Apostila GPS 1
Apostila GPS 1
Apostila GPS 1
UM POUCO DE HISTÓRIA
A RÁDIO-NAVEGAÇÃO
O SISTEMA GPS
A tecnologia atual permite que qualquer pessoa possa se localizar no planeta com
uma precisão nunca imaginada por navegantes e aventureiros há até bem pouco
tempo. O sofisticado sistema que tornou realidade esse sonho e chamado "G.P.S." –
Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global) – e foi concebido
pelo Departamento de Defesa dos EUA no início da década de l960, sob o nome de
‘projeto NAVSTAR’. O sistema foi declarado totalmente operacional apenas em l995.
Seu desenvolvimento custou 10 bilhões de dólares. Consiste de 24 satélites que
orbitam a terra a 20.200 km duas vezes por dia e emitem simultaneamente sinais de
rádio codificados. Testes realizados em 1972 mostraram que a pior precisão do
sistema era de 15 metros. A melhor, 1 metro. Preocupados com o uso inadequado ,
os militares americanos implantaram duas opções de precisão: para usuários
autorizados (eles mesmos) e usuários não-autorizados (civis). Os receptores GPS
de uso militar têm precisão de 1 metro e os de uso civil, de 15 a 100 metros. Cada
satélite emite um sinal que contém: código de precisão (P); código geral (CA) e
informação de status.
O receptor tem que reconhecer as localizações dos satélites. Uma lista de posições,
conhecida como almanaque, é transmitida de cada satélite para os receptores.
Controles em terra rastreiam os satélites e mantém seus almanaques acurados.
Receptores civis medem os lapsos de tempo entre a recepção dos sinais codificados
em CA. O conceito da rádio-navegação depende inteiramente da transmissão
simultânea de rádio-sinais. O controle de terra pode interferir, fazendo com que
alguns satélites enviem seus sinais CA ligeiramente antes ou depois dos outros. A
interferência deliberada introduzida pelo Departamento de Defesa dos EUA é a fonte
da Disponibilidade Seletiva – Selective Availability (AS). Os receptores de uso civil
desconhecem o valor do erro, que é alterado aleatoriamente e está entre 15 e 100
metros. Os receptores militares não são afetados. Existe outra fonte de erro que
afeta os receptores civis: a interferência ionosférica. Quando um sinal de rádio
percorre os eletrons livres na ionosfera, sofre um certo atraso. Sinais de freqüências
diferentes sofrem atrasos diferentes. Para detectar esse atraso, os satélites do
sistema enviam o código P em duas ondas de rádio de diferentes freqüências,
chamadas L1 e L2. Receptores caros rastreiam ambas as freqüências e medem a
diferença entre a recepção dos sinais L1 e L2, calculam o atraso devido aos eletrons
livres e fazem correções para o efeito da ionosfera. Receptores civis não podem
corrigir a interferência ionosférica porque os códigos CA são gerados apenas na
freqüência L1 ( l575,42 MHz ). Existem receptores específicos, conhecidos como
não-codificados, que são super acurados. Como desconhecem os valores do código
P, obtém sua precisão usando técnicas especiais de processamento. Eles recebem
e processam o código P por um número de dias e podem obter uma posição fixa
com precisão de 10 mm. É ótimo para levantamento topográfico.
Os sinais gerados pelos satélites contém um "código de identidade" (ou pseudo-
randômico), dados efêmeros (de status) e dados do almanaque. O código de
identidade (Pseudo-Random Code – PRN ) identifica qual satélite está transmitindo.
Usa-se como referência dos satélites seus PRN, de 1 a 32. O código pseudo-
randômico permite que todos os satélites do sistema compartilhem a mesma
freqüência sem interferências. É um sistema engenhoso que torna o GPS prático e
relativamente barato de se usar. Ao contrário dos satélites de TV, que estão em
órbitas geo-síncronas (estacionários no céu) e transmitem poderosos sinais para
refletores parabólicos em terra, o satélite GPS envia sinais com poucas informações
e de baixa potência para antenas do tamanho do dedo polegar. De fato, os sinais
GPS são tão fracos que não são maiores que o ruído de fundo (de rádio) inerente à
Terra. O princípio do código pseudo-randômico, que significa literalmente
"aparentemente aleatório", se baseia em uma comparação realizada em muitos
ciclos de um sinal, que é demorada e incômoda se comparada com um sinal de TV.
O padrão para comparação do código pode ser alterado (apenas código CA),
permitindo que o governo americano controle o acesso ao sistema do satélite.
O Sistema foi originalmente projetado para uso militar, mas em l980, uma decisão do
então presidente Ronald Reagan liberou-o para o uso geral. Na época, o
Departamento de Defesa americano implantou um erro artifical no Sistema chamado
"Disponibilidade Seletiva", para resguardar a segurança interna do país. A
Disponibilidade Seletiva foi cancelada por um decreto do Presidente Clinton em maio
de 2000, pois o contínuo desenvolvimento tecnológico permitiu ao Departamento de
Defesa obstruir a precisão do Sistema onde e quando os interesses americanos
exigissem. Com o decreto, o erro médio de 100 metros na localização do receptor
ficou dez vezes menor.
Outras fontes de erro: atraso na propagação dos sinais devido aos efeitos
atmosféricos e alterações do relógio interno. Em ambos os casos, o receptor GPS é
projetado para compensar os efeitos.
PREVISÃO DO ERRO
Erro de efemérides 60 cm
Atmosférico/Ionosférico 360 cm
Um receptor rastreia um satélite pela recepção de seu sinal. Sinais de apenas quatro
satélites são necessários para obtenção de uma posição fixa tridimensional, mas é
desejável um receptor que rastreie mais de quatro satélites simultaneamente. Como
o usuário se desloca, o sinal de algum satélite pode ser bloqueado repentinamente
por algum obstáculo, restando satélites suficientes para orientá-lo. A maioria dos
receptores rastreia de 8 a 12 satélites ao mesmo tempo.
Um receptor não é melhor que outro por rastrear mais satélites. Rastrear satélites
significa conhecer suas posições. Não significa que o sinal daquele satélite está
sendo usado no cálculo da posição. Muitos receptores calculam a posição com
quatro satélites e usam os sinais do quinto para verificar se o cálculo está correto.
CANAIS
Depois que os sinais são captados pela antena, são direcionados para um circuito
eletrônico chamado canal, que reconhece os sinais de diferentes satélites. Um
receptor com um canal lê o sinal de cada satélite sucessivamente, até receber os
sinais de todos os satélites rastreados. A técnica é chamada "time multiplexing".
Leva menos de um segundo para processar os dados e calcular a posição. Um
receptor com mais de um canal é mais rápido, pois os dados são processados
simultaneamente.
ANTENAS
A antena recebe os sinais dos satélites. Como os sinais são de baixa intensidade, as
dimensões da antena podem ser muito reduzidas. Receptores portáteis utilizam um
dos dois tipos:
ANTENAS EXTERNAS
Podem ser conectadas através de uma extensão à maioria dos receptores. Alguns
receptores possuem antena destacável, permitindo melhor uso a bordo de veículos.
Se você for comprar uma antena externa, escolha uma ‘ativa’ que amplifica os sinais
antes de enviá-los para o receptor. Ao construir uma extensão, opte por encurtar o
cabo o máximo possível para diminuir a perda do sinal.
ENTRADA DE DADOS
Receptores GPS são projetados para serem compactos, não possuindo teclado alfa-
numérico. Todos os dados são digitados uma letra ou número ou símbolo por vez.
Se o receptor não permitir rápida mudança de caracteres, NÃO COMPRE.
Se você quer usar o receptor associado a outro equipamento, opte por um com essa
capacidade. Embora a maioria dos receptores possa enviar dados para
equipamentos periféricos, nem todos podem receber dados.
O receptor deve usar uma linguagem que o equipamento a ele associado possa
entender. Existe uma linguagem padrão para equipamentos de navegação
chamada: Protocolo NMEA – National Maritime Eletronics Association. Existem
diferentes formatos de protocolos, então verifique se o receptor e o equipamento
usam o mesmo formato. Os mais comuns são: 180; 182; 183 versão 1,5; 183 versão
2,0. A maioria dos receptores tem saída NMEA de dados.
Plotar pontos no receptor pode ser cansativo devido à ausência de teclado alfa-
numérico. Um editor permite a entrada de dados rápida e facilmente. Os dados são
digitados no teclado do computador e transferidos depois para o receptor. Outra
maneira de plotar os pontos no computador é usar um mapa da área na tela e
selecionar os pontos a serem plotados com um mouse. O computador transfere
automaticamente as coordenadas dos pontos para o receptor.
O uso associado do receptor ao computador portátil requer um programa específico.
O programa TrackMaker, desenvolvido e disponibilizado gratuitamente por Odilon
Ferreira Jr através do endereço eletrônico www.gpstm.com.br , permite interface com
diferentes modelos de várias marcas de receptores e é genialmente simples.
Nem todos os receptores são projetados para receber dados. Existem três
linguagens utilizadas nos receptores com essa capacidade: NMEA; ACS II (formato
de texto de um PC comum; e Proprietary (linguagens desenvolvidas pelos próprios
fabricantes). Poucos receptores portáteis recebem dados NMEA. Alguns recebem
dados ACS II e podem ser conectados diretamente ao computador RS 232. A
maioria dos receptores apenas recebem dados no formato projetado pelo fabricante.
Algumas companhias querem limitar programas feitos por terceiros para seus
receptores e se recusam a revelar o formato usado. Se você quer usar seu receptor
associado a outros equipamentos, verifique a compatibilidade das linguagens
empregadas.
Os satélites recebidos pelo receptor DGPS do usuário, mas não pelo receptor GPS
no local da antena transmissora, não terão as correções correspondentes. Quando
quatro ou mais satélites recebidos têm as correções correspondentes, o resultado é
uma posição altamente precisa. Quanto mais satélites com correção, maior a
precisão.
·Número de Satélites Visíveis. Para efetuar as correções nos sinais dos satélites
recebidos pela antena da estação transmissora, os mesmos satélites,pelo menos em
parte, devem estar sendo recebidos pelo GPS.
É um projeto que o FAA – órgão que administra as atividades aeronáuticas dos EUA
– está desenvolvendo para melhorar a precisão geral e a integridade do sinal GPS
para vôos por instrumentos sob condições meteorológicas adversas, principalmente
durante a aproximação para o pouso.
"CARTOGRAFIA: no sentido lato da palavra, não é apenas uma das ferramentas básicas do
desenvolvimento econômico, mas é a primeira ferramenta a ser usada antes que outras ferramentas
possam ser postas em trabalho."
ESCALA
A escala pode ser representada graficamente na folha por uma linha reta graduada.
A Escala Gráfica permite transformar as dimensões lidas em dimensões reais sem
necessidade de cálculos.
CARTAS ESPECIAIS
ELEMENTOS DE REPRESENTAÇÃO
ELEMENTOS ALTIMÉTRICOS
CURVAS DE NÍVEL
São linhas imaginárias do terreno. Os pontos da mesma linha têm a mesma altitude,
acima ou abaixo de uma determinada superfície de referência, geralmente o nível
médio do mar. É o método por excelência para representar o relevo terrestre e
permite a leitura aproximada da altitude em qualque parte da carta.
Em relevos simétricos, as curvas de nível tendem a ser paralelas entre si. Cada
curva de nível se fecha sobre si mesma e todos os seus pontos se encontram na
mesma elevação. Elas nunca se cruzam, podendo se tocar em saltos d’água ou
despenhadeiros. Como regra geral, as curvas de nível cruzam os cursos d’água em
forma de ‘V’, com o vértice apontando para a nascente.
REDE DE DRENAGEM
Controla a forma geral da topografia do terreno e serve de base para o traçado das
curvas de nível. É constituída por:
Rio: Curso d’água natural que deságua em outro rio, lago ou mar. Seu curso
estende-se do ponto mais alto (nascente ou montante) até o ponto mais baixo (foz
ou jusante).
De acordo com a hierarquia e o regionalismo, recebe um nome genérico diferente:
córrego, ribeirão, lajeado, sanga, arroio, igarapé, etc.
Divisor de Águas: Linha que passa pelos pontos mais elevados do terreno e ao
longo do perfil mais alto entre eles, dividindo as águas de um e outro curso.
Montanha: Grande elevação natural do terreno, com altura superior a 300 metros,
constituída por uma ou mais elevações.
Nas cartas em escalas pequenas, além das curvas de nível, são utilizadas cores
diferentes e diversas tonalidades para a representação das faixas de determinadas
altitudes, facilitando assim a visualização do relevo.
Para as cores batimétricas – relevo com cota negativa ou abaixo do nível do mar –
usa-se o azul e suas tonalidades. O azul claro representa profundidade pequena e o
azul escuro oceano muito profundo.
RELEVO SOMBREADO
Uma folha ao Milionésimo pode ser acessada por um conjunto de três caracteres:
A genialidade da grade UTM está na facilidade e precisão que ela permite na leitura
de mapas muito detalhados. Gerardus Mercator, cartógrafo belga do século XVI, não
imaginava o alcance da projeção elaborada por ele.
Cada zona tem sua referência vertical e horizontal. A linha de longitude que divide
uma zona de 6º em duas metades é chamada de ‘zona meridiana’. Por exemplo, a
zona 1 é limitada pelas linhas de longitude W 180º e W 174º, então sua zona
meridiana é a linha de longitude W 177º. A zona meridiana é sempre definida como
500.000 m. As coordenadas horizontais maiores ou menores que 500.000 m se
localizam a leste ou oeste da zona meridiana, respectivamente. O valor de uma
coordenada horizontal avalia sua distância – em metros – da zona meridiana. A
coordenada 501.560 está a 1.560 m a leste da zona meridiana; a 485.500 está a
(500.000 – 485.500) = 14.500 m a oeste da zona meridiana. As coordenadas
horizontais crescem para leste e decrescem para oeste. As coordenadas verticais
são medidas em relação ao Equador, que é cotado como a coordenada 0.000.000 m
de referência para o Hemisfério Norte ou como a coordenada 10.000.000 m de
referência para o Hemisfério Sul. A coordenada vertical de uma localidade acima da
Linha do Equador é sua distância – em metros – ao Equador. A coordenada vertical
5.897.000 significa que o ponto está a 5.897,0 m acima do Equador. Se o ponto
estiver abaixo do Equador, a distância é calculada subtraindo-se o valor da
coordenada do valor de referência para o Hemisfério Sul (10.000.000 – 5.897.000 =
4.103,0 m).
O GPS tem seu próprio DATUM chamado WGS 84 – World Geodetic System 1984.
Todos os receptores podem usá-lo como referência.
A grade TRIMBLE é uma extensão da grade Maidenhead, que torna-a mais acurada
e utilizável em receptores GPS. Uma sub-área Maidenhead pode cobrir uma área de
até 8,9 km x 4,8 km. Um receptor pode reconhecer áreas muito menores que esta,
então a grade TRIMBLE subdividiu a sub-área ainda mais, adicionando um par de
números (00 – 99) e letras (AA – YY) ao formato Maidenhead. A coordenada fica
então AQ 57 DK 23 SU , por exemplo. Receptores TRIMBLE são úteis para quem
precisa de coordenadas Maidenhead, pois podem converter qualquer grade em
Maidenhead.
A Casa dos Mapas, também de Belo Horizonte, tem cartas de todo o Brasil e o
telefone é (31) 3212 50 02.
RECEPTORES GPS
APLICAÇÕES
LIMITAÇÕES
A leitura da altitude fornecida pelo receptor também é afetada pelo erro do sistema.
Porém, um erro de 10 metros numa dimensão de 100; 200 ou 500 metros é
proporcionalmente muito grande e perigosa, dependendo da atividade desenvolvida.
Os sinais dos satélites não penetram em vegetação densa, vales estreitos, cavernas
ou na água. Montanhas altas ou edifícios próximos também afetam sua precisão.
Para o uso automotivo, deve-se providenciar uma extensão para fixar a antena
externamente ou posicionar o receptor junto ao pára-brisas.
Para o uso em ambiente marinho, é fundamental que o receptor seja a prova d’água
para evitar corrosão em seus componentes.
ESCOLHA DO RECEPTOR
O ítem mais importante é definir a aplicação básica que você terá para um receptor
GPS. Identifique então os modelos disponíveis no mercado e liste-os sob a forma de
uma tabela comparativa contendo preços, características principais e acessórios
disponíveis. Acessórios ou características supérfluas à sua aplicação encarecem
desnecessariamente o modelo a ser adquirido.
GLOSSÁRIO