎥⎦ ln (F0.7 F0.85 ) 1 + (3n 7 )( f F0.7 )
n −1
⎣
1.22
1.3 Ache as equações que relacionam a tensão de referência de Barrett-Michael, Fn, com os parâmetros
de Ramberg-Osgood e Hill, ou seja, ache
a) Fn = função(F0.7 , E , n )
b) Fn = função(F0.2 , E , n')
1.4
A figura mostra as curvas tensão-deformação
em compressão de uma placa de aço inox 17-7
PH.
η kπ 2 E ⎛ t ⎞
2
Fcr
1.5 A tensão crítica de placas é dada por Fcr = ⎜ ⎟ , onde η =
( )
12 1 − ν e ⎝ b ⎠
2
Fcr (elástico)
é um fator de
kπ 2 E ⎛ t ⎞
2
correção de plasticidade, Fcr (elástico) = ⎜ ⎟ é a tensão crítica elástica, k é o coeficiente de
( )
12 1 − ν e2 ⎝ b ⎠
flambagem que depende do carregamento, condições de apoio e alongamento da placa
(comprimento/largura), t e b, respectivamente a espessura e largura da placa e νe, o coeficiente de
Poisson no regime elástico. A expressão para a tensão crítica é aplicável para todos os níveis de
tensão uma vez que η = 1 na região linearmente elástica.
kπ 2 ⎛ t ⎞
2
A expressão da carga crítica pode ser escrita na forma Fcr = η ε cr E , com ε cr = ⎜ ⎟ ,e
( )
12 1 − ν e2 ⎝ b ⎠
Fcr η ε cr E
para materiais representados pelo modelo de Ramberg-Osgood, como = .
F0.7 F0.7
Para placas longas, simplesmente apoiadas nos quatro bordos, a expressão para η é dada por:
⎡ 1
2⎤
1 − ν e2 E s ⎢ 1 1 ⎛ 1 3E t ⎞ ⎥ , onde ν = 0.5 − E s (0.5 − ν e ) .
η= + ⎜ + ⎟⎟
1 − ν 2 E ⎢ 2 2 ⎜⎝ 4 4 E s ⎠ ⎥ E
⎣ ⎦
Nestas condições, ache a tensão crítica de uma placa manufaturada de liga Clad Al 2024-
T81 e carregada num ambiente de 300oF tal que εcrE / F0.7 = 1.
Dados para chapa Clad Al 2024-T81 a 300oF: E = 10300 ksi, n = 10, F0.7 = 51.2 ksi
1.23
1.8 REFERÊNCIAS
1.1 Ramberg, W. and Osgood, W. R.: Description of Stress-Strain Curves by Three Parameters, NACA
Tech. Note 902, July, 1943.
1.2 Rivello, R. M.: Ramberg-Osgood and Hill Parameters of Aircraft Structural Materials at Elevated
Temperatures, Univ. Maryland Dept. Aeron. Rept. 60-1, March, 1960.
1.3 Cozzone, F. P. and Melcon, M. A.: Nondimensional Buckling Curves: Their Development and
Application, J. Aeron. Sci., 13(10): 511-517, October, 1946.
1.4 Bruhn, E. F.: Analysis and Design of Flight Vehicle Structures, Tri-state Offset Co., Cincinnati, Ohio,
1965.
1.5 Hill, H. W.: Determination of Stress-Strain Relations from Offset Yield Stregth Values, Naca Tech.
Note 927, 1944.
1.6 Barrett, A. J. and Michael, M. E.: Generalised Stress-Strain Data for Aluminium Alloys and Certain
other Materials, J. Royal Aeronaut. Soc., 59(539): 152-158, February, 1955.
1.7 ESDU, Generalisation of Smooth Continuous Stress-Strain Curves for Metallic Materials, ESDU Data
Item no. 76016, August, 1976.
1.8 ESDU, Construction of Inelastic Stress-Strain Curves from Minimal Materials Data, ESDU Data Item
no. 89052, December, 1989.
1.24
CAPÍTULO 2
FLAMBAGEM DE COLUNAS
ÍNDICE DE SEÇÕES
2.2
ÍNDICE DE FIGURAS
2.3
2
FLAMBAGEM DE COLUNAS
2.1 INTRODUÇÃO
As almas finas e os elementos longitudinais esbeltos de aeronaves estão sujeitos à falha por
flambagem em níveis de tensões relativamente baixos, freqüentemente abaixo do limite de
proporcionalidade e raramente muito acima da tensão de escoamento. Em conseqüência, o modo crítico
de falha para a maior parte da estrutura é por flambagem, em vez de ruptura por tração, e a predição das
cargas de flambagem para colunas, placas e cascas é assunto de vital preocupação para o engenheiro
aeronáutico. Neste capítulo consideraremos o mais simples destes elementos, a coluna.
Uma coluna pode flambar por instabilidade primária ou secundária. Na instabilidade primária não há
distorção da seção transversal, e o comprimento de onda da “flamba” é da ordem do comprimento da
coluna. Ela pode ocorrer por flexão lateral ou, se a seção é flexível em torção, por uma combinação de
flexão e torção. Na instabilidade secundária, ou local, há mudanças na forma da seção transversal e o
comprimento de onda da flamba é da ordem das dimensões da seção transversal. Neste capítulo será
considerada somente a instabilidade primária por flexão.
Membros submetidos à tração, bem como colunas curtas e troncudas, falham quando a tensão
atuante atinge certo limite de resistência do material. Uma vez conhecido este limite do material, é
relativamente simples determinar a capacidade de absorção de carga do membro. A flambagem,
entretanto, não ocorre quando a tensão no membro atinge uma certa resistência conhecida do material.
A tensão na qual ocorre a flambagem depende de uma série de fatores, incluindo as dimensões do
membro, a forma como este é suportado, e as propriedades do material do qual é manufaturado. A
determinação da tensão de flambagem é portanto um problema relativamente complexo.
Nesta seção serão fornecidas algumas relações básicas necessárias para o desenvolvimento da
teoria e supostas conhecidas pelo leitor.
∂u 1 ⎡⎛ ∂u ⎞ ⎛ ∂v ⎞ ⎛ ∂w ⎞ ⎤
2 2 2
ε xx = + ⎢⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ ⎥ (2.1)
∂x 2 ⎢⎣⎝ ∂x ⎠ ⎝ ∂x ⎠ ⎝ ∂x ⎠ ⎦⎥
∂v ∂u ⎡ ∂u ∂u ∂v ∂v ∂w ∂w ⎤
ε xy = + + + +
∂x ∂y ⎢⎣ ∂x ∂y ∂x ∂y ∂x ∂y ⎥⎦
(2.2)
2.4
As expressões para ε yy , ε zz, ε yz e ε zxy , seguem por inspeção. Nestas expressões, os termos não-
lineares estão entre colchetes e um ou mais destes termos são considerados nulos dependendo das
hipóteses consideradas na análise.
∂2w ∂ 2v
1
= ∂x 2 ,
1
= ∂x 2 (2.3)
1 2
Rz ⎡ ⎛ ∂w ⎞ 2 ⎤ Ry ⎡ 2 12
⎛ ∂v ⎞ ⎤
⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥ ⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥
⎣⎢ ⎝ ∂x ⎠ ⎦⎥ ⎣⎢ ⎝ ∂x ⎠ ⎦⎥
∂ 2v ∂2w
∂x 2 1 M z I yy − M y I yz ∂x 2 1 M y I zz − M z I yz
=± , = ± (2.4)
⎡ ⎛ ∂v ⎞ 2 ⎤
12
E I yy I zz − I yz2 ⎡ ⎛ ∂w ⎞ 2 ⎤
12
E I yy I zz − I yz2
⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥ ⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥
⎢⎣ ⎝ ∂x ⎠ ⎥⎦ ⎢⎣ ⎝ ∂x ⎠ ⎥⎦
Mais uma vez, as relações acima podem ser simplificadas quando os termos entre parênteses são
pequenos em relação à unidade e se é adotado um sistema de eixos principais.
Embora a bolas esteja em equilíbrio nas três posições mostradas, um exame mais cuidadoso revela
a existência de importantes diferenças entre as três posições. Se a bola na parte (a) for deslocada
ligeiramente de sua posição original de equilíbrio, ela retornará àquela posição após a retirada da força
perturbadora. Um corpo que se comporta desta maneira é dito estar num estado de equilíbrio estável. Já
a bola em (b), ao ser deslocada ligeiramente de sua posição de repouso não retornará, mas continuará a
se mover para mais longe da posição original. O equilíbrio da bola em (b) é portanto muito precário. É
2.5
chamado de equilíbrio instável. A bola em (c), ao ser deslocada de sua posição de repouso não retorna à
posição original mas também não se move para mais longe. Este comportamento é referido como
equilíbrio neutro, ou indiferente.
A bola deslizando sobre a superfície da Fig. 2-1 está em equilíbrio em qualquer ponto ao longo da
linha ABC. No trecho entre A e B o equilíbrio é estável e no trecho entre B e C, instável. No ponto B,
transição entre os dois trechos, a bola está em estado de equilíbrio neutro.
O comportamento de uma coluna reta sujeita a uma carga central é bastante similar ao da bola. A
configuração reta da coluna é estável para cargas pequenas e instável para cargas grandes. Se for
assumido que um estado de equilíbrio neutro na coluna existe numa transição entre os estados estável e
instável, então a carga sob a qual a configuração reta da coluna passa a ser instável é a carga sob a
qual o equilíbrio neutro é possível. Esta carga é referida normalmente como a carga crítica.
Para determinar a carga crítica de uma coluna é necessário encontrar a carga sob a qual a coluna
pode estar em equilíbrio tanto reta quanto levemente fletida. A técnica que usa este critério para a
determinação de cargas críticas (há outras) é denominada de método do equilíbrio neutro.
A coluna mostrada na Fig. 2-2 tem seção transversal constante e é manufaturada de material
homogêneo. Considere válidas as seguintes hipóteses:
P x
P w P
My
L
x
P
z, w
P
P
2.6
2. A coluna é perfeitamente reta e a carga é aplicada ao longo do eixo que passa pelos centróides
das seções transversais. z é eixo principal.
3. O material obedece a lei de Hooke (elástico linear)
4. As deformações na coluna são pequenas o suficiente para que o termo (w') é desprezível
2
[
quando comparado à unidade na expressão (2.3) para a curvatura w" 1 + (w') ]
2 12
, de maneira
De acordo com o critério do equilíbrio neutro, a carga crítica é aquela para a qual a posição de
equilíbrio na configuração levemente fletida da Fig. 2-2 é possível. Para o sistema de eixos adotado na
Fig. 2-2 e levando em conta a hipótese 4 acima, a Eq. (2.4), fornece
M y = − EI yy w"
Se não houvessem sido feitas as hipóteses de comportamento elástico linear e pequenas deflexões,
o módulo de elasticidade E na Eq. (2.5) tornar-se-ia variável, e a curvatura w" seria substituída por
[
w" 1 + (w') ]
2 12
. A equação resultante não teria coeficientes constantes e seria não linear. A sua
solução, portanto, seria difícil de obter. Por outro lado, se não houvessem sido feitas as hipóteses de
apoio simples em ambas as extremidades e cargas centrais, apareceriam termos adicionais na mão
direita da Eq. (2.5). Isto tornaria a equação não-homogênea, mas sua solução não seria difícil de ser
obtida.
P
w"+ k 2 w = 0 , com k 2 = (2.6)
EI
cuja solução geral é dada por
Para determinar as constantes arbitrárias A e B, deve-se fazer uso das condições de contorno aplicáveis
no problema:
w = 0 em x = 0 e x = L (2.8)
w(0) = 0 ⇒ B cos 0 = 0 ⇒ B = 0
de modo que
w( x) = A sen kx (2.9)
2.7
A aplicação da segunda condição de contorno fornece
w( L) = 0 ⇒ A sen kL = 0 ⇒ ou A = 0 ou sen kL = 0
nπx
w( x) = A sen (2.11)
L
n 2π 2 EI
P= (2.12)
L2
Quando submetida às cargas dadas pela Eq. (2.12), a coluna pode estar em equilíbrio numa
posição levemente fletida. A forma da deflexão é dada pela Eq. (2.11). A amplitude da deflexão é
entretanto indeterminada uma vez que a constante A pode assumir qualquer valor quando sen kL = 0.
O menor valor da carga que satisfaz a Eq. (2.12) é a carga de Euler, de modo que é a menor carga sob a
qual a coluna deixa de estar em equilíbrio estável.
π 2 EI
PE = (2.13)
L2
A deflexão máxima da coluna é dada para x = L / 2 e é numericamente igual a A. A Fig. 2-3 mostra
o comportamento da coluna de Euler graficamente. Até a carga de Euler, a coluna tem de permanecer
4π 2 EI
P=
L2
Equilíbrio Instável
Equilíbrio Neutro
π 2 EI
P=
L2
Equilíbrio Estável
δmax
Fig. 2-3 O Comportamento da Coluna de Euler
2.8
reta. Se a coluna é deslocada de sua posição de equilíbrio, retorna à posição original cessada a
perturbação. Na carga de Euler há uma bifurcação do equilíbrio, isto é, a coluna tanto pode permanecer
reta como assumir uma forma fletida de amplitude indeterminada. O estado de equilíbrio é neutro. Uma
coluna submetida a uma carga entre PE e 4 PE também pode assumir somente a posição reta. O
equilíbrio, entretanto, é instável. As se deslocar a coluna de sua posição reta as deflexão crescerão sem
limite. A carga P = 4 PE, mais uma vez é uma bifurcação do equilíbrio, no qual é possível o equilíbrio
neutro. No que concerne a estabilidade de colunas, entretanto, esta carga não tem maior significado,
pois não é possível atingi-la na prática sem recorrer a artifícios experimentais (e.g., colocar um apoio
temporário tipo rótula em x = L /2 ; carregar até atingir a carga P = 4 PE; deformar a coluna de modo a
que apresente duas semi-ondas de amplitude sensível; retirar os apoios temporários).
Para todos os efeitos práticos, uma coluna não resiste cargas superiores à carga de Euler. Se
fossem admitidas grandes deflexões, mas ainda mantendo o material elástico linear, a solução teria a
forma da linha pontilhada na Fig. 2-3, ou seja, submetida a uma carga maior do que a de Euler, a coluna
encontraria uma posição fletida estável. As deflexões, entretanto, cresceriam violentamente com o
aumento gradual da carga, resultando em tensões de flexão que logo superariam a tensão última da
maioria dos materiais.
O primeiro passo a ser seguido para generalizar os resultados obtidos na seção anterior é
considerar outras condições de contorno.
Se uma coluna está engastada em ambas as extremidades, não pode se deslocar lateralmente nem
girar nestes pontos. Em conseqüência, quando a coluna é fletida levemente, são induzidos momentos
fletores M0 em ambas as extremidades, como mostrado na Fig. 2-4. Fazendo o equilíbrio de momentos
numa seção a uma distância x da orígem, obtém-se
x
P
M0
w
P
L -EIw”
M0 z , w M0
P P
Fig. 2-4 Coluna com Extremidades Engastadas
2.9
M0 P
EIw"+ Pw = M 0 ou w"+ k 2 w = , com k 2 = (2.14)
EI EI
A solução geral da equação homogênea é dada na Eq. (2.7). Uma solução particular que pode ser
cos kL = 1 cuja menor raiz não nula é kL = 2π . A solução pode então ser escrita na forma
4π 2 EI
Pcr = (2.16)
L2
M0 ⎛ 2πx ⎞
w( x ) = ⎜1 − cos ⎟ (2.17)
P ⎝ L ⎠
Como pode ser notado, a carga crítica da coluna com ambas as extremidades engastadas é quatro
vezes a carga de Euler (coluna simplesmente apoiada).
Usando a Eq. (2.17), pode-se mostrar que os pontos de inflexão, i.e., os pontos de momento interno
nulo, se encontram em x = L / 4 e x = 3 L / 4. A porção central da coluna, entre estes pontos, é portanto
equivalente a uma coluna simplesmente apoiada de comprimento L / 2, como mostrado na Fig. 2-5, cuja
carga crítica é
2.10
π 2 EI
Pcr = (2.18)
( L 2 )2
A carga crítica da pseudo-coluna simplesmente apoiada que existe entre os pontos de inflexão da
coluna bi-engastada é portanto igual à carga crítica da coluna bi-engastada. A carga crítica de
qualquer coluna pode ser obtida de uma coluna de Euler equivalente. O comprimento desta coluna
equivalente de Euler é denominado de comprimento efetivo do membro.
A coluna mostrada na Fig. 2-6 está engastada na base e livre na outra extremidade. Uma deflexão
lateral ocasionará um deslocamento δ na extremidade superior e um momento Pδ na base. Impondo o
equilíbrio de momentos (Fig. 2-6 b) resulta em
–EIw”
z, w
2.11
A Eq. (2.21) indica que a carga crítica de uma viga em balanço é um quarto da carga de Euler. Pode
ser mostrado a partir da Eq. (2.22) que a deflexão de uma viga em balanço consiste de um quarto de
onda de senóide, ou seja, a metade da curva de deflexão da coluna simplesmente apoiada (Fig. 2-6c). O
comprimento efetivo da coluna equivalente de Euler é igual a 2L , e a carga crítica para a coluna em
balanço pode ser expressa na forma
π 2 EI
Pcr = (2.23)
(2L )2
c) UMA EXTREMIDADE SIMPLESMENTE APOIADA, OUTRA RESTRINGIDA ELASTICAMENTE
Na maior parte das estruturas reais, as extremidades das colunas nem são simplesmente apoiadas,
nem engastadas. Normalmente as colunas estão rigidamente conectadas a outros membros, que
permitem a ocorrência de rotações limitadas nas extremidades. Suportes deste tipo são referidas como
restrições elásticas. A restrição depende das propriedades elásticas dos membros aos quais a
extremidade da coluna está conectada.
Considere uma coluna simplesmente apoiada na base e restringida elasticamente por uma mola na
outra, como mostrado na Fig. 2-7. A mola torsional é suposta linearmente elástica em rotação (momento
proporcional ao ângulo de rotação) e rígida nas direções horizontal e vertical, estando conectada a um
dispositivo que permite o livre movimento vertical.
− (− EIw") + Pw −
Mx Mx
= 0 ou w"+ k 2 w = (2.24)
L EIL
cuja solução geral é
P P
kθ θ θ
M/L M
M = kθ θ
w
P
L
x
-EIw” M/L
x
z, w M/L M/L
P P
P
2.12
Mx
w = A sen kx + B cos kx + (2.25)
PL
Como a coluna está rigidamente conectada à mola, a rotação da extremidade superior da coluna
tem de ser igual à rotação da mola. Para a coluna, a inclinação da deflexão em x = L é
dw M ⎛ 1 k cos kL ⎞ M ⎛ 1 1 ⎞
θ =− =− ⎜ − ⎟=− ⎜ − ⎟ (2.27)
dx P ⎝ L sen kL ⎠ kEI ⎝ kL tan kL ⎠
onde o sinal menos foi utilizado porque dw/dx e θ têm sinais contrários. Por outro lado, na mola
M
θ= (2.28)
kθ
M M ⎛ 1 1 ⎞ kEI ⎛ 1 1 ⎞
=− ⎜ − ⎟ ou = −⎜ − ⎟ (2.29)
kθ kEI ⎝ kL tan kL ⎠ kθ ⎝ kL tan kL ⎠
kθ L
β= (2.30)
EI
A Eq. (2.29) pode então, após manipulação algébrica conveniente, ser rescrita como
β kL
tan kL = (2.31)
(kL )2 + β
Dado β, a equação transcendental (2.31) pode ser resolvida para kL , entre outras:
Quando a rigidez da mola é nula (β = 0 ) , reproduz-se a condição de apoio simples. Neste caso, a
Eq. (2.31) fornece tan kL = 0 , cuja menor raiz é kL = π , de modo que a carga crítica é a de Euler,
como não poderia deixar de ser.
2.13
Se a rigidez da mola for infinita tem-se o caso da coluna com uma extremidade simplesmente
apoiada e a outra engastada. Neste caso, β → ∞ , e a Eq. (2.31) fornece
β kL kL
tan kL = lim = lim = kL (2.32)
β →∞ (kL ) 2
+β β →∞ (kL )2 +1
β
A menor raiz desta equação transcendental é kL ≅ 4,49 , que leva, respectivamente, à carga crítica
e modo crítico (equação da deflexão) dado pela Eq. (2.26)
20,2 EI π 2 EI
Pcr ≅ ≅ (2.33)
L2 (0,7 L )2
⎡ sen⎛⎜ 4,49 x ⎞⎟ ⎤
M ⎢x ⎝ L ⎠⎥ M ⎡ x ⎛ x ⎞⎤
w( x) ≅ ⎢ L − sen 4,49 ⎥ ≅ P ⎢ L + 1,02 sen⎜ 4,49 L ⎟⎥
P ⎢ ⎥ ⎣ ⎝ ⎠⎦
⎣ ⎦
(2.34)
O comprimento efetivo da coluna equivalente de Euler é 0,7L , como mostrado em (2.33).
Considere, agora, um pórtico como mostrado na Fig. 2-8, onde a viga é engastada na extremidade
EI
L EI
x
z, w
P
Fig. 2-8 Coluna Restringida Elasticamente - Pórtico
da direita. Por simplicidade, o comprimento L e a rigidez em flexão EI da viga são tomados iguais aos da
coluna. Sob a ação da carga P, com P < Pcr, a coluna comprimirá e o ponto de aplicação da carga
sofrerá um pequeno deslocamento vertical. A viga sofrerá uma pequena flexão, pois a sua extremidade
esquerda terá que acompanhar o ponto de aplicação da carga. Enquanto a coluna estiver reta,
entretanto, estes deslocamentos são muito pequenos e para linearizar o problema, serão desprezados.
2.14
Quando a carga crítica é atingida, entretanto, a deformação de flexão na coluna induzirá flexão na
viga. Devido à sua rigidez, a viga resistirá à flexão pela ação da coluna e exercerá um momento na
mesma. As forças de cisalhamento na viga dependem da magnitude da forma fletida. Como esta pode
ser feita tão pequena quanto se queira (no cálculo da carga crítica as forças produzidas pelas
deformações de flexão e as próprias deformações são consideradas infinitesimais), é razoável admitir-se
que a carga axial na coluna permaneça constante e igual a P durante a flambagem. Para a solução do
problema, portanto, basta avaliar β.
Da teoria de vigas vem que o momento necessário para girar a extremidade de uma viga bi-
engastada de um ângulo θ é M = 4 (EI / L) θ. Portanto, a constante de mola é kθ = 4 EI / L , e β = 4. A
Eq. (2.31), então, fornece:
4 kL
tan kL = (2.35)
(kL )2 + 4
cuja menor raiz é, aproximadamente, kL = 3,829 , de modo que
14,66 EI π 2 EI
Pcr ≅ ≅ (2.36)
L2 (0,82 L )2
⎡ sen⎛⎜ 3,829 x ⎞⎟ ⎤
M ⎢x ⎝ L ⎠⎥ M ⎡ x ⎛ x ⎞⎤
w( x) ≅ ⎢ L − sen 3,829 ⎥ ≅ P ⎢ L + 0,635 sen⎜ 3,829 L ⎟⎥ (2.37)
P ⎢ ⎥ ⎣ ⎝ ⎠⎦
⎣ ⎦
Como observamos na seção 2.5, qualquer problema de estabilidade elástica primária em flexão de
uma coluna pode ser colocada de uma coluna de Euler com comprimento equivalente, ou seja,
π 2 EI ref
Pcr = (2.38)
( L ' )2
onde L’ é o comprimento equivalente da coluna de Euler e Iref o momento de inércia de uma seção de
referência na coluna (necessário quando o momento de inércia da seção não é constante).
Uma outra forma de representar a carga crítica é através do coeficiente de fixação da coluna c. que
para uma coluna de seção constante, varia entre o limites 1 e 4, respectivamente, para a apoio simples e
engaste perfeito em ambas as extremidades:
cπ 2 EI ref
Pcr = (2.39)
L2
A relação entre o comprimento efetivo e o coeficiente de fixação é evidente:
2
L ⎛L⎞
L' = e c=⎜ ⎟ (2.40)
c ⎝ L' ⎠
2.15
Valores de L’ para as condições de contorno mais usuais são dados na Tab. 2-1. Além do caso de
colunas submetidas a cargas centrais nas extremidades, está também contemplado o caso de colunas
submetidas a cargas uniformemente distribuídas ao longo do comprimento.
Uma coluna cujas restrições elásticas nas extremidades são distintas, pode ser analisada em duas
etapas. Inicialmente determinam-se os valores dos coeficientes de fixação para o caso de suportes
elásticos iguais: a) com a rigidez do suporte superior e, b) do suporte inferior.. O coeficiente de fixação
para a coluna sendo analisada evidentemente deve estar entre estes dois valores e pode ser obtida
diretamente da Fig. 2-11.
Alguns casos de colunas de seção variável são considerados na Fig. 2-12. Estão representados os
valores de B = π2c para colunas simplesmente apoiadas com: (a) duas partes de seção constante, mas
de rigidez EI distintas; (b) simétricas, com as extremidades de rigidez constante e menor do que a
rigidez constante da parte central; (c) simétricas, com a parte central de rigidez constante e as
extremidades afiladas em planta e; (d) simétricas, com a parte central de rigidez constante e as
extremidades afiladas na largura e espessura.
Uma série de outros casos é tratado na literatura. Por exemplo, no Manual da Boeing (Ref. 2.1)
podem ser encontrados os coeficientes de fixação para colunas submetidas a cargas axiais
concentradas e cargas distribuídas ao longo do comprimento. A diferença em relação aos casos
considerados na Tab. 2-1 é que aqui a razão entre a carga total distribuída e a carga concentrada pode
variar entre 0 e 1. A Ref. 2.1 também considera o caso de colunas com seções não uniformes. Além dos
casos considerados aqui, considera também colunas simétricas em relação ao centro, mas com a rigidez
constante da parte das extremidades maior do que a rigidez constante da parte central. No que tange
colunas afiladas, são tratados os casos de colunas sólidas de largura constante e extremidades afilando
na espessura e colunas tubulares de espessura constante com extremidades afilando de forma uniforme.
Entre outros, os casos de colunas com cargas seguidoras (cargas concentradas e distribuídas) que
acompanham a deformação da coluna) e cargas passando por pontos fixos são tratados por Data Sheet
do ESDU (Ref. 2-2).
2.16
Tabela 2.1 Comprimentos Equivalentes de Colunas Uniformes
Condições de Contorno
Carregamento
P = PA+ qL q = cte PA Veja Fig. 2-9 - Veja Fig. 2-9 Veja Fig. 2-9 Veja Fig. 2-9
2.17
Fig. 2-9 Comprimento Efetivo de Coluna Submetida à Carga na Extremidade e Carga
Distribuída ao Longo do Comprimento
2.18
(a)
(c)
(b)
2.19
Fig. 2-11 Coeficiente de Fixação Efetivo para Coluna com Apoios
Elásticos Distintos em ambas as Extremidades
2.20
Fig. 2-12 Carga Crítica de Colunas de Seção Variável
2.21
2.7 MÉTODOS DE ENERGIA
Nas seções anteriores, o comportamento de colunas carregadas axialmente foi investigado através
da formulação da equação diferencial de equilíbrio e subseqüente resolução exata. Em muitas
instâncias, entretanto, soluções exatas são ou muito difíceis ou impossíveis de serem obtidas, e métodos
aproximados de análise necessitam ser empregados.
Nas seções que se sucederão serão apresentados alguns dos métodos aproximados mais utilizados
e a formulação variacional do problema de estabilidade de uma coluna. Não será abordado o método
dos elementos finitos por ser tratado separadamente em outro curso. Também não será abordado o
método das diferenças finitas. Para uma breve exposição do método o leitor pode recorrer, por exemplo,
à Ref. 2.3.
Com referência à Fig. 2-13, pode-se escrever o trabalho da força P agindo na extremidade da
coluna à direita e sofrendo deslocamento axial no mesmo sentido devido à flexão, como:
WP = P∆ (2.41)
Da geometria do problema vem que
12
⎡ ⎛ dw ⎞ 2 ⎤
ds = dx + dw = ⎢1 + ⎜
2 2
⎟ ⎥ dx (2.42)
⎢⎣ ⎝ dx ⎠ ⎥⎦
z, w
ds ∆
dw
s dx
P P x, u
L’
2.22
⎡ 1 ⎛ dw ⎞ 2 1 ⎛ dw ⎞ 4 ⎤ ⎡ 1 ⎛ dw ⎞ 2 ⎤
ds = ⎢1 + ⎜ ⎟ − ⎜ ⎟ + ...⎥ dx ≅ ⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥ dx (2.43)
⎢⎣ 2 ⎝ dx ⎠ 8 ⎝ dx ⎠ ⎥⎦ ⎢⎣ 2 ⎝ dx ⎠ ⎥⎦
Integrando ambos os lados da Eq. (2.43) resulta em
2 2
L L' 1 L ' ⎛ dw ⎞ 1 L ' ⎛ dw ⎞
L= ∫0
ds ≅ ∫
0
dx + ∫ ⎜
2 0 ⎝ dx ⎠
⎟ dx = L'+ ∫ ⎜
2 0 ⎝ dx ⎠
⎟ dx (2.44)
2
1 L ' ⎛ dw ⎞
2 ∫0 ⎝ dx ⎠
∆ = L − L' = ⎜ ⎟ dx (2.45)
Por outro lado, o trabalho da força P ao sofrer deformações axiais é dado por
L du
WP axial = − P ∫ dx = − P u ( L) (2.47)
0 dx
b) ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
⎛ d 2w ⎞
z ⎜⎜ 2 ⎟⎟
⎡⎛ du ⎞ 1 ⎛ du ⎞ ⎤ ⎡⎛ du ⎞ 1 ⎛ dw ⎞ ⎤
2 2
⎝ dx ⎠
ε x = ⎢⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ ⎥ + ⎢⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ ⎥ − (2.48)
⎣⎢⎝ dx ⎠ 0 2 ⎝ dx ⎠ 0 ⎦⎥ ⎣⎢⎝ dx ⎠1 2 ⎝ dx ⎠1 ⎦⎥ ⎡ ⎛ dw ⎞ ⎤
2 12
⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥
⎢⎣ ⎝ dx ⎠ ⎥⎦
Para pequenas deformações, (du/dx)2 pode ser desprezado em relação a du/dx. Por outro lado,
com visto anteriormente, (dw/dx)2 pode ser desprezado em relação à unidade. Finalmente, a superfície
neutra da coluna é inextensível sob pequenas deformações em flexão, ou seja, o segundo colchete de
(2.48) é nulo:
2 2
⎛ du ⎞ 1 ⎛ dw ⎞ ⎛ du ⎞ 1 ⎛ dw ⎞
⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ =0 ⇒ ⎜ ⎟ =− ⎜ ⎟ (2.49)
⎝ dx ⎠1 2 ⎝ dx ⎠1 ⎝ dx ⎠1 2 ⎝ dx ⎠1
2.23
⎛ du ⎞ ⎛ d 2w ⎞
ε x = ⎜ ⎟ − z ⎜⎜ 2 ⎟⎟ (2.50)
⎝ dx ⎠ 0 ⎝ dx ⎠
A expressão (2.49) integrada ao longo da coluna daria o deslocamento do ponto x=L devido à
flexão, ou seja, o deslocamento ∆ calculado anteriormente a partir de considerações geométricas (o sinal
negativo indica que o deslocamento se dá no sentido negativo de x).
1 1
U= ∫
2 V
σε dV = ∫ Eε 2 dV
2 V
(2.51)
que para pequenas deformações, fazendo uso da Eq. (2.50), pode ser escrita como
2
1 ⎡⎛ du ⎞ ⎛ d 2 w ⎞⎤
U = ∫ E ⎢⎜ ⎟ − z ⎜⎜ 2 ⎟⎟⎥ dV =
2 V ⎣⎝ dx ⎠ 0 ⎝ dx ⎠⎦
1 L ⎡ ⎛ du ⎞ ⎤ ⎡ L ⎡ ⎛ du ⎞ ⎛ d w ⎞ ⎤ ⎡ 1 L ⎡ ⎛ d 2 w ⎞ ⎤⎡ 2 ⎤
2
2
⎤ 2
⎤
= ∫ ⎢ E ⎜ ⎟ ⎥ ⎢ ∫ dA⎥ dx − ∫ ⎢ E ⎜ ⎟ ⎜⎜ 2 ⎟⎟⎥ ⎢ ∫ zdA⎥ dx + ∫ ⎢ E ⎜⎜ 2 ⎟⎟ ⎥ ⎢ ∫ z dA⎥ dx
2 0 ⎢⎣ ⎝ dx ⎠ 0 ⎥⎦ ⎣ A ⎦ 0
⎣ ⎝ dx ⎠ 0 ⎝ dx ⎠⎦ ⎣ A ⎦ 2 0 ⎢ ⎝ dx ⎠ 0 ⎥ ⎣ A ⎦
⎣ ⎦
Efetuando as integrações na área da seção transversal, e lembrando que os eixos são supostos
principais:
∫ dA = A ; ∫ zdA = 0 ; ∫ z dA = I y
2
A A A
2
⎛ d 2w ⎞
2
1 L ⎛ du ⎞ 1 L
U = ∫ EA( x)⎜ ⎟ dx + ∫ EI y ( x)⎜⎜ 2 ⎟⎟ dx (2.52)
2 0 ⎝ dx ⎠ 0 2 0 ⎝ dx ⎠
1 L M2
1 L
( )
2 ∫0 2 ∫0 EI ( x)
U flexão = =
2
EI ( x ) w" dx dx (2.53)
2.24
du/dx e (dw/dx)2 em relação à unidade, não é possível desacoplar as deformações. Sob as hipóteses
feitas acima, a expressão da energia de deformação seria dada por
2
⎡⎛ du ⎞ 1 ⎛ dw ⎞ 2 ⎤
2
1 L 1 L ⎛ d 2w ⎞
U = ∫ EA( x) ⎢⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ ⎥ dx + ∫ EI y ( x)⎜⎜ 2 ⎟⎟ dx (2.55)
2 0 ⎣⎢⎝ dx ⎠ 2 ⎝ dx ⎠ ⎦⎥ 2 0 ⎝ dx ⎠
Para determinar o equilíbrio de um corpo, pode-se equacionar o trabalho das forças externas com a
energia de deformação. No caso de uma coluna, equacionando-se (2.46) com (2.53) obtém-se
1 L M 2 ( x) P L 2
1 L
( ) ( )
2 ∫0 2 ∫0 EI ( x) 2 ∫0
U flexão = WP flexão = = =
2
EI ( x ) w" dx dx w' dx
L M 2 ( x)
∫
L
EI ( x)(w") dx
2
∫
0 EI ( x)
dx
∴ Pcr = 0
= (2.56)
∫ (w') dx ∫ (w') dx
L 2 L 2
0 0
EXEMPLO
⎛ x ⎞⎛ x⎞
Seja w( x ) ≅ a⎜ ⎟⎜1 − ⎟ uma expressão aproximada para a deflexão de uma coluna uniforme,
⎝ L ⎠⎝ L ⎠
simplesmente apoiada. Substituindo em (2.56)
2
L ⎛ 2a ⎞ 4 EI
∫0 EI ⎜⎝ − L2 ⎟⎠ dx L3 a 2 12EI
Pcr ≅ = = 2
L⎡a ⎛ x ⎞⎤
2
a2 L
∫0 ⎢⎣ L ⎜⎝1 − L ⎟⎠⎥⎦ dx 3L
A comparação com o valor exato, π2EI/L2, indica um erro de aproximadamente 21%. “Obrigar” a
coluna a perder a estabilidade num modo de flambagem diferente do real, w( x ) = a sen πx L , está-se
impondo restrições à coluna. Em consequência, a coluna “aproximada” é mais rígida do que a real e a
carga crítica tem de ser maior. Note que w" ( x ) = − 2a L ≠ 0 nas extremidades, ou seja, a função
2.25
L M 2 ( x) (Pw)2 dx
∫
L
EI ( x)(w") dx dx
∫
L
∫
2
0 EI ( x) 0 EI
P= 0
= = ou
∫0 (w') dx ∫0 (w') dx ∫0 (w') dx
L 2 L 2 L 2
2
⎡⎛ a ⎞⎛ x ⎞⎤ L
a2
∫ ⎜ ⎟⎜ 1 − ⎟⎥ dx
∫ (w') dx = 0 ⎣⎝ L ⎠⎝ L ⎠⎦ =
2 L
⎢
3L = 10 EI
Pcr ≅ 0 2
L w a2L L2
2
⎡⎛ x ⎞⎛ x ⎞⎤
∫0 EI dx
⎢⎜ ⎟⎜1 − L ⎟⎥
L ⎣⎝ L ⎠⎝ 30 EI
⎠⎦
∫0 EI
dx
Neste caso, o erro da solução aproximada é de apenas 1,3%. A explicação para os diferentes
resultados obtidos pelas duas formas da Eq. 2-56 é dada a seguir. Se a deflexão verdadeira é utilizada,
ambas as formas levam ao mesmo resultado, porque ambos, w(x) e w’’(x) são exatos. Se uma
expressão aproximada é utilizada para representar a deflexão, entretanto, o erro em y”(x) é
consideravelmente maior do que o erro em y(x) devido ao processo de derivação, que amplifica os erros.
⎛ x ⎞ ⎡⎛ x ⎞ ⎤
3 2
⎛x⎞
w( x) ≅ a⎜ ⎟ ⎢⎜ ⎟ − 2⎜ ⎟ + 1⎥
⎝ L ⎠ ⎢⎣⎝ L ⎠ ⎝L⎠ ⎥⎦
que de imediato pode ser identificada como a deflexão de uma viga sob carregamento transversal
uniformemente distribuído. Como tal, esta função satisfaz todas as condições de contorno do problema.
Substituindo na Eq. 2-56 vem que
72a 2
EI ( x)(w") dx
L
EI
∫
2
Pcr ≅ 0
= 15L3 = 9,882 EI ,
∫0 (w') dx
L 2 17a 2 L2
35L
com erro de apenas 0,13%. Fazendo uso da expressão que envolve os deslocamentos, obtém-se
17a 2
∫ (w') dx = 35L = 9,871 EI
L 2
Pcr = 0 2
L w 31 a 2 L L2
∫0 EI dx
639 EI
com erro mínimo de 0,014%.
Na seção 2.8 o princípio da conservação da energia foi utilizado para a obtenção da carga crítica de
uma coluna. Nesta seção será considerado um critério de energia um tanto quanto diferente e mais
poderoso, conhecido como o Princípio do Valor Estacionário da Energia Potencial Total.
2.26
a) TRABALHO E ENERGIA DE DEFORMAÇÃO
Seja P uma carga aplicada a um corpo elástico e u o deslocamento do ponto de aplicação desta
carga. Por outro, seja σ a tensão desenvolvida num ponto qualquer e ε a deformação correspondente. A
Fig. 2-14 mostra, de uma maneira geral, a variação de P e σ, respectivamente, com u e ε. A área sob a
curva P x u representa o trabalho, We realizado pela mesma ao sofrer um deslocamento u. Se o corpo é
elástico linear, este trabalho seria dado pela expressão We = ½ P u. Suponha, agora, uma perturbação
no estado de equilíbrio δu, como indicado na figura e o acréscimo correspondente no trabalho:
P
We σ
F
∆ We ∆F
u δu ε δε
1
∆We = Pδu + δPδu + ... = δWe + δ 2We + ...
2
onde δWe, δWe2, etc, são denominadas, respectivamente, de 1a, 2a, etc. variações de We. De uma
maneira geral, num corpo tridimensional,
A primeira integral representa a variação do trabalho das forças de volume atuando no corpo. A variação
do trabalho das forças de superfície (pressões) é representada pela segunda integral. O somatório
representa a variação dos trabalhos das forças generalizadas concentradas (que podem ser momentos,
desde que os δD correspondentes sejam ângulos).
Pode-se tratar o “trabalho interno” das forças da mesma forma, considerando as tensões e
respectivas deformações. A área sob a curva σ x ε representa a densidade de energia de deformação,
escrever:
1
∆F = σδe + δσδε + ... = δF + δ 2 F + ...
2
2.27
Num corpo tri-dimensional, a energia de deformação e dada por
ε yy ε xy ε yz
⎡ε xx ε zz ε zx ⎤
U = ∫ ⎢ ∫ σ xx dε xx + ∫ σ yy dε yy + ∫ σ zz dε zz + ∫ σ xy dε xy + ∫ σ yz dε yz + ∫ σ zx dε zx ⎥ dV (2.58)
V
⎢⎣ 0 0 0 0 0 0 ⎥⎦
.u → u + δu ; v → v + δv ; w → w + δw ⇒ ε xx → ε xx + δε xx ; ..... ε zx → ε zx + δε zx e
∂F ∂F ∂F ∂F ∂F ∂F
δF = δε xx + δε yy + δε zz + δε xy + δε yz + δε zx =
∂ε xx ∂ε yy ∂ε z ∂ε xy ∂ε yz ∂ε zx (2.59)
= σ xx δε xx + σ yy δε yy + σ zz δε zz + σ xy δε xy + σ yz δε yz + σ zx δε zx
∂F ∂F
pois, = σ xx , = σ yy , etc. A primeira variação da energia de deformação é, portanto,
∂ε xx ∂ε yy
PARTICULARIZAÇÃO
⎧σ xx ⎫ ⎡1 − ν ν ν ⎤ ⎧ε xx ⎫
⎪σ ⎪ ⎢ ν 1 −ν ν ⎥ ⎪ε ⎪
⎪ yy ⎪ ⎢ ⎥ ⎪ yy ⎪
⎪⎪σ zz ⎪⎪ E ⎢ ν ν 1 −ν ⎥ ⎪⎪ε zz ⎪⎪
⎨ ⎬= ⎢ ⎥⎨ ⎬ (2.61)
⎪σ xy ⎪ (1 + ν )(1 − 2ν ) ⎢ (1 − 2ν ) 2 ⎥ ⎪ε xy ⎪
⎪σ yz ⎪ ⎢ (1 − 2ν ) 2 ⎥ ⎪ε yz ⎪
⎪ ⎪ ⎢ ⎥⎪ ⎪
⎪⎩σ zx ⎪⎭ ⎣⎢ (1 − 2ν ) 2⎦⎥ ⎪⎩ε zx ⎪⎭
Particularizando para o caso unidimensional, aplicável em corpos alongados com as dimensões da
seção transversal ordem de grandez menor do que o comprimento,
⎧⎪ 2 ε xy2 ⎫⎪
1
U = ∫ E ⎨ε xx +
1
{
⎬ dV = ∫V Eε + Gγ dV , pois .G =
2(1 + ν ) ⎪⎭
2 2
}E
2(1 + ν )
(2.62)
2 V
⎪⎩ 2
1 ⎧σ τ2⎫
{ }
2
σ xx + 2(1 + ν )σ xy dV = ∫ ⎨ + ⎬ dV
1 1 2
U= ∫ 2
(2.63)
2 VE 2 V ⎩E G⎭
Um outro caso de particular interesse é o estado plano de tensões, aplicável em corpos com uma
dimensão muito menor do que as outras duas, e com carregamentos transversais (paralelos à dimensão
menor) e/ou no plano das duas dimensões maiores (e.g., placas, cascas e membranas). Neste caso, as
2.28
tensões na direção da dimensão menor (espessura), são supostas desprezíveis. Se z for o eixo paralelo
a esta dimensão, σ zz = σ yz = σ zx = 0 . Substituindo estas condições nas Eqs. (2.61) obtém-se
ν
ε yz = ε zx = 0 ; ε zz = − (ε + ε yy ) ;
1 −ν
xx
σ xx =
E
{(1 −ν )ε xx + νε yy + νε zz }; σ yy = E
{(1 −ν )ε yy + νε xx + νε zz }
(1 + ν )(1 − 2ν ) (1 + ν )(1 − 2ν )
de modo que (2.58) pode ser integrado:
E ⎧ 1 −ν 2 ⎫
U=
) ∫ ⎨⎩ε + ε yy2 + 2νε xx ε yy + ε xy ⎬ dV
2
(
2 1 −ν 2 V
xx
2 ⎭
(2.64)
U=
1
2E ∫V
{
σ xx2 + σ yy2 − 2νσ xxσ yy + 2(1 + ν )τ xy2 dV } (2.65)
.
b) O PRINCÍPIO DO VALOR ESTACIONÁRIO DO POTENCIAL TOTAL
O Princípio dos Trabalhos Virtuais (PTV) reza: “um corpo elástico de dimensões finitas está em
equilíbrio se e somente se o trabalho virtual feito pelas forças externas for igual à energia de deformação
virtual para qualquer deslocamento virtual arbitrário” e pode ser expresso na forma
δ We = δ U (2.66)
O conceito de deslocamento virtual pode ser explicado com referência à Fig. 2-14. Sob a carga P, o
corpo em equilíbrio apresenta um deslocamento u. A perturbação do equilíbrio para u+δu exigiria uma
força externa P + δP. A expressão do PTV, entretanto, não envolve toda a área hachurada. A sua
aplicação envolve tão somente o retângulo indicado, ou seja, com a carga externa constante. A
denominação deslocamento virtual decorre do fato de que este deslocamento é fictício no sentido de que
é não realizável, ou seja, o corpo real não está em equilíbrio. Por outro lado, no que tange a energia de
deformação virtual, de forma análoga as tensões são supostas constantes. Note que as deformações
virtuais não podem ser quaisquer ... elas têm de ser compatíveis com os deslocamentos virtuais.
2.29
estacionário neste ponto, ou seja, se não ocorrer mudança na energia potencial total do sistema quando
os seus deslocamentos são perturbados por pequenos valores arbitrários”.
Se por um lado o equilíbrio é expresso impondo a 1a variação do funcional (U+V) igual a zero, nada pode
ser afirmado sobre a natureza deste equilíbrio. De fato, a natureza do equilíbrio será indicada pela 2a
variação da energia potencial total. Quando esta for positiva, o ponto estacionário corresponde a um
mínimo local e o equilíbrio é estável. Quando δ 2(U+V)<0, o funcional atinge um máximo local e o ponto
de equilíbrio será instável. O equilíbrio indiferente corresponde a um ponto sela, ou seja, δ 2(U+V)=0.
RESUMO - EXEMPLO
Πp 1 2
k ΠP = U +V = kv − Mgv
g 2
Mg
M
δΠ P = kvδv − Mgδv = 0 ⇒ v =
k
v mínimo δ 2 Π P = kδ 2 v > 0 ⇒ estável
veq v
O cálculo de variações pode ser visto como uma generalização do problema de máximo ou mínimo
do cálculo ordinário. Procura determinar a função w = w(x) que extremiza (i.e, maximiza ou minimiza) a
integral definida
x2
( )
I = ∫ F x, w, w' , w" , ... , w (n ) dx
x1
(2.69)
cujo integrando contém w e suas derivadas. Na mecânica estrutural isto monta a achar a forma
deformada de um sistema que fará com que o potencial total assuma um valor estacionário. A
deformação que satisfaz este critério corresponderá ao estado de equilíbrio do sistema.
2.30
diferenciais e condições de contorno associadas deverão então ser resolvidas para obter-se a solução
do problema. A formulação de problemas complexos através do cálculo de variações é a meu ver mais
simples do que através do equilíbrio do corpo livre, como utilizado nas seções iniciais deste capítulo. Isto
porque envolve quantidades escalares enquanto que a imposição do equilíbrio de um copor livre envolve
quantidades vetoriais. Por outro lado, como será visto a seguir, o cálculo de variações também fornece
todas as condições de contorno que possam ser associadas ao problema, o que em muitos casos não é
trivial deduzir baseado exclusivamente em considerações de equilíbrio. Por exemplo, seria o leitor capaz
de deduzir a condição de cisalhamento nulo na extremidade livre de uma coluna?
I = ∫ F ( x, w, w' , w") dx
x2
(2.70)
x1
x2 ⎧ ∂F ∂F ∂F ⎫
δI = ∫ ⎨ δw + δw'+ δw"⎬ dx = 0 (2.71)
x1
⎩ ∂w ∂w' ∂w" ⎭
Desde que w seja uma função contínua, pode-se demonstar que os sinais de variação e
diferenciação são intercambiáveis, ou seja
dw d d 2w d 2
δw' = δ = (δw) e δw" = δ 2 = 2 (δw) (2.72)
dx dx dx dx
de modo que a Eq. (2-70) pode ser rescrita na forma
x2 ⎧ ∂F ∂F ⎛ d ⎞ ∂F ⎛ d
2
⎞⎫
δI = ∫ ⎨ δw + ⎜ δw ⎟ + ⎜⎜ 2 δw ⎟⎟⎬ dx = 0 (2.73)
⎩ ∂w ∂w' ⎝ dx ⎠ ∂w" ⎝ dx ⎠⎭
x1
x2 x2 x2
Fazendo uso da integração por partes ( ∫
x1
udv = uv − ∫ vdu ), tem-se
x1 x1
x
x2 ∂F ⎛ d ⎞ ∂F 2
x2 d ⎛ ∂F ⎞
∫x1
⎜ δw ⎟ dx =
∂w' ⎝ dx ⎠
δw − ∫ ⎜
∂w' x2 x1 dx ⎝ ∂w' ⎠
⎟δwdx
x x
x2 ∂F ⎛ d 2 ⎞ ∂F 2
d ⎛ ∂F ⎞ 2
x2 d
2
⎛ ∂F ⎞
∫x1
⎜⎜ 2 δw ⎟⎟ dx =
∂w" ⎝ dx ⎠ ∂w"
δw' − ⎜
x1
⎟δw + ∫x
dx ⎝ ∂w" ⎠ x1 1 dx
2
⎜⎜ ⎟⎟δwdx
⎝ ∂w ⎠
x2 ⎡ d ⎛ ∂F ⎞ d ⎛ ∂F ⎞ ∂F ⎤
x2 x2
∂F ⎡ d ⎛ ∂F ⎞ ∂F ⎤ 2
δI =
∂w"
δw' − ⎢ ⎜ ⎟− ⎥δw + ∫ ⎢ 2 ⎜⎜ ⎟⎟ − ⎜ ⎟+ ⎥δwdx = 0 (2.74)
x1 ⎣ dx ⎝ ∂w" ⎠ ∂w' ⎦ x1 x1 ⎣ dx ⎝ ∂w" ⎠ dx ⎝ ∂w' ⎠ ∂w ⎦
2.31
No equilíbrio, a Eq. (2.74) tem de ser satisfeita para qualquer variação δw. Isto só ocorrerá se as
três parcelas em (2.74) forem nulas de forma independente. A condição para que a integral em (2.74)
seja nula para qualquer δw(x) é que o termo entre colchetes seja nulo no domínio [x1,x2], ou seja
d2 ⎛ ∂F ⎞ d ⎛ ∂F ⎞ ∂F
⎜⎜ ⎟⎟ − ⎜ ⎟+ = 0 para x1 ≤ x ≤ x 2 (2.75)
dx 2 ⎝ ∂w" ⎠ dx ⎝ ∂w' ⎠ ∂w
∂F d ⎛ ∂F ⎞ ∂F
em x = x1 , ou = 0 , ou δw' = 0 e ou ⎜ ⎟− = 0 ou δw = 0
∂w" dx ⎝ ∂w" ⎠ ∂w'
(2.76)
∂F d ⎛ ∂F ⎞ ∂F
em x = x 2 , ou = 0 , ou δw' = 0 e ou ⎜ ⎟− = 0 ou δw = 0
∂w" dx ⎝ ∂w" ⎠ ∂w'
Como observado anteriormente, o cálculo de variações não fornece a solução do problema. Para
tanto, é necessário resolver-se a equação diferencial de equilíbrio (2.75) e condições de contorno
associadas (2.76). O cálculo de variações, dado um funcional, permite a formulação completa do
problema associado a este funcional. Esta formulação é “mecânica”, ou seja, composta exclusivamente
de manipulações algébricas. Uma vez definido corretamente o funcional associado ao problema a ser
analisado, a formulação do problema decorre naturalmente, como pode ser observado no exemplo a
seguir.
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
Considere a coluna de seção não-uniforme da Fig. 2-15, ligada em sua extremidade esquerda a
uma mola torsional de constante kθ (lb.in/rad) e uma mola linear de constante k (lb/in) e ao longo de todo
o seu comprimento apoiada sobre um colchão elástico de constante de mola kz(x) (lb/in2). O primeiro
passo consiste em escrever as expressões para a energia de deformação e potencial da carga externa.
z, w
kθ EI(x)
P k kz(x) P
L
x
Fig. 2-15 Coluna com suportes elásticos
2.32
[ ] dx ; U kθ = kθ [w' (0)] ; U k = k [w(0)] ; U kz = ∫ k z ( x) w 2 dx
2
1 L 1 1 1 L
U viga =∫
2 2
EI ( x ) w"
2 0 2 2 2 0
V = −WP = − ∫ P[w'] dx
2
1 L
2 0
Escrevendo o potencial total (U+V) e fazendo a variação, obtém-se
L L L
δ (U + V ) = ∫ EI ( x) w"δw"dx - ∫ Pw' δw'dx + kθ w' δw' 0 + kwδw 0 + ∫ k z ( x) wδwdx = 0 (2.77)
0 0 0
Integrando a primeira parcela por partes duas vezes e a segunda parcela uma vez, tem-se
⎡d ⎤
− ⎢ (EI ( x) w") + Pw'⎥δw
L L
EI ( x) w"δw' + kθ w'δw' 0 + kwδw 0 +
0
⎣ dx ⎦ 0
(2.78)
⎧ d2 ⎫
⎨ 2 [EI ( x) w"] + Pw"+ k z ( x) w⎬δwdx = 0
L
+∫
0
⎩ dx ⎭
As condições de contorno correspondentes à coluna da Fig. 2-15 estão assinaladas nos quadros.
Uma equação diferencial de 4a ordem requer a especificação de 4 condições de contorno, duas em cada
extremidade: ou momento nulo (natural), ou rotação nula (geométrica) e, ou cisalhamento total nulo
(natural), ou deslocamento (geométrica) nulo. O cálculo de variações fornece todas as possíveis
mesma forma, k → ∞ , leva a δw = 0. Se uma molas na extremidade esquerda não estiver apoiada, sua
rigidez efetiva é nula e basta zerar o seu valor na expressão relevante. Na extremidade direita, além das
condições de controno da coluna da figura, estão também contempladas a extremidade livre,
extremidade engastada, ou extremidade engastada e livre para se deslocar verticalmente.
Para fins desta discussão, considere o problema sem as molas. Neste caso, a equação de equilíbrio
e possíveis condições de contorno seriam escritas como
2.33
[EI ( x)w"]′ + Pw" = 0 para 0 ≤ x ≤ L
em x = 0 , ou EI ( x) w" = 0 , ou δw' = 0
e , ou [EI ( x)w"] '+ Pw' = 0 ou δw = 0 (2.80)
em x = L, ou EI ( x) w" = 0 , ou δw' = 0
e , ou [EI ( x)w"] '+ Pw' = 0 ou δw = 0
P
w( x) = C1 sen kx + C 2 cos kx + C 3 x + C 4 com k 2 = (2.81)
EI
Aplicando as quatro condições de contorno, resultam quatro equações na forma
onde os aij são funções de k e L. Este sistema de equações tem uma solução trivial Ci = 0 (i=1,2,3,4).
Neste caso, w(x) = 0, ou seja, a posição perfeitamente reta da coluna é uma posição de equilíbrio para
qualquer valor de P. Esta solução não é de interesse pois o que se deseja é achar o menor valor de P
que pode manter a coluna em equilíbrio numa configuração fletida. Para que se tenha solução não-trivial,
é necessário que o determinante da matriz de coeficientes seja nulo
det [a ] = 0 (2.83)
A expansão de (2.83) resulta na equação característica do problema, cuja menor raiz fornece a
carga crítica. A substituição desta raiz em (2.82), devido à condição (2.83), resulta num sistema de
equações que não são linearmente independentes. Descartando-se uma das quatro equações (cuidando
para que as equações remanescentes não sejam linearmente dependentes), resultará num sistema de 3
equações e 4 incógnitas Ci. Transferindo-se uma das incógnitas para a mão direita, e.g. Cj, pode-se
determinar as demais em termos desta. O modo de flambagem associado à carga crítica será então
dado pela Eq. (2.81).
O problema de auto-valor representado pela Eq. (2.80), de 4ª ordem, pode ser reduzido para a 2a
ordem se ambas as extremidades da coluna são articuladas ou se uma extremidade é livre e outra
engastada. Integrando a equação de equilíbrio em (2.80) duas vezes resulta em
onde A e B são constantes de integração. Se ambas as extremidades são articuladas, a aplicação das
condições de contorno, respectivamente, em x = 0 e x = L, na 2a das Eqs. (2.84) fornece:
2.34
em x = 0 , w" (0) = w(0) = 0 ⇒ B = 0
em x = L, w" ( L) = w( L) = 0 ⇒ A = 0
e o problema de auto-valor (equação de equilíbrio e condições de contorno associadas) é reduzido a
EI ( x) w"+ Pw = 0
(2.85)
w(0) = 0 w( L) = 0
As condições de contorno do problema de auto-valor (2.80), para uma coluna que é livre em x=0 e
engastada em x=L, são
d
w(0) = 0 w" (0) = 0 w' ( L) = 0 [EI(x)w"]x = L = 0 (2.86)
dx
desde que w(x) seja medido da linha de ação da carga aplicada, como mostrado na Fig. 2-16.
w
P
x
Fig. 2-16 Sistema de Coordenadas para Coluna em Balanço
A substituição das condições de contorno (2.86) na segunda das Eqs. (2.84) leva, mais uma vez, a
A = B = 0 e o problema de auto-valor 2.80 fica reduzido a
EI ( x) w"+ Pw = 0
(2.87)
w(0) = 0 w' ( L) = 0
Por ser mais simples de ser resolvida do que a equação de 4a ordem, a equação de 2a ordem é
preferível para colunas com ambas as extremidades articuladas e para colunas em balanço. Note que o
problema da coluna articulada em ambas extremidades e da coluna em balanço é, na realidade, o
mesmo, pois a solução da coluna em balanço é a mesma da coluna articulada com o dobro de
comprimento e simétrica em relação ao plano de engastamento.
Objetivando a generalização, considere que a coluna, além das cargas de compressão nas
extremidades, esteja sujeita a cargas concentradas Pk, e uma carga distribuída px(x) paralela ao eixo x,
como mostrado na Fig. 2-17. Suponha que o movimento longitudinal da coluna seja impedido em x = 0.
Ponto de deslocamento
horizontal nulo
xk
p x(x)
Pk
η dη
2.35
O potencial das cargas aplicadas que está associado com os deslocamentos de flexão w(x) pode
ser encontrado aplicando convenientemente a Eq. (2.46) e levando em consideração a definição (2.67) :
2 2
1 xk
( ) 1
( )
xk
2 ∫0 2 ∫0
VPk = −WPk = − Pk w' dx = − Pk w' dx
1 x
[ ] 1
[w' (η )]2 dη
x
dVpx = −dWpx = − ∫ η η = − ∫
2
p x ( x ) dx w' ( ) d p x ( x ) dx
2 0 2 0
2 0 0
de modo que
K
V = ∑ VPk + Vpx = −
k =1
1 K
∑ Pk ∫ (w' ) dx + ∫ p x ( x)
2 k =1 0
xk 2 1 L
2 0
{∫ [w' (η)] dη }dx
0
x 2
(2.89)
Num problema de estabilidade, e comum considerar que a relação entre as forças Pk e a carga
distribuída px(x) não muda ao se carregar a estrutura. Neste caso é conveniente reescrever a Eq. (2.89)
na forma
V =−
P1 ⎛ K Pk
⎜∑
2 ⎜⎝ k =1 P1 ∫0 (w' ) dx +
xk 2 p0
P1 ∫
0
L
h( x ) {∫ [w' (η)] dη }dx ⎞⎟⎟⎠
x
0
2
(2.90)
A aplicação rigorosa do princípio do valor estacionário da energia potencial total torna obrigatório o
uso do cálculo de variações. Como já foi visto, o uso do cálculo de variações é vantajoso em situações
onde a formulação do problema (obtenção da equação de equilíbrio e condições de contorno
associadas) édifícil de ser obtida através do equilíbrio de corpo livre. Formulado o problema, entretanto,
o cálculo de variações não fornece um método de solução. Felizmente, existe um método através do
qual o princípio do valor estacionário da energia potencial total pode ser aplicado aproximadamente. Este
método, conhecido por Rayleigh-Ritz, fornece uma solução aproximada para o problema e, em tese, esta
solução aproximada pode aproximar-se da solução exata tanto quanto o usuário queira. Em
conseqüência, alguns autores classificam este método como um método direto do princípio variacional
(em contraponto à denominação dada de método indireto, ao esquema de se formular o problema
através do uso do princípio variacional e posterior solução das equações formuladas).
Considere a coluna do exemplo de aplicação da seção 2-10. Considere uma série de molas
lineares, de constante ksm, e torsionais, de constante krm , localizadas em x = xm, m = 1,2, ... M
(generalização da situação daquele exemplo para o qual o par de molas estava localizado em x = 0).
2.36
Considere, também, o carregamento mais geral, como dado na seção 2.12. O potencial total U + V será
então dado por
1 M
{
k sm [w( x m )] + k rm [w' ( x m )] − }
2
U +V =
1 L
∫ EI ( x ) ( w") dx +
1 L
∫ k z ( x )w 2
dx + ∑ 2 2
2 0 2 0 2 m =1
{ }
(2.91)
P⎛ K P ⎞
− 1 ⎜⎜ ∑ k (w' ) dx + p0 h( x) ∫ [w' (η )] dη dx ⎟⎟
xk L x
∫ ∫
2 2
2 ⎝ k =1 P1 0 P1 0 0
⎠
No método de Rayleigh-Ritz, os deslocamentos laterais são agora aproximados pela série
n
w(x) = ∑ c j w j ( x) (2.92)
j=1
onde os cj são coeficientes indeterminados e as funções wj(x) são funções assumidas que
necessariamente têm de satisfazer as condições de contorno geométricas do problema. Como os
cj definem a configuração, eles constituem um conjunto de coordenadas generalizadas. O que o método
propõe é representar um sistema de infinitos graus de liberdade aproximadamente por outro com n de
graus de liberdade. O que está sujeito à variação na expressão (2.91) é a função deflexão w(x), pois a
menos de P1, a carga crítica desconhecida e fixa, o resto é fixo e conhecido. Com a aproximação (2.92),
o que estará portanto sujeito à variação são os coeficientes indeterminados cj. Em termos dos cj , o
princípio do valor estacionário do potencial total pode ser escrito como
n
∂ (U + V )
δ (U + V ) = ∑ δci = 0 qualquer que sejam os δci (2.94)
i =1 ∂ci
∂ (U + V )
= 0 i = 1,2,...n (2.95)
∂ci
M ⎧
∂w" ∂w ∂w( x m ) ∂w' ( x m ) ⎫
dx + ∫ k z ( x )w dx + ∑ ⎨k sm w( x m )
L L
∫0
EI ( x) w"
∂ci 0 ∂ci m =1 ⎩ ∂ci
+ k rm w' ( x m )
∂ci ⎭
⎬−
(2.96)
⎛ K P ∂w' p ⎧ x ∂w' (η ) ⎫ ⎞
− P1 ⎜ ∑ k
xk L
∫ w' dx + 0 ∫ h( x)⎨ ∫ w' (η ) dη ⎬ dx ⎟ = 0 i = 1,2,...n
⎜ k =1 P ∂ci P1 ∂ci ⎟
⎩ ⎭ ⎠
0 0 0
⎝ 1
n n
∑a
j =1
ij c j = P1 ∑ bij c j
j =1
i = 1,2,..., n (2.97)
onde
2.37
{ }
M
EI ( x) wi" w"j dx + ∫ k z ( x )wi w j dx + ∑ k sm wi ( x m ) w j ( x m ) + k rm wi' ( x m ) w 'j ( x m )
L L
aij = ∫ 0 0
m =1
Considere, agora, o caso sem os apoios e fundação elástica (basta zerar os termos
correspondentes na expressão dos a ij). Se a coluna tem ambas as extremidades articuladas ou, como
visto na seção 2.11, uma extremidade livre e a outra engastada, os aij podem ser expressos em termos
− Pw
EI ( x) w" = − Pw de modo que w" = (2.100)
EI ( x)
Substituindo a Eq. (2.100) juntamento com as condições (2.95) na Eq. (2.96), zerando os termos
correspondentes ao apoios e fundação elástica, e rearranjando, resulta:
Seja qual for a forma do método de Rayleigh-Ritz, o resultado em termos da carga crítica será
sempre um limitante superior ao valor exato. Isto porque ao “forçar” a coluna a perder a estabilidade
segundo a Eq. (2.92), e não na forma que corresponde à energia mínima (modo de flambagem exato),
está-se inserndo vínculos no sistema, tornando-o portanto mais rígido.
EXEMPLO 1
Considere a aplicação do método de Rayleigh-Ritz para a obtenção da carga crítica das colunas
equivalentes da Fig. 2-18.
P x P
x
2.38
Tendo em vista as condições de contorno, recomenda-se o uso da Eq. (2.101). Uma série de
funções que satisfazem as condições de contorno geométricas, w(0) = w’(L) = 0 [ ou w(0) = w(2L) = 0 ]
é
n
(2 j − 1)πx
w( x) = ∑ c j sen
j =1 2L
π2 L πx π2
4 L2 ∫0
b11 = cos 2 dx =
2L 8L
1 L2 πx 1 L πx L ⎛3 1 ⎞
a11 =
EI 0 ∫0
sen 2 dx +
2L 2 EI 0 ∫
L/2
sen 2
2L
dx = ⎜ − ⎟
EI 0 ⎝ 8 4π ⎠
4,18 EI 0
Com estes valores acha-se uma aproximação Pcr = . A solução essencialmente exata é
L2
4,135 EI 0
Pcr = , de modo que o erro da solução aproximada é de apenas 0,97%.
L2
Se dois termos são utilizados na solução, acha-se que para solução não trivial é necessário que
⎡π 2 PL ⎛ 3 1 ⎞ PL ⎤
⎢ − ⎜ − ⎟ − ⎥
( [ ])
det [b] − P a = det ⎢
⎢
8L EI 0 ⎝ 8 4π ⎠
PL 9π 2
4πEI 0
PL ⎛ 3 1
⎥=0
⎞⎥
⎢ − − ⎜ − ⎟⎥
⎣ 4πEI 0 8L EI 0 ⎝ 8 12π ⎠⎦
EI 0 4,14 EI 0
onde β= , e cuja maior raiz ( menor valor de P ) é β = 0,2415 . Isto dá Pcr = , que
PL 3
L2
confere com a solução exata em até três dígitos significativos.
EXEMPLO 2
Considere uma coluna uniforme de comprimento L , repousando sobre uma fundação elástica (vide
Fig. 2-15) de constante β , articulada em ambas as extremidades, e submetida a uma carga de
compressão P nas extremidades. Uma série de funções, as quais satisfazem as condições de contorno
geométricas, w(0) = w(L) = 0 [ note que as funções também satisfazem as condições de contorno
naturais, w”(0) = w”(L) =0 ], é
n
mπx
w( x) = ∑ c j sen
m =1 L
2.39
Visando empregar a Eq. (2.98) para o cálculo da carga crítica, é necessário calcular os a ij e b ij usando
as Eqs. (2.99):
⎛ iπ ⎞ ⎛ jπ ⎞ ⎛ iπx ⎞⎛ jπx ⎞ iπ x jπ x
2 2
L L
aij = ∫ EI ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ − sen ⎟⎜ − sen ⎟ dx + ∫ β sen sen dx
0
⎝L⎠ ⎝ L ⎠ ⎝ L ⎠⎝ L ⎠ 0 J L
L ⎛ iπ ⎞⎛ jπ ⎞ iπ x jπ x
bij = ∫ ⎜ ⎟⎜ ⎟ cos cos dx
0
⎝ L ⎠⎝ L ⎠ L L
As funções sen (iπx/L) e sen (jπx/L) , bem como, cos(iπx/L) e cos(jπx/L) são ortogonais no domínio [0,L],
ou seja,
⎡ ⎛ iπ ⎞ 4 ⎤L ⎛ iπ ⎞ L
2
O sistema de equações (2.98) é portanto diagonal. A carga crítica é o menor valor de P que resolve a
Eq. (2.98). O número de semi-ondas do modo de flambagem, dependerá do valor de β. Seja m o número
de semi-ondas no modo crítico. Resolvendo a Eq. (2.98) resulta em
π 2 EI ⎛ 1 βL4 ⎞
Pcr = ⎜⎜ m 2 + 2 4 ⎟⎟
L2 ⎝ m π EI ⎠
2 βL4 βL4
2m − = 0 ⇒ m = 4
m 3 π 4 EI π 4 EI
βL4
Mas m tem de ser inteiro portanto, dado o valor de 4 , deve-se calcular a carga para os valores de
π 4 EI
m imediatamente inferior e superior. A carga crítica será o menor dos valores.
A carga crítica será dada para m=1 somente enquanto for obedecida a inequação
A solução deste problema como apresentada é exata. Isto porque a função sen(mπx/L) satisfaz a
2.40
βL4
contorno associadas tem de ser solução do problema. Nos casos de 4 inteiro, a carga crítica seria
π 4 EI
Pcr = 2 βEI . Dado β, este valor representa um limitante inferior para a carga crítica, pois nos casos
em que a raiz quarta acima não é um inteiro, o menor dos valores de Pcr dados para os inteiros logo
inferior e superior, necessariamente será maior.
Timoshenko & Gere (Ref. 2.4) fornecem os comprimentos efetivos em função da rigidez relativa da
fundação elástica em relação à rigidez da coluna.
βL4/(16EI) 0 1 3 5 10 15 20 30 40 50 75 100
L’/L 1 0,927 0,819 0,741 0,615 0,537 0,483 0,437 0,421 0,406 0,376 0,351
βL4/(16EI) 200 300 500 700 1000 1500 2000 3000 4000 5000 8000 10000
L’/L 0,286 0,263 0,235 0,214 0,195 0,179 0,165 0,149 0,140 0,132 0,117 0,110
EXEMPLO 3
2.41
2.42
2.14 O MÉTODO DE GALERKIN
Considere o funcional tratado na seção 2.10, definido na Eq. (2.70), aqui repetida por conveniência.
I = ∫ F ( x, w, w' , w") dx
x2
(2.70)
x1
2.43
A condição que extremiza este funcional, após as devidas integrações por partes, foi escrita como
x2 ⎡ d ⎛ ∂F ⎞ d ⎛ ∂F ⎞ ∂F ⎤
x2 x2
∂F ⎡ d ⎛ ∂F ⎞ ∂F ⎤ 2
δI =
∂w"
δw' − ⎢ ⎜
x1
⎟− ⎥δ w + ∫
⎣ dx ⎝ ∂w" ⎠ ∂w' ⎦ x1 x1 ⎣ dx
⎢ 2
⎜⎜ ⎟⎟ − ⎜ ⎟+ ⎥δwdx = 0
⎝ ∂w" ⎠ dx ⎝ ∂w' ⎠ ∂w ⎦
(2.74)
Suponha, como no método de Rayleigh-Ritz, que a solução w(x) seja aproximada pela série
n
w(x) = ∑ c j w j ( x) (2.103)
j=1
onde os cj são coeficientes indeterminados e os wj(x) e suas derivadas são funções contínuas no
domínio [x1, x2]. A substituição da Eq. (2.103) na Eq. (2.74) leva a
x2 ⎡ d ⎛ ∂F ⎞ d ⎛ ∂F ⎞ ∂F ⎤ n
x2 x2
∂F n ' ⎡ d ⎛ ∂F ⎞ ∂F ⎤ n 2
∑ w j δc j
∂w" j=1
−⎢ ⎜ ⎟− ⎥ ∑ w j δc j +∫ ⎢ 2 ⎜⎜ ⎟⎟ − ⎜ ⎟+ ⎥ ∑ w j δc j dx = 0
x1 ⎣ dx ⎝ ∂w" ⎠ ∂w' ⎦ j=1 x1
x1
⎣ dx ⎝ ∂w" ⎠ dx ⎝ ∂w' ⎠ ∂w ⎦ j=1
Para que esta expressão seja nula, quaquer que sejam os δcj, é necessário que
x2 ⎡ d ⎛ ∂F ⎞ d ⎛ ∂F ⎞ ∂F ⎤
x2 x2
∂F ' ⎡ d ⎛ ∂F ⎞ ∂F ⎤ 2
wj −⎢ ⎜ ⎟− ⎥w j +∫ ⎢ 2 ⎜⎜ ⎟⎟ − ⎜ ⎟+ ⎥ w j dx = 0 j = 1,...n (2.104)
∂w" x1 ⎣ dx ⎝ ∂w" ⎠ ∂w' ⎦ x1
x1
⎣ dx ⎝ ∂w" ⎠ dx ⎝ ∂w' ⎠ ∂w ⎦
x2 ⎡ d2 ⎛ ∂F ⎞ d ⎛ ∂F ⎞ ∂F ⎤ x2
∫x1
⎢ 2
⎣ dx
⎜⎜ ⎟⎟ − ⎜ ⎟+ ⎥ w j dx = ∫x1 e( w) w j dx =0 j = 1,...n
⎝ ∂w" ⎠ dx ⎝ ∂w' ⎠ ∂w ⎦
(2.105)
A Eq. (2.105) é conhecida por Método de Galerkin. Este método exige que as funções da base de
aproximação satisfaçam todas as condições de contorno do problema. A condição de Galerkin,
procurando minimizar o erro, é a de torná-lo ortogonal às funções de base no domínio. Se as funções de
base não satisfazem todas as condições de contorno, a substituição de (2.103) nas mesmas também
gera um erro que necessita ser levado em consideração no critério. A Eq. (2.104) retrata este critério,
sendo conhecida como o Método Generalizado de Galerkin.
2.44
satisfazem são facilmente identificadas, o método de Galerkin é normalmente indicado. Na seção a
seguir o método de Galerkin será utilizado para a obtenção de resultados aproximados de uma coluna
submetida à grandes delfexões.
O objetivo desta seção é duplo: servir de exemplo para uma aplicação do método de Galerkin e
fornecer alguns resultados para colunas submetidas a grandes deflexões. O desenvolvimento da teoria
de grandes deformações em colunas e tratamento matemático exato do tema pode ser encontrado no
texto do Chajes, Ref. 2.3.
Considere a coluna simplesmente apoiada mostrada na Fig. 1-19. Além da hipótese de pequenos
deslocamentos, que será aqui descartada, todas as outras idealizações consideradas para a coluna de
Euler continuam válidas. O membro é suposto inicialmente perfeitamente reto e carregado ao longo de
seu eixo central e o material é suposto elástico linear, ou seja, obedecendo à lei de Hooke.
Se o sistema de coordenadas x-z é tomado como mostrado na figura e a coluna está em equilíbrio
numa configuração fletida, o momento externo Pw, em qualquer seção, é igual ao momento resistente
interno –EI/R, onde R é o raio de curvatura e, portanto, 1/R a própria curvatura.
dw
dx θ ds
Ou seja,
EI
Pw = − (2.106)
R
A solução da equação é facilidada se a curvatura é expressa como a razão de variação da
inclinação. Se a inclinação em qualquer seção for dada por θ e a distância ao longo da curva da orígem à
seção por s , a curvatura é
1 dθ
= (2.107)
R ds
2.45
Substituição desta expressão na Eq. (2.106) leva a
dθ
EI + Pw = 0 (2.108)
ds
Esta equação é manipulada na Ref. 2.3 e a solução é apresentada em termos de integrais elípticas
tabeladas.
dw d 2w dθ
= sen θ ∴ = cosθ ⇒
ds ds 2
ds
d 2w d 2w
dθ 1 d 2w (2.109)
⇒ = = ds 2 = ds 2
ds cosθ ds 2 (
1 − sen 2 θ
12
) ⎡ ⎛ dw ⎞ 2 ⎤
12
⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥
⎣⎢ ⎝ ds ⎠ ⎦⎥
d 2w
ds 2 P
+ w=0 (2.110)
⎡ ⎛ dw ⎞ 2 ⎤
12
EI
⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥
⎢⎣ ⎝ ds ⎠ ⎥⎦
O denominador do primeiro termo pode ser expandido numa série de Taylor, de modo que (2.110)
toma a forma de
d 2 w ⎧⎪ 1 ⎛ dw ⎞ ⎫⎪ P
2 4
3 ⎛ dw ⎞
⎨1 + ⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ + ... ⎬+ w=0 ( 2.111)
ds 2 ⎪⎩ 2 ⎝ ds ⎠ 8 ⎝ ds ⎠ ⎪⎭ EI
d 2 w ⎧⎪ 1 ⎛ dw ⎞ ⎫⎪ P
2
⎨1 + ⎜ ⎟ ⎬+ w=0 (2.112)
ds 2 ⎪⎩ 2 ⎝ ds ⎠ ⎪⎭ EI
Como o funcional potencial total, cuja equação de Euler seja representada pela Eq. (2.112), não
está disponível, o método de Galerkin é indicado para a solução.
Seja a solução aproximada por uma série que satisfaz todas as condições de contorno
2.46
n
jπs
w(s) = ∑ w j sen (2.113)
j=1 L
πs π πs ⎛π ⎞ πs
2
⎧⎡ ⎤ ⎫
⎪⎢ ⎥ ⎪
⎛π ⎞ πs ⎪⎢ P ⎥ 1 2⎛π ⎞ 2 πs ⎪
2 2
e( s ) = − w1 ⎜ ⎟ sen ⎨ 1 − + w1 ⎜ ⎟ cos ⎬=
⎝L⎠ L ⎪⎢ ⎛ π ⎞ 2 ⎥ 2 ⎝ L ⎠ L⎪
⎪⎢⎢⎣ ⎜⎝ L ⎟⎠
EI ⎥ (2.115)
⎥⎦ ⎪
⎩ ⎭
⎛π ⎞ πs ⎧⎪⎡ P ⎤ 1 2⎛π ⎞ πs ⎪⎫
2 2
onde e(s) é o erro cometido na satisfação da equação de equilíbrio e PE é a carga crítica de Euler.
Tornando e(s) ortogonal em relação a senπx/L no domínio [0,L}, resulta em
L πs
∫0
e( s ) sen
L
dx =0 ⇒
(2.116)
⎛π ⎞
2
L ⎧⎪⎛ P⎞ 2 πs 1 2⎛π ⎞
2
πs πs ⎫⎪
⇒ − w1 ⎜ ⎟
⎝ L⎠
∫
0
⎨⎜⎜1 −
⎪⎩⎝ PE ⎠
⎟⎟ sen + w1 ⎜ ⎟ sen 2 cos 2 ⎬ds = 0
L 2 ⎝L⎠ L L ⎪⎭
Como não poderia deixar de ser, a solução trivial w1 = 0 resulta de imediato. A outra solução é
encontrada fazendo-se a integração e igualando a zero. Considerando que
L πs L L πs πs 1 L⎛ 2πs ⎞ 1⎛ L⎞
∫0
sen 2
L
ds =
2
; ∫0
sen 2
L
cos 2
L
ds = ∫ ⎜
4 0⎝
1 − cos 2
L
ds ⎟dx = ⎜ L − ⎟
⎠ 4⎝ 2⎠
(2.117)
L ⎧⎪⎛ P⎞ 2 πs 1 2⎛π ⎞
2
2 πs
⎫
2 πs ⎪ L⎛ P ⎞ L 2⎛π ⎞
2
∫0
⎜
⎨⎜1 − ⎟
⎪⎩⎝ PE ⎟⎠
sen + w1 ⎜ ⎟ sen
L 2 ⎝L⎠ L
cos
L ⎪⎭
⎜
⎬ds = ⎜1 − ⎟ + w1 ⎜ ⎟ = 0 (2.118)
2 ⎝ PE ⎟⎠ 16 ⎝ L ⎠
w1 2 ⎛ P ⎞
= 2⎜⎜ − 1⎟⎟ (2.119)
L π ⎝ PE ⎠
A Eq. (2.119) mostra que a segunda solução do problema não existe para P < PE, pois neste caso o
radical seria negativo. O resultado não poderia ser outro, pois nestas condições somente a coluna
perfeitamente reta é solução.
2.47
Para valores crescentes de P/PE uma solução mais precisa é obtida se forem incluídos termos de
ordem maior na Eq. (2.111) e se forem utilizados mais termos na série (2.113). O resultado com a
inclusão de mais um termo da Eq. (2.111) e ainda mantendo um só termo na Eq. (2.113) é
w1 2 3 ⎛ P ⎞
= 12⎜⎜ − 1⎟⎟ + 1 − 1 (2.220)
L 3π ⎝ PE ⎠
Na derivação da carga de Euler, o membro foi assumido perfeitamente reto e o carregamento foi
considerado ao longo do eixo central. Membros e carregamentos perfeitos, entretanto, não existem em
problemas reais de engenharia. Pequenas excentricidades no carregamento e imperfeições na forma
fazem sentir a sua presença em todas as colunas reais. É portanto desejável investigar o comportamento
de uma coluna imperfeita e compará-lo com o comportamento previsto pela teoria de Euler.
Considere a coluna da Fig. 2-21, perfeitamente reta mas carregada excentricamente. Assume-se
que o membro obedece à Lei de Hooke e que as deformações permaneçam pequenas. Equacionando o
momento interno –Eiw” em qualquer seção, como o correspondente momento aplicado P(e+w) resulta
P
EIw"+ P(e + w) = 0 ou w"+ k 2 w = −k 2 e , onde k 2 = (2.221)
EI
cuja solução geral é
2.48
Fig. 2-21 Coluna Carregada Excentricamente
1 − cos kL
A=e , de modo que a Eq. (2.222) pode ser escrita como
sen kL
⎛ 1 − cos kL ⎞
y ( x) = e⎜ cos kx + sen kx − 1⎟ (2.223)
⎝ sen kL ⎠
⎛ kL ⎞ ⎡ ⎛π P ⎞ ⎤
δ = e⎜ sec − 1⎟ = e ⎢sec⎜⎜ ⎟ − 1⎥
⎟ (2.224)
⎝ 2 ⎠ ⎢⎣ ⎝ 2 PE ⎠ ⎥⎦
A Fig.2-22 fornece uma representação gráfica da Eq. (2.224). A variação de δ com P/PE é graficada
para dois valores da excentricidade e.
2.49
2.17 COLUNAS COM FORMAS IMPERFEITAS
Aqui será considerada uma coluna cujo eixo está inicialmente fletido. Mais uma vez é considerado
que o comportamento do material é elástico linear e que as deflexões são pequenas, ou seja, são válidas
todas as hipóteses feitas na teoria de Euler excetuando aquela que considera o eixo inicialmente reto.
Considere a coluna simplesmente apoiada da Fig. 2-23. A deformação inicial do membro é dada por
w0(x) e a deformação inicial devido à flexão, por w(x). Equacionando os momentos interno e externo
obtém-se
Para obter a solução particular, considere w0(x) expressa por uma série de Fourier
∞
nπx
w0 ( x) = ∑ wn sen (2.227)
n =1 L
Se w0(x) é conhecida, pode-se obter os coeficientes de Fourier multiplicando-se ambos os lados da Eq.
(2.227) por sen(mπx/L) e integrar de 0 a L. Isto resulta em
mπx
L
2
wm = ∫ w0 ( x) sen dx (2.228)
L0 L
2.50
∞
nπx
w"+ k 2 w = − k 2 ∑ wn sen (2.229)
n =1 L
∞
nπx
w p ( x) = ∑ c n sen (2.230)
n =1 L
Substituindo wp na Eq. (229) e equacionando os coeficientes dos termos em seno com o mesmo
argumento, de ambos os lados da equação, resulta
wn k 2 wn wn
cn = = = (2.231)
⎛ nπ ⎞
2
1 ⎛ nπ ⎞
2
P
⎜ ⎟ −k
2
⎜ ⎟ −1 n2 E −1
⎝ L ⎠ k2 ⎝ L ⎠ P
∞
wn nπx
w( x) = A sen kx + B cos kx + ∑ sen
n =1 2 PE L
n −1
P
A aplicação das condições de contorno, w(0) = w(L) = 0, leva a A = B = 0, de modo que
∞
nπx
w( x) = ∑ An wn sen (2.232)
n =1 L
onde
1
An = (2.233)
P
n2 E −1
P
é o fator de amplificação que é aplicado sobre a n-ésima componente de w0 como resultado da aplicação
da carga P. A deflexão total é obtida somando-se w0(x) e w(x)
∞
nπx
wT ( x) = w0 ( x) + w( x) = ∑ (1 + An )wn sen (2.234)
n =1 L
Na prática, w0(x) e, portanto, wn não é conhecido. Entretanto, pode-se esperar que wn fique menor à
medida que cresça n, e uma hipótese razoável é que a amplitude da componente de Fourier seja
proporcional ao comprimento de onda da componente. Isto dá wn = w ( L / n), onde w é suposto igual
wT ( x) w0 ( x) + w( x) ∞
(1 + An ) nπx
= = w∑ wn sen (2.235)
L L n =1 n L
2.51
Valores de An como função de P/PE computados pela Eq. (2.233) para n = 1 a 3, são dados na
tabela. Observa-se, a menos que P/PE seja pequeno, que o primeiro termo da Eq. (2.235) domina a série
e serve como uma boa aproximação para a mesma.
P/PE A1 A2 A3
Substituindo a Eq. (2.233) no primeiro termo da Eq. (2.235) e calculando o resultado em x = L/2,
tem-se
wT ( L 2) w
= (2.236)
L 1 − P PE
Esta equação está representada graficamente na Fig. 2-24 para valores de deflexões iniciais
qualidade pobre, média e acima da média. Nota-se que quando P/PE é pequeno, as deformações de
flexão são pequenas, mas quando P/PE se aproxima da unidade, as deformações de flexão aumentam
rapidamente e tornam-se muito grandes. Quando a imperfeição original tende a zero, o comportamento
da coluna imperfeita se aproxima daquela da coluna perfeita, que não admite deflexão até que P/PE = 1.
Entretanto, nota-se que a coluna, em vez de permanecer reta, a coluna com imperfeições tendendo a
2.52
zero permanece praticamente reta até que o ponto de bifurcação da coluna perfeita é aproximado. Daí
em diante, segue de perto a solução da coluna perfeita flambada.
A Eq. (2.236) indica que a deflexão no centro da coluna tende a infinito à medida que P/PE tende
para a unidade e que as deflexões são tanto maiores quanto maior for a imperfeição original. A análise
linear mostra, então, que a capacidade de absorção de carga da coluna é sempre menor do que a carga
de Euler, independentemente de quão pequena seja a imperfeição. Se a distorção inicial é considerável,
a coluna experimenta deflexões consideráveis, sob cargas sensivelmente menores do que a de Euler.
Este resultado, entretanto, requer um exame mais cuidadoso porque, sob deflexões grandes, a
aproximação para a curvatura dada por d2w/dx2 torna-se imprecisa, e a teoria linearizada de flexão não é
mais aplicável. A teoria linear adotada também falha quando as deflexões no centro da coluna são
grandes porque as tensões devido à compressão e flexão excedem o limite de proporcionalidade.
d 2w
ds 2 P P
+ w=− w0 (2.237)
⎡ ⎛ dw ⎞ 2 ⎤
12
EI EI
⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥
⎣⎢ ⎝ ds ⎠ ⎦⎥
O denominador da primeira parcela poderia ser expandido numa série de Taylor e a retenção de um ou
mais termos não lineares proveria uma aproximação. A deflexão inicial poderia ser aproximada pelo
primeiro termo de uma série de Fourier e a equação resultante resolvida aproximadamente utilizando-se
o método de Galerkin. Em seu texto, Rivello (Ref. 2.5) adota um procedimento alternativo. Ele deriva um
potencial total aproximado incluindo os termos não-lineares mais relevantes e em seguida aplica o
método de Rayleigh-Ritz. Os resultados obtidos são menos precisos do que aqueles que seriam obtidos
da forma indicada acima em conjunto com o método de Galerkin. Como objetivo aqui, é tão somente
discutir qualitativamente o comportamento da coluna imperfeita submetida a grandes deformações, a
questão de precisão perde importância e o desenvolvimento realizado na Ref. 2.5 será omitido. O
resultado obtido por Rivello para as deflexões é
wT ( L / 2) 2 2 P PE − 1
= (2.238)
L π 4 − 3 P PE
A Eq. (2.238) possui uma tangente horizontal em P/PE = 1, que caracteriza a estabilidade neutra e
a indeterminação das deflexões na teoria linear de pequenas deflexões. A Fig. 2-25 mostra que embora
a configuração reta seja teoricamente possível para uma coluna perfeita quando P/PE > 1, colunas com
imperfeições infinitesimais apresentam deflexões aproximadas pela Eq. 2.238. Uma vez que qualquer
2.53
coluna contém imperfeições, mesmo que pequenas, a Eq. (2.238) é a única solução (aproximada) de
interesse.
A teoria não-linear adotada para a derivação da Eq. (2.238) falha quando as tensões devidas à
compressão direta e flexão excedem o limite de proporcionalidade. Para obter uma indicação de quando
este efeito se torna importante, Rivello assumiu um material elástico perfeitamente plástico, com a razão
da tensão de escoamento pelo módulo de elasticidade igual a 6,66 x 10-3 e uma seção idealizada em I,
onde a contribuição da alma para a rigidez em flexão é desprezada. A aproximação pretende simular a
liga de alumínio 7075-T6, mesmo que grosseiramente. Os resultados desta análise estão mostrados
pelas curvas tracejadas na Fig. 2-25, para alguns valores L/ρ, onde ρ é o raio de giração da seção.
Quando as fibras do lado côncavo da coluna excedem a tensão de escoamento, a rigidez em flexão da
coluna decresce, o aumento das deformações é acelerado e o colapso logo se estabelece. Em
conseqüência, o valor último de P/PE resistido pela coluna é aproximadamente aquele correspondente
ao ponto de interseção das curvas dos w1/L e L/ρ.
Para colunas que falham numa tensão média dentro do regime elástico, as Figs. 2-24 e 2-25
permitem tirar-se as seguintes conclusões:
1) A posição reta é a única configuração de equilíbrio possível para colunas com imperfeições
tendendo a zero, até que P = PE ;
2.54
3) Colunas com imperfeições usuais (relativamente pequenas) não fletem apreciavelmente até que
P se aproxime de PE. As deflexões crescem rapidamente à medida que P se aproxima de PE ,
seguindo de perto a curva para colunas com imperfeições tendendo a zero;
5) As deflexões no colapso são pequenas o suficiente para permitir o uso da teoria linear, na qual
a curvatura é aproximada por d2w/dx2 ;
6) Colunas de manufatura pobre, com imperfeições sensíveis, entram em colapso sob cargas
sensivelmente menores do que a de Euler.
A coincidência física de que a capacidade última de absorção de carga de uma coluna com
pequenas imperfeições, como aquelas manufaturadas para uso aeronáutico, pode ser prevista pela
teoria linear para a coluna perfeita é afortunada. Significa que colunas que falham numa tensão média no
regime elástico podem ser projetadas através da fórmula simples de Euler, não sendo necessária uma
análise não-linear relativamente complicada.
As conclusões relativas ao problema de colunas com deflexão inicial são aplicáveis também às
colunas carregadas com pequenas excentricidades e às colunas com pequenas cargas laterais, como
será visto no Capítulo 3. Por outro lado, a Eq. (2.236) fornece um critério alternativo de estabilidade
que pode ser enunciado como “a carga crítica é aquela sob a qual as deformações de um sistema
levemente imperfeito tendem a infinito”. Desta forma, a carga crítica pode ser obtida através da análise
linear de um sistema com qualquer tipo de imperfeição (deformação inicial, cargas excêntricas ou cargas
laterais). Há situações em que esta análise é mais simples do que a solução do problema de auto-valor
resultante da análise da coluna perfeita.
Não se deve, entretanto, concluir que o resultado de uma análise linearizada é capaz de prever a
carga de colapso para qualquer problema de flambagem. Em placas e cascas a carga de colapso pode
ser consideravelmente diferente daquela prevista pela análise da condição de equilíbrio neutro sob
pequenas deformações. De fato, na próxima seção será visto que a condição de estabilidade neutra de
uma coluna perfeita não é capaz de prever adequadamente a carga de falha de uma coluna imperfeita
se a tensão média na falha exceder o limite de proporcionalidade.
Euler derivou a equação da flambagem de uma coluna perfeita em 1759. Na época, acreditava-se
que a fórmula seria aplicável tanto para colunas esbeltas, quanto para colunas curtas. Quando, no início
do século 19, ensaios em laboratório mostraram que a fórmula era não-conservativa para colunas curtas,
acreditou-se que o trabalho de Euler era completamente errôneo e o mesmo foi descartado por um
período considerável. Em 1845, Lamarle indicou que o trabalho de Euler era válido somente no regime
elástico. Considère e Engesser, em 1989, chegaram à mesma conclusão de que a fórmula de Euler era
válida para colunas esbeltas. Ambos também perceberam que a fórmula de Euler poderia ser utilizada
2.55
para colunas curtas, desde que o módulo de elasticidade E fosse substituído por um módulo efetivo para
flambagem plástica. O foco da questão, então, mudou: “qual seria este módulo efetivo?”
Para entender o dilema que se instalou à época, considere o diagrama tensão-deformação. Durante
a flambagem, quando a coluna passa da posição reta para a posição fletida, qual seria o comportamento
das fibras nas partes côncava e convexa do membro? Seja σA a tensão de compressão em todas as
fibras da coluna, ainda na posição reta, no momento da flambagem. Com a flexão da coluna, duas
possibilidades devem ser consideradas:
a) todas as fibras continuam comprimindo ao se dar a flexão, de modo que o módulo efetivo para a
seção é o módulo tangente Et . Isto só é possível, se a carga continua aumentando durante a
flambagem;
Engesser acreditava que o módulo tangente era o módulo efetivo correto a ser utilizado. Considère
não chegou a uma conclusão específica concernente ao valor do módulo efetivo mas ele sugeriu a
possibilidde b) acima. Esta linha de raciocínio é a base para a teoria do módulo duplo, ou módulo
reduzido, de acordo com a qual o módulo efetivo é função de ambos, o módulo de elasticidade e o
módulo tangente (bem como da geometria da seção). Tão logo Engesser teve conhecimento do trabalho
de Considère, reconheceu a sua validade e foi o primeiro a derivar o valor correto do módulo efetivo
baseado na teoria do módulo duplo, que em valor é necessariamente maior do que o módulo tangente.
Entretanto, somente em 1910, quando Von Karman rederivou de forma independente a teoria do módulo
duplo, substanciando-a com ensaios em laboratório, ela foi universalmente aceita.
Nos aproximadamente 30 anos que se sucederam, a teoria do módulo duplo foi aceita como correta
para a análise da flambagem plástica. Nos anos 1940, entretanto, aconteceu um extenso programa de
ensaios em colunas de liga de alumínio, por parte da indústria aeronáutica. Ao contrário dos
experimentos de von Karman, estes testes indicaram que a carga de falha é aproximadamente igual á
carga fornecida pela teoria do módulo tangente. Os críticos responsabilizavam as imperfeições iniciais e
pobres condições de controle dos ensaios (condições de controno) pelos valores menores obtidos nestes
2.56
ensaios do que aqueles obtidos por von Karman. Mas as condições dos testes realizados pela indústria
eram típicas de condições operacionais (e não perfeitamente controladas como nos ensaios de von
Karman) de modo que esta passou a utilizar a teoria do módulo tangente no projeto de aeronaves.
Finalmente, em 1947, Shanley resolveu o problema. Ele utilizou um modelo simples de duas barras
rígidas conectadas entre si por uma célula deformável, constituída de dois elementos axiais separados
por uma distância (um elemento representando a parte côncava e o outro a parte convexa). O conjunto é
articulado nas extremidades e a curva tensão deformação utilizada foi a bi-linear. Os detalhes podem ser
encontrados na Ref. 2-3.
O comportamento é resumido pela curva sólida. A flexão inicia na carga do módulo tangente e
progride com o incremento da carga axial. Com grandes deflexões laterais a carga axial se aproxima da
carga fornecida pela teoria do módulo reduzido. A diferença mais importante entre uma coluna real e a
coluna de Shanley é que o decréscimo do módulo tangente é contínuo (e não bi-linear). Se uma variação
contínua do módulo tangente é introduzida no modelo de Shanley, obtém-se a curva tracejada cuja carga
máxima está entre a carga tangente e a carga reduzida. Ensaios de laboratório mostram ser isto um fato
e também que a carga máxima está mais próxima da carga tangente.
A condição dada pela teoria do módulo duplo tem a vantagem dúbia de satisfazer o critério clássico
de estabilidade, ou seja, do ponto de bifurcação da coluna reta sem variação da carga. Mas ela
corresponde a um ponto de equilíbrio instável e realizável em laboratório somente sob condições muito
controladas.
O engenheiro está interessado em achar a carga última que pode ser suportada por colunas com
pequenas imperfeições e não a carga de bifurcação de uma coluna reta. Sob imperfeições, a
compressão e flexão procedem simultaneamente e um coluna falhará antes que a carga reduzida seja
atingida. Finalmente, a teoria do módulo tangente fornece um valor para a carga crítica que é
conservativo para colunas retas, ou com pequenas imperfeições.
2.57
Em consequência, a teoria a ser utilizada para a análise da flambagem plástica de colunas é a
do módulo tangente.
Além de ser a mais indicada para projeto, a teoria do módulo tangente possui a grande vantagem de
ser de mais fácil implementação. O módulo reduzido, além de depender do próprio módulo tangente,
depende também da geometria da seção. Em consequência, a teoria do módulo reduzido apresenta
interesse pouco além do acadêmico, de modo que não será apresentada aqui. O leitor interessado pode
encontrar a derivação nas Refs. 2.3 ou 2.5.
A teoria de Euler adaptada para a flambagem plástica de colunas pode então ser escrita na forma
π 2 Et I cπ 2 Et I
Pcr = = (2.239)
( L ' )2 L2
onde L’ é o comprimento efetivo da coluna e c o coeficiente de fixação. O devido cuidado deve ser
tomado nos casos em que o comprimento efetivo depende do módulo. Em todas as instâncias da
seção 2.6 (inclusive gráficos) em que aparece o módulo de elasticidade E , este deve ser substituído
pelo valor relevante do módulo tangente Et . Como o valor do módulo tangente não é conhecido à priori,
a menos que seja utilizada uma representação como a de Ramberg-Osgood, o processo tem de ser
iterativo.
A Eq. (2.239) é mais convenientemente escrita em termos de tensões. Dividindo ambos os lados
pela área da seção transversal e fazendo uso da definição de raio de giração ρ2 = I/A, obtém-se a
tensão admissível para colunas:
π 2 Et cπ 2 Et
Fc = 2
= 2
(2.240)
⎛ L' ⎞ ⎛L⎞
⎜⎜ ⎟⎟ ⎜⎜ ⎟⎟
⎝ρ⎠ ⎝ρ⎠
Para fins de projeto é conveniente traçar as curvas da tensão admissível Fc vs a razão de esbeltez
efetiva L’/ρ para o material utilizado. Isto é facilmente realizável assumindo-se valores de Fc, achando os
valores correspondentes de Et da curva tensão deformação do material e calculando-se L’/ρ. Tais curvas
para uma série de materiais são apresentadas nas Figs. 2-27 a 2-39. Nestas figuras, a linha tracejada
horizontal é a tensão de escoamento. Valores acima destas linhas de corte em projeto têm de ser
substanciados através de ensaios. Na Ref. 2.7 podem ser encontradas curvas adicionais.
A relação básica de Ramberg-Osgood para Et, Eq. (1.15), pode ser escrita na forma
Et 1
= (2.241)
E 1 + (3n 7 )(F F0.7 )n −1
A Eq. (2.242) está representada graficamente na Fig. 2-40. Para um dado material, n, F07 e E são
conhecidos. Assumindo valores para a tensão F, a Fig. 2-40 pode ser utilizada para achar os valores
correspondentes de Et/E.
2.58
2.59
2.60
2.61
2.62
2
⎛L ⎞
Et F0.7 (L' ρ ) 2
F0.7 ⎜⎝ ρ ⎟⎠ F0.7
= = = B2 (2.242)
Fc E π2 E cπ 2 E
Por outro lado, multiplicando-se ambos os lados da Eq. (2.241) por F0.7/Fc, obtém-se
2 2
⎛⎜ L' ⎞⎟ ⎛⎜ L ⎞⎟
Et F0.7 ρ F ρ F
= B 2 = ⎝ 2 ⎠ 0.7 = ⎝ 2⎠ 0.7
1
= (2.243)
E Fc Fc 3 ⎛ F ⎞
n
π E cπ E
+ n⎜⎜ c ⎟⎟
F0.7 7 ⎝ F0.7 ⎠
Fc 1 F0.7 L'
Fixando n e assumindo valores de , pode-se calcular B =
F0.7 π E ρ , utilizando a Eq.
(2.243). A Fig. (2-41) mostra os gráficos de Fc/F0.7 em função de B para diversos valores de n. O
problema pode também ser resolvido diretamente, numa calculadora ou por processo iterativo como
mostrado no Cap. 1. A equação de interesse é:
⎛ρ⎞ Ec 2 ⎛ ρ ⎞
2 2
Fc 1 E 1
= n −1
π 2
⎜ ⎟ = n −1
π ⎜ ⎟ (2.244)
F0.7 3n ⎛ F ⎞ F0.7 ⎝ L' ⎠ 3n ⎛ F ⎞ F0.7 ⎝ L ⎠
1 + ⎜⎜ c ⎟⎟ 1 + ⎜⎜ c ⎟
⎟
7 ⎝ F0.7 ⎠ 7 ⎝ F0.7 ⎠
2.63
2.19 FÓRMULAS EMPÍRICAS PARA FLAMBAGEM DE COLUNAS
Fórmulas empíricas têm sido utilizadas através dos tempos para prever a carga de falha de colunas
curtas. Diante da boa correlação entre a teoria do módulo tangente e de dados experimentais para
colunas manufaturadas de materiais aeronáuticos, entretanto, o uso de fórmulas empíricas para a
flambagem primária de colunas não é necessário. Algumas poucas destas equações têm sido usadas na
indústria aeroespacial e são fornecidas na Ref. 2.6 como alternativa à equação do módulo tangente. Em
outro capítulo será mostrado que a teoria do módulo tangente não é aplicável a colunas que falham por
instabilidade secundária. É nesta situação que curvas empíricas encontram aplicação.
As fórmulas empíricas mais usuais empregam uma simples regra de potências na forma
n
⎛ L' ⎞
Fc = Fco − β ⎜⎜ ⎟⎟ (2.245)
⎝ρ⎠
onde Fco é a tensão em L’/ρ = 0 e n é um parâmetro que estabelece a forma da curva. O parâmetro Fco é
denominado de tensão de escoamento da coluna, e é dado como função da tensão de escoamento em
compressão para os materiais mais usuais na Ref. 2-6. No caso de falha secundária de colunas este
parâmetro será apropriadamente definido em capítulo posterior. O coeficiente β é determinado
obrigando-se a curva empírica a ser tangente à curva de Euler na razão de esbeltez de transição (L’/ρ)tr.
Os parâmetros Fco e n são escolhidos de modo tal que a fórmula empírica aproxime os dados
experimentais. Para simplificar a equação, n é usualmente tomado como inteiro. Os valores mais
comumente utilizados são n =1 (fórmula da reta) e n =2 (parábola de Johnson), ou seja:
⎡ 0,385(L' ρ ) ⎤ L' 3E
n = 1 ⇒ Fc = Fco ⎢1 − ⎥ ; ≤π (2.247)
⎣⎢ π E Fco ⎦⎥ ρ Fco
⎡ F ( L ' ρ )2 ⎤ L' 2E
n = 2 ⇒ Fc = Fco ⎢1 − co 2 ⎥ ; ≤π (2.248)
⎢⎣ 4π E ⎥⎦ ρ Fco
Como será visto em capítulo posterior, a parábola de Johnson pode ser modificada de modo que:
para L’/ρ > 12,5, Fc = Fcm [1 – (Fcm/4π2E)(L’/ρ)2], com Fcm = φ [ 1 – (1 – 2Fco/φ)½ ], onde φ = 2E (π/12,5)2; e
Fc = Fco para L’/ρ ≤ 12,5. Curvas para esta parábola modificada podem ser encontradas na Ref. 2-8.
2.64
2.20 EXEMPLOS DE ANÁLISE EM FLAMBAGEM DE COLUNAS
Nesta seção serão considerados alguns exemplos de análise de flambagem em colunas que
deverão auxiliar o leitor na aplicação dos métodos e conceitos apresentados neste Capítulo.
Como a coluna pode falhar por flexão tanto em torno do eixo x quanto do eixo y, a resistência da
coluna em flexão em torno de ambos os eixos deve ser calculada. Uma vez que a resistência da coluna
é função do raio de giração da seção, o primeiro passo da solução consiste em se calcular os momentos
de inércia em torno dos eixos x e y.
Cálculo de Ix: Considere inicialmente considerada um retângulo de dimensão 2,5” x 2,75” e subtraia
as contribuições das porções (1) e (2):
1,25 × 0,25 ⎛
2
1 1 0,25 ⎞
Ix = × 2,5 × 2,753 - 2 × 0,75 × 1,25 3 − 4 × × ⎜1,375 − ⎟ ≈ 3,03 in
4
12 12 2 ⎝ 3 ⎠
(no cálculo acima foram desprezados os momentos de inércia dos triângulos em torno de seus eixos
centroidais)
1,25 × 0,25
A = 2,5 × 2,75 − 2 × 0,75 × 1,25 − 4 × ≈ 4,375 in 2
2
3,03
ρx = ≈ 0,83 in
4,375
Cálculo de Iy:
1 ⎛1 ⎞
Iy = × 2,75 × 2,53 - 2 × ⎜ 1,25 × 0,75 3 + 1,25 × 0,75 × 0,875 2 ⎟ −
12 ⎝ 12 ⎠
⎧⎪1,25 × 0,25 ⎛ 1,25 ⎞
2
0,25 × 1,25 3 ⎫⎪
- 4× ⎨ × ⎜1,25 − ⎟ + ⎬ ≈ 1,58 in
4
⎪⎩ 2 ⎝ 3 ⎠ 36 ⎪⎭
1,58
ρy = ≈ 0,60 in
4,375
2.65
Caso 1: Usando a Fig. 2-38, para L’/ρ = 41 e temperatura ambiente obtém-se Fc = 50,5 ksi. A carga de
falha é, portanto, P = 50,5 x 4,375 ≈ 220 kips.
Caso 2: A curva para 300oF na Fig. 2-38 fornece o valor Fc = 40,4 ksi, donde P ≈ 177 kips.
Caso 3: A curva para 600oF na Fig. 2-38 fornece o valor Fc = 6,1 ksi, donde P ≈ 26,7 kips. Portanto,
sujeitando este membro a uma temperatura de 600o F durante ½ hora reduz a sua resistência de
220 kips à 26,7 kips, o que significa que a liga de alumínio é um material muito pobre para
suportar cargas sob tais temperaturas, uma vez que a redução em resistência é muito grande.
Caso 4: A curva para temperatura ambiente da Fig. 2-32 fornece o valor Fc = 135,2 ksi, e em
conseqüência P ≈ 591 kips.
EXEMPLO 2.2
É solicitado resolver os Casos 1 e 2 do Exemplo anterior, utilizando os parâmetros de Ramberg-
Osgood. Os dados relavantes para os mateirias envolvidos são os seguintes:
Caso 1: Liga Al 7079-T6 forjada à mão, temp. amb.: Ec = 10.500 ksi, F0.7 = 59,5 ksi, n = 26, Fcy = 59 ksi
Caso 2: Liga Al 7079-T6 forjada à mão, ½ h. a 300oF: Ec = 9.400 ksi, F0.7 = 46,5 ksi, n = 29, Fcy = 47 ksi
Solução:
Caso 1: Resolvendo-se a Eq. (2.244) numa calculadora, ou por um processo iterativo, obtém-se Fc/F0.7 =
0,854, de modo que Fc = 50,8 ksi.
A Fig. 2-41 pode ser utilizada para fornecer o valor de Fc/F0.7 diretamente. Basta calcular o
parâmetro B e procurar o valor associado de Fc/F0.7 na curva de n = 26:
1 59,5 Fc
B= 41 = 0,982 ⇒ ≈ 0,85 ⇒ Fc ≈ 50,6 ksi
π 10.500 F0.7
O resultado é praticamente o mesmo obtido no exemplo anterior!
Caso2: A solução numérica da Eq. (2.244) fornece Fc/F0.7 = 0,880. A solução via Fig. 2.41 é
1 46,5 Fc
B= 41 = 0,918 ⇒ ≈ 0,88 ⇒ Fc ≈ 40,9 ksi
π 9.400 F0.7
Mais uma vez, o resultado se aproxima bastante da solução obtida no exemplo anterior.
2.66
Solução:
Apoio simples ⇒ L’ = L . L’/ρ = 32/0,618 = 51,7
Caso 1: Resolvendo-se a Eq. (2.244) numericamente resulta em Fc/F0.7 = 0,538, ou Fc = 38,7 ksi.
Fazendo uso da Fig. 2-35, a tensão admissível pode ser lida diretamente para L’/r = 51,7 a curva
para temperatura ambiente fornece Fc = 38,5 ksi.
Caso 2: A curva para ½ hora a 450oF da Fig. 2-35, fornece uma tensão, para L’/ρ = 51,7, Fc = 20 ksi .
Para n = 8,8 e B calculado abaixo, a Fig. 2.41 fornece:
1 29 Fc
B= 51,7 = 1,00 ⇒ ≈ 0,735 ⇒ Fc ≈ 21,3 ksi
π 7.800 F0.7
ou seja, um resultado um pouco maior do que através da curva do material.
EXEMPLO 2.4
Uma liga de alumínio muito comum na construção de aeronaves é a extrusão 2014-T6, cujas
propriedades à temperatura ambiente são: Ec = 10.700 ksi, F0.7 = 53 ksi, n = 18,5, Fcy = 53 ksi . O
problema é determinar a tensão admissível para a coluna do exemplo anterior à temperatura ambiente
(Caso 1).
Solução:
Como a curva do material para este caso não está disponível, a solução será dada via o modelo de
Ramberg-Osgood (Fig. 2-41).
1 53 Fc
B= 51,7 = 1,16 ⇒ ≈ 0,71 ⇒ Fc ≈ 37,6 ksi
π 10.700 F0.7
É interessante notar que o resultado para a liga Al 2014-T^, cuja tensão de escoamento em
compressão é 53 ksi, forneceu uma tensão admissível (37,6 ksi) somente um pouco menor do que
aquela (38.5) calculada para a liga Al 7075-T^, cuja tensão de escoamento (72 ksi) é sensivelmente
maior. Isto é devido ao fato de que a tensão admissível para um valor da razão de esbeltez L’/ρ = 51,7
está perto do limite proporcional, ou seja, o módulo tangente não é muito distinto do módulo de
elasticidade.
Para ilustrar uma situação onde a liga 7075 é mais eficiente em comparação com a liga 2014,
assuma que o membro tenha uma conexão rígida em sua extremidade, tal que o coeficiente equivalente
de fixação seja c = 2. Nestas condições, L’ = 32 / √ 2 = 22,6 e L’/ρ = 22,6/0,618 = 36,7.
Para a liga 7075-T6, da Fig. 2-35 obtém-se Fc = 58,3 ksi.
Para a liga 2014-T6, utilizando a Fig. 2-41
1 53 Fc
B= 36,7 = 0,823 ⇒ ≈ 0,87 ⇒ Fc ≈ 46,1 ksi
π 10.700 F0.7
Como pode ser notado, a liga 7075 permitiria um peso menor do material estrutural requerido.
De uma maneira geral, deve ser notado que na região elástica o problema pode ser resolvido
diretamente, sem fazer uso das curvas de coluna ou o modelo de Ramberg-Osgood, pois no regime
elástico o módulo não varia. Não custa também lembrar que a Eq. (2.240) fornece a tensão admissível
para um membro sujeito à falha primária por flexão. Não são consideradas as possibilidades de
flambagem e/ou falha local ou falha por flambagem torsional ou flexo-torsional. Estes modos de falha
serão considerados em capítulos mais adiante.
2.67
EXEMPLO 2.5 A figura mostra uma coluna de seção variável,
simplesmente apoiada. O membro é usinado de uma
barra extrudada de 1 in de diâmetro, feita em liga Al
7075-T6. O problema consiste em achar a carga
admissível para o membro. As propriedades da
seção podem ser calculadas através das expressões
A = πd 2 4 ; I = πd 4 64 . Desta forma, tem-se
E1 = E2 = 10.500 ksi
PORÇÃO 1: A1 = 0,7854 in ; I 1 = 0,0491 in PORÇÃO 2: A2 = 0,4418 in 2 ; I 2 = 0,0155 in 4
2 4
Da parte relevante da Fig. 2-12, Pcr = B(EI)1/L2 . Esta é a equação de Euler para falha sob flexão
elástica. Se a razão a/L é igual a 1 (seção uniforme), B toma o valor de π2, ou aproximadamente 10
como indicado na figura. As curvas na Fig. 2-12 são aplicáveis somente para falha elástica. Quando a
falha elástica se der no regime plástico, veja como proceder no exemplo 2.6. Como o membro da figura
acima é bastante esbelto, assuma inicialmente que a falha se dará no regime elástico e depois verifique
se a hipótese é verdadeira.
EI 1 10.500 × 0,0491 a 30
= ≈ 3,17 ; = = 0,5 ⇒ Fig. 2 - 12 ⇒ B ≈ 7,0
EI 2 10.500 × 0,0155 L 60
BEI 1 7 × 10.500 × 0,0491
de modo que Pcr = = = 1,00 kips
L2 60 2
As tensões em cada trecho são, então,
f1 = 1 / 0,7854 = 1,28 ksi ; f2 = 1 / 0,4418 = 2,27 ksi
Estas tensões de compressão estão abaixo do limite de proporcionalidade do material, de modo que Ec é
constante e a solução está correta.
I d2 d
ρ= = = ∴ ρ1 = 0,25 in ; ρ 2 = 0,1875 in ⇒ ρ médio = 0,219 in
A 16 4
A Fig. 2-35 é a curva de coluna para extrusões em liga de alumínio 7075-T6. Com L’/ρ = 12 / 0,219
≅ 55, obtém-se Fc = 33,5 ksi. Portanto,
P = Fc A = 33,5 x 0,7854 = 26,3 kips ; f1 = 33,5 ksi e f2 = 26,3 / 0,4418 = 59,5 ksi
A tensão no trecho 2 está acima do limite de proporcionalidade, de modo que uma correção de
plasticidade deve ser feita ao se utilizar as curvas aplicáveis da Fig. 2-12. Utilizando a Eq. (2.241) ou a
Fig. 2-40 pode-se calcular o módulo tangente sob as duas tensões calculadas para as duas porções.
Porção 1: f1 / F0.7 = 33,5 / 72 = 0,465 ⇒ Et1 = E = 10.500 ksi
Porção 2: f2 / F0.7 = 59,5 / 72 = 0,826 ⇒ Et2 = 0,735 E = 7.700 ksi e
2.68
EI 1 10.500 × 0,0491 a 6
= ≈ 4,32 ; = = 0,5 ⇒ Fig. 2 - 12 ⇒ B ≈ 5,8 e
EI 2 7.700 × 0,0155 L 12
Pcr = 5,8 x 10.500 x 0,0491 / 122 = 20,8 kips.
Como a carga calculada difere razoavelmente da carga tentativa de 26,3 kips, uma nova iteração é
necessária.
Segunda Tentativa: Assuma uma carga crítica P = 23,6 kips
f1 = 23,6 / 0,7854 = 30,05 ksi e f2 = 23,6 / 0,4418 = 53,42 ksi
Porção 1: f1 / F0.7 = 30,05 / 72 = 0,417 ⇒ Et1 = E = 10.500 ksi
Porção 2: f2 / F0.7 = 53,42 / 72 = 0,742 ⇒ Et2 = 0,937 E = 9.840 ksi e
EI 1 10.500 × 0,0491 a 6
= ≈ 3,38 ; = = 0,5 ⇒ Fig. 2 - 12 ⇒ B ≈ 6,7 e
EI 2 9.840 × 0,0155 L 12
Pcr = 6,7 x 10.500 x 0,0491 / 122 = 24 kips.
Terceira Tentativa: Assuma uma carga crítica P = 24 kips
f1 = 24 / 0,7854 = 30,56 ksi e f2 = 23 / 0,4418 = 54,32 ksi
Porção 1: f1 / F0.7 = 30,56 / 72 = 0,424 ⇒ Et1 = E = 10.500 ksi
Porção 2: f2 / F0.7 = 54,32 / 72 = 0,754 ⇒ Et2 = 0,920 E = 9.660 ksi e
EI 1 10.500 × 0,0491 a 6
= ≈ 3,44 ; = = 0,5 ⇒ Fig. 2 - 12 ⇒ B ≈ 6,7 e
EI 2 9.660 × 0,0155 L 12
Pcr = 6,7 x 10.500 x 0,0491 / 122 = 24 kips e a convergência foi obtida.
NOTA IMPORTANTE:
Todos os tipos de colunas representadas na Fig. 2-12 são resolvidos de forma semelhante. Estes
gráficos devem ser utilizados somente para colunas simplesmente apoiadas, pois o coeficiente de
fixação c para colunas com afilamento não é o mesmo daquele para colunas uniformes.
O membro AB está soldado a três outros tubos em ambas as extremidades. Como estes tubos são
os mesmos em ambas as extremidades, o coeficiente de fixação nas extremidades A e B do membro
são iguais.
Considere o tubo BD que é típico. O momento µ requerido em B para que esta extremidade sofra
uma rotação unitária depende da condição de apoio em D. Se a extremidade D for engastada, µ = 4EI/L
e se for simplesmente apoiada, µ = 3EI/L. Sendo um pouco conservativo, considere que as barras
convergindo para A e B sejam simplesmente apoiadas em suas extremidades afastadas. Portanto, tem-
se:
Membro AC: I =
(
π r0 4 − r1 4 ) = π (0,625 4
− 0,567 4) I
= 0,03867 in 4 ; = 0,001289 in3
4 4 L
2.69
π (0,5625 4 − 0,5045 4 )I
Membro AE: I = = 0,02775 in 4 ;
= 0,000711 in3
4 L
π (0,5625 − 0,5135 )
4 4
I
Membro AF: I = = 0,02402 in 4 ; = 0,000961 in3
4 L
L' =
L
=
30
( )
= 19,0 in A = π 0,625 2 − 0,567 2 = 0,2172 in 2 ; ρ =
0,03867
= 0,422
c 2,48 0,2172
Como este nível de tensão está no regime elástico, o problema está resolvido. De outra forma seria
necessária uma iteração, como no exemplo anterior.
OBSERVAÇÃO: Numa estrutura em treliça todos os membros suportam cargas axiais e cargas axiais
afetam a habilidade dos membros em resistir rotações em suas extremidades. A presente solução é
simplificada no sentido de que não foram considerados os efeitos de segunda ordem devidos às cargas
axiais no cálculo da constante de mola µ do apoio elástico (mesmo porque o carregamento na estrutura
não foi fornecido).
2.21 EXERCÍCIOS
EXERCÍCIO 2.1
P Uma coluna simplesmente apoiada de seção retangular e
eixo de articulação comprimento L está sujeita a uma carga de compressão central P . A
coluna é suportada de modo a flambar em torno de um eixo paralelo ao
lado de comprimento b, como indicado na figura.
EXERCÍCIO 2.2
Determine qual o aumento de temperatura ∆T necessário para causar a flambagem elástica de
uma coluna de comprimento L uniformemente aquecida. A coluna tem seção constante (ρ = raio de
giração = constante) e coeficiente de fixação c . Ambas as extremidades são rigidamente fixadas na
direção axial (movimento axial impedido). Dados do material: E, α (coeficiente de dilatação térmica).
2.70
EXERCÍCIO 2.3
P Considere o pórtico da figura. As colunas têm rigidez em flexão
P
EI1 EI e a viga, EI1. Nestas condições:
EXERCÍCIO 2.4
Um pórtico plano retangular ABCD é rigidamente
fixado à fundação em A e D e está sujeito à ação de uma
B C
P P carga compressiva P, aplicada em cada uma das
extremidades do membro horizontal BC. Admitindo que
EI todos os membros têm a mesma rigidez em flexão EI,
EI mostre que as cargas de flambagem para modos que são
b EI
simétricos em relação à linha central vertical de simetria
A D são dados pela equação transcendental:
EXERCÍCIO 2.5
Uma barra uniforme de comprimento L e rigidez a
flexão EI está engastada numa extremidade. Na
L
outra, está articulada a uma mola, de constante α .
A barra está submetida a uma carga central P .
EXERCÍCIO 2.6
Uma coluna uniforme de comprimento L e rigidez em flexão
EI = cte EI, engastada numa extremidade e livre na outra, foi
P
projetada de modo a apresentar carga crítica P.
Subseqüentemente esta coluna tem de suportar uma carga
L
4P aumentada. Para tanto, é colocada uma mola lateral na
extremidade livre.
k
Determine a constante de mola k necessária para que a
carga crítica aumente para 4P.
2.71
EXERCÍCIO 2.7
Uma barra uniforme de comprimento a e rigidez a flexão EI
está engastada numa extremidade. Na outra, está articulada
a um mecanismo (barra rígida) de comprimento b, cuja outra
b extremidade é articulada de modo a deslizar ao longo de
EI P
uma linha horizontal, entre guias suaves e rígidas. O
conjunto está inicialmente reto e alinhado e submetido a uma
carga P.
a) Usando o processo variacional, determine a equação de
equilíbrio e as condições de contorno pertinentes ao
a problema, supondo flambagem elástica.
b) Resolvendo a equação diferencial de equilíbrio, ache a
equação característica do problema.
EXERCÍCIO 2.8
A coluna da figura é um tubo de seção circular, com diâme-
tro d e espessura t. O membro, quando descarregado,
apresenta uma forma de curva que pode ser representada
por:
P P y(x) = δ sen (πx/L)
y
Mostre que, quando a carga P é aplicada, a tensão
x
máxima no membro pode ser expressa por:
L
σmax = (P/πdt) [ 1 + 1/(1-α) (4δ/d) ]
onde α = P/PE , PE = π2EI/L2
EXERCÍCIO 2.9
Uma coluna é composta de duas barras rígidas
P articuladas entre si e em A e B. A rótula em B está sujeita a
uma carga axial P e pode deslizar livremente. Cada barra
B contém travessões rígidos, ligados entre si por molas
r lineares de constante k. Nestas condições, pede-se
L/2
a) a carga crítica Pcr .
k
b) seja θ o ângulo entre a barra e a vertical; plote P/Pcr
vs. θ ,para grandes deflexões.
EXERCÍCIO 2.10
2.72
EXERCÍCIO 2.11
A coluna bi-engastada da figura, de comprimento L e rigidez
à flexão EI, está sujeita a um carregamento distribuído uniforme
p = cte p (força por unidade de comprimento).
Utilizando o método de sua escolha, determine a carga
EI = cte crítica.
Afirme, justificando, se o resultado encontrado é exato, ou
se é um limitante superior ou limitante inferior à carga crítica
real.
EXERCÍCIO 2.12
Utilizando o método de Rayleigh-Ritz em conjunção com a
aproximação de três termos para a deflexão,
3
⎛ nπx ⎞
L w( x) = ∑ a n sen⎜ ⎟
P L/2 P n =1 ⎝ L ⎠
a) ache a equação característica.
k
b) plote a curva P PE × kL EI , onde PE é a carga de Euler
3
EXERCÍCIO 2.13
Utilizando o método de Rayleigh-Ritz em conjunção com a
aproximação de três termos para a deflexão,
3
⎛ nπx ⎞
L w( x) = ∑ a n sen⎜ ⎟
P a P n =1 ⎝ L ⎠
a) ache a equação característica.
k
b) plote a curva
P PE × a / L , 0 ≤ a L ≤ 0,5 , para kL3 EI = 60 , onde PE é
a carga de Euler
c) discuta o resultado com base na Fig. 2-10 (a)
EXERCÍCIO 2.14
Uma coluna tubular simplesmente apoiada, de
L comprimento L, tem espessura de parede afilada,
L/2 de modo que o momento de inércia da seção
y I/5 transversal decresce uniformemente de I0, no
x centro, para 0.2I0 nas extremidades. Nestas
P condições:
I
a) Estime a carga crítica de flambagem.
b) O valor encontrado é um limitante superior, um
limitante inferior, ou é o resultado exato? Por que?
EXERCÍCIO 2.15
Use o método de Rayleigh Ritz para obter uma solução
kr EI aproximada para a carga crítica de uma coluna uniforme, cujas
kr extremidades têm restrições elásticas rotacionais de rigidez kr
P = 3 EI/L.
L Use a aproximação: w(x) = A sen (πx/L) + B [ 1 - cos (2πx/L) ]
2.73
EXERCÍCIO 2.16
Considere conhecida a expressão do potencial total de uma estrutura linearmente elástica:
1
{ } { } ∫S {u}dS ,
{ }
T T
2 ∫V
U +V = f ε dV − φ
Suponha que dois analistas lhe apresentem resultados referentes aos deslocamentos {u} da estrutura,
calculados usando o médtodo direto do cálculo variacional (Rayleigh-Ritz), a partir de aproximações do
tipo:
{u}( j ) = [ψ ( j ) (x, y, z )]{a}( j ) onde j se refere ao analista (1 ou 2).
EXERCÍCIO 2.17
Considere a asa uniforme da figura, engastada na raiz,
num escoamento com pressão dinâmica q∞. Um elemento
b
de asa, ∆y, está submetido às forças (desconsiderando o
0y arrasto):
∆L = q∞ c (dCL/dα)(α + θ) ∆y
q∞
∆M0 = q∞ c2 CM,0 ∆y
EXERCÍCIO 2.18
Para o material caracterizado abaixo, trace as curvas de projeto para colunas Fcr x (L’/ρ) , onde Fcr é
a tensão crítica, L’ o comprimento efetivo e ρ o raio de giração da seção:
1. Utilizando a teoria do módulo tangente para flambagem inelástica em associação com o modelo de
Ramberg & Osgood;
2. Utilizando a fórmula Fcr = Fy - C(L’/ρ)m para flambagem inelástica, onde C e m são determinados
de forma a fazer com que esta curva tangencie a de Euler em Fcr = Fp ; mostre o valor de m;
3. Utilizando a fórmula empírica da reta para flambagem inelástica (Fco = Fy );
4. Utilizando a fórmula empírica da parábola de Johnson para flambagem inelástica(Fco = Fy).
Discuta os resultados obtidos acima.
Dados do Material: Fp = 54,00 ksi; Fy = 70,67 ksi; F07 = 73,10 ksi; E = 10.500 ksi; n = 10,91
Nota: Fco é a tensão de falha quando L’/ρ = 0
2.74
EXERCÍCIO 2.19
A coluna da figura tem seção quadrada de lado a ,
e é manufaturada utilizando-se o material do
exercício 2.18.
7 in Supondo a coluna perfeita, ache o valor mínimo de
a tal que a coluna resista a uma carga central
P = 15 kips (15.000 lb), sem falhar.
P
No caso de se tratar de projeto plástico, o valor de
a deve ser achado utilizando-se, respectivamente,
cada um dos 4 modelos do exercício 2.18.
Discuta os resultados.
EXERCÍCIO 2.20
Qual a carga máxima que a coluna do exercício 2.16 suportaria, com L = 10 in e a = 0,4 in ?
EXERCÍCIO 2.21
A figura mostra uma seção extrudada de uma coluna de comprimento
32”. A coluna é apoiada lateralmente na direção y, de maneira que a falha
se dará por flexão em torno do eixo x-x.
Dadas as propriedades mecânicas das seguintes ligas de alumínio:
1 3/4”
- extrusão 2014-T6 (n = 18,5 ; Ec=10.700 ksi ; F0.7 = 53 ksi ; Fcy = 53 ksi)
- extrusão 7075-T6 (n = 16,6 ; Ec=10.500 ksi ; F0.7 = 72 ksi ; Fcy = 70 ksi)
a) ache a tensão de falha para as colunas quando o coeficiente de
1 1/2” x x fixação é c = 1 (faça os cálculos para ambos materiais);
1/8” b) ache a tensão de falha para as colunas quando o coeficiente de
fixação é c = 4 (faça os cálculos para ambos materiais);
c) discuta os resultados encontrados; por que, em a) você achou
y
resultados semelhantes apesar das tensões de escoamento dos materiais
serem tão distintas? Por que o mesmo não ocorreu em b) ?
Para a solução do problema use a teoria do módulo tangente.
EXERCÍCIO 2.22
A coluna da figura tem seção circular de raio R e é
manufaturada em extrusão de liga alumínio 7075-T6
10 in (n = 16,6 ; Ec = 10.500ksi; F0.7 = 72 ksi ; Fcy = 70 ksi, ν
= 0,3).
EXERCÍCIO 2.23
Uma coluna simplesmente apoiada numa extremidade e engastada
a noutra, de seção quadrada de lado a, forjada em liga de alumínio
7075-T6 (E = 10.500 ksi, Fcy = 63 ksi, F0.7 = 63,8 ksi, n = 25), está
sujeita a uma carga de compressão de 40 kips. Pede-se:
a a) Qual o valor mínimo de a para que uma coluna de
comprimento 40 in não flambe sob a carga dada?
b) Qual o valor mínimo de a para que uma coluna de
comprimento 15 in não flambe sob a carga dada?
2.75
EXERCÍCIO 2.24
A coluna de seção dada na figura tem comprimento e condições de
t contorno tais que
Pcr = 0,03 Et I in-2 .
Supondo que o material da coluna é liga de alumínio extrudado
5 in
t 7075-T6 (n = 16,6 ; Ec = 10.500ksi; F0.7 = 72 ksi ; Fcy= 70 ksi, ν = 0,3),
t ache a espessura mínima para que a coluna resista a uma carga de
30 kips. Desconsidere possibilidade de flambagem local. Utilize a
teoria do módulo tangente.
5 in
EXERCÍCIO 2.25
A relação entre a tensão e deformação de certo material em compressão é 10.500ε = f + 21 (f/49)16.
Assumindo ser válida a teoria do módulo tangente para barras uniformes deste material, plote o gráfico
Fcr vs (L’/ρ), onde Fcr é a tensão crítica, L’ o comprimento efetivo da coluna, e ρ a raio de giração mínimo
da seção.
Estime a carga crítica para uma coluna tubular manufaturada deste material, com diâmetro
externo de 1,5 unidades, diâmetro interno de 0,08 unidades e comprimento efetivo de 20 unidades.
EXERCÍCIO 2.26
Determine qual o aumento de temperatura ∆T necessário para causar a flambagem de uma
coluna de comprimento L uniformemente aquecida. A coluna (que está livre de tensões na temperatura
ambiente de referência) tem seção constante (ρ = raio de giração = constante) e coeficiente de fixação c
. Ambas as extremidades são rigidamente fixadas na direção axial (movimento axial impedido). Dados do
material: n, Ec, F0.7 (parâmetros de Ramberg-Osgood) e α (coeficiente de dilatação térmica).
EXERCÍCIO 2.27
Uma coluna de comprimento L = 60 in, que está conectada a molas torsionais de constante µ = 10.000
kips-in/rad em ambas as extremidades, está sujeita a uma carga axial P = 170 kips. A área e o momento
de inércia da seção transversal são, respectivamente, A = 1,652 in2 e I = 2,54 in4. Se a coluna é
manufaturada em Liga de Titânio 6AL-4V (Fcy = 110 ksi, E = 15.500 ksi, F0.7 = 119,5 ksi, n = 13,7, Ftu =
120 ksi), qual será a carga admissível? Qual será a margem de segurança?
EXERCÍCIO 2.28
A coluna da figura, composta de uma barra de seção circular de
diâmetro ½ in é simplesmente apoiada em suas extremidades e
L apoiada lateralmente de forma que a flexão se dê no plano da
P a b P figura. A barra é manufaturada em aço AISI 4130 tratado
termicamente, cujas propriedades são dadas: Ec = 29.000 ksi,
k Ftu = 125 ksi, Fcy = 113 ksi, F0.7 = 111 ksi, n = 10,9. A mola tem
constante 775 lb/in.
Qual a tensão admissível, se a = 10 in e b = 14 in (L = 24 in)?
EXERCÍCIO 2.29
Como o exercício 2.28, mas com a = 3 in e b = 6 in (L = 9 in)
EXERCÍCIO 2.30
A liga de alumínio 6061-T6 em chapa, tratada termicamente e envelhecida tem as seguintes
propriedades:
Temperatura ambiente: Ec = 10.100 ksi, Ftu = 42 ksi, Fcy = 35 ksi, F0.7 = 35 ksi, n = 31
Exposição de ½ hora a 300oF: Ec = 9.500 ksi, Fcy = 29,5 ksi, F0.7 = 29 ksi, n = 26
Trace as curvas de coluna para o material acima nas duas condições fornecidas.
2.76
EXERCÍCIO 2.31
y A figura mostra a seção transversal de um membro em
2” compressão. Calcule a carga crítica na seguinte condição:
L = 25 in ; coeficiente de fixação = 1 para flexão em torno de x-x ;
1/2” R coeficiente de fixação = 1,5 para flexão em torno de y-y
Material Aço AISI tratado para Ftu = 180 ksi.
3/2” x x
1”
1/2” R
2”
y
EXERCÍCIO 2.32
Como no Exercício 2.31, mas o membro está sujeito à uma temperatura de 850oF durante ½ hora.
EXERCÍCIO 2.33
Duas seções extrudadas em canal idênticas são rebitadas
para compor uma seção em I de uma coluna. As propriedades
destas seções conforme dadas pelo manual de uma indústria
aeronáutica são:
A = 1,25 in, B = 1,5 in, T = 0,125 in, R = 0,125 in
Area = 0,5 in2 ; y = 0,56 in ; Ix = 0,1106 in4 ; Iy = 0,1292 in4
EXERCÍCIO 2.34
Considere que a coluna do exercício 2.33 seja manufaturada em extrusão de liga de alumínio 2014-T6.
Nestas condições, qual será a carga de falha para as duas condições do coeficiente de fixação dadas no
exercício 2.33.
EXERCÍCIO 2.35
A coluna simplesmente apoiada da figura é manufaturada
em aço normalizado AISI-4130, Ftu = 90 ksi e Fcy = 70 ksi.
(Ec = 29.000 ksi, F0.7 = 61,.5 ksi, n = 6,8)
Determine a máxima carga de compressão que o membro
poderá carregar.
EXERCÍCIO 2.36
Como no exercício 2.35, mas o membro está exposto durante ½ hora à temperatura de 500oF.
(Ec = 27.300 ksi, Fcy = 61,5, F0.7 = 55 ksi, n = 7,3)
EXERCÍCIO 2.37
Como no exercício 2.35, mas as dimensões do membro são a = 10 in e L = 14,28 in.
2.77
EXERCÍCIO 2.38
Ache a carga de compressão máxima para a coluna da
figura. O membro é manufaturado por forjamento de liga
de alumínio 7079-T6.
Propriedades: Ftu = 67 ksi, Fcy = 59 ksi, Ec = 1.0500 ksi,
F0.7 = 59,5 ksi, n = 26
EXERCÍCIO 2.39
Como o exercício 2.38, mas com as dimensões a = 6 in, b = 4 in, L = 14 in.
EXERCÍCIO 2.40
O membro cilíndrico afilado da figura é usado em
compressão.
Achar a carga de falha do membro manufaturado em aço
AISI 4140, tratado termicamente para Ftu = 125 ksi.
Os parâmetros de Ramberg-Osgood para análise na
região plástica são:
Ec = 20.000 ksi, Fcy = 113 ksi, F0.7 = 111 ksi, n = 10,9
EXERCÍCIO 2.41
Como o exercício 2.40, mas com as dimensões a = 6 in, b = 4 in, L = 14 in.
EXERCÍCIO 2.42
Considere a fórmula empírica para a tensão de flambagem inelástica de colunas, Eq. (2.245). Suponha
que Fco = Fcy e que o ponto de transição seja em F = Fp, onde Fp é o limite de proporcionalidade. Nestas
condições:
a) derive β e n em função das propriedades do material, E, Fy e Fp ;
b) derive a expressão para (L’/ρ)tr ;
c) ache a fórmula empírica para materiais cujas propriedades são dadas abaixo
caso 1: Liga Al 2024-T4 E = 10.300 ksi ; Fy = 50 ksi ; Fp = 16,7 ksi
caso 2: Aço SAE 1025 E = 28.000 ksi ; Fy = 36 ksi ; Fp = 18 ksi
d) Calcule a tensão de flambagem de uma coluna de seção quadrada com lado 0,6 in e
comprimento 15 in nas condições:
1) apoio simples em ambas as extremidades
2) engaste em ambas as extremidades
os cálculos devem ser feitos para as colunas manufaturadas dos dois materiais
EXERCÍCIO 2.43
A equação de equilíbrio de uma coluna simplesmente apoiada submetida à compressão central é
d 2w Pw P w( x )
=− =− com I ( x ) = I 0 g ( x ); Et ( x ) = Ef ( x )
dx 2
Et ( x )I ( x ) EI 0 f ( x )g ( x )
Integrando esta equação, obtém-se
w(ξ )
x
dw P
dx
=−
EI 0 ∫ f (ξ )g (ξ )dξ + C
0
1
P
x
⎛ η w(ξ ) ⎞
w( x ) = − ∫0 ⎜⎜ ∫0 f (ξ )g (ξ )dξ ⎟⎟dη + C1 x + C 2
EI 0 ⎝ ⎠
Aplicando as condições de contorno
2.78
w(0 ) = 0 ⇒ C 2 = 0
P
L
⎛ η w(ξ ) ⎞ P ⎛⎜
L η
w(ξ ) ⎞
w(L ) = 0 ⇒ − ⎜
∫0 ⎜ ∫0 f (ξ )g (ξ ) ⎟
dξ ⎟ dη + C1 L = 0 ⇒ C1 = ∫ d ⎟
⎜ ∫ f (ξ )g (ξ ) ⎟dη
ξ
EI 0 ⎝ ⎠ EI 0 L 0⎝0 ⎠
de maneira que
P ⎡ x L ⎛ η w(ξ ) ⎞ x η
⎛ w(ξ ) ⎞ ⎤
w( x ) = ⎢ ∫ ⎜⎜ ∫ dξ ⎟⎟dη − ∫ ⎜⎜ ∫ dξ ⎟⎟dη ⎥ (equação I)
EI 0 ⎢⎣ L 0 ⎝ 0 f (ξ )g (ξ ) ⎠ 0⎝0
f (ξ )g (ξ ) ⎠ ⎥⎦
Note que f(x) depende da tensão normal em x, P/A(x). Se for utilizado o modelo de Ramberg-Osgood
f (x ) =
1
n −1
3n ⎡ P ⎤
1+ ⎢ ⎥
7 ⎣ A( x )F07 ⎦
A equação I pode ser utilizada para o cálculo iterativo da carga crítica (método de Stodola):
w(ξ ) w(ξ )
L η x η
x ⎛⎜ ⎞ ⎛ ⎞
Seja w ( x ) = ∫ ∫ dξ ⎟ dη − ∫0 ⎜ ∫0 f (ξ )g (ξ ) ⎟⎟dη (equação II).
⎜ dξ
L 0 ⎜⎝ 0 f (ξ )g (ξ ) ⎟⎠ ⎝ ⎠
EI 0 w( x )
Então P ( x ) = ; 0 < x < L (equação III)
w (x )
[ ]
Pode-se demonstrar que P( x ) min ≤ Pcr ≤ P( x )max .[ ]
Algoritmo:
a) estime o valor de Pcr e calcule f(x);
b) “chute” um w0 ( x ) normalizado (tipo, tal que a deflexão máxima no domínio tenha valor unitário);
c) calcule w1 ( x ) (a dupla integração pode ser feita, por exemplo, fazendo uso da regra do
trapézio);
d) calcule P( x )
[ ] [ ] [
e) itere desde a), fazendo wi ( x ) = wi ( x ) normalizado , até que P( x ) min ≤ Pcr ≤ P( x )max ] esteja
dentro da precisão requerida.
Implemente o algoritmo em planilha Excel, e resolva o exercício 2.41:
2.22 REFERÊNCIAS
2.1 Boeing Design Manual, Vol. 2, BDM-6232 Revision B: Column Fixity Coefficients and Effective
Lengths, The Boeing Co., Seattle, 1995.
2.2 ESDU, Equivalent Lengths of Struts (for Use in Buckling Calculations), ESDU Data Item no. 92038,
November 1992, Ammendment in May 2000.
2.3 Chajes, A.: Principles of Structural Stability Theory, Prentice-Hall, Englewood Cliffs, NJ, 1974.
2.4 Timoshenko, S.P. & Gere, J.M.: Theory of Elastic Stability, McGraw-Hill, New York, NY, 1961.
2.5 Rivello, R.M.: Theory and Analysis of Flight Structures, McGraw-Hill, New York, NY, 1969.
2.6 Metallic Materials and Elements for Flight Vehicle Structures, Military Handbook MIL-HDBK-5A.
2.7 Boeing Design Manual, Vol. 2, BDM-6234: Euler / Euler-Engesser Columns, The Boeing Co.,
Seattle, 1989.
2.8 Boeing Design Manual, Vol. 2, BDM-6236: Johnson-Euler Column Equations, The Boeing Co.,
Seattle, 1989.
2.79
CAPÍTULO 3
FLAMBAGEM TORSIONAL DE COLUNAS
ÍNDICE DE SEÇÕES
ÍNDICE DE FIGURAS
3.2
3
FLAMBAGEM TORSIONAL DE COLUNAS
3.1 INTRODUÇÃO
No Capítulo 2 foi considerada a flambagem por flexão, na qual o membro deforma por flexão no
plano de um dos eixos principais. Colunas, assim como vigas, entretanto, também flambam por torsão,
ou por uma combinação de flexão e torsão. Estes modos de falha ocorrem quando a rigidez torsional do
membro é muito pequena ou se a flexão e torsão estão acopladas de maneira que uma necessariamente
produz a outra. Seções abertas de paredes finas normalmente apresentam rigidez torsional pequena e
são, portanto, suscetíveis a flambagem torsional. Flexão e torsão combinadas ocorrem em membros
carregados axialmente, tais como ângulos e canais, cujos eixos dos centros de cisalhamento e eixo
central não coincidem. Também ocorre em vigas carregadas transversalmente quando o flange
comprimido se torna instável, tendendo a flambar lateralmente, ao mesmo tempo em que o flange em
tração é estável, tendendo a permanecer reto.
Quando um membro é submetido à torsão, as seções transversais do mesmo podem empenar (i.e.,
deformar para fora de seu plano) além de torcer (i.e., girar em torno de um eixo). Se não são impostas
restrições ao empenamento do membro (i.e., as seções podem empenar livremente), o torque será
resistido tão somente pelas tensões de cisalhamento de St. Venant. Este tipo de comportamento é
conhecido como torsão pura, ou torsão uniforme. Por outro lado, se o empenamento das seções é
restringido ou limitado de qualquer forma, o torque aplicado é resistido por uma combinação das tensões
de cisalhamento de St. Venant e pela torsão com empenamento. Este comportamento é denominado de
torsão não-uniforme.
Se uma barra de seção circular constante é torcida por um torque, como mostrado na Fig. 3-1a, o
torque externo é resistido por tensões de cisalhamento circunferenciais, cuja magnitude varia com a
distância do centróide da seção. Estas tensões de cisalhamento são devidas à resistência que seções
adjacentes têm, em girar uma em relação à outra. Em tal membro, o ângulo de torsão β é relacionado ao
torque T através da expressão
dβ
T = GJ (3.1)
dz
3.3
onde G é o módulo de cisalhamento, J é a constante de torsão e z é a direção ao longo do eixo do
membro. O produto GJ é a rigidez torsional da seção, análoga à rigidez em flexão, EI.
Enquanto que barras de seção circular como a da Fig. 3-1a torcem sem empenamento, a maioria
das formas não circulares empenam ao serem torcidas. Quando um torque é aplicado a um membro cuja
seção é não circular (Fig. 3-2b), as seções transversais que eram planas antes de torcer, empenam na
direção axial se modo a não permanecerem planas. Entretanto, desde que este empenamento não seja
impedido de qualquer forma, o torque aplicado ainda será resistido por tensões de cisalhamento
similares àquelas presentes na séc!ao circular, e a Eq. (3.1) ainda é aplicável. Para uma seção aberta de
paredes finas, composta de elementos retangulares, as tensões de cisalhamento em cada elemento são
paralelas à linha média de sua seção transversal, e as magnitudes são proporcionais à distância daquela
linha (Fig. 3-2b). A constante torsional J para tais seções pode ser aproximada pela expressão
1
J= ∑ bi t i3
3 i
(3.2)
TORSÃO NÃO-UNIFORME
Se os deslocamentos longitudinais que produzem o empenamento são livres para ocorrer, as fibras
longitudinais não sofrerão mudança no comprimento e tensões longitudinais não são induzidas como
resultado do empenamento (Fig. 3-2b). Por outro lado, entretanto, certas condições de apoio ou de
carregamento não deixarão com que os deslocamentos longitudinais se dêem livremente. Por exemplo,
a extremidade engastada de uma viga em balanço da Fig. 3-2 está completamente restringida no que
tange o empenamento, enquanto que a extremidade não apoiada é livre para empenar. Como
conseqüência, as fibras longitudinais experimentam mudanças de comprimento e tensões axiais são
3.4
induzidas no membro. Como não há forças axiais externas aplicadas, estas tensões axiais têm de ser
auto-equilibradas em cada seção. A comparação da viga da Fig. 3-2, na qual o empenamento é
parcialmente restringido, com aquela da Fig. 3-1b, que é livre para empenar, indica que a restrição ao
empenamento resulta numa flexão diferencial dos flanges. Um flange flete para a direita e outro para a
esquerda. As tensões resultantes desta flexão diferencial produzem um bi-momento interno auto-
equilibrado: um num sentido e ou outro no sentido inverso. Estes momentos variam de zero na
extremidade livre do membro a um máximo que é atingido na extremidade engastada. Em qualquer
seção intermediária, portanto, existe uma força de cisalhamento em cada flange igual a
dM f
Vf = −
dz
Como os flanges fletem em direções opostas, as forças de cisalhamento nos dois flanges agem em
direções opostas formando um momento. Este momento que age no sentido de resistir ao torque é
denominado de torsão com empenamento.
As tensões axiais que produzem a torsão com empenamento são originadas da resistência imposta
ao membro para que empene livremente. Em comparação, a torsão de St. Venant é devida à resistência
que seções adjacentes têm em girar, uma relativa à outra.
Um membro que é impedido de empenar livremente portanto resistirá ao torque aplicado por uma
combinação de torsão de St. Vanant e torsão com empenamento:
T = TSV + Tw (3.3)
com
dβ
TSV = GJ (3.4)
dz
O tipo de comportamento descrito por esta equação é referido como torsão não-uniforme.
A torsão com empenamento TW está relacionada com o ângulo de torsão através da expressão
d 3β
TW = − EΓ (3.5)
dz 3
3.5
onde Γ é a constante de empenamento e o termo EΓ é a rigidez ao empenamento da seção, análoga ao
GJ, a rigidez torsional de St. Venant.
A equação diferencial para torsão não-uniforme é obtida combinando as Eqs. (3-4) e (3.5)
dβ d 3β
T = GJ − EΓ 3 (3.6)
dz dz
O primeiro termo representa a resistência da seção à torsão e o segundo a resistência ao empenamento.
É importante ter em mente que o segundo termo não é causado pelo empenamento do membro, mas
sim pela sua resistência a este empenamento.
A energia de formação de torsão pode ser quebrada em duas partes, aquela devida à St. Venant e
aquela devida à torsão não-uniforme.
T 1 T2
dβ = dz ⇒ dU SV = dz (3.8)
GJ 2 GJ
ou, se a expressão (3.1) é substituída para o valor de T
1 ⎛ dβ ⎞
2
dU SV = GJ ⎜ ⎟ dz (3.9)
2 ⎝ dz ⎠
1 L ⎛ dβ ⎞
2
U SV = ∫ GJ ⎜ ⎟ dz (3.10)
2 0 ⎝ dz ⎠
Note a semelhança com a energia de deformação de um membro reto comprimido axialmente, cuja
equação de equilíbrio tem a mesma forma da Eq. (3.1).
TORSÃO NÃO-UNIFORME
A equação de equilíbrio para torção com empenamento (3.5) tem a mesma forma da equação de
equilíbrio de esforços cortantes numa viga em flexão. Em conseqüência, a energia de deformação
armazenada devido à torsão com empenamento tem a mesma forma da energia de deformação devido à
flexão
3.6
2
1 L ⎛ d 2β ⎞
UW = ∫ EΓ⎜⎜ 2 ⎟⎟ dz (3.11)
2 0 ⎝ dz ⎠
2
1 L ⎛ dβ ⎞ 1 L ⎛ d 2β ⎞
2
U = ∫ GJ ⎜ ⎟ dz + ∫ EΓ⎜⎜ 2 ⎟⎟ dz (3.12)
2 0 ⎝ dz ⎠ 2 0 ⎝ dz ⎠
Nesta seção será determinada a carga crítica de colunas que flambam por torsão ou por uma
combinação de torsão e flexão. Uma vez que, praticamente, somente as seções abertas de paredes
finas são suscetíveis à flambagem torsional ou flexo-torsional, a investigação será limitada a estas
formas. O estudo também se restringirá a colunas de seção constante, ao comportamento elástico,
pequenas deformações e carregamento central.
Considere uma seção transversal aberta de paredes finas, com geometria arbitrária como mostrado
na Fig. 3-3. A deformação que ocorre durante a flambagem é considerada consistir de uma combinação
de torsão e flexão em torno de dois eixos. A seção se movimenta como um corpo rígido, ou seja, não se
deforma em seu plano (a geometria é mantida). As únicas deformações sofridas pela seção são para
fora de seu plano (empenamento). Com o propósito de expressar a energia de deformação da forma
mais simples possível, é desejável reduzir a deformação a duas translações puras e uma rotação pura.
Isto pode ser atingido usando o centro de cisalhamento O como origem do sistema de coordenadas. O
centro de cisalhamento é o ponto da seção transversal através do qual cargas laterais têm de passar
para produzir flexão sem torção. É também o centro de rotação quando um torque puro é aplicado. As
3.7
direções x e y são consideradas coincidentes com os eixos principais de inércia, e a direção z é tomada
ao longo do eixo longitudinal através do centro de cisalhamento.
Como indicado na Fig. 3-3, as coordenadas do centróide são indicadas por x0 e y0. Como resultado
da flambagem, a seção sofre translações u e v, respectivamente, nas direções x e y, e uma rotação b em
torno do eixo z.
2 2 2
⎛ d 2u ⎞ ⎛ d 2v ⎞ 1 L ⎛ dβ ⎞ 1 L ⎛ d 2β ⎞
2
1 L 1 L
U = ∫ EI y ⎜⎜ 2 ⎟⎟ dz + ∫ EI x ⎜⎜ 2 ⎟⎟ dz + ∫ GJ ⎜
2 ∫0
⎟ dz + EΓ⎜⎜ 2 ⎟⎟ dz (3.12)
2 0 ⎝ dz ⎠ 2 0 ⎝ dz ⎠ 2 0 ⎝ dz ⎠ ⎝ dz ⎠
O potencial das cargas externas aplicadas é igual a menos o produto das cargas pelas distâncias
que percorrem à medida que a coluna deforma. A Fig. 3-4a mostra uma fibra longitudinal cujas
extremidades se aproximam de uma quantidade ∆b à medida que a fibra flete. A distância ∆b é igual à
diferença do comprimento do arco S e o comprimento da corda da fibra, L. Se a área da seção
transversal da fibra é dA e a carga que suporta é σdA, então o potencial da carga agindo na fibra é dV =
-∆bσdA. O potencial total é então obtido integrando sobre a seção
V = − ∫ ∆ bσdA (3.13)
A
Para determinar ∆b considere a fibra AB na Fig. 3-4b, cujas coordenadas no estado não-deformado
são x e y, e um elemento de comprimento dz desta fibra. Após a deformação, os deslocamentos na
3.8
extremidade inferior deste elemento são u e v . Os deslocamentos correspondentes na extremidade
superior são u + du e v + dv . O comprimento ds, do elemento deformado é
12
⎡⎛ du ⎞ 2 ⎛ dv ⎞ 2 ⎤
(
ds = du + dv + dz
2 2
)
2 12
= ⎢⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ + 1⎥ dz (3.14)
⎢⎣⎝ dz ⎠ ⎝ dz ⎠ ⎥⎦
Como feito no Capítulo 2, expandindo (3.14) numa série de Taylor e retendo os primeiros termos
não lineares (potência 2), resulta em
⎡ 1 ⎛ du ⎞ 2 1 ⎛ dv ⎞ 2 ⎤
ds = ⎢ ⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ + 1⎥ dz (3.15)
⎣⎢ 2 ⎝ dz ⎠ 2 ⎝ dz ⎠ ⎥⎦
Integrando ambos os lados da Eq. (3.15) resulta em
S L ⎡ 1 ⎛ du ⎞ 2 1 ⎛ dv ⎞ 2 ⎤
∫0
ds = S = ∫
0
⎢ ⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ + 1⎥ dz
⎢⎣ 2 ⎝ dz ⎠ 2 ⎝ dz ⎠ ⎥⎦
(3.16)
donde
1 L ⎡⎛ du ⎞ ⎛ dv ⎞ ⎤
2 2
2 ∫0 ⎢⎣⎝ dz ⎠ ⎝ dz ⎠
∆b = S − L = ⎢⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ ⎥ dz (3.17)
⎥⎦
a = rβ sen α ; b = rβ cos α
Como r sen α = y e r cos α = x , pode-se também escrever − a = − yβ e b = xβ , de modo que os
deslocamentos totais da fibra em (x, y) são
3.9
u = u − yβ ; v = v + xβ (3.18)
1 L ⎡⎛ du ⎞ ⎛ dv ⎞ ⎛ dβ ⎞ ⎛ du ⎞⎛ dβ ⎞ ⎛ dv ⎞⎛ dβ ⎞⎤
2 2 2
∆b = ∫ ⎢⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ + (x 2 + y 2 )⎜ ⎟ − 2 y⎜ ⎟⎜ ⎟ + 2 x⎜ ⎟⎜ ⎟⎥ dz (3.19)
2 0 ⎢⎣⎝ dz ⎠ ⎝ dz ⎠ ⎝ dz ⎠ ⎝ dz ⎠⎝ dz ⎠ ⎝ dz ⎠⎝ dz ⎠⎥⎦
⎡⎛ du ⎞ 2 ⎛ dv ⎞ 2 2 ⎛ dβ ⎞
2
⎛ du ⎞⎛ dβ ⎛ dv ⎞⎛ dβ ⎞⎤
V =−
1 L
∫ ∫ σ ⎢⎜ ⎟ ⎜ ⎟ + + (x 2
+ y )⎜ ⎟ − 2 y⎜ ⎟⎜
⎞
⎟ + 2 x⎜ ⎟⎜ ⎟⎥ dAdz (3.20)
⎣⎢⎝ dz ⎠ ⎝ dz ⎠ ⎝ dz ⎠ ⎝ dz ⎠⎝ dz ⎠ ⎝ dz ⎠⎝ dz ⎠⎦⎥
2 0 A
∫ dA = A ; ∫ ydA = y 0 A ; ∫ xdA = x0 A ; ∫ (x )
+ y 2 dA = r02 A ;
2
(3.21)
A A A A
onde, como visto, x0 e y0 são as coordenadas do centróide e r0 é o raio de giração polar da seção em
relação ao centro de cisalhamento.
P L ⎡⎛ du ⎞ ⎛ dv ⎞ ⎛ dβ ⎞ ⎛ du ⎞⎛ dβ ⎞ ⎛ dv ⎞⎛ dβ ⎞⎤
2 2 2
V = − ∫ ⎢⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ + r02 ⎜ ⎟ − 2 y 0 ⎜ ⎟⎜ ⎟ + 2 x0 ⎜ ⎟⎜ ⎟⎥ dz (3.22)
2 ⎣⎢⎝ dz ⎠ ⎝ dz ⎠
0
⎝ dz ⎠ ⎝ dz ⎠⎝ dz ⎠ ⎝ dz ⎠⎝ dz ⎠⎦⎥
Obtidas as expressões (3.12) e (3.22) para U e V, pode-se obter a carga crítica fazendo uso do
método de Rayleigh-Ritz. Considere uma coluna simplesmente apoiada no que tange todos os
deslocamentos envolvidos, u, v e β. As condições de contorno associadas serão
u = v = β = 0 em z = 0 e L
d 2u d 2 v d 2 β (3.23)
= = = 0 em z = 0 e L
dz 2 dz 2 dz 2
As condições de contorno em β para apoio simples (em empenamento) resultam da Eq. (3.6). Para
apoio simples, o torque é nulo. Por outro lado, o ângulo de torção também é nulo, β = 0. Nestas
condições, integrando (3.6) uma vez resulta em
d 2β d 2β
GJβ − EΓ = cte = 0; como β = 0 ⇒ =0
dz 2 dz 2
As condições de contorno serão satisfeitas assumindo uma forma defletida do tipo
πz πz πz
u = C1 sen ; v = C 2 sen ; β = C1 sen (3.24)
L L L
Substituindo as Eqs. (3.24) na expressão do potencial total e integrando resulta em
3.10
⎧ ⎛ π 2 EI ⎞ ⎡ ⎤ ⎫
⎟ + C 2 ⎛⎜ π EI x − P ⎞⎟ + C 2 r 2 ⎢ 1 ⎛ ⎞
⎜ GJ + π EΓ ⎟ − P ⎥ + 2C1C 3 Py 0 − 2C 2 C 3 Px 0 ⎪⎬
2
π2 ⎪ 2⎜
2
y
U +V = ⎨C1 ⎜ − P
4L 2 ⎟ 2⎜ 2 ⎟ 3 0
⎢⎣ ro
2 ⎜ L2 ⎟⎠ ⎥⎦
⎪⎩ ⎝ L ⎠ ⎝ L ⎠ ⎝ ⎪⎭
Introduzindo a notação
π 2 EI x π 2 EI y 1 ⎛ π 2 EΓ ⎞
Px = ; Py = ; Pφ = ⎜⎜ GJ + ⎟ (3.25)
L2 L2 ro2 ⎝ L2 ⎟⎠
U +V =
π2 2
4L
[ ]
{C1 (Py − P ) + C 22 (Px − P ) + C32 r02 Pφ − P + 2C1C3 Py0 − 2C 2 C3 Px0 } (3.26)
A carga crítica é definida como a carga na qual o equilíbrio num estado levemente deformado é
possível, ou seja, a carga para a qual o potencial total assume um valor estacionário. Como U+V é
função de três variáveis, será estacionário quando a sua derivada em relação a cada uma destas
variáveis for nula, ou seja
∂ (U + V ) ∂ (U + V ) ∂ (U + V )
δ (U + V ) = δC1 + δC 2 + δC 3 = 0 quaisquer que sejam
∂C1 ∂C 2 ∂C 3
(3.27)
∂ (U + V ) ∂ (U + V ) ∂ (U + V )
δC1 , δC 2 be δC 3 , se e somente se, = = =0
∂C1 ∂C 2 ∂C 3
⎡ Py − P 0 Py 0 ⎤ ⎧ C1 ⎫ ⎧0⎫
⎢ ⎥⎪ ⎪ ⎪ ⎪
⎢ 0 Px − P − Px0 ⎥ ⎨C 2 ⎬ = ⎨0⎬ (3.28)
⎢ Py 0
⎣ − Px0 r02 (Pφ − P )⎥⎦ ⎪⎩C 3 ⎪⎭ ⎪⎩0⎪⎭
Isto é um sistema linear de equações homogêneas que tem uma solução trivial (C1 = C2 = C3 = 0),
indicando que o equilíbrio é possível em qualquer carga, desde que o membro permaneça reto. Também
existe uma solução não trivial quando o determinante da matriz de coeficientes se anula. É esta a
solução de interesse, pois corresponde ao equilíbrio no estado deformado e, é claro, este equilíbrio só
pode existir sob a carga crítica. Fazendo o determinante da matriz de coeficientes em (3.28) igual a zero
resulta na equação característica do problema de auto-valor.
A expansão do determinante dá
(
Pcr ≤ min Px , Py , Pφ ) (3.30)
3.11
A Eq. (3.29) pode ser escrita na forma
P 3 + a 2 P 2 + a1 P + a 0 = 0 , onde
a2 =
r
1 2
2
[x0 Py + y 02 Px − r02 (Px + Py + Pφ ) ]
[
a1 = 02 (Px + Py )Pφ + Px Py
r2
r
]
(3.31)
r2
a 0 = − 02 Px Py Pφ
r
e onde r é o raio de giração polar em relação ao centróide, ou
Ix + Iy
r2 = = r02 − x 02 − y 02
A
A solução da Eq. (3.31) é dada por
a2
Pcr = 2 DS − ,
3
⎡ θ
onde S = min ⎢cos , cos
(θ + 2π ) , cos (θ + 4π )⎤ (3.32)
⎣ 3 3 3 ⎥⎦
⎛ H ⎞
θ = cos −1 ⎜ 3 ⎟ ; D =
1 2
a 2 − 3a1 ; H =
1
(
9a1 a 2 − 27a 0 − 2a 23 )
⎝ D ⎠ 3 54
Quando a coluna tem um eixo de simetria, a solução é simplificada. Seja x este eixo de simetria.
Neste caso o centro de cisalhamento está sobre este eixo e y0 = 0. A Eq. (3.29) simplifica para
⎡ P 2 x 02 ⎤
(Py − P )⎢(Px − P )(Pφ − P ) − 2 ⎥ = 0 (3.33)
⎣ r0 ⎦
cuja solução é o menor entre os valores
π 2 EI y
Pcr = Py =
L2
PFT =
1 ⎡
Pφ + Px − (P + P ) 2
− 4kPφ Px ⎤ (3.34)
2k ⎢⎣ ⎥⎦
φ x
2
⎛x ⎞
com k = 1 − ⎜⎜ 0 ⎟⎟
⎝ r0 ⎠
A primeira expressão corresponde à flambagem por flexão pura em torno do eixo y. A segunda
corresponde à flambagem com uma combinação de flexão e torsão. É portanto evidente que uma seção
com um único eixo de simetria, tal como um ângulo, canal ou chapéu, pode flambar ou por flexão no
plano de simetria ou por flexo-torsão. Qual destes modos é o crítico depende da forma e dimensões da
seção transversal.
O comportamento de uma seção, com um único eixo de simetria, pode ser resumido assim: Uma
coluna imperfeita que é carregada centralmente tende a fletir em um de seus planos principais contendo
o eixo centroidal. Se este plano também contém o eixo do centro de cisalhamento, (xz no exemplo
3.12
acima), flexão pode ocorrer sem induzir simultaneamente torsão. Entretanto, se o plano de flexão não
conter o eixo do centro de cisalhamento (plano yz no exemplo), a flexão tem ser acompanhada,
necessariamente, de torção.
Numa seção ponto simétrica (como a seção em Z) ou com dois eixos de simetria (como a seção em
I), o centro de cisalhamento coincide com o centróide. Neste caso, x0 = y0 = 0 e a carga crítica será dada
( )
por Pcr = min Px , Py , Pφ . Nestas seções a flambagem se dará ou por flexão pura em torno do eixo
fraco ou por torsão pura. Não é possível a ocorrência de flambagem por flexo-torsão. Por outro lado, a
flambagem por torsão pura só é possível se o centro de cisalhamento e o centróide forem coincidentes.
Se o modo de flambagem for de interesse, a carga crítica calculada deve ser substituída na Eq.
(3.28) e o sistema resolvido para C1, C2 e C3. Como a matriz de coeficientes é por definição singular, o
sistema não admite solução única. Duas das incógnitas serão dadas em função da terceira. A terceira
equação tem de ser então satisfeita identicamente (se não o for, o cálculo da carga crítica foi realizado
com erro). Isto é esperado uma vez que a teoria linear não é capaz de determinar a amplitude dos
deslocamentos durante a flambagem.
Equações de Equilíbrio:
d2 ⎛ d 2u ⎞ d 2u d 2β
⎜⎜ EI y 2 ⎟⎟ + P 2 − Py 0 =0
dz 2 ⎝ dz ⎠ dz dz 2
d2 ⎛ d 2v ⎞ d 2v d 2β
⎜⎜ EI x 2 ⎟⎟ + P 2 + Px0 =0 (3.35)
dz 2 ⎝ dz ⎠ dz dz 2
d2 ⎛ d 2β ⎞ d ⎛ dβ ⎞ 2 d 2 β d 2u d 2v
⎜⎜ EΓ 2 ⎟⎟ − ⎜ GJ +
⎟ 0 r P − Py 0 + Px 0 =0
dz 2 ⎝ dz ⎠ dz ⎝ dz ⎠ dz 2 dz 2 dz 2
Possíveis Condições de Contorno nas Extremidades (uma de cada linha perfazendo um total de 6)
EI y u" = 0 ou δu ' = 0
EI x v" = 0 ou δv' = 0
EΓβ" = 0 ou δβ ' = 0
(3.36)
( EI y u" )'+ Pu '− Py 0 β ' = 0 ou δu = 0
( EI y v" )'+ Pv'+ Px0 β ' = 0 ou δv = 0
(GJβ ' )'−( EΓβ " )'−r02 Pβ '+ Py 0 u '− Px0 v' = 0 ou δβ = 0
Para simplificar a discussão, considere a situação em que o centro de cisalhamento coincide com o
centróide, ou seja, x0 = y0 = 0. Neste caso, as Eqs. (3.35) desacoplam e as condições de contorno para a
torsão ficam:
3.13
a) apoio simples: β = 0 e EΓβ " = 0
b) engaste: β = 0 e β '= 0 (3.37)
c) livre: (GJβ ' )'−( EΓβ " )'− r0 Pβ ' = 0 e EΓβ " = 0
2
A análise da seção 3.4 tomou como base uma coluna simplesmente apoiada em todos os sentidos
(x, y e β). A solução encontrada é exata porque, além de satisfazer todas as condições de contorno do
problema, também satisfaz as equações diferenciais.
Para uma coluna com engaste duplo em todas as direções, a solução exata é do tipo (1-cos2πx/L).
O comprimento efetivo para as flexões em torno dos eixos x e y para este caso foram determinados no
Capítulo 2 como a metade do comprimento da coluna. O comprimento efetivo para a torsão é análogo
aos comprimentos efetivos para flexão, e pode ser estimado através de um exame das condições de
contorno da coluna. É a distância entre os dois pontos da coluna onde o bi-momento, EΓβ”, é nulo. O
comprimento efetivo para a torsão de um coluna bi-engastada também será a metade do comprimento
real da coluna. Na prática, a maioria das colunas terá um comprimento efetivo em torsão que estará
entre os casos de apoios simples e duplo engaste. Até o presente momento, entretanto, não há qualquer
método preciso e consistente pata a determinação do comprimento efetivo em torsão. Em conseqüência,
uma estimativa deste terá que ser feita através da comparação das condições reais (ou esperadas) com
aquelas das condições de apoio simples e duplo engaste. Note que mesmo uma coluna com a
extremidade livre não necessariamente terá que ter momento torsor nulo. Por exemplo, se a extremidade
livre de uma coluna de paredes finas é fechada por um diafragma, o empenamento será pelo menos
parcialmente impedido e o bi-momento não será nulo.
No que tange a flambagem torsional ou por flexo-torsão no regime plástico, o mesmo procedimento
da flambagem de colunas por flexão pode ser utilizado. O módulo de elasticidade e de cisalhamento
devem ser substituídos pelos respectivos módulos tangentes.
π 2 Et I x π 2 Et I y ⎛ ⎞
⎜ Gt J + π E t Γ ⎟
2
1
Px = ; Py = ; Pφ = 2 (3.38)
L2x L2y r0 ⎜ Lφ2 ⎟⎠
⎝
O processo pode ser terminado quando a diferença relativa entre cargas críticas calculadas em dois
passos sucessivos for menor do que 2%.
3.14
3.6 ESTABILIDADE FLEXO-TORSIONAL GENERALIZADA DE COLUNAS
Considere o arranjo estrutural da Fig. 3-6, típico em construção aeronáutica. A coluna objeto da
análise está apoiada sobre uma série de reforçadores com espaçamento W. Na seção 2.13, através de
um exemplo, foi considerada a análise da estabilidade em flexão para um arranjo deste tipo. O efeito dos
reforçadores sobre a coluna foi modelado como uma série de molas. Em princípio, a análise da
estabilidade da coluna em flexo-torsão poderia ser realizada da mesma forma.
Nesta seção, entretanto, o efeito dos reforçadores sobre a coluna será modelado como uma
fundação elástica. Noutras palavras, em vez de cada reforçador ser modelado por um conjunto de molas,
o efeito será distribuído. Quanto menor for o espaçamento dos reforçadores em relação ao comprimento
da coluna, mais preciso será o modelo.
Quando a coluna começa a flambar em torsão, dois mecanismos resistem a rotação de sua seção
transversal em torno do centro de cisalhamento. De um lado, a própria coluna tem a sua rigidez torsional.
O segundo mecanismo é constituído pela série de reforçadores fixados à coluna. A resistência que estes
reforçadores oferecem à rotação da seção da coluna é o que determina a rigidez torsional distribuída kφ.
3.15
A coluna, através da fixação, transmite ao reforçador um momento M. Sob a ação deste momento, a
seção central do reforçador gira de um ângulo θ. A relação entre este momento e ângulo de rotação
pode ser escrita como M = Kφ θ. Determinado Kφ, a constante procurada é obtida como kφ = Kφ / W.
Como mostrado na Fig. 3-7, o arranjo coluna-reforçador pode ser modelado como uma viga
simplesmente apoiada (o reforçador) com um momento (transmitido da coluna pela fixação) aplicado à
meia-envergadura. A relação M = Kφ θ, pode ser derivada diretamente da equação da inclinação dada
pela teoria de vigas:
M ⎛ Lst x2 ⎞ MLst 12 E st I st 12 E st I st
θ ( x) = ⎜⎜ −3 ⎟⎟ ⇒ θ (Lst 2 ) = ⇒ Kφ = ⇒ kφ = (3.39)
6 E st I st ⎝ 4 Lst ⎠ 12 E st I st Lst LstW
Para a determinação destas constantes será utilizado um sistema de eixos local x , y no reforçador.
O eixo x é tomado na direção longitudinal e y na direção transversal do reforçador. No caso geral, este
sistema não coincide com os eixos principais x,y da coluna. Em conseqüência, as constantes
determinadas no sistema de eixo do reforçador devem ser transformadas para o sistema de eixos da
coluna.
Ao flambar em torno de seus eixos principais x e y, a coluna transmite, através da fixação, uma
carga genérica P ao reforçador. As constantes procuradas são obtidas da expressão geral P = kδ, onde δ
é a deflexão da coluna no ponto de fixação.
Determinação de kx:
A Fig. 3-8 mostra o modelo adotado. O arranjo pode ser modelado por uma viga simplesmente
apoiada (reforçador) com uma carga axial (transmitida pela fixação) aplicada com uma excentricidade
em relação ao eixo do reforçador. O deslocamento total no ponto de fixação, δtot, é devido à translação
da fixação, δt, mais a contribuição devida à rotação da fixação, δθ (considera-se a fixação rígida).
3.16
A carga P produz, no reforçador, uma carga axial e um momento, Pe. A carga axial P aplicada no
centro do reforçador produz tensões de tração na metade esquerda e tensões de compressão na metade
direita. Em módulo, estas tensões tem o valor σ = P/(2Ast), de modo que
PeLst
θ=
12 E st I st
de modo que
Pe 2 Lst
δ θ = eθ = (3.41)
12 E st I st
Resolvendo para Kx, e depois dividindo pelo espaçamento entre reforçadores, tem-se
3.17
12 E st Ast I st 12 E st Ast I st
Kx = ⇒ kx =
(
Lst 3I st + Ast e 2 ) (
LstW 3I st + Ast e 2 ) (3.43)
Determinação de ky:
A Fig. 3-9 mostra o modelo adotado. A carga transmitida pela coluna produz uma flexão no
reforçador. A fórmula da deflexão no centro de uma viga simplesmente apoiada submetida a uma carga
transversal central é
PL3st
δ = , (3.44)
48E st I st
de modo que
48 E st I st 48 E st I st
Ky = ⇒ ky = (3.45)
L3st WL3st
Se o ângulo entre o sistema local x , y do reforçador e o sistema principal da coluna for designado
por θ, as constantes da fundação elástica no sistema de eixos da coluna serão dadas por
(note que os sinais nas transformações foram desprezados uma vez que uma rigidez sempre age no
sentido positivo).
A Fig. 3-10 mostra uma coluna de seção arbitrária com restrições elásticas. O sistema de eixos x,y é
principal e está centrado no centróide C (ao contrário do desenvolvimento realizado na seção 3.4, onde
3.18
os eixos estavam centrados no centro de cisalhamento). As restrições elásticas estão conectadas no
ponto genérico R. Considere a seguinte definição de símbolos:
3.19
O cálculo da carga crítica envolve os seguintes passos:
Passo 1:
n xπ n yπ nφ π
λ xn = ; λ yn = ; λφn = (in -1 , m -1 )
Lx Ly Lφ
Passo 2:
kx ky kφ
K xn = ; K yn = (lb, N) Kφ n = (lb - in 2 /rad , N - m 2 /rad)
λ 2
yn λ 2
xn λφ n
2
Passo 3:
Passo 4:
Q xn = K xn ( y R − y 0 ); Q yn = K yn ( x R − x 0 ) (lb - in , N - m)
Passo 5:
2
( ⎛r ⎞
)
a 2 = 2 x02 Fyn + y 02 Fxn − 2 x0 Q yn − 2 y 0 Q xn − ⎜ 0 ⎟ (Fxn + Fyn + Fφ n )
1
(lb, N)
r ⎝r⎠
2
1
(
a1 = 2 2 x 0 Fyn Q yn + 2 y 0 Fxn Q xn − Q xn2 − Q yn
2 ⎛r ⎞
)
− ⎜ 0 ⎟ (Fxn Fyn + Fyn Fφ n + Fφ n Fxn ) (lb 2 , N2 )
r ⎝r⎠
2
1
(
a 0 = 2 Fxn Q xn2 + Fyn Q yn
2 ⎛r ⎞
)
− ⎜ 0 ⎟ Fxn Fyn Fφ n (lb 3 , N3 )
r ⎝r⎠
Passo 6:
D=
1 2
a 2 − 3a1 ; H =
1
(9a1 a 2 − 27a 0 − 2a 23 ) ; θ = cos −1 ⎜ 3 ⎟
⎛ H ⎞
3 54 ⎝D ⎠
⎡ θ
S = min ⎢cos , cos
(θ + 2π ) , cos (θ + 4π )⎤
⎣ 3 3 3 ⎥⎦
a
Pcr = 2 DS − 2 ,
3
Nota 1: Os valores dos n são aqueles que minimizam a carga crítica; o processo de cálculo da carga
deve ser repetido para valores de n em seqüência; os que produzirem a menor carga são os efetivos.
Nota 2: O cálculo da constante de empenamento requer conhecer-se o centro de torção, i.e., o ponto em
torno do qual a seção gira durante a flambagem. Para uma coluna não restrita elasticamente, o centro de
torção coincide com o centro de cisalhamento. À medida que restrições elásticas de translação com
rigidez crescente vão sendo impostas ao longo do comprimento da coluna, o centro de torção é movido
do centro de cisalhamento para o ponto de fixação das restrições. Na maioria das aplicações com
3.20
presença de restrições elásticas de translação, entretanto, a sua rigidez é grande o suficiente para
justificar a hipótese que o centro de torção coincida com o ponto de fixação destas restrições.
Como explicado anteriormente, achada a carga crítica, as tensões devem ser calculadas para
verificar se os módulos (Et e Gt) utilizados no processo são compatíveis com estas tensões. De outra
forma, deve-se corrigir os módulos e iterar do início. Note que de uma iteração para outra, os valores de
n podem variar, de modo que não podem ser mantidos fixos durante o processo.
Como visto na seção anterior, em colunas de seção transversal ponto-simétrica, ou com duplo eixo
de simetria, o centro de cisalhamento coincide com o centróide. Se o ponto de fixação das restrições
elásticas for também o centróide, como mostrado na Fig. 3.11, o cálculo da carga crítica simplifica
consideravelmente:
ky Lx ky Ly kx Lφ kφ
λ xn = 4 ⇒ nx = 4 ; ny = 4 ; nφ = 4
Et I x π Et I x π Et I y π Et Γ
3.21
É evidente que n deve ser inteiro, de modo que deve ser tomado o valor inteiro mais “próximo” dos
valores calculados acima. Se o “mais próximo” não for evidente, deve-se calcular as cargas críticas para
os inteiros imediatamente inferior e superior aos valores calculados acima. A carga crítica em cada modo
de flambagem (flexão pura em torno dos eixos x e y, e torsão pura) será o menor valor e a carga crítica
da coluna será o menor dos três valores assim determinados.
EXEMPLO:
A Fig. 3-12 mostra uma coluna simplesmente apoiada, com seção em Z, ponto-simétrica,
manufaturada por conformação de chapa de liga AL 7075-T6 e com restrições elásticas aplicadas no
centro de cisalhamento, coincidente com o centróide.
As propriedades da seção, bem como a restrição elástica torsional, foram calculadas à parte e são
fornecidas no quadro. Pede-se calcular a carga crítica em torsão pura.
3.22
Para iniciar a solução, considere que a coluna flamba no regime elástico
14
Lt kt 20 ⎛ 50 ⎞
n= = ⎜⎜ ⎟ = 0,974
π ⎝ 1,5 × 10 × 0,0087 ⎟⎠
4
π Et Γ 6
Este valor tem de ser arredondado para o inteiro não nulo mais próximo, no caso, n = 1. Na
seqüência, calcule o parâmetro λφ n
nπ 1 × π
λφ n = = = 0,15708 in -1
Lt 20
Calcule a carga crítica em torsão pura:
1⎛ k ⎞
Pcr = ⎜ Gt J + Et Γλφ2 n + φ ⎟ =
⎜
r2 λφ2 n ⎟⎠
⎝
1 ⎛ 50 ⎞
= ⎜⎜ 3,9 × 10 6 × 0,00013 + 10,5 × 10 6 × 0,0087 × 0,15708 2 + ⎟⎟ = 9.544 lbs
0,5016 ⎝ 0,15708 2 ⎠
Calcule a tensão crítica
Pcr 9.544
Fcr = = = 60.064 psi
A 0,1589
O limite proporcional da chapa de liga AL 7075-T6 é aproximadamente 50 ksi. Em conseqüência, a
hipótese inicial de que E = Et e G = Gt não é válida e uma nova iteração é requerida.
3.23
Como segunda aproximação use valor intermediário: Pcr = 8,008 kips
8,010
Pcr = 8,008kips ⇒ Fcr = = 50,396 ksi
0,1589
10.500 10.500
Et = (9 , 2 −1) = 8.291 ksi Es = (9 , 2 −1) = 10.204 ksi
⎛ 3 × 9,2 ⎞⎛ 50,396 ⎞ ⎛ 3 ⎞⎛ 50,396 ⎞
1+ ⎜ ⎟⎜ ⎟ 1 + ⎜ ⎟⎜ ⎟
⎝ 7 ⎠⎝ 70 ⎠ ⎝ 7 ⎠⎝ 70 ⎠
ν = 0,5 -
10.204
(0,5 − 0,33) = 0,335 ⇒ Gt =
8.291
= 3.106ksi
10.500 2(1 + 0,335)
14
Lt kt 20 ⎛ 0,050 ⎞
nφ = 4 = ⎜ ⎟ = 1,06 ⇒ n = 1
π Et Γ π ⎝ 8.291 × 0,0087 ⎠
nπ 1 × π
λφ n = = = 0,15708 in -1
Lt 20
1 ⎛ 0,050 ⎞
Pcr = ⎜⎜ 3.106 × 0,00013 + 8.291 × 0,0087 × 0,15708 2 + ⎟⎟ = 8,026 kips
0,5016 ⎝ 0,15708 2 ⎠
Como terceira aproximação use valor intermediário: Pcr = 8,017 kips
8,017
Pcr = 8,017kips ⇒ Fcr = = 50,453 ksi
0,1589
10.500 10.500
Et = (9 , 2 −1) = 8.274 ksi Es = (9 , 2 −1) = 10.202 ksi
⎛ 3 × 9,2 ⎞⎛ 50,453 ⎞ ⎛ 3 ⎞⎛ 50,453 ⎞
1+ ⎜ ⎟⎜ ⎟ 1 + ⎜ ⎟⎜ ⎟
⎝ 7 ⎠⎝ 70 ⎠ ⎝ 7 ⎠⎝ 70 ⎠
ν = 0,5 -
10.202
(0,5 − 0,33) = 0,335 ⇒ Gt =
8.274
= 3.099ksi
10.500 2(1 + 0,335)
14
Lt kt 20 ⎛ 0,050 ⎞
nφ = 4 = ⎜ ⎟ = 1,06 ⇒ n = 1
π Et Γ π ⎝ 8.274 × 0,0087 ⎠
nπ 1 × π
λφ n = = = 0,15708 in -1
Lt 20
1 ⎛ 0,050 ⎞
Pcr = ⎜⎜ 3.099 × 0,00013 + 8.274 × 0,0087 × 0,15708 2 + ⎟⎟ = 8,018 kips
0,5016 ⎝ 0,15708 2 ⎠
A convergência foi obtida para Pcr = 8.017 lbs e Fcr = 50,45 ksi. Este mesmo problema foi resolvido
na Ref. 3.1 fazendo uso direto das curvas dos módulos tangentes para o material. O resultado obtido foi
Pcr = 8.917 lbs e Fcr = 56,12 ksi. A razão da discrepância, como explicado, é que o modelo de Ramberg-
Osgood, especialmente com valores relativamente baixos de n, fornece resultados imprecisos na faixa
de tensões fora do intervalo estabelecido por F0.85 e F0.7 (63 - 70 ksi, no caso). Além disto, há
imprecisões no modelo que relaciona tensões de cisalhamento a tensões normais.
3.24
Para informações adicionais relativas à teoria da flambagem torsional de colunas o leitor deve
consultar as Refs. 3.4 e 3.5. Na Ref. 3.6 é tratado o problema da flambagem torsional de colunas com
seção em ângulo. O problema de flambagem de colunas com seções em C, com e sem lábios é tratado
na Ref. 3.7, enquanto que colunas com seções em Z, com ou sem lábios, são consideradas na Ref. 3.8.
A Ref. 3.9 é um guia geral para a solução de problemas de flambagem de colunas no âmbito dos Data
Sheets ESDU. A Ref. 3.10 apresenta o problema da flambagem flexo-torsional de colunas de seção
aberta em termos de tensões. Finalmente, a Ref. 3-11 é muito rica no tratamento do tema. Além de
prover um método baseado em gráficos para a determinação do modo crítico para colunas com um eixo
de simetria, são tratados os casos de colunas restritas a flambar por flexão num plano prescrito (como
reforçadores conectados a chapas) e cargas excêntricas. Três exemplos completos são fornecidos.
Um membro carregado transversalmente que é fletido em torno de seu eixo mais forte pode flambar
lateralmente se seu flange em compressão não é apoiado lateralmente. A razão pela qual a flambagem
ocorre numa viga é que o flange em compressão, que de fato funciona como uma coluna sobre uma
fundação elástica, torna-se instável. No carregamento crítico, há uma tendência do flange em
compressão em fletir lateralmente, como mostrado nas Fig. 3-13 e 3-14. A flambagem lateral de uma
viga é, portanto, uma combinação de flexão, torsão e flexão lateral ocasionadas pela instabilidade do
flange em compressão.
Nesta seção não se fará o desenvolvimento teórico do tema. Para tanto o leitor pode se referir aos
bons textos de Timoshenko (Ref. 3.4), Vlasov (Re. 3.5) e/ou Chajes (Ref. 3.12). De uma maneira geral,
o desenvolvimento teórico nestes textos segue a linha da derivação das equações de equilíbrio, via
equilíbrio de corpo livre, ou utilização de métodos de energia, como as análises teóricas apresentadas
nestas notas. Nesta seção, entretanto, serão listados alguns dos resultados obtidos nas referências
citadas. No que segue, Iy é o momento de inércia em torno do eixo principal fraco.
3.25
A) VIGA DE SEÇÃO RETANGULAR , SIMPLESMENTE APOIADA, EM FLEXÃO PURA
π
M cr = Gt JEt I y
L
B) VIGA DE SEÇÃO EM I, SIMPLESMENTE APOIADA, EM FLEXÃO PURA
π ⎛ π2 ⎞
M cr = ⎜
E t I y ⎜ Gt J + E t Γ 2 ⎟⎟
L ⎝ L ⎠
π ⎡ π2 ⎤
M cr = Et I y ⎢Gt J + Et Γ 2 ⎥
⎛L⎞
⎜ ⎟ ⎣ ( L 2) ⎦
⎝2⎠
D) VIGA DE SEÇÃO EM I, SIMPLESMENTE APOIADA, COM CARGA TRANSVERSAL A MEIO VÃO (NO CENTRÓIDE)
De uma maneira geral, o momento crítico depende, além das propriedades geométricas e do
material da viga, do tipo de carregamento, ponto de aplicação do carregamento e condições de contorno.
Para vigas com seções ponto-simétricas ou com dois eixos de simetria, e com o carregamento aplicado
no centróide, a expressão para o momento crítico toma a forma geral
π ⎡ π2⎤
M cr = C1 Et I y ⎢Gt J + Et Γ 2 ⎥
Ly ⎣⎢ Lφ ⎦⎥
3.26
Tabela 3.1 Valores de C1 para os Casos de Carregamento mais Usuais
Tabela continua
3.27
Tabela 3.1 Valores de C1 para os Casos de Carregamento mais Usuais (continuação)
3.8 EXERCÍCIOS
EXERCÍCIO 3.1
Considere uma coluna de comprimento 25in, extrudada em liga de
2,0 in
alumínio 7075-T6 (E=10500ksi; F07=72ksi; n=16,6; Fcy=70ksi;νe =0,3),
simplesmente apoiada em ambas as extremidades, e com seção
transversal dada na figura.
2,0 in a) qual a tensão de flambagem em flexão? (assuma que não há
0,08 in flambagem local)
b) qual a tensão de flambagem em torção? (assuma que não há
flambagem local)
0,08 in
EXERCÍCIO 3.2
Considere um painel de construção integral de 25in de comprimento e
cuja seção é dada na figura, usinado em liga de alumínio 7075-T6. O
tw painel está engastado em ambas as extremidades.
bw a) ache a tensão crítica de flambagem por flexão.
ts b) Ache a tensão crítica de flambagem por torsão
bs/2 bs Dados:
bw = 1 in; bs = 2 in; tw = 0.060 in; ts = 0.050 in
E = 10.500 ksi, Fy = 70ksi, F0.7 = 72ksi, n = 16,6, ν = 0.3
3.28
EXERCÍCIO 3.3
Considere uma coluna de comprimento 16 in, extrudada em liga de alumínio
2024-T3 (Ec = 10700ksi; G = 0,4 Ec; Fcy = 40ksi; F0.7 = 39ksi; n = 11,5; νe = 0,3),
simplesmente apoiada em ambas as extremidades, e com seção transversal
dada na figura.
2,06 in
a) qual é a tensão de flambagem em flexão?
b) qual é a tensão de flambagem em torção?
0,06 in
0,08 in Desconsidere a possibilidade de flambagem/falha local.
1,58 in
EXERCÍCIO 3.4
Uma coluna é completamente engastada em uma das
10 t
extremidades e livre na outra. A sua seção transversal é
mostrada na figura.
t O carregamento é central, ou seja, a carga de compressão é
6t aplicada no centróide da seção.
t
Ache a carga e o modo de flambagem críticos quando o
comprimento da coluna for L = 120 t .
Considere flambagem elástica, com G = 0,4 E.
EXERCÍCIO 3.5
Uma coluna é simplesmente apoiada em ambas as extremidades. A sua seção
transversal é mostrada na figura (abas iguais e ângulo de 120o entre as
0,1 in mesmas). O carregamento é central, ou seja, a carga de compressão é
aplicada no centróide da seção.
a) Ache a tensão de flambagem em flexão pura em torno do eixo fraco;
b) Ache a tensão de Wagner, de flambagem em torção pura;
c) Poderá ocorrer flambagem em flexo-torção? Por que?
5 in d) Determine o comprimento L tal que a flambagem por flexão e por torção se
verifique sob a mesma tensão. Qual a tensão de flambagem nestas
condições?
dados: E=10700 ksi, νe = 0.3, F0.7 = 39 ksi, Fcy = 41 ksi, n = 11.5
EXERCÍCIO 3.6
A partir das expressões da energia de deformação e do potencial da carga axial externa aplicada
dadas no texto, utilize o Princípio do Valor Estacionário do Potencial Total para derivar as equações de
equilíbrio e as possíveis condições de contorno de uma coluna de paredes finas submetida à
compressão central.
EXERCÍCIO 3.7
10t A figura mostra a seção transversal de uma coluna
totalmente engastada em ambas as extremidades
Se a espessura das mesas e da alma desta coluna for
igual a t, ache o comprimento da coluna para que a
10t flambagem por flexão ocorra simultaneamente com a
flambagem por torção.
Considere flambagem elástica.
3.29
EXERCÍCIO 3.8
15 cm . Uma coluna simplesmente apoiada em ambas
extremidades tem seção transversal como mostrado
na figura.
1 cm O carregamento é central, ou seja, a carga de
compressão é aplicada no centróide da seção.
25 cm
Plote a carga crítica de flambagem em função do
comprimento L
Considere flambagem elástica.
1 cm E = 30 ksi, ν = 0,3
EXERCÍCIO 3.9
A figura mostra a seção transversal de uma coluna
simplesmente apoiada. O comprimento da coluna é
dado, L = 587 mm.
Se a coluna é manufaturada de um material cuja
curva tensão-deformação pode ser representada
adequadamente pelo modelo de Barratt-Michael,
com E = 72 400 MN/m2, m = 14, Fn = 260 MN/m2 e
ν = 0.3 ,
qual será a tensão de flambagem?
EXERCÍCIO 3.10
A figura mostra a seção transversal de uma coluna simplesmente apoiada,
de comprimento L = 427 mm.
Se a coluna é manufaturada de um material cuja curva tensão-deformação
pode ser representada adequadamente pelo modelo de Barratt-Michael,
com E = 72 400 MN/m2, Fn = 260 MN/m2, m = 14 e ν = 0.3,
qual será a tensão de flambagem?
Dados da seção: c = 12 mm, d = 32 mm, h = 64 mm, t = 2 mm
EXERCÍCIO 3.11
Uma coluna simplesmente apoiada manufaturada em liga de titânio tem seção em C, cujas propriedades
geométricas são dadas:
A = 0.141 in2 ; Ix = 0.0078 in4 ; Iy = 0.00252 in4 ; J = 0.000498 in4 ; Γ = 0.000133 in6; x0 = 0.280 in ; y0 = 0
Qual a tensão e o modo de flambagem se o comprimento da coluna for L = 2 in ?
Propriedades do material: E = 17000 ksi ; F0.2 = 92.5 ksi ; F0.5 = 98.5 ksi ; ν = 0.35
Observação: F0.2 = tensão de escoamento offset de 0.2%; F0.5 = tensão de escoamento offset de 0.5%
3.30
EXERCÍCIO 3.12
Uma coluna de seção em Z foi manufaturada a partir da
1” conformação de uma chapa de liga Clad AL 7075-T6, de 0.2 in de
espessura. A seção transversal é mostrada na figura (alma de 2
in e aba de 1 in). Desconsiderando a possibilidade de flambagem
0.2”
local (tema ainda a ser abordado), pede-se
A curva Fcr vs L’, onde L’ é o comprimento efetivo da coluna
2”
(trace as curvas correspondentes às três raízes da equação
característica, identificando o modo de flambagem).
Use o modelo de Ramberg-Osgood para a solução do problema
em todo o domínio de Fcr. Os parâmetros relevantes do material
1” são: E = 10.5 ksi, νe = 0.3, F0.7 = 64.5 ksi, Fcy = 64 ksi, n = 19.5
EXERCÍCIO 3.13
A viga de comprimento 16 in, extrudada em liga de alumínio 2024-T3
(Ec = 10700ksi; G = 0,4 Ec; Fcy = 40ksi; F0.7 = 39ksi; n = 11,5; νe = 0,3),
com seção dada na figura, está simplesmente apoiada em ambas as
extremidades.
2,06 in
a) Se a viga está submetida à flexão pura em torno de seu eixo forte,
qual é o momento crítico de estabilidade lateral?
0,06 in b) Se a viga está sujeita a uma carga aplicada a meio-vão, no
0,08 in centróide, qual é o momento crítico?
EXERCÍCIO 3.14
Considere uma viga de comprimento 40in, extrudada em liga de alumínio
2,0 in
7075-T6 (E=10500ksi; F07=72ksi; n=16,6; Fcy=70ksi;νe =0,3), engastada em
ambas as extremidades, e com seção transversal dada na figura.
3.9 REFERÊNCIAS
3.1 Niu, M.C.Y: Airframe Stress Analysis and Sizing, 2nd. Ed., Conmilit Press, Hong Kong, 2001
3.2 MIL-HDBK-5, Metallic Materials and Elements for Flight Vehicle Structures, US Government Printing
Office, Washington
3.3 Boeing Design Manual, BDM-6244, Generalized Flexural-Torsional Instability of Columns, The
Boeing Co., Seattle, Feb 1991
3.4 Timoshenko, S.P. & Gere, J.M.: Theory of Elastic Stability, McGraw-Hill, New York, NY, 1961.
3.5 Vlasov, V.Z.: Thin-Walled Elastic Beams, 2nd. Ed., National Science Foundation, Washington, 1961.
3.6 ESDU, Torsional Instability of Stringers and Struts of Angle Section, ESDU Data Item no. 01.01.10,
April, 1947.
3.31
3.7 ESDU, Buckling of Struts. Lipped and Unlipped Channel Sections, ESDU Data Item no. 76023,
November, 1976.
3.8 ESDU, Buckling of Struts. Lipped and Unlipped Z Sections, ESDU Data Item no. 77030, November,
1977.
3.9 ESDU, Guide to Items on the Strength and Stability of Struts, ESDU Data Item no. 78021, October,
1978.
3.10 ESDU, Flexural and Torsional-Flexural Buckling of Thin-Walled Open Section Struts, ESDU Data
Item no. 89007, March, 1989.
3.11 NASA, Astronautics Structures Manual, Vol. 2, Section C.1, Structures and Propulsion Laboratory,
NASA Marshall Space Flight Center, AL 35812, August 1975 – também disponível para download
em http://trs.msfc.nasa.gov/mtrs/75/tmx73306v2p7.pdf
3.12 Chajes, A.: Principles of Structural Stability Theory, Prentice-Hall, Englewood Cliffs, NJ, 1974.
3.13 Boeing Design Manual, BDM-6142, Generalized Lateral-Torsional Instability of Beams, The Boeing
Co., Seattle, Nov 1988.
3.14 NASA, Astronautics Structures Manual, Vol. 1, Section B.4.7, Structures and Propulsion Laboratory,
NASA Marshall Space Flight Center, AL 35812, August 1975 – também disponível para download
em http://trs.msfc.nasa.gov/mtrs/75/tmx73305v1p7.pdf
3.32
CAPÍTULO 4
VIGAS-COLUNA
ÍNDICE DE SEÇÕES
ÍNDICE DE FIGURAS
4.2
4
VIGAS-COLUNA
4.1 INTRODUÇÃO
Vigas-Coluna são membros que estão sujeitos a ambas, flexão e compressão. A flexão pode ser
causada tanto por momentos aplicados na extremidade do membro quanto por forças transversais
agindo diretamente no membro como mostrado na Fig. 4-1. A coluna carregada excentricamente,
analisada no Cap. 2, também é, na essência, uma viga-coluna. As preocupações da análise então,
entretanto, eram distintos das que serão tratadas aqui. A razão de estudar um membro carregado
excentricamente no Cap. 2 foi verificar qual o efeito que pequenas quantidades de flexão, causadas por
inevitáveis imperfeições, têm sobre colunas carregadas axialmente. Aqui serão tratados membros onde a
compressão e flexão são devidas a cargas aplicadas intencionalmente. Noutras palavras, a flexão é
agora o efeito primário, enquanto que no estudo anterior era apenas um efeito secundário.
4.3
d 2 w Qx Qx L
M = − EI = + Pw ⇒ w"+ k 2 w = − para 0 ≤ x ≤ (4.1)
dx 2
2 2 EI 2
com
P
k2 = (4.2)
EI
A solução geral da Eq. (4.1) é
Qx
w( x) = A sen kx + B cos kx − (4.3)
2P
onde A e B são as constantes arbitrárias determinadas das condições de contorno
w(0) = 0 ⇒ B = 0
L Q 1
w' ( ) = 0 ⇒ A =
2 2 Pk cos(kL 2)
e a Eq. (4.3) pode ser reescrita como
Q ⎡ sen kx kL ⎤
w( x) = ⎢ ( − ⎥ (4.4)
2 Pk ⎣ cos kL 2 ) 2 ⎦
Q ⎡ sen (kL 2 ) kL ⎤
δ = ⎢ ( − ⎥
2 Pk ⎣ cos kL 2 ) 2 ⎦
ou
Q
δ = (tan u − u ), com u = kL (4.5)
2 Pk 2
O fator QL3/48EI que aparece nesta relação pode ser identificado como a deflexão que existiria na viga
se a carga Q estivesse agindo sozinha. Em conseqüência, introduzindo a notação
QL3
δ0 = (4.7)
48EI
a Eq. (4.6) pode ser reescrita na forma
3(tan u − u )
δ = δ0 (4.8)
u3
Para simplificar ainda mais esta expressão, considere a expansão de tan u numa série de potência:
u 3 2 5 17 7
tan u = u + + u + u + ...
3 15 315
A substituição desta série na Eq. (4.8) resulta em
4.4
⎛ 2 17 4 ⎞
δ = δ 0 ⎜1 + u 2 + u + ... ⎟ (4.9)
⎝ 5 105 ⎠
Levando em consideração as expressões em (4.2) e (4.5),
P L2 π 2 P
u =
2
= 2,46 ` (4.10)
EI 4 π 2
Pcr
de modo que a Eq. (4.9) pode ser posta na forma
⎡ P ⎛ P ⎞
2
⎤ ⎡ P ⎛ P ⎞
2
⎤
δ = δ 0 ⎢1 + 0,984 + 0,998⎜⎜ ⎟⎟ + ...⎥ ≅ δ 0 ⎢1 + + ⎜⎜ ⎟⎟ + ...⎥ (4.11)
⎢⎣ Pcr ⎝ Pcr ⎠ ⎥⎦ ⎢⎣ Pcr ⎝ Pcr ⎠ ⎥⎦
A soma da série geométrica entre os colchetes é 1/[1-(P/Pcr)], de modo que a Eq. (4.11) reduz a
1
δ = δ0 (4.12)
1 − (P Pcr )
A equação (4.12) é uma muito boa aproximação para a deflexão máxima de um membro
simplesmente apoiado que é fletido simultaneamente por uma carga transversal Q e uma força axial P. A
equação indica que a deflexão máxima do membro é igual a δ0, a deflexão máxima que ocorreria se
somente a carga transversal Q estivesse agindo sozinha, multiplicada por um fator de amplificação que
depende da razão P/Pcr. O efeito da carga axial é, portanto, o de ampliar a deflexão que existiria na viga
se esta carga não estivesse presente. A Eq. (4.12) indica também que a deflexão aumenta sem limite
quando P/Pcr tende para a unidade. Noutras palavras, a resistência do membro desaparece quando a
carga axial se aproxima da carga crítica. Isto significa que, além dos métodos vistos no Cap. 2, também
é possível determinar a carga crítica de um membro achando-se a carga axial sob a qual a rigidez em
flexão do membro se anula.
A variação de δ com Q, como dada pela Eq. (4.12), é mostrada na Fig. 4-3a para P = 0, P = 0,4 Pcr,
e P = 0,7 Pcr. Uma vez que a rigidez em flexão de um membro é proporcional à inclinação de sua curva
carga-deflexão, estas curvas claramente demonstram que um aumento na carga axial produz uma
diminuição na rigidez em flexão. As curvas também mostram que a relação entre a carga e a deflexão,
que é sabidamente linear quando P = 0, permanece linear mesmo quando P ≠ 0, desde que P seja
4.5
constante. Se é permitida a variação de P, entretanto, como no caso da Fig. 4-3b, a relação carga-
deflexão é não-linear. Isto é verdadeiro mesmo que a carga transversal Q permaneça constante (curva
cheia) ou cresça com o aumento de P (curva tracejada). A deflexão de uma viga-coluna, portanto, é uma
função linear de Q, mas não-linear de P. Se P e Q crescem simultaneamente, a relação carga-
deformação é não-linear.
Tendo determinado como a presença de uma carga axial afeta a deflexão lateral de um membro
carregado transversalmente, agora será estudado o efeito que a carga axial tem sobre o momento fletor.
O momento fletor máximo no membro é
QL QL PQL3 1 QL ⎡ PL2 1 ⎤
M max = + Pδ = + = ⎢1 + ⎥ (4.13)
4 4 48 EI 1 − (P Pcr ) 4 ⎣ 12 EI 1 − (P Pcr ) ⎦
Mas
PL2 P π2 P
= 2 = 0,82
12 EI (π EI L ) 12
2
Pcr
de modo que
QL ⎡1 − (0,18 P Pcr ) ⎤
M max = ⎢ ⎥ (4.14)
4 ⎣ 1 − (P Pcr ) ⎦
O fator fora dos colchetes na Eq. (4.14) é o momento que existiria na viga se não houvesse a carga
axial. Se este momento for designado por M0 = QL/4, a Eq. (4.14) pode ser posta na forma
⎡1 − (0,18 P Pcr ) ⎤
M max = M 0 ⎢ ⎥ (4.15)
⎣ 1 − (P Pcr ) ⎦
A equação (4.15) mostra que o efeito da compressão axial sobre o momento fletor é bastante
semelhante ao efeito que uma carga axial tem sobre a deflexão. Como a deflexão, o momento que existe
na ausência da carga axial é amplificado pela presença de uma carga axial. É também interessante notar
a semelhança entre o fator de amplificação para o momento e o correspondente fator para a deflexão.
4.6
é apoiada de forma tal a prevenir a flambagem lateral. A análise, na seção anterior, foi feita a partir da
formulação da equação de equilíbrio do corpo livre e posterior solução. Com o objetivo de ilustrar um
método alternativo de análise, se fará uso, aqui, do método de Rayleigh-Ritz.
EIδ 2π 4 2 πx πx Pδ 2π 4 πx
L L L
U +V =
2L 4 ∫
0
sen
L
dx − qδ ∫
0
sen
L
dx −
2L 0
2 ∫ cos 2 dx =
L
(4.18)
EIδ 2π 4 L 2 L Pδ 2π 4 L EI π 4δ 2 2qLδ Pπ 2δ 2
= − qδ − = − −
2 L4 2 π 2 L2 2 4 L4 π 4L
Do princípio do valor estacionário da energia potencial total, para que o sistema esteja em equilíbrio é
necessário que a variação de U+V seja nula, ou seja
O numerador e denominador podem ser multiplicados por 5/384EI. Por outro lado, π2EI/L2 = Pcr, de modo
que
5qL4
δ0 = (4.21)
384 EI
de modo que a Eq. (4.10) pode ser colocada na forma
1
δ ≅ δ0 (4.22)
1 − (P Pcr )
A Eq. (4.22) fornece a deflexão máxima de uma viga simplesmente apoiada que é fletida
simultaneamente por uma carga distribuída uniforme q e uma carga axial P. Como a forma assumida
para a deflexão w(x) na Eq. (4.17) não é exata, a deflexão dada pela Eq. (4.22) é somente uma
aproximação. Entretanto, o erro cometido na aproximação é muito pequeno (Ref. 4.1). O momento
máximo na viga ocorre no centro e é dado por
4.7
qL ⎡ 5PL2 ⎤
2 2
qL2 qL 5PqL4 1 1
M max = + Pδ = + = ⎢1 + ⎥=
8 8 384 EI 1 − (P Pcr ) 8 ⎣ 48 EI 1 − (P Pcr ) ⎦
(4.23)
qL ⎡
2
P 1 ⎤ qL 2 ⎡1 + (0,03P Pcr )⎤
= ⎢1 + 1,03 ⎥= ⎢ ⎥
8 ⎣ Pcr 1 − (P Pcr ) ⎦ 8 ⎣ 1 − (P Pcr ) ⎦
O momento máximo numa viga simplesmente apoiada, submetida a uma carga transversal
uniformemente distribuída agindo sozinha (sem a carga P) é M0 = qL2/8, de modo que
⎡1 + (0,03P Pcr ) ⎤
M max = M 0 ⎢ ⎥ (4.24)
⎣ 1 − (P Pcr ) ⎦
A máxima deflexão na viga-coluna, dada pela Eq. (4.22), e o momento máximo, dado pela Eq.
(4.24), sãoportanto o resultado do produto de dois termos: a deflexão ou momento máximo que existiria
se a carga axial não estivesse presente, e um fator de amplificação que leva em consideração o efeito da
carga axial. O que talvez seja mais marcante nestas relações é a sua semelhança com as expressões
correspondentes para a deflexão e momento obtidas anteriormente para o caso da carga concentrada. É
pelo menos parcialmente devido a esta semelhança que um critério de projeto relativamente simples
pode ser formulado para vigas-coluna.
Esta seção é uma transcrição do que está disposto na Ref. 4.2, incluindo a convenção de sinais e
exemplo.
Como foi visto, vigas-coluna em compressão axial sempre falharão sob uma carga axial menor do
que a carga crítica de flambagem. À medida que as cargas axiais e momentos crescem e a carga axial
se aproxima da carga crítica, as deflexões laterais aumentarão e a flexão tende a dominar. Tipicamente,
portanto, a condição de falha será dada equacionando-se a soma das tensões de compressão devidas à
carga axial e aquelas resultantes do momento fletor nas fibras extremas, com a tensão admissível.
Como visto na seção 4.2, a análise de uma viga-coluna é complicada porque há um acoplamento
não-linear entre a carga axial e a flexão. A flexão pode ser causada por uma aplicação excêntrica da
carga axial, cargas laterais, gradientes térmicos ou uma combinação de condições. Este acoplamento
não-linear amplifica o momento fletor que resultaria na viga sem a carga axial de compressão. Uma
conseqüência do momento fletor não ser proporcional às cargas axiais é que não pode ser utilizado o
princípio da superposição, isto é, os efeitos combinados de duas ou mais cargas axiais não pode ser
obtido a partir da superposição dos efeitos das cargas agindo separadamente. Se as cargas axiais
permanecem constantes, entretanto, os momentos fletores originados de qualquer sistema de cargas
laterais são proporcionais a estas cargas. As deflexões e momentos para dois ou mais sistemas de
cargas laterais podem portanto ser superpostas se a carga axial é a mesma em cada sistema.
O momento fletor M, numa viga-coluna carregada lateralmente e submetida a uma carga axial P,
pode ser comparado ao momento fletor M0 que resultaria na viga sob a ação do mesmo carregamento
lateral atuando sozinho (sem a carga axial) pela seguinte expressão aproximada:
4.8
1
M = M0 (4.25)
1 − (P Pcr )
A Eq. (4.25) pode ser utilizada para calcular a diferença aproximada entre M e M0, com o objetivo de
determinar se uma análise completa da viga-coluna é necessária. A diferença entre M e M0 é
normalmente pequena em membros que são projetados primariamente para suportar flexão e uma
análise de viga-coluna mais complexa pode não ser necessária.
O primeiro passo na análise de uma viga-coluna é calcular a sua carga crítica. Se a carga axial for
menor do que a carga crítica, os efeitos combinados são, então, examinados. As seguintes equações
são utilizadas para calcular o efeito das cargas combinadas em vigas de um único vão:
a) Momento Fletor
x x
M ( x) = C1 sen + C 2 cos + j 2 f ( x) (4.26)
j j
b) Esforço Cortante
dM C1 x C x df ( x)
V ( x) = = cos − 2 sen + j 2 (4.27)
dx j j j j dx
onde C1 e C2 são constantes de integração, f(x) é uma função que depende das cargas distribuídas na
viga e
EI
j= (4.28)
P
Para vigas simplesmente apoiadas, as expressões para as deflexões e inclinações são dadas,
respectivamente, por
M ( x) − M 0 ( x) V0 ( x ) − V ( x )
∆ ( x) = ; θ ( x) = (4.29)
P P
onde M0 e V0 são, respectivamente, o momento fletor e o esforço cortante na viga quando submetida
somente a cargas laterais (P = 0).
Nas equações acima, um momento positivo produz compressão na fibra superior da viga e um
deslocamento positivo está na direção da carga lateral aplicada. A Tab. 4-1 fornece os valores de C1, C2
e f(x) para os casos mais comuns, bem como a localização e valor do momento máximo na viga quando
disponíveis.
Casos que envolvem mais de um sistema de carregamento lateral podem ser tratados somando-se
os coeficientes individuais para cada sistema e usando o total nas equações fornecidas acima. Os
momentos em vários pontos ao longo do vão podem ser computados e uma curva suave pode ser
traçada através destes pontos para a determinação do momento máximo.
Dados e fórmulas adicionais para a análise de vigas-coluna de seção constante podem ser
encontrados nas Refs. 4-1, 4-3, 4-4 e 4.5.
4.9
TABELA 4.1 Fórmulas para Viga-Coluna sob Cargas Combinadas Axial e Transversal
CARREGAMENTO C1 C2 f(x) LOCALIZAÇÃO DE Mmax Mmax
1 w
L ⎛ L ⎞
P wj 2 tan wj 2 −w M max = wj 2 ⎜⎜ sec − 1⎟⎟
2j x = 0,5 L
⎝ 2 j ⎠
x
2 ⎛ L ⎞
⎜ 2j ⎟
w x=0 e x=L M max = wj 2 ⎜ − 1⎟
⎜ L
wjL 2 j ⎟⎠
P P tan
wjL ⎝
2 tan L −w
2 2j ⎛ L ⎞
⎜ 2j ⎟
x x = 0,5 L M max = wj 2 ⎜ − 1⎟
⎜ sen L 2 j ⎟
⎝ ⎠
3 ⎡ tan L − L ⎤
w 2j 2j⎥
wLj ⎢ + ⎡ L − tan L ⎤ ⎡ L − tan L ⎤
P ⎢ tan L − L ⎥ 2j 2j⎥ L
P ⎣⎢ j j ⎥⎦ wLj ⎢ tan + wj 2 −w x=0 M max = wLj ⎢
2j 2 j⎥
tan L
⎢ tan L − L ⎥ j
⎢⎣ j j ⎥⎦ ⎢ tan L − L ⎥ j
wj 2 tan L ⎢⎣ j j ⎥⎦
x 2j
4 w
P ⎛ L L L⎞ ⎛ L L L⎞
M max = wj 2 ⎜⎜ sec − 1 − tan ⎟⎟
P wLj wj 2 ⎜⎜ sec − tan ⎟⎟ −w x=0 j j
j j ⎝ j⎠
⎝ j⎠
x
5 Wj sen b πj πj Wj sen a
j j
W para x < a 0 0 x = L− se b > M max =
a b sen L 2 2 sen L
P P j j
Wj sen a πj Wj sen a
j a j
x − para x > a Wj sen 0 x = a se b < M max = sen b
2 sen L j
tan L j j
j
6 b L b L b b L L b b L
cos − sen sen − sen sen − sen
j j j j j j j j j j j
Wj para x < a Wj para x < a 0 x=0 M max = Wj
L L L L L L L L L
W cos − sen cos − sen cos − sen
P a b j j j j j j j j j
P L⎛ a L a b⎞ L⎛L a a b⎞ ⎡L a b a⎤
⎜ sin − cos + ⎟⎟ ⎜ cos − sen − ⎟⎟ cos − − sen ⎥
b⎢ j
cos sen
j ⎜⎝ j j j j⎠ j ⎜⎝ j j j j⎠ j j j⎥
x Wj Wj M max = Wj sen ⎢
L L L L L L 0 x=a j⎢ L L L ⎥
cos − sen cos − sen ⎢ j cos j − sen j ⎥
j j j j j j ⎣ ⎦
para x > a para x > a
4.10
TABELA 4.1 Fórmulas para Viga-Coluna sob Cargas Combinadas Axial e Transversal (Continuação)
CARREGAMENTO C1 C2 f(x) LOCALIZAÇÃO DE Mmax Mmax
7
Wj L
W x=0 M max = − tan
P P 2 4j
Wj L Wj L L
para x < − tan para x < 0
2 2 2 4j 2
L/2
Wj L
x = L/2 M max = tan
2 4j
8
W
P P L L
Wj − Wj tan 0 x=0 M max = −Wj tan
j j
x
9 a b
b M a sen cos
M a cos
j π j j j
a b − para x < a 0 0 x = a se b < M max = −
sen
L
2 L
P P j sen
j
a
Ma a<b a M a cos
M a cos
j a π j π j j
x − L
para x > a M a cos 0 x = L− se b > M max = −
tan j 2 2 L
j sen
j
12
10 L ⎛ 2 L ⎞
M1 L M 2 − M 1 cos ⎜⎜ M 2 − 2 M 1 M 2 cos + M 12 ⎟⎟
M2 P M 2 − M 1 cos j ⎝ j ⎠
P j M1 0 x = j arc tan M max =
L L
L M 1 sen sen
sen
j j
j
x ou x = 0 ou x = L ou M1 ou M2
11
w
P P wj 2 ⎛ sen L j⎞
0 wx x = j arc cos⎜⎜ ⎟⎟ Ache o valor de x e substitua
L −
sen L ⎝ L j ⎠ na equação geral
j
x
4.11
EXEMPLO
π 2 EI y π 2 10.700 × 0,514
Pcr = = kips = 21,712 kips (b)
L2 50 2
O momento admissível Mu é calculado de forma que a fibra extrema da viga atinja a tensão de
escoamento Fy:
M uc Fy I y 70 × 0,514
Fy = ∴ Mu = = kips − in = 37,093 kips − in (c)
Iy c 0,97
O momento máximo na viga sujeita às cargas laterais atuando sozinhas pode ser calculado do
diagrama de momentos. Sejam RA e RB as reações (positivas para cima), respectivamente, nas
extremidades A e B. Nestas condições:
12 − 4 + 0,75 × 35
em B : ∑ M = M 1 − M 2 + R A (a + b ) − Wb = 0 ⇒ R A = = 0,605 kip
50
∑F z = W − R A − RB = 0 ⇒ RB = 0,145 kip
O momento máximo é claramente no ponto de aplicação da carga W:
4.13
O que se deseja, através de uma análise apurada, é conhecer o momento máximo que se
desenvolverá na viga e a margem de segurança do projeto.
Passo 1: Determine se P > Pcr , considere P agindo sozinho:
P 7 F 10,7
fc = = = 9,186 ksi ; ⇒ M .S . = cr − 1 = − 1 = +0,165 (f)
A 0.762 fc 9,186
Passo 3: Determine as expressões para o momento ao longo da viga
EI y 10.700 × 0,514
j= = = 28,03 (g)
P 7
Use uma combinação dos casos (10) e (5) da Tabela 4.1 de modo que C = Ccaso 10 + Ccaso 5
Para x < a:
L b ⎛ 50 ⎞ ⎛ 35 ⎞
M 2 − M 1 cos wjsen 12 − 8 cos⎜ ⎟ + 0,75 × 28,03 sen⎜ ⎟
j j ⎝ 28,03 ⎠ ⎝ 28,03 ⎠
C1 = + = = 34,4100
L L ⎛ 50 ⎞
sen sen sen⎜ ⎟
J j ⎝ 28,03 ⎠
C 2 = M 1 + 0 = 8 , f ( x) j 2 = 0 + 0 = 0 de modo que
x x
M ( x) = 34,41sen + 8 cos ; x < a (h)
j j
Para x > a:
L b ⎛ 50 ⎞ ⎛ 15 ⎞
M 2 − M 1 cos wjsen 12 − 8 cos⎜ ⎟ 0.75 × 28.03sen⎜ ⎟
j j ⎝ 28,03 ⎠ ⎝ 28,03 ⎠
C1 = − = − = 16,3265
L L ⎛ 50 ⎞ ⎛ 50 ⎞
sen tan sen⎜ ⎟ tan⎜ ⎟
J j ⎝ 28,03 ⎠ ⎝ 28,03 ⎠
a ⎛ 15 ⎞
C 2 = M 1 + Wjsen = 8 + 0,75 × 28,03 sen⎜ ⎟ = 18,7207 , f ( x) j 2 = 0 + 0 = 0 , de modo que
j ⎝ 28,03 ⎠
x x
M ( x) = 16,3265 sen + 18,7207 cos ; x > a (i)
j j
Passo 4: Determine o momento máximo
O momento máximo se dará ou numa das extremidades A e B, ou no ponto C de aplicação da carga, ou
em algum ponto entre A e C, ou em algum ponto entre C e B.
M A = M 1 = 8 kip - in ; M B = M 2 = 12 kip - in ;
⎛ 15 ⎞ ⎛ 15 ⎞
M C = 34,41sen⎜ ⎟ + 8 cos⎜ ⎟ = 24,429 kip - in
⎝ 28,03 ⎠ ⎝ 28,03 ⎠
4.14
Verificação se está em algum ponto entre A e C:
dM 34,41 x 8 x x 34,41 x
= cos − sen = 0 ⇒ tan = = 4,3013 ⇒ = 1,3424 rad ⇒ x = 37,63
dx j j j j j 8 j
Uma grande percentagem da estrutura primária de uma aeronave pode ser classificada nesta
categoria. Cargas aerodinâmicas, de combustível, pressurização, etc., dão origem às cargas laterais. As
nervuras e cavernas fornecem os suportes contínuos à estrutura primária.
Vigas-coluna contínuas com rigidez uniforme em cada vão podem ser resolvidas por uma adaptação
do teorema dos três momentos, como mostrado na Fig. 4-6.
A continuidade sobre quatro, ou mais vãos, pode ser resolvida escrevendo-se uma equação dos
três momentos para cada par de vãos e resolvendo-se o sistema de equações simultâneas decorrente.
Uma extremidade engastada pode ser tratada a partir da adição de um vão fictício com rigidez EI → ∞ e
fazendo P = 0 neste vão. Um sistema complexo de cargas em qualquer vão pode ser aproximado
através da aplicação repetida de cargas concentradas.
4.15
Fig. 4-6 Teorema dos Três Momentos Modificado com a Inclusão do Efeito da Carga Axial
Considere a viga-coluna da figura, apoiada em três suportes. A viga está sujeita a uma carga axial
constante ao longo de seu comprimento, momentos distintos em suas extremidades, uma carga
4.16
concentrada no primeiro vão e uma carga uniformemente distribuída no segundo vão. Solicita-se o valor
do momento no suporte central. Os dados relevantes são dados na figura.
EI 10.700 × 0,5 L 25 L 30
j= = = 32,71 in ; L = = 0,7643 ; R = = 0,9171
P 5 j 32,71 j 32,71
6j⎛ 1 1 ⎞ 6 ⎛ 1 1 ⎞
φ= ⎜⎜ − ⎟⎟ ∴ φ L = ⎜ − ⎟ = 1,0726 ; φ R = 1,1076
L ⎝ sen L j L j ⎠ 0,7643 ⎝ sen 0,7643 0,7643 ⎠
3j ⎛ 1 1 ⎞ 3 ⎛ 1 1 ⎞
ψ = ⎜⎜ − ⎟⎟ ∴ ψ L = ⎜ − ⎟ = 1,0412 ; ψ R = 1,0610
L ⎝ L j tan L j ⎠ 0,7643 ⎝ 0,7643 tan 0,7643 ⎠
24[tan (L 2 j ) − (L 2 j )] 24[tan (0,9171 2) − (0,9171 2)]
χ= ∴ χR = = 1,0919
(L j ) 3
0,91713
L 25 30
F= ∴ FL = = 7,788 × 10 − 4 ; FR = = 9,346 × 10 − 4
6 EI 10.700 × 0,5 10.700 × 0,5
⎛ sen b j b ⎞
W − 1 ⎛ sen 0,7643 2 12,5 ⎞
HL = ⎜⎜ − ⎟⎟ ∴ H L = ⎜ − ⎟ = −7,774 × 10 −3
P⎝ sen L j L ⎠ 5 ⎝ sen 0,7643 25 ⎠
wL χ − 0.2 × 30 × 1,0919
3 3
HR = = = −4,592 × 10 − 2
24 EI 24 × 10.700 × 0,5
[
20 × 7,788 × 10 −4 × 1,0726 + 2 M 2 7,788 × 10 −4 × 1,0412 + 9,346 × 10 −4 × 1,0610 +]
−4 −3 −2
+ 30 × 9,346 × 10 × 1,1076 = −7,774 × 10 − 4,592 × 10
−3 −2 −2 − 10,1456 × 10 − 2
ou 3,605 × 10 M 2 + 4,7762 × 10 = −5,3694 × 10 ⇒ M2 = = −28,143
3,605 × 10 −3
M2 = - 28,143 kips-in
Considere a viga-coluna da figura, sobre quatro suportes. Como no exemplo 1, há uma carga axial
constante através de todo o comprimento da coluna e momentos distintos aplicados nas extremidades. A
viga tem um carregamento distribuído que cresce linearmente no vão da esquerda, permanece uniforme
no vão central e decresce linearmente no vão da direita. O procedimento de solução consiste em separar
o problema de três vãos em dois problemas de dois vãos e resolver o sistema resultante para os
momentos nos suportes 2 e 3, como realizado no exemplo 1. Duas equações, onde os dois momentos
nos suportes centrais aparecem como incógnitas, são montadas e posteriormente resolvidas.
4.17
Passo 1: Separe a estrutura em duas equações dos três momentos (1-2-3 e 2-3-4) e faça os cálculos
preliminares
4.18
EXEMPLO 3 – Viga-Coluna com engastamento
1 2 3
Passo 1: Adicione o vão virtual com rigidez infinita e carga axial nula
Passo 2: Separe a estrutura em duas equações dos três momentos (0-1-2 e 1-2-3) e faça os cálculos
preliminares
χ - - - 1,0919
4.19
Passo 2: Monte as equações dos três momentos para cada lado:
Para o lado esquerdo:
0 + 2M1 (0 + 7,788x10-4x1,0412) + M2x7,788x10-4x1,0726= -(0 + 0,7774)x10-2
P
w"− k 2 w = f ( x) , com k = (4.30)
EI
onde wp(x) é uma solução particular e A, B constantes arbitrárias determinadas a partir das condições de
contorno. Tabelas de formulas para os casos mais comuns, semelhantes àquelas dispostas na Tab. 4-1,
podem ser encontradas nas Refs. 4.2, 4.3, 4.5 e 4.6. A diferença matemática entre os casos de carga
axial em compressão e tração é que este último envolve funções hiperbólicas em vez de funções
circulares. Fisicamente, a carga axial de tração, ao contrário daquela em compressão que diminui a
rigidez do membro, aumenta a rigidez do membro, tendo, em conseqüência, um efeito redutor sobre os
deslocamentos e momentos desenvolvidos sob o carregamento transversal.
Quando um membro está sujeito a um carregamento combinado, tal como compressão axial e
flexão, uma equação de interação fornece um meio adequado para a aproximação do estado de falha.
Conhecendo-se a resistência do membro em compressão pura e em flexão pura e sabendo-se que o
membro pode suportar menor compressão e flexão quando estes carregamentos estiverem agindo de
forma combinada do que suportaria se qualquer um destes carregamentos estivesse agindo sozinho,
4.20
pode-se estimar quanto de compressão e flexão o membro pode resistir se ambos estiverem presentes.
Tal aproximação pode ser verificada experimentalmente.
Para desenvolver uma equação de interação para flexão e compressão combinadas, considere as
razões P/Pu e M/Mu, onde
P = carga axial agindo no membro no momento da falha quando ambas, a compressão axial e
flexão estão presentes;
Pu = carga última no membro quando somente a compressão axial está presente, isto é, a carga de
flambagem do membro;
Mu = momento último do membro sob flexão somente; na condição final, este momento é o
momento plástico da seção; na condição limite, é o momento sob o qual a fibra extrema atinge
a tensão de escoamento.
P M
+ ≤1 (4.32)
Pu M u
mostrada pela linha tracejada na Fig. 4.7. Como pode ser notado, entretanto, todas as cargas de falha
obtidas experimentalmente ou teoricamente (também mostradas na figura) caem abaixo desta reta. Em
conseqüência pode-se concluir que a Eq. (4.32) fornece uma estimativa não conservativa para o projeto
de vigas-coluna e não é, portanto, um critério satisfatório de projeto.
4.21
A razão para a discrepância entre a Eq. (4.32) e as cargas reais de falha em vigas-coluna é que M,
na equação, é somente a parte primária do momento total que age no membro. Noutras palavras, M não
inclui o momento secundário produzido pela carga axial e deflexão lateral. Foi mostrado na seção 4.2
que a presença de uma carga axial amplifica o momento fletor primário, aproximadamente pela razão
1/[1-(P/Pcr)]. Se este fator é incorporado na Eq. (4.32) obtém-se
P M
+ ≤1 (4.33)
Pu ⎛ P ⎞
M u ⎜⎜1 − ⎟⎟
⎝ Pcr ⎠
Esta relação é mostrada pela linha cheia na Fig. 4-7. É evidente que a Eq. (4.33) se correlaciona muito
melhor com as cargas de falha reais e, de fato, parece oferecer um critério bastante satisfatório de
projeto. É evidente que a Eq. (4.33) nada mais é que a Eq. (4.32) onde os efeitos secundários no
momento Mu são considerados. Em alguns textos (como Ref. 4.6) a equação de interação é dada como
em (4.32). Neste caso, entretanto, a definição de Mu deve incorporar os efeitos da carga axial.
4.8 EXERCÍCIOS
EXERCÍCIO 4.1
P Obtenha expressões para a deflexão máxima e momento
EI máximo de uma viga-coluna uniforme de comprimento L e
P P rigidez a flexão EI, cujas extremidades estão engastadas e
que está sujeita a uma carga concentrada transversal em
L
seu ponto médio igual à carga de compressão P.
EXERCÍCIO 4.2
Obtenha expressões para a deflexão de uma viga-
coluna simplesmente apoiada, submetida a
momentos nas extremidades;
L Ache expressões para as derivadas da deflexão
Ma Mb nas extremidades.
EXERCÍCIO 4.3
Uma viga simplesmente apoiada em ambas as
extremidades está sujeita a um carregamento uniforme w
wL/2 L wL/2
/unidade de comprimento.
w
A força longitudinal de compressão P é aplicada à uma
distância e do centróide da seção, e colocada de forma a
e EI e se opor ao efeito de flexão do carregamento lateral, como
mostrado na figura. A excentricidade e pode ser variada de
P P forma a, dados valores de P e w, minimizar o momento
fletor máximo na viga.
Ache, em função de P, w, EI e L, a expressão de e que
minimiza este momento máximo.
4.22
EXERCÍCIO 4.4
A carga P para a qual o escoamento inicia nas fibras
extremas da viga-coluna mostrada na figura, é dada pela
relação implícita
P ⎡ ec ⎛ L P ⎞⎤
Fy = ⎢1 + 2 sec⎜⎜ ⎟⎥ (a)
P A ⎣⎢ ρ ⎝ 2ρ EA ⎟⎠⎦⎥
P
EI Notando que
e e P M max c
Fy = Fmax = +
A I
δmax derive a relação (a).
L Os termos usados nas relações são definidos como:
A = área da seção transversal
c = distância da fibra extrema do eixo central
ρ = raio de giração da seção
Fy = tensão de escoamento
Fmax = tensão máxima admissível
EXERCÍCIO 4.5
Calcule o momento máximo na viga-coluna da
w M figura.
P
Dados:
L = 40 in ;
I = 0,64 in4
E = 10.700 ksi
L
P = 10 kips; w = 0,4 kips/in; M = 30 kips-in
EXERCÍCIO 4.6
Calcule o momento máximo na viga-coluna da
W figura.
M P
Dados:
L = 60 in; a = 40 in; b = 20 in
A = 0,81 in2 ; I = 0,64 in4
a E = 10.700 ksi
L P = 10 kips; W = 5 kips
M = 30 kips-in
EXERCÍCIO 4.7
Calcule os momentos atuantes no
w W engastamento e suportes.
M P
Dados:
a = 40 in ; b = 60 in; c = 40 in; d = 20 in
d
c A = 0,81 in2 ; I = 0,64 in4
b E = 10.700 ksi
a
P = 10 kips; w = 0,4 kips/in; W = 5 kips
M = 30 kips-in
4.23
4.9 REFERÊNCIAS
4.1 Timoshenko, S.P. & Gere, J.M.: Theory of Elastic Stability, McGraw-Hill, New York, NY, 1961.
4.2 Boeing Design Manual, BDM-6255, Classical Beam Columns, The Boeing Co., Seattle, Jan 1994
4.3 Roark, J.R.: Formulas for Stress and Strain, 4th ed., McGraw-Hill, New York, 1965.
4.4 Niles, A.S. & Newell, J.S.: Airplane Structures, Vol II, 4th ed., John Wiley & Sons, 1954.
4.5 NASA, Astronautics Structures Manual, Vol. 1, Section B.4.6, Structures and Propulsion Laboratory,
NASA Marshall Space Flight Center, AL 35812, August 1975 – também disponível para download
em http://trs.msfc.nasa.gov/mtrs/75/tmx73305v1p6.pdf e http://trs.msfc.nasa.gov/mtrs/75/tmx73305v1p7.pdf
4.6 Structural Design Manual, Vol. I, Section B6.2.2, Beam Column, McDonnell Douglas Co., Aug 1982.
BIBLIOGRAFIA ADICIONAL
4.7 ESDU, Information on the Use of Data Sheets 01.06, ESDU Data Item no. 01.06.00, November,
1956.
4.8 ESDU, Struts with Lateral Loads, ESDU Data Item no. 78030, November, 1978.
4.9 ESDU, Form Factors for Circular Sections under Combined Bending and Axial Load, ESDU Data
Item no. 01.06.01, October, 1956.
4.10 ESDU, Form Factors for Flanged Sections under Combined Bending and Axial Load., ESDU Data
Item no. 01.06.02, October, 1956.
4.11 ESDU, Form Factors for Channel Sections under Combined Bending and Axial Load., ESDU Data
Item no. 01.06.03, October, 1956.
4.24
CAPÍTULO 5
FLAMBAGEM DE PLACAS
ÍNDICE DE SEÇÕES
ÍNDICE DE FIGURAS
5.2
ELÁSTICA NOS BORDOS DESCARREGADOS 5.29
5-19 COEFICIENTES DE FLAMBAGEM PARA PLACA PLANA SIMPLESMENTE APOIADA SUJEITA À FLEXÃO 5.30
5-20 COEFICIENTES DE FLAMBAGEM PARA PLACAS LONGAS (A/B > 4) SIMPLESMENTE APOIADAS NOS
QUATRO BORDOS 5.31
5-21 COEFICIENTE DE FLAMBAGEM PARA PLACAS PLANAS CURTAS EM FLEXÃO: LADO DA TRAÇÃO
SIMPLESMENTE APOIADO E LADO EM COMPRESSÃO ENGASTADO 5.32
5-22 COEFICIENTES DE FLAMBAGEM PARA PLACAS PLANAS LONGAS (A/B > 2.4) COM BORDOS
TRACIONADOS SIMPLESMENTE APOIADOS E BORDOS COMPRIMIDOS ENGASTADOS 5.33
5-23 COEFICIENTES DE FLAMBAGEM DE PLACA PLANA EM FLEXÃO: BORDO TRACIONADO SIMPLESMENTE
APOIADO E BORDO COMPRIMIDO LIVRE 5.34
5-24 COEFICIENTES DE FLAMBAGEM DE PLACA PLANA EM FLEXÃO: BORDO TRACIONADO ENGASTADO E
BORDO COMPRIMIDO LIVRE 5.35
5-25 CURVAS PARA ESTIMAR O COEFICIENTE DE FLAMBAGEM EM CISALHAMENTO PARA PLACAS
RESTRINGIDAS ELASTICAMENTE 5.39
5-26 COEFICIENTE DE FLAMBAGEM PARA PLACAS CARREGADAS EM CISALHAMENTO 5.40
5-27 GRÁFICOS PARA O CÁLCULO DE COEFICIENTES DE FLAMBAGEM EM ALMAS 5.40
5-28 FRONTEIRA DE ESTABILIDADE PARA COMPRESSÃO BI-AXIAL EM PLACA QUADRADA 5.42
5-29 COEFICIENTES DE FLAMBAGEM DE PLACAS PLANAS RESTRINGIDAS NA EXPANSÃO LATERAL.
COEFICIENTE DE POISSON IGUAL A 0.3 5.43
5-30 CURVA DE INTERAÇÃO PARA PLACAS QUADRADAS OU LONGAS EM COMPRESSÃO BI-AXIAL 5.45
5-31 PLACA PLANA SOB CARREGAMENTO COMBINADO: FLEXÃO PURA + COMPRESSÃO LONGITUDINAL 5.46
5-32 PLACA PLANA SOB CARREGAMENTO COMBINADO: FLEXÃO PURA + CISALHAMENTO 5.47
5-33 PLACA PLANA SOB CARREGAMENTO COMBINADO: TENSÃO LONGITUDINAL+CISALHAMENTO (A/B>1) 5.48
5-34 PLACA PLANA SOB CARREGAMENTO COMBINADO: TENSÃO LONGITUDINAL+CISALHAMENTO (A/B<1) 5.48
5-35 PLACA PLANA SOB CARREGAMENTO COMBINADO: FLEXÃO + COMPRESSÃO + CISALHAMENTO 5.49
5-36 PLACA PLANA SOB CARREGAMENTO COMBINADO: FLEXÃO + COMPRESSÃO + CISALHAMENTO 5.49
5-37 PLACA PLANA SOB CARREGAMENTO COMBINADO: FLEXÃO + COMPRESSÃO BI-AXIAL 5.50
5-38 PLACA PLANA SOB CARREGAMENTO COMBINADO: FLEXÃO + CISALHAMENTO + COMPRESSÃO
TRANSVERSAL: BORDOS DESCARREGADOS SIMPLESMENTE APOIADOS 5.52
5-39 PLACA PLANA SOB CARREGAMENTO COMBINADO: FLEXÃO + CISALHAMENTO + COMPRESSÃO
TRANSVERSAL: BORDO SUPERIOR SIMPLESMENTE APOIADO, INFERIOR ENGASTADO 5.52
5-40 TRANSIÇÃO NA FORMA DA CURVA DE INTERAÇÃO PARA CISALHAMENTO E COMPRESSÃO TRANSVER-
SAL PARA PLACA PLANA SIMPLESMENTE APOIADA À MEDIDA QUE A/B MUDA DE 1 PARA ∞ 5.53
5-41 PLACA PLANA SUBMETIDA À COMPRESSÃO BIAXIAL E CISALHAMENTO – BORDOS SIMPLESMENTE
APOIADOS 5.54
5-42 PLACA PLANA SUBMETIDA A CARREGAMENTO COMBINADO: CARGA AXIAL TRANSVERSAL E
COMPRESSÃO LONGITUDINAL – BORDOS SIMPLESMENTE APOIADOS 5.55
5-43 PLACA PLANA SUBMETIDA A CARREGAMENTO COMBINADO: CARGA AXIAL TRANSVERSAL E
COMPRESSÃO LONGITUDINAL – BORDOS ENGASTADOS 5.56
5-44 COEFICIENTE DE FLAMBAGEM PARA PLACA RETANGULAR SIMPLESMENTE APOIADA COM
AFILAMENTO EFICIENTE )CARGA E ESPESSURA VARIANDO EXPONENCIALMENTE) 5.57
5-45 VARIAÇÃO TÍPICA DOS FATORES INELÁSTICOS η/J COM A TENSÃO (LIGA DE ALUMÍNIO 2024-T3) 5.60
5-46 CURVAS DE CORREÇÃO DE PLASTICIDADE PARA PLACAS EM LIGAS ALCLAD 5.61
5-47 CURVAS DE CORREÇÃO DE PLASTICIDADE PARA FLAMBAGEM EM CISALHAMENTO (LIGAS ALCLAD) 5.61
5-48 TENSÃO CRÍTICA (LIGA AL 7075-T6 A TEMPERATURA AMBIENTE) COMO UTILIZADO PELA BOEING 5.62
5-49 GRÁFICO ADIMENSIONAL PARA TENSÃO DE FLAMBAGEM EM COMPRESSÃO OU FLEXÃO PARA
FLANGES LONGOS ENGASTADOS OU PLACAS APOIADAS COM RESTRIÇÕES ELÁSTICAS NAS BORDAS 5.63
5-50 GRÁFICO ADIMENSIONAL PARA TENSÃO DE FLAMBAGEM EM COMPRESSÃO DE FLANGES LONGOS
SIMPLESMENTE APOIADOS 5.63
5-51 GRÁFICO ADIMENSIONAL PARA TENSÃO DE FLAMBAGEM EM CISALHAMENTO DE PLACAS COM
RESTRIÇÕES ELÁSTICAS NAS BORDAS 5.64
5-57 CORTE DE UMA CHAPA ALCLAD 5.65
5-58 CURVAS TENSÃO-DEFORMAÇÃO PARA O CLAD: NÚCLEO E COMBINAÇÕES CLAD-NÚCLEO 5.65
5-59 DISTRIBUIÇÃO DE TENSÕES E DESLOCAMENTOS EM PLACAS SUJEITAS A ENCURTAMENTO
UNIFORME NAS EXTREMIDADES 5.67
5-60 COMPORTAMENTO DE PLACAS PERFEITAS E IMPERFEITAS SUBMETIDAS A ENCURTAMENTO
UNIFORME NAS EXTREMIDADES 5.68
5-61 DISTRIBUIÇÕES DE TENSÃO EM PLACA FLAMBADA (REAL E ASSUMIDA) 5.69
5-62 LARGURAS EFETIVAS DE PLACAS EM COMPRESSÃO 5.70
5-63 VALORES DE KC VS. B/T PARA PAINÉIS REFORÇADOS 5.72
5.3
5
FLAMBAGEM DE PLACAS
5.1 INTRODUÇÃO
Uma diferença significativa entre placas e colunas também é evidente se as suas características de
flambagem são comparadas. Para uma coluna, a flambagem encerra a sua capacidade de resistir à
carga axial, e a carga crítica, portanto, é a carga de falha para o membro. O mesmo, entretanto, não é
verdadeiro em placas. Estes elementos estruturais podem, após ser atingida a carga crítica, continuar
resistindo forças axiais crescentes, e não falham antes que uma carga sensivelmente maior do que a
crítica é atingida. A carga crítica de uma placa não é, portanto, a sua carga de falha. Para se conhecer a
capacidade de carregamento de uma placa é necessário considerar o seu comportamento após a
flambagem.
A teoria da estabilidade desenvolvida neste capítulo é aplicável a dois grupos distintos de placas.
Um inclui os elementos de placa relativamente pequenos dos quais são compostas formas estruturais
tais como colunas de paredes finas em I, canal, ângulo, etc. Quando tal elemento flamba, somente
aquele elemento e não o membro como um todo se deforma. Isto normalmente é referido como
flambagem local. A outra categoria de placas à qual o material deste capítulo é aplicável é constituída
dos painéis planos ordinários, tais como aqueles que podem ser encontrados em qualquer estrutura que
tenha grandes superfícies planas.
tensões de cisalhamento τ. Costuma-se designar planos num corpo físico pela direção de suas normais.
A tensão normal atuando num plano então carrega a mesma designação que o plano. A designação da
5.4
tensão de cisalhamento consiste de duas partes; a primeira denota o plano sobre o qual age e a
segunda, a direção da tensão.
Placas podem ser classificadas em três categorias: Placas espessas, placas finas e membranas. Se
a espessura da placa é considerável, se comparada às outras dimensões, deformações de cisalhamento
tendem a ser da mesma ordem de grandeza das deflexões de flexão e, portanto, têm de ser
consideradas na análise. Tais placas são denominadas de placas espessas. Por outro lado, placas finas
são aquelas em que a espessura é pequena comparada às outras dimensões e deformações de
cisalhamento são desprezíveis comparadas às deflexões de flexão. Um terceiro grupo conhecido por
membranas consiste de placas cuja espessura é tão fina que a rigidez em flexão tende a zero, e cargas
transversais devem ser resistidas quase que exclusivamente pela ação de membrana. Neste capítulo
somente placas finas serão consideradas.
Costuma-se fazer as duas hipóteses dispostas abaixo no que concerne o comportamento de placas
finas:
1. As deformações de cisalhamento γxz e γyz são desprezíveis, a linhas normais à superfície média
antes da flexão permanecem retas e normais à superfície média durante a flexão.
Além de limitar a análise a placas finas, as seguintes idealizações são feitas aqui:
Como conseqüência das hipóteses 1 e 2, a placa pode ser tratada como um problema de estado
plano de tensão e as hipóteses 3 e 4 permitem descrever o comportamento da placa através de
equações diferenciais parciais lineares a coeficientes constantes.
5.5
5.3 EQUAÇÃO DIFERENCIAL DE EQUILÍBRIO DE PLACAS EM FLEXÃO: TEORIA LINEAR
A Fig. 5-2 mostra um elemento de placa deformado submetido às forças distribuídas em seu próprio
plano, Nx, Ny, Nxy e Nyx. O eixo z é dirigido para baixo e os sentidos positivos estão indicados.
5.6
A Fig. 5-3 mostra os momentos fletores e torsores, bem como as forças de cisalhamento. Estas
quantidades também são distribuídas, ou seja, por unidade de comprimento. Notando que, para
equilíbrio de momentos em torno do eixo z, Nxy = Nyx, a equação de equilíbrio na direção z pode ser
escrita como
Se os termos de ordem superior são desprezados, o equilíbrio de momentos em torno dos eixos x e
y podem ser escritos, respectivamente, como
∂M y ∂M xy
− − Qy = 0 (5.2)
∂y ∂x
∂M x ∂M xy
− − Qx = 0 (5.3)
∂x ∂y
As Eqs. (5.1) a (5.3) podem ser combinadas numa única. Basta derivar a Eq. (5.2) em relação a y,
(5.3) em relação a x e substituir na Eq. (5.1):
A Eq. (5.4) contém 4 incógnitas: Mx, My, Mxy e w. Para obter-se uma solução, é óbvio que faltam
mais três relações. Uma vez que não há mais condições de equilíbrio a serem utilizadas, estas relações
adicionais terão que ser obtidas considerando-se a deformação da placa.
Mx = ∫σ
−t 2
x zdz , M y = ∫σ
−t 2
y zdz , M xy = − ∫ τ yx zdz
−t 2
(5.5)
σx =
E
(ε x − υε y ) , σ y = E 2 (ε y − υε x ) , τ xy = E γ xy (5.6)
1−υ 2
1−υ 2(1 + υ )
5.7
Na seqüência, a substituição das tensões de (5.8) nas Eqs. (5.5) resulta em
Et 3
D=
(
12 1 − υ 2 ) (5.10)
Esta é a equação diferencial para uma placa carregada em seu plano. Segundo a convenção de
sinais utilizada, as cargas de compressão são negativas. Como a flambagem está associada
primordialmente a cargas de compressão, seria tedioso representar cargas e tensões críticas por
quantidades negativas. Em conseqüência, da mesma forma que foi feito no estudo de colunas, a maioria
dos textos que estuda a flambagem de placas convenciona um sinal positivo para uma carga de
compressão, ou seja, os sinais das cargas no plano da placa são mudados em relação à convenção
apresentada na Fig. (5-1). Nestas condições, a Eq. (5.11) é rescrita na forma
Antes de considerar casos específicos, vale discutir alguns dos problemas envolvidos na imposição
das condições de contorno. Se as condições de contorno tivessem que ser satisfeitas exatamente, ou as
tensões têm de estar em equilíbrio com as forças por unidade de área, aplicadas na borda, ou os
deslocamentos têm de satisfazer as condições prescritas em todos os pontos da borda. O primeiro
requisito, entretanto, é incompatível com as condições de equilíbrio no interior da placa, onde foi imposto
o equilíbrio entre as resultantes de tensão e forças aplicadas. Além do mais, não se pode
arbitrariamente especificar deslocamentos em todos os pontos da borda da placa sem violar a hipótese
de que normais à superfície média permanecem normais e não mudam de comprimento quando a placa
deforma. Por esta razão, o equilíbrio é simplesmente requerido entre resultantes de tensão e forças
aplicadas na borda por unidade de comprimento e os deslocamentos são especificados somente na
borda da superfície média.
5.8
as tensões a várias espessuras da borda dependem somente das resultantes de tensão e não de como
são distribuídas através da espessura. Como na teoria de vigas, erros grosseiros podem ser cometidos
no região da borda da placa ao se empregar a teoria simplificada. Se tensões são requeridas nesta área,
é necessário recorrer-se a uma teoria mais complicada para placas grossas, como aquela desenvolvida
por Reissner, ou à teoria tridimensional da elasticidade.
∂w
w = 0; =0 (5.13)
∂x
b) apoio simples – deslocamento e momento fletor distribuído Mx nulos, respectivamente:
∂2w ∂2w
w = 0; +υ 2 = 0 (5.14)
∂x 2 ∂y
Por outro lado, as condições de contorno usuais numa borda y = cte são:
∂w
w = 0; =0 para engaste (5.16)
∂x
∂2w ∂2w
w = 0; + υ =0 para apoio simples (5.17)
∂y 2 ∂x 2
5.9
uniformemente distribuída ao longo das bordas x = 0 e x = a. Considera-se que as bordas da placa são
livres para se mover no plano da placa e que, em conseqüência, cargas adicionais no plano da placa
além daquelas aplicadas nas bordas não podem se desenvolver (note que, devido ao efeito do
coeficiente de Poisson, se as bordas y=0 e y=b não fossem permitidas se afastar, forças axiais de
compressão na direção y se desenvolveriam na placa). Fazendo Ny = Nxy = 0, a Eq. 5.12 pode ser escrita
na forma:
Uma vez que todas as bordas são simplesmente apoiadas, a deflexão lateral, assim como o
momento fletor, se anulam em cada borda. Adotando o sistema de eixos da figura, as condições de
contorno são:
∂2w ∂2w
w = 0; + υ = 0 em x = 0 , a (5.20)
∂x 2 ∂y 2
∂2w ∂2w
w = 0; + υ = 0 em y = 0, b (5.21)
∂y 2 ∂x 2
Tendo em vista a condição de que a deflexão ao longo de cada uma das bordas é nula, é evidente que
∂2w ∂2w
= 0 em x = 0 , a e = 0 em y = 0 , b (5.22)
∂y 2 ∂x 2
∂2w
w = 2 = 0 em x = 0 , a (5.23)
∂x
∂2w
w= = 0 em y = 0, b (5.24)
∂y 2
Uma vez que a flexão da placa é limitada a pequenas deformações, somente as deformações de
flexão necessitam ser consideradas. As deformações no plano da placa causadas pela flexão são
consideradas desprezíveis. Diante deste fato, somente as condições de contorno que lidam com as
deformações transversais são necessárias. As condições de contorno no plano da placa foram
necessárias para determinar se, ou não, forças no plano da placa são induzidas durante a compressão
axial da placa.
5.10
A maior diferença entre uma equação diferencial ordinária e uma equação diferencial parcial é que a
primeira pode ser satisfeita somente por uma função, enquanto que existem várias funções que
satisfazem a última. Como conseqüência, a solução geral de uma equação diferencial parcial é mais
difícil de ser obtida e de menor valor prático. Enquanto que a solução geral de uma equação diferencial
ordinária fornece a forma da variável dependente com uma ou mais constantes arbitrárias a determinar,
a solução geral de uma equação diferencial parcial somente descreve a variável dependente em termos
genéricos e não dá a sua forma específica. Em conseqüência, é usual resolver a equação na forma de
uma série.
∞ ∞
mπx nπy
w( x, y ) = ∑∑ Amn sen sen , m = 1, 2, 3, ... n = 1, 2, 3, ... (5.25)
m =1 n −1 a b
onde m e n representam o número de semi-ondas nas quais a placa flamba, respectivamente, nas
direções x e y. Está claro que a solução considerada, de fato, satisfaz todas as condições de contorno.
Falta então verificar se também é capaz de satisfazer a equação diferencial. Substituição das derivadas
apropriadas na Eq. (5.19) leva a
∞ ∞ ⎡⎛ mπ ⎞ 4 ⎛ mπ ⎞ ⎛ nπ ⎞ ⎛ nπ ⎞ N x ⎛ mπ ⎞ ⎤
2 2 4 2
mπx nπy
∑∑ Amn ⎢⎜ ⎟ + 2⎜ ⎟ ⎜ ⎟ +⎜ ⎟ − ⎜ ⎟ ⎥ sen sen =0 (5.26)
m =1 n −1 ⎢⎣⎝ a ⎠ ⎝ a ⎠ ⎝ b ⎠ ⎝ b ⎠ D ⎝ a ⎠ ⎥⎦ a b
A mão esquerda de (5.26) consiste de uma soma de um número infinito de funções independentes. A
única maneira de tal soma se anular, é todas as parcelas se anularem, ou seja,
⎡ ⎛ m 2 n 2 ⎞ 2 N m 2π 2
⎤
Amn ⎢π 4 ⎜⎜ 2 + 2 ⎟⎟ − x 2 ⎥=0 (5.27)
⎢⎣ ⎝ a b ⎠ D a ⎥⎦
Esta expressão pode ser satisfeita ou se Amn = 0 ou se o termo entre colchetes se anula. Se Amn = 0, Nx
pode assumir qualquer valor. Esta é a solução trivial a qualquer carga, desde que a placa permaneça
reta. A solução não-trivial é obtida fazendo o termo entre colchetes igual a zero.
2
Da 2π 2 ⎛ m2 n2 ⎞ Dπ 2 ⎛ mb n 2 a ⎞
Nx = ⎜⎜ 2 + 2 ⎟⎟ ou N x = 2 ⎜⎜ + ⎟
mb ⎟⎠
(5.28)
m2 ⎝a b ⎠ b ⎝ a
De acordo com a Eq. (5.28), Nx depende das dimensões e das propriedades físicas da placa, bem
como de m e n, o número de semi-ondas nas quais a placa flamba. Como o valor crítico de Nx é o menor
valor que satisfaz a Eq. (5.28), é necessário determinar os valores de m e n que minimizam (5.28). É
óbvio que Nx aumenta com o aumento de n, de modo que n = 1, ou seja, a placa flamba numa única
semi-onda na direção y. O número de semi-ondas nas quais a placa flamba na direção x é determinada
minimizando-se a Eq. (5.28) com relação a m:
d ( N x ) 2 Dπ 2 ⎛ mb a ⎞⎛ b a ⎞ a
= ⎜ + ⎟⎜ − 2 ⎟ = 0 ⇒ m = (5.29)
dm b ⎝ a
2
mb ⎠⎝ a m b ⎠ b
5.11
A substituição de (5.29) em (5.28) leva a
4π 2 D
(N x )cr = (5.30)
b2
Uma vez que uma placa simplesmente apoiada é obrigada a flambar num número inteiro de semi-
ondas, a/b que, de acordo com (5.29) é igual a m, tem de ser um número inteiro. A carga crítica dada
pela Eq. (5.29) é, portanto, somente válida quando a/b é um inteiro. Para placas nesta categoria, o
padrão da flambagem consiste em ondas quadradas.
O caso mais geral, quando a/b não é um inteiro será agora considerado. A Eq. (5.28) pode ser
escrita na forma
2
kπ 2 D ⎛ mb n 2 a ⎞
Nx = k = ⎜⎜ + ⎟
mb ⎟⎠
, onde (5.31)
b2 ⎝ a
O fator k depende do alongamento a/b, e de m e n , o número de semi-ondas nas quais a placa flamba.
Como já visto, n = 1 leva ao menor valor de Nx; isto é, a placa flamba numa única semi-onda na direção
y. Para determinar o padrão de flambagem na direção x, deve-se considerar como k varia com a/b para
diferentes valores de m. Quando m = 1 na Eq. (5.31), a variação de k com a/b está mostrada na Fig. 5-5.
De forma análoga, tomando m = 2, 3, .., as curvas indicadas na Fig. 5-5 são obtidas. É evidente destas
curvas que existe um número ilimitado de k, correspondendo a um valor particular de a/b, que satisfazem
a Eq. (5.31). Destes somente é de interesse aquele de menor valor. A curva sólida na Fig. 5-5, obtida
conectando os ramos inferiores das várias curvas, dá o valor crítico de k como uma função de a/b. Além
disto, a curva sólida indica o número de semi-ondas nas quais a placa flamba na direção x,
correspondente a um dado valor de a/b. Por exemplo, o coeficiente de flambagem critico k é dado para
m = 1 para todas as placas com a b < 2 . Estas placas portanto flambam numa única semi-onda na
direção x. Para placas com 2 < a b < 6 prevalece m = 2 e a placa flamba em duas semi-ondas na
direção x.
Desde que a/b seja relativamente pequeno, k varia consideravelmente com o alongamento e uma curva
como aquela dada na Fig. 5-5 é necessária para a obtenção do valor correto de k. Para a/b > 4,
5.12
entretanto, a variação de k do valor 4 é desprezível, e k = 4 é, portanto, uma aproximação satisfatória
para placas longas, simplesmente apoiadas nos quatro bordos e submetidas à compressão uniaxial.
Tendo determinado a carga critica de uma placa carregada uniaxialmente, é interessante fazer a
comparação com a carga crítica de uma coluna. Para este fim é melhor substituir D por E/12(1-ν2) e Nx
por σcrt
kπ 2 E 1
σ cr =
( )
(5.32)
12 1 − υ (b t )2
2
cπ 2 E
σ cr = (5.33)
( L ρ )2
onde c é uma constante que depende das condições de contorno. A comparação entre as equações
acima indica que a tensão crítica de ambas, placa e coluna, são diretamente proporcionais ao módulo de
elasticidade e inversamente proporcionais à razão de dois comprimentos. A tensão na placa varia
inversamente com o quadrado da razão entre a espessura e a largura, e a tensão na coluna varia com o
inverso do quadrado da razão de esbeltez. A tensão crítica da coluna, portanto, depende do
comprimento, enquanto que a da placa depende da largura e é independente do comprimento.
Como visto na seção anterior, a equação diferencial de equilíbrio, e condições de contorno nas
bordas carregadas são dadas pelas Eqs. (5.19) e (5.23)
∂2w
w= = 0 em x = 0 , a (5.23)
∂x 2
Na seção anterior também foi visto que funções do tipo sen(mπx/a) , que satisfazem as condições de
contorno (5.23), são também capazes de satisfazer a Eq. (5.19). Seja
mπx
w( x, y ) = f ( y ) sen (5.34)
a
Substituindo na Eq. (5.19) resulta em
⎡⎛ mπ ⎞ 4 ⎛ mπ ⎞ d f d f N x
2 2 4
⎛ mπ ⎞ ⎤
2
mπx
⎢⎜ ⎟ f − 2⎜ ⎟ + − ⎜ ⎟ f ⎥ sen =0
⎢⎣⎝ a ⎠ ⎝ a ⎠ dy dy 4 D ⎝ a ⎠ ⎥⎦ a
2
5.13
⎛ mπ ⎞ d f ⎡⎛ mπ ⎞ ⎛ mπ ⎞ ⎤
2 4 2
d4 f 2
N
− 2⎜ ⎟ + ⎢ ⎜ ⎟ − x ⎜ ⎟ ⎥f =0 (5.35)
dy ⎝ a ⎠ dy ⎢⎣⎝ a ⎠ D ⎝ a ⎠ ⎥⎦
4 2
αy αy βy βy
f ( y ) = C1 cosh + C2 senh + C3 cos + C4 sen (5.36)
b b b b
onde
12 12
⎛ mb ⎞ ⎡ mb ⎤
α =π⎜ ⎟ ⎢ + k c1 2 ⎥ (5.37)
⎝ a ⎠ ⎣ a ⎦
12 12
⎛ mb ⎞ ⎡ mb ⎤
β = π⎜ ⎟ ⎢− + k c1 2 ⎥ (5.38)
⎝ a ⎠ ⎣ a ⎦
kc =
( 2
)
12 1 − υe σ cr ⎛ b ⎞
⎜ ⎟
2
(5.39)
π 2E ⎝t⎠
O esboço abaixo mostra a transição do modo de flambagem de uma coluna para a placa, à medida
que os bordos descarregados vão sendo apoiadas. Quando ambas os bordos descarregados são livres,
o elemento estrutural é denominado de placa-coluna. Quando um dos bordos somente é livre, tem-se u
que é conhecido por flange. Uma placa propriamente dita não tem bordos livres.
Para a placa-coluna (wide column), as condições de contorno para o bordo descarregado são o
momento e o cisalhamento reduzido nulos, ou seja,
A aplicação de (5.34) nas condições de contorno e posterior aplicação na solução (5.36) leva à seguinte
equação característica:
5.14
onde
p = α 2 − υ (mπb a ) q = β 2 − υ (mπb a )
2 2
(5.42)
Para o flange simplesmente apoiado,
O coeficiente de flambagem para colunas largas e flanges é mostrado como função de ν e a/b nas
Figs. 5-6 a 5-8. As soluções para colunas largas foram dadas por Hubolt e Stowell (Ref 5.6) usando a
equação diferencial para bordas carregadas simplesmente apoiadas e um método de energia para
bordas carregadas engastadas.
O coeficiente de flambagem para um flange simplesmente apoiado foi derivado por Lundquist e
Stowell (Ref. 5-7) na forma
6 ⎡
k c = 2 ⎢(1 − υ ) +
(mπb a ) ⎤
2
⎥ (5.45)
π ⎣ 6 ⎦
Quando a aresta descarregada é engastada,
5.15
⎛ mπb ⎞
2 2
⎛ a ⎞
k c = 0,83 − 0,93υ + 1,34⎜ ⎟ + 0,10⎜ ⎟ (5.46)
⎝ mπb ⎠ ⎝ a ⎠
Como pode ser visto a partir das soluções acima, o coeficiente de flambagem de uma placa
simplesmente apoiada depende somente de mb/a e não depende do coeficiente de Poisson ν. Por outro
lado os coeficientes da placa-coluna e flanges dependem também do coeficiente de Poisson. A influência
do coeficiente de Poisson sobre o coeficiente de flambagem é devida aos termos do cisalhamento
5.16
reduzido nas bordas livres de flanges e placas-coluna. Condições de contorno tais como apoio simples
não impõem requisitos de cisalhamento reduzido nulo, o que elimina a influência de ν .
O valor do coeficiente de flambagem para um elemento contendo uma borda descarregada livre
depende do grau de curvatura anticlástica desenvolvida. Para elementos muito estreitos tais como uma
viga, ocorre curvatura anticlástica completa e a rigidez em flexão é simplesmente EI. Para uma placa-
coluna relativamente larga, a curvatura anticlástica é suprimida, de forma que a seção transversal
permanece relativamente plana excetuando muito próximo das bordas livres. A restrição de curvatura
anticlástica resulta num aumento na rigidez em flexão. Para um elemento muito largo a rigidez em flexão
se aproxima de E/(1-ν2). Esta condição limite é conhecida por flexão cilíndrica.
Placas-Coluna podem freqüentemente ser relativamente estreitas, caso em que a rigidez estará
entre os dois valores limites discutidos. Este efeito pode ser notado nas Figs. 5-6 e 5-7.
5.17
A Fig. 5-9 mostra a variação do coeficiente de flambagem para placas retangulares em compressão
como função de a/b para várias condições de contorno. As curvas envolvendo bordas livres são
limitantes inferiores, válidos para a razão de Poisson entre 0,27 e 0,33. A letra C significa engaste, SS,
apoio simples e F, livre. É aparente que, para valores de a/b maiores do que 4, o efeito de engastamento
nas bordas carregadas torna-se desprezível, e uma placa engastada flamba, praticamente, sob a mesma
carga de uma placa simplesmente apoiada nos bordos carregados.
5.18
4S v b
µ= (5.47)
D
onde Sv é a rigidez por unidade de comprimento do meio elástico resistente ou momento requerido para
girar um comprimento unitário do meio elástico através de um ângulo de um quarto de radiano.
A Fig. 5-10 também pode ser utilizada quando as restrições elásticas são desiguais em ambos os
bordos descarregados. Isto pode ser feito determinando o valor de kc para µ em cada bordo. O valor
efetivo pode então ser achado de
k c = (k c1 k c 2 )
12
(5.48)
A Fig. 5-11 mostra as curvas para o coeficiente de flambagem de uma placa com uma borda
descarregada livre e outra submetida à restrição rotacional elástica.
5.19
As restrições elásticas são matematicamente equivalentes a uma série de molas torsionais não
conectadas entre si. Considerando que isto não conforma com o comportamento do membro de borda
ou reforçador usuais num painel plano, é necessário determinar a rigidez de mola efetiva para que se
possa fazer uso das Figs. 5-10 ou 5-11, como dado em (5.47). Entretanto, não é necessário determinar
esta rigidez com grande precisão, uma vez que a influência de µ sobre kc engloba uma grande gama de
razões de rigidez, como mostrado na Fig. 5-12 para placas infinitamente longas. Quando a rigidez
rotacional do reforçador foi achada, µ (ε na Fig. 5-12) pode ser computado fazendo-se a razão desta
rigidez com a rigidez rotacional da placa.
5.20
A partir de resultados de laboratório, Gerard construiu um gráfico para o coeficiente de flambagem
de placas longas como função de b/t para reforçadores fortes e fracos (Fig. 5-13). Acima de b/t = 200
pode-se ver que a maioria dos reforçadores de fato tem um efeito de engastar a paca.
A Fig. 5-14 ilustra o caso onde a tensão de compressão varia linearmente sobre o comprimento da
placa, um caso típico sendo aquele dos painéis na parte superior de uma asa em balanço sob condições
normais de vôo.
U=
1
2 E ∫V
{ }
σ xx2 + σ yy2 − 2νσ xxσ yy + 2(1 + ν )τ xy2 dV (2.65)
5.21
Ez ⎛ ∂2w ∂2w ⎞ Ez ⎛ ∂2w ∂2w ⎞ Ez ∂ 2 w
σx = ⎜⎜ 2 + υ 2 ⎟⎟ , σ y = ⎜⎜ 2 + υ 2 ⎟⎟ , τ xy = (5.8)
1−υ 2 ⎝ ∂x ∂y ⎠ 1−υ 2 ⎝ ∂y ∂x ⎠ 1 + υ ∂x∂y
tem-se
t 2 ⎧⎪ ⎡⎛ ∂ 2 w ⎞ 2 ⎛ ∂ 2 w ⎞ 2 ∂2w ∂2w ⎛ ∂ 2 w ⎞ ⎤ ⎫⎪
2
U=
E
z 2
(
∫−t 2 ∫A ⎨⎪ 1 − υ
2
)
⎢⎜⎜ 2 ⎟⎟ + ⎜⎜ 2 ⎟⎟ + 2υ 2 + 2(1 − υ )⎜⎜ ⎟⎟ ⎥ ⎬ dAdz
(
2 1−υ 2 )
2
⎩ ⎢⎣⎝ ∂x ⎠ ⎝ ∂y ⎠ ∂x ∂y 2 ⎝ ∂x∂y ⎠ ⎥⎦ ⎪⎭
D ⎡⎛ ∂ 2 w ⎞ ⎛ ∂ 2 w ⎞ ⎛ ∂2w ⎞ ⎤
2 2 2
∂2w ∂2w
U = ∫ ⎢⎜⎜ 2 ⎟⎟ + ⎜⎜ 2 ⎟⎟ + 2υ 2 + 2(1 − υ )⎜⎜ ⎟ ⎥ dA
∂x∂y ⎟⎠ ⎥
ou ainda (5.49)
2 A ⎢⎝ ∂x ⎠ ⎝ ∂y ⎠ ∂x ∂y 2 ⎝
⎣ ⎦
D ⎧⎪⎡⎛ ∂ 2 w ⎞ ⎛ ∂ 2 w ⎞⎤ ⎡⎛ ∂ 2 w ⎞ 2 ∂ 2 w ∂ 2 w ⎤ ⎫⎪
2
Ny
Nxy
dx dx
x, u
∂u Nxy
dy dx dy
Nx ∂x Nx Nxy
∂v
dy
∂y
Nxy
Ny ∂u
dy
∂y
y, v
Com referência à Fig. 5-15, os trabalhos elementares realizados pelas forças distribuídas são:
∂u
− (N x dy ) dx trabalho elementar das forças normais na direção x
∂x
∂v
− (N y dx ) dy trabalho elementar das forças normais na direção y
∂y
∂u ∂v
− (N xy dx ) dy − (N xy dy ) dx trabalho elementar das forças de cisalhamento
∂y ∂x
5.22
O potencial de todas as forças distribuídas no plano da placa é, portanto,
∂u ∂v ∂u ∂v
V = ∫ ( N x dy ) dx + ∫ (N y dx ) dy + ∫ (N xy dx ) dy + ∫ (N xy dy ) dx (5.51)
A ∂x A ∂y A ∂y A ∂x
Por outro lado, a relação entre os deslocamentos axiais e de flexão são (superfície média inextensível):
2
∂u 1 ⎛ ∂w ⎞ ∂v 1 ⎛ ∂w ⎞ ∂u ∂v ∂w ∂w
2
=− ⎜ ⎟ ; = − ⎜⎜ ⎟⎟ ; + =− (5.52)
∂x 2 ⎝ ∂x ⎠ ∂y 2 ⎝ ∂y ⎠ ∂y ∂x ∂x ∂y
de modo que
1 ⎡ ⎛ ∂w ⎞ ∂w ∂w ⎤
2
⎛ ∂w ⎞
2
V = − ∫ ⎢ N x ⎜ ⎟ + N y ⎜⎜ ⎟⎟ + 2 N xy ⎥ dA (5.53)
2 A ⎢ ⎝ ∂x ⎠ ⎝ ∂y ⎠ ∂x ∂y ⎥
⎣ ⎦
O potencial total da placa em flexão, quando submetida a forças em seu plano é a soma de (5.50) e
(5.53).
a b
⎧⎪⎛ ∂ 2 w ∂ 2 w ⎞ ⎡ ⎛ ∂ 2 w ⎞ ⎛ ∂ 2 w ⎞⎤ ⎫⎪
δU = D ∫ ∫ ⎨⎜⎜ + ⎟ δ
2 ⎟⎢ ⎜
⎜ ⎟
2 ⎟
+ δ ⎜⎜ 2 ⎟⎟⎥ ⎬ dxdy +
0 0⎪⎩⎝ ∂ x 2
∂y ⎠ ⎣ ⎝ ∂x ⎠ ⎝ ∂y ⎠⎦ ⎪⎭
(5.54)
a b⎧⎪ ⎡ ∂ 2 w ⎛ ∂ 2 w ⎞ ∂ 2 w ⎛ ∂ 2 w ⎞ ∂ 2 w ⎛ ∂ 2 w ⎞⎤ ⎫⎪
+ D ∫ ∫ ⎨(1 − υ )⎢2 δ ⎜⎜ ⎟⎟ − 2 δ ⎜⎜ 2 ⎟⎟ − 2 δ ⎜⎜ 2 ⎟⎟⎥ ⎬ dxdy
0 0⎪ ⎩ ⎣ ∂x∂y ⎝ ∂x∂y ⎠ ∂x ⎝ ∂y ⎠ ∂y ⎝ ∂x ⎠⎦ ⎪⎭
a b
⎡⎛ ∂ 2 w ∂ 2 w ⎞ ⎛ ∂ 2 w ⎞⎤ b
⎛ ∂ 2 w ∂ 2 w ⎞ ∂δw a
∫0 ∫0 ⎜⎝ ∂x 2 ∂y 2 ⎟⎠ ⎜⎝ ∂x 2 ⎟⎠
⎢ ⎜ + ⎟δ ⎜ ⎟ ⎥ dxdy = ∫0 ⎜⎜⎝ ∂x 2 + ∂y 2 ⎟⎟⎠ ∂x dy −
⎣ ⎦
0
(a)
b
∂ ⎛ ∂2w ∂2w ⎞ a
a b
⎡ ∂2 ⎛ ∂2w ∂2w ⎞ ⎤
− ∫ ⎜⎜ 2 + 2 ⎟⎟δwdy +∫ ∫ ⎢ 2 ⎜⎜ 2 + 2 ⎟⎟δw⎥dxdy
0
∂x ⎝ ∂x ∂y ⎠ 0
0 0 ⎣ ∂x ⎝ ∂x ∂y ⎠ ⎦
a b
⎡⎛ ∂ 2 w ∂ 2 w ⎞ ⎛ ∂ 2 w ⎞⎤ a
⎛ ∂ 2 w ∂ 2 w ⎞ ∂δw b
∫0 ∫0 ⎢⎜⎜⎝ ∂x 2 + ∂y 2 ⎟⎟⎠δ ⎜⎜⎝ ∂y 2 ⎟⎟⎠⎥ dxdy = ∫0 ⎜⎜⎝ ∂x 2 + ∂y 2 ⎟⎟⎠ ∂y dx −
⎣ ⎦
0
(b)
a
∂ ⎛ ∂2w ∂2w ⎞ b
a b
⎧ ∂2 ⎛ ∂2w ∂2w ⎞ ⎫
− ∫ ⎜⎜ 2 + 2 ⎟⎟δwdx +∫ ∫ ⎨ 2 ⎜⎜ 2 + 2 ⎟⎟δw⎬dxdy
0
∂y ⎝ ∂x ∂y ⎠ 0
0 0 ⎩ ∂y ⎝ ∂x ∂y ⎠ ⎭
a b
⎡ ∂ 2 w ⎛ ∂ 2 w ⎞⎤
b
∂ 2 w ∂δw
a
∂ 2 w ∂δw
( ) ( ) + (1 − υ )∫
a b
∫0 ∫0 ⎢ 2 1 − υ δ ⎜ ⎟
∂x∂y ⎜⎝ ∂x∂y ⎟⎠⎦
⎥ dxdy = 1 − υ ∫0 ∂x∂y ∂y dy ∂x∂y ∂x
dx
⎣
0 0
0
a a b b a b
∂3w ∂4w ∂3w ∂4w
− (1 − υ )∫ + (1 − υ )∫ ∫ ( ) + (1 − υ )∫ ∫
b a
0 ∂x 2 ∂y
δwdx
0
0 0 ∂x 2 ∂y 2
δ wdxdy − 1 − υ ∫0 ∂x∂y 2 δwdy 0
0 0 ∂x 2 ∂y 2
δwdxdy
5.23
⎛ ∂3w ⎞
(1 − υ )∫ ⎜⎜ ∂ w ⎟⎟ ∂δw dy
⎛ 2 ⎞
b
∂2w a b b
= (1 − υ ) δw − (1 − υ )∫ ⎜⎜
a a
⎟⎟δwdy
0⎝
∂x∂y ⎠ ∂y 0 ∂x∂y 0 0 0 ⎝ ∂x∂y
2
⎠ 0
⎛ w ⎞ ∂δw ⎛ ∂3w ⎞
a a
(1 − υ )∫ ⎜⎜ ∂ ∂2w
2 a b
= (1 − υ ) δw − (1 − υ )∫ ⎜⎜ 2 ⎟⎟δwdx
b b
⎟⎟ dx
0⎝
∂x∂y ⎠ ∂x 0 ∂x∂y 0 0 0 ⎝ ∂x ∂y ⎠
0
a b
⎡ ⎛ ∂ 2 w ⎞ ⎛ ∂ 2 w ⎞⎤ ∂2w a b b
∂3w
( ) ( ) ( )
a
∫0 ∫0 ⎢ 2 1 − υ ⎜ ⎟δ ⎜
⎜ ∂x∂y ⎟ ⎜ ∂x∂y ⎟⎥
⎝ ⎠ ⎝
⎟
⎠
dxdy = 1 − υ
∂x∂y
δ w − 1 − υ ∫0 ∂x∂y 2 δwdy
⎣ ⎦ 0 0 0
a a
∂2w a b ∂3w ∂3w
+ (1 − υ ) δw − (1 − υ )∫ 2 δwdx − (1 − υ )∫
b b
δwdx + (c)
∂x∂y 0 0 0 ∂x ∂y
0
0 ∂x 2
∂y 0
a b b a b
∂4w ∂3w ∂4w
(1 − υ )∫ ∫ ( ) + (1 − υ )∫ ∫
a
0 0 ∂x 2
∂y 2
δ wdxdy − 1 − υ ∫0 ∂x∂y 2
δwdy
0
0 0 ∂x 2
∂y 2
δwdxdy
a b
⎡ ∂ 2 w ⎛ ∂ 2 w ⎞⎤
a
∂ 2 w ∂δw
a
∂3w
( ) ( ) + (1 − υ )∫
b b
∫0 ∫0 ⎢⎣ − 1 − υ δ ⎜ ⎟
∂x 2 ⎜⎝ ∂y 2 ⎟⎠⎦
⎥ dxdy = − 1 − υ ∫0 ∂x 2 ∂y dx 0
0 ∂x ∂y
2
δwdx
0
(d)
a b
∂4w
− (1 − υ )∫ ∫ 2 2 δwdxdy
0 0 ∂x ∂y
a b
⎡ ∂ 2 w ⎛ ∂ 2 w ⎞⎤
b
∂ 2 w ∂δw
b
∂3w
( ) ( ) + (1 − υ )∫
a a
∫0 ∫0 ⎢⎣ − 1 − υ δ ⎜ ⎟
∂y 2 ⎜⎝ ∂x 2 ⎟⎠⎦
⎥ dxdy = − 1 − υ ∫0 ∂y 2 ∂x dy 0
0 ∂x∂y 2
δwdy
0
(e)
a b
∂4w
− (1 − υ )∫ ∫ 2 2 δwdxdy
0 0 ∂x ∂y
a b
⎧⎪ ⎛ ∂w ⎞ ⎛ ∂w ⎞ ⎛ ∂w ⎞ ⎛ ∂w ⎞ ⎡⎛ ∂w ⎞ ⎛ ∂w ⎞ ⎛ ∂w ⎞ ⎛ ∂w ⎞⎤ ⎫⎪
δV = − ∫ ∫ ⎨ N x ⎜ ⎟δ ⎜ ⎟ + N y ⎜⎜ ⎟⎟δ ⎜⎜ ⎟⎟ + N xy ⎢⎜ ⎟δ ⎜⎜ ⎟⎟ + ⎜⎜ ⎟⎟δ ⎜ ⎟⎥ ⎬dxdy (5.55)
0 0⎪⎩ ⎝ ∂x ⎠ ⎝ ∂x ⎠ ⎝ ∂y ⎠ ⎝ ∂y ⎠ ⎣⎝ ∂x ⎠ ⎝ ∂y ⎠ ⎝ ∂y ⎠ ⎝ ∂x ⎠⎦ ⎪⎭
a b b a b
⎛ ∂w ⎞ ⎛ ∂w ⎞ ⎛ ∂w ⎞ a ∂2w
− ∫ ∫ N x ⎜ ⎟δ ⎜ ⎟dxdy = − ∫ N x ⎜ ⎟δwdy + ∫ ∫ Nx δwdxdy (f)
0 0 ⎝ ∂x ⎠ ⎝ ∂x ⎠ 0 ⎝ ∂x ⎠ 0
0 0 ∂x 2
a b
⎛ ∂w ⎞ ⎛ ∂w ⎞ a
⎛ ∂w ⎞ b
a b
∂2w
− ∫ ∫ N y ⎜⎜ ⎟⎟δ ⎜⎜ ⎟⎟dxdy = − ∫ N y ⎜⎜ ⎟⎟δwdx + ∫∫ Ny δwdxdy (g)
0 0 ⎝ ∂y ⎠ ⎝ ∂y ⎠ 0 ⎝ ∂y ⎠ 0
0 0 ∂y 2
a b
⎛ ∂w ⎞ ⎛ ∂w ⎞
a a b
⎛ ∂w ⎞ b ∂2w
− ∫ ∫ N xy ⎜ ⎟δ ⎜⎜ ⎟⎟dxdy = − ∫ N xy ⎜ ⎟δwdx + ∫ ∫ N xy δwdxdy (h)
0 0 ⎝ ∂x ⎠ ⎝ ∂y ⎠ 0 ⎝ ∂x ⎠ 0
0 0
∂x∂y
5.24
a b
⎛ ∂w ⎞ ⎛ ∂w ⎞ b
⎛ ∂w ⎞ a
a b
∂2w
− ∫ ∫ N xy ⎜⎜ ⎟⎟δ ⎜ ⎟dxdy = − ∫ N xy ⎜⎜ ⎟⎟δwdy + ∫ ∫ N xy δwdxdy (i)
0 0 ⎝ ∂y ⎠ ⎝ ∂x ⎠ 0 ⎝ ∂y ⎠ 0
0 0
∂x∂y
Colecionando os termos debaixo do sinal duplo de integral nas equações (a) a (i) vem que no
domínio, 0 ≤ x ≤ a;0 ≤ y ≤ b
⎡∂3w ∂3w ⎤ ∂w ∂w
ou δw = 0 ou D ⎢ 3 + (2 − υ ) 2 ⎥
+ Nx + N xy =0 (5.58)
⎣ ∂x ∂x∂y ⎦ ∂x ∂y
⎡∂3w ∂3w ⎤ ∂w ∂w
e ou δw = 0 ou D ⎢ 3 + (2 − υ ) 2 ⎥ + N y + N xy =0 (5.60)
⎣ ∂y ∂x ∂y ⎦ ∂y ∂x
Nos pontos (0,0), (0,b), (a,0) e (a,b)
(1 − υ )D ∂ w
2
ou δw = 0 ou =0 (5.61)
∂x∂y
Considere a placa da Fig. 5-16, simplesmente apoiada e submetida à compressão não uniforme.
x
Nx= Nxo(y/b) Nx= Nxo(y/b)
b
a
y
5.25
A Eq. (5.56) é válida também para carregamentos não-uniformes nos bordos da placa. A equação
de equilíbrio lateral para este caso seria
A função de deflexão
mπx nπy
w( x, y ) = Amn sen sen (5.63)
a b
que é solução exata para o caso em que Nx é uniforme, não fornece não fornece um critério de
flambagem se substituída na Eq. (5.62). Na utilização do método de Rayleigh-Ritz, a função de deflexão
para a placa simplesmente apoiada deve ser tomada como
mπx ∞ nπy
w( x, y ) = sen ∑
a n =1
Amn sen
b
(5.64)
Esta função satisfaz todas as condições de contorno e a função sen(mπx/a) é capaz de satisfazer os
termos em x da equação diferencial.
∂x 2
= −⎜
⎝ a ⎠
⎟ sen ∑
a n =1
Amn sen
b
(5.65)
∂y 2
= − sen ∑
a n =1
Amn ⎜
⎝ b ⎠
⎟ sen
b
(5.66)
∂ 2 w ⎛ mπ ⎞ mπx ∞ ⎛ nπ ⎞ nπ y
=⎜
∂x∂y ⎝ a ⎠
⎟ cos ∑
a n =1
Amn ⎜
⎝ b ⎠
⎟ cos
b
(5.67)
D ⎧⎪⎡ ⎛ mπ ⎞ nπy ⎤ ⎫⎪
2 2
mπx ∞ nπy ⎤ ⎡ mπx ∞ ⎛ nπ ⎞
a b 2 2
U = ∫ ∫ ⎨⎢− ⎜ ⎟ sen
2 0 0 ⎪⎣⎢ ⎝ a ⎠
∑ Amn sen b ⎥ + ⎢− sen a ∑
a n =1
Amn ⎜
⎝ b ⎠
⎟ sen ⎥ ⎬dxdy +
b ⎥⎦ ⎪
⎩ ⎥
⎦ ⎢
⎣ n =1
⎭
⎧ ⎡⎛ mπ ⎞ 2 mπ x ∞ nπy ⎤ ⎫⎪
2
⎛ nπ ⎞
a b 2
D ⎪
+
2 ∫0 ∫0 ⎨2(1 − υ )⎢⎢⎜⎝ a ⎟⎠ cos a ∑ Amn ⎜
⎝ b
⎟ cos
⎠ b
⎥ + ⎬dxdy +
⎥⎦ ⎪⎭
(5.68)
⎪⎩ ⎣ n =1
D ⎧⎪ ⎡ ⎛ mπ ⎞ m πx ∞ nπ y ⎤ ⎡ mπ x ∞ ⎛ nπ ⎞ nπy ⎤ ⎫⎪
a b 2 2
+ ∫ ∫ 2υ −
⎨ ⎢ ⎜ ⎟
2 0 0 ⎪⎩ ⎢⎣ ⎝ a ⎠
sen ∑
a n =1
Amn sen ⎥⎢
b ⎥⎦ ⎢⎣
− sen ∑
a n =1
Amn ⎜
⎝ b ⎠
⎟ sen ⎥ ⎬dxdy
b ⎥⎦ ⎪⎭
5.26
D ∞ 2 ⎡⎛ mπ ⎞ ⎛ nπ ⎞ ⎤ ab
2 2
U = ∑ Amn ⎢⎜ ⎟ +⎜ ⎟ ⎥ (5.69)
2 n =1 ⎢⎣⎝ a ⎠ ⎝ b ⎠ ⎥⎦ 4
2
− N x0 y ⎡ ⎛ mπ ⎞ mπx ∞ nπy ⎤ N x 0 ⎛ mπ ⎞ ∞ 2 ab 2
a b 2 2
V =
2 ∫0 ∫0 b ⎢⎢− ⎜⎝ a ⎟⎠ sen a ∑ Amn sen ⎥ dxdy = −
b ⎦⎥
⎜ ⎟ ∑ Amn
2b ⎝ a ⎠ n =1 8
+
⎣ n =1
(5.70)
N x 0 ⎛ mπ ⎞ 2ab Amn Amp np
2 2 ∞ ∞
+ ⎜ ⎟ ∑∑ (n − p ) (n + p ) , (n + p ) = ímpar
2b ⎝ a ⎠ π 2 n p
2 2
⎧⎡ 2 2
k x 0 ⎛ a ⎞ ⎫⎪ 8k x 0
⎛ na ⎞ ⎤ Amp np
2 2 ∞
⎪ ⎛ a ⎞
Amn ⎨⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥ − ⎜ ⎟ ⎬+
2 ⎝ mb ⎠ ⎪ π 2
⎜ ⎟ ∑ (n − p ) (n + p ) = 0 , (n + p) = ímpar (5.71)
⎪⎩⎣⎢ ⎝ mb ⎠ ⎦⎥ ⎝ mb ⎠
2 2
p
⎭
N x0b 2
com k x0 = (5.72)
Dπ 2
Para uma dada razão a/b, utilizando-se as equações acima, pode-se determinar o coeficiente de
flambagem com a precisão que se desejar. Na primeira aproximação, n = 1, e o critério de flambagem
torna-se
2n 2 (1 + β 2 ) 2 2(1 + β 2 ) 2 na a
k x0 = = ; β= = (5.73)
β 2
β 2
mb mb
Vê-se imediatamente que o valor mínimo de kx0 é dado para β = 1. Desta forma, (kx0)cr = 8. Este
resultado é duas vezes a magnitude do resultado para a compressão uniforme. É realista pois para uma
placa que flamba em semi-ondas quadradas (β = 1) o valor médio da distribuição linear de forças
aplicadas dá
1 (k x )cr
(N x )médio = = 2
4
2 b Dπ
2
( 2
b Dπ 2 ) ( )
na flambagem, ou (kx)médio = 4, que é o (kx)cr para o caso da compressão uniforme.
Para se determinar a precisão da primeira aproximação é necessário considerar pelo menos mais
uma aproximação sucessiva. Para a Segunda aproximação, n é sucessivamente igual a 1 e 2; a
expressão geral da Eq. (5.71) dá
⎧
(
Am1 ⎨ 1 + β 2 ) 2 1 ⎫ 8 2 Am 2
− k x0 β 2 ⎬ + k x0 β 2 2 =0
⎩ 2 ⎭ π 9
(5.74)
⎧
(
Am 2 ⎨ 1 + 4 β 2 )
2 1 ⎫ 8 2 Am1
− k x0 β 2 ⎬ + k x0 β 2 2
π
=0
⎩ 2 ⎭ 9
5.27
Para valores não-triviais de Amn é necessário que o determinante da matriz dos coeficientes Amn dos seja
nulo:
(1 + β ) 2 2
1
− k x0
16k x 0
β 2
2 9π 2
=0
16k x 0 (1 + 4β )
2 2
1
− k x0
9π 2 β2 2
⎛ 1 256 ⎞ 2 1 ⎡ (1 + β ) + (1 + 4 β ) ⎤ (
1 + β 2 ) (1 + 4 β 2 )
2 2 2 2 2 2
ou ⎜ − k − ⎢
2 ⎟ x0 ⎥k x0 + =0
⎝ 4 8π ⎠ 2 ⎢⎣ β2 ⎦⎥ β2
k x0 =
1 ⎧
2 ⎨
4β ⎩
(
1+ β 2 ) + (1 + 4β )
2 2 2
− [(1 + β ) + (1 + 4 β ) ]
2 2 2 2
2
+
4096
81π 2
(1+ β 2 ) (1 + 4β )
2 2 2
⎫
⎬ (5.75)
⎭
Vê-se, desta forma, que para o presente problema (placa longa, simplesmente apoiada, sujeita à
compressão não-uniforme) uma solução precisa é obtida com somente dois termos na função de
deflexão. De fato, a aproximação de um termo é satisfatória visto que difere de 2,5% da segunda
aproximação. Com esta medida de convergência não há razões para considerar uma aproximação com
mais termos.
Deve ser notado que placas de comprimento finito com razões a/b não inteiras e para placas
carregadas em compressão e tração nos bordos (por exemplo, flexão pura) a exigência de precisão pode
ditar a inclusão da terceira aproximação.
A flambagem de placas submetidas a cargas de flexão pode ser analisada a partir da solução da
equação de equilíbrio ou via um método de energia, como mostrado na Seção 5.9. Quando uma placa
em flexão flamba, o modo envolve um comprimento de onda relativamente curto. Para placas longas
simplesmente apoiadas este comprimento de onda é 2/3b, como mostrado na Fig. 5-17. Este
5.28
comprimento de onda menor faz com que o coeficiente de flambagem em flexão seja maior do que em
compressão.
k π 2E ⎛ t ⎞
2
σ cr = b ⎜ ⎟
12(1 − υ e2 ) ⎝ b ⎠
(5.79)
A Fig. 5-18 mostra o coeficiente de flambagem de placas planas em flexão para vários valores de
restrição elástica rotacional nos bordos descarregados. As curvas da Fig. 5-18 só devem ser aplicadas
para placas longas (a/b >4).
Quando uma compressão axial é aplicada à placa, em adição às tensões axiais da flexão pura no
plano da placa, o eixo neutro não coincide com o eixo dos centróides, ou seja, como mostrado no
esboço, c não é igual a y .
5.29
O coeficiente de flambagem para placas carregadas desta maneira depende da distância entre o
(
bordo em compressão e o eixo neutro (zero tensão), que é definido como c = (1 + f x f b ) y − t f ) onde
f0 = fx + fb = tensão no bordo em compressão, fx = tensão axial, fb = tensão de flexão máxima ao longo
da borda comprimida da placa = M ( y − t f ) / I . As figuras a seguir fornecem o coeficiente de
5.30
A Fig. 5-19 mostra os coeficientes de flambagem para uma placa simplesmente apoiada nos quatro
bordos em função do parâmetro β. A Fig. 5-20 pode ser adotada para placas simplesmente apoiadas
longas, a/b > 4,
5.31
A Fig. 5-21 mostra os coeficientes de flambagem de placas planas em função do parâmetro β
quando o bordo submetido à tração é simplesmente apoiado e o bordo comprimido engastado.
5.32
A Fig 5-22 mostra os coeficientes de flambagem para placas planas longas (a/b > 2.4) em flexão,
com os bordos carregados e o bordo submetido à tração, simplesmente apoiados, e o bordo submetido à
compressão, engastado.
5.33
A Fig. 5-23 mostra os coeficientes de flambagem de placas planas em flexão quando o lado da
tração está simplesmente apoiado e o lado da compressão livre.
Finalmente, A Fig. 5-24 mostra os coeficientes de flambagem para Placas Planas em Flexão,
quando o lado da tração é engastado e o lado da compressão é livre.
5.34
5.11 MÉTODO DE GALERKIN – PLACAS PLANAS EM CISALHAMENTO
Para que ocorra a flambagem, não é necessário que o membro esteja submetido a uma carga axial.
Tudo o que é necessário é que se desenvolvam tensões de compressão em alguma parte do membro.
Por exemplo, foi visto que a instabilidade pode ocorrer em vigas carregadas transversalmente devido às
tensões de compressão que se desenvolvem no flange comprimido do membro. Um outro elemento
estrutural que não é carregado em compressão, mas assim mesmo torna-se instável, é uma placa
carregada em cisalhamento. Neste caso a compressão está presente nos planos que fazem 45o com as
bordas carregadas e quando estas tensões se tornam suficientemente altas, a flambagem ocorrerá.
Nxy x
b
Nxy
a
y
5.35
Considere a placa de espessura constante do esboço, simplesmente apoiada, e submetida a
esforços de cisalhamento uniformemente distribuídos nos bordos.
∂4w ∂4w ∂ 4 w 2 N xy ∂ 2 w
+ + + =0 (5.80)
∂x 4 ∂x 2 ∂y 2 ∂y 4 D ∂x∂y
Mesmo que o cisalhamento Nxy seja uniforme ao longo de todas as bordas e estas sejam
simplesmente apoiadas, é fácil verificar que a função de deflexão
mπx nπy
w( x, y ) = Amn sen sen
a b
que é a solução exata para compressão uniforme, não satisfaz a Eq. (5.80). Assim sendo, e
considerando que as cargas de cisalhamento são aplicadas em todas as arestas, deve-se assumir uma
forma de deflexão geral:
∞ ∞
mπx nπy
w( x, y ) = ∑∑ Amn sen sen (5.81)
m =1 n =1 a b
Noutras palavras, em vez de assumir que a chapa flamba num padrão retangular consistindo de m e n
meias ondas senoidais, respectivamente, nas direções x e y, escolhe-se uma função que permite um
padrão geral de flambagem, do qual o padrão retangular e caso particular. Infelizmente, a combinação
particular de termos da série infinita requerida para uma solução satisfatória depende da geometria da
placa.
2
∞ ∞ ⎡⎛ mπ ⎞ 2 ⎛ nπ ⎞ 2 ⎤ mπx nπx N xy ∞ ∞
⎛ mπ ⎞⎛ nπ ⎞ mπx nπx
∑∑ Amn ⎢⎜ ⎟ +⎜ ⎟ ⎥ sen sen + ∑∑ A mn ⎜ ⎟⎜ ⎟ cos cos = e( x, y ) (5.82)
m =1 n =1 ⎣⎢⎝ a ⎠ ⎝ b ⎠ ⎦⎥ a b D m =1 n =1 ⎝ a ⎠⎝ b ⎠ a b
onde e(x,y) é o erro cometido na satisfação da equação de equilíbrio. O método de Galerkin procura
minimizar este erro tornando-o ortogonal às funções de base no domínio, ou seja
pπ x qπy
a b
∫ ∫ e( x, y) sen
0 0
a
sen
b
dydx = 0 para p = 1, 2, 3 ... e q = 1, 2, 3 ... (5.83)
Mas
2 2
a b ∞ ∞ ⎡⎛ mπ ⎞ 2 ⎛ nπ ⎞ 2 ⎤ mπx nπx pπx qπx ab ⎡⎛ mπ ⎞ 2 ⎛ nπ ⎞ 2 ⎤
∑ ∑
∫0 ∫0 m=1 n=1 ⎢⎝ a ⎠ ⎝ b ⎠ ⎥
Amn ⎢⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ ⎥ sen
a
sen
b
sen
a
sen
b
dydx = Amn ⎢⎜ ⎟ +⎜ ⎟ ⎥ (5.84)
⎣ ⎦ 4 ⎢⎣⎝ a ⎠ ⎝ b ⎠ ⎥⎦
pois quando p ≠ m e/ou q ≠ n as funções são ortogonais e o resultado da integral é nulo.
5.36
a
mπx pπx a ⎡ −1 −1 1 1 ⎤ a 4p 2a p
∫ sen
0
a
sen
a
dx = − ⎢ + − − ⎥ =
2π ⎣ p − m p + m p − m p + m ⎦ 2π p − m
2 2
=
π p − m2
2
; p + m = ímpar
de modo que
ou
a b
2 N xy ∞ ∞
⎛ mπ ⎞⎛ nπ ⎞ mπx nπy pπx qπy 8 N xy ∞ ∞
mnpq
∫∫ D
∑∑ A
m =1 n =1
mn ⎜ ⎟⎜
⎝ a ⎠⎝ b ⎠
⎟ cos
a
cos
b
sen
a
sen
b
dydx =
D
∑ ∑ A (p
p q
pq 2
)(
− m2 q2 − n2 )
0 0
(5.75)
4 a4
Multiplicando as Eqs. (5.84) e (5.85) por e levando em consideração a Eq. (5.83) resulta em
ab π 4
2 2 m, n = todos
⎡ 2 2⎛ a ⎞
⎤ 3
32k s ⎛ a ⎞ ∞ ∞ mnpq
Amn ⎢m + n ⎜ ⎟ ⎥ + 2 ⎜ ⎟ ∑∑ A pq 2 = 0 , m + p = ímpar
⎣⎢ ⎝ b ⎠ ⎦⎥ π ⎝b⎠ p q p − m2 p2 − m2
n + q = ímpar
( )( ) (5.86)
pois
N xy b 2
ks = (5.87)
Dπ 2
O sistema de equações (5.87) corresponde a dois modos distintos de flambagem: um simétrico
(correspondendo a m + n = par) e outro anti-simétrico (correspondendo a m + n = ímpar).
Conseqüentemente, dois determinantes de estabilidade são formados. Para uma dada geometria da
placa e representação em série finita da forma defletida, podem-se determinar os coeficientes de
flambagem por cisalhamento correspondentes à flambagem simétrica e anti-simétrica. O coeficiente
menor assim obtido é, obviamente, aquele que governa.
Como exemplo, considere a flambagem por cisalhamento de uma placa quadrada. Se,
arbitrariamente, uma série de dois termos é assumida, e.g., A11 e A22, então o determinante de
estabilidade simétrica fica
2
⎡ ⎛ a ⎞2 ⎤ 3
32k s ⎛ a ⎞ 4
⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥ ⎜ ⎟ 64k s
⎢⎣ ⎝ b ⎠ ⎥⎦ π2 ⎝b⎠ 9 4
9π 2 = 0 ⇒ k = 16 × 9π ≅ 11,1
2
=
⎡
2
64k s s
⎛a⎞ ⎤ 128
3 2
32k s ⎛ a ⎞ 4 64
⎜ ⎟ ⎢ 4 + 4⎜ ⎟ ⎥ 9π 2
π2 ⎝b⎠ 9 ⎣⎢ ⎝ b ⎠ ⎦⎥
5.37
128k s
(1 + 1)2 0
9π 2
− 384k s π2 2 × 10 × 8
0 (9 + 1)2 = 0 ⇒ k s = = 10,45
15π 2 64 2
⎛ 20 ⎞ ⎛ 12 ⎞
2
128k s − 384k s ⎜ ⎟ +⎜ ⎟
(4 + 4) 2
⎝ 9 ⎠ ⎝ 15 ⎠
9π 2 15π 2
A solução essencialmente exata para este caso é dada pela Ref. 5.7. Para a placa quadrada o
modo que prevalece é o simétrico e (ks)cr = 9,35, onde os 10 primeiros termos da função de deflexão
assumida foram utilizados para convergência satisfatória. Nesta referência é mostrado também que o
coeficiente crítico para flambagem anti-simétrica é e (ks)cr = 11,63 (anti-simétrico). A referência indica
também que para a>b:
e assim por diante. Quando a/b aumenta é cada vez mais difícil distinguir a diferença em magnitude
entre os coeficientes obtidos para flambagem simétrica e anti-simétrica. De fato, quanto a placa é
infinitamente longa o coeficiente de flambagem independe de considerações de simetria.
A tensão crítica elástica de cisalhamento para placas planas sob várias condições de contorno é
dada pela Eq. (5.88)
π 2ks E ⎛ t ⎞
2
τ cr = ⎜ ⎟
12(1 − υ e2 ) ⎝ b ⎠
(5.88)
onde b é sempre a dimensão menor da placa uma vez que todas as bordas carregam o cisalhamento.
Uma placa longa retangular sujeita a cisalhamento puro produz tensões de compressão internas em
planos que estão a 45o com as bordas. São estas tensões de compressão que produzem a flambagem
do painel longo num padrão ilustrado no esboço abaixo. O comprimento de semi-onda na flambagem é
1,25b.
5.38
A Fig. 5-25 permite estimar o coeficiente de flambagem em cisalhamento para placas com restrições
elásticas. O parâmetro ε tem a mesma definição dada para µ em (5.47).
5.39
A Fig. 5-26 mostra os coeficientes de flambagem de uma placa plana em cisalhamento com as
condições de contorno de apoio simples ou engaste nos quatro bordos.
5.40
Kuhn (Ref. 5.8) obteve dados para possibilitar estimar o coeficiente de flambagem de uma placa
submetida ao cisalhamento entre os casos limites de apoio simples e engaste. Ele acha o coeficiente de
flambagem a partir de uma equação semi-empírica
⎡ ⎛d ⎞
3
⎤
k s = k ss ⎢ Rh + (Rd − Rh )⎜⎜ c
1
⎟⎟ ⎥ (5.89)
⎢⎣ 2 ⎝ hc ⎠ ⎥⎦
A equação de equilíbrio de uma placa plana sob compressão bi-axial é dada por
mπx nπy
w( x, y ) = Amn sen sen (5.91)
a b
Substituição na Eq. (5.90) leva a
2
⎡⎛ mπ ⎞ 2 ⎛ nπ ⎞ 2 ⎤ 1 ⎡⎛ mπ ⎞
2
⎛ nπ ⎞
2
⎤
⎢⎜ ⎟ +⎜ ⎟ ⎥ = ⎢⎜ ⎟ Nx + ⎜ ⎟ Ny⎥ (5.92)
⎣⎢⎝ a ⎠ ⎝ b ⎠ ⎥⎦ D ⎢⎣⎝ a ⎠ ⎝ b ⎠ ⎥⎦
2
⎡ mb n 2 a ⎤ ⎡ 2 ⎤ N xb2 N yb
2 2
1 n2a 2 ⎛ na ⎞
⎢ + ⎥ = ⎢b N x + 2 N y ⎥ = + ⎜ ⎟ (5.93)
⎣ a mb ⎦ Dπ 2 ⎣ m ⎦ Dπ
2
Dπ 2 ⎝ mb ⎠
Nx Ny
2
+ 2
=1 (5.94)
⎡ mb n 2 a ⎤ Dπ 2 ⎡ m 2b 2 ⎤ Dπ 2
⎢ + ⎥ ⎢ + n ⎥
⎣ a mb ⎦ b 2 ⎣ na
2
⎦ b
2
N b2 N yb2
kx = x 2 , ky = (5.95)
Dπ Dπ 2
5.41
a Eq. (5.94) pode ser colocada na forma
kx ky
2
+ 2
=1 (5.96)
⎡ mb n 2 a ⎤ ⎡ m 2b 2 ⎤
⎢ + ⎥ ⎢ 2
+ n⎥
⎣ a mb ⎦ ⎣ na ⎦
kx ky
2
+ 2
=1 (5.97)
⎡ n2 ⎤ ⎡ m2 ⎤
⎢ m + ⎥ ⎢ + n⎥
⎣ m⎦ ⎣ n ⎦
m = 1, n = 1 ⇒ k x + k y = 4
m = 1, n = 2 ⇒ k x + 4k y = 25
(5.98)
m = 2, n = 1 ⇒ 4k x + k y = 25
m = 2, n = 2 ⇒ k x + k y = 16
ky
16
m=2, n=1
12
m=1, n=1
m=2, n=2
8
INSTÁVEL
4
m=1, n=2
-4 4 8 12 16 20 k
x
ESTÁVEL
-4
FRONTEIRA DE ESTABILIDADE
5.42
Note que o modo de flambagem com uma semi-onda em cada direção prevalece para a maioria dos
casos encontrados na prática. Somente sob cargas consideráveis de tração numa das direções é que o
coeficiente de flambagem crítico é determinado por um modo de flambagem distinto. Utilizando as Eqs.
(5.98) é possível determinar-se o ponto de transição, por exemplo, de quando o modo com m = 2 e n = 1
passa a ser crítico:
⎡1 1⎤ ⎧k x ⎫ ⎧ 4 ⎫ ⎧k x ⎫ ⎧ 7 ⎫
⎢4 1⎥ ⎨k ⎬ = ⎨25⎬ ⇒ ⎨k ⎬ = ⎨− 3⎬ (5.99)
⎣ ⎦⎩ y ⎭ ⎩ ⎭ ⎩ y⎭ ⎩ ⎭
As condições para a transição do modo m = 2 e n = 1 para o modo m = 3 e n = 1 são
⎡4 1⎤ ⎧k x ⎫ ⎧ 25 ⎫ ⎧k x ⎫ ⎧ 15 ⎫
⎢9 1⎥ ⎨k ⎬ = ⎨100⎬ ⇒ ⎨k ⎬ = ⎨− 35⎬ (5.100)
⎣ ⎦⎩ y ⎭ ⎩ ⎭ ⎩ y⎭ ⎩ ⎭
Considere, agora, o caso de uma placa quadrada, simplesmente apoiada, carregada uniformemente
na direção x e cujas bordas y = cte. (no sentido da aplicação da carga) são impedidas de se deslocar
transversalmente (ao contrário da hipótese feita nas seções anteriores). Devido ao efeito de Poisson, o
impedimento de deslocamento transversal induzirá tensões de compressão no sentido y:
N y = υN x (5.101)
5.43
Noutras palavras, o coeficiente de flambagem que assumia o valor 4 para placas simplesmente apoiadas
com as bordas não carregadas livres para se deslocarem transversalmente passa a aproximadamente 3
se estas bordas são rigidamente fixadas. Entre estes dois casos limites, há uma gama de situações que
dependem da rigidez do elemento transversal sobre o qual a placa é fixada (elemento da nervura na asa
ou da caverna na fuselagem) . Seja Ar á área da seção transversal do elemento reforçante e assuma que
o material da placa e reforçador transversal seja o mesmo. Nestas condições, a relação entre o
carregamento induzido pelo carregamento longitudinal aplicado será
Ny υ ( Ar at )
= (5.103)
Nx 1 + ( Ar at )
Na seção 5.10 foi estudado o problema da flambagem de placas planas sujeitas a carregamentos
de flexão no plano da placa. Foram apresentadas curvas para permitir a determinação do coeficiente de
flambagem crítico de diversos casos de carregamento e condições de contorno. O caso geral da flexão
envolve uma distribuição linear de Nx em y, que pode ser obtida da soma de uma flexão pura e de uma
compressão uniforme. O problema, portanto, poderia ser visualizado como o de uma combinação de
carregamentos básicos: flexão pura + compressão uniforme.
Na seção 5.13 foi estudado o problema de flambagem de placas planas simplesmente apoiadas
submitidas à compressão bi-axial, ou seja, uma combinação de compressão ao longo do eixo x + uma
compressão ao longo do eixo y. Ficou claro, a partir da análise realizada na seção 5-13, que o problema
de carregamentos combinadas é relativamente mais complexo do que aquele que envolve tão somente
carregamentos básicos. Como caso particular foi estudado o caso da placa quadrada. Uma vez que o
padrão do modo de flambagem de placas longas também envolve semi-ondas quadradas, a solução
encontrada também é válida para placas longas. Para cada razão a/b, entretanto, um procedimento
como aquele adotado teria que ser repetido, ou seja, uma construção semelhante àquela da Fig. 5-28
teria que ser repetida.
Considere a Eq. (5.94)
Nx Ny
2
+ 2
=1 (5.94)
⎡ mb n 2 a ⎤ Dπ 2 ⎡ m 2b 2 ⎤ Dπ 2
⎢ + ⎥ ⎢ + n⎥
⎣ a mb ⎦ b 2 ⎣ na
2
⎦ b
2
aplicada a uma placa quadrada, na região em que a fronteira de estabilidade é produzida pelo modo com
m = 1 e n = 1. Nestas condições, a Eq. (5.94) pode ser escrita na forma
Nx Ny
+ =1 (5.104)
Dπ 2
Dπ 2
4 2 4 2
b b
5.44
Lembrando que
Dπ 2 Dπ 2
(N x )cr =4 ; (N ) y cr =4
b2 b2
são as cargas críticas da placa quando submetida, respectivamente, aos carregamentos Nx e Ny atuando
sozinhos, a Eq. (5.104) pode ser colocada na forma
Rx + R y = 1 (5.105)
onde Rx = Nx / (Nx)cr, Ry = Ny / (Ny)cr onde (Nx)cr e (Ny)cr são os carregamentos uniaxiais críticos quando
cada um deles está agindo separadamente. Este mesmo método pode ser utilizado para determinar a
combinação crítica de cargas para outros valores de a/b. Como observado anteriormente, quando a/b é
grande, a placa flamba em painéis quadrados e a Eq. (5.105) vale novamente.
A Eq. (5.105) é conhecida como uma equação de interação porque descreve como os dois
carregamentos estão interagindo. A equação pode ser plotada como uma curva de interação, como
1.0
c
C
Ry Rx Curva de Interação
Rx + Ry = 1
B
Ry d
A
0 Rx 1.0
mostrado na Fig 5-30. A flambagem ocorre quando o ponto (Nx, Ny) está sobre ou acima da curva de
interação. Para determinar a margem de segurança em relação à flambagem para pontos que caem
abaixo ou acima da curva, assume-se que as cargas crescem proporcionalmente, ou seja, que Ny/Nx
permanece constante durante o carregamento. Como resultado, a razão Ry/Rx é constante, e o ponto de
projeto se desloca ao longo da linha ABC da Fig. 5-30 à medida que as cargas são aumentadas. A
margem de segurança em B é, portanto,
c
MS = −1 (5.106)
Rx
1
MS = −1 (5.107)
Rx + R y
5.45
Equações de interação podem ser determinadas para outras combinações de cargas. Em geral,
estas equações podem tomar a forma
Infelizmente, são relativamente poucos os casos em que uma equação de interação simples como a
Eq. (5.108) se aplica e, em conseqüência, é possível derivar uma expressão para a margem de
segurança. Na maioria dos casos a margem de segurança tem de ser estimada diretamente dos gráficos
que fornecem as curvas de interação.
A equação de interação que tem sido extensivamente utilizada no caso da combinação de flexão
pura e compressão longitudinal é
Rb1.75 + Rc = 1 (5.109)
Esta equação tem sido extensivamente utilizada na indústria aeroespacial e é mostrada, juntamente com
as curvas para várias margens de segurança, na Fig. 5.31.
5.46
b) COMBINAÇÃO DE FLEXÃO E CISALHAMENTO
A Fig. 5-32 mostra a equação (5.110) e curvas para diversas margens de segurança.
R L + Rs2 = 1 (5.112)
5.47
d) COMBINAÇÃO DE FLEXÃO, COMPRESSÃO LONGITUDINAL E CISALHAMENTO
5.48
A margem de segurança pode ser determinada da Fig. 3-36. As linhas tracejadas indicam uma
aplicação típica, onde Rc = 0.161, Rs = 0.23 e Rb = 0.38. O ponto 1 é inicialmente determinado para os
valores específicos de Rs e Rb . A linha tracejada diagonal da orígem através do ponto 1, interceptando a
curva Rc / Rb relevante no ponto 2, fornece o cisalhamento admissível para os desejados cálculos de
margem de segurança. (Nota: quando Rc < Rs use a parte direita da figura; nos outros casos use a
esquerda).
5.49
e) COMBINAÇÃO DE FLEXÃO E COMPRESSÃO BI-AXIAL
Uma investigação teórica por Noel (Ref 5.9) foi realizada sobre a flambagem de placas planas
retangulares simplesmente apoiadas sob combinações críticas de flexão longitudinal e compressão bi-
axial. As curvas de interação obtidas são apresentadas nas Figs. 5-37 vários alongamentos. Estas
curvas podem ser utilizadas no caso limite de dois carregamentos tornando uma das razões de tensão
igual a zero. Os resultados dos estudos que produziram estas curvas, e verificados pelas mesmas, indica
que uma redução na tensão admissível de flexão, devido à adição de compressão lateral, é
sensivelmente amplificada pela adição de pequenas cargas longitudinais.
5.50
f) COMBINAÇÃO DE FLEXÃO, CISALHAMENTO E COMPRESSÃO TRANSVERSAL
No caso de compressão transversal e cisalhamento agindo sozinhas, Batdorf e Houbolt (Ref. 5.11)
examinaram placas longas com bordas restringidas elasticamente. Eles acharam que uma fração
apreciável da tensão crítica em cisalhamento puro pode ser aplicada à placa sem qualquer redução na
compressão transversal necessária para produzir flambagem. Batdorf e Stein (Ref. 5.12) examinaram
placas simplesmente apoiadas com alongamentos finitos e acharam que a curva para placas
infinitamente longas requer correção para alongamentos finitos. Esta condição está mostrada na Fig. 5-
40.
5.51
Bordos Descarregados Simplesmente Apoiados
5.52
g) COMBINAÇÃO DE CISALHAMENTO E COMPRESSÃO BI-AXIAL
Superfícies de interação para cisalhamento e compressão bi-axial são fornecidas na Fig. 5-41.
Bleich (Ref. 5.14) apresenta uma solução para a flambagem de uma placa sujeita à cisalhamento e
compressão longitudinal não-uniforme combinados, como mostrado no esboço. O coeficiente crítico de
flambagem é: k = 3,85γ
2 2
(
β β + 3 −1+ 1+ 4 β γ 2 2
) onde γ =
5,34 + 4 α 2
7 ,7
para α ≥ 1 : e
4 + 5,34 α 2
γ = para 1 2 ≤ α ≤ 1
7,7 + 22(1 − α ) 3
5.53
5.54
i) COMPRESSÃO BI-AXIAL
As curvas de interação para compressão bi-axial são mostradas nas figs. 5-42 e 5-43,
respectivamente, para os casos de placas simplesmente apoiadas e engastadas.
5.55
5.15 FLAMBAGEM DE PLACAS AFILADAS
Quando uma placa afilada atinge o estado de equilíbrio instável, a instabilidade é caracterizada por
deflexões para fora do plano da placa numa região somente. As outras regiões da placa permanecem
essencialmente livres de tais deflexões. Esta condição de instabilidade constitui um projeto ineficiente,
uma vez que a mesma distribuição de cargas presumivelmente poderia ser sustentada por uma placa
mais leve, afilada de maneira tal que a instabilidade sob o carregamento especificado seja caracterizado
5.56
por deflexões ao longo de toda a placa. Por esta razão, uma placa simplesmente apoiada, cujo
afilamento é regido por uma lei exponencial, e submetida à cargas de compressão foi estudada e os
resultados são mostrados na Fig. 5-44. A variação do carregamento ao longo da placa foi considerado
ser produzido por tensões de cisalhamento suficientemente pequenas, de forma a ter influência
desprezível nas características de flambagem da placa. O coeficiente de flambagem resultante é
representado na figura em função do alongamento, para diversos valores do afilamento.
Quando b/t é pequeno, σcr pode exceder o limite de proporcionalidade. A Eq. (5.32), aqui repetida,
kπ 2 E ⎛ t ⎞
2
σ cr = ⎜ ⎟
( )
12 1 − υ 2 ⎝ b ⎠
(5.32)
não é diretamente aplicável nestes casos porque a) a tensão não é mais relacionada à deformação pelo
módulo de elasticidade E, b) porque ν depende da tensão, e c) porque num flange a condição de
contorno do bordo livre Eq. (5.15) contém ν, de modo que k também depende da tensão.
É prática comum incluir todos estes efeitos num único fator de correção de plasticidade η
5.57
σ cr
η= (5.114)
(σ cr )elástico
onde σcr é a tensão crítica corrigida para os efeitos de plasticidade e (σcr)elástico é a tensão crítica elástica
computada da Eq. (5.32). Nestas condições, pode-se escrever
ηkπ 2 E ⎛ t ⎞
2
σ cr = 2 ⎜ ⎟
(
12 1 − υ e ⎝ b ⎠) (5.115)
que é aplicável em todos os níveis de tensão, uma vez que η é igual a 1 na região elástica. A notação νe
é usada na Eq. (5.115) para tornar explícito que o valor elástico da razão de Poisson é utilizado uma vez
que o efeito inelástico de ν está contido em η.
σ i = Esε i (5.116)
para tensões crescentes, enquanto na teoria incremental elas são relacionadas por
dσ i = Et dε i (5117)
⎛ γ xy
2
2 ⎞
εi = ε + ε + ε xx ε yy
2
xx
2
yy − ⎜⎜ ⎟⎟ (5.119)
3 ⎝ 2 ⎠
Nota-se que para carregamento uniaxial, σyy = τxy = 0, εyy = -νεxx , e γxy = 0 e as Eqs. (5.1167) e (5.117)
ficam reduzidas, respectivamente, às Eqs. (1.2) e (1.3) se a razão de Poisson é tomada igual à νp = ½ , o
valor da razão de Poisson para um material isotrópico perfeitamente plástico.
5.58
imperfeições iniciais, flexão e compressão precedem simultaneamente, e não há descarregamento
elástico. Como em colunas, a teoria que não considera a reversão de deformações no lado convexo tem
mostrado melhor correlação com dados experimentais. A teoria de flambagem inelástica de placas pode,
conseqüentemente, ser considerada como uma generalização bi-dimensional da teoria do módulo
tangente de colunas.
5.59
A Tabela 5-1 fornece as expressões dos fatores de correção de plasticidade aplicáveis para uma
série de situações. Para efeitos de comparação, os valores de η/j estão plotados na Fig. 5-45 para o
caso da Liga de Alumínio 2024-T3. Nesta figura, a curva G corresponde ao caso da coluna, como visto
no Cap. 2, e não o da placa-coluna (caso G na Tabela 5-1). Para placas, os dados experimentais estão
dispersos entre as curvas A e D.
A aplicação dos fatores de correção inelástica não é uniforme no setor aeroespacial. Cada
fabricante tem os seus próprios critérios. A Douglas, de acordo com o seu manual (Ref. 5.15), adota
Et
η= (5.120)
E
A curva correspondente está também representada na Fig. 5-45. Como pode ser notado, representa um
fator conservativo para todos os casos de placas longas. Uma vez que a Eq. (5.120) já é conservativa, a
Douglas não especifica a correção da razão de Poisson acima do limite de proporcionalidade.
A Boeing (Ref. 5.16) adota as expressões da Tab. 5-1 que são graficadas para cada
material/temperatura. A correção relativa à razão de Poisson não está incorporada. A Fig. 5-48 mostra
um caso típico (Liga AL 7075-T6 à temperatura ambiente). Nesta figura aparece o coeficiente de
flambagem K cuja definição é distinta daquela adotada para k neste texto:
π2
2
⎛t⎞
σ cr = ηKE ⎜ ⎟ ⇒ K= k (5.121)
⎝b⎠ 10,92
Para situações onde ν ≠ 0,3 (inclusive no caso da flambagem plástica se o projetista desejar utilizar
a razão de Poisson plástica) é necessário fazer-se a correção K’ = 0,91 K / (1 – ν2).
5.60
5.61
A Nasa (Ref. 5.17) por sua vez, recomenda agrupar os casos B, C e D da Tab. 5-1 para num único,
utilizando a fórmula do caso C. Desta forma, placas longas simplesmente apoiadas ou engastadas, bem
como placas longas com restrições elásticas e flanges engastados e ainda placas em flexão são tratadas
por uma única expressão. Para o caso de flanges longos simplesmente apoiados recomenda o uso da
expressão do caso A da Tab. 5-1 e para placas sujeitas a cisalhamento, o caso H da referida tabela. A
correção da razão de Poisson acima do limite de proporcionalidade é incorporada em η. Para facilitar a
aplicação, a Nasa aplica as fórmulas de correção de plasticidade ao modelo de Ramberg-Osgood do
material. As Figs. 5-49 a 5.52 mostram os gráficos resultantes.
Uma última questão concerne a tensão de corte, ou seja, a máxima tensão admissível para
flambagem de placas. A Boeing especifica esta tensão como sendo a de escoamento. A Douglas permite
que se chegue à tensão máxima de suas curvas e a Nasa especifica as tensões de corte como na Tab.
5-2.
5.62
5.63
5.64
5.17 FATORES DE REDUÇÃO DEVIDO AO “CLADDING”
Placas de liga de alumínio são disponíveis cobertas com uma fina camada de, praticamente,
alumínio puro. Tal material é referido como Alclad ou liga de alumínio Clad. A resistência mecânica deste
material é consideravelmente menor do que a do material do núcleo. Uma vez que o Clad está localizado
nas fibras extremas da chapa, está também localizado onde são atingidas as deformações mais altas
durante a flambagem. A Fig. 5-52 mostra um corte da chapa Alclad e a Fig. 5-53 mostra qualitativamente
as curvas tensão-deformação para o Clad, núcleo e combinações de Clad-núcleo.
Uma correção adicional para placas Alclad, por causa da menor resistência do matéria do
revestimento, é portanto. A tensão de flambagem pode ser escrita na forma
σ cr = η σ cr (5.122)
onde σcr é obtido da Eq. (5.115). A Ref. 5.5 fornece expressões simplificadas para os fatores de redução
de cladding, como resumidas na Tab. 5-3.
5.65
No caso de recobrimento Clad em ambas as faces da placa, nas curvas fornecidas pela Douglas, o
fator de redução já está incorporado. Nos outros casos, a tensão de flambagem é inicialmente
determinada para uma placa de mesma espessura da placa Alclad, mas com o material do núcleo. Esta
tensão é então reduzida pela Eq. (5.122).
A única configuração possível de equilíbrio para uma placa inicialmente perfeita quando σ < σcr é a
posição plana estável. Existe estabilidade neutra em σ = σcr e a placa está em equilíbrio numa posição
plana ou levemente fletida. Grandes deslocamentos laterais da ordem da espessura ocorrem num nível
de tensões que são apenas um pouco superiores a σcr. Em conseqüência, é necessário utilizar a teoria
não-linear de grandes deformações em qualquer análise pós-flambagem. Isto introduz dificuldades
matemáticas a ponto de soluções exatas para a distribuição da deflexão e tensões não serem
5.66
conhecidas para σ > σcr. Soluções aproximadas foram obtidas por diversos investigadores, mas as
derivações são longas e não se tentará reproduzi-las neste texto. Nesta seção se procurará resumir os
resultados obtidos a partir de estudos teóricos e resultados experimentais para placas que estão sujeitas
à compressão, com encurtamento uniforme das bordas carregadas, e como estes resultados podem ser
utilizados para a derivação de uma metodologia a ser utilizada em projeto.
A placa pode sustentar cargas acima da carga de flambagem quando a flexão lateral nas bordas
descarregadas é prevenida, mas a distribuição das tensões de compressão não é uniforme através da
largura da placa, como é o caso quando σ < σcr. A distribuição de tensões depende da restrição no plano
da placa existente nas bordas descarregadas; a distribuição de tensões em placas cujas bordas
descarregadas são mantidas retas (mas que são livres para se deslocarem lateralmente de modo que a
resultante de forças na direção transversal seja nula) e bordas que são livres de tensão são mostradas
na Fig. 5-54. O primeiro é o caso típico de painéis do revestimento de estruturas em casca reforçada e o
segundo é representativo de almas de colunas de paredes finas.
Nota-se, da Fig. 5-54a, que tensões de tração são desenvolvidas na direção y, na porção central
dos bordos descarregados quando estes são obrigados a permanecer retos. Estas tensões de
membranas, adicionadas ao fato de que os bordos descarregados estão restringidos no que tange a
flexão lateral, explicam porque uma placa, de forma distinta de uma coluna, é capaz de carregar cargas
que são muito maiores do que a carga crítica. Uma contração ocorre no centro de uma placa cujas
bordas descarregadas são livres de tensão (Fig. 5-54b). A ausência de forças de membrana neste caso
é responsável pelo fato desta placa ter uma capacidade bastante menor em suportar cargas além da
carga de flambagem, quando comparada à placa com as bordas retas.
5.67
As deformações de flexão em placas perfeitas e imperfeitas são mostradas na Fig. 5-55. É
interessante comparar estas curvas com as curvas correspondentes para colunas apresentadas na Fig.
2-25. Em ambos casos, pode ser notado que o membro com imperfeições muito pequenas segue de
perto a teoria para o membro perfeito, nas regiões antes e logo a pós a flambagem. Em membros com
imperfeições usuais, somente na vizinhança imediata de σcr é que as deflexões diferem sensivelmente
daquelas do membro reto. Entretanto, como ocorre com o membro perfeito, as deflexões crescem
rapidamente no membro com imperfeições práticas na região de σcr. Disto conclui-se que imperfeições
da ordem daquelas encontradas na indústria aeronáutica têm pequena influência nas cargas de
flambagem e de falha de placas e colunas. Não se pode inferir, entretanto, que este seja sempre o caso
em problemas de estabilidade elástica, pois imperfeições iniciais muito pequenas têm um efeito muito
grande nas cargas de falha de cilindros de paredes finas submetidos à compressão.
Ao contrário do que ocorre em colunas, pode-se ver na Fig. 5-55 que tensões apreciáveis pós-
flambagem são possíveis. Embora a rigidez da placa decresce após a flambagem, a falha não ocorre até
que a tensão axial nas bordas descarregadas atinge a tensão de escoamento ou um pouco superior.
O comportamento de uma placa sob altas cargas pós-flambagem é complicado pelo fato de que o
padrão de flambagem pode se alterar, à medida em que a carga é aumentada, e o número de semi-
ondas pode mudar, numa placa longa. A porção central da placa se aproxima de uma superfície
desenvolvível com curvatura na direção da carga somente. Dupla curvatura é restrita à região dos
5.68
bordos descarregados, somente. Neste caso, a energia de deformação na porção central é devida
primariamente à flexão, enquanto que na região dos bordos descarregados é principalmente devida à
ação de membrana.
b b
1
P = σ e be t = t ∫ σ xx dy ⇒ be = ∫σ dy (5.123)
σe
xx
0 0
A distribuição de σxx depende das restrições rotacionais e no plano da placa impostas sobre os
bordos descarregados e a razão a/b da placa. Entretanto, quando a/b > 3, a distribuição da tensão e a
largura efetiva são independentes de a/b. Vários investigadores, baseados em trabalhos teóricos e
experimentas, derivaram equações para be. Argyris e Dunne (Ref. 5.18) fornecem a família de curvas
sólidas mostradas na Fig. 5-57, para placas longas simplesmente apoiadas, cujas bordas são obrigadas
a permanecerem retas. Mas com restrição elástica contra expansão no plano devido à razão de Poisson.
Numa estrutura real esta restrição é provida pelos membros reforçantes transversais, i.e., as nervuras e
cavernas. Este efeito está contido no parâmetro Ar/at, onde Ar é a área da seção transversal do membro
reforçante. Os casos limites de Ar/at = 0 e ∞ correspondem, respectivamente, aos casos de arestas retas
livres e completamente impedidas de se deslocarem transversalmente.
Ao fazer uso da Fig. 5-57 é necessário levar em consideração o efeito da restrição ao deslocamento
do bordo descarregado no cálculo de σcr. Como foi visto na seção 5.13, a resistência à expansão lateral
5.69
devida à razão de Poisson induz um campo de tensões de compressão no sentido transversal que reduz
o coeficiente de flambagem para compressão uniaxial.
⎡ ⎛σ ⎞
0, 4
⎛σ ⎞
0 ,8
⎛σ ⎞
1, 2
⎤
be = b ⎢1,2⎜⎜ cr ⎟⎟ − 0,65⎜⎜ cr ⎟⎟ + 0,45⎜⎜ cr ⎟⎟ ⎥ (5.124)
⎢⎣ ⎝ σ e ⎠ ⎝ σe ⎠ ⎝ σe ⎠ ⎥⎦
Esta equação, que é mostrada pontilhada na Fig. 5.57, considera Ar/at = 0. Esta equação provou ser
satisfatória para placas simplesmente apoiadas, engastadas e restringidas elasticamente em rotação. A
equação
⎡ ⎛σ ⎞
1/ 2
⎤
be = b ⎢0,19 + 0,81⎜⎜ cr ⎟⎟ ⎥ (5.125)
⎢⎣ ⎝ σe ⎠ ⎥⎦
que foi desenvolvida por Marguerre (Ref. 5.20) para grandes cargas após a flambagem de placas
quadradas com Ar/at = 0, também é mostrada na Fig. 5-57. Os três métodos de determinação de be
podem ser vistos estarem razoavelmente de acordo quando Ar/at = 0, embora os mesmos se aplicam a
diferentes razões a/b e σcr/σe e diferentes condições de restrição na rotação das bordas.
5.70
Imperfeições iniciais têm pouca influência sobre a largura efetiva para grandes valores de σe/σcr,
mas podem sensivelmente reduzir a largura efetiva na região logo após a flambagem. O comportamento
após a flambagem de placas retangulares em cisalhamento foi investigado nas Refs. 5-8 e 5.21.
O método para calcular a largura efetiva de placas flambadas em compressão mais utilizado na
indústria, entretanto, foi introduzido por Von Karman (Ref. 5.22) ao estimar a carga de falha de uma
placa em compressão (veja Seção 5.21). Considere a expressão geral para a tensão de flambagem de
placas em compressão:
ηkπ 2 E ⎛ t ⎞
2
σ cr = 2 ⎜ ⎟
( )
12 1 − υ e ⎝ b ⎠
(5.115)
ηE
2
⎛t ⎞
σ b = 3,615ηE ⎜ ⎟ ⇒ be = 1,90 t (5.126)
⎝be ⎠ σb
Alguns ensaios antigos realizados por Newell indicaram que a constante 1,90 era muito alta e que,
para reforçadores leves, um valor de 1,7 era mais realista. Hoje, cada fabricante de aeronaves utiliza o
valor que julga mais apropriado para o tipo de reforçadores que mais utiliza. A Boeing faz η = 1 e utiliza o
valor 1,7. A Douglas faz η = (Et/E)1/2 e utiliza o valor 1,90.
Se for considerado que a rigidez do reforçador e a sua conexão à chapa é tal a prover uma
condição de borda engastada para a placa, então
ηE
2
⎛t ⎞
σ b = 6,35ηE ⎜ ⎟ ⇒ be = 2,52 t (5.127)
⎝be ⎠ σb
Para flanges, tem-se
ηE
2
⎛t ⎞
σ b = 0,389ηE ⎜ ⎟ ⇒ be = 0,623 t (5.128)
⎝be ⎠ σb
Observa-se, experimentalmente, que chapas espessas (em relação à distância entre reforçadores)
tende a flambar com bordos simplesmente apoiadas, enquanto placas finas tendem a flambar com
bordos simplesmente apoiados. Niu (Ref. 5.23) recomenda a seguinte expressão para o cálculo da
largura efetiva:
Kc E
be = t (5.129)
σb
5.71
Fig. 5-58 Valores de Kc vs. b/t para Painéis Reforçados
tensões na chapa e no reforçador, no ponto de conexão, serão dadas, respectivamente, pelos pontos A
e B representados na figura, porque têm de apresentar a mesma deformação. Este diferença nas
tensões influenciará a largura efetiva. A correção para esta condição pode ser feita multiplicando a
largura efetiva calculada (como se os materiais fossem iguais) por σsh /σb, onde σb é a tensão no
(E s )chapa ηE
be = 1,90 t (5.130)
(E s )reforçador σ b
onde Es é o módulo secante.
Na Eq. (5.130), o que está debaixo do radical refere-se à chapa. Em muitas aplicações, a tensão no
reforçador é conhecida. Considerando a relação entre a tensão no reforçador e na chapa,
5.72
E s chapa
σ chapa = σ reforçador
E s reforçador
( )
η = (E s E ) 1 − ν e 2 (1 − ν 2 )
η = (E s E )(0,330 + 0,670 1 4 + 3E 4 E )(1 − ν ) (1 − ν )
2 2
t s e
E )(1 2 + 1 2 1 4 + 3E 4 E )(1 − ν ) (1 − ν )
(5.132)
η = (E s t s e
2 2
ν ≅νe
E s ≅ Et
o fator de correção de plasticidade para os 4 casos acima pode ser aproximado por η = Es E , e a
ηE (E s )chapa (E s )2 chapa
be = 1,90t ≅ 1,90t (5.133)
(E s )reforçador σ reforçador (E s )reforçador σ reforçador
Esta é a expressão recomendada pela Ref. 5.24. A Boeing, por outro lado, recomenda, em seu
manual, o uso da equação
(E s )chapa E
be = 1,70t (5.134)
(E s )reforçador σ reforçador
Foi visto que, ao contrário de uma coluna, uma placa pode carregar cargas consideravelmente
maiores do que a carga crítica. De fato, a carga última não é atingida antes que uma porção considerável
da placa não esteja plasticamente deformada. A previsão teórica da carga de falha é difícil, pois além da
não-linearidade que resulta das grandes deflexões, a relação tensão-deformação no regime plástico
também leva a comportamento não-linear.
5.73
Uma solução teórica para flanges que apresenta boa correlação com os dados experimentais existe,
mas foi necessário recorrer a métodos semi-empíricos para prever a carga de falha de placas
simplesmente apoiadas.
Von Karman (Ref. 5.22) sugeriu que a carga de falha de placas simplesmente apoiadas fosse
calculada pela seguinte relação aproximada:
σ cr
Pu = be tσ cy com be = b (5.135)
σ cy
Uma expressão um pouco diferente foi proposta por Winter (Ref. 5.25). Baseado em extensivos testes
ele sugere utilizar a expressão
σ cr ⎛ ⎞
be = b ⎜1 − 0,25 σ cr ⎟ (5.136)
σ cy ⎜ σ cy ⎟
⎝ ⎠
E ⎛⎜ 0,475 E ⎞
⎟
Pu = be tσ cy = 1,9σ y t 2 1− (5.137)
σ y ⎜⎝ b t σ cy ⎟
⎠
O método descrito a seguir, que foi proposto por Gerard (Ref. 5.26), é suportado por um
impressionante número de ensaios à temperatura ambiente e à temperatura elevada, em placas de
diferentes materiais e proporções geométricas. Este método fornece uma base para um dos métodos de
previsão de falha de colunas de paredes finas e placas reforçadas que será apresentado no Cap. 6.
Pode-se verificar, ao examinar as Eqs. (5.124), (5.125), (5.136) e (5.137) que be/b é uma função de
σcr/σe. Pode-se, então, escrever a relação aproximada be/b = α(σcr/σe)r, onde α e r são constantes
empíricas a serem determinadas de ensaios. Designando a tensão média na placa por σ , acha-se que
compressão do material. Definindo a tensão de falha σ f como a tensão média na placa durante a falha,
elasticamente. Resultados experimentais indicam que σ f ≈ σ cr para placas que flambam no regime
σf ⎛ σ cy ⎞
n
= α ⎜⎜ ⎟⎟ para σ cr ≤ α 1 nσ cy (5.138a)
σ cr ⎝ σ cr ⎠
σf
= 1 para σ cr > α 1 nσ cy (5.138b)
σ cr
5.74
Os parâmetros adimensionais σ f σ cr e σ cy σ cr podem ser usados para correlacionar resultados
experimentais. Gerard achou que as Eqs. (5.138) podem ser usadas para prever a tensão de falha de
placas e flanges com um erro máximo de ±10% se os valores de α e n da Tab. 5-5 são utilizados. Pode
ser observado na tabela que restrições no plano da placa sobre as bordas descarregadas têm uma forte
influência sobre a tensão de falha de placas e flanges. Quando as bordas da placa são obrigadas a se
manterem retas, as forças de membrana resultantes ajudam a resistir os deslocamentos de flexão e, em
conseqüência, aumentam σf. Quando as bordas da placa são livres para empenar, estas forças de
Seria de se esperar que quando uma placa é dividida em painéis por reforçadores longitudinais,
como no caso de revestimentos reforçados de superfícies aerodinâmicas e estruturas da fuselagem, as
bordas de painéis adjacentes constituiriam uma restrição recíproca para permanecerem retas.
Entretanto, como pode ser visto no caso da placa de três painéis, as bordas livres dos painéis externos
não deixam que a condição de aresta reta se desenvolva completamente. Nota-se que n, neste caso,
está entre os valores para o caso de bordas livres e bordas livres para empenar.
Condição α n
1. Teoria para placa simplesmente apoiada, com bordas descarregadas retas 0,78 0,80
2. Ensaios para placa simplesmente apoiada ou engastada, com bordas livres para empenar 0,80 0,58
4. Testes para flange simplesmente apoiado, com borda apoiada reta 0,81 0,80
5. Testes para flange simplesmente apoiado, com borda livre para empenar 0,68 0,58
É freqüentemente mais conveniente escrever a Eq. (5.138a) numa forma que contenha o parâmetro
adimensional t/b . Substituindo a expressão para σcr (5.32) na Eq. (5.138a) resulta em
1− n
⎡ kπ 2 E ⎛ t ⎞ 2 ⎤
2 (1− n )
⎢ ⎜ ⎟ ⎥
n −1
( ) 1− n ⎡t ⎛ E ⎤
12
σf ⎛ σ cy ⎞ σ ⎛σ ⎞ ⎞
n
⎢ 12 1 − υ e2 ⎝ b ⎠ ⎥ ⎡ kπ 2 ⎤
= α ⎜⎜ ⎟⎟ ⇒ f = α ⎜⎜ cy ⎟⎟ =α =α⎢ ⎢ ⎜ ⎟ ⎥
σ cr ⎝ σ cr ⎠ σ cy ⎝ σ cr ⎠ ⎢
⎢
σ cy ⎥
⎥
( )
2 ⎥
⎣12 1 − υ e ⎦ ⎢ b ⎜⎝ σ cy
⎣
⎟
⎠ ⎥
⎦
⎢⎣ ⎥⎦
ou
m
σf ⎡ t ⎛ E ⎞1 2 ⎤
= β⎢ ⎜ ⎟ ⎥ (5.139)
σ cy ⎢ b ⎜⎝ σ cy ⎟⎠ ⎥
⎣ ⎦
onde
5.75
1− n
⎡ kπ 2 ⎤
β =α⎢ e m = 2(1 − n )
( 2 ⎥
⎣12 1 − υ e ⎦ ) (5.140)
Quando uma placa retangular é submetida a cisalhamento, a falha ocorre por rasgamento na
direção da tensão principal de tração na placa flambada. O problema é complicado pelo fato de que as
tensões de tração e compressão não são iguais, como o são antes da flambagem. Como resultado, os
membros que suportam as bordas da placa aplicam forças de membrana em tração à fronteira da placa.
Um método semi-empírico para predizer a carga de falha em cisalhamento é dado na Ref. 5.8.
A falha de placas em compressão e cisalhamento ocorre sob grandes deslocamentos laterais; por
esta razão, imperfeições iniciais têm influência desprezível sob a tensão média de falha.
5.22 EXEMPLOS
EXEMPLO 5.1
Considere um painel 3 x 9 x 0,094 in, simplesmente apoiado nos quatro bordos, manufaturado em
liga de alumínio 2024-T3 (E = 10.700 ksi, σ0.7 = 39 ksi, n = 11,5, νe = 0,3), submetido à compressão
uniaxial. Ache a tensão crítica σcr .
Solução:
Para a/b = 9/3 = 3, a curva C da Fig. 5-9 fornece kc = 4,0. A tensão crítica no regime elástico (η = 1)
é dada por
k cπ 2 E ⎛ t ⎞ 4π 2 10.700 ⎛ 0,094 ⎞
2 2
⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ = 38,0 ksi
12(1 − υ e2 ) ⎝ b ⎠ 12 × 0,91 ⎝ 3 ⎠
Esta tensão está acima do limite de proporcionalidade, ou seja, η < 1. Como não estão disponíveis, aqui,
curvas para o material como aquelas apresentadas na Fig. 5-48, adotar-se-á as curvas
adimensionalizadas baseadas no modelo de Ramberg-Osgood da Fig. 5-49. Esta figura, para n = 11,5 e
k cπ 2 E 4π 2 10.700 ⎛ 0,094 ⎞ σ
2 2
⎛t⎞
⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ = 0,974 fornece cr = 0,84 , de modo que
12(1 − υ e )σ 0.7 ⎝ b ⎠
2
12 × 0,91 × 39 ⎝ 3 ⎠ σ 0.7
σcr = 0,84 x 39 = 32,8 ksi
A espessura de placa utilizada neste exemplo, de 0,094 in, é relativamente grande. Se esta
espessura for modificada para 0,051 in, os cálculos indicariam: a Fig. 5-49 com n = 11,5 e
k cπ 2 E 4π 2 10.700 ⎛ 0,051 ⎞ σ
2 2
⎛t⎞
⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ = 0,287 fornece cr = 0,287 , de modo que
12(1 − υ e2 )σ 0.7 ⎝b⎠ 12 × 0,91 × 39 ⎝ 3 ⎠ σ 0.7
σcr = 0,287 x 39 = 11,2 ksi, que é o mesmo valor obtido fazendo-se η = 1, ou seja, a flambagem se
dá no regime elástico.
EXEMPLO 5.2
Considere um painel 12 x 3 x 0,094 in, simplesmente apoiado nos quatro bordos, manufaturado em
liga de alumínio Clad 2024-T3 (E = 10.700 ksi, σ0.7 = 49 ksi, n = 11, νe = 0,3), submetido à compressão
uniaxial. Ache a tensão crítica σcr .
Solução:
5.76
Para a/b = 12/3 = 4, a curva C da Fig. 5-9 fornece kc = 4,0. Resolvendo com o auxílio da Fig. 5-49, a
curva para n = 11 e
k cπ 2 E 4π 2 10.700 ⎛ 0,094 ⎞ σ cr
2 2
⎛t⎞
⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ = 0,775 fornece = 0,74 , de modo que
12(1 − υ e2 )σ 0.7 ⎝b⎠ 12 × 0,91 × 49 ⎝ 3 ⎠ σ 0.7
σcr = 0,74 x 49 = 36,3 ksi
Tratando-se de uma placa manufaturada em Clad, é necessário fazer a correção. De acordo com a
Tab. 5-4, a espessura da camada de Clad em cada face é de 2.5%, de modo que f = 2 x 0,025 = 0,05
(Fig. 5-53). A Tab. 5-3 fornece as expressões simplificadas para o fator de redução. Neste caso (placa
longa e tensão crítica maior do que o limite de proporcionalidade do material do núcleo) a expressão
para o fator é η = 1 (1 + 3 f ) = 1 / (1 + 0,15) = 0,87, de modo que σcr = 0,87 x 36,3 = 31,6 ksi.
k cπ 2 E ⎛ t ⎞ 4π 2 10.700 ⎛ 0,094 ⎞
2 2
EXEMPLO 5.3
Uma placa 8 x 6,4 x 0,1 in , simplesmente apoiada nos quatro bordos e manufaturada em liga de
alumínio 7075-T6 a 300oF (E = 9.400 ksi, σ0.7 = 55,8 ksi, n = 15,6, νe = 0,3), está sujeita a um fluxo de
cisalhamento q = 1,6 kips/in. O requisito de projeto determina que esta placa não flambe sob o
carregamento e temperatura dados. Qual o coeficiente de segurança?
Solução:
Para a/b = 8/6,4 = 1,25, a curva inferior da Fig. 5-26 fornece ks = 7,8. Resolvendo com o auxílio da
Fig. 5-51, a curva para n = 15,6 e
k sπ 2 E
2
7,8π 2 9.400 ⎛ 0,1 ⎞
2
⎛t⎞ F
⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ = 0.29 fornece s cr = 0,29 ,
12(1 − υ e )σ 0.7 ⎝ b ⎠
2
12 × 0,91 × 55,8 ⎝ 6,4 ⎠ F0.7
de modo que a tensão admissível em cisalhamento é (Fs)cr = 0,29 x 55,8 = 16,2 ksi.
A tensão de cisalhamento aplicada é dada por fs = q/t = 1,6 / 0,1 = 16 ksi. A margem de segurança
é, então, dada por MS = (Fs)cr / fs - 1 = 16,2 / 16 – 1 = 0,013
EXEMPLO 5.4
O revestimento de 0,080 in de espessura, manufaturado de liga de magnésio HK31A-H24 (E =
6.500 ksi, σ0.7 = 17,3 ksi, n = 6,2, νe = 0,3) de uma fuselagem é dividido, por reforçadores de seção
transversal em Z, em painéis longos de 4 in de largura. Determine a tensão de flambagem em
compressão destes painéis.
Solução:
Tendo sido dado que o painel está apoiado em reforçadores com seção transversal em Z, pode-se
utilizar a Fig. 5.13 para a obtenção de um valor mais preciso do coeficiente de flambagem em
comparação com o valor conservativo, k = 4, correspondente à placa simplesmente apoiada nos bordos
descarregados. Para b/t = 4,.0 / 0,08 = 50 a curva inferior da Fig. 5.13 fornece k = 5,2 . Como a
flambagem pode ser inelástica, adotaremos aqui o procedimento baseado no modelo de Ramberg-
Osgood para representação do material, representado na Fig. 5-49. Esta figura, para n = 6,2 e
5.77
σ
2
kπ 2 E 5,2π 2 6.500 ⎛ 0,08 ⎞
2
⎛t⎞
⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ = 0,706 fornece cr = 0,65 , de modo que
12(1 − υ e2 )σ 0.7 ⎝b⎠ 12 × 0,91 × 17,3 ⎝ 4,0 ⎠ σ 0.7
σcr = 0,65 x 17,3 = 11,2 ksi
Observação: Se a flambagem se dá elasticamente, o valor de da tensão crítica é dada por σcr = 0,706σ07
ou σcr = 0,706 x 17,3 = 12,2 ksi, possivelmente abaixo do limite de proporcionalidade que
não foi fornecido. As curvas da Fig. 5-49 podem ser utilizadas no regime elástico. Os
resultados serão tanto mais precisos quanto maior o valor de n. No presente exemplo, como
n < 10 há uma introdução de pequeno erro.
EXEMPLO 5.5
Uma placa 6 x 3 x 0,06 in , simplesmente apoiada nos quatro bordos, manufaturada de liga de
alumínio 7075-T6 a temperatura ambiente (E = 10.500 ksi, σ0.7 = 70 ksi, n = 9,2, νe = 0,3) está sujeita a
tensões de compressão longitudinal, fc, e de flexão no plano da placa, fb, na razão fc / fb = 0,5 . (a) Qual a
tensão de compressão na flambagem? (b) se fc = 13 ksi, fb = 26 ksi, qual é a margem de segurança?
Solução:
(a) A questão será resolvida através do uso da Fig. 5-19. Esta figura fornece curvas para o
coeficiente de flambagem em flexão, kb, em função de a/b e β, onde β = b/c, c = (1 + fc / fb) y ,
onde y é a distância do bordo carregado em compressão ao eixo elástico. Neste caso, y = b/2.
Desta forma, c = (1 + 0,5)b / 2 , de modo que β = 2 / 1,5 = 1,33. Para este valor de β e a/b = 6/3 =2,
a Fig. 15-19 fornece kb = 11. A equação para a flambagem é
k cπ 2 E ⎛ t ⎞ 4π 2 10.500 ⎛ 0,06 ⎞
2 2
5.78
4) Com estes valores, a Fig. 5.31 fornece uma margem de segurança de aproximadamente -0,04.
Observação: a discrepância entre as tensões fornecidas pelas curvas de interação da Fig. 5.31 é devida
ao fato de que a flambagem em flexão sozinho se deu no regime inelástico. As curvas de
interação foram derivadas com a hipótese que as flambagens se dessem no regime
elástico. Em conseqüência, o resultado mais coerente é aquele dado pelo primeiro método
apresentado.
EXEMPLO 5.6
Uma placa 16 x 8 x 0,16 in , simplesmente apoiada nos quatro bordos, manufaturada de liga de
alumínio 2024-T3 a temperatura de 300oF (E = 10.300 ksi, σcy = 37 ksi, σ0.7 = 35,7 ksi, n = 15, νe = 0,3)
está sujeita à tensão de compressão biaxial, fx = 6 ksi e fy = 1,6 ksi, e tensão de flexão, fb = 24 ksi. Ache
a margem de segurança.
Solução:
Passo 1: Compressão na direção longitudinal, x
O coeficiente de flambagem para a/b = 2 é kx = 4 (Fig. 5-9, caso C). Supondo a flambagem no
regime elástico
4π 2 × 10.300 ⎛ 0,16 ⎞
2
sendo portanto necessária uma correção de plasticidade, fornecida pela Fig. 5.49. Entrando nesta figura
com n = 15 e Eε cr F0.7 = 89 /35,7 = 2,49 obtém-se (Fb )cr F0.7 ≈ 1,05 de modo que
(Fb)cr = 35,7 x 1,05 = 37,1 ksi (que satisfaz os limites da tabela 5.2)
fb 26
Rb = = = 0,70
(Fb )cr 37,1
Passo 4: Cargas Combinadas
Plote o ponto (Ry,Rb) = (0,3, 0,7) na Fig. 5.37b, para a/b = 2. Trace a reta da origem passando por
este ponto até que intercepte a curva Rx (construção em vermelho). Um conjunto preliminar de margens
de segurança é obtido de
MS(b) = 0,73/0,70 – 1 = 0,04 = MS(y)
5.79
MS(x) = 0,42/.40 – 1 = 0,05
A margem de segurança, portanto, é aproximadamente +0,04.
Se o cálculo da MS em x desse um valor substancialmente diferente das margens de segurança em
b e y (que tem de ser iguais por causa da reta), uma iteração teria que ser feita. A margem de segurança
verdadeira é aquela que multiplicando todas as cargas pelo fator (1 + MSreal) fornece uma margem de
segurança zero para todas as cargas. Este fator é achado fazendo-se iterações sobre a linha que passa
pela origem e verificando as MS(x), MS(y) e MS(b). Por exemplo, seja um problema com Rb = Ry = Rx =
0.4 . A construção está em azul na Fig. 5.37b. As margens de segurança são
MS(y) = MS(b) = 0,62/0,4 – 1 = 0,55 MS(x) = 0,70/0,4 –1 = 0,75
Estes valores são substancialmente distintos de modo que uma correção é necessária. Iterando sobre a
linha que passa pela origem acha-se (em preto) Rb = Ry = Rx = 0,53 e
MS(y) = MS(b) = MS(x) = 0,53/0,4 – 1 = 0,325
EXEMPLO 5.7
Uma placa 6 x 3 x 0,06 in, simplesmente apoiada nos quatro bordos, manufaturada de liga de
alumínio 7075-T6 à temperatura ambiente (E = 10.500 ksi, σcy = 67 ksi, σ0.7 = 70 ksi, n = 9,2, νe = 0,3)
está sujeita à tensão de compressão longitudinal, fc = 7,3 ksi, tensão de cisalhamento fs = 8,8 ksi, e
tensão de flexão, fb = 18,5 ksi. Ache a margem de segurança.
Solução:
Passo 1: Compressão longitudinal
O coeficiente de flambagem para a/b = 2 é kc = 4 (Fig. 5-9, caso C). Supondo a flambagem no
regime elástico
k cπ 2 E ⎛ t ⎞ 4π 2 10.500 ⎛ 0,06 ⎞
2 2
7,3
Fcr = ⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ = 15,2 ksi ⇒ Rc = = 0,480
12(1 − υ e ) ⎝ b ⎠
2
12 × 0,91 ⎝ 3 ⎠ 15,2
Passo 2: Cisalhamento
O coeficiente de flambagem para a/b = 2 é ks = 5,7 (Fig. 5-26). Supondo a flambagem no regime
elástico
( Rc ) crítico 0,57
MS = −1 = − 1 = +0,187
Rc 0,48
5.80
EXEMPLO 5.8
5.81
EXEMPLO 5.9
Um painel de revestimento de uma asa de aeronave está sujeita a uma tensão de compressão
longitudinal de 3 ksi e um fluxo de cisalhamento de 0,1 kips/in na carga limite. Determine a margem de
segurança se, para preservar a suavidade aerodinâmica, é requerido que não ocorra flambagem na
5.82
carga limite. O painel, de dimensões 4 x 10 x 0,040 in , é manufaturado em liga de alumínio (E = 10.500
ksi, ν = 0,3)
Solução:
Considerando, de forma conservativa, que os bordos são simplesmente apoiados, obtém-se, das
Figs. 5-9 e 5-26, com a/b = 10/4 = 2,5, kc = 4,1 e ks = 6,0 onde os subscritos referem-se a compressão e
cisalhamento, respectivamente. As tensões críticas são dadas pela Eq. (5.32)
σc 3 σs 0,1
Rc = = = 0,771 e Rc = = = 0,440
(σ c )cr 3,89 (σ s )cr 0,040 × 5,69
A equação de interação é dada pela Eq. (5.93) R L + Rs2 = 1 e a margem de segurança, pela Eq. (5.94)
2 2
MS = −1 = − 1 = 0,03
RL + R + 4 R
2
L
2
s 0,771 + 0,7712 + 4 × 0,44 2
A margem de segurança também poderia ser obtida diretamente da Fig. 5-33 (menor precisão).
EXEMPLO 5.10
O revestimento de 0,064 in de espessura, manufaturado em liga de alumínio (E=10.500 ksi, ν = 0,3),
de uma estrutura inter-estágios de um lançador de satélites é dividido em painéis de 5 x 15 in por
reforçadores longitudinais e anéis transversais. O empuxo dos motores causa tensões axiais de
compressão no revestimento e nos reforçadores. O anel transversal tem área de seção transversal de
0,8 in2, e a estrutura é proporcionada de forma que o revestimento flambe antes dos reforçadores e
anéis. Determine a largura efetiva do revestimento e a força axial carregada pelo mesmo, quando a
tensão nos reforçadores é 15 ksi. Considere, de forma conservativa, que os reforçadores e anéis dão
uma condição de apoio simples aos painéis de revestimento.
Solução:
Devido à rigidez dos anéis, os reforçadores longitudinais não são livres para se afastarem, um do
outro, na direção transversal. Em conseqüência, devido ao efeito da razão de Poisson, tensões de
compressão serão induzidas na direção transversal. O coeficiente de flambagem para este caso é dado
pela Fig. 5-29. Para a/b = 15/5 = 3 e Ar/at = 0,8/(15x0,064) = 0,.833, a Fig. 5-29 fornece kc = 3,55. A
tensão de flambagem é, portanto
σ cr = ⎜ ⎟ = 5,52 ksi
12(1 − 0,3 2 ) ⎝ 5 ⎠
de forma que σe/σcr = 15 / 5,52 = 2,72 . A placa é longa, simplesmente apoiada e σe/σcr ≤ 3. Portanto, as
curvas de Argyris e Dunne da Fig. 5-57 podem ser utilizadas. Da figura, com σe/σcr = 2,72 e Ar/at = 0,833
obtém-se be/b = 0,75, de maneira que be = 0,75 x 5 = 3,75 in. A força axial carregada pelo painel de
revestimento, portanto, é
EXEMPLO 5.11
Considere um painel 3 x 9 x 0,051 in, simplesmente apoiado nos quatro bordos, manufaturado em
liga de alumínio 2024-T3 (E = 10.700 ksi, σcy = 40 ksi, σ0.7 = 39 ksi, n = 11,5, νe = 0,3), submetido à
5.83
compressão uniaxial. Ache a carga de falha deste painel se suas bordas são obrigadas a permanecerem
retas.
Solução:
A tensão crítica deste painel é
k cπ 2 E ⎛ t ⎞ 4π 2 10.700 ⎛ 0,051 ⎞
2 2
5.23 EXERCÍCIOS
EXERCÍCIO 5.1
Considere um painel 9 x 3 x 0,094 in, simplesmente apoiado nos quatro bordos.
a) Ache a tensão crítica em compressão.
b) Ache a tensão crítica em flexão
c) Ache a tensão crítica em cisalhamento
Dados do Material: Liga Al Clad 7075-T6 (Ec = 10.500 ksi, Fcy = 64ksi, F07 = 64,5 ksi, n = 19,5, νe = 0,3)
EXERCÍCIO 5.2
Uma placa retangular é carregada uniaxialmente. Os lados carregados, de largura b, são engastados.
Os lados descarregados, de comprimento a, são, respectivamente, simplesmente apoiado e livre. Nestas
condições e para a/b = 1,4 estime o kcr utilizando o método de Rayleigh-Ritz (um só termo para não se
perder nas contas!). Compare o seu resultado com o valor apresentado no texto (Fig. 5-9) e comente a
diferença.
EXERCÍCIO 5.3
A placa da figura é simplesmente apoiada em seus quatro bordos.
y
As arestas paralelas a y estão sujeitas a uma distribuição de
Nx0 Nx0 tensões que ocasiona flexão pura, Nx = -Nx0 (1 - 2y/b). Usando a
função adequada
w(x,y) = Am1 sen (mπx/a) sen (πy/b) + Am2 sen (mπx/a) sen (2πy/b)
b
e o método de Rayleigh-Ritz,
a) ache uma expressão aproximada para (Nx0)cr;
-Nx0 -Nx0 x
b) para o caso particular a = b, ache o número de semi-ondas
a correspondente à flambagem;
c) para o mesmo caso particular, ache kcr = (Nx0)cr b2 / (π2D) ;
d) compare (e comente) o resultado com o valor essencialmente
exato fornecido por Timoshenko: (kcr)ex = 25,6 ; 2 semi-ondas
5.84
EXERCÍCIO 5.4
O painel retangular da figura é reforçado por reforçadores simples ao
Nxy
longo das bordas de comprimento 5” e por reforçadores duplos ao
longo das bordas de comprimento 10”. Os reforçadores são
5” conformados em chapa Al 7075-T6 de espessura 0,063”. As
distâncias entre as linhas de rebitagem dos reforçadores estão
Nx
indicadas. Supondo a chapa de mesmo material e com espessura
10” 0,042”, calcule (Nxy)cr a 300o F.
EXERCÍCIO 5.5
Considere a placa retangular da figura, simplesmente
Ny
apoiada em seus quatro bordos e sujeita a um
carregamento bi-axial.
Sejam: E = 10.800 ksi ν2 = 0,1
b Nx Nx a = 20 in b = 10 in
t = 0,1 in Ny = 5π2 lb/in
a) pede-se a carga crítica (Nx) cr de flambagem, ou seja,
Ny para Ny dado e fixo, para qual valor de Nx a placa perde
estabilidade?
a
b) qual o modo de flambagem da placa para o (Nx) cr
encontrado, ou seja, quantas semi-ondas aparecerão nas
direções do comprimento e da largura?
EXERCÍCIO 5.6
Um painel 5 x 12.5 x 0.051 in tem todos os bordos simplesmente apoiados. O painel está sujeito a uma
combinação cargas de compressão longitudinal (no sentido da dimensão mais longa) e cisalhamento que
produz as seguintes tensões:
fc = 2,4 ksi (aplicada normal ao lado de 5 in) e fs = 2,8 ksi
a) Qual é a margem de segurança sob o sistema de cargas dado, se é manufaturado em chapa
de liga de alumínio 2024-T3 (Ec = 10.700 ksi, F0.7 = 39 ksi, F0.7 = 40 ksi, n = 11,5, νe = 0,3)
b) Se o material é mudado para uma liga de aço AISI 4130 Normalizado (Ftu = 90 ksi, Ec =
29.000 ksi, F0.7 = 61,5 ksi, Fcy = 70 ksi, n = 6,8, νe = 0,3), qual seria a margem de segurança?
EXERCÍCIO 5.7
A viga da figura, de 100 in de comprimento, está sujeita a uma carga de 1.000 lb numa extremidade e
fixa na outra extremidade. As mesas são compostas de perfis L de espessura 0,065in rebitados em
ambos os lados da alma e têm seção de área 0,2in2 (de cada lado da alma). Os reforçadores
transversais são perfis L de espessura 0,05in , num só lado da alma. A distância entre os centróides das
mesas superiores e inferiores, bem como a distância entre as linhas de rebitagem das mesas à alma é
8in. A viga é reforçada por reforçadores transversais, formando 10 painéis iguais. Nestas condições,
pede-se:
a) Se a alma a tiver espessura t = 0,05in, quais as tensões nas mesas e o estado de tensões no
painel A?
c) Ache a espessura mínima dos painéis para que não ocorra flambagem (mantenha a geometria da
viga e as áreas das mesas).
Nos cálculos, considere o momento de inércia das mesas desprezível, quando comparado ao
momento de área das mesas em torno do eixo neutro da viga. Considere flambagem elástica. Faça
5.85
as hipóteses que julgar necessárias para poder usar as informações disponíveis na apostila (média
de tensões, etc.).
8 in A
10 in
P=1.000 lb
EXERCÍCIO 5.8
Uma placa 3 x 12 x 0,040 in, simplesmente apoiada, está sujeita à seguinte combinação de tensões:
fc = 3 ksi, fb = 10 ksi, fs = 8 ksi.
As tensões de compressão e flexão, respectivamente, fc e fb , são normais ao lado de 3 in. Se os bordos
são simplesmente apoiados:
a) Qual é a margem de segurança se o painel é manufaturado de liga de alumínio 7075-T6
(Ec = 10.700 ksi, F0.7 = 70 ksi, Fcy = 67 ksi, n = 9,2, νe = 0,3) ?
b) Qual seria a margem de segurança se o material do painel é mudado para Titânio Ti-8Mn
(Ec = 15.500 ksi, F0.7 = 119,5 ksi, Fcy = 110 ksi, n = 13,7, νe = 0,3) ?
EXERCÍCIO 5.9
Uma longarina, cuja alma tem espessura de 0,04” e é confeccionada em liga de alumínio 7075-T6
(E=10.500ksi, ν=0,3), está dividida em painéis de 30”x 10”, através de reforçadores transversais.
Tensões de flexão são aplicadas ao longo dos lados de 10” e tensões de cisalhamento, ao longo do
painel.
a) determine a tensão crítica de flexão (flexão agindo sozinho)
b) determine a tensão de cisalhamento crítica (cisalhamento agindo sozinho)
c) supondo que a longarina esteja sujeita a uma tensão de cisalhamento igual á metade daquela
requerida para flambagem (50% do ítem b), determine a tensão de flexão que ocasionará a
flambagem quando aplicada simultaneamente à tensão de cisalhamento.
Em todos os ítens, considere que a flambagem se dá elasticamente. Considere, também, que as mesas
longitudinais da longarina, bem como os reforçadores transversais dão condições de apoio simples aos
bordos dos painéis.
Al 7075-T6
t = 0,04” 10”
30” 30”
EXERCÍCIO 5.10
Uma placa 16 x 8 x 0,16 in , simplesmente apoiada e manufaturada de liga Clad 2024-T3 (Ec = 10.700
ksi, F0.7 = 35,7 ksi, Fcy = 37 ksi, n = 12, νe = 0,3) está submetida a uma combinação de compressão bi-
axial e cisalhamento:
fx = 5 ksi (longitudinal) fy = 1,5 ksi (transversal) fs = 11 ksi
Pede-se a margem de segurança
5.86
EXERCÍCIO 5.11
Um painel com dimensões 12”x 3”x 0,040” está sujeito aos carregamentos combinados de compressão
longitudinal, flexão longitudinal pura e cisalhamento, com: Nx = 0,12 kips/in; Nxb=0,4 kips/in; Nxy=0,32
kips/in. Se todos os lados forem simplesmente apoiados, determine se o painel flambará:
a) caso seja manufaturado em liga de alumínio 7075-T6;
b) caso seja manufaturado em liga de titânio Ti-8Mn;
c) determine as espessuras mínimas do painel para que não ocorra a flambagem em ambos os
casos (manufatura em liga de alumínio e em liga de titânio).
Dados: Al 7075-T6 (E = 10.500 ksi, F07 = 70 ksi, Fcy = 67 ksi, n = 9,2, νe = 0,3)
Ti-8Mn (E = 15.500 ksi, F07 = 119,5 ksi, Fcy = 110 ksi, n = 13,7, νe = 0,3)
EXERCÍCIO 5.12
Uma placa de AL 2024-T6 (Ec = 10.700 ksi, Fcy = 49 ksi, F0.7 = 49 ksi, n = 11, νe = 0,3) está sujeita a uma
carga de compressão uniforme na direção de seu comprimento. A placa tem dimensões 10 x 3 in e os
bordos carregados são simplesmente apoiados. Um dos bordos não carregados (longitudinais) é
simplesmente apoiado e ou outro é livre, ou seja, constituindo um flange simplesmente apoiado. O bordo
simplesmente apoiado permanece reto após o carregamento. Nestas condições:
a) qual é a espessura mínima da placa para que ela não flambe sob um carregamento Nx = 5
kips/in
b) considerando a espessura achada acima, qual é a tensão de falha da placa? Que carga poderia
carregar nestas condições?
EXERCÍCIO 5.13
Uma placa de liga Al 2024-T3 (E = 10.700 ksi, ν = 0,3, F0.7 = 39 ksi, n = 11,5, Fcy = 40 ksi) simplesmente
apoiada, de dimensões 15 x 3 x 0,04 in, está sujeita a um encurtamento uniforme ao longo de sua
direção longitudinal (maior medida). As arestas descarregadas permanecem retas, mas podem deslocar
transversalmente de forma livre e uniforme.
1) determine a força total carregada pela placa, quando a tensão de bordo for:
(a) 4 ksi; (b) 24 ksi
2) determine a carga de falha da placa.
EXERCÍCIO 5.14
Uma placa simplesmente apoiada em seus quatro
bordos é carregada uniaxialmente. O reforço, nos
Nx Nx a bordos carregados, é tal a impedir, totalmente, o
movimento transversal dos bordos livres. Nestas
condições,
4a
Dados:
a) qual a carga total suportada pela placa no instante
a = 3”; t = 0,07” da flambagem?
Material: liga de magnésio HK31A-H24 b) qual a carga total suportada pela placa quando a
E = 6.500ksi; Fy = 19ksi; F0.7 = 17,3ksi; tensão de bordo é fb = 16 ksi?
n = 6,2; ν = 0,3
c) qual a carga total suportada pela placa no
momento da falha?
EXERCÍCIO 5.15
Um placa simplesmente apoiada, de dimensões 9 x 3in, está sujeita a um carregamento uniaxial
(paralelo ao lado de 9 in) Nx = 3.000 lb/in. A placa está suportada transversalmente por reforçadores de
área 0,8 in2 e os bordos descarregados permanecem retos (não empenam) sob a ação da carga. Calcule
a espessura mínima para que esta placa não falhe sob o carregamento dado. Faça este cálculo
empregando a formulação do Gerard. O material empregado é liga AL 2024-T3 (E=10.700 ksi, νe = 0,3,
F0.7 = 39 ksi, Fcy = 40 ksi, n = 11,5). Calcule a tensão de flambagem para a placa com espessura mínima
encontrada. Calcule a carga de falha desta mesma placa utilizando o método de Von Karman. Para
todos os cálculos suponha que os reforçadores longitudinais e transversais não flambem.
5.87
EXERCÍCIO 5.16
Considere uma placa simplesmente apoiada nos quatro
bordos (retos, sem empenamento), com a = 8”, b = 4” e t =
0,156”, confeccionada em liga de alumínio 2024-T4
b Nx Nx
(Ec = 10.700ksi, Fcy = 38ksi, F0.7 = 36,7ksi, n = 15,6, ν = 0,3).
EXERCÍCIO 5.17
Considere uma placa engastada nos quatro bordos (livres
para empenar), com a = 12”, b = 4” e t = 0,156”,
confeccionada em liga de alumínio 2024-T3
b Nx Nx
(Ec = 10.700ksi, Fcy = 40ksi, F0.7 = 39ksi, n = 11,5, ν = 0,3).
EXERCÍCIO 5.18
Um flange simplesmente apoiado, com borda apoiada reta, tem dimensões 9in x 2in e está sujeito a um
carregamento uniaxial Nx = 3.000 lb/in no sentido do comprimento. Calcule a espessura mínima para que
este flange não falhe sob o carregamento dado.
O material empregado é liga AL 2024-T4 (E=10.700 ksi, νe = 0,3, F0.7 = 36,7 ksi, Fcy = 38 ksi, n = 15,6)
EXERCÍCIO 5.19
Considere uma placa de liga AL 7075-T6, com dimensões 12” x 3” x 0,04”, submetida a um
carregamento uni-axial no sentido de seu comprimento, simplesmente apoiada nos lados carregados e
engastada nos lados descarregados. Considere que os lados descarregados são livres de se deslocar no
sentido transversal. Nestas condições:
a) Qual é a tensão de flambagem?
b) Qual é a largura efetiva quando a tensão de bordo é 35 ksi?
c) Qual é a tensão média de falha?
dados: E=10.500 ksi, νe = 0,3, F0.7 = 70 ksi, Fcy = 67 ksi, n = 9,2
EXERCÍCIO 5.20
Considere o modelo de um grau de liberdade de
P uma placa plana mostrado na figura. O modelo
consiste de quatro barras rígidas em flexão,
conectadas através de articulações entre si e aos
suportes. No centro do modelo, duas molas
lineares rotacionais de rigidez c = M/θ conectam
barras opostas entre si. Além disto, cada uma das
k c k barras transversais contém uma mola linear
extensional de rigidez k.
Supondo que o comprimento das quatro barras
quando o modelo está descarregado seja a, e que
ka2/4c = 50:
d
a) determine a carga crítica
b) Para grandes deflexões laterais, obtenha e plote
a relação da carga P/Pcr vs o deslocamento lateral
d/a.
c) Que características fundamentais da flambagem
de uma placa real são mostradas por este modelo?
5.88
EXERCÍCIO 5.21
Um painel de 9 in de comprimento e 3 in de largura, manufaturado em liga AL 2024-T3 (E=10.700 ksi,
νe = 0,3, F0.7 = 39 ksi, Fcy = 40 ksi, n = 11,5) está sujeito à compressão uniaxial. A placa, de espessura
0,070 in, está simplesmente apoiada nos bordos carregados e fixa a reforçadores tipo chapéu nos
bordos descarregados. Estes podem mover livremente na direção transversal. Nestas condições, pede-
se:
a) Qual a tensão de flambagem da placa?
b) Qual é a carga total (kips) que a placa carrega quando a tensão nos reforçadores chapéu,
manufaturados do mesmo material, for 50 ksi?
5.23 REFERÊNCIAS
5.1 Timoshenko, S.P. & Gere, J.M.: Theory of Elastic Stability, McGraw-Hill, New York, NY, 1961.
5.2 Chajes, A.: Principles of Structural Stability Theory, Prentice-Hall, Englewood Cliffs, NJ, 1974.
5.3 Rivello, R.M.: Theory and Analysis of Flight Structures, McGraw-Hill, New York, 1969.
5.4 Donnell, L.H.: Beams, Plates and Shells, McGraw-Hill, New York, 1976.
5.5 Gerard G. & Becker, H.: Handbook of Structural Stability, NACA Tech. Note 3781, 1957.
5.6 Hubolt, J.C. & Stowel, E.Z.: Critical Stress of Plate Columns, NACA Tech. Note 2163, 1950.
5.7 Stein M. & Neff, J.: Buckling Stresses of Simply Supported Rectangular Plates in Shear, NACA
Tech. Note 1222, 1947.
5.8 Kuhn, P., Peterson, J.P. & Levin, L.R.: A Summary of Diagonal Tension, pt I, Vol. I: Methods of
Analysis, NACA Tech. Note 2661, 1952.
5.9 Noel, R.G.: Elastic Stability of Simply Supported Flat Rectangular Plates Under Critical Combinations
of Longitudinal Bending, Longitudinal Compression, and Lateral Compression. J. Aero. Sci., vol. 19,
no. 12, Dec 1952, pp. 829-834.
5.10 Johnson, A.E.Jr. & Buchert, K.P.: Critical Combinations of Bending, Shear, and Transverse
Compressive Stresses for Buckling of Infinitivelt Long Plates. NACA Tech. Note 2536, 1951.
5.11 Batdorf, S.B. & Houbolt, J.C.: Critical Combinations of Shear and Transverse Direct Stress for
Infinitly Long Flat Plate with Edges Elastically Restrained Against Rotation, NACA Tech. Report 847,
1946.
5.12 Batdorf, S.B. & Stein, M.: Critical Combinations of Shear and Direct Stresses for Simply Supported
Rectangular Plates, NACA Tech. Note 1223, 1947.
5.13 Johnson J.H., Jr.: Critical Buckling Stresses of Simply Supported Flat Rectangular Plates Under
Combined Longitudinal Compression, and Shear. J. Aeron. Sci., June 1954.
5.14 Bleich, F.: Buckling Strength of Metal Structures, McGraw-Hill, New York, 1952.
5.15 Douglas Structural Design Manual, Vol. I, Section B-7 Plate Buckling, McDonnell Douglas
Corporation, Aug. 1982.
5.16 Boeing Design Manual, BDM-6520, Buckling of Flat Plates, The Boeing Co., Seattle, Aug 1995
5.17 NASA, Astronautics Structures Manual, Vol. 2, Section C.1, Structures and Propulsion Laboratory,
NASA Marshall Space Flight Center, AL 35812, August 1975 – também disponível para download
em http://trs.msfc.nasa.gov/mtrs/75/tmx73306v2p7.pdf
5.18 Argyris, J.H. & Dunne, P.C.: Handbook of Aeronautics, no. 1, Structural Principles and Data, part 2:
Structural Analysis, 4th ed., Pitman, New York, 1952.
5.19 Koiter, W.T.: The Effective Width of Flat Plates for Various Longitudinal Edge Conditions at Loads far
Beyond the Buckling Load, Natl. Luchtvaart Lab (NLL) Rept. S287, 1946.
5.20 Marguerre, K.: The Apparent Width of the Plate in Compression, NACA Tech. Memorandum 833,
1937.
5.21 Van der Neut, A.: Post-buckling Behavior of Structures, AGARD Report 60, 1956.
5.89
5.22 Von Karman, T., Sechler, E.E. & Donnell, L.H.: The Strength of Thin Plates in Compression,
Transactions, ASME, Vol. 54, 1932.
5.23 Niu, M. C.-Y.: Airframe Stress Analysis and Sizing, Conmilit Press, 2nd ed., Hong Kong, 2001
5.24 Flabel, J. C.: Practical Stress Analysis for Design Engineers: Design & Analysis of Aerospace
Vehicle Structures, Lake City Pub Co., 1997.
5.25 Winter, G.: Strength of Thin Steel Compression Flanges, Transactions, ASCE, Vol. 112, 1947.
5.26 Gerard, G.: The Crippling Stress of Compression Elements, J. Aeronautical Sciences, Vol 25, no. 1,
pp. 37-52, January 1958.
5.90
CAPÍTULO 6
ESTABILIDADE E FALHA DE COLUNAS DE PAREDES
FINAS E PAINÉIS REFORÇADOS
ÍNDICE DE SEÇÕES
6.2
ÍNDICE DE FIGURAS
6.3
6
ESTABILIDADE E FALHA DE COLUNAS DE PAREDES
FINAS E PAINÉIS REFORÇADOS
6.1 INTRODUÇÃO
A teoria de colunas do Cap. 2 faz a hipótese que a seção transversal não distorce durante a
flambagem ou falha e que o comprimento de onda do modo de flambagem é da ordem do comprimento
da coluna (comprimento de semi-onda é L’, o comprimento efetivo). Esta teoria de estabilidade primária,
que descreve o comportamento de colunas de seção sólida ou de paredes grossas com precisão, tem de
ser re-examinada para colunas de paredes finas.
A carga de falha de colunas de paredes finas também pode ser prevista pela equação de Euler
quando L’/ρ é maior do que aproximadamente 80 (Fig. 16-1). Quando L’/ρ < 20, a coluna de paredes
finas flamba por instabilidade local, na qual a seção transversal é distorcida e o comprimento da “flamba”
é da ordem de grandeza das dimensões da seção transversal. A falha local ocorre por esmagamento
numa tensão abaixo daquela prevista pela teoria do módulo tangente. Este tipo de instabilidade e falha
está mais intimamente relacionado ao comportamento de placas do que à ação primária de colunas. Na
gama intermediária de , entre 20 e aproximadamente 80, a flambagem e a falha ocorrem por uma
combinação dos modos primário e secundário.
Placas com altos valores de b/t flambam e falham em baixos níveis de tensão, sendo, portanto,
ineficientes. Em conseqüência, reforçadores são normalmente utilizados para reduzir o tamanho do
painel e fornecer restrições rotacionais. A teoria de flambagem de placas do Cap. 5 considera que os
6.4
elementos de placa flambam e falham antes dos membros reforçantes. Entretanto, no projeto ótimo
todos os elementos flambam aproximadamente na mesma tensão, de modo que a placa e os
reforçadores têm de ser considerados simultaneamente para a previsão de falha.
Neste capítulo os métodos dos Caps. 2 e 5 serão estendidos para a análise da flambagem e da
falha de colunas de paredes finas e painéis reforçados. A literatura nestes assuntos é extensa, e um
tratamento completo dos tópicos não é o objetivo deste texto. Maiores informações podem ser
encontradas nas Ref. 6.1 a 6.9.
Elementos de placa, adjacentes na seção transversal, são usualmente perpendiculares entre si. Em
conseqüência, a rigidez no plano do elemento restringe o deslocamento transversal das bordas dos
elementos adjacentes. Além disto, a rigidez em flexão de elementos adjacentes pode fornecer restrições
6.5
elásticas rotacionais nas bordas. O ângulo entre elementos adjacentes não é um fator crítico, pois uma
pesquisa revelou que as tensões de flambagem não se alteram para ângulos entre 30o e 120o.
A instabilidade local ocorre quando o elemento de placa mais fraco que compõe a seção atinge a
sua tensão crítica. Os casos mais simples de análise são aqueles em que as propriedades dos
elementos são tais que atingem as suas tensões de flambagem simultaneamente. Quando isto ocorre,
nenhum dos elementos pode prover restrição rotacional de borda para o elemento adjacente, e todos os
elementos se comportam como se fossem simplesmente apoiados ao longo das linhas de junção aos
outros elementos (veja Fig. 6-3). Esta situação ocorre para um ângulo, T e seção cruciforme com pernas
iguais. Também é o caso de um tubo de seção quadrada com espessura constante.
Nestes casos, a tensão de flambagem local σcr pode ser obtida da aplicação direta da teoria de
flambagem de placas apresentada no Cap. 5. A equação para flambagem elástica de placas em
compressão é
kπ 2 E ⎛ t ⎞
2
σ cr = ⎜ ⎟
( )
12 1 − υ 2 ⎝ b ⎠
(5.32)
O coeficiente de flambagem para placas longas (a/b > 3) simplesmente apoiadas é k = 4. O coeficiente
de flambagem para flanges simplesmente apoiados é k = 0,43. Consequentemente, se a razão de
Poisson for fixada em 0,3, para reforçadores com seções em ângulo, T e cruciforme com pernas iguais, a
tensão de flambagem local é dada por
0,43π 2 E
2 2
⎛t⎞ ⎛t⎞
σ cr = ⎜ ⎟ = 0,388 E ⎜ ⎟
(
12 1 − υ 2) ⎝b⎠ ⎝b⎠
(6.1)
A tensão de flambagem local de tubos de seção quadrada e espessura constante é dada por
4π 2 E ⎛ t ⎞
2 2
⎛t⎞
σ cr = 2 ⎜ ⎟
= 3,617 E ⎜ ⎟
( )
12 1 − υ ⎝ b ⎠ ⎝b⎠
(6.2)
Se a flambagem se der no regime inelástico, a Fig. 5-54 pode ser utilizada para a correção de
plasticidade em tubos e a Fig. 5-55 para flanges.
6.6
Seções extrudadas contém filetes na parte interior dos cantos, os quais fornecem uma pequena
restrição rotacional na borda, o que não ocorre em seções conformadas. Uma maneira de levar este fato
em consideração de forma aproximada é medir a largura b como uma dimensão interior para extrusões e
uma dimensão até a linha média para seções conformadas, como mostrado na Fig. 6-2.
Se a razão entre a espessura e largura de almas e flanges for tal que todos os elementos de placa
flambam simultaneamente, o cálculo da tensão de flambagem local de tal coluna também é simples. A
condição que deve ser satisfeita pelos elementos de placa que compõem a seção é:
2
⎛ t flange ⎞
2
⎛ ⎞
0,388⎜ ⎟ = 3,617⎜ t alma ⎟⎟
⎜b ⎟ ⎜b (6.3)
⎝ flange ⎠ ⎝ alma ⎠
Quando a relação 6.3 não é satisfeita, a flambagem dos elementos da seção não se dá
simultaneamente. Em conseqüência, os elementos mais fortes fornecem restrições rotacionais nas
bordas que têm em comum com os elementos mais fracos e a tensão de flambagem do elemento mais
fraco é aumentada (em relação à tensão de flambagem do elemento tomado de forma isolada). Se esta
restrição elástica rotacional, que é desconhecida, pudesse ser achada em termos dos coeficientes µ (ou
ε) como mostrado no Cap. 2, os coeficientes de flambagem poderiam ser obtidos das curvas
apresentadas naquele capítulo. De uma maneira geral, entretanto, as tensões de flambagem local neste
caso são difíceis de serem obtidas. Métodos teóricos para o cálculo da tensão de flambagem local de
seções alma-flange generalizadas podem ser encontradas na literatura.
6.7
Estes métodos são tediosos para análise de tensão rotineira de seções arbitrárias; entretanto, estes
métodos foram utilizados para desenvolver gráficos fáceis de usar. As Figs. 6-4 a 6-7 fornecem o
coeficiente de flambagem para reforçadores com seções em canal, Z, H, tubo retangular, e Z com lábios.
Nestas curvas está indicado se a alma, ou o flange flamba primeiro. Isto é necessário nos casos em
que a tensão de flambagem local calculada ultrapassa o limite de proporcionalidade, pois a correção de
plasticidade para um flange é diferente daquela para uma alma. Se uma correção de plasticidade é
necessária, basta dividir a tensão crítica calculada por F0.7 e utilizar as Figs. 5-54 e 5-55 (repetidas aqui
por conveniência), respectivamente, se a alma ou o flange flamba primeiro.
Exemplo 6-1
Determine a tensão de flambagem local da coluna com seção em H
dada na figura e manufaturada em extrusão de liga de alumínio
7075-T6 (E = 10.500 ksi, F0.7 = 72 ksi, n = 16,6).
Solução:
Como a seção é extrudada, as dimensões das larguras têm de ser
tomadas interiormente:
bf = 0,.8125 in ; bw = 1,5 – 2 x 0,125 = 1,25 in
bf / bw = 0,8125/1,25 = 0,65 e tf / tw = 1 ⇒ Fig. 6-5 ⇒ kw = 1,75
(flange flamba primeiro)
{k π
w
2
[ ( ) ]} { }
E 12 1 − υ e F0.7 (t w bw ) = 1,75π 2 10.500 [12 × 0,91 × 72] (0,125 1,25) = 2,31
2 2 2
Com este valor e n = 16,6, a extrapolação na Fig. 5-55 (para flanges) fornece Fcr/F0.7 = 1,06, de modo
que Fcr = 1,06 x 72 = 76,3 ksi .
6.8
6.9
6.3 RESTRIÇÕES PROVIDAS POR LÁBIOS E BULBOS
É muito comum, em seções conformadas de uso aeronáutico, o flange ser bastante estreito, como
mostrado na Fig. 6-8a. Por outro lado, bulbos são freqüentemente utilizados em seções extrudadas,
como mostrado na Fig. 6-8b. A questão que então é levantada é se o lábio, ou o bulbo, é suficientemente
grande para prover apoio simples ao elemento de placa adjacente. Uma vez que o coeficiente de
flambagem é 4.0 para almas e 0,43 para flanges, o uso de um pequeno lábio, ou bulbo, pode aumentar o
valor do coeficiente de flambagem substancialmente acima de 0,43 e assim produzir um projeto mais
eficiente. O problema da determinação das dimensões de um lábio ou bulbo para prover uma condição
de suporte pelo menos de apoio simples para o elemento adjacente foi investigado teoricamente por
Windenburg (Ref. 6-10). Os resultados deste estudo dão o seguinte critério de projeto:
IL A
2,73 3
− L ≥5 (6.4)
bf t bf t
onde IL e AL são, respectivamente, o momento de inércia e área, do lábio ou bulbo (veja Fig. 6-9).
Da Fig. 6-9a, para o lábio, vem que AL = bLt e IL = tbL3/3. A substituição destes valores na Eq. (6.4)
fornece uma relação entre as dimensões para o lábio
3
⎛b ⎞ b bf
0,910⎜ L ⎟ − L = 5 (6.5)
⎝ t ⎠ t t
Para determinar bL e t, um requisito adicional é especificado, qual seja, que a tensão de flambagem
do lábio seja superior ou igual àquela do elemento de placa adjacente. Para ν = 0,3, pode-se usar a Eq.
6-3 para este fim
2 2
⎛t ⎞ ⎛t ⎞
0,388⎜⎜ L ⎟⎟ ≥ 3,617⎜⎜ f ⎟⎟ (6.6)
⎝ bL ⎠ ⎝ bf ⎠
bL bf
≤ 0,328 (6.7)
tL tf
6.10
Um bulbo é freqüentemente utilizado em seções extrudadas para tornar um bordo livre mais rígido,
como ilustrado na Fig. 6-9b. O momento de inércia da área do bulbo em torno da linha central do
elemento de placa é
πD 4 πD 2 ⎛ D − t ⎞
2
I= + ⎜ ⎟ (6.8)
64 4 ⎝ 2 ⎠
Como no caso do lábio, a tensão de flambagem do bulbo deve ser maior ou igual à tensão de
flambagem do elemento de placa adjacente, o que dá
4 3 2
⎛D⎞ ⎛D⎞ ⎛D⎞ bf
⎜ ⎟ − 1,6⎜ ⎟ − 0,374⎜ ⎟ ≥ 7,44 (6.9)
⎝ t ⎠ ⎝ t ⎠ ⎝ t ⎠ t
As curvas das Figs. 6-12 e 6-13 foram derivadas por Gerard, para o mesmo fim. Conhecido bf/t, as
curvas fornecem os valores de bL/bf e D/t necessários para que o flange adquira uma condição de alma.
As curvas também podem ser utilizadas para determinar εcr = {kπ2/[12(1-ν2)]}(t/bf)2 do flange quando as
proporções do lábio/bulbo não são suficientes para prover ação de alma.
Foi apontado, na seção 5.21, que quando uma placa flamba elasticamente, a tensão de falha é
maior do que σcr. Como seria de se esperar, o mesmo é verdadeiro para uma coluna de paredes finas
curta, quando a seção transversal consiste de elementos planos de placa. Quando os cantos de uma
seção de paredes finas em compressão são restritos de forma a não poderem se deslocar lateralmente,
o material no canto pode continuar a ser carregado após ter ocorrido a flambagem. Quando a tensão nos
cantos ultrapassa a tensão de falha, a seção perde a sua habilidade em resistir a qualquer carga
adicional. A tensão de falha de tal coluna é independente do comprimento quando este é maior do que
três vezes a largura do elemento de placa mais largo e L’/ρ < 20 (Fig. 6-1). A tensão média de falha
nestas condições é conhecida como tensão de falha local ou crippling e será designada aqui por Fcc. A
6.11
A Fig. 6-14a mostra a distorção da seção transversal ao longo de um comprimento de onda numa seção
de paredes finas típica. A Fig. 6-14b mostra a distribuição de tensões sobre a seção transversal um
pouco antes da falha.
Quando a carga na seção é aumentada, as “flambas” nas porções planas aumentam, mas a maior parte
da carga é transferida para a muito mais rígida região na vizinhança dos cantos, até que a intensidade
de tensão alcance um valor alto o bastante, para causar deformação suficiente para precipitar a falha.
6.12
A falha local em compressão é então definida como uma distorção inelástica da seção transversal
do elemento estrutural em seu próprio plano, resultando em deformação permanente. Este
comportamento é um dos mecanismos de falha mecânica mais comum encontrado em estruturas
submetidas a cargas de compressão. O conceito de tensão média de falha local é um artifício introduzido
para permitir um tratamento analítico simplista de um problema altamente complexo. A falha local
envolve flambagem elástica ou inelástica dos membros menos estáveis e sempre envolve a compressão
axial inelástica das porções mais estáveis da seção. Ao contrário do que ocorre na flambagem elástica
inicial, as deformações induzidas pela falha local não desaparecem quando o membro é descarregado.
Embora a falha local, por si, não necessariamente induz uma translação lateral da seção, a perda de
rigidez que ocorre à medida que as “flambas” associadas ao modo de falha local se desenvolvem,
tipicamente resultará em outros modos de falha que são iniciados sob cargas máximas menores
daquelas sob as quais ocorreria a falha por flambagem inelástica dos elementos individuais. Isto é
particularmente verdadeiro para formas da seção transversal como certos ângulos e Ts, que são
freqüentemente escolhidas como espécimens para ensaios de falha local, que tipicamente falham por
instabilidade torsional.
É significativo notar que uma seção estrutural constituída de elementos que flambam em
comprimentos iguais, falhará sob uma carga menor do que uma seção similar constituída de elementos
que flambam em comprimentos de onda distintos. Por outro lado, a carga sob a qual um elemento
flamba e a razão de mudança da amplitude do deslocamento em relação à carga, é influenciada pela
rigidez torsional provida pelos elementos adjacentes. Os tratamentos paramétricos hoje existentes para a
análise, entretanto, não dão indicações sobre estas características.
Uma solução teórica para a tensão de falha local para todos os tipos de formas não existe, uma vez
que a restrição de fronteira entre elementos de flange e placa é desconhecida, assim como é pouco
compreendida a forma como a tensão aumenta nas regiões dos cantos. Stowell (Ref. 6.11) desenvolveu
uma teoria para determinar Fcc para seções cruciformes que apresentou boa correlação com dados
experimentais. As deflexões de flexão tornam-se grandes depois que os flanges flambam, e a falha
ocorre quando a tensão no bordo apoiado dos flanges atinge a tensão de escoamento Fcy. O
comportamento não-linear, associado a grandes deslocamentos e plasticidade, impediu o
desenvolvimento de uma solução teórica geral satisfatória, para seções arbitrárias. Foram realizados
muitos trabalhos experimentais para a determinação de Fcc para seções transversais e materiais
específicos, e esta massa de dados tem sido utilizada para a derivação de métodos semi-empíricos.
Não há método de uso universal na indústria. De fato, cada indústria adapta os métodos existentes
para as seções transversais que mais utiliza (há indústrias que preferem trabalhar com perfis J, outras
com perfis Z, etc), efetuando seu próprio programa de ensaios para o ajuste semi-empírico.
Neste capítulo serão apresentados três métodos: o método de Gerard (Ref. 6.4, 6.5, 6.6 e 6.13),
que mais serve para fins acadêmicos e os métodos dos ângulos ou de Needham (Ref. 6-12) e da Boeing
(Ref. 6.14), praticados na indústria. Uma alternativa para estes últimos, entre várias disponíveis, pode
ser encontrada na Ref. 6.22.
6.13
6.5 O MÉTODO DE NEEDHAM PARA FALHA LOCAL
Este método, também conhecido como o Método dos Ângulos, foi derivado por Needham para
seções conformadas em alumínio. Neste método a seção é dividida em ângulos iguais ou desiguais
como ilustrado na Fig. 6-15. A resistência destes elementos de ângulo pode ser determinada
teoricamente ou através de ensaios. A resistência última ou resistência de falha pode então ser
determinada somando-se as resistências dos elementos de ângulo que compõem a seção.
Needham fez um grande número de ensaios em colunas com seções canal e ângulo. A partir de um
estudo dos resultados destes ensaios, bem como outros resultados de ensaios publicados para canais,
tubos quadrados e retangulares, etc., ele chegou à seguinte equação para a tensão de falha local para
seções em ângulo:
Fcc Ce
= (6.10)
⎛ b′ ⎞
0 , 75
Fcy E
⎜ ⎟
⎝t ⎠
A tensão de falha local, para ângulos, canais, Zs e tubos retangulares, pode ser determinada
diretamente da Eq. (6.10). A carga de falha local de uma unidade ângulo é
A tensão de falha local para outras seções estruturais conformadas pode ser determinada dividindo
a seção numa série de unidades de ângulo e computando as cargas de falha local para estas unidades
6.14
individuais usando a Eq. (6-10) e (6.11). A tensão média para a seção, como um todo, é obtida pela
equação
Fcc =
∑ (cargas de falha local dos ângulos) (6.12)
∑ (área dos ângulos)
A Fig. 6-16 fornece as curvas para a determinação da tensão de falha local das unidades ângulo, de
acordo com a Eq. (6-10) e a Fig. 6-17 fornece as cargas de falha local para estas unidades. Usando
estas curvas e a Eq. (6.12) a tensão crítica de formas compostas outras que ângulos, canais, Zs e tubos
retangulares, pode ser calculada sem problemas.
6.15
6.6 O MÉTODO BOEING PARA FALHA LOCAL
O tratamento paramétrico que a Boeing dá para o problema é simples e conservativo, uma vez que
os parâmetros empíricos foram fixados tipicamente na fronteira inferior das bandas de dispersão dos
resultados experimentais, bandas estas bastante largas. A largura das bandas de dispersão, bem como
pontos na curva de ensaio, bastante acima da tensão de escoamento em compressão, indicam que seria
possível, através de uma abordagem mais precisa para o projeto e análise, eficiênciais estruturais
maiores do que aquelas tipicamente sendo realizadas.
6.16
Fcc B10
=
(b 10 g t ) m
(6.13)
Fcy E f
Os parâmetros m, B10 e gf tipicamente caem dentro de um intervalo limitado para a maioria dos
materiais. A resistência à falha local para materiais individuais varia de até 10 ou 15 por cento da
resistência calculada a partir dos valores médios de m, B10 e gf. Em conseqüência estes valores médios
devem ser utilizados para projeto preliminar, somente. Valores específicos de m, B10 e gf devem ser
estabelecidos, para cada material separadamente, quando o projeto final assim o exigir. Seções
extrudadas e usinadas e seções conformadas são analisadas de forma análoga. Os parâmetros,
entretanto, não são os mesmos.
A tensão admissível de falha local de cada segmento é achada a partir da curva do material
associado
∑F bt cci i i
Fcc = i
(6.14)
∑b t i
i i
onde
b1, b2, ... = comprimentos dos segmentos individuais
t1, t2, ... = espessura dos segmentos individuais
Fcc1, Fcc2, ...= tensão de falha local correspondendo aos valores
computados de b/t para os segmentos individuais.
A Tabela 6.1 fornece alguns conjuntos de valores para os parâmetros m, B10 e gf. Estes não variam
significativamente dentro das gamas normais de variação de temperatura, ou como resultado de
variações da tensão de escoamento em compressão de materiais individuais e gamas de tratamentos
térmicos. As variações dos coeficientes para diferentes materiais, seja para seções conformadas ou
extrudadas ou usinadas, não é grande. Isto permite utilizar valores médios dos coeficientes, para projeto
6.17
preliminar, para materiais para os quais os coeficientes ainda não tenham sido levantados a partir de
ensaios. Entretanto o usuário deve estar ciente que as tensões de falha local para materiais específicos
podem variar em até 15% em relação às estimativas baseadas nos valores médios.
Gráficos típicos para materiais específicos são apresentados nas Figs. 6-18 e 6-19, para seções
conformadas e extrudadas, respectivamente.
6.18
O tratamento dado a lábios e bulbos é o seguinte. Se as dimensões do lábio forem tais a
fornecerem uma condição de apoio simples para o segmento adjacente, o lábio deve ser considerado
como um segmento com uma borda livre e o elemento adjacente com nenhuma borda livre (veja o
Exemplo 6.2). Caso contrário, o segmento adjacente e o lábio são tratados ambos como segmentos com
uma borda livre. No caso do bulbo prover ação de alma, o segmento adjacente não tem borda livre e Fcc
do bulbo é tomado igual a Fcy. Caso contrário, bulbo e flange constituem um único segmento de
comprimento bF + D , área bF t + πD2/4 e espessura média (bF t + πD2/4)/(bF + D).
6.19
titânio, a Boeing levantou curvas semelhantes aos gráficos das Figs. 6-18 e 6-19 para este material.
Duas características são, entretanto, diferentes; a curva não é reta e se estende muito acima da tensão
de escoamento em compressão. Acredita-se que este comportamento atípico é devido ao valor mais alto
da razão Fcy/E e envolve a estabilidade torsional desenvolvida na interseção dos elementos. Isto sugere
que outros materiais, que apresentem uma razão incomum entre a resistência e módulo, podem também
apresentar comportamento de falha local inesperado.
6.20
6.7 O MÉTODO DE GERARD PARA FALHA LOCAL
Provavelmente, a investigação semi-empírica mais completa foi conduzida por Gerard, que
estendeu o seu método de predição de cargas de falhas para placas (veja seção 5-21) para colunas de
paredes finas e painéis reforçados. Ele estudou os resultados dos testes para muitos materiais e seções
transversais à temperatura ambiente e elevada, e concluiu que os resultados poderiam ser
correlacionados por uma generalização da Eq. (5.114):
m
Fcc ⎡⎛ gt 2 ⎞ E ⎤
= β g ⎢⎜⎜ ⎟⎟ ⎥ (6.15)
Fcy ⎢⎣⎝ A ⎠ Fcy ⎥⎦
onde A é a área da seção transversal. O parâmetro g nesta equação é o número de cortes que seriam
necessários para reduzir a seção transversal a uma série de flanges, adicionado ao número de flanges
que existiriam após os cortes terem sido feitos. A Fig. 6-20 mostra como g é determinado para algumas
seções típicas. Os parâmetros βg e m são constantes empíricas determinadas a partir dos dados de
ensaios.
Para placas com bordas apoiadas e flanges, A = bt, e das Eqs. (5.114) e (6.15) acha-se que βg =
β/gm. Botando que g = 3 para uma placa simplesmente apoiada (Fig. 6-20), acha-se da Tabela 5.5 e Eq.
(5.115) que a Eq. (6-15 pode ser utilizada para predizer Fcc para placas se m = 0,40 e βg = 0,65 para
placas com bordas descarregadas retas e m = 0,85 e βg = 0,56 para placas com bordas livres para
distorcer. De uma forma similar, para flanges simplesmente apoiados g = 1, de modo que m = 0,40 e βg =
0,67 para flange com borda suportada reta e m = 0,80 e βg = 0,56 para flange com borda apoiada livre
para distorcer.
6.21
dos ensaios em laboratório, realizados em seções extrudadas. Entretanto, ele que os dados dos testes
em seções de dois cantos, i.e., seções canal e em Z, não correlacionam com a Eq. (6-15). Ele sugeriu
que a equação
0 , 75
Fcc ⎡t 2 ⎛ E ⎞
13
⎤
= β⎢ ⎜ ⎟ ⎥ (6.16)
Fcy ⎢ A ⎜⎝ Fcy ⎟
⎠ ⎥
⎣ ⎦
t =
∑b t
i i
(6.17)
∑b i
6.22
deve ser utilizada no lugar de t nas Eq. (6-15) e (6.16). As equações para o método de Gerard, que
estão resumidas na Tabela 6-2 para várias seções, concordam com os resultados experimentais com
desvios de ±10%. Como no caso de placas, as Eqs. (6-15) e (6.16) devem ser aplicadas somente abaixo
do valor da tensão de corte, Fcut (também dada na Tab. 6-2). Quando o cálculo de Fcc a partir das Eqs.
(6-15) e (6.16) der um valor maior do que a tensão de corte, a tensão de falha local deve ser tomada
como o maior valor entre a tensão e corte e a tensão de flambagem local, como determinada na Seção
6.2
Fcc = max[min (Fcc , Fcut ), Fcr ] [Fcc como calculado pelas Eqs. (6.15) e (6.16)] (6.18)
Valores de Fcc maiores do que determinados pelas Eqs. (6.15), (6.16) e (6.18) somente podem ser
utilizados se consubstanciados por testes experimentais específicos (seção e material).
Exemplo 6.3
Ache a tensão de falha local para a seção ângulo de pernas iguais da
figura. O material é alumínio 2024-T3 (E = 10.700ksi, Fcy = 40 ksi)
a) Solução pelo Método de Needham
(a+b)/2t = (1 – 0,025 + 1– 0,025) / 0,1 = 19,5
Fig. 6-16, duas bordas livres ⇒ Fcc / (FcyE)1/2 = 0,033
Fcc = 0,033 (40 x 10.700)1/2 = 21,6 ksi
6.23
Exemplo 6.4
Ache a tensão de falha local para a seção da figura. O material é
alumínio 2024-T3 (E = 10.700ksi, Fcy = 40 ksi)
a) Solução pelo Método de Gerard
Caso 4 da Tabela 6.2 – g = 3 cortes + 8 flanges = 11
A = (0,25 + 1 + 1,5 + 1 + 0,25)x0,032 = 0,128 in2
0 ,85
Fcc ⎡11 × 0,032 2 10.700 ⎤ Fcut
= 0,55⎢ ⎥ = 0,750 = ⇒ Fcc = 30 ksi
Fcy ⎣ 0,128 40 ⎦ Fcy
Fcc =
∑P cc
=
1,879
= 29,4 ksi
∑A 0,064
Exemplo 6.5
Ache a tensão de falha local para a seção da figura. O material é
extrusão de alumínio 7075-T6 (E = 10.500ksi, Fcy = 70 ksi)
a) Solução pelo Método da Boeing
Da Tabela 6.1: m = 0,75, B10 = 0,061, gf = 2,3
1- Verificação se o bulbo fornece suporte completo:
bf/t = 0,78/0,05=15 ⇒ Fig. 6-11 : Dmin/t = 3,8
como D/t = 7/(32x0,05) =4,38 o bulbo fornece apoio completo, e o
elemento de comprimento bf comporta-se como uma alma.
Σ 0,0994 6,587
Fcc =
∑P cc
=
6,587
= 66,3 ksi
∑A 0,994
6.24
Solução pelo Método de Gerard:
A questão que se levanta neste exemplo é se a seção em ângulo com bulbo deve ser classificada
como ângulo ou como seção de dois cantos, onde o bulbo funciona como uma curta perna grossa de
uma seção em C. Classificando a seção como um ângulo extrudado, aplica-se o caso 1 da Tabela 6.1. O
parâmetro g é dado pela soma de um corte mais 4 flanges, um dos quais é o bulbo, ou seja, g = 5.
m
⎡⎛ gt 2 ⎞ E ⎤
0 ,85
Fcc ⎡ 5 × 0,066 2 10500 ⎤ Fcut
= β g ⎢⎜⎜ ⎟⎟ ⎥ = 0,56⎢ ⎥ = 0,774 < ⇒ Fcc = 54,2 ksi
Fcy ⎣⎢⎝ A ⎠ Fcy ⎥⎦ ⎣ 0,0994 70 ⎦ Fcy
Na realidade, este cálculo está subestimado porque não foi utilizada a espessura média das
paredes da seção, como dada pela Eq. (6.17). Neste caso, entretanto, devido ao fato de que a área do
bulbo é substancial em relação à área total, o cálculo da espessura média conforme a Eq. (6.17) daria
um valor demasiadamente alto, irreal ( t = A / ∑b i = 0,0994 (1 + 0,5) = 0,066 in), e Fcc/Fcy dada pela
expressão (6.15) seria maior do que 1, de modo que prevaleceria a tensão de corte Fcc = 56 ksi.
Analisando os resultados obtidos, conclui-se que o método de Gerard deve ser evitado quando são
envolvidos bulbos cujas áreas são substanciais se comparadas à área total da seção. O método da
Boeing aparenta dar melhores resultados neste caso, porque é capaz de “isolar” a contribuição do bulbo.
No método de Gerard esta contribuição tem de ser “distribuída” na seção na forma da Eq. (6.17), que
parece ser ineficaz quando a razão entre a área do bulbo para a área total é alta.
Como mostrado na Fig. 6-1, o modo de falha de uma coluna de paredes finas depende de seu
comprimento. Quando L’/ρ < 20, ocorre a falha local; esta tensão é essencialmente independente de L’/ρ
e é igual a Fcc até que o comprimento seja tão curto que a/b < 1 para os elementos de placa. Neste
ponto, o aumento no coeficiente de flambagem faz com que a tensão de falha cresça como mostrado. Os
pequenos valores de L’/ρ nesta região são de pouco interesse prático, entretanto, e Fcc fornece uma
estimativa conservativa para toda a gama 0 ≤ L’/ρ ≤ 20.
Para altos valores de L’/ρ ocorre a instabilidade primária em flexão, onde a tensão de falha é dada
pela Equação de Euler. Resultados experimentais correlacionam bem nestas duas faixas, de grandes e
baixos valores de L’/ρ . Para razões de esbeltez intermediárias, entretanto, ambas as teorias, a de Euler
e a da Falha Local, fornecem valores que são maiores do que aqueles verificados experimentalmente.
6.25
Na região intermediária, a falha é uma combinação dos modos primário e secundário de
deformação. Na parte inferior da faixa, a falha pode ser iniciada pela flambagem local, que reduz o raio
de giração efetivo e causa o colapso da seção reduzida por flexão primária. Na parte superior da faixa, a
falha pode iniciar por flambagem primária em flexão, a flambagem local pode se desenvolver no lado
comprimido da coluna fletida, e precipitar a falha.
Um modo de instabilidade primária no qual a coluna flete e torce simultaneamente também pode
ocorrer nesta faixa intermediária, quando a seção tem baixa rigidez torsional (veja Cap. 3). O
comprimento de onda resultante é da ordem do comprimento da coluna; e embora a seção transversal
pode empenar para fora de seu plano, a sua forma geométrica em seu plano não muda. Se a seção é
duplamente simétrica (ou ponto-simétrica) de forma que o centro de torção e o centróide coincidem, a
flambagem pode ocorrer por torsão pura. Como no modo primário de instabilidade por flexão, as tensões
de flambagem e de falha no modo flexo-torsional são essencialmente as mesmas. Colunas de paredes
finas de seção aberta são particularmente suscetíveis a este tipo de instabilidade, e porque estas seções
estão, também, sujeitas à flambagem local, a falha pode ocorrer por uma combinação de flexão, torsão e
flambagem local.
A complexidade dos modos de flambagem e de falha que ocorrem na faixa intermediária de L’/ρ , é
responsável pela inexistência de desenvolvimento de uma teoria geral satisfatória para esta região. Em
conseqüência, na faixa intermediária são geralmente utilizadas equações empíricas. A parábola de
Johnson (seção 2.18) é freqüentemente utilizada de L’/ρ = 0 até a razão de esbeltez de transição onde
a parábola encontra a curva de Euler (Fig. 6-1). A equação da parábola de Johnson é dada por
⎡ Fco ⎛ L ′ ⎞ ⎤
2
Fc = Fco ⎢1 − ⎜⎜ ⎟⎟ ⎥ (2.248a)
⎢⎣ 4π E ⎝ ρ ⎠ ⎥⎦
2
⎛ L' ⎞ ⎛ L' ⎞ 2E
⎜⎜ ⎟⎟ ≤ ⎜⎜ ⎟⎟ = π (2.248b)
⎝ ρ ⎠ ⎝ ρ ⎠ tr Fco
A definição do valor de Fco não é uniforme entre as indústrias aeroespaciais. A maioria define Fco
igual à Fcc para as seções sujeitas à flambagem local, de modo que as Eqs. (2.248) ficam
⎡ Fcc ⎛ L ′ ⎞ ⎤
2
Fc = Fcc ⎢1 − ⎜⎜ ⎟⎟ ⎥ (6.19)
⎢⎣ 4π E ⎝ ρ ⎠ ⎥⎦
2
⎛ L' ⎞ ⎛ L' ⎞ 2E
⎜⎜ ⎟⎟ ≤ ⎜⎜ ⎟⎟ = π (6.20)
⎝ ρ ⎠ ⎝ ρ ⎠ tr Fcc
Pode ser notado na Fig. 6-1 que para L’/ρ < 20 a curva é praticamente constante. Por esta razão, a Eq.
(6.19) pode ser utilizada em todo o intervalo 0 ≤ L’/ρ ≤ (L’/ρ)tr .
Por outro lado, a Boeing utiliza uma parábola de Johnson levemente modificada:
6.26
L′
0≤ ≤ 12,5 ⇒ Fc = Fcc (6.21a)
ρ
L′
2E ⎡ Fco ⎛ L ′ ⎞ ⎤
2
⎛ 2 Fcc ⎞ ⎛ π ⎞
2
Um esboço das parábolas, padrão e modificada pela Boeing, é apresentado na Fig. 6-22.
Exemplo 6-6
A área da seção transversal da coluna do Exemplo 6.1 é 0,594 in2
e o momento de inércia mínimo é de 0,1023 in4. A tensão de
escoamento do material em compressão é 70 ksi. Determine a
carga de falha da coluna, para comprimentos de 20 in e 40 in, se o
coeficiente de fixação (engastamento) é 1,5.
Calculando a tensão de falha local pelo método de Gerard
0.4
Fcc ⎡ 7 × 0,125 2 10.500 ⎤
= 0,67 ⎢ ⎥ = 0,928
Fcy ⎣ 0,594 70 ⎦
Isto excede o valor de corte de 0,8, de modo que, da Eq. (6.18) e do resultado do Exemplo 6.1,
Fcc = Fcr = 76,3 ksi.
⎡ 76,3 ⎤
Fc = 76,3⎢1 − 39,4 2 ⎥ = 54,5 ksi que fornece uma carga de falha de
⎣ 4π 10.500 ⎦
2
6.27
b) Coluna de comprimento 40 in
Seide e Stein (Ref. 6.15) usaram o método de Rayleigh-Ritz para derivar curvas para o coeficiente
de flambagem para prever a tensão de flambagem primária em painéis com um, dois, três e um número
infinito de reforçadores. A teoria considera somente a rigidez em flexão dos reforçadores, desprezando a
rigidez torsional dos mesmos. Curvas semelhantes, que incluem a rigidez torsional, foram obtidas por
6.28
Budiansky e Seide (Ref. 6.16) para painéis com reforçadores transversais. Além de sua utilidade no
cômputo de tensões de flambagem, os resultados destas investigações ajudam na determinação da
rigidez mínima requerida nos reforçadores longitudinais ou transversais para prover condição de apoio
simples nos bordos da placa. As curvas da Ref. 6.15 são para placas reforçadas nas quais o centróide
dos refoçadores está no plano médio da placa. Este é raramente o caso na prática, uma vez que
reforçadores são normalmente conectados num único lado da placa. Seide (Ref. 6.17) apresentou um
método para corrigir os resultados da Ref. 6.15 quando os reforçadores estão num dos lados da placa.
Gerard e Becker (Refs. 6.2 e 6.7) resumiram estes e outros trabalhos. Os resultados mostram que a
tensão de flambagem com três ou mais reforçadores difere pouco daquela do painel reforçado com um
número infinito de refoçadores se a razão EI/dD não se aproxima de zero (onde EI é a rigidez em flexão
dos reforçadores, D a rigidez em flexão do recobrimento e d o espaçamento entre os reforçadores). Em
conseqüência, a tensão de flambagem primária de uma placa com três, ou mais, reforçadores, pode ser
determinada a partir da teoria de placas ortotrópicas.
Boughan, Baab e Gallagher (Refs. 6-18 e 6.19) usaram os métodos das Refs. 6-15 e 6.16 para
determinar as tensões de flambagem local para painéis reforçados idealizados. As geometrias
consideradas e resultados são mostrados nas Figs. 6-23 a 6.27. A teoria assume construção monolítica.
Se não ocorrer a flambagem entre rebites (seção 6.12), os resultados podem ser utilizados para fornecer
valores aproximados para painéis com reforçadores ângulo, Z ou H, rebitados ou conectados com pontos
6.29
de solda. Para determinar a tensão de flambagem, calcula-se ε cr = [k sπ 2 (12(1 − υ e2 ))](t s bs )2 que,
juntamente com o valor de n, do material, é inserido nas Figs. 5-54 e 5-55, respectivamente, se a chapa
ou o reforçador flamba primeiro, para a obtenção de Fcc/F0.7.
6.30
6.10 FALHA LOCAL DE PAINÉIS REFOÇADOS – MÉTODO DE GERARD
Gerard demonstrou que, com pequenas modificações, seu método para o cálculo da tensão de falha
de placas (seção 5.21) e de colunas de paredes finas (seção 6-7), pode também ser utilizado para
determinar a tensão de falha local de painéis longitudinais reforçados, quando L’/ρ < 20 (refs. 6-4 e 6-13).
O método é aplicável para construção monolítica, ou para painéis rebitados ou soldados quando as
tensões de flambagem entre rebites e de enrugamento são maiores do que a tensão de falha local.
computada pela Eq. 6.17 é usada em vez de tw. A tensão de escoamento em compressão do
revestimento, Fcys, pode ser diferente daquela do reforçador, Fcyw .Neste caso, Fcy é substituído por uma
Fcys + Fcyw (t / t s − 1)
Fcy = (6.22)
t / ts
m
Fcc ⎡⎛ gt t ⎞ E ⎤
= β g ⎢⎜ w s ⎟ ⎥ (6.23)
Fcy ⎢⎣⎝ A ⎠ Fcy ⎥⎦
As constantes βg e m dependem do tipo de reforçadores e, em alguns casos, βg é também uma
função de t w / t s . Valores de βg, m e a tensão de corte para a Eq. (6.23) são listados na Tabela 6-3 para
6.31
diversos tipos de reforçadores. O reforçador generalizado tipo ângulo nesta tabela é um que consiste de
uma série de ângulos após terem sido feitos os cortes, e o reforçador generalizado tipo T é um que é
composto de elementos T após terem sido efetuados os cortes (como a seção H). O reforçador tipo Y,
que contém ambos, elementos em ângulo e em T, correlaciona com as seções tipo ângulo.
Como no caso de falha local de reforçadores, caso seja conhecida a tensão de flambagem local do
painel (seção 6.9), Fcr, e esta for maior do que a tensão de falha local calculada pela Eq. (6.23), a tensão
de falha local do painel deve ser tomada igual a Fcr , ou seja
6.32
Exemplo 6.7
Os reforçadores conformados tipo-chapéu no painel da figura são
manufaturados em liga AL 7075-T6 (E = 10.500ksi, Fcy = 67 ksi) e o
revestimento é de liga AL 2024-T3 (Fcy = 40 ksi). Determine a tensão
de falha local
Solução
A área total do reforçador e do revestimento é
O conceito de largura efetiva de chapa foi discutido nas seções 5.19 e 5.20. Viu-se que a
distribuição real, não-uniforme, de tensões agindo sobre uma largura típica, b, pode ser substituída por
uma tensão uniforme, equivalente àquela de compressão no reforçador, Fst, ao qual o revestimento está
conectado, e distribuída sobre uma largura efetiva reduzida, be (Fig. 6-29). Para reforçadores leves, viu-
se, também, que a Boeing utiliza a seguinte expressão para a largura efetiva:
E sk Ec
be = 1,7t (6.25)
E st Fst
t = espessura do revestimento
6.33
utilizados em combinação com revestimentos relativamente finos (e.g., b/t ≥ 110), o fator 1,7 que
aparece na Eq. (6.25) pode ser aumentado para 1,9 .
Painéis são normalmente projetados com espaçamento de rebite que impede a flambagem do
revestimento entre rebites a tensões abaixo da tensão no reforçador (veja seção 6.12). Para projetos que
não seguem este critério, a largura efetiva de chapa deve ser reduzida como segue:
Fir E st
(be )red = be (6.26)
Fst E sk
A área efetiva do revestimento correspondente a um reforçador, Ae, para painéis montados com
conexões mecânicas, é mostrada na Tabela 6.4. A correspondente área efetiva do revestimento para
painéis integrais é mostrada na Tabela 6.5.
O método Boeing para o cálculo de falha local destes painéis consiste em determinar a tensão de
falha local do reforçador, adicionando a área efetiva do revestimento, correspondente a esta tensão. A
tensão média de falha local para o conjunto chapa-reforçador será, então, a carga total carregada pelo
conjunto dividido pela área total, ou seja
6.34
Fst ( Ast + Ae )
Fcc = (6.27)
Ast + bt
Em alguns casos, a espessura do flange conectado ao revestimento deve ser modificada para efeito do
cálculo da tensão de falha local do reforçador, como mostrado na tabela.
6.35
Exemplo 6.8
Considere o painel do Exemplo 6.7. Pede-se
a) a tensão de falha local do reforçador isolado
b) a largura efetiva do revestimento
c) a tensão média de falha local do conjunto
Reforçadores manufaturados em liga AL 7075-T6 (E = 10.500 ksi, Fcy
= 67 ksi, F0.7 = 70 ksi, n = 9,2) e revestimento em liga AL 2024-T3 (E =
10.700ksi, Fcy = 40 ksi, F0.7 = 39 ksi, n = 11,5).
Solução
a) tensão média de falha local do reforçador (usando o método de Gerard)
b) largura efetiva de revestimento; supondo que não haja flambagem entre rebites, a Eq. (6.25) fornece
E sk Ec
be = 1,7t
E st Fst
Como os materiais são distintos, é necessário calcular-se a razão Esk/Est, compatível com uma tensão de
36,2 ksi no reforçador. O modelo de Ramberg-Osgood, para os materiais envolvidos, será aqui utilizado.
As Eqs. (1.13) e (1.17) fornecem, respectivamente, para a liga 7075-T6
6.36
f st ⎡ 3 ⎛ f st ⎞ ⎤ 36,2 ⎡ 3 ⎛ 36,2 ⎞
n −1
ε st E
9 , 2 −1
⎤ 0,518 × 70
= ⎢1 + ⎜⎜ ⎟⎟ ⎥ = ⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥ = 0,518 ⇒ ε st = = 3,453 × 10 −3
F0.7 F0.7 ⎢ 7 ⎝ F0.7 ⎠ ⎥ 70 ⎣⎢ 7 ⎝ 70 ⎠ ⎦⎥ 10.500
⎣ ⎦
E 10.500
E st = = = 10.480 ksi
1 + (3 7 )( f F0.7 ) 1 + (3 7 )(36,2 70 )
n −1 9 , 2 −1
f ⎡ 3⎛ f ⎞ ⎤
n −1
f ⎡ 3⎛ f ⎞ ⎤
11, 5 −1
εk E 3,453 × 10 −3 × 10.700
= ⎜
⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥ ou = ⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥
F0 .7 F0.7 ⎢ 7 ⎝ F0.7 ⎟⎠ ⎥ 39 39 ⎢⎣ 7 ⎝ 39 ⎠ ⎦⎥
⎣ ⎦
⎡ 3 ⎛ f k ⎞10,5 ⎤
ou f k ⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥ = 36,947 ⇒ f k = 33,8 ksi
⎣⎢ 7 ⎝ 39 ⎠ ⎦⎥
Ek 10.700
E sk = = = 9.770 ksi
1 + (3 7 )( f k F0.7 ) 1 + (3 7 )(33,8 39)
n −1 11, 5 −1
de modo que
E sk Ec 9.770 10.700
be = 1,7t = 1,7 × 0,051 = 1,39 in
E st Fst 10.480 36,2
Ae = 2be t = 2 × 1,39 × 0,051 = 0,142 in 2 (supondo que a distância entre rebitagens > 1,39 in)
O método de predição da tensão de falha local desenvolvido por Gerard é para painéis monolíticos.
Se, de um lado, esta forma de construção é eficiente, também é cara. Em consequência, freqüentemente
painéis são construídos conectando os reforçadores ao revestimento, por meio de rebites ou pontos de
solda. Nestes casos, o painel pode experimentar flambagem entre rebites ou falha por enrugamento do
revestimento numa tensão menor do que aquela calculada pela método de Gerard para o painel
monolítico. Em projeto ótimo, o reforçador, o revestimento e os rebites são dimensionados de forma a
que todos estes modos de falha ocorram aproximadamente no mesmo nível de tensão.
A flambagem entre rebites (ou entre conectores) é definida como uma flambagem de placa-coluna
do revestimento entre os conectores (rebites, pontos de solda, etc) que o fixam aos reforçadores. O
comprimento de onda da “flamba” é igual ao passo (ou espaçamento) dos conectores. A aparência do
enrugamento é de certa forma parecida com a da flambagem entre rebites, mas o comprimento de onda
das “flambas” e a interação com os reforçadores são diferentes. A aparência do revestimento e
reforçador nos dois tipos de instabilidade é mostrada na Fig. 6-30.
6.37
O enrugamento do revestimento é definido como uma flambagem do revestimento na qual o
reforçador fornece uma linha de suporte elástico, como mostrado na Fig. 6-31. O comprimento da
“flamba” do enrugamento é maior do que o passo dos conectores; e, enquanto que o revestimento se
separa do reforçador na flambagem entre rebites, ele permanece em contato e deforma o reforçador
durante o enrugamento. Por esta razão, o enrugamento é muitas vezes referido como falha local forçada.
A tensão de flambagem entre rebites, Fir, pode ser determinada a partir da equação da placa-coluna
dada na Fig. 5-6, fazendo φ = 1 (largura muito maior que o comprimento) e L = p, o passo dos rebites:
2
⎛ c ts ⎞
2
cπ 2 Et ⎛ ts ⎞ 4π 2 Et
Fir = ⎜⎜ ⎟⎟ = ⎜ ⎟
(
12 1 − υ e
2
) ⎝ p⎠ (
12 1 − υ e
2
) ⎜ 2 p⎟
⎝ ⎠
(6.28)
onde c é o coeficiente de fixação nas extremidades, provido pelos conectores e Et o módulo tangente em
Fir. Exceto pelo fator 1 – νe2, esta equação é a mesma que foi derivada para colunas. Em conseqüência,
as curvas adimensionalizadas da Fig. 2-41, para colunas cujo material é representado pelo modelo de
Osgood, podem ser utilizadas desde que o parâmetro B naquelas curvas seja calculado como
1 p 12 F0.7 (1 − υ e )
2
B= (6.29)
π ts Ec
Estas curvas estão repetidas aqui por conveniência, na Fig. 6-32. A NASA recomenda as tensões de
corte listadas na Tabela 6.6.
6.38
A NASA recomenda ainda que o espaçamento
entre rebites, p, obedeça as relações
p = g 2+h para 0 ≤ g ≤ 2h
(6.30)
p = 2h para g ≥ 2h
onde g e h estão definidos no esboço ao lado.
6.39
A Eq. (6.28) pode ser graficada para materiais específicos. O resultado está mostrado na Fig. 6-33
para placas manufaturadas em liga de alumínio com e sem cladding. Estas curvas foram levantadas com
c = 4 (engastamento completo) de modo que para outros valores de c é necessário fazer uma correção.
Esta correção se manifesta no valor de p/t para entrada nas curvas, como mostrado na Eq. (6.24):
⎛ p⎞ 2 ⎛ p⎞
⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ (6.31)
⎝ t ⎠ gráfico c ⎝ t ⎠ real
Gerard (Ref. 6.5) efetuou uma série de ensaios para a determinação do coeficiente de fixação c
para diferentes conectores. Os resultados estão mostrados na Tabela 6-7.
6.40
O método exposto acima fornece uma tensão de flambagem nominal quando o material é clad e as
propriedades do núcleo são utilizadas. A tensão de flambagem entre rebites Fir para material clad é
então determinada de
A Boeing recomenda a seus projetistas, para painéis conectados com rebites protuberantes ou
pontos de solda, a equação
2
Fir ⎛t ⎞
= 2,9⎜⎜ s ⎟⎟ , (6.33)
Et ⎝ p⎠
2
Fir ⎛t ⎞
e = 1,9⎜⎜ s ⎟⎟ , (6.34)
Et ⎝ p⎠
para os demais rebites. Isto corresponde a coeficientes de fixação c = 3,2 e c = 2,1, para os casos em
que Gerard recomenda 3-4 e 1, respectivamente.
Com o uso crescente de bitolas mais espessas de revestimento, que se aproximam ou ultrapassam
a espessura do reforçador, a flambagem entre rebites é raramente um fator de decréscimo na resistência
de painéis reforçados curtos. Tem sido observado, entretanto, que ambos, o espaçamento entre rebites
e o diâmetro, são fatores de importância considerável no que concerne atingir os de níveis de resistência
de painéis rebitados curtos, para que tenham índice de performance semelhante àquele dos painéis
reforçados integrais.
6.41
pelo espaçamento entre rebites e diâmetro do que painéis mais curtos. Para painéis longos (L’/ρp = 60),
os efeitos das configurações dos rebites são praticamente desprezíveis.
estes pesquisadores é baseada na idealização do reforçador, como mostrado na Fig. 6-34, onde o offset
efetivo do rebite, g, é definido como a distância efetiva da alma do reforçador à linha ao longo da qual o
revestimento pressiona o flange do reforçador. O valor de g pode ser determinado das curvas empíricas
da Fig. 6-35b, e kw pode ser achado a partir dos resultados teóricos graficados na Fig. 6-35c. Nestas
figuras, os valores das larguras bw, bf e b0 devem obedecer aos critérios estabelecidos na Fig. 6.2, ou
seja, dimensões internas para extrudados e até a superfície média, para seções conformadas.
{ [ (
Conhecido kw, pode-se calcular o parâmetro k wπ E 12 1 − υ e F0.7
2 2
) ]}(t s bs ) . A tensão crítica de
2
flambagem por enrugamento é então obtida da Fig. 5-54 que, por conveniência, é repetida aqui na Fig.
6-36. Quando o material é clad, a tensão crítica computada a partir das propriedades do material do
núcleo deve ser corrigida multiplicando-se pelo parâmetro η . O método é válido para painéis reforçados
em Z, canal e ângulo.
Semonian e Peterson também trataram da falha do revestimento por enrugamento, que ocorre
devido ao crescimento da “flamba” após a flambagem por enrugamento e deformação plástica. A tensão
média de falha por enrugamento, Fw , é obtida da mesma forma como visto acima para a tensão de
flambagem por enrugamento, incluindo o tratamento a ser dado a revestimentos com liga clad. O
coeficiente kw , entretanto, agora é dado pela Fig. 6-37. Uma comparação entre as Figs. 6-37 e 6-35c
mostra que, a menos que g/bw seja pequeno, há pouca diferença entre as tensões de instabilidade e de
falha por enrugamento do revestimento.
6.42
6.43
O enrugamento distorce o flange do reforçador que está conectado ao revestimento e normalmente
precipita a falha do painel como um todo. Entretanto, o reforçador continuará a carregar cargas
adicionais se é excepcionalmente muito resistente relativamente ao revestimento. Para determinar a
6.44
tensão média de falha do painel manufaturado a partir da conexão de reforçadores ao revestimento, aqui
designada por ( Fu ) média , é necessário determinar se a tensão de falha local do reforçador isolado, aqui
designada por Fst , é maior ou menor do que a tensão média de falha por enrugamento, Fw . Isto é feito
a partir das magnitudes relativas de Fst , Fw e a tensão média de falha do painel, considerado
( Fu ) média = Fw (6.36)
Fst Ast
( Fu ) média = (6.37)
Ast + bs t s
A primeira equação acima considera que o enrugamento leva à falha local forçada do reforçador, e a
segunda leva em consideração a possibilidade do reforçador ser excepcionalmente forte, de modo a
suportar toda a carga sozinho.
Quando Fw > Fst , a falha local do reforçador se dá antes de ser atingida a tensão de falha por
enrugamento do revestimento. Isto significa que o revestimento poderia ter ainda alguma capacidade de
absorção de carga. Neste caso é feita a hipótese de que o reforçador continua a suportar a sua carga de
falha local. A falha ocorre quando o revestimento atinge a tensão de falha por enrugamento. A tensão
média na falha do painel é, portanto
Fst Ast + Fw bs t s
( Fu ) média = (6.38)
Ast + bs t s
Em nenhum caso, as tensões médias de falha do painel composto, ( Fu ) média , como dadas pelas Eqs.
(6.35) a (6.37), podem ser maiores do que a tensão média de falha local do painel monolítico, Fcc .
A elasticidade dos rebites aumenta a flexibilidade da linha de apoio e reduz o valor de Fw . As Figs.
6-35b e 6-37 são baseadas em ensaios nos quais foram utilizados rebites de liga de alumínio 2117-T4,
com diâmetros maiores do que 0,.9ts. Os resultados destas figuras devem ser utilizados com precaução
se diâmetros menores são utilizados.
Um critério para o espaçamento dos rebites que resulta num modo de falha em enrugamento,
determinado a partir de resultados experimentais, é
p 1,27
< (6.39)
bs kw
6.45
A força lateral requerida para fazer o flange de conexão do reforçador conformar com o
revestimento enrugado, carrega o rebite em tração. Um critério aproximado para a resistência do rebite é
dado por (Refs. 5.5 e 5.20)
0,7 bs p 2
Fr > Fw (6.40)
E st d d
A resistência em tração do rebite, Fr, é definida em termos da área da seção transversal do rebite de
diâmetro d, e pode ser associada seja pela falha do rebite ou pela falha da chapa permitindo a cabeça do
rebite atravessar.
Para rebites de liga de alumínio 2117-T4 cuja resistência em tração é 57 ksi, os critérios são:
de
Fr = 57 ksi se ≤ 1,67
t médio
(6.41)
190 160 de
Fr = − se > 1,67
d e t médio (d e t médio )2 t médio
de (Fr )material
= (6.42)
d (Fr )2117−T 4
Os resultados da Fig. 6-35b foram obtidos de testes em painéis com reforçadores conformados. O
uso de reforçadores extrudados ou usinados normalmente elimina a possibilidade do enrugamento como
um modo de falha, por causa do apoio fornecido pelo canto vivo externo do flange e do filete do canto
externo. Além disto, o raio do filete de uma seção extrudada é normalmente menor do que o raio da
dobra de uma seção conformada, de modo que b0 (distância do rebite à alma) pode ser feita menor.
t f1
(1) ≥ 0,5 promove falha local global da unidade
ts
b f2
(2) 0,4 < < 0,5
bw
(3) b0 deve ser feito o menor possível para prevenir falha por enrugamento
p
(4) < 0,5 para prevenir flambagem entre rebites
bs
p
(5) < 8 para prevenir falha por enrugamento
d
6.46
(6) a resistência em tração da conexão, por polegada, deve ser maior ou igual a 0.05 Fcy ts , para
prevenir falha por enrugamento
(7) como diretriz grosseira, para prevenir contra falha por enrugamento, reforçadores conformados
devem ser evitados se bs/ts < 30
Exemplo 6.9
Uma estrutura de asa, de construção convencional,
está mostrada no esboço. A asa é coberta por uma
placa, geralmente referida como revestimento, e
este revestimento é reforçado conectando
elementos com seções conformadas ou
extrudadas. Uma seção típica de uma asa envolve
uma ou várias almas interiores e para conectar
estas almas ao revestimento, um reforçador muitas
vezes denominado de flange da alma ou mesa, é
necessário para facilitar a conexão, como mostrado
na figura.
O flange no caso deste exemplo é uma extrusão de liga de alumínio 7075-T6. O revestimento e a
alma são manufaturados em liga de alumínio 7075-T6. O revestimento é conectado ao reforçador por
duas fileiras de rebites de cabeça tipo Brazier de 1/8 in de diâmetro, com espaçamento de 7/8 in. A alma
é conectada ao reforçador por uma fileira de rebites de cabeça chata de 3/16 in de diâmetro, espaçados
de 1 in.
Pede-se determinar a tensão de falha local do reforçador, a área efetiva das chapas conectadas ao
reforçador, e a carga total que é suportada pelo conjunto na condição de falha. Uma vez que o
reforçador é apoiado lateralmente pela alma e revestimento, a ação de flexão de coluna é evitada, de
modo que a verdadeira resistência a cargas longitudinais de compressão da unidade se dá por falha
local (tensões adicionais são produzidas nestes cantos se a alma flamba em cisalhamento e forças de
tração diagonal estão agindo; mas este assunto será tratado noutro capítulo).
Dados adicionais: área do reforçador Ast = 0,24 in2
propriedades da extrusão 7075-T6: Ec = 10.500 ksi e Fcy = 70 ksi
propriedades das chapas 7075-T6: Ec = 10.500 ksi e Fcy = 70 ksi
distância entre as conexões reforçador-revestimento = 0,875 in
Solução:
a) O método de Gerard será utilizado para o cálculo da tensão de falha local do reforçador.
g = 1 corte + 5 flanges = 6; Tabela 6.2, caso 6: βg = 0,67, m = 0.4, Fcut = 0,8Fcy = 56 ksi
m
⎡ gt 2 ⎤
0, 4
Fst E ⎡ 6 × 0,072 2 10.500 ⎤ Fcut
= βg ⎢ ⎥ = 0,67 ⎢ ⎥ = 0,806 > ⇒ Fst = Fcut = 56 ksi
Fcy ⎢⎣ Ast Fcy ⎥⎦ ⎣ 0,24 70 ⎦ Fcy
6.47
b) A Eq. (6.25) fornece (para mesmo material reforçador-chapa)
E sk Ec 10.500
be = 1,7t = 1,7 × 0,050 = 1,16 in para o revestimento e
E st Fst 56
E sk Ec 10.500
be = 1,7t = 1,7 × 0,064 = 1,50 in para a alma.
E st Fst 56
A distância entre as linhas de rebitagem é, l = 0,875 in < 1,16. Portanto, a área efetiva do revestimento é
(Ae)revestimento = (1,16 + 0,875) x 0,050 = 0,102 in2
Para a alma, de acordo com o caso 5 da tabela 6-4,
(Ae)alma = (0,365 + 0,5) be t = 0,865 x 1,5 x 0,064 = 0,083 in2
Este resultado é o correto desde que não haja flambagem entre rebites em tensões abaixo da tensão de
falha local do reforçador, de 56 ksi.
Os rebites do revestimento são do tipo Brazier com espaçamento p = 7/8 . De acordo com a Tabela 6.6,
o coeficiente de fixação para este tipo de rebite é c = 3. Portanto, para uso da Fig. 6-33 é necessário
fazer uso da Eq. (6.30):
⎛ p⎞ 2 ⎛ p⎞ 2 ⎛ 78 ⎞
⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ = 20.2 e a Fig. 6-33 fornece Fir = 60 ksi > 56 ksi ,
⎝ t ⎠ gráfico c ⎝ t ⎠ real 3 ⎝ 0,050 ⎠
portanto o revestimento não flambará entre rebites.
Os rebites da alma são do tipo cabeça chata, com c = 4. O espaçamento é de 1,00 in, de modo que, com
p/t = 1,00 / 0,064 = 15,6 , a Fig. 6-33 fornece Fir = 64,6 ksi > 56 ksi, que é consideravelmente maior do
que a tensão de falha local do reforçador.
Na construção de asas, os rebites do revestimento normalmente são do tipo escareado. Para tal rebite, o
coeficiente de fixação é c = 1. Neste caso, o parâmetro (p/ts) corrigido a ser utilizado na Fig. 6-33 seria
2 / 1( p t s ) = 2 × 0,875 / 0,05 = 35 , que forneceria Fir = 29ksi, valor sensivelmente menor do que a
tensão de falha local. Em conseqüência, o espaçamento entre rebites teria que ser reduzido. Usando um
espaçamento de 9/16 in, ter-se-ia (p/ts) = 2 x 0,5625 / 0,05 = 22, e a Fig. 6-33 daria Fir = 57,4ksi, maior
do que a tensão média de falha local e, portanto, satisfatório.
Exemplo 6.10
6.48
determinar a tensão de falha em compressão, para um pequeno comprimento da unidade. Os dados
gerais do painel são:
t w = 0,064 in ; bw = 2,437 in ; b A = 0,593 in ; t s = 0,064 in ; b f = 0,905 in ; b0 = 0,343 in ;
bs = 2,00 in ; rebites tipo Brazier em AL 2117 - T3, diâmero 3/32 in , espaçamento 3/4 in
Solução:
a) tensão de falha do reforçador agindo sozinho
A área total é: A = 0,252 + 2 × 0,064 = 0,38 in 2 , de modo que a Eq. (6.23) fornece
0 ,85
Fcc ⎡ 7,83 × 0,064 × 0,064 10.700 ⎤
= 0,56⎢ ⎥ = 0,737 < 1 ⇒ Fcc = 29,5 ksi
40 ⎣ 0,38 40 ⎦
c) tensão de flambagem entre rebites
Para rebites tipo Brazier, c = 3. O espaçamento entre rebites é p = ¾ in. Em conseqüência, o
parâmetro B, dado pela Eq. (6.29), é
B=
1 p 12 F0.7 (1 − υ e ) 1 0,75 12 × 39 1 − 0,3 2
=
2
= 0,430
( )
π ts Ec π 0,064 10.700 × 3
Com este valor de B e n = 11,5, a Fig. 6-32 fornece Fir/F0.7 = 1,00 , de modo que Fir = 39 ksi, bastante
acima das tensões de falha do reforçador e/ou painel monolítico.
d) falha por enrugamento do revestimento
Parap / d = 0,75 / 0,0937 = 8 e b0 / t w = 0,343 / 0,064 = 5,36 , a Fig. 6-35b fornece g/tw = 6,5.
Para (bw / t w ) /(bs / t s ) = ( 2,437 × 0,064) /( 2,00 × 0,064) = 1,22 e g / bw = 6,5 × 0,064 / 2,437 = 0,17 ,
a Fig. 6-37 fornece kw = 4,5, de modo que, usando a Fig. 6-36,
2
k wπ 2 E ⎛ ts ⎞
2
4,5π 2 10.700 ⎛ 0,064 ⎞ F
⎜⎜ ⎟⎟ = ⎜ ⎟ = 1,14 e n = 11,5 ⇒ w = 0,9 ⇒ Fw = 35,1 ksi
(
12 1 − υ e F0.7
2
) ⎝ bs ⎠ 12 × 0,91 × 39 ⎝ 2,00 ⎠ 39
Como a tensão de falha por enrugamento é maior do que a tensão de falha local do painel monolítico,
ela não é crítica.
Os resultados indicam que a tensão de falha local para o reforçador sozinho, de 23,6 ksi, é o menor
valor, de maneira que o reforçador é instável, falhando primeiro. Em conseqüência, a tensão média
última do painel é dada pela Eq. (6.38)
6.49
Pu = 27,5 x 0,38 = 10,4 kips
a) verificação dos rebites
Verificando o critério dado pela Eq. (6.39):
p 1,27 3/ 4 1,27 1,27
< ou = 0,375 < = = 0,60 OK
bs kw 2,0 kw 4,5
A tensão de tração admissível nos rebites é dada pela Eq. (6.41):
de 3 / 32
= = 1,47 < 1,67 ⇒ Fr = 57 ksi
t médio 0,064
Por outro lado, a Eq. (6.40) fornece um limitante inferior para Fr :
a) Coluna Reforçador-Revestimento
Os três modos de falha “puros”, para a “coluna reforçador-revestimento”, são: 1) flexão; 2) torsão; e
3) local. A flambagem por flexão é caracterizada pela translação do painel numa direção normal ao plano
original do revestimento. A flambagem torsional envolve a torção dos reforçadores e a rotação do
revestimento em torno de um eixo no plano médio do revestimento. A flambagem local envolve uma
distorção dos elementos da seção transversal do reforçador, particularmente os flanges que não são
conectados ao revestimento e a falha local representa o limite superior deste modo. O comprimento de
semi-onda das “flambas” nos modos de flexão e torção é comparável à distância entre os suportes
transversais (e.g. nervuras e cavernas) enquanto que o comprimento de semi-onda para flambagem
6.50
local é comparável às dimensões da seção transversal do reforçador ou espaçamento entre
reforçadores.
Em geral, exceto para painéis cujos reforçadores possuem um eixo de simetria normal ao plano do
revestimento, os modos de torsão e flexão serão acoplados. A tensão crítica associada com este modo
acoplado é sempre menor daquela dos modos componentes tomados separadamente. Entretanto, em
muitos painéis construídos com reforçadores de seção aberta, o acoplamento entre os modos ocorre
com uma intensidade relativamente pequena. Para tais painéis, a tensão crítica correspondente a um
dos modos componentes normalmente é significativamente menor do que a tensão correspondente ao
outro modo componente, de maneira que o acoplamento entre os dois modos pode ser desprezado.
De uma maneira geral, o modo crítico em reforçadores de seção fechada, tendo em vista a sua alta
rigidez em torção, é o de “falha local – flexão”. Reforçadores simétricos e ponto-simétricos de seção
aberta são críticos em “falha local –flexão”, ou em torção pura. Reforçadores de seção aberta
assimétrica são críticos em “falha local – flexão” ou em flexo-torção.
Quando o comprimento de semi-onda da “flamba” é curto (da ordem de grandeza das dimensões da
seção do reforçador) a falha da “coluna reforçador-revestimento” resulta da falha local que sucede a
flambagem local. Ao ser aumentado o comprimento de semi-onda da “flamba”, o modo de torsão é
encontrado e eventualmente, com comprimentos crescentes, o modo de flambagem por flexão
predominará (veja Fig. 6-39).
Neste texto será apresentada a forma de analisar o modo “falha local – flexão” somente. Os modos
flexo-torção e torção pura são analisados na Ref. 6.21 como uma extensão da teoria apresentada no
Cap. 3. A presença do revestimento tem influência na análise, especialmente no que tange a localização
do centro de torção, e o fato de que a flexo-torção pode se apresentar formas alternativas, simétrica ou
anti-simétrica. A Ref. 6-21 apresenta a metodologia da análise passo-a-passo.
6.51
O modo “falha local – flexão” é mostrado no esboço. O acoplamento entre o modo de flambagem
em flexão (Euler) e o modo de falha local pode ocorrer quando a tensão de compressão ultrapassar
aproximadamente a metade da tensão de falha local do reforçador, Fcc. Em níveis menores de tensão, o
modo de falha pode ser considerado como de flexão pura.
A tensão de instabilidade para o modo “falha local – flexão” de um painel modelado como coluna
reforçador-revestimento é obtida por uma adaptação da parábola modificada de Johnson (seção 6.9)
como segue:
Fco ⎡ F ( L ′ ρ )2 ⎤
Se ≤ Fc ≤ Fcc ⇒ Fc = Fco ⎢1 − co 2 ⎥ (6.43a)
2 ⎢⎣ 4π E c ⎥⎦
Fco π 2E
Se Fc ≤ ⇒ Fc = (6.43b)
2 ( L ′ ρ )2
Onde
⎛ ⎞
⎟ ; φ = 2π E c
2
F
Fco = φ ⎜1 − 1 − 2 cc
⎜ φ ⎟ 12,5 2
⎝ ⎠
Fcc = tensão média de falha local do reforçador
Ec = módulo de Young em compressão
⎛ ρ
⎜⎜
⎞
2
⎟⎟ =
[
1 + ξ 1 + (e / ρ st ) ]
2
A
, onde ξ = e , e = distância entre o centróide do reforçador e
⎝ ρ st ⎠ (1 + ξ ) 2
Ast
superfície média do revestimento; Ae = área efetiva do revestimento, Ast = área da seção
transversal do reforçador; ρst e ρ = raios de giração, respectivamente, do reforçador e da
combinação reforçador-revestimento.
6.52
Passo 5: Compute Fc usando as Eqs. (6.43)
Passo 6: Compare a Fc computada no Passo 5 com aquela do Passo 2; se diferente, itere a partir do
Passo 2 com o novo valor de Fc.
Fc ( Ast + Ae )
Passo 7: Compute a tensão média no painel Fc =
Ast + bs t s
Passo 8: Compute a margem de segurança em tensões
Fc
MS = −1
fc
onde fc é a tensão de compressão aplicada no painel.
6.53
b) Painéis com reforçadores discretos
O método de análise para painéis com reforçadores discretos trata o revestimento e reforçadores
como uma unidade integral, sem que ocorra a flambagem local de reforçadores ou flambagem entre
rebites antes da falha do painel. Em conseqüência, deve ser feita a análise da flambagem local do
reforçador para assegurar que não ocorra em tensões abaixo da tensão de instabilidade geral do painel.
O método de análise apresentado aqui considera a rigidez axial e em flexão do reforçador na
determinação na tensão crítica do painel; a rigidez torsional do reforçador é considerada somente no
caso de painéis sujeitos a carregamentos transversais.
Os gráficos apresentados nas Figs. 6-42 a 6-46 são derivados de uma análise em que os centróides
dos reforçadores foram assumidos estarem localizados no plano médio do revestimento. Para permitir
uma leitura direta destas curvas no caso em que os reforçadores estão colocados de um só lado do
revestimento, o momento de inércia do reforçador tem de ser primeiro modificado pela expressão
Ast Z 2
I = I0 + (6.44)
⎛ Ast ⎞
1 + ⎜⎜ ⎟⎟
⎝ K 1 bs t s ⎠
onde
I0 é o momento de inércia dos reforçadores em torno do eixo centroidal paralelo ao revestimento;
A tensão crítica do painel, Fx, para painéis sujeitos à compressão longitudinal é determinada pelas
Figs. 6-42 a 6-46. Em todos os casos os painéis são assumidos simplesmente apoiados.
6.54
Passo 4: Calcule ( E t I ) st (bs D ) , usando um valor assumido para o módulo tangente do reforçador e o
flexão do revestimento, cujo módulo reduzido Er é dado, ou por Et, o módulo tangente do
6.55
6.56
6.57
6.58
6.59
A tensão crítica Fy para painéis sujeitos a carregamentos de compressão transversal é determinada
a partir da Fig. 6-47. Os bordos do painel são assumidos simplesmente apoiados, com a restrição
elástica de rotação nas bordas assumida igual a (GJ)st/2.
π 2 bs (GJ ) st π 4 (bs L )3 ( EI ) st
β= e
DL2 DL
2
Passo 4: Determine Fy bs t s / D da Fig. 6-47, para o alongamento L/bs aplicável;
+ Ry ≤ 1
1, 5 2
Rx (6.45)
onde Rx é a razão das tensões de compressão longitudinais, fx/Fx e Ry, a razão das tensões de
compressão transversais fy/Fy . A equação de interação acima é suportada por dados experimentais
realizados em painéis com três reforçadores, L/bs ≈ 3,5 e (EcI)st / (bsD) > 60, onde I é o momento de
inércia do reforçador em torno da superfície média do revestimento.
6.60
6.61
Exemplo 6-11
Ec 10.500
Passo 3: be = 1,7t s = 1,7 × 0,025 = 0,871 in
Fc 25
⎡ 0,75 × 0,04 3 2⎤ 0,04 × (1,5 − 0,08)
3
Passo 4: I st = 2 ⎢ + 0,75 × 0,04 × (0,75 − 0,02 ) ⎥ + = 0,0415 in 4
⎣ 12 ⎦ 12
I st 0,0415
Ast = 2 × 0,75 × 0,04 + (1,5 − 0,08) × 0,04 = 0,117 in 2 ⇒ ρ st = = = 0,596 in
Ast 0,117
Ae 0,871 × 0,025
ξ= = = 0,186 ; e = 0,75 + 0,0125 = 0,7625 in
Ast 0,117
⎛ ρ
⎜⎜
⎞
2
⎟⎟ =
[
1 + ξ 1 + (e ρ st )
2
]
=
[
1 + 0,186 1 + (0,7625 0,596)
2
]
= 1,060 ⇒ ρ = 0,614 in
⎝ ρ st ⎠ (1 + ξ )2 (1 + 0,186)2
⎡ Fco (L ′ ρ )2 ⎤ ⎡ 31,17(24,49 0,614 )2 ⎤
Passo 5: Fc = Fco ⎢1 − ⎥ = 31,17 ⎢1 − ⎥ = 27,4 ksi
⎣⎢ 4π 2 E c ⎦⎥ ⎣ 4π 2 10.500 ⎦
Passo 2a: Seja Fc = 27,4 ksi;
6.62
Ec 10.500
Passo 3a: be = 1,7t s = 1,7 × 0,025 = 0,832 in
Fc 27,4
Ae 0,832 × 0,025
Passo 4a: ξ= = = 0,178 ; e = 0,75 + 0,0125 = 0,7625 in
Ast 0,117
⎛ ρ
⎜⎜
⎞
2
⎟⎟ =
[
1 + ξ 1 + (e ρ st )
2
=
] [
1 + 0,178 1 + (0,7625 0,596)
2
]
= 1,059 ⇒ ρ = 0,613 in
⎝ ρ st ⎠ (1 + ξ ) 2
(1 + 0,178 ) 2
Exemplo 6-12
Passo 3: I0 = 0,125 x 0,83 / 12 = 0,005333 in4 ; Ast = 0,125 x 0,8 = 0,1 in2 ; Z = 0,4 + 0,0625 = 0,4625 in
0,1 × 0,4625 2
Da Eq. (6.44), I = 0,005333 + = 0,02078 in 2
⎛ 0,1 ⎞
1+ ⎜ ⎟
⎝ 1,04 × 2 × 0,125 ⎠
(Et I )st 9.000 × 0,02078
Passo 4: Seja Et = 9.000 ksi ; = = 58,09
bs D 2 × 9.000 × 0,125 3 / (12 × 0,91)
Passo 5: Para Ast/bst = 0,1/(2x0,125) = 0,4; L/bs = 5 e o valor acima, a curva apropriada da Fig. 6-45
fornece n = 1
Passo 6: n mostrado no gráfico é o mesmo assumido inicialmente – OK
Passo 7: da curva apropriada da Fig. 6-45, Fxbs2t/π2D = 1,7
1+ ⎜ ⎟
7 ⎝ 72 ⎠
Este valor é 8% superior ao valor assumido, de modo que uma iteração é necessária
6.63
(Et I )st 9.300 × 0,02078
Passo 4a: Seja Et = 9.300 ksi ; = = 58,09
bs D 2 × 9.300 × 0,125 3 / (12 × 0,91)
Passo 5a: Para Ast/bst = 0,1/(2x0,125) = 0,4; L/bs = 5 e o valor acima, a curva apropriada da Fig. 6-45
fornece n = 1
Passo 6a: n mostrado no gráfico é o mesmo assumido inicialmente – OK
Passo 7a: da curva apropriada da Fig. 6-45, Fxbs2t/π2D = 1,7
1+ ⎜ ⎟
7 ⎝ 72 ⎠
Este valor está dentro do desvio de ±3% permitido
Passo 10: A tensão de flambagem local do painel será calculada com o auxílio da Fig. 6-23.
bw = 0,8 in; bs = 2 – 0,125 = 1,875 in; bw/bs = 0,8/1,875 = 0,43; tw/ts = 1 ⇒ ks = 3,8 (flambagem
do reforçador restringido pelo revestimento)
2
k sπ 2 E ⎛ ts ⎞ 3,8 × π 2 × 10.500 ⎛ 0,125 ⎞
2
⎜⎜ ⎟⎟ = ⎜ ⎟ = 2,23
(
12 1 − υ e F0.7
2
) ⎝ bs ⎠ 12 × 0 ,91 × 72 ⎝ 1,875 ⎠
Fig. 5-55 ⇒ Fcr/F0.7 = 1,1 ⇒ Fcr = 1,1 x 72 = 79,2 ksi
Da Tabela 5.2, o valor de corte é Fcut = 1,075 Fcy = 1,075 x 70 = 75,3 ksi de modo que a
tensão de flambagem local é Fcr = 75,3, muito acima da tensão de falha do painel.
6.14 EXERCÍCIOS
EXERCÍCIO 6.1
Considere o ângulo extrudado, de lados iguais, da figura. O material é
a liga AL 7075-T6 (E = 10.500 ksi, Fcy = 70ksi, F0.7 = 72ksi, n = 16,6).
t
a) Determine a tensão de flambagem local;
y
6.1 x b) Determine a tensão de falha local;
x
c) Determine o diâmetro mínimo requerido do bulbo necessário para
fazer com que o lado vertical se comporte como uma alma em vez
de flange.
Dados: a = 3/4 in, t = 1/16 in, R = 1/8 in, y = 0,199 in, Area = 0,089 in2
EXERCÍCIO 6.2
a Considere a seção da figura, extrudada em liga de alumínio
7075-T6 (E = 10.500 ksi, Fcy = 70ksi, F0.7 = 72ksi, n = 16,6).
D
y a) Determine a tensão de flambagem local;
R t1
b x x b) Determine a tensão de falha local;
t Dados: a = 1 3/8 in, b = 11/16 in, D = 1/8 in, R = 1/16 in, t = 1/16 in,
6.64
EXERCÍCIO 6.3
Considere o perfil da figura, extrudado em liga 7075-T6.
a) estime a tensão de flambagem local
EXERCÍCIO 6.4
Considere a seção conformada mostrada na figura. O material é a liga
1in de alumínio 7075-T6 (E = 10.500 ksi, Fy = 70 ksi, F0.7 = 72 ksi, n = 16,6).
EXERCÍCIO 6.5
0,4in
0,051in a) Determine a tensão de flambagem local
1,5in
b) Determine a tensão de falha local;
1in
EXERCÍCIO 6.6
Considere uma coluna com a seção extrudada da figura. O material é a
liga de alumínio 7075-T6 (E = 10.500 ksi, Fcy = 70ksi, F0.7 = 72ksi, n = 16,6).
6.65
EXERCÍCIO 6.7
1,25 in Considere o perfil da figura, conformado em liga 2024-T4.
a) Calcule a tensão média de falha local pelo método de
Needham;
1,5 in b) Calcule a tensão média de falha local pelo método da
0,05 in Boeing;
0,125 in
c) Calcule a tensão média de falha local pelo método de
Gerard
0,375 in
1 in
Dados do material:
E = 10.700 ksi ; Fcy = 38 ksi; F0.7 = 36,7 ksi; ν = 0,3; n = 15,6
EXERCÍCIO 6.8
Uma seção conformada em Z, como mostrado na figura, é
usada como coluna, simplesmente apoiada numa extremidade
e engastada na outra. O comprimento é L = 30”. Esta coluna
0,75” é amarrada de forma a fazer com que a flambagem se dê em
torno do eixo x-x.
0,025” O material é liga de alumínio 7075-T6
0,04”
x x (E = 10.500 ksi; Fcy = 67 ksi; F07 = 70 ksi; n = 9,2)
1,5”
a) Ache a carga total que a coluna pode carregar sem falhar.
b) Suponha, agora, que esta coluna é um de vários
reforçadores rebitados a uma chapa de 0,025” de
espessura, manufaturada do mesmo material. Qual seria,
então, a carga total que cada combinação reforçador-
chapa pode carregar?
EXERCÍCIO 6.9
Considere a coluna com a seção em cruz dada na figura (dupla
simetria), extrudada em liga de alumínio 7075-T6, cujas
propriedades são:
0.064” 1.0” Ec = 10.500 ksi, Fcy = 70 ksi, F0.7 = 72 ksi, νe = 0,3, n = 16.6
i i
A coluna, engastada em ambas as extremidades, tem
comprimento L = 40 in e está submetida a uma carga axial
central (pressão uniforme sobre a seção transversal).
0.064” Nestas condições, pede-se:
i
1.0”
i a) Qual a tensão de flambagem local?
b) Qual a tensão média de falha local?
c) Qual a tensão de falha da coluna? Desconsidere
possibilidade de falha por torção.
6.66
EXERCÍCIO 6.10
2,0 in Considere uma coluna de comprimento 25in, extrudada em liga de alumínio
7075-T6 (E=10.500ksi; F07=72ksi; n=16,6; Fcy=70ksi;νe =0,3), simplesmente
apoiada em ambas as extremidades, e com seção transversal dada na
figura.
2,0 in
a) qual a tensão de flambagem local?
0,08 in
b) qual a tensão média de falha local?
c) qual a tensão média de colapso da coluna?
0,08 in
Desconsidere possibilidade de flambagem primária torsional.
EXERCÍCIO 6.11
P A coluna da figura é manufaturada a partir de uma chapa de
liga AL 2414-T6, de espessura 0,05 in, com seção quadrada.
0,05”
EXERCÍCIO 6.12
Uma coluna bi-engastada, de comprimento L = 10”, tem
seção como mostrado na figura, extrudada em liga de
alumínio 7075-T6
0,055” 0,033” (Ec = 10.500ksi, Fcy = 70ksi, F0.7 = 72ksi, n = 16,6, ν = 0,3).
1”
Ache:
a) a tensão de flambagem local
1,25” b) a tensão de falha local
c) a carga que carrega no colapso
Nota: as dimensões dadas são internas à seção
EXERCÍCIO 6.13
Deseja-se manufaturar uma coluna de comprimento L = 20 in, simplesmente
apoiada em ambas as extremidades, que suporte, sem falhar, uma carga de
t compressão central P = 8.000 lb. Para tanto, decidiu-se manufaturar a coluna a
partir do dobramento de chapa de alumínio com espessura t e seção quadrada de
lado a, conforme mostrado na figura.
No almoxarifado, há disponibilidade de chapas de liga de alumínio 2024-T3, nas
bitolas: 0,032” - 0,040” - 0,050” - 0,064” - 0,072”.
a
a) Qual deve ser a espessura t, da chapa, e o lado a, da seção, para que a coluna
satisfaça o requisito imposto e para que o volume do material empregado seja
mínimo?
b) Qual a carga de flambagem local para a coluna encontrada em a)?
c) Qual a carga de falha local para a coluna encontrada em a)?
a
Propriedades do material:
Fcy = 40 ksi, Ec = 10.700 ksi, Fp = 24 ksi, F07 = 39 ksi, ν = 1/3, n = 11,5
6.67
EXERCÍCIO 6.14
2” Considere a região da junção “mesa da longarina - alma da longarina
- recobrimento” de uma asa, conforme mostrado na figura. A mesa,
1” 3/16”
extrudada em liga Al 7075-T6, tem seção de área Ast e momentos
principais de inércia, respectivamente, Ixx e Iyy. Os flanges horizontais,
3/32” 0,3” de espessura 3/32”, tem bulbos de diâmetro 3/16”, nas extremidades
0,035” x
1/8” x livres. O flange vertical tem espessura 1/8”. O centro de área está
5/4” indicado. O recobrimento (espessura 0,035”) e a alma (espessura
1/2” 0,025”), ambos em liga Al 2024-T3, estão rebitados à mesa, como
indicado, através de rebites tipo Brazier com 3/32” de diâmetro.
0,025”
2 a) supondo que não ocorra flambagem das chapas entre rebites e
Ast = 0,359 in que não ocorra falha por enrugamento, calcule a carga máxima que o
Ixx = 0,0475 in4 Iyy = 0,0827 in4 elemento composto (mesa + chapas) pode suportar.
EXERCÍCIO 6.15
A figura mostra um membro de canto, numa seção reforçada de asa.
A mesa é extrudada em liga de alumínio 7075
1,25” 1,25” 0,125” (E = 10.500 ksi, Fy = 70ksi, F0.7 = 72ksi, n = 16,6).
0,032” 0,6” 0,6”
O recobrimento, de espessura 0,032” é fixado num reforçador T,
através de duas linhas de rebitagem, como indicado. A alma, de
espessura 0,050” é fixada por uma linha de rebitagem.
0,6” 0,875”
Pede-se calcular
2,0”
1) o espaçamento máximo entre os rebites da ligação mesa-
recobrimento para que não ocorra flambagem entre rebites;
2) a carga total máxima que a unidade pode suportar (sem falha).
0,125”
Quando:
0,050” 0,5”
a) as placas são manufaturadas em liga clad de alumínio 2024-T3
(E = 10.700 ksi, Fy = 37ksi, F0.7 = 35,7ksi, n = 12).
b) as placas são manufaturadas em liga clad de alumínio 7075-T6
(E = 10.500 ksi, Fy = 64ksi, F0.7 = 64,5ksi, n = 19,5).
EXERCÍCIO 6.16
1,2” Uma chapa de liga de alumínimo 2024-T3 de espessura
0,064” é reforçada por reforçadores Y com espaçamento 5”
entre reforçadores. Os reforçadores são extrudados em liga
de alumínio 7075-T6 e as dimensões da seção transversal
0,136”
1,6” são dadas na figura. Nestas condições:
0,086” a) determine a tensão de falha local do painel monolítico
(não há flambagem entre rebites).
1,6”
0,064” b) qual a tensão de flambagem entre rebites se as linhas de
rebitagem estão espaçadas de 1,5” e os rebites são do tipo
0,064” Brazier?
1,8” 0,6”
Dados:
2024-T3 (E = 10.700 ksi, Fy = 40ksi, F0.7 = 39ksi, n = 10,5).
Y Y Y Y 7075-T6 (E = 10.500 ksi, Fy = 70ksi, F0.7 = 72ksi, n = 16,6).
0,064”
5,0”
6.68
EXERCÍCIO 6.17
Considere a seção chapéu da figura, de um reforçador conformado em
chapa de liga de alumínio 7075-T6
Ec = 10.500 ksi, Fcy = 67 ksi, F0.7 = 70 ksi, n = 9,2, νe = 0,3
EXERCÍCIO 6.18
Considere um painel de construção integral de 35 in
de comprimento e seção dada na figura, usinado em
liga de alumínio 7075-T6.
a) ache a tensão de flambagem local;
t b) ache a tensão de falha local;
bw c) ache a carga que o painel carrega no momento da
falha global considerando que está simplesmente
ts apoiado em ambas as extremidades.
bs Dados:
bw = 1 in; bs = 2 in; tw = 0,040 in; ts = 0,050 in
E = 10.500 ksi, Fy = 70ksi, F0.7 = 72ksi, n = 16,6
EXERCÍCIO 6.19
3 mm A figura mostra parte de um painel em compressão
extrudado de uma construção interna. O painel, de
comprimento L= 1000 mm, é engastado em ambas as
30 mm extremidades. O material é elástico linear, com módulo de
Young de 70.000 N/mm2, perfeitamente plástico, com
3,5 mm tensão de escoamento de 300 N/mm2 e ν = 0,308.
120 mm
a) Qual é a carga por unidade de largura do painel em
que se verifica a flambagem inicial do painel?
Para simplificar o cálculo das propriedades
da seção, assuma que a espessura é pequena
em relação às outras dimensões. b) Qual é a carga por unidade de largura do painel em
que se verifica a falha do painel?
EXERCÍCIO 6.20
Considere um painel de construção integral com 25in de
comprimento e cuja seção é dada na figura, usinado em liga de
tw alumínio 7075-T6.
bw Ache a carga que o painel carrega no momento da falha global
ts considerando que está engastado em ambas as extremidades.
bs Dados:
bs/2 bw = 1 in; bs = 2 in; tw = 0,060 in; ts = 0,050 in
E = 10.500 ksi, Fy = 70ksi, F0.7 = 72ksi, n = 16,6
6.69
EXERCÍCIO 6.21
EXERCÍCIO 6.22
0,375” Considere um painel montado, com revestimento de espessura 0,05”,
em liga de alumínio 2024-T3 (E = 10.700 ksi, Fcy = 40 ksi, F0.7 = 39 ksi, n
= 11,5, νe = 0,33) e reforçadores conformados em chapa 7075-T6 de
espessura 0,063” (E = 10.500 ksi, Fcy = 67 ksi, F0.7 = 70 ksi, n = 9,2 , νe
0,05” = 0,33).
1” A distância entre as linhas de rebitagem (rebites Brazier AL 2117, p =
7/8, D = 1/8) dos reforçadores é bs = 2,0”.
0,063” a) Estime a tensão de flambagem local do painel;
b) Determine a tensão média de falha local;
0,625” c) Determine a carga por unidade de largura que será suportada na
falha, se o painel tem comprimento 15” e está simplesmente apoiado.
d) critique o projeto
6.14 REFERÊNCIAS
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6.3 Gerard, G. & Becker, H.: Handbook of Structural Stability, pt. III: Buckling of Curved Plates and
Shells, NACA Tech. Note 3783, 1957. Disponível em http://naca.larc.nasa.gov/reports/1957/naca-tn-3783/
6.4 Gerard, G. & Becker, H.: Handbook of Structural Stability, pt. IV: Failure of Plates and Composite
Elements, NACA Tech. Note 3784, 1957.
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6.6 Becker, H.: Handbook of Structural Stability, pt. VI: Strength of Stiffened Curved Plates and Shells,
NACA Tech. Note 3786, 1957.
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Construction, NACA Tech. Note D-162, 1959.
6.70
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6.11 Stowell, E.Z.: Compressive Strength of Flanges, NACA Tech. Note 2020, 1950.
6.12 Needham, R.A.: The Ultimate Strength of Aluminum-alloy Formed Structural Shapes in
Compression, J. Aeronaut. Scienc., 21 (4), pp. 217-229, 1954.
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6.15 Seide, P. & Stein, M.: Compressive Buckling of Simply Supported Plates with Longitudinal Stiffeners,
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6.20 Semonian, J.W. & Peterson, J.P: An Analysis of the Stability of Short Sheet-stringer Panels with
Special Reference to the Influence of Riveted Connection between Sheet and Stringer, NACA Tech.
Note 3431, 1955.
6.21 Boeing Design Manual, BDM-6540, Stability of Flat Stiffened Panels, The Boeing Co., Seattle, Jan
1995.
6.22 McCombs, W.F.: A Supplement to Analysis and Design of Flight Vehicle Structures – Bruhn – for
Increased Scope and Usefulness, Daltec, Dalas, pp. 41-44, 1998
6.71
CAPÍTULO 8
VIGAS EM CAMPO DE TRAÇÃO DIAGONAL
ÍNDICE DE SEÇÕES
ÍNDICE DE FIGURAS
8.2
8-11C FATOR DE REDUÇÃO PARA FLAMBAGEM DE PLACAS PLANAS SOB CISALHAMENTO COM FURO
CIRCULAR CENTRAL – BORDOS LONGOS ENGASTADOS E CURTOS SIMPLESMENTE APOIADOS 8.18
8-11D FATOR DE REDUÇÃO PARA FLAMBAGEM DE PLACAS PLANAS SOB CISALHAMENTO COM FURO
CIRCULAR CENTRAL – BORDOS LONGOS SIMPLESMENTE APOIADOS E CURTOS ENGASTADOS 8.19
8-11E FATOR DE CONCENTRAÇÃO DE TENSÃO PARA PLACAS PLANAS SOB CISALHAMENTO COM FURO
CIRCULAR CENTRAL 8.19
8-12 RAZÃO DE TENSÃO MÉDIA EXATA DE CISALHAMENTO PELA TENSÃO MÉDIA APROXIMADA 8.22
8-13 FATOR DE TRAÇÃO DIAGONAL 8.23
8-14 VALOR DE TANα FORNECIDO PELO MÉTODO APROXIMADO 8.25
8-15 TENSÃO MÉDIA NO REFORÇADOR 8.25
8-16 FATOR DE ÂNGULO C1 8.26
8-17 FATORES DE CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES C2 E C3 8.27
8-18 VALORES ADMISSÍVEIS PARA TENSÃO NOMINAL DE CISALHAMENTO NA ALMA 8.27
8-19 TENSÕES ADMISSÍVEIS DE CISALHAMENTO EM ALMAS BASEADAS NA ÁREA TOTAL 8.28
8-20 TENSÃO ADMISSÍVEL PARA ONDULAÇÃO PERMANENTE 8.29
8-21 RAZÃO ENTRE AS TENSÕES MÁXIMA E MÉDIA NO REFORÇADOR 8.30
8-22 COLAPSO DE REFORÇADOR POR FALHA LOCAL FORÇADA 8.32
8-23 FALHA LOCAL FORÇADA – REFORÇADOR SIMPLES 8.34
8-24 TENSÕES ADMISSÍVEIS EM FALHA LOCAL FORÇADA – REFORÇADORES SIMPLES 8.34
8-25 VALORES EXPERIMENTAIS PARA OFFSET EFETIVO DE REBITE 8.39
8-26 ESTRUTURA CILÍNDRICA SEMI-MONOCOQUE SUBMETIDA A UM TORQUE 8.47
8-27 EFEITOS DA TRAÇÃO DIAGONAL EM PAINÉIS CURVOS 8.48
8-28 CASCA MONOCOQUE SUBMETIDA À TORÇÃO E COMPRESSÃO 8.49
8-29 CASCA MONOCOQUE SUBMETIDA À TORÇÃO E FLEXÃO 8.50
8-30 GEOMETRIA DOS SISTEMAS DE REFORÇADORES E LONGERONS 8.51
8-31 COEFICIENTE DE FLAMBAGEM DE PAINEL CURVO EM CISALHAMENTO 8.53
8-32 COEFICIENTES DE FLAMBAGEM EM COMPRESSÃO PARA PAINEL LONGO CURVO E SIMPLESMENTE
APOIADO 8.54
8-33 CORREÇÃO PARA TENSÃO AMISSÍVEL EM ALMAS CURVAS 8.62
8-33 CRITÉRIO EMPÍRICO PARA FALHA POR INSTABILIDADE GERAL DE CILÍNDROS REFORÇADOS
MANUFATURADOS EM AL 2024-T3 E SUJEITOS À TORÇÃO PURA 8.69
8.3
8
VIGAS EM CAMPO DE TRAÇÃO DIAGONAL
8.1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento de vigas, com almas planas ou curvas em tração diagonal, é um dos mais
marcantes exemplos de novos caminhos trilhados pelo projeto aeronáutico, quando comparado aquele
da engenharia estrutural “padrão”. A prática estrutural padrão considerava que a capacidade de
absorção de carga de uma alma em cisalhamento se exauria quando a mesma flambava; a menos que a
alma fosse muito grossa, reforçadores eram utilizados para majorar a tensão de flambagem. Wagner
(Ref. 8.1) mostrou que uma alma fina com reforçadores transversais não “falha” quando flamba, porque
são desenvolvidas ondulações diagonais e a alma passa a funcionar como uma série de diagonais em
tração, enquanto que os reforçadores agem com colunas em compressão, mantendo a integridade do
conjunto. O sistema alma-reforçadores, desta forma, age como uma treliça, e é capaz de carregar cargas
muito maiores do que aquelas que produzem a flambagem inicial.
Durante vários anos era costume considerar, ou almas resistentes ao cisalhamento, nas quais não
ocorre a flambagem antes da falha, ou almas em tração diagonal, obedecendo as leis da tração diagonal
“pura”. Na realidade, a tração diagonal pura é uma idealização teórica e só pode ser atingida
asintoticamente. Na prática, a maioria das almas trabalham num campo intermediário, o da tração
diagonal parcial, ou incompleta.
Neste capítulo será apresentada uma metodologia para a análise de almas, planas e curvas. Esta
metodologia, apresentada na Ref. 8.2, é baseada numa teoria bastante simples, complementada por
dados empíricos.
Uma viga em tração diagonal é semelhante, em construção, a uma placa em grelha, mas com uma
alma fina de modo a flambar numa carga muito abaixo da carga de projeto. Uma viga em tração diagonal
pura é o caso teórico limite, no qual a flambagem da alma se dá sob uma carga infinitesimal. Embora
estruturas práticas dificilmente se aproximarão desta condição limite, a teoria da tração diagonal pura é
importante porque fornece a base do método que será apresentado mais adiante.
A ação de uma alma em tração diagonal pode ser explicada com referência à estrutura simples
mostrada na Fig. 8-1a, consistindo de um pórtico de barras rígidas, articuladas nas extremidades e
escoradas internamente por duas diagonais muito esbeltas e de mesmo tamanho. Enquanto a carga P é
muito pequena, as duas diagonais carregam tensões iguais e de sinais opostos. A uma dada carga P, a
diagonal em compressão flamba (Fig. 8-1b), perdendo a sua habilidade de suportar incrementos
adicionais de tensão. Em conseqüência, se P for aumentado acima da carga de flambagem, a força de
escoramento diagonal tem de ser provida pela diagonal em tração. Quando a carga P for muito alta, a
8.4
tensão na diagonal em tração será grande a ponto da tensão na diagonal em compressão ser
comparativamente desprezível.
Uma mudança análoga no estado de tensão ocorrerá num pórtico semelhante onde o escoramento
interno é provido por uma chapa (Fig. 8-1c). A baixos valores da carga P, a chapa está (praticamente)
submetida a um estado de cisalhamento puro, que é estaticamente equivalente a tensões de tração e
compressão iguais e a 45o . A placa flambará quando P atingir o valor crítico, e se a carga for aumentada
além deste valor, a tensão de tração na chapa rapidamente acabará predominando, em relação à tensão
de compressão. Quando a tensão de tração for grande a ponto da tensão de compressão, em
comparação, ser desprezível, a placa é dita estar num campo de tração diagonal completamente
desenvolvido ou tração diagonal “pura”.
S d dy cos α
A PT
α
α f s dy
h fn h e
fn
α
fn
B PB fc = 0
x
Fig. 8-2 Forças e Tensões na Viga em Tração Diagonal
Com referência à Fig. 8-2, onde h é a altura da alma e he a distância entre centróides das mesas, a
tensão de tração diagonal fn age num elemento de superfície de área dA = t cos αdy . O equilíbrio de
forças na direção vertical fornece
h
f n ht sen 2α
S = ∫ f n sen α (t cos αdy ) = f n ht sen α cos α =
2S
⇒ fn = (8.1)
0
2 ht sen 2α
Por outro lado, o equilíbrio de momentos em torno do ponto B fornece:
8.5
h + he ⎡ ⎤h
h
Sx + PT + ⎢ ∫ f n cos α (t cos αdy )⎥ = 0 ⇒
2 ⎣0 ⎦2 (8.3)
Sx 1 Sx S
⇒ PT ≈ − − f n ht cos 2 α = − − cot α
h 2 h 2
supondo h ≈ he . De forma análoga,
Sx S
PB = − cot α (8.4)
h 2
Pu
fn
Fig. 8-3 Cargas nos Reforçadores e na Linha de Rebitagem Alma-Flange
Sdt sen 2 α
d
Pu = − ∫ f n sen α (t sen αdx ) = − f n dt sen α = −
Sd
2
=− tan α (8.5)
0
ht sen α cos α h
St sen α
d
q F = ∫ f n (t sen αdx ) = f n t sen α =
1 S
= (8.6)
d0 ht sen α cos α h cos α
Como o ângulo de tração diagonal α é normalmente algo menor do que 45o , um valor levemente
conservativo para a maioria dos casos é
S 1,414 S
qF ≈ = (8.7)
0,707 h h
Desta forma, as tensões devidas ao campo de tração diagonal são:
S
fs = (8.8)
ht
2 fs
fn = (8.9)
sen 2α
f ht
f F = − s cot α (8.10)
2 AF
f s dt
fu = − tan α (8.11)
Au e
8.6
O subscrito e em Au é necessário somente nos casos de reforçadores simples (de um lado da alma) e
será explicado mais adiante. Todas as tensões são conhecidas em termos da tensão nominal de
cisalhamento fs, das dimensões h e d da viga, e do ângulo α . Para completar a solução é necessário
achar o ângulo α .
U=
1
2E
f n dht +
2 1
2E
(
f F U AF U + f F L AF L d +
2 2 1
2E
) 2
f u Au e h (8.12)
Substituindo as expressões para as tensões, Eqs. (8.9), (8.10) e (8.11), derivando em relação a α e
igualando a zero resulta em
ht ⎛ 1 1 ⎞ dt
sen 2 α − cos 2 α = ⎜ + ⎟ cos 4 α − sen 4 α
⎜
4 ⎝ AF U AF L ⎟
⎠ Au e
ht ⎛ 1 1 ⎞
1+ ⎜ + ⎟
4 ⎜⎝ AF U AF L ⎟⎠
tan 4 α = (8.14)
dt
1+
Au e
ht ⎛ 1 1 ⎞ 1 f F U + f F L dt fu 2 fs
⎜ + ⎟=− , = − e sen2α =
4 ⎜⎝ AF U AF L ⎟⎠ 2 f s cot α Au e f s tan α fn
2 f s cos 2α 1
− + ( f F U + f F L )cos 2 α − f u sen 2 α =
sen 2α 2
f n (sen 2 α − cos 2 α ) + ( f F U + f F L )cos 2 α − f u sen 2 α = 0
1
2
de modo que
8.7
fn −
1
( fF + fF L )
tan 2 α = 2 U (8.15)
f n − fu
As Eqs. (8.9), (8.10) e (8.11) definem as tensões primárias causadas diretamente pela tração
diagonal. Há também tensões secundárias que devem ser levadas em consideração. A componente
vertical das tensões de fn, agindo nas mesas, causa a flexão das mesmas entre os reforçadores, como
mostrado na Fig. 8-4. A mesa (ou flange) pode ser considerado como uma viga contínua, apoiada nos
reforçadores; a carga total de flexão num vão é igual a Pu, e se esta carga for considerada
uniformemente distribuída, o momento primário máximo ocorre no reforçador (compressão nas fibras
internas e tração nas fibras externas) e o seu valor é wd 2/12, onde w é a carga por unidade de
comprimento, ou seja
Pu S Sd 2
w= = tan α ⇒ M max = tan α (8.16)
d h 12h
No centro do vão ocorre um momento com a metade da intensidade, com tração nas fibras internas e
compressão nas fibras externas.
Se a rigidez das mesas em flexão é pequena, as deflexões mostradas na Fig. 8-4a são suficientes
para aliviar a tração diagonal nas faixas diagonais que estão conectadas à mesa, na região central do
vão. As diagonais conectadas entre reforçadores devem balancear esta deficiência e, portanto, carregar
tensões mais altas do que aquelas calculadas sob a hipótese de que todas as diagonais estão
igualmente carregadas. As diagonais que são mais solicitadas estão mostradas esquematicamente na
Fig. 8-4b. A redistribuição da tensão na alma causa também uma redução no momento secundário nas
mesas. Usando hipóteses simplificadoras, Wagner (Ref. 8.1) estimou estes efeitos de acordo com as
expressões
f n max = (1 + C 2 ) f n (8.17)
Sd 2 tan α
M max = C3 (8.18)
12h
8.8
onde os fatores C2 e C3 serão discutidos mais adiante. Estes fatores são funções do parâmetro ω d, que
mede a flexibilidade das mesas:
⎛ 1 1 ⎞ t
ω d = d sen α 4 ⎜⎜ + ⎟⎟ (8.19)
⎝ I T I C ⎠ 4h
t
ω d ≈ 0,7d 4 (8.20)
h( I T + I C )
Os reforçadores numa viga em campo de tração diagonal podem ser duplos (em ambos os lados
da alma) ou simples. Ambos os tipos são sempre conectados à alma. A resistência à flambagem dos
reforçadores não pode ser calculada através de uma aplicação simples da teoria do Capítulo 2, porque a
alma fornece uma restrição à flambagem. Tão logo um reforçador começa a flambar para fora do plano
da alma, as diagonais em tração que cruzam o reforçador se quebram num ângulo e as forças de tração
nestas diagonais desenvolvem uma componente normal à alma, componente esta que tende a forçar o
reforçador de volta à sua posição original no plano da alma. Esta força restauradora é proporcional à
deflexão para fora do plano, do ponto em que a diagonal em tração cruza o reforçador. O reforçador,
portanto, está sujeito à uma força restauradora distribuída que é proporcional à deflexão. O problema do
cálculo da carga crítica de tal membro em compressão é bastante conhecido (colunas sobre fundações
elásticas). Wagner deu resultados dos cálculos para reforçadores duplos com extremidades engastadas
e simplesmente apoiadas na forma de curvas como aquelas da Fig. 8-5, mostrando a razão Pucr/PuE
como função da razão d/h, onde Pucr é a carga de flambagem do reforçador e PuE, a carga de Euler, i.e.,
a carga de flambagem que o mesmo reforçador suportaria se fosse simplesmente apoiado e não
conectado à alma.
8.9
A hipótese de extremidades engastadas seria justificada somente nos casos em que as
extremidades dos reforçadores fossem rigidamente conectadas às mesas e se estas fossem
infinitamente rígidas em torção. Este não é usualmente o caso, principalmente porque as mesas das
vigas apresentam normalmente baixa rigidez torsional. Ensaios em vigas com almas muito finas
mostraram, além disto, que a curva de Wagner para reforçadores duplos simplesmente apoiados
também são otimistas para baixos valores de d/hu. A linha reta da Fig. 8-5 é levemente conservativa para
a média dos ensaios realizados e corresponde ao comprimento efetivo de coluna
hu
Le = para d < 1,5h
4 − 2(d / hu ) (8.21)
Le = hu para d > 1,5h
Na prática, d é raramente escolhido maior do que hu, objetivando manter baixo o fator de flexibilidade do
flange, ωd.
Reforçadores simples (de um lado da alma somente) comportam-se como colunas carregadas
excentricamente. Sob cargas muito pequenas, a excentricidade e do carregamento é evidentemente a
distância do centróide do reforçador ao plano médio da alma. Se o espaçamento dos reforçadores for
pequeno, a deflexão da alma entre os reforçadores será a mesma, na média. Em conseqüência, a
excentricidade é constante e igual a e ao longo do reforçador, e invariável com o aumento de carga. O
reforçador, portanto, pode ser dimensionado como uma coluna carregada excentricamente, com
deflexão desprezível:
Pu Me Pu P e2 P ⎛ e2 ⎞ P
fu = + = + u 2 = u ⎜⎜1 + 2 ⎟⎟ = u (8.22)
Au I Au Au ρ Au ⎝ ρ ⎠ Au e
onde, evidentemente,
Au
Au e = (8.23)
e2
1+ 2
ρ
Deve ser notado que a alma não contribui com uma “largura efetiva” para o reforçador sob a condição de
tração diagonal pura. É evidente que a Eq. (8.22) também se aplica a um reforçador duplo não simétrico
em relação à alma. Para reforçadores duplos simétricos em relação à alma (o caso mais usual) e = 0 ,
donde Aue = Au .
Se os reforçadores são muito espaçados, a maior parte da alma permaneceria, na média, em seu
plano original. Em conseqüência, a carga de compressão agindo nos reforçadores permaneceria no
plano original e o reforçador funcionaria como uma coluna carregada excentricamente e sobre uma
fundação elástica. Entretanto, um espaçamento muito grande entre reforçadores resultaria numa
distribuição de tração diagonal não-uniforme (veja a Fig. 8.4b). Nesta configuração, a direção da carga
de compressão, como vista num plano transversal ao plano da alma, é determinada essencialmente pela
configuração da alma na vizinhança da conexão do reforçador à mesa; as condições são, portanto, mais
8.10
uma vez semelhantes ao caso dos reforçadores pouco espaçados. Diante destas considerações, as
Eqs. (8.22) e (8.23) têm sido utilizadas para reforçadores simples, independentemente do espaçamento.
Evidência experimental indica que esta prática é aceitável diante do presente estágio do
desenvolvimento da teoria.
Nesta seção é discutida a “teoria de engenharia” desenvolvida por Kuhn e outros (Ref. 8.2) que
pode ser considerada como uma interpolação entre a teoria de vigas com almas resistentes ao
cisalhamento (não há flambagem da alma) e a teoria de vigas em campo de tração diagonal pura. O
método decorrente da teoria de Kuhn, com equenas modificações, será apresentado na seção 8.4.
Quando uma carga gradualmente crescente é aplicada a uma viga de alma plana, reforçada
transversalmente e livre de imperfeições substanciais, as seguintes observações podem ser feitas:
Quando submetida a cargas baixas, a viga se comporta de acordo com a teoria da viga
resistente em cisalhamento; a alma permanece plana e não há tensões nos reforçadores;
Numa determinada carga crítica, a alma começa a flambar; as ondulações são quase
imperceptíveis e medidas muito cuidadosas são necessárias para estabelecer o seu padrão;
à medida que a carga é aumentada, as ondulações tornam-se mais profundas e mais distintas e
o padrão muda lentamente para o padrão de dobras paralelas, característico de um campo de
tração diagonal bem desenvolvido.
A intuição física sugere que o estado de tração diagonal pura é aproximado bastante bem se a
carga aplicada é algumas centenas de vezes maiores do que a carga de flambagem. Para a grande
maioria das almas, entretanto, a razão entre a carga de falha e a de flambagem é muito menor e a
teoria de tração diagonal pura fornece aproximações tanto mais pobres quanto menor esta razão.
Wagner (Ref. 8.3) foi o primeiro a sugerir um melhoramento da teoria para a análise de campos de
tração diagonal parcial. Ele sugeriu que quando a tensão nominal aplicada fs é maior do que a tensão
crítica, Fscr, somente o excesso acima da tensão crítica (fs – Fscr) deve ser considerado na determinação
dos efeitos de tração diagonal.
Seja fsDT a parcela da tensão nominal aplicada fs que é carregada pela ação de tração diagonal. A
formulação matemática da hipótese, então, seria
Fs cr
f s DT = f s − Fs cr = f s (1 − ) (8.24)
fs
8.11
O uso da Eq. (8.24) melhora a predição das tensões nos reforçadores, mas esta melhora é
significativa somente para uma faixa estreita de proporções geométricas. Kuhn e seus colaboradores
(Ref. 8.2) estabeleceram a meta de desenvolver uma teoria melhorada que fosse aplicável no espectro
completo de proporções geométricas (da viga com alma resistente ao cisalhamento, à viga com alma em
campo de tração diagonal pura) e que fosse o mais simples possível, uma vez que uma aeronave tem
centenas de elementos que devem ser projetados, levando-se a ação de tração diagonal em
consideração.
A tensão nominal de cisalhamento fs é dividida em duas partes: uma tensão fS carregada por ação
verdadeira de cisalhamento da alma, e a porção fDT , carregada pela ação de tração diagonal. Desta
forma,
f s = f S + f DT ou f DT = kf s ; f S = (1 − k ) f s (8.25)
onde k é chamado de fator de tração diagonal. Deve ser notado que a Eq. (8.24) é um caso particular
desta formulação mais geral, com o fator k definido como
fs
k = 1− (8.26)
Fs cr
Na teoria melhorada de Kuhn, o fator k é também considerado uma função de fs/Fscr, mas foi
determinado empiricamente a partir de uma série de ensaios. A expressão empírica é
⎛ f ⎞
k = tanh ⎜⎜ 0,5 log10 s ⎟⎟ (8.27)
⎝ Fs cr ⎠
A Fig. 8-6 mostra o estado de tensões na alma para o casos limites (k = 0 e k = 1) e para o caso
geral intermediário. A superposição dos dois sistemas de tensões no caso geral fornece,
respectivamente, para tensões f1 ao longo da direção α e tensões f2 perpendiculares a esta direção,
2kf s
f1= + f s (1 − k ) sen 2α (8.28)
sen 2α
f 2 = − f s (1 − k ) sen 2α (8.29)
Para estas equações (e para todas as outras nesta seção) é considerado que os flanges não são
suficientemente flexíveis para produzir uma não-uniformidade significativa de tensões.
8.12
O valor de k dado pela Eq. (8.27) é menor do que aquele dado pela Eq. (8.26), exceto para os casos
limites (fs/Fscr = 1 e fs/Fscr → ∞). Isto implica em que a tensão de cisalhamento verdadeira na chapa tem
que desenvolver valores maiores do que Fscr, ao contrário da hipótese na qual é baseada a Eq. (8.24). À
primeira vista, a hipótese de que a tensão diagonal de compressão não aumenta acima da tensão crítica
parece plausível, particularmente quando se tem em mente o esquema das barras da Fig. 8-1.
Entretanto, é de amplo conhecimento que chapas profundamente corrugadas podem carregar tensões
muito altas antes de falhar. Não parece portanto razoável considerar que ondulações quase
imperceptíveis, que se formam quando a chapa é carregada pouco acima da tensão crítica, sejam
capazes de imediatamente privar a chapa de toda a capacidade de suportar qualquer incremento em
tensões diagonais de compressão e, consequentemente, qualquer aumento de tensão de cisalhamento
verdadeira.
Por outro lado, se a chapa é considerada ser capaz de carregar tensões diagonais de compressão,
não há porque não considerar que pode, também, carregar tensões de compressão paralelas aos
reforçadores ou às mesas. Noutras palavras, uma certa largura efetiva da alma deve ser considerada
como cooperando com os reforçadores e mesas. Cálculos tentativos para as tensões desenvolvidas nos
reforçadores durante a bateria de ensaios deram resultados satisfatórios quando a largura efetiva
trabalhando com os reforçadores foi considerada ser dada pela expressão
de
= 0,5(1 − k ) (8.30)
d
A largura efetiva de 0.5d imediatamente após a flambagem pode ser considerada como produzida por
uma distribuição cosenoidal de tensões, com a tensão nos bordos o dobro da tensão critica, como
indicado na Fig. 8-7. A hipótese de decréscimo linear com k foi feita como expediente mais simples
possível.
Sob as hipóteses feitas, a tensão num reforçador é obtida modificando-se a Eq. (8.11), válida para
tração diagonal pura:
kf s tan α
fu = − (8.31a)
Au e
+ 0,5(1 − k )
dt
De forma análoga, a tensões nos flanges produzidas pela tração diagonal tornam-se
8.13
kf s cot α
fF = − (8.31b)
2 AF
+ 0,5(1 − k )
ht
εn −
1
(ε F + ε F L )
tan 2 α = 2 U (8.31c)
εn − εu
Esta forma é mais geral do que a Eq. (8.15) porque é aplicável quando a alma, flanges e reforçadores
são maufaturados de materiais com módulos de elasticidade distintos. As deformações que aparecem na
Eq. (8.31c) são definidas por
f F U ,L fu
; ε = ( f1 − υ f 2 )
1
ε F U ,L = ; εu = (8.31d)
E E E
com as tensões f1 e f2 definidas pelas Eqs. (8.28) e (8.29), de modo que
f s ⎡ 2k ⎤
ε= ⎢ + (1 − k )(1 + υ )sen 2α ⎥ (8.31e)
E ⎣ sen 2α ⎦
Para fins práticos, sen2α pode ser feito igual a um, uma vez que 38o < α < 45o . Em consequência,
ε≈
fs
[1 + υ + k (1 − υ )] (8.31f)
E
Todos os gráficos para o campo de tração diagonal de almas planas, apresentados na seção 8.4,
foram levantados sob esta hipótese, com ν = 0,32 , e ainda considerando que as mesas são
suficientemente rígidas, em comparação com a alma e reforçadores, para tornar εF desprezível na
Eq. (8.31c).
8.4 MÉTODO NACA PARA ANÁLISE DE VIGAS EM CAMPO DE TRAÇÃO DIAGONAL PARCIAL
A NACA acredita que as fórmulas que seguem fornecerão predições de resistência razoáveis se
práticas normais de projeto forem utilizadas. As seguintes limitações devem ser observadas:
a) Os reforçadores não devem ser demasiadamente finos. Especificamente, tu/t > 0,6.
b) O espaçamente entre reforçadores d não deve estar muito fora do intervalo 0,2 < d/he < 1 .
c) Os ensaios conduzidos pela NACA não cobriram vigas com almas muito finas e muito
espessas; resultados não-conservativos podem existir foram do intervalo 200 < he/t < 1500.
8.14
d) A Boeing (Ref. 8.4) estabelece Au/dt > 0,25, onde Au é a área do refoçador (total no caso de
reforçador duplo). A Douglas (Ref. 8.5) estabelece o intervalo 0.3 < Au/dt < 0,5 , primariamente
visando projeto de peso mínimo.
8.15
No regime elástico, a tensão crítica da alma entre dois reforçadores é dada pela expressão
Fs crk π 2E ⎛ t ⎞ ⎡ 2
⎛ dc ⎞ ⎤
3
dc = largura da placa entre reforçadores, medida entre as linhas médias de rebitagem para
reforçadores simples e igual ao vão livre entre reforçadores para reforçadores duplos
hc = altura da placa medida entre as linhas médias de rebitagem para mesas simples e igual ao
vão livre entre mesas para mesas duplas (ambos os lados da alma)
Quando os reforçadores são muito mais finos do que a alma, o coeficiente Rh é muito baixo. Neste caso,
o termo entre colchetes pode tomar valores menores do que a unidade, significando que o valor da
tensão crítica dada pela Eq. (8.32) seria menor do que a tensão crítica teórica para uma placa
simplesmente apoiada. Isto, evidentemente, seria um absurdo. Neste caso, o termo entre colchetes deve
ser tomado como igual à unidade.
A Eq. (8.32) é válida no regime elástico, para placas sem cladding. No regime inelástico e/ou placas
com cladding, as devidas correções devem ser realizadas (veja Cap. 5):
⎛F
Fs cr = ηη ⎜⎜ s cr
⎞
⎟⎟ onde η = s
(
E 1 −υe
2
)
⎝ η ⎠ (
E 1−υ 2 ) (8.33)
A Fig. 8-10 fornece a correção necessária para duas ligas típicas de alumínio.
8.16
Visando a minimização do peso estrutural, é comum pelo menos parte dos painéis planos numa
viga serem projetados com furos circulares. Para o cálculo da tensão crítica de flambagem por
cisalhamento destes painéis podem ser utilizados os subsídios fornecidos pelas Refs. 8-6 e 8-7. A
Boeing (Ref. 8-8) desenvolveu gráficos para o cálculo da tensão crítica de flambagem de placas planas
com um furo circular central, quando submetidas a carregamento de cisalhamento puro. A presença do
furo na placa causa uma distribuição não-uniforme que resulta em tensões de pico na vizinhança do furo.
Os gráficos apresentam fatores de correção para as tensões de flambagem da mesma placa sem o furo.
Os resultados são baseados em simulações por elementos finitos realizadas no regime elástico, de
modo que a tensão de pico deve permanecer abaixo do limite de proporcionalidade:
k sπ 2 E ⎛ t ⎞
2
Fs cr = β 2 ⎜ ⎟
( )
12 1 − υ e ⎝ b ⎠
(8.34)
8.17
8.18
8.19
O fator β é dado pelas Figs. 8-11a-d , e o fator Ktg, pela Fig. 8-11e. Uma estimativa do limite de
proporcionalidade é fornecida pela expressão
1
⎡ Fcy n
⎤ n −1
Fp ≈ ⎢ ⎥ (8.35)
⎢⎣ 0,398nE ⎥⎦
Painéis planos em tração diagonal parcial podem estar submetidos a outras cargas, além daquelas
de cisalhamento. A alma de uma viga, por exemplo, está também carregada em flexão. Por outro lado,
um painel do revestimento normalmente também está carregado por tensões de compressão (ou tração).
Como foi visto no Cap. 5, de uma maneira geral, a combinação de carregamentos tem o efeito de
abaixar a carga crítica (em cisalhamento, no caso) do painel que está submetido a cisalhamento puro.
É, entretanto, importante ressaltar que os ensaios experimentais realizados por Kuhn foram
realizados em vigas submetidas a cisalhamento puro. Se, por um lado, não se pode duvidar de que um
carregamento combinado com o cisalhamento terá influência no desenvolvimento do campo de tração
diagonal, também não se pode garantir que os resultados relativos ao campo geral de tensões
desenvolvido estejam nos mesmos níveis de precisão.
2 2
⎛ fb ⎞ ⎛ fs ⎞
⎜ ⎟ +⎜ ⎟ =1 (8.36)
⎜F ⎟ ⎜F ⎟
⎝ b cr ⎠ ⎝ s cr ⎠
cisalhamento agindo sozinhas, e fb e fs são tomadas sempre positivas. Para qualquer painel particular,
pode-se escrever
Fb cr
= A ⇒ Fb cr = AFs cr
Fs cr
(8.37)
fb
= B ⇒ f b = Bf s
fs
1
Fs cr = Fs cr 2
(8.38)
⎛B⎞
1+ ⎜ ⎟
⎝ A⎠
8.20
Fs cr é a tensão crítica do painel em cisalhamento, sob tensões combinadas de cisalhamento e flexão
cuja proporção é a mesma das cargas efetivamente aplicadas.
⎡ B 2 ⎤
⎢ − + ⎛⎜ ⎞⎟ + 4 ⎥
B
⎢ A ⎝ A⎠ ⎥
Fs cr = Fs cr ⎢ ⎥ (para compressão) (8.41)
2
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎣ ⎦
⎡B ⎛ B⎞
2 ⎤
⎢ + ⎜ ⎟ +4⎥
⎢A ⎝ A⎠ ⎥
Fs cr = Fs cr ⎢ ⎥ (para tração) (8.42)
2
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎣ ⎦
Fs cr ≡ Fs cr será suprimida, por comodidade), onde fs é a tensão de cisalhamento nominal, i.e., a tensão
média no sentido da altura.
Se a altura dos flanges (mesas) é pequena quando comparada com a altura da viga e os flanges
são compostos de seções em ângulo, a tensão fs pode ser computada pela expressão
8.21
Sw
fs = (8.43)
he t
Em vigas com outras seções transversais, a tensão média nominal deve ser computada pela
expressão
S w QF ⎛ 2 Qw ⎞
fs = ⎜⎜1 + ⎟⎟ (8.44)
It ⎝ 3 QF ⎠
onde QF é o momento estático em torno do eixo neutro do material dos flanges, e Qw é o momento
estático em torno do eixo neutro, do material efetivo da alma acima do eixo. Para o cômputo de I e Q, a
efetividade da alma deve ser estimada numa primeira aproximação. Numa segunda e última
aproximação, a efetividade da alma pode ser tomada igual a (1-k), onde k é o fator de tração diagonal
determinado no próximo passo. Portanto, no cômputo de I e Q, a espessura efetiva da alma é (1-k)t. A
razão entre as Eqs. (8.44) e (8.43) para uma viga em I, em função de Aw/AF, e para razões constantes de
h1/he de 0,8 e 1,0 , representativas dos limites práticos de projeto, está plotada na Fig. 8-12. Observa-se
que valores de Aw/AF maiores do que 1.0 levam a estimativas conservativas (mais de 10%) das tensões
de cisalhamento na alma baseadas na equação simplificada 8.43.
8.22
⎛ f ⎞
k = tanh ⎜⎜ 0,5 log10 s ⎟⎟ (8.27)
⎝ Fs cr ⎠
ou pode ser lido diretamente da Fig. 8-13. Para evitar o enrugamento excessivo e vincos permanentes
na alma, na condição de carregamento limite, condições propícias para falha por fadiga, é recomendado
que o fator de tração diagonal na condição última não ultrapasse o valor máximo de
A área efetiva do reforçador isolado (sem contribuição da alma) é dada pela Eq. (8.23). Para
reforçadores duplos e simétricos em relação ao plano da alma, e = 0.
Au
Au e = (8.23)
e2
1+ 2
ρ
O ângulo de tração diagonal pode ser determinado pelo processo iterativo discutido na seção 8.3.2
ou através de curvas baseadas na aproximação discutida na mesma seção.
Método Iterativo:
8.23
Passo 2: calcule
kf s tan α kf s cot α f s ⎡ 2k ⎤
εu = − ε F U ,L = − ε= ⎢ + (1 − k )(1 + υ )sen 2α ⎥
⎡A ⎤ ⎡ 2 AF U , L ⎤ E ⎣ sen 2α ⎦
E ⎢ u e + 0,5(1 − k )⎥ E⎢ + 0,5(1 − k )⎥
⎣ dt ⎦ ⎣ ht ⎦
Passo 3: calcule
⎡ ⎤
⎢ ε n − (ε F U + ε F L ) ⎥
1
α = atan ⎢ 2 ⎥
⎢ εn − εu ⎥
⎢⎣ ⎥⎦
Passo 4: compare o ângulo estimado no Passo 1 com aquele calculado no Passo 3 e itere, se
necessário.
Método Aproximado:
Como visto na seção 8.3.2, o método aproximado considera que sen2α = 1, que as deformações no
flange são desprezíveis em relação aquelas na alma e no reforçador, que o módulo elástico é o mesmo
para alma e reforçador e um valor de 0.32 para o coeficiente de Poisson. Nestas condições,
fu
εn ≈
fs
[1 + υ + k (1 − υ )] = f s (1,32 + 0,68k ) e εu = , de modo que
E E E
Esta equação está graficada na Fig. 8-14 (observe que fu é negativo; se feito positivo, como na figura, o
sinal em baixo do radical tem de ser também positivo). Por outro lado,
fu k tan α
=−
Au e
+ 0,5(1 − k )
fs
dt
2
⎧ 1 f u ⎡ Au e ⎤⎫ 1,32 + 0,68k
ou tan α = ⎨
2
⎢ + 0,5(1 − k )⎥ ⎬ =
⎩ k f s ⎣ dt ⎦⎭ 1,32 + 0,68k − f u f s
de modo que
Au e 1,32 + 0,68k
− 0,5(1 − k )
k
=− (8.47)
dt fu f s 1,32 + 0,68k − f u f s
8.24
8.25
8.4.6 Tensão de Cisalhamento Máxima na Alma
É sabido que a teoria do engenheiro para vigas não é inteiramente capaz de prever a falha de vigas,
mesmo com seções transversais mais simples; tem de ser suplementada por módulos de ruptura
determinados experimentalmente. De uma maneira análoga, a teoria de engenharia do campo de tração
diagonal parcial deve ser suplementada por módulos de falha determinados de forma empírica.
A tensão na alma pode ser expressa, ou como uma tensão nominal de cisalhamento, ou como uma
tensão nominal de tração diagonal; a primeira alternativa é adotada aqui. A tensão nominal de pico num
painel pode ser definida pela expressão:
( )
f s max = f s 1 + k 2 C1 (1 + kC 2 ) (8.48)
Nesta equação, C1 é um fator de correção devido ao fato de que o ângulo de tração diagonal não é 45o .
Para uma alma em tração diagonal pura (k = 1) e α = 45o , a tensão de cisalhamento é
fn
fs =
2
f n sen 2α f
fs = < n
2 2
Igualando a tensão de cisalhamento máxima a fn/2 resulta em
f n sen 2α f 1
f s max = f s (1 + C1 ) = (1 + C1 ) = n ⇒ C1 = −1 (8.49)
2 2 sen 2α
Esta curva está graficada na Fig. 8-16.
O fator C2 é um fator de concentração de tensões que surge devido à flexibilidade dos flanges e que
foi introduzido na Eq. (8.17). É considerado que o efeito do fator C2 varia linearmente com k na
expressão (8.48) por falta de melhores dados. O efeito do fator C1 foi considerado variar com k2 baseado
nos ensaios realizados em painéis curvos, nos quais o ângulo α varia numa gama maior do que em
8.26
almas planas. De qualquer forma, nas almas planas consideradas aqui, o ângulo toma um valor perto de
40o, e o efeito de C1 não é importante. O fator C2 está graficado na Fig. 8-17.
A tensão admissível na alma, Fs, é determinada por testes e depende do valor do fator de tração
diagonal k, bem como dos detalhes das conexões da alma ao flange e aos reforçadores. A Fig. 8-18
fornece curvas empíricas de tensões admissíveis para duas ligas de alumínio. Deve ser notado que
estas curvas contém uma previsão para o fator de rebite; a inclusão deste fator nestas curvas é possível
porque os testes indicaram que a tensão de cisalhamento última, baseada na área bruta (i.e., sem a
redução devido aos furos dos rebites) da seção, é quase constante dentro doa faixa normal do fator de
rebite (CR > 0,6) . Tensões admissíveis para outros materiais podem ser obtidas da Fig. 8-19.
8.27
A alma deve satisfazer quatro critérios de resistência:
Fs
a) f s max ≤ Fs MS = −1 (8.50)
f s max
SQ
b) ≤ Fsu no eixo neutro (8.51)
It
onde Q e I são, respectivamente, o primeiro e segundo momentos de área em torno do eixo neutro
(inclua a alma efetiva na determinação de Q e I)
c) A tensão de cisalhamento (área líquida) ao longo da linha interna da rebitagem alma-flanges, não
pode exceder a tensão de cisalhamento última admissível:
⎛ p ⎞⎛⎜ t ⎞
⎟ f s ≤ Fsu
⎜⎜ ⎟⎟ (8.52)
⎝ p − D ⎠⎜⎝ t p ⎟
⎠
onde D = diâmetro do rebite, p = passo de rebitagem e tp = espessura do “pad up”
8.28
d) Uma verificação de tensões combinadas deve ser feita na interseção da linha interna de
rebitagem alma-flange e a linha de rebitagem do reforçador. A seguinte equação de interação deve ser
satisfeita pelas tensões de tração e cisalhamento (área líquida):
2
⎡⎛ s ⎞⎛ t ⎞ fs ⎤ ⎡ f t max y ⎛ s ⎞⎤
2
⎢⎜ ⎟⎜⎜ ⎟
⎟ F ⎥⎥
+⎢ ⎜ ⎟⎥ ≤ 1 (8.53)
⎢⎣⎝ s − D ⎠⎝ t p ⎠ su ⎦ ⎣ Ftu c ⎝ s − D ⎠⎦
onde ftmax = tensão de tração na fibra extrema do flange, c = distância do eixo neutro à fibra extrema, y =
distância do eixo neutro ao ponto de interseção das linhas de rebitagem, definido acima e s = passo da
rebitagem alma-reforçador.
não se desenvolvam ondulações permanentes. A Força Aérea Americana, por exemplo, especifica em
seus requisitos a não ocorrência de ondulações permanentes na condição limite.
kf s tan α
fu = − (8.31a)
Au e
+ 0,5(1 − k )
dt
ou pela Fig. 8.15, no caso do cálculo aproximado de tanα. Para reforçadores duplos simétricos em
relação à superfície média da alma, esta tensão média age no centróide do reforçador. É uniformemente
distribuída sobre a seção transversal iniciar a flambagem do reforçador.
8.29
A Eq. (8-31a) considera que os valores de fs, k e tanα são os mesmos nos painéis de ambos os
lados do reforçador. Se esta não for a situação, valores médios devem ser usados (média dos valores
dos dois painéis). Alternativamente, uma verificação conservativa poderia ser feita tomando-se o maior
valor da tensão nominal de cisalhamento.
Para um reforçador simples (ou reforçador duplo não-simétrico), a tensão dada pela Eq. (8.31a)
ainda é uma tensão média ao longo do comprimento do reforçador, mas é aplicada somente no plano
médio da alma, ao longo da linha de rebitagem alma-reforçador. Em qualquer seção transversal do
reforçador, a tensão de compressão decresce com o aumento da distância da alma, porque o reforçador
é uma coluna carregada excentricamente pela tração na alma. Em conseqüência, fórmulas para falha
local baseadas em distribuições de tensões uniformes sobre a seção transversal não se aplicam.
8.30
Sob a condição de tração diagonal pura (e carga de cisalhamento constante ao longo da viga) a
tensão fu no reforçador é constante ao longo de seu comprimento. Entretanto, ensaios experimentais
mostram que esta tensão de fato apresenta um máximo no meio do reforçador, decrescendo para as
extremidades. Como também foi observado que a maioria das falhas em reforçadores são de natureza
local, parece razoável supor que a tensão máxima, fumax, seja um índice melhor para tal tipo de falha do
que a tensão média fu.
A variabilidade de fu, ou da razão fumax/fu, é maior logo após a flambagem da alma e decresce à
media que a tração diagonal se desenvolve. Diante a escassez de subsídios teóricos e experimentais,
Kuhn (Ref. 8.2) optou por uma variação linear de fumax/fu com d/h. A Fig. 8-21 mostra esta variação
graficamente.
Como discutido anteriormente, a alma age como um meio que restringe a ação de coluna do
reforçador, modificando e seu comprimento efetivo. Uma vez que ensaios experimentais mostraram que
as fórmulas teóricas desenvolvidas para a ação de restrição são muito otimistas (Fig. 8-5), Kuhn
desenvolveu a expressão empírica introduzida nas Eqs. (8-21).
A falha como coluna por instabilidade elástica no sentido de Euler só é possível para reforçadores
duplos e simétricos. O reforçador simples é um membro em compressão carregado excentricamente.
Uma teoria para reforçadores simples é difícil de ser desenvolvida porque a excentricidade da carga é
uma função das deformações do reforçador e da alma, bem como das propriedades do reforçador.
Tendo como base as observações experimentais (e.g., reforçadores simples tendem a flambar em duas
semi-ondas), Kuhn recomenda que os reforçadores sejam analisados como colunas, com os seguintes
comprimentos efetivos:
hu
Le = d < 1,5h
⎛ d ⎞
1 + k 2 ⎜⎜ 3 − 2 ⎟⎟ para reforçadores duplos (8.55)
⎝ hu ⎠
Le = hu d > 1,5h
hu
Le = para reforçadores simples (8.56)
2
8.31
onde hu é o comprimento do reforçador medido entre os centróides das fixações de reforçador-flanges.
A tensão admissível e margem de segurança para o modo de falha como coluna são,
respectivamente,
π 2 Et Fu cr
Fu cr = − ; MS = −1 (8.57)
(Le ρ )2 f u cent
Para reforçadores simples, além disto, a tensão média deve obedecer à inequação
Fco
f u < Fco ; MS = −1 (8.58)
fu
onde Fco é a tensão admissível de compressão (<0) para Le/ρ → 0, ou seja, o menor valor absoluto entre
Fcy e Fcc. Isto é uma tentativa de considerar o efeito da carga excêntrica sobre a coluna.
Quase todas as falhas de reforçadores transversais de seção aberta podem ser explicadas pela
falha local forçada. O quadro da deformação pode ser descrito com base na Fig. 8-22, que mostra uma
seção em ângulo representando a parte do reforçador conectada à alma. A ondulação da alma, devida à
flambagem por cisalhamento, força o bordo livre A-A da aba conectada à alma a desenvolver, também,
uma forma ondulada. A amplitude desta ondulação é máxima no bordo livre e zero ao longo da dobra do
ângulo, B-B. Se as deformações são grandes, uma onda semelhante aparecerá no bordo livre C-C da
aba adjacente, mas a amplitude é muito menor, porque esta aba está sob tração, uma vez que o
reforçador está sujeito à flexão excêntrica. Se o reforçador fosse uma seção em Z, a linha C-C também
permaneceria reta, e somente uma amplitude extremamente pequena seria observada ao longo do bordo
livre da aba livre.
8.32
A ação de uma tira ao longo da borda A-A do reforçador é análoga àquela de uma viga-coluna. A
tira está sob a tensão de compressão fu criada pela tração diagonal, e sob uma pressão lateral exercida
pela ondulação da alma. O problema não é, portanto, de estabilidade elástica no sentido estrito do
termo, como o são os problemas de flambagem local. Podem ocorrer (e ocorrem) grandes deformações,
enquanto a tensão de compressão no reforçador ainda permanece pequena. As ondulações da alma
fornecem um braço de alavanca para as forças de compressão agindo na aba, produzindo uma condição
severa de tensões. As ondulações da aba conectada à alma, por seu turno, induzem a flambagem da
aba livre do reforçador.
Em reforçadores simples, a aba externa livre é consideravelmente aliviada, tendo em vista ser a
tensão de compressão decrescente com a distância à superfície média da alma. Em conseqüência, as
tensões admissíveis para reforçadores transversais simples são maiores do que aquelas para
reforçadores duplos. Devido à natureza local da falha forçada, ela depende muito mais da tensão de pico
do que da tensão média.
A tensão de colapso por falha local forçada é dada pela seguinte fórmula empírica:
1
F0 ⎛ t ⎞3
= −21000k 2 3 ⎜ u ⎟ para reforçadores duplos (8.59a)
η ⎝t ⎠
1
F0 ⎛ tu ⎞ 3
= −26000k 23
⎜ ⎟ para reforçadores simples (8.59b)
η ⎝t ⎠
1
F0 ⎛ t ⎞3
= −26000k 2 3 ⎜ u ⎟ para reforçadores duplos (8.59c)
η ⎝t ⎠
1
F0 ⎛ t ⎞3
= −32500k 2 3 ⎜ u ⎟ para reforçadores simples (8.59d)
η ⎝t ⎠
Es
η= (8.60)
E
As equações acima estão representadas graficamente na Fig. 8-23. As tensões admissíveis para
outros materiais podem ser obtidas com o auxílio da Fig. 8-24.
8.33
8.34
A margem de segurança é calculada através da expressão
F0
MS = −1 (8.61)
f u max
O termo “falha local natural” é usado para denotar uma falha local resultante da tensão de compressão
uniformemente distribuída sobre a seção transversal do reforçador. Pela definição, pode ocorrer somente
em reforçadores duplos. Para evitar a falha local natural, a tensão de pico no reforçador, fumax, deve ser
menor do que a tensão de falha local da seção com L’/r → 0. Aparentemente, a falha local natural não
parece ser um fator relevante a ser considerado em projeto.
Dados experimentais disponíveis até o momento não indicam que a instabilidade geral da alma e
reforçadores necessita ser considerada no projeto. Aparentemente, o sistema alma-reforçadores estará
livre da instabilidade se os reforçadores forem projetados de modo a falhar por ação de coluna, ou falha
local forçada, numa tensão de cisalhamento não muito menor do que a resistência da alma ao
cisalhamento.
As tensões normais atuantes nos flanges são de três tipos: (a) tensões primárias, devidas às cargas
externas aplicadas, (b) tensões de compressão, devidas à ação de tração diagonal e, (c) tensões
devidas ao momento fletor secundário nos flanges.
a) Tensões primárias
⎡ I ⎤ I − I w (1 − k )
M F = M − M w = M ⎢1 − w (1 − k )⎥ = M (8.63)
⎣ I ⎦ I
A carga axial primária nos flanges é,
MF MF
PF 1 = ± ⇒ fF1 = ± (8.64)
he AF he
onde he é a distância entre os centróides dos flanges e f F 1 é a tensão primária média nos flanges.
As tensões primárias nas fibras extremas dos flanges são dadas por
8.35
M F cF M wcw
fF1 = + (8.65)
I − Iw I
onde cF é a distância entre a fibra extrema e o eixo neutro da viga sem alma e cw é a distância entre a
fibra extrema e o eixo neutro da viga com alma.
As tensões devidas à ação da tração diagonal são uniformes através da seção e são dadas pela Eq.
(8-31b)
kf s cot α
fF = − (8.31b)
2 AF
+ 0.5(1 − k )
ht
O momento secundário num flange, causado pela componente vertical da tração diagonal, pode ser
determinado pela expressão
1
M sec = kf std 2 tan αC3 (8.66)
12
onde C3 é um fator de concentração de tensões dado pela Fig. 8-17. O momento dado pela Eq. (8.66) é
o valor máximo, e ocorre nas extremidades do vão, junto aos reforçadores transversais. Este momento
causa tensões de tração nas fibras externas e tensões de compressão nas fibras internas. Se C3 e k
tiverem valores próximos da unidade, o momento no meio do vão tem a metade do valor dado pela Eq.
(8.66) e sinal oposto (causando compressão nas fibras externas). Devido ao fato destes momentos
serem altamente localizados (tensão média de compressão na seção é nula), a resistência à
compressão do flange é provavelmente aceitável como valor admissível. Acredita-se que os momentos
calculados pela expressão (8.66) sejam conservativos e muitas vezes são desprezados na prática.
onde F é a tensão admissível apropriada para o material (falha local, falha como coluna Euler-Johnson
Um critério geral a ser satisfeito pelo flange é que a espessura de sua aba conectada à alma deve
ser maior ou igual a 1.5t .
8.36
8.4.12 Projeto de Fixações
a) Rebitagem alma-flanges
A carga por unidade de comprimento, na linha de rebitagem alma-flanges, para uma viga com alma
resistente ao cisalhamento é
S
q ′F = para k = 0
hR
A carga por unidade de comprimento para uma viga com alma em tração diagonal pura é (Eq. 8.7)
S
q ′F′ = 1,414 para k = 1
hR
Uma interpolação linear para estes dois casos extremos resulta em
qF =
S
(1 + 0,414k ) (8.69)
hR
onde hR é a distância entre os centróides das linhas de rebitagem, superior e inferior. Kuhn (Ref. 2) alerta
que há um costume quase universal de se utilizar he (distância entre os centróides dos flanges), uma
prática que se mostrou não-conservativa em algumas vigas testadas.
Uma interpretação literal do conceito básico da tração diagonal parcial demandaria que a carga no
rebite fosse composta de duas componentes: uma força (1 – k) S/h, agindo horizontalmente, causada
pela componente de cisalhamento da carga, e a força kS/hcosα, agindo na direção α . A composição
vetorial destas duas componentes daria uma expressão mais complicada do que a Eq. (8.69) e
forneceria valores menores (exceto, é claro, em k = 0 e k = 1). Esta fórmula, em primeira análise, poderia
ser considerada mais racional, mas esta suposta maior racionalidade seria espúria, uma vez que o fator
k expressa condições de tensão médias no painel, e as condições ao longo da borda rebitada não são
médias. De fato, dados experimentais mostraram que a fórmula “mais racional” é um tanto quanto não-
conservativa.
8.37
hu/Le = razão entre a altura do reforçador e seu coprimento efetivo, obtido da Eq. (8.55)
Os rebites também devem ter resistência à tração suficiente para impedir que a placa flambada se
separe do reforçador. Kuhn estabeleceu um critério tentativo dado por
Resistência à tração dos rebites, por unidade de comprimento > 0,15 Ftu t (8.71)
Para reforçadores simples, a resistência à tração necessária para não permitir que as dobras da
alma se separem do reforçador foi estabelecida tentativamente por Kuhn no critério
Resistência à tração dos rebites, por unidade de comprimento > 0,22 Ftu t (8.72)
Não custa lembrar aqui que a resistência à tração de um rebite é definida como a carga que causa
qualquer falha; se a chapa é fina demais, a falha será caracterizada pela cabeça do rebite atravessando
o furo.
Kuhn afirma que, à época da publicação de seu trabalho, não havia um critério para resistência ao
cisalhamento estabelecido para o caso de reforçadores simples e que o critério de resistência à tração
representado pela Eq. (8.72) provavelmente era adequado para assegurar um projeto satisfatório.
O espaçamento entre rebites para reforçadores simples deve ser pequeno o suficiente para que não
ocorra flambagem entre rebites da alma (ou da aba conectada do reforçador se esta for mais fina) sob
uma tensão igual a fumax. O espaçamento entre rebites também deve ser menor do que d/4 para justificar
a hipótese feita sobre as condições de apoio na determiação de Fscr. .
De uma maneira geral, tudo indica que os critérios tentativos de Kuhn representados pelas Eqs.
(8.71) e (8.72) são conservativos demais, especialmente para almas mais finas. Em conseqüência,
algumas indústrias aeronáuticas desenvolveram critérios para uso interno.
A Boeing (Ref. 8.4) estabelece a seguinte tabela de cargas por unidade de comprimento a serem
consideradas no projeto da fixação:
A Boeing também especifica que o passo de rebitagem deve ficar entre 4D e 6D para satisfazer os
requisitos de fadiga.
8.38
A Douglas (Ref. 8.5) também considerou os critérios de Kuhn conservativos demais. Nos testes que
realizou, entretanto, verificou que a razão 0,15 / 0,22 = 0,68 é válida para uso. O problema da resistência
em tração do rebite necessária para que uma placa flambada permaneça em contato com o reforçador, é
o mesmo abordado no Cap. 6 em relação à falha por enrugamento, que envolve o parâmetro g/tw
determinado experimentalmente para painéis reforçados com perfis em Z, C e ângulo, conectados de um
só lado da chapa, ou seja, reforçadores simples. Para reforçadores duplos a Douglas recomenda o
cálculo para o reforçador de um lado da chapa e a aplicação da razão 0,68 estabelecida acima:
⎡ g bw ⎤
E 1 ⎢ 3t + t ⎥t
RR = ⎢ w w ⎥ s p (8.73)
1 − υ ⎛ g ⎞3
2
⎢3 g + 4 w
b ⎥5
⎜⎜ ⎟⎟ ⎢ t ⎥
⎝ tw ⎠ ⎣ w tw ⎦
Estas conexões devem suportar a carga entre o reforçador e o flange da viga. Estas cargas são
Pu = f u Au e (8.74)
onde, evidentemente, Aue = Au para reforçadores duplos simétricos em relação à alma. Esta expressão
desconsidera o fato de que a carga nos reforçadores decresce do centro para as extremidades e é,
portanto, algo conservativa. Dois conectores devem ser utilizados para conectar o reforçador ao flange.
8.39
8.5 EXEMPLO 1
Dados da Alma:
Liga AL 2024 - T3 bare : E = 10.700 ksi ; Fcy = 40 ksi ; Ftu = 63,5 ksi ; Fsu = 39 ksi ;
υ = 0,30 ; F0.7 = 39 ksi ; n = 11,5
h = 34,6 in ; d = 8,5 in ; t = 0,1 in ; I w = 345,2 in 4
Dados das Mesas:
Dados do Carregamento:
S = 87,5 kips (último) ; M = 900 in - kips (último)
t u 0,188 t
= = 1,88 ⇒ u > 0,6 OK
t 0,1 t
d 8,5 d
= = 0,246 ⇒ 0,2 < < 1,0 OK
he 34,6 he
he 34,6 h
= = 346 ⇒ 200 < e < 1500 OK
t 0,1 t
Au 0,521 A Au
= = 0,6 ⇒ u > 0,25 OK > 0,5 ± (não passa o critério da Douglas)
dt 8,5 × 0,1 dt dt
8.40
b) Tensão Crítica da Alma em Cisalhamento
Nota: no que segue, visando simplificar o exemplo, será deconsiderada a influência da flexão na
carga crítica por cisalhamento. Esta simplificação não pode ser normalmente aplicada em
casos práticos de análise.
dc 8,5
= = 0,266 ⇒ Fig. 8 - 8 ⇒ k ss = 5,6
hc 31,9
tu
= 1,88 ⇒ Fig. 8 - 9 ⇒ Rh = 1,21
t
t F 0,15
= = 1,5 ⇒ Fig. 8 - 9 ⇒ Rd = 1,26
t 0,1
= ⎜ ⎟ ⎢ +
1
( − )⎜ ⎟ ⎥ = 9,07 ksi
η ( )
12 1 − 0,3 2 ⎝ 8,5 ⎠ ⎢⎣
1, 21
2
1, 26 1, 21
⎝ 31,9 ⎠ ⎥⎦
regime elástico ⇒ η = 1 ⇒ Fscr = 9,07 ksi
c) Razão de carregamento
87.5 fs 25,289
fs ≈ = 25,289 ksi ⇒ = = 2,788
34,6 × 0,1 Fs cr 9,07
t s = (1 − k )t = (1 − 0,219)0,1 = 0,0781
34,6 34,6 34,6
Qw = 0,0781 × × = 11,687 in 3 ; QF = 1,15 × = 19,895 in 3
2 4 2
0,0781 × 34,6
2
⎛ 34,6 ⎞
3
I = 2 × 0,715 + 2 × 1,15 × ⎜ ⎟ + = 959,38 in 4
⎝ 2 ⎠ 12
87,5 × 19,895 ⎛ 2 × 11,687 ⎞
fs = ⎜1 + ⎟ = 25,251 ksi
959,38 × 0,1 ⎝ 3 × 19,895 ⎠
Na prática, o mesmo valor anterior, portanto, admitamos que fs = 25,3 ksi e k = 0,219
0,521
Au e = 2
= 0,239 in 2 Aue = 0,239 in2
⎛ 0,481 ⎞
1+ ⎜ ⎟
⎝ 0,443 ⎠
1. Método aproximado:
8.41
Au e 0,239 f
= = 0,281 e k = 0,215 ⇒ Fig. 8 - 15 ⇒ u = 0,3
dt 8,5 × 0,1 fs
fu
= 0,3 e k = 0,219 ⇒ Fig. 8 - 14 ⇒ tan α = 0,905
fs
2. Método iterativo:
1ª iteração
tan α = 0,905 ⇒ α = 0,736 rad
0,219 × 25,3 × 0,905
εu = − = −6,979 × 10 − 4
10.700[0,281 + 0,5(1 − 0,219)]
0,219 × 25,3
ε FU = ε F L = − = −5,422 × 10 − 4
⎡ 2 × 1,15 ⎤
0,905 × 10.700⎢ + 0,5(1 − 0,219)⎥
⎣ 34,6 × 0.1 ⎦
25,3 ⎡ 2 × 0,219 ⎤
εn = ⎢ + (1 − 0,219)(1 + 0,3)0,995039⎥ = 34,296 × 10 − 4
10.700 ⎣ 0,995039 ⎦
34,296 + 5,422
tan α = = 0,981
34,296 + 6,979
2ª iteração
tan α = 0,98 ⇒ α = 0,775 rad
0,219 × 25,3 × 0,98
εu = − = −7,557 × 10 − 4
10.700[0,281 + 0,5(1 − 0,219 )]
0,219 × 25,3
ε FU = ε F L = − = −5,007 × 10 − 4
⎡ 2 × 1,15 ⎤
0,98 × 10.700 ⎢ + 0,5(1 − 0,219 )⎥
⎣ 34,6 × 0,1 ⎦
25,3 ⎡ 2 × 0,219 ⎤
εn = ⎢ + (1 − 0,219)(1 + 0,3)0,999796⎥ = 34,360 × 10 − 4
10.700 ⎣ 0,999796 ⎦
34,360 + 5,007
tan α = = 0,969
34,360 + 7,557
3ª iteração
tan α = 0,970 ⇒ α = 0,77 rad
0,219 × 25,3 × 0,97
εu = − = −7,480 × 10 − 4
10.700[0,281 + 0,5(1 − 0,219 )]
0,219 × 25,3
ε FU = ε F L = − = −5,059 × 10 − 4 α = 44,1o
⎡ 2 × 1,15 ⎤
0,97 × 10.700 ⎢ + 0,5(1 − 0,219 )⎥
⎣ 34,6 × 0,1 ⎦
25,3 ⎡ 2 × 0,219 ⎤
εn = ⎢ + (1 − 0,219)(1 + 0,3)0,999536⎥ = 34,357 × 10 − 4
10.700 ⎣ 0,999536 ⎦
34,357 + 5,059
tan α = = 0,971
34,357 + 7,480
8.42
h) Tensão de Cisalhamento Máxima na Alma
⎛ 1 1 ⎞ t 2 × 0,1
ϖd = dsenα 4 ⎜⎜ + ⎟⎟ = 8,5 × 0,6964 = 1,254
⎝ IT IC ⎠ 4h 0,715 × 34,6 × 4
t 0,1
ϖd = 0,7 × 8,54 = 0,7 × 8,54 = 1,262
h(I T + I C ) 34,6 × 2 × 0,715
f s max = 25,3(1 + 0 )(1 + 0,219 × 0,06 ) = 25,6 ksi fsmax = 25,6 ksi
Para k = 0.219 a fig. 8-19 fornece Fs = 24,3 ksi (base Ftu = 62 ksi)
63,5
Fs = 24,3 = 24,9 ksi Fs = 24,9 ksi
62
24,9
MS = − 1 = −0,03 MS = -0,03
25,6
As curvas da Fig. 8-19 são pelo menos 10% conservativas se os rebites forem justos (ou se arruelas
forem empregadas) de modo que não é necessário aumentar a espessura da alma.
⎛ p ⎞⎛⎜ t ⎞
⎟ fs = 1,42 39
⎜⎜ ⎟⎟ 25,3 = 32,4 ⇒ MS = − 1 = 0,20
⎝ p − D ⎠⎜⎝ t p ⎟
⎠ 1,42 − 5 16 32,4
2
⎡⎛ s ⎞⎛ t ⎞ fs ⎤ ⎡ f t max y ⎛ s ⎞⎤
2
⎢⎜ ⎟⎜⎜ ⎟
⎟ F ⎥⎥
+⎢ ⎜ ⎟⎥ ≤ Fsu
⎣⎢⎝ s − D ⎠⎝ t p ⎠ su ⎦ ⎣ Ftu c ⎝ s − D ⎠⎦
Distância entre o eixo neutro e a fibra extrema c = 17,3 + 3,2 – 2,47 = 18 in ; y = 31/2 = 15,5 in
Mc 900 × 18
f t max ≈ = = 16,89 ksi
I 959,38
8.43
2 2
⎡⎛ 1,29 ⎞ 25,3 ⎤ ⎡16,89 15,5 ⎛ 1.29 ⎞⎤
⎢⎜⎜ ⎟⎟ ⎥ +⎢ ⎜ ⎟⎥ = 0,879 2 + 0,302 2 = 0,863
⎣⎝ 1,29 − 5 16 ⎠ 38 ⎦ ⎣ 63,5 18 ⎝ 1,29 − 5 / 16 ⎠⎦
1
MS = − 1 = 0,076
0,863
d/he = 8,5 / 31,9 = 0,266 e k = 0,219 ⇒ Fig. 8-21 ⇒ fumax / fu = 1,44 ⇒ fumax = 11,5 ksi
hu 31,2
Le = = = 15,6 in
2 2
Fcc 0,059
= = 0,0734 ⇒ Fcc = 46,2 > Fcy ⇒ Fcc = Fcy = 37 ksi
37 × 10.700
0 , 75
⎛ 1,5 − 0,188 / 2 ⎞
⎜ ⎟
⎝ 10 × 0,188 ⎠
⎡ 37 ⎛ 15,6 ⎞ ⎤
2
33
Fc = 37 ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ = 33 ksi ⇒ MS = − 1 = 7,9
⎢⎣ 4π 10.700 ⎝ 0,443 ⎠ ⎥⎦
2
3,7
37
f u < Fco ⇒ MS = − 1 = 3,6
8,0
13
F0 ⎛ 0,188 ⎞ 11,7
= 26 × 0,219 ⎜ 23
⎟ = 11,7 ksi ⇒ MS = − 1 = 0,03
η ⎝ 0,1 ⎠ 11,4
a) tensões primárias
Iw
M (1 − k ) = 900(1 − 0,219 ) = 252,9 in - kips ⇒ M F = 900 − 252,9 = 647,1 in - kips
345,18
Mw =
I 959,38
I F = I − I w (1 − k ) = 959,38 − 345,18(1 − 0,219 ) = 689,79 in 4
8.44
Tensões primárias no centróide
647,1
fF1 = ± = ±16,3 ksi
1,15 × 34,6
fibras externas: c = 17,3 + 3,2 – 2,47 = 18,03 in fibras internas: c = 17,3 – 2,47 = 14,83 in
0,219 × 25,3
fF = − = −5,4 ksi
⎡ 2 × 1,15 ⎤
0,97 ⎢ + 0,5(1 − 0,219)⎥
⎣ 34,6 × 0,1 ⎦
1
M sec = 0,219 × 25,3 × 0,1 × 8,5 2 × 1,0 × 0,970 = 3,24 in - kip
12
fibras internas: c = 2,47 fibras externas: c = 3,2 – 2,47 = 0,.73
Tensão de compressão máxima nas fibras externas = – 16,9 – 5,4 – 1,7 = – 24,0 ksi no meio do vão
Tensão de compressão máxima nas fibras internas = – 13,9 – 5,4 – 11,2 = – 30,5 ksi no reforçador
Tensão de tração máxima nas fibras externas = 16,9 – 5,4 + 3,3 = 14,8 ksi no reforçador
Tensão de tração máxima nas fibras internas = 13,9 – 5,4 + 5,6 = 14,1 ksi no meio do vão
8.45
Fcc 0,059
≈ = 0,0674 ⇒ Fcc = 42,4 > Fcy ⇒ Fcc = 39 ksi
37 × 10.700
0 , 75
⎛ 1,75 − 0,075 ⎞
⎜ ⎟
⎝ 10 × 0,2 ⎠
39
MS = − 1 = 0,63
24,0
0,715
ρ= = 0,789 in considerando suporte simples nos reforçadores: L’ = 8,5
1,15
⎡ 37 ⎛ 8,5 ⎞ ⎤
2
36,6
Fc = 37 ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ = 36,6 ksi ⇒ MS = − 1 = 0,69
⎢⎣ 4π 10.700 ⎝ 0.789 ⎠ ⎥⎦
2
21,7
− 60
MS = − 1 = 0,97 (esta fibra está em compressão e nem chega a escoar!)
− 30,5
p) Verificação das Fixações (suponha resistência à tração dos rebites de 5/16” = 2,890 kips)
1) Rebitagem alma-flanges
A carga por unidade de comprimento é
87,5
q F req = (1 + 0,414 × 0,219) = 2,992 kips/in
31,9
8,5 11 × 2,890 3,740
número rebites = 2 × = 11 ⇒ q F all = = 3,740 kips/in ⇒ MS = − 1 = 0,25
1,42 8,5 2,992
2) Rebitagem alma-reforçadores
Usando os valores da Boeing:
q tension req = 0,15 × 63,5 × 0,1 = 0,953 kips/in
0,85 × 24,8 × 0,521
qshear req = = 1,292 kips/in
8,5
1,290 1,0
q tension all = = 1,0 kips/in ⇒ MS = − 1 = 0,05
1,29 0,953
2,890 2,24
qshear all = = 2,24 kips/in ⇒ MS = − 1 = 0,73
1,29 1,292
3) Rebitagem flange-reforçador
8,0 × 0,239 2,992 × 8,5
Pu = = 0,956 kips Ph = = 2,312 kips
2 11
2,890
Ptotal = 0,956 2 + 2,312 2 = 2,502 kips ⇒ MS = − 1 = 0,16
2,502
8.46
8.6 TRAÇÃO DIAGONAL EM SISTEMAS DE ALMA CURVA
8.6.1 Introdução
Este tipo de estrutura tem um lugar de destaque no projeto de estruturas metálicas leves. O
engenheiro estrutural deve ter um bom entendimento do mesmo, assim como deve ter do sistema
relativamente mais simples de almas planas. De fato, a maioria dos sistemas de almas em cisalhamento
numa estrutura de aeronave são curvos, e não planos. A estrutura da fuselagem de uma aeronave
moderna é o exemplo mais marcante. Projetar todo o revestimento da fuselagem como resistente à
flambagem requereria chapas muito grossas e/ou uma subestrutura de suporte (cavernas e reforçadores
longitudinais) muito pouco espaçada. Isto envolveria uma penalidade considerável, em relação ao peso
estrutural, quando comparada com a alternativa de se projetar um arranjo para revestimento que permita
a flambagem. O revestimento metálico típico de aeronaves modernas de combate ou transporte suporta
as cargas limites e últimas com um grau considerável de flambagem. Diante deste fato, a necessidade
de se entender os efeitos da tração diagonal em sistemas de alma curva é óbvia. O que segue, é uma
tradução, adaptada, do tratamento dado pelas Refs. 8.8 e 8.9 ao assunto.
Antes de entrar em detalhes, é útil discutir, de forma geral, o que acorre num sistema de alma curva
quando flamba. Considere uma estrutura semi-monocoque, com uma seção transversal circular ou
elíptica, como mostrado na Fig. 8-26a.
8.47
Considere, agora, a estrutura sujeita a um torque puro T, como mostrado na Fig. 8-26a. Antes que o
revestimento flambe, a torção produz um fluxo de cisalhamento nos painéis do revestimento dado pela
expressão connhecida
T
q=
2A
Somente o revestimento é carregado. Como no caso dos reforçadores transversais da viga de alma
plana, as cavernas não são carregadas e não há cargas nos reforçadores.
1- Os painéis do revestimento flambam e tendem a perder a sua forma curva original na região do
centro do vão formados pelos anéis conectados ao revestimento. Isto resulta numa seção poligonal
nas regiões afastadas dos anéis. O ângulo de tração diagonal é menor do que aquele para uma viga
de alma plana, algo no intervalo de 20o a 30o ;
2- Os reforçadores agora sentem uma carga axial, devido à compressão de suas extremidades
resultante da componente da tração diagonal naquela direção (Fig. 8-27b), como no caso da viga de
alma plana;
3- Os reforçadores também sentem uma carga distribuída normal que tende a fletí-los para dentro, no
sentido radial, na região entre os anéis (Fig. 8-27c);
8.48
5- Quaisquer rebites que sejam utilizados para juntar placas de revestimento ou utilizados nos anéis
das extremidades (i.e., em linhas onde a chapa é descontínua) sentem não somente uma carga do
tipo de cisalhamento, mas também uma carga normal, como no caso da viga de alma plana. Os
rebites também sentem uma carga de tração devida às ondulações do revestimento, o qual tende a
separar dos anéis e reforçadores.
O que é importante observar aqui é que, embora tenha sido aplicado uma torção pura, cargas axiais
de compressão consideráveis foram geradas nos reforçadores e cavernas. E até momentos fletores
foram introduzidos em reforçadores e em anéis do tipo flutuante.
Considere, agora, que ao mesmo tempo em que a carga de torção é aplicada, uma carga de
compressão crescente P é aplicada simultâneamente, como mostrado na Fig. 8-28. O que segue
ocorrerá devdo à presença de P:
1- Os reforçadores, é claro, terão que dividir entre si, a tarefa de suportar a carga P. Haverá algum
revestimento “efetivo” para ajudar;
2- Menos óbvio, mas muito importante, é o fato de que as cargas da tração diagonal devidas ao torque
T serão consideravelmente afetadas pela presença da carga axial, P. Quanto maior for P, em relação
a T, maior será seu efeito sobre os efeitos da tração diagonal. Isto é como segue:
a) Os painéis do revestimento irão agora flambar num valor menor do torque, uma vez que
tensões axiais também estão presentes. Na realidade, há uma flambagem “combinada”
consistindo de flamabagem em cisalhamento e compressão. Isto pode ser obtido da equação de
interação entre estes dois tipos de flambagem;
b) Uma vez que a tensão crítica agora é menor, o fator de tração diagonal, k, será maior;
c) Todos os efeitos de tração diagonal que dependem de k serão majorados. Estes incluem as
cargas axiais induzidas nos reforçadores, as cargas normais que fletem os reforçadores para
dentro, as cargas induzidas nos anéis e as cargas sentidas pelos rebites;
Vê-se, portanto, que o efeito da compressão é ampliar as cargas devidas à tração diagonal.
Considere, agora, que em vez de ser de compressão, a carga axial é de tração. Neste caso, os
efeitos da tração diagonal, devidas ao torque T, são reduzidos:
8.49
1- Os reforçadores e o revestimento sentem a tração devida à P, que se opõe à carga de compressão
devida à tração diagonal;
2- Os painéis do revestimento podem carregar uma tensão maior de cisalhamento antes de flambar. De
fato, uma tensão relativamente pequena de tração pode fazer com que não ocorra flambagem nos
painéis, e se não há flambagem, não há tração diagonal!
3- fator de tração diagonal k será menor (ou zero, se não ocorrer a flambagem).
Finalmente, considere que em vez de uma carga axial P, o momento fletor é aplicado
simultaneamente com a torção, como mostrado da Fig. 8-29. Neste caso, quando a torção é aumentada,
a flexão também o é, mantendo constante a razão M/T, como no caso da carga axial P. Então, da teoria
do engenheiro f = Mz/I, e ocorrerá o seguinte:
1- Os reforçadores (e revestimento) acima do eixo neutro sentirão cargas de compressão, quanto mais
distantes do eixo neutro, maior a carga. Os painéis do revestimento mais acima do eixo neutro,
portanto, flambarão primeiro, numa combinação de cisalhamento e compressão e irão produzir os
maiores efeitos de tração diagonal sobre reforçadores e anéis;
2- Os revestimentos abaixo do eixo neutro flambarão depois (ou simplesmente não flambarão) devido à
tração produzida por M. Portanto, os efeitos da tração diagonal serão menores (ou não-existentes)
nos reforçadores e anéis nesta região;
3- Os revestimentos perto do eixo neutro praticamente não sentirão os efeitos das tensões devidas à
flexão, de modo que flambarão aproximadamente como no caso da torção pura, produzindo efeitos
equivalentes.
Em estruturas aeronáuticas reais, como uma fuselagem, o carregamento aplicado é mais complexo.
No lugar de uma torção pura há, normalmente, um conjunto de cargas verticais (e talvez laterais) que
produzem cisalhamentos que podem variar de painel a painel. E pode haver não somente um momento
fletor, mudando ao longo da fuselagem, mas também cargas axiais devidas a pousos, requisitos de
catapulta, etc. Obviamente, tudo isto complica os cálculos, de modo que experiência e bom senso
ajudam muito; mas o método de ataque ao problema é fundamental, e será discutido agora.
8.50
A NACA conduziu um extenso programa de ensaios experimentais ao longo dos anos, com o
objetivo de determinar um sistema para o projeto de estruturas com almas curvas em tração diagonal. A
teoria para este sistema, como no caso da viga com alma plana, foi dada por Wagner (Ref. 8.3) e outros,
e modificada como necessário a partir dos resultados dos ensaios experimentais. O método de análise e
projeto é apresentado e discutido na Ref. 8.2, e os programas de ensaio de consubstanciação são
apresentados na Ref. 8.6. Para o caso de reforçadores, um método alternativo mais direto é apresentado
na Ref. 8.7 e discutido aqui. É aconselhável ao engenheiro de estruturas aeronáuticas consultar estas
referências para uma apresentação mais completa do desenvolvimento teórico e dos resultados
experimentais.
Como mencionado anteriormente, sistemas de almas curvas são de dois tipos. Um destes tem um
arranjo que resulta em painéis de alma, ou revestimento, mais longos na direção axial, d, do que na
direção circumferencial, h. Isto é típico de um sistema de reforçadores numa fuselagem, como mostrado
na fig. 8.30a. Isto é, a geometria do espaçamento de reforçadores, h, e o espaçamento das cavernas, d,
é tal que
d
>1
h
Anéis flutuantes, não sendo conectados ao revestimento, não determinam o espaçamento d.
Um segundo tipo de estrutura com alma curva pode ser referido como sistema de longerons. Sua
principal característica é que os painéis do revestimento são longos na direção circumferencial. Este tipo
de estrutura, numa fuselagem, tipicamente consistiria de uns poucos membros axiais (mínimo de 3, mas
normalmente de 4 a 8 para um projeto fail-safe) e um grande número de cavernas pouco espaçadas. O
espaçamento típico das cavernas neste sistema é de 4 in a 6 in, comparado com o espaçamento de 15-
20 in no sistema de reforçadores. Isto dá
d
<1
h
como indicado na Fig. 8-30b.
8.51
8.7 SISTEMAS DE REFORÇADORES: ANÁLISE DE TRAÇÃO DIAGONAL
Antes que os efeitos da tração diagonal possam ser calculados, as cargas internas primárias da
estrutura (forças axiais nos reforçadores, fluxo de cisalhamento no revestimento, etc), devido aos
carregamentos aplicados, têm de ser determinadas. Uma determinação mais acurada do cisalhamento
nos painéis do revestimento pode ser obtida, se desejado, considerando o revestimento plano, em vez
de curvo, entre reforçadores. Isto porque os painéis, após a flambagem, de fato perdem curvatura,
assumindo uma configuração poligonal, exceto na região imediatamente adjacente aos anéis não-
flutuantes.
A resistência à flambagem de painéis curvos sob cisalhamento puro e compressão foi coberta no
cap. VII. A equação para a tensão crítica de flambagem Fscr é
k sπ 2 E ⎛ t ⎞
2
Fs cr
= 2 ⎜ ⎟
η (
12 1 − υ e ⎝ h ⎠)
onde apoio simples é usualmente adotado, de forma conservativa, para a determinação de ks. A Fig. 8-
31 fornece o coeficiente de flambagem em função do parâmetro Z e de a/b (d/h no caso em questão)
Quando o raio de curvatura é muito grande, ou seja, quando os painéis são praticamente planos, um
julgamento deve ser excercido no sentido de decidir se não é o caso de adotar o procedimento explicado
na seção 8.4.
Quando existirem tensões axiais além do cisalhamento, praticamente sempre o caso em estruturas
práticas sujeitas à flexão, a situação é mais complicada. Como discutido no Cap. VII, a presença de
tensões de compressão combinadas com tensões de cisalhamento, causam o painel a flambar num
menor valor de cisalhamento do que flambaria se a tensão de compressão não estivesse presente. A
presença de tensões de tração, além do cisalhamento, permite que o painel suporte tensões de
cisalhamento maiores do que suportaria se as tensões de tração não estivessem presentes.
2
fc ⎛ fs ⎞
+⎜ ⎟ =1 (8.75)
Fc cr ⎜⎝ Fs cr ⎟
⎠
onde Fccr e Fscr são as tensões críticas para compressão pura e cisalhamento puro, respectivamente.
8.52
Do Cap. VII, a tensão crítica de um painel curvo submetido à compressão uniforme é dado pela equação
k cπ 2 E ⎛ t ⎞
2
Fs cr
= 2 ⎜ ⎟
η ( )
12 1 − υ e ⎝ h ⎠
Fc cr
= A ⇒ Fc cr = AFs cr (8.76)
Fs cr
Para qualquer condição dada de carregamento sendo verificada, pode-se calcular fc = (Mz/I) no centro
dos painéis ou, melhor, a 70% da distância entre o bordo menos tensionado (reforçador) e o bordo mais
tensionado (reforçador), assumindo que não haja flambagem, e também fs. Estas tensões manterão uma
razão constante entre si, até que a flambagem ocorra, após o que a tensão de compressão aumenta
mais lentamente. Em conseqüência, pode-se escrever
fc
= B ⇒ f c = Bf s (8.77)
fs
8.53
Substituindo as expressões (8.76) e (8.77) na Eq. (8.75) obtém-se a equação quadrática
2
B ⎛ fs ⎞ ⎛ fs ⎞
⎜ ⎟+⎜ ⎟ =1
A ⎜⎝ Fs cr ⎟ ⎜F
⎠ ⎝ s cr
⎟
⎠
2
B ⎛B⎞
− + ⎜ ⎟ +4
f s cr A ⎝ A⎠
= = RC (8.78)
Fs cr 2
onde fscr é a tensão real de cisalhamento sob a qual o painel flamba devido à presença das tensões de
compressão. A Eq. (8.78) fornece
f s cr = RC Fs cr (8.79)
onde RC é sempre menor do que 1. Quando não há tensões de compressão, B = 0 e a Eq. (8.78) fornece
RC = 1, de modo que fscr = Fscr, como era de se esperar. RC deve ser calculado para cada painel.
Considere, agora, que o painel está sujeito à tensão de cisalhamento fs e de tração ft. Para este
caso, foi determinado experimentalmente que a equação de interação é
8.54
fs 1 ft
− =1 (8.80)
Fs cr 2 Fc cr
A tensão de cisalhamento fscr, na qual o painel vai flambar na presença da tensão de tração ft é
dada diretamente da equação (8.80)
⎛ 1 ft ⎞
f s cr = ⎜⎜1 + ⎟ Fs cr = RT Fs cr
⎟ (8.81)
⎝ 2 Fc cr ⎠
Uma vez que RT é sempre maior do que 1, a tensão de flambagem na presença de tensões de
tração será sempre maior do que Fscr, a tensão de flambagem quando o painel está sujeito somente ao
cisalhamento.
Da mesma forma que a tensão de compressão reduz a tensão crítica de cisalhamento do painel, a
presença de cisalhamento reduz a tensão crítica de compressão. Em conseqüência, um fator R´C deve
ser aplicado à área efetiva do painel, ao se analisar as cargas primárias, pois a carga total resistida por
um painel em compressão é composta de duas parcelas: a carga carregada pelos bordos do painel + a
carga carregada pela porção central, ou seja
⎛B⎞ ⎛B⎞
f c cr = Bf s cr = BRC Fs cr = ⎜ ⎟ RC Fc cr = RC′ Fc cr ⇒ RC′ = ⎜ ⎟ RC (8.79a)
⎝ A⎠ ⎝ A⎠
⎡ R′ F t ⎤
Ppainel = f pbet + f c cr (b − be )t = f p ⎢bet + (b − be ) C c cr ⎥ = f p [b e t + (b − be )t´]
⎣⎢ f p ⎦⎥
onde b é a largura do painel, be a largura efetriva (e.g., calculada pela Eq. 6.25) e fp a tensão primária no
reforçador. A contribuição da parte central pode ser levada em consideração através de uma “espessura
efetiva” t´ referida, também, à tensão de bordo fp.
O fator de tração diagonal k é uma função da razão de carregamento fs/fscr onde, como discutido
acima, fscr = FscrRC ou fscr = FscrRT, dependendo se tensões de compressão ou tração estiverem
presentes.
Para um painel curvo, a fórmula para k, determinada a partir de um intenso programa de ensaios
experimentais, é a relação empírica
⎡⎛ td ⎞ f ⎤
k = tanh ⎢⎜ 0,5 + 300 ⎟ log10 s ⎥ (8.82)
⎣⎝ Rh ⎠ f s cr ⎦
onde fs > fscr (de outra forma não há flambagem e, em conseqüência, não há tração diagonal), R é o raio
de curvatura do painel, e com as seguintes condições subsidiárias
8.55
a) se d/h > 2, use d/h = 2;
b) se h > d, troque d/h por h/d (sistema de longerons) e, neste caso, se h/d > 2, use h/d = 2.
O fator de tração diagonal k pode, também, ser obtido diretamente da Fig. 8-13.
Como no caso do sistema de tração diagonal em almas planas, a carga total no reforçador
consistirá das cargas axiais primárias, PP (positivas se produzem tração), devidas a momentos fletores
e/ou cargas axiais aplicados, adicionadas das cargas induzidas pela tração diagonal, PDT :
Como mostrado no esboço acima, PDT é a carga de tração diagonal no reforçador na fronteira de
dois painéis, (a) e (b), adjacentes. De uma maneira geral, a carga de compressão devida à trção
diagonal é
k a q a ha cot α a k b qb hb cot α b
PDT = − − (8.84)
2 2
onde qa e qb são os fluxos de cisalhamento nos painéis.
Na Ref. 8-2 é mostrado que a área efetiva do painel, resistente à tração diagonal (em cada um dos
reforçadores nos bordos) é
RC
Ae DT = 0,5ht (1 − k ) (8.85)
2
A tensão, no reforçador, é dada por,
f st = f P + f DT (8.86)
Nas Eqs. (8.85) e (8.87), se o painel estiver tracionado, RC deve ser substituído por RT.
Se os dois painéis têm parâmetros idênticos, ou se valores médios são tomados para um cálculo
simplificado em ante-projeto, a Eq. (8.87) se reduz a
8.56
kf s cot α
f st = f p − (8.88)
Ast
+ 0,5(1 − k )RC
ht
Os dois painéis podem ter parâmetros idênticos somente quando são partes de uma casca cilíndrica
circular submetida à torção e compressão puras. Se a casca é submetida à flexão (inclusive pura) e
cisalhamento, as tensões não serão constantes e, em conseqüência, k e RC,T também não serão
constantes. Entretanto, se os reforçadores forem pouco espaçados, o uso de valores médios em
associação à Eq. (8.88) é razoável.
Todos os termos nas Eqs. (8.87) e (8.88) são conhecidos, com a exceção de α, que será discutido
mais adiante.
f st
ε st = (8.89)
Ec
Se fst é maior do que o limite de proporcionalidade, a deformação deve ser lida diretamente da curva do
material, ou calculada através do modelo de Ramberg-Osgood. fst (e consequentemente εst) não pode
ser determinado a não ser que α seja conhecido.
A tração diagonal gera um carregamento secundário no reforçador, tendendo a fletí-lo para “dentro”,
como visto anteriormente. Este carregamento não é uniformemente distribuído; é maior no centro do
reforçador e menor nas extremidades. Recomenda-se que este carregamento seja considerado tal a
causar momentos secundários no reforçador dados por
f s htd 2 k tan α
M st = (8.90)
24 R
onde R é o raio de curvatura.
Este valor representa o momento de “pico” no centro do reforçador e nos apoios dos anéis.
Produzirá tração no lado interno do reforçador no centro e compressão no lado interno nos anéis. O valor
recomendado de Mst é resultado de extenso progama de ensaios, de modo que é de natureza semi-
empírica. Este momento de flexão, devido à tração diagonal, quando na presença de cargas primárias de
compressão, é amplificado (efeito de viga-coluna).
Os anéis conectados ao revestimento normalmente são chanfrados para permitir a passagem dos
reforçadores. Estes são conectados aos anéis localmente, através de “shear clips”. Os anéis sentem
uma carregamento que age para dentro, no sentido radial, que os colocam em compressão. Este
8.57
carregamento vem dos reforçadores e do revestimento. O reforçador que é puxado para dentro pelo
revestimento, por sua vez, transmite esta carga aos anéis em pontos discretos, através dos “shear
clips”. O revestimento também puxa os anéis para dentro. O resultado destes dois carregamentos sobre
os anéis de um cilindro submetido à torsão pura, de acordo com a Ref. 8.2, é essencialmente uma
compressão do anel, porque o carregamento é aproximadamente equivalente a uma carga radial
uniformemente distribuída agindo para dentro. Assim como a tração diagonal produz uma tensão de
compressão nos reforçadores, produz, também, uma trensão de compressão nos anéis. Para cascas
cilíndricas circulares, esta tensão é dada por (Ref. 8.2):
kf s tan α
f rg = f rg p − (8.91)
Arg
+ 0,5(1 − k )
dt
Como para os reforçadores, a Eq. (8.91) assume que os painéis de cada lado do anel têm os mesmos
parâmetros (k, fs, d, t, α) e que não há cargas primárias agindo diretamente sobre o anel. Se este não for
o caso, a Eq. (8.91) tem uma forma semelhante à Eq. (8.87):
A tensão nos anéis, devida à tração diagonal, foi calculada dividindo-se a carga radial sobre o anel,
pela área total, incluindo a área efetiva de revestimento que age juntamente com o anel. A carga radial
de compressão, por unidade de comprimento, é
f s dtk tan α
p rg = −
Rrg
Não há justificativa teórica para que a área efetiva de revestimento no anel não seja também “corrigida”
pelo fator RC,T, nos moldes das Eqs. (8.87) e (8.88) para a tensão no reforçador. Entretanto, Kuhn (Ref.
8.2) não encontrou evidência experimental de que isto seja necessário. Isto provavelmente é devido ao
fato de que a área dos anéis, nos ensaios realizados, eram grandes quando comparadas à área efetiva
do revestimento, de modo que o erro cometido pela não inclusão do fator de “correção” era pequeno.
Todos os termos da Eq. (8.91) são conhecidos, exceto o ângulo α.
f rg
ε rg = (8.94)
Ec
onde frg e, consequentemente, εrg são desconhecidos até que α seja determinado.
8.58
Quando cargas outras que torsão pura são aplicadas, fs e k variam de painel para painel e a tensão
de compressão não será constante ao longo da circumferência do anel. Há, também, tensões
secundárias de cisalhamento, que variam no painel. Isto é devido ao fato de que, de cada lado do painel,
no reforçador, a ação da alma flambada não é uniforme.
Quando anéis flutuantes são utilizados, as cargas transmitidas pelos reforçadores são
concentradas. Isto produz compressão nos anéis, bem como momentos fletores. É claro que não há
revestimento efetivo agindo com tais aneís. A carga de compressão axial é dada por
f s k tan α
f rg = − (8.95)
Arg
dt
kf s th 2 d tan α
M rg = − (8.96)
12 Rrg
f s ⎡ 2k ⎤
εn = ⎢ + sen 2α (1 − k )(1 + υ )⎥ (8.97)
E ⎣ sen 2α ⎦
A Ref. 8.2 mostra que, para um sistema de reforçadores em campo de tração diagonal (d > h), α
está relacionado com as deformações no revestimento, reforçador e anel, através da equação
ε n − ε st
tan α = 2
(8.98)
1 ⎛h⎞
ε n − ε rg + ⎜ ⎟
24 ⎝ R ⎠
onde εst e εrg devem ser fornecidos com valores negativos (compressão), somando, portanto, com a
deformação de tração εn (prositiva) do revestimento.
8.59
A equação (8.98) deve ser utilizada com discrição. Ela pressupõe que o campo de tração diagonal
seja plenamente desenvolvido, i.e., que a superfície originalmente curva entre anéis, passa para uma
geometria poligonal. O termo que envolve o raio, no denominador da Eq. (8.98) representa uma
aproximação da ação da alma ao passar de curva para plana. Por outro lado, a Eq. (.8.98) foi derivada
sem considerar as tensões primárias.
No caso geral, o ângulo de tração diagonal deve ser determinado a partir da minimização da energia
de deformação. A energia de deformação pode ser escrita como
U=
1
2 E st
Ast df st +
2 1
2 E rg
Arg hf rg +
2
2E
[f1 + f 2 − 2νf1 f 2 + 2(1 + ν ) f12
hdt 2 2 2
] (8.99)
onde fst, frg, f1 e f2 são dadas, respectivamente, pelas equações (8.88), (8.91), (8.28) e (8.29),
e f12 = f s (1 − k )cos 2α . A Eq. (8.99) considera desprezível a contribuição dos efeitos secundários, não
leva em consideração a distribuição não uniforme de tensões e deformações, assim como não considera
as não linearidades geométricas e do material. Além disto, a expressão da energia de deformação do
revestimento despreza a contribuição das tensões primárias, de compressão ou tração, no mesmo. Foi
ignorada, também, a ação do revestimento ao passar de curvo para plano.
∂f ∂f rg hdt ⎡ ⎛ ∂f1 ∂f ⎞ ⎛ ∂f ∂f ⎞ ∂f ⎤
− ν 2 ⎟ + f 2 ⎜ 2 − ν 1 ⎟ + 2(1 + ν ) f12 12 ⎥ = 0 (8.100)
1 1
Ast df st st + Arg hf rg + ⎢ f1 ⎜
E st ∂α Erg ∂α E ⎣ ⎝ ∂α ∂α ⎠ ⎝ ∂α ∂α ⎠ ∂α ⎦
com
∂f st kf s cosec 2 α
= (8.101a)
∂α Ast
+ 0,5(1 − k )RC
ht
∂f rg kf s sec 2 α
=− (8.101b)
∂α Arg
+ 0,5(1 − k )
dt
∂f 2
= −2 f s (1 − k ) cos 2α (8.101d)
∂α
∂f12
= −2 f s (1 − k ) sen 2α (8.101e)
∂α
A solução da Eq. (8.100) tem que ser feita por um processo numérico iterativo, por exemplo,
variando o valor de α na entrada até que o erro na satisfação de (8.100) seja nulo.
8.60
8.7.7 Cargas nos Rebites
As cargas primárias nos rebites ocorrem sempre que há uma emenda no revestimento, que
normalmente (mas não sempre) está localizada sobre um reforçador ou anel. Estas cargas também
estão presentes num painel de extremidade ou “cut-out”, onde a área a ser coberta pelo revestimento
termina.
Numa emenda paralela aos reforçadores, a carga por unidade de comprimento, ao longo da linha de
rebitagem, é devida às mesmas causas discutidas no caso do sistema plano de tração diagonal:
⎡ ⎛ 1 ⎞⎤
q st = f s t ⎢1 + k ⎜ − 1⎟⎥ (8.102)
⎣ ⎝ cos α ⎠⎦
⎡ ⎛ 1 ⎞⎤
q rg = f s t ⎢1 + k ⎜ − 1⎟⎥ (8.103)
⎣ ⎝ sen α ⎠⎦
Note que se os painéis envolvidos não flambam (em ambos os lados da emenda) k = 0, e a carga por
unidade de comprimento é a mesma para a alma que não flamba (diferença no fluxo de cisalhamento em
ambos os lados da emenda). Em torno de um “cut-out” ou abertura, painéis são projetados ou para não
flambar, ou para flambar com tensão mais alta, objetivando aliviar a carga no elemento estrutural da
borda (e não nos rebites).
O segundo tipo de carga nos rebites não é determinável a partir de um modelo analítico. Um critério
arbitrário, baseado em testes, é recomendado pela Ref. 8.2:
Resistência à tração dos rebites, por unidade de comprimento > 0.22 Ftu t (8.104a)
Resistência à tração dos rebites, por unidade de comprimento > 0.15 Ftu t (8.104b)
Estes critérios são, sem dúvida, conservativos. A Douglas recomenda que a resistência à tração dos
rebites seja maior do que o valor dado pela Eq. (8.73).
8.61
8.7.8 Tensões Aplicadas e Admissíveis no Revestimento
Para sistemas de almas planas, a tensào máxima é dada pela Eq. (8.48)
( )
f s max = f s 1 + k 2 C1 (1 + kC 2 )
Para sistemas curvos, não foi desenvolvida uma teoria correspondente. Os fatores C1 e C2 são
considerados nulos, de modo que fsmax = fs. Para compensar pelo erro introduzido por esta hipótese, a
tensão admissível determinada para painéis planos deve ser multiplicada por um fator empírico, para
painéis curvos, dado por
onde
Arg Ast
∆ = 0,3 tanh + 0,10 tanh (8.106)
dt ht
A Eq. (8.106) está graficada na Fig. 8-33. A tensão admissível para almas planas, Fs, pode ser obtida
pelas Figs. 8-18 ou 8-19.
8.62
Fs all
MS = −1 (8.107)
fs
Note que a tensão admissível é baseada na área bruta. A tensão de cisalhamento líquida carregada
entre os furos dos rebites pode ser elevada até a tensão admissível última do material, Fsu.
O efeito ao qual está submetido um reforçador, num sistema de tração diagonal plano, se aplica
também no sistema curvo. Desta forma, a Fig. 8-21 também se aplica aos sistemas curvos, e a tensão
máxima no reforçador, devido ao campo de tração diagonal, é
⎛f ⎞
f DT max = f DT ⎜⎜ DT max ⎟⎟ (8.108)
⎝ f DT ⎠
onde
kf s cot α
f DT = − (8.109)
Ast
+ 0,5(1 − k ) RC ,T
ht
Os modos possíveis de falha dos reforçadores são a falha local e a falha como coluna. Ambos os
modos de falha são causados pelas tensões de compressão e são difíceis de analizar. A seguir, são
apresentados quatro métodos de análise:
ii) o Método Douglas, variante do Método Rápido e recomendado para uma análise mais apurada;
iv) o Método Melcon-Ensrud, uma alternativa mais apurada para o Método Rápido.
MÉTODO RÁPIDO
1, 5
fp ⎛f ⎞
+ ⎜⎜ DT max ⎟⎟ =1 (8.110a)
Fcc ⎝ F0 ⎠
onde fp é a tensão primária. A largura efetiva do revestimento para efeito de cálculo das tensões fp pode
ser tomada igual a 30 t. Fcc é a tensão de falha local do reforçador, tomado sozinho, e F0 é a tensão
admissível para falha local forçada devida à tração diagonal, já discutida anteriormente:
8.63
Para liga de alumínio 2024-T3
1
F0 ⎛ t ⎞3
= −26000k 2 3 ⎜ st ⎟ (8.59b)
η ⎝ t ⎠
1
F0 ⎛ t st ⎞ 3
= −32500k 23
⎜ ⎟ (8.59d)
η ⎝ t ⎠
Es
η= (8.60)
E
As equações acima estão representadas graficamente na Fig. 8-23. As tensões admissíveis para
outros materiais podem ser obtidas com o auxílio da Fig. 8-24.
fp f DT
+ =1 (8.110b)
Fcr FDT cr
Aqui, Fcr é a tensão de flambagem do reforçador (Euler-Johnson), usando a área efetiva do revestimento
no cálculo de ρ , e comprimento efetivo igual a d. Flambagem torsional, entretanto, é, às vezes, crítica; e
FDTcr é a tensão de flambagem devido à tração diagonal, usando uma área efetiva de revestimento igual
ou L ′ = d 1,5 , quando é contínuo somente numa das extremidades. Em ambos os casos, entretanto,
devido ao fato de que o revestimento flambado resulta num efeito redutor, não quantificado, da
resistência à flambagem do reforçador, a área efetiva de revestimento não é utilizada no cálculo de ρ, se
o resultado resulta num raio de giração maior do que aquele do reforçador atuando sozinho.
MÉTODO DOUGLAS
1
MS = −1 (8.111a)
f p + f st b f
+ DT max
Fcc F0
8.64
onde fstb é a tensão devida ao momento secundário dado pela Eq. (8.90). A largura efetiva do
revestimento para efeito de cálculo das tensões fp e fstb pode ser tomada igual a 30 t.
Os reforçadores devem ser verificados quanto à falha como coluna, com base nas seguintes
equações:
1
MS = −1 (entre anéis) (8.111b)
f st + f st b
Fc
onde fst é dado pela Eq. (8.88); fstb é a tensão devida ao momento secundário Mst, dado pela Eq. (8.90),
e calculada na cota do revestimento, e Fc é a tensão admissível (Euler-Johnson) para o reforçador e
revestimento efetivo, considerados como uma coluna bi-engastada (c = 4); para simplificar os cálculos
(evitar o processo iterativo de cálculo), a largura efetiva de revestimento pode ser admitida como 30 t; e
1
MS = −1 (nos anéis) (8.111c)
f st + f st b
Fcc 1
onde fst é dado pela Eq. (8.88); fstb é a tensão devida ao momento secundário Mst, dado pela Eq. (8.90),
e calculada na cota da aba livre do reforçador (não conectada ao revestimento), e Fcc1 é a tensão
admissível de falha local para a aba do reforçador não conectada ao revestimento.
MÉTODO NACA
Considere a estrutura sujeita a cargas axiais (ou de flexão) somente, sem qualquer cisalhamento, e
calcule a tensão primária fp e tensão de falha local Fcc para os reforçadores. Depois considere que a
estrutura esteja sujeita exclusivamente aos carregamentos de cisalhamento e torção (sem cargas axiais
ou de flexão) tal que as tensões primárias nos reforçadores sejam nulas. Para qualquer reforçador,
suponha que a tensão de cisalhamento média nos dois painéis adjacentes sejs fs. Usando o último termo
(fDT) da Eq. (8-88), ache, por tentativas sucessivas, o valor de fs que resulta em fDTmax = F0. O processo
exige um esforço considerável, uma vez que para cada valor assumido de fs é necessário determinar
numerosos parâmetros (k, as deformações, processo iterativo para determinar α, etc.). Denomine o valor
de fs assim encontrado, de Fs0. A margem de segurança é então calculada pela equação de interação
1, 5
fp ⎛ f ⎞
+ ⎜⎜ s ⎟
⎟ =1 (8.112a)
Fcc ⎝ Fs 0 ⎠
Nesta equação, fs é a tensão de cisalhamento média real, nos dois painéis adjacentes ao reforçador.
8.65
O mesmo procedimento utilizado em a) é aplicado, exceto que as tensões admissíveis são Fcr, em
vez de Fcc, e F’s0, em vez de Fs0. A tensão admissível Fcr é determinada como na Eq. (8.107b). Como em
a), através de tentativas sucessivas, ache o valor de fs que resulta em fDT = FDTcr , onde FDTcr é definido
como na Eq. (8.110b). Denomine o valor de fs, assim encontrado, de F’s0 , e determine a margem de
segurança a partir da equação de interação
1, 5
fp ⎛ f ⎞
+ ⎜⎜ s ⎟
⎟ =1 (8.112b)
Fcr ⎝ Fs′0 ⎠
MÉTODO MELCON-ENSRUD
Este método foi apresentado na Ref. 8.7. É mais direto do que o Método NACA, considera, também,
a rigidez torsional do reforçador, e independe do ângulo de tração diagonal. A margem de segurança é
calculada pela expressão
1
MS = 0 ,80
−1 (8.113)
⎡⎛ f p ⎞1, 25 ⎛ f ′ + f ′′⎞1, 25 ⎤
⎢⎜⎜ ⎟⎟ + ⎜⎜ c c
⎟⎟ ⎥
⎢⎣⎝ Fcr ⎠ ⎝ F c
′ ⎠ ⎥⎦
onde
v( f s − λFs cr )ht
f c′ = quando f s ≥ λFs cr
Ast
⎛ λF ′′dt ⎞⎛ 0,53h ⎞
0 , 333
8.66
0 , 25
d ⎡⎛ I ⎞⎛ t ⎞⎤
v = 1 + ⎢⎜⎜ st ⎟⎟⎜ ⎟⎥
R ⎣⎝ J st ⎠⎝ h ⎠⎦
3
bi t i 4 A 2 t st
com Jst = fator de rigidez torsional =∑ para seções abertas, e Jst ≈ para seções
3 p
fechadas, com A = área incluída e p = perímetro;
1
λ= 0 , 25
⎛ f ⎞
⎜⎜1 + cg ⎟⎟
⎝ fs ⎠
com fcg = tensão primária baseada na área do reforçador + área total do revestimento (efetividade total),
ou seja,
Mc P
f cg = +
I total Atotal
′ ⎛ π ⎞⎛ Et ⎞ d2
Fs = ⎜ 0, 25 ⎟⎜ ⎟ com S =
⎝ 4S ⎠⎝ h ⎠ Rt
2
⎛t⎞
Fs′′ = 5,25 E ⎜ ⎟
⎝h⎠
Fs cr = Fs′ + Fs′′
Quando o valor de fs varia nos painéis acima e abaixo do reforçador, use a média ou, mais
conservativamente, use o maior valor. Se h ou t varia, use a média.
Recomenda-se o uso do método da Douglas, por ser o único que leva em consideração as tensões
devidas ao momento secundário, as quais podem atingir valores consideráveis.
1
MS = −1 (8.114)
f rg p f rg max
+
Frg cc Frg 0
8.67
onde frgp é a máxima tensão de compressão no flange do anel, devidas às cargas primárias, e frgmax é a
tensão máxima no anel, devida à tração diagonal, obtida de forma similar como para o caso do
reforçador, através da Fig. 8-21 (note que, usualmente, d/h > 1, de modo que frgmax = frg):
⎛ f rg ⎞
f rg max = f rg ⎜ max ⎟ (8.115)
⎜ f ⎟
⎝ rg ⎠
onde
Prg f s k tan α
f rg = =− (8.95)
Arg + Ae rev Arg
+ 0,5(1 − k )
dt
Frgcc é a tensão de falha local do anel, e Frg0 é a tensão admissível para falha local forçada devida à
tração diagonal, já discutida anteriormente:
Anéis flutuantes, não sendo sujeitos à falha local forçada pelo revestimento, são analisados na
forma usual, devendo satisfazer, nas junções com os reforçadores e entre reforçadores, o critério
Frg cc
MS = −1 (8.116)
f rg p + f rg + f rg b
onde frgb são as tensões devidas aos momentos dados pela Eq. (8.96) e propriedades da seção do anel.
Note que frg é constante entre reforçadores, não ocorrendo um pico como nos anéis conectados
diretamente ao revestimento (para d/h < 1).
Uma verificação em relação à instabilidade geral para reforçadores e revestimento pode ser
realizada usando-se o critério empírico representado pela Fig. 8-34. As tensões admissíveis são
baseadas em ensaios realizados sob torção pura. A adequacidade da estrutura é verificada pela
expressão
fs
−1 ≤ 0 (8.117)
Fs inst
É sugerido que uma respeitável margem de segurança seja garantida (MS > 0.15). Os raios de giração
na Fig. 8-34 devem ser calculados considerando-se a largura total do revestimento agindo com o
reforçador, ou anel, respectivamente, e que o revestimento seja considerado plano, porque o critério foi
desenvolvido nestas condições de ensaio.
8.68
8.8 Referências
8.1 Wagner, H.: Flat Sheet Metal Girders with very Thin Metal Web, Parts I to III, NACA TM 604 to 606,
1931.
8.2 Kuhn, P., Petersen, J.P. & Levin, L.R: A Summary of Diagonal Tension – Part 1 – Methods of
Analysis, NACA TN 2661, May 1952.
8.3 Wagner, H. & Ballerstedt, W.: Tension Fields in Originally Curved, Thin Sheets during Shearing
Stresses, NACA TM 774, 1935.
8.4 Boeing Design Manual, Vol. III, BDM 6320, Intermediate Tension Beams, The Boeing Co., Jan 1993.
8.5 Douglas Structural Design Manual, Vol. I, B-5, Shear Webs, McDonnell Douglas Corporation, Aug
1982.
8.6 Kuhn, P., Peterson, J.P. & Levin, L.R.: A Summary of Diagonal Tension – Part II – Experimental
Evidence, NACA TN 2662, 1952.
8.7 Melcon, M.A. & Ensrud, A.F.: Analysis of Stiffened Curved Panels Under Shear and Compression,
Journal of the Aeronautical Sciences, Fev 1953, pp. 111-126.
8.8 Bruhn, E.F.: Analysis and Design of Flight Vehicle Structures, Tri-State Offset Co., 1973.
8.9 McCombs, W.F.: A Supplement to Analysis and Design of Flight Vehicle Structures – Bruhn – for
Increased Scope and Usefulness, Datatec, Dalas, 1998.
8.69