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NEUROANATOMIA

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Neuroanatomia

MELO, S. (2010). Neuroanatomia: pintar para aprender. São Paulo: Roca.

1. MEDULA ESPINHAL
É contínua ao encéfalo e representa a estrutura do SNC que menos sofreu modificações
durante o desenvolvimento;

Representa o principal centro reflexo e via de condução de informações entre o corpo e o


encéfalo, estando vinculada às respostas rápidas e automáticas; Não está vinculada
diretamente às funções cognitivas, mas pode-se dizer o que aprendizado necessita da medula
espinhal.

ATIVIDADE MOTORA REFLEXA

Substância cinzenta no centro da medula, formando um “H”; ao redor está a substância branca
(axônios dos neurônios envolvidos por bainha de mielina e células gliais); fascículos (feixes de
axônios), podem ser ascendentes (da medula até o cérebro) ou descendentes (do encéfalo
para a medula);

Neurônio de 1ª ordem – receptor capta a sensação e cujo corpo celular está fora do SNC;
Neurônio de 2ª ordem – corpo celular na medula espinhal ou no tronco encefálico e transmite
a informação do neurônio de primeira ordem para o de terceira ordem;
Neurônio de 3ª ordem – apresenta o corpo localizado no diencéfalo (tálamo) e seu axônio
dirige-se para áreas corticais do telencéfalo onde os impulsos se tornam conscientes.

Assim que as vias sensitivas adentram a medula espinhal, elas mudam de lado e os estímulos
iniciados de um lado do corpo são interpretados do hemisfério cerebral oposto.

REFLEXOS – atividade básica do sistema nervoso; resposta a um estímulo involuntário;

Arco reflexo simples – se processa em nível de medula espinhal, inconsciente e sem


envolvimento dos centros nervosos do encéfalo;

Arco reflexo complexo – tem envolvimento do encéfalo, podendo ser parte de mecanismos
inconscientes ou conscientes.

2. TRONCO ENCEFÁLICO (Bulbo, ponte e mesencéfalo)


Localizado entre a medula espinhal e o diencéfalo;

A substância cinzenta difere da medula, em relação à forma, que perde a característica de letra
“H” e torna-se fragmentada em várias regiões, formando núcleos contendo neurônios com
funções distintas;

Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão no tronco encefálico;


O fato de o tronco encefálico ser uma região de acesso e saída de muitas informações torna
esse segmento muito importante do ponto de vista clínico, pois quaisquer danos nessa região
terão consequências funcionais de grandes proporções;

Contém áreas vitais como centro respiratório, o sistema ativador ascendentes (SARA),
importante no ciclo sono-vigília e nos estados de atenção.

2.1. Bulbo
Continuação cranial (superior) da medula espinhal;

Pirâmides – fibras nervosas provenientes do córtex cerebral que descem em direção à medula,
conduzindo impulsos nervosos relacionados à motricidade voluntária;

Decussação das pirâmides – grande perde das fibras (75 a 90%) provenientes do lado direito
do encéfalo cruz internamente o plano mediano para o lado esquerdo e vice versa;

Sistema piramidal – lesões resultam em paresias ou paralisias (dificuldade ou incapacidade de


realizar movimentos voluntários); se a via for lesada superiormente à decussação, a
manifestação se dará no lado oposto do corpo, mas, se for inferiormente, a manifestação
acontecerá do mesmo lado.

Complexo Olivar – lateralmente a cada pirâmide; recebe e envia fibras para várias regições,
estação retransmissora. Neurônios transmitem impulsos originados em proprioceptores e
transmitem para o cerebelo; também mantém conexão com o núcleo coclear e o mesencéfalo,
participando da audição;

Núcleo grácil e núcleo cuneioforme – recebem fibras provenientes dos tratos de mesmo nome
com informações relacionadas à propriocepção consciente, à sensibilidade vibratória e tato
epicrítico;

De cada lado do bulbo encontra-se o pendúnculo cerebelar inferior contendo fibras nervosas
que o conectam ao cerebelo; na região aberta do bulbo forma-se o assoalho do IV ventrículo.

2.2. Ponte
Interposta entre o mesencéfalo e o bulbo;

Núcleo próprio da ponte: Núcleos olivar superior, do corpo trapezoide e do lemnisco lateral:
relacionados à via auditiva.

2.3. Mesencéfalo
Localizado entre o diencéfalo e a ponte;

Atravessado por um canal que permite a passagem do líquido cerebroespinhal do III para ao IV
ventrículo;

Pendúnculos cerebrais – separada da porção dorsal pelo teto do mesencéfalo;


Colículos superiores e inferiores – quatro elevações arredondadas; superiores = conexão com a
retina e o córtex occipital e com a medula cervical, atuando como centro reflexo que regula os
movimentos dos olhos; inferiores = centro reflexo para movimentos da cabeça e do tronco, em
resposta a estímulos auditivos;

Substância negra – núcleo formado por neurônios ricos em melanina, o que lhe confere
aspecto diferencial; conexões com os núcleos da base (corpo estriado), nos sentidos
ascendentes e descendente; a degeneração desses neurônios causa a diminuição de dopamina
no corpo estriado e desequilibra a complexa rede que comanda a motricidade, causando a
síndrome de Parkinson;

2.4. Funções/estruturas relacionadas ao Tronco Encefálico


As respostas são mais complexas em comparação à medula;

REFLEXO DE RESPIRAÇÃO – no bulbo e na ponte várias regiões parecem compor o denominado


“centro respiratório”; as regiões recebem estímulos referentes ao grau de distensão dos
alvéolos pulmonares, além de alterações nos níveis de oxigênio e óxido de carbono do sangue;
a destruição do centro respiratório provoca morte por parada respiratória e é comum em
traumatismos e acidentes de carro que acometem a base do crânio e/ou as primeiras
vértebras cervicais;

CONTROLE CARDIOVASCULAR – centro vasomotor que regula frequência cardíaca e força das
contrações musculares, tônus da parede dos vasos sanguíneos; em situações de tensão
emocional, esses núcleos podem receber influências do hipotálamo (sistema límbico),
promovendo elevação da pressão arterial; em situações de tensões contínuas podem também
contribuir para o surgimento de quadros de hipertensão artéria, o que pode resultar em
infarto de miocárdio ou AVEs;

CONTROLE DO REFLEXO DO VÔMITO – ocorre para remover substâncias nocivas que foram
ingeridas e que estão no estômago e no intestino delgado; a região inferior do bulbo é um
centro quimiorreceptor, o que facilita a captação de informações sobre alterações químicas no
sangue; a presença de receptores relacionados ao vômito no útero, na orelha e no coração
explica a ocorrência de vômitos nos casos de mioma, gravidez, problemas cardíacos, doenças
do labirinto e tonturas relacionadas aos movimentos giratórios; também pode ser influenciado
pelo sistema límbico;

FORMAÇÃO RETICULAR – ocupa a região central do tronco encefálico, estendendo-se para a


porção cervical da medula e do diencéfalo; os neurônios sensoriais e motores da formação
reticular formam amplas e variadas conexões com o cérebro, o cerebelo e a medula;
Substância cinzenta pariaquedutal – regulação da dor; reações comportamentais
típicas de defesa ante estímulos de perigo
Núcleos da rafe – conjunto de oito núcleos; ricos em neurônios produtores de
serotonina; os neurônios contidos nesses núcleos (dorsal e mediano) enviam suas projeções
para diferentes regiões límbicas do encéfalo relacionadas aos distúrbios psiquiátricos; o
núcleos bulbares (entre eles o magno da rafe) constituem um importante sistema descendente
de controle da dor; a serotonina está relacionada à regulação do ciclo sono-vigília, controle
humoral, da dor e mecanismos da memória.
Locus ceruleus – contém neurônios noradrenérgicos que se projetam para extensas
áreas do SNS, inclusive o córtex cerebral; acredita-se que seja uma das regiões noradrenérgica
mais importantes do cérebro; relacionada a respiração, ao comportamento emocional
(ansiedade) e à ativação cerebral; importante nos mecanismos de atenção e memória;
Área tegmentar ventral – contém grupos de neurônios secretores de dopamina; duas
vias de feixes de fibras formados dessa região: 1. via mesolímbica – irá projetar-se em áreas
límicas (núcleo acumbens e amigdaloide) e 2. via mesocortical – irá se projetar em regiões
corticais como córtex pré-frontal e área septal; área tegmentar ventral e algumas projeções
formarão o sistema de recompensa do cérebro; dopamina liberada nessas regiões parece estar
relacionada à sensação de recompensa, importante no controle de comportamentos. Algumas
drogas agem no sistema dopaminérgico, como a cocaína, provocando a desregulação na
bioquímica do cérebro, originando inicialmente sensação de intenso prazer;
A formação reticular participa ainda da integração de reflexos, do controle da
motricidade somática, do controle eferente da sensibilidade, dos controles visceral e
endócrino e da ativação do córtex cerebral, atuando, dessa forma, na regulação do processo
de atenção.

3. DIENCÉFALO (Tálamo, Hipotálamo, Epitálamo e Subtálamo)


Comunica-se com o mesencéfalo inferiormente e o telencéfalo superiormente;

Durante o desenvolvimento embrionário, desenvolve-se menos, sendo encoberto pelo


telencéfalo, e é de difícil visualização. É dividido em tálamo, hipotálamo, epitálamo,
subtálamo e apresenta uma cavidade ímpar, mediana, denominada III ventrículo;

Dentre as estruturas que mantêm conexão com o diencéfalo estão o quiasma óptico e
importantes glândulas como a hipófise e a pineal; papel do SN e do sistema endócrino na
manutenção da homeostase;
Se expressa por meio do sistema nervoso autônomo (SNA), coordenando atividades de vida
vegetativa (fome, sede, temperatura, sono, vigília); também participa da motricidade,
sensibilidade e comportamento emocional;

Substância cinzenta agrupada em forma de núcleos nervosos; a substância branca, em menor


contingente em relação às demais estruturas do SN, se dispõe em feixes

3.1. Tálamo
Maior estrutura do diencéfalo; duas bolas ovoides que se comunicam por meio de uma ponta
de tecido nervoso, a aderência intertalâmica (ausente em 30% dos indivíduos); (pesquisas
recentes tem sugerido que a ausência da aderência intertalâmica está relacionada ao
transtorno de esquizofrenia);

Os neurônios dos núcleos talâmicos estão relacionados às informações sensoriais, motoras e


límbicas;

Posição anatômica confusa, mas descrita em grupos: anterior, posterior, lateral mediano e
medial;

ANTERIOR – recebem fibras dos núcleos mamilares (hipotálamo) e projetam-se para o córtex
do giro do cíngulo, sugerindo que está relacionado ao comportamento emocional;

POSTERIOR – 1. Geniculado lateral: informações do tato óptico, processa-as e as projeta para o


córtex occipital; relacionado à via visual
2. Geniculado medial: recebi fibras do colículo inferior (mesencéfalo=recebe fibras da
cóclea); projeta fibras para o córtex do lobo temporal; relacionado à via auditiva;
2. Núcleo pulvinar: relacionado ao mecanismo da atenção

LATERAL – processo de seletividade dos impulsos que alcançam o córtex cerebral


(temperatura, tato, pressão, propriocepção, dor e paladar – todos menos os estímulos
olfatórios); motricidade somática

MEDIANO – recebem fibras do hipotálamo e podem estar relacionados às funções vegetativas;

MEDIAL – recebem fibras da formação reticular e do corpo amigdaloide e se projetam para ao


córtex cerebral; capacidade de controlar as emoções; não se sabe ao certo as áreas corticais
específicas que recebem a projeção.

Relação funcional: atividades motoras; ativação cortical (por meio do sistema ativador reticular
ascendente – SARA); processamento dos estímulos (menos o olfatório) – admite-se que o
tálamo não seja apenas uma estação intermediária, mas que teria papel na importância que
será atribuída àquele impulso, ou seja, teria função de ativar com mais ou menos intensidade
determinada área cortical: processo de seletividade dos estímulos sensoriais e,
consequentemente, no processo atencional;

3.2. Hipotálamo
Estrutura localizada inferiormente ao tálamo; apesar do tamanho reduzido, representa menos
de 1% do volume do cérebro e controla uma variedade surpreendente de funções por meio de
suas relações com três sistemas: endócrino, límbico e nervoso autônomo; uma das suas
funções principais é manter a homeostase;
Corpos mamilares; quiasma óptico; túber cinéreo; infundíbulo;

NÚCLEOS DO HIPOTÁLAMO – fórnice promove a divisão do hipotálamo em zonas medial e


lateral; na zona lateral ocorre principalmente fibras longitudinais (conexão septal-hipotálamo-
tegmento do mesencéfalo), além de neurônios; na zona medial estão núcleos organizados em
região pré-optica, supraquiasmática, tuberal e mamilar;

REGIÃO PRÉ-OPTICA – fibras que transportam neuromediadores como encefalina, peptídeos


que induzem o sono, endorfina e angitensina II; os núcleos pré-opticos medial e lateral
apresentam neurônios que produzem o hormônio liberador da gonadotrapina, que atinge a
adeno-hipófise; relacionado à excitação sexual, à reprodução e à ingestão alimentar;

REGIÃO SUPRAQUIASMÁTICA – os núcleos supraóptico e paraventricular apresentam células


que produzem e libera na neuro-hipófise a vasopressina (hormônio antidiurético – atua nos
rins, aumentando a reabsorção de agua; a secreção pode ser influenciada por estresse e
drogas; aumenta com a ação de nicotina, morfina e barbitúricos e diminui com ingestão de
álcool) e a ocitocina (ejeção de leite pelas glândulas mamárias e contração da musculatura lisa
do útero); o núcleo anterior do hipotálamo está relacionado à ingestão de água, sugerindo ser
essa região o centro da sede – tumores nessa região ocorre recusa na ingestão de água mesmo
que esteja em desidratação; o núcleo supraquiasmático em integração com o órgão da visão
recebe aferências da retina e emite projeções para outros núcleos, coordenando a liberação
do hormônio melatonina pela glândula pineal, presente no epitálamo – participa do controle
do ciclo sono-vigília

REGIÃO TUBERAL – via dopaminérgica túbero infundibular; núcleo ventromedial é


considerado o centro da saciedade (controle da ingestão de alimentos – leptina secretada
pelas células adiposas interage com receptores localizados nesse núcleo; em animais a lesão
bilateral desse núcleo induziu apetite incontrolável e obesidade); núcleo arqueado contém
dopamina – controle sobre as secreções de prolactina e do hormônio do crescimento,
mecanismos que desencadeiam a obesidade; região relacionada à inibição e estimulação da
fome; referências da participação desse núcleo no comportamento emocional e no controle
endócrino;

REGIÃO MAMILAR – alvos do fórnice e origem do fascículo mamilotalâmico – caso se considere


que o fórnice mantém projeções com o corpo amigdaloide, pode-se estabelecer a
comunicação do hipotálamo com áreas do sistema límbico; o núcleo posterior do hipotálamo
representa importante fonte de fibras hipotalâmicas descendentes para o tronco encefálico;

Funções:
Em decorrência das extensas conexões do hipotálamo com córtex pré-frontal, sistema límbico,
medula espinha, tronco encefálico e hipófise, pode-se compreender a importância do
hipotálamo como centro regulador que controla várias funções e participa da execução de
outras;
1. Regulação da temperatura corporal: o álcool provoca lesão dessa área, o que causa
nos indivíduos diminuição na percepção das diferenças de temperatura ambiente;
2. Controle da ingestão de alimentos: parte do processo, uma das mais importantes;
atividade prejudicada nos núcleos hipotalâmicos (ventromedial e ventrolateral)
está relacionada aos transtornos alimentares;
3. Controle da ingestão e excreção de água;
4. Neurossecreção (glândula hipófise);
5. Controle do sistema endócrito: produz substâncias que regulam a adeno-hipófise;
6. Regulação dos ritmos circadianos: lesões no NQS tornam indivíduos incapazes de
seguir um ritmo biológico;
7. Participação na regulação de processos emocionais: como medo, raiva e prazer;
8. Participação em comportamentos motivacionais: um impulso interior motiva uma
ação;
9. Controle do Sistema Nervoso Autônomo – fibras que chegam ao tronco encefálico
com a formação reticular e a medula; Admite-se que as regiões posteriores do
hipotálamo estão relacionadas às respostas simpáticas e as regiões anteriores às
respostas parassimpáticas;

3.3. Subtálamo
Localizado na transição com o mesencéfalo;

Participa, junto com outras estruturas encefálicas, da regulação da motricidade somática.

Tem apenas o núcleo subtalâmico – quando lesado, provoca movimentos anormais nas
extremidades, caracterizando o hemibalismo, movimentos violentos involuntários das
extremidades, que as vezes não desaparecem nem com o sono, podendo provocar exaustão;

3.4. Epitálamo
Região da face posterior do diencéfalo;

NÚCLEO DO EPITÁLAMO - relacionado à olfação, especialmente nas respostas emocionais aos


odores;

GLANDULA PINEAL – predominam células da glia e os pinealócitos; produção do hormônio


melatonina; comportamento rítmico; ação sobre as gônodas;

4. SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO E VISCERAL (divisão funcional)


4.1. Sistema Nervoso Somáti co
Promove a relação do organismo com o mundo externo;

Vias sensitivas (aferentes) – receptores localizados nos órgãos do sentido: visão, audição,
paladar, olfação, equilíbrio; na pele: músculos, articulações captando sensibilidade térmica,
tátil, dolorosa, e proprioceptiva;
vias motoras somáticas (eferentes) – conduzem os impulsos nervosos em direção à medula
espinhal; levam informações de centros nervosos para músculos estriados esqueléticos para
realizar movimentos voluntários;

O controle voluntário é responsabilidade do córtex cerebral e auxiliado por outras áreas como
cerebelo, núcleos da base e medula;

Alguns músculos estriados esqueléticos, como os da respiração, embora sejam controlados por
neurônios motores somáticos, têm atividade em nível inconsciente, sendo ativados por
mecanismos reflexos.

4.2. Sistema Nervoso Visceral


Promove a constância do meio interno permitindo a homeostase; pode aumentar ou diminuir
o ritmo de atividade nas nossas vísceras.

Vias sensitivas (aferentes viscerais) – visceroreceptores que captam informações sensoriais


que não são percebidas conscientemente na maior parte do tempo;

Controle involuntário – coordenado diretamente por meio do hipotálamo e, indiretamente,


por meio do tronco encefálico, medula. Altamente influenciado pelo sistema límbico. O córtex
cerebral tem ação controladora limitada.

4.2.1. Sistema Nervoso Autônomo (SNA)


Estruturas nervosas que correspondem à parte motora ou eferente do sistema visceral;

Leva informações de centros nervosos para tecidos efetores, que são o músculo liso e o
cardíaco, glândulas e adipócitos;

Contém componentes localizados no SNC e no sistema nervoso periférico (SNP), dividido


classicamente em partes simpática e parassimática;

Nas últimas décadas, cientistas vêm mostrando a presença de inervação autônoma existente
no sistema digestório; “segundo cérebro”; sistema nervoso entérico.

SIMPÁTICO – estimula ações que mobilizam energia, permitindo ao organismo responder às


situações de estresse; primeiro neurônio localizado no corno lateral da medula;
Promove dilatação da pupila, aumento da frequência cardíaca, da força de contração e da
pressão arterial que provocam a taquicardia; dilatação dos vasos sanguíneos que subrem os
músculos estriados esqueléticos (promovem a força necessária para correr ou lutar) e cardíaco
(mais suprimento sanguíneo para os músculos), fígado e tecido adiposo (ambos liberam fonte
de energia por meio da glicogenólise e lipólise, respectivamente); dilatação dos brônquios para
movimento mais rápido de ar para dentro e fora dos pulmões; secreção das glândulas
sudoríparas, aumento de suor; ereção dos pelos; estimulação da porção medular da glândula
suprarrenal (aumento da adrenalina e noradrenalina); inibição dos processos que não são
essenciais para enfrentar situações estressantes, ex: diminuição dos movimentos peristálticos,
fechamento dos esfíncteres por contração muscular~; aumento na contração da musculatura
lisa dos reniais e do mecanismo de ejaculação.
PARASSIMPÁTICO - estimula principalmente atividades relaxantes; neurônios pré-ganglionares
localizados em núcleos do tronco encefálico e na coluna intermédio-lateral de substância
cinzenta dos segmentos sacrais da medula;
Promove secreção das glândulas lacrimais e salivares; constrição da pupila; acomodação visual;
constrição dos brônquios; bradicardia (diminuição da frequência cardíaca); ativação dos
movimentos peristálticos; relaxamento dos esfíncteres do tubo digestório; estimulação da
ereção e da secreção das glândulas anexas dos órgãos genitais;
A maioria das vísceras recebe dupla inervação, pois as divisões simpática e parassimpática têm
funções comumente antagônicas;

Não recebem inervação parassimpática – glândulas sudoríparas, músculos eretores dos pelos
da pele, rins, maior parte dos vasos sanguíneos e medula da glândula suprarrenal.

HIPOTÁLAMO – região controladora do SNA, regulando a atividade do simpático e do


parassimpático; no entanto tem influência forte do sistema nervoso somático que, por sua vez,
interage com o ambiente;

O conjunto de respostas fisiológicas do sistema simpático é denominado resposta de luta e


fuga, ai passo que a atuação parassimpática aumenta as respostas de repouso e digestão,
sustentando as funções corporais que conservam e restauram a energia corporal durante os
períodos de repouso;

Baixa excitabilidade do SNA – sociopatas (pouca empatia para o sofrimento alheio);

Alta excitabilidade do SNA – sujeito a desenvolver doenças psicossomáticas perante situações


de tensão emocional experimentadas continuamente;

O estresse crônico provoca estimulação exagerada do simpático (menor ativação do


parassimpático) e predispõe a elevação da pressão arterial;

4.3. Sistema Nervoso Entérico


Constituído por redes neurais encontradas entre as camadas de células que constituem a
parede do tubo digestório;

Neurônios motores, sensitivos e interneurônios;

É fundamental para controle da motilidade do intestino, da tonicidade dos vasos sanguíneos


intestinais, da velocidade de proliferação das células do revestimento epitelial do tubo
digestivo, da secreção de hormônios e neuropeptídios pelas células enteroendócrinas do
sistema digestório e para absorção de nutrientes.

5. CEREBELO
Segunda maior estrutura do encéfalo;

Atua sempre em nível inconsciente e involuntário e suas função mais estudada e definida é a
relacionada à motricidade somática;

Funções motoras – equilíbrio, tônus muscular e coordenação motora; participante de


processos cognitivos: atenção, aprendizagem, linguagem, além de outras funções;
Sua comunicação ocorre por meio do tronco encefálico; conectado à medula espinhal, ao
bulbo à ponte e ao mesencéfalo;

Substâncias branca e cinzenta semelhante ao telecéfalo; branca no centro (corpo medular do


cerebelo – núcleos centrais do cerebelo) e cinzenta ocupa posição periférica (córtex cerebelar
– três estratos celulares);

Informações que chegam são inicialmente processadas no córtex e, em seguida, dirigem-se


para os núcleos cerebelares, sendo enviadas para outras áreas do SNC.

Divisão anatômica – dois hemisférios, unidos em sua porção mediana pelo verme cerebelar;

Divisão ontogenética – lóbulos flóculo-nodular (relacionado ao equilíbrio) e corpo do cerebelo


(movimentos automáticos e inconscientes dos músculos estriados esqueléticos para manter a
postura e o controle do tônus muscular, além de auxiliar no controle dos movimentos
voluntários);

Divisão filogenética – evolução do cerebelo, que se modificou morfológica e funcionalmente


para atender necessidades de adaptação do organismo ao meio ambiente; arquicerebelo
(corresponde ao lóbulo flóculo-nodular); paleocerebelo; pirâmide e úvula; neocerebelo.

Seres humanos acometidos por processos inflamatórios do labirinto (labirintite), insuficiência


vascular e traumatismo na orelha média e interna enviam estímulos nervosos anômalos,
provocando vertigens; também podem ser causadas por hipertensão arterial e por tumores
que resultam em compressão do cerebelo ou nervo vestibulococlear;

Cerebelo pode ser lesionado em várias condições: tumores, acidades vasculares cerebrais,
distúrbios neurológicos, disfunções genéticas e processos desmielinizantes;

Síndromes cerebelares:
- do arquicerebelo: perda de equilíbrio sem alteração do tônus muscular, mais comum
em crianças que não conseguem ficar em pé e, quando deitadas, seus movimentos são
normais;
- do paleocerebelo: aumento de tônus da musculatura extensora; rara em sua forma
pura, sendo mais frequentemente combinada com lesões de outras áreas;
- do neocerebelo: falta de coordenação motora final, principalmente dos membros;
ataxia;
- dismetria: inabilidade para interromper um movimento ou a execução defeituosa de
movimento que visa atingir um alvo;
- assinergia: falta de associação de movimentos na realização de uma ação complexa
que exija cooperação sinérgica de vários grupos musculares;
- decomposição: movimento realizado em etapas sucessivas utilizando-se uma
articulação por vez e não pela movimentação simultânea das articulações envolvidas,
semelhante ao movimento dos robôs; movimento dividido em fases;
- disdiadococinesia: dificuldade de executar movimentos rápidos e alternados;
- rechaço: ausência de coordenação motora; incapacidade de parar um movimento
quando solicitado;
- tremor: tremor que se acentua ao final do movimento ou quando o indivíduo está
prestes a atingir um objetivo; diferente do tremor na doença de Parkinson, que pode persistir
mesmo com a pessoa deitada e relaxada;
- distúrbio da marcha: não consegue andar em linha reta; passos desiguais; pés ficam
muito próximos ou muito afastados;
- distúrbio da fala: disartria – fala lenta, pronúncia de sílabas, sem variação de altura e
tom, tremulosa e nasal; disfunção dos músculos da laringe para iniciar ou parar contrações
rapidamente;
- hipotonia muscular: tônus muscular reduzido;
- nistagmo: após lesão de um hemisfério cerebelar, observa-se que os dois olhos
desviam-se para o lado contralateral; movimento voluntário dos olhos também é afetado; ao
olhar para um objeto na periferia, os olhos movimentam rapidamente na direção intencionada
e logo depois voltam involuntariamente para a posição neutra;

6. TELENCÉFALO
Denominado cérebro, apresenta dois hemisférios cerebrais: direito e esquerdo, separados pela
fissura longitudinal do cérebro, mas internamente unidos por fibras comissurais que formam o
corpo caloso, comissura anterior e fórnice.

Cada hemisfério apresenta uma cavidade (resquício da luz do tubo neural) denominada
ventrículo lateral direito e esquerdo;

Na superfície: numerosas protuberâncias (giros), que são delimitados por fendas (sulcos);

A substâncias cinzenta localizada na periferia forma extensa área denominada córtex cerebral,
e a que se encontra circundada pela substância branca constitui os núcleos da base!

Cada hemisfério tem a face superolateral (ou lateral), face medial e face interior;

Cada hemisférios é dividido em lobos: frontal, parietal, temporal, occipital e insular;

Fibras de Projeção:
- Capsula Interna: amplo feixe de fibras que separa o tálamo do núcleo lentiforme e
constitui região importante do telencéfalo, pois a maioria das fibras que ascendem ou
descendem do córtex faz parte dessa capsula. Continua-se superiormente no núcleo
lentiforme, sendo denominada coroa radiada e, inferiormente, com a base do pendúnculo
cerebral;
- Fórnice: feixe que promove a conexão entre o hipocampo e o corpo mamilar no
hipotálamo;

Fibras de Associação:
- Intra-hemisféricas: ligam áreas em um mesmo hemisfério;
- Fascículo longitudinal superior (fascículo arqueado): liga os lobos frontal, parietal e
occipital;
- Fascículo unciforme: liga lobo temporal ao frontal;
- Fascículo do cíngulo: presente no giro do cíngulo, promove a ligação do lobo frontal
temporal, passando pelo lobo parietal;
- Fascículo longitudinal inferior: promove a ligação entre o lobo occipital e o temporal;
- Fibras arqueadas (curtas e longas): associam áreas vizinhas do córtex;
- Inter-hemisféricas: (fibras comissurais): ligam os dois hemisférios;
- Corpo caloso: maior e principal meio de comunicação inter-hemisférica, promovendo
a comunicação entre áreas simétricas dos hemisférios cerebrais. Apresenta-se dividido em
regiões: rosto, joelho, tronco e esplênio do corpo caloso.
- Comissura anterior: estabelece a comunicação entre os lobos temporais;
- Comissura do fórnice: promove a comunicação entre os dois hipocampos
6.1. Núcleos da Base
Incluídos em meio à substância branca; são estruturas do telecéfalo;

6.1.1. Corpo estriado


Maior núcleo da base – núcleo caudado e núcleo lentiforme; Porção lateral é PUTAME e
porção medial é GLOBO PÁLIDO;

NÚCLEO CAUDADO – dividido entre cabeça, corpo e caudado; tem o núcleo acumbens, pálido
ventral;

O corpo estriado mantém conexões com áreas bem distintas; região ventral com áreas
corticais do sistema límbico; região dorsal com áreas motoras do córtex (influência sobre a
execução do movimento voluntário já iniciado e sobre o planejamento do ato motor, agindo
paralelamente com cerebelo, tálamo, núcleos subtalâmicos e substância negra);

Corpo estriado dorsal – relacionado à motricidade somática;

Corpo estriado ventral (inclusive núcleo acumbens) – relacionado ao comportamento


emocional e integra o chamado sistema de recompensa do cérebro (sensação de prazer);

Lesões nesses núcleos da base e na substância negra encontrada no mesencéfalo estão


relacionadas à doença de Parkinson;

Núcleo basal de Maynert (NBM) – conexões com áreas límbicas (corpo amigdaloide) e com
praticamente todo o córtex cerebral. Neurônios liberam acetilcolina – parece ser a única via
colinérgica para o córtex cerebral;

No Alzheimer há degeneração de neurônios em várias regiões: hipocampo, corpo amigdaloide


e NBM

O corpo amigdaloide está localizado na região anterior do lobo temporal, próximo à cauda do
núcleo caudado e ao hipocampo; Apresenta vários núcleos com extensas conexões com
hipotálamo, córtex cerebral, tálamo e tronco encefálico, sendo uma das principais estruturas
relacionadas ao comportamento emocional; significado emocional que atribuímos às
experiências cotidianas; é fundamental para a sensação de medo.

7. CÓRTEX CEREBRAL
Maior parte do volume total do cérebro; concentrados corpos de neurônios com seus
respectivos dendritos, fibras nervosas amielínicas e células da glia;

No córtex os impulsos sensoriais tornam-se conscientes e podem ser interpretados, originando


as percepções; “a consciência tem uma sede biológica”; sede dos processos psíquicos
complexos (pensamento, raciocínio, criatividade, emoções, memória, inteligência e
linguagem);

Divisão filogenética no homem:


- arquicórtex – hipocampo
- paleocórtex – giro para-hipocampal e unco
- neocórtex – no restante dos hemisférios
Para alguns autores, o neocórtex é exclusivo dos mamíferos e o córtex primitivo seria
denominado no conjunto de córtex límbico, localizado nos giros do cíngulo e para-hipocampal.
Em ambos os casos, as áreas primitivas estão relacionadas ao comportamento emocional;
Divisão anatômica: lobos frontal, parietal, occipital, temporal e insular; delimitados por sulcos
e subdivididos em giros; divisão apenas didátia e muito útil; não corresponde a uma divisão
funcional ou estrutural;

Divisão funcional: classificadas inicialmente em áreas de projeção (que dão origem ou recebem
as fibras relacionadas diretamente à sensibilidade a à motricidade) e áreas de associação
(todas as demais áreas, relacionadas às funções psíquicas); Luria propôs divisão de acordo com
grau de relacionamento à motricidade e à sensibilidade – áreas de projeção são consideradas
primárias e áreas de associação podem ser classificadas em secundárias e terciárias. As lesões
de áreas primárias causariam paralisias ou alterações na sensibilidade, enquanto lesões nas
áreas secundárias e terciárias causariam alterações psíquicas e nenhum comprometimento
motor ou sensorial;

A seguir, descrição funcional com referência de localização a classificação anatômica e a de


Broadmann;

7.1. Áreas de Projeção


7.1.1. Área Primária Motora
GIRO PRÉ-CENTRAL – córtex motor;

Movimentos – motricidade somática; porções corticais específicas são responsáveis pela


produção dos movimentos de partes diferentes do corpo;

Wilder Penfield – descoberta de que cada área cortical tem relação com determinada parte do
corpo; representação através de um homúnculo – mãos e polegar especialmente grandes,
significando que a área do cérebro que inervará essa região apresenta mais células nervosas,
ou seja grandes partes do córtex motor regulam as mãos, os dedos, a língua e os lábios, onde o
controle motor é mais preciso;

7.1.2. Áreas Primárias Sensiti vas


1. AREA SOMESTÉSICA

GIRO PÓS-CENTRAL, áreas somatossensorial primária;

Chega a interpretação dos impulsos nervosos relacionados às sensações gerais: dor,


temperatura, tato e sensações proprioceptivas (posição, vibração e discriminação entre
pontos), originadas em receptores da metade contralateral do corpo;

Também se aplica o princípio do homúnculo; as áreas são proporcionais ao número de


receptores sensoriais especializados nas áreas correspondentes do corpo;

Em razão da plasticidade cerebral, o tamanho da área cortical que representa uma parte do
corpo pode ser expandido ou reduzido, dependendo da quantidade de informações recebidas;
deficientes visuais que aprender a ler Braile têm maior representação nas áreas que
correspondem às pontas dos dedos;

Lesão: perda da sensibilidade discriminativa do lado oposto à lesão; indivíduo percebe


diferentes modalidades de estímulos, mas perde a capacidade de identificar a parte do corpo
que está sendo estimulada, definir diferentes temperaturas e identificar texturas de objetos; à
perda de capacidade de reconhecer os objetos pelas mãos dá-se o nome de estereognosia;

2. ÁREA VISUAL

SULCO CALCARINO na face medial e EXTREMIDADE DO LOBO OCCIPITAL na face lateral; Área
V1

Os impulsos da via visual originados nos receptores da retina se tornam conscientes; cada
córtex visual recebe impulsos da metade ipsilateral de cada retina e cada retina conduz
informação da metade contralateral do campo visual; a estimulação dessa área causa a
percepção de flashes de luz

Lesão: um hemisfério resulta em perda da visão na metade contralateral do campo visual;


bilateral provoca cegueira completa

3. ÁREA AUDITIVA

Pequena área localizada inferiormente ao sulco latera, no GIRO TEMPORA SUPERIOR e GIRPO
TEMPORAL TRANSVERSO ANTERIOR;

Chegam fibras da via auditiva das orelhas, que se iniciam na cóclea, passando pelo corpo
geniculado medial e terminando neste córtex;

Analisa todos os sinais auditivos, percepção e consciência dos sons simples; não ocorre a
interpretação exata de sons complexos como a voz humana;
Estimulação produz percepções auditivas grosseiras, como zumbido, clinicamente
denominadas de tinido;

Lesão: deficiência na localização do som, diminuição da audição e, em casos mais graves,


surdez completa

4. ÁREA OLFATÓRIA

Extremidade do LOBO TEMPORAL, na região do UNCO e do GIRO PARA-HIPOCAMPAL; Áreas


como giro para-hipocampal, complexo amigdaloide e substância perfurada também recebem
aferências do bulbo olfatório e poderiam ser consideradas áreas corticais olfatórias de
associação secundárias;

Aspectos conscientes da experiência olfatória;

5. ÁREA GUSTATÓRIA

Porção inferior do GIRO PÓS-CENTRAL, inferior à área somestésica; alguns autores consideram
o córtex insular também como área primária;

Percepção consciente do gosto;

6. ÁREA VESTIBULAR

Não se sabe a localização precisa, mas sugerem participação do GIRO SUPRAMARGINAL, GIRO
TEMPORAL MÉDIO e parte dos GIROS TEMPORAL SUPERIOR e PARIETAL INFERIOR.

Percepção sobre a nossa orientação e movimentos corpóreos.

7.2. Áreas de Associação


7.2.1. Áreas de Associação Secundária
1. ÁREA SOMESTÉSICA SECUNDÁRIA

Também chamado de córtex somatossensorial secundário; ADJACENTE AO GIRO PÓS-


CENTRAL, ocupando na face lateral grande parte do LÓBULO PARIETAL SUPERIOR e, na face
medial, grande parte do PRÉ-CÚNEO e parte do LÓBULO PARACENTRAL;

Todas as áreas secundárias são adjacentes às áreas primárias;

A identificação de um objeto se faz em duas etapas que envolvem áreas cerebrais diferentes:
a) SENSAÇÃO: ocorre na área de projeção (área primeira – giro pós central), com a
consciência do objeto e suas características
b) INTERPRETAÇÃO (GNOSIA): áreas de associação (2 ª e 3ª); as informações obtidas pelas
áreas primárias são comparadas às informações já existentes na memória;

Papel importante na execução de movimentos para confirmação de quais movimentos já ocorreram e


na decisão de quais devem prosseguir; O córtex motor decide o que deve ser feito e o córtex sensorial
sabe o que foi realizado;
Lesões: capacidade diminuída da interpretação de experiências somáticas; perda da percepção espacial
do corpo; execução de movimentos comprometida (fragmentados e confusos); APRAXIA; dor fantasma;

2. ÁREA VISUAL SECUNDÁRIA

Região adjacente à área primária, tanto na face medial quanto na lateral; ocupa todo LOBO
OCCIPITAL e estende-se para os LOBOS PARIETAL E TEMPORAL;

No lobo occipital – vários grupos diferentes de neurônios especializados na percepção de cor,


forma e movimento; LESÕES: agnosias (perde a capacidade de reconhecer cor, faces, formas
ou movimentos);

No lobo temporal – áreas de processamento de informação visual, como por exemplo a


interpretação de estímulos visuais complexos como faces humanas;

3. ÁREA AUDITIVA SECUNDÁRIA:

Adjacente à área auditiva primária, ocupando grande parte do GIRO TEMPORAL SUPERIOR; a
região posterior dessa área é a área de Wernicke;

Impulsos oriundos da área auditiva primária são processados (traduzidos), o som é codificado
de acordo com a língua aprendida, promovendo compreensão dos sons;

7.2.2. Área de Associação Secundária Motora


LOBO FRONTAL na face lateral (região adjacente ao giro pré-central) e medial (região do lobo
frontal superior ao sulco do cíngulo);

a) ÁREA PRÉ-MOTORA

Relacionada a força muscular e participa do planejamento de atividades motoras,


especialmente aquele guiado por estímulos sensoriais externos;

Organiza os movimentos, mas não especifica como cada um deles deve ser realizados (isso é
tarefa da região primária);

Sequências complexas de movimentos para realizar uma terefa;

Lesões: APRAXIAS – incapacidade de realizar determinados movimentos voluntários de forma


precisa;

b) ÁREA MOTORA DA FALA

Área de Broca; parte opercular e triangular do giro frontal inferior;

Geralmente ativa apenas no hemisfério esquerdo;

Faz a programação do ato motor para execução da linguagem falada e escrita; o giro pré-
central adjacente a essa área contém neurônios que estão conectados aos nervos responsáveis
pelo comando dos músculos do aparelho fonador;
Lesões: AFASIAS;

c) ÁREA MOTORA SUPLEMENTAR

Planejamento de sequências complexas de movimento; é ativada junto com a área motora


primária quando se executa um movimento, mas podem também ser estimulada quando um
indivíduo pensa na sequência de movimentos sem executá-los (antecipação dos movimentos)

7.3. Áreas de Associação Terciária


7.3.1. Área Pré-Frontal
“Na frente da frente” – ocupa a maior extensão do lobo frontal;

Corresponde a toda porção não motora do lobo frontal;

Área de associação terciária e representa o topo na evolução;

Apresenta conexões com todas as outras áreas de associação do córtex; recebem informações
de todas as áreas sensoriais e enviam informações às áreas motoras;

a) Planejamento estratégico para ações motoras: planejar, dirigir ou inibir


comportamentos complexos (levantar da cadeira e sair da sala de aula); conta com
informações internas como memória e emoção; apenas especifica o objetivo para o
qual os movimentos devem ser direcionados; planejamento do movimento no pré-
frontal, o córtex pré-motor organiza a sequência precisa de movimentos e o córtex
motor executa a ordem;
b) Controle do comportamento na adaptação ao contexto ambiental: recebe informações
do mundo interno e externo e atua na adaptação adequada do comportamento ao
contexto ambiental; importantíssimo para a vida social; lesões: diferentes
comportamentos, extremamente dependente de estímulos externos, perderam a
capacidade de adaptar o seu comportamento ao contexto, com gafes sociais;
c) Participação nas decisões de valor moral: córtex pré-frontal dorsolateral é acionado
quando se tem que tomar decisões com base em julgamento frio e racional, e o c. pré-
frontal ventromedial é acionado quando as decisões são associadas à emoções;
d) Participação no mecanismo de manutenção da atenção: atenção visuoespacial, e as
pessoas com lesões dessa área têm dificuldades em se concentrar em uma tarefa; são
incapazes de desprezar os estímulos irrelevantes, tendo muita dificuldade de agir
conforme estímulos internos. Participação na memória implícita, operacional, de curto
prazo, raciocínio figurativo e analítico, cálculo matemático, prazer tátil e olfação;

7.3.2. Área Temporoparietal


Na face lateral ocupa todo o lóbulo parietal inferior, parte do lóbulo parietal superior e
margens do sulco temporal superior;

Localizada entre as áreas de associação auditiva, visual e somestésica, funciona como um


centro que integra informações recebidas dessas regiões;
Permite determinar as relações entre os objetos no espaço extrapessoal, nos dotar de
consciência do tamanho e posição do nosso próprio corpo. Representação ou imagem
corporal;

Lesão: principalmente no lobo parietal, ocorre a síndrome de negligência ou intenção (após


derrame senhora passou a negligenciar tudo que estava à sua esquerda, como se aquilo não
existisse); um distúrbio na região mais temporal poderia criar experiência sensorial diferente
do que a pessoa vê (alucinações visuais ou auditivas) ou ainda promover agnosia visual (como
indivíduo que não reconhece nenhuma face, nem a própria);

7.3.3. Áreas corti cais e linguagem falada


Linguagem – capacidade dos indivíduos de transformar o pensamento em uma substância
concreta; Nascemos com estruturas cerebrais preparadas para desenvolver a habilidade de
perceber o som, codifica-lo e emiti-lo por meio das estruturas do aparelho fonador; mas HÁ A
NECESSIDADE DE ESTIMULAÇÃO AMBIENTAL;

Linguagem é função neuropsicológica e social;

Em 95% dos indivíduos o hemisfério especializado para a linguagem é o esquerdo, ao passo


que as mesmas regiões do hemisfério direito encarregam-se da prosódia (aspectos emocionais
da voz)

Área de Wernicke: uma das áreas sensoriais da linguagem e compreende extensa região
composta de parte posterior do giro temporal superior, incluindo a a região temporal do
assoalho do sulco central;

Área de Broca: uma das áreas motoras da linguagem e compreende a região posterior da parte
triangular e a parte opercular, ambas no giro frontal interior. É responsável pela programação
motora da linguagem falada.

- Na compreensão da linguagem falada: no hemisfério cerebral esquerdo da maioria das


pessoas, a área de Wernicke seria responsável pela identificação das palavras e corresponderia
ao léxico fonológico. O giro angular e o supramarginal seriam responsáveis pela compreensão
da palavra e do seu significado e corresponderiam ao léxico semântico. O giro temporal
posterior seria o local do léxico semântico dos objetos; o giro temporal inferior seria o local do
léxico semântico dos animais e o polo temporal responsável seria o local do léxico semântico
para seres humanos;

- Na produção da linguagem falada: a área de Broca juntamente com a pré-motora e a motora


adjacentes (posteriores) representam a sede da expressão verbal, responsável pela escolha
das palavras e a articulação motora necessária para produzi-las. A área de Broca juntamente
com o córtex pré-frontal adjacente (anterior) representam a sede da expressão verbal
responsável pela construção gramatical das frases. Deve-se ainda considerar a extensa
comunicação que ocorre entre essas áreas por meio do fascículo arqueado.

8. ESTRUTURAS LÍMBICAS E COMPORTAMENTO EMOCIONAL


Emoções – experiências subjetivas acompanhadas de manifestações fisiológicas, nem sempre
fáceis de serem detectadas. Para a neurociência, as emoções são essenciais para a adaptação
do indivíduo. Mas estabelecer as bases neurais das emoções é tarefa complexa e ainda não
completamente elucidada;
Sistema Límbico – termo sugerido por Broca, que se referiu ao conjunto constituído por um
anel de estruturas corticais disposta na face medial e inferior do encéfalo, ao redor do
diencéfalo e do tronco encefálico, considerado essencial no comportamento emocional;

Não há consenso sobre quais estruturas formam o lobo límbico. Geralmente descreve-se as
seguintes estruturas: giro paraterminal, giro do cíngulo, istmo do giro do cínculo, giro para-
hipocampal (hipocampo e giro denteado adjacentes), unco. Uma pequena parte do lobo
límbico está relacionada à olfação e o restante ao comportamento emocional e à memória;

SISTEMO LÍMBICO – conjunto de estruturas formado pelo lobo límbico e todas as estruturas a
ele relacionadas (corticais e subcorticais) que estão envolvidas na geração e no controle das
emoções;
Áreas corticais do lobo límbico; áreas corticais da região basilar temporal e orbitofrontal; corpo
amigdaloide; regiões ventrais do corpo estriado (núcleo acumbens); núcleos septais;
hipotálamo (corpo mamilar); tálamo (núcleos anteriores e mediais); formação reticular do
tronco encefálico; epitálamo (núcleo das habênulas) e ínsula.
Esse conjunto de estruturas, direta ou indiretamente é importante: na geração dos estados
emocionais, nos processos motivacionais, na memória, na atenção e aprendizagem, na
interação neuroendócrina; na regulação do sistema nervoso autônomo (SNA) promovendo
comportamentos relacionados à preservação da espécie, à obtenção de alimentos, resposta de
luta e fuga, bem como par ao controle destes estados.

Vários autores consideravam o hipocampo como estrutura do sistema límbico, mas na


atualidade admite-se que tenha atuação indireta no processamento emocional e sua função
principal está relacionada à consolidação da memória.

8.1. Estruturas do Lobo Límbico


Formam uma alça contínua de regiões corticais que iniciam no unco e terminam no giro para
terminal;

Unco – córtex olfatório primário relacionado à percepção da olfação;

Giro para-hipocampal – três regiões: formação hipocampal, hipocampo e giro denteado e


subículo;

Istmo do giro do cíngulo – região de transição entre o giro para-hipocampal e o giro do cíngulo

Giro do cínculo – uma das maiores estruturas do lobo límbico, que mantém conexões com
estruturas límbicas além de áreas subcorticais; está relacionado à depressão, à ansiedade e à
agressividade; observou-se lentidão mental em seres humanos que tiveram essa área lesada. A
região anterior está relacionada às emoções, ao processamento da dor crônica e ao controle
visceral; lesões do giro do cíngulo podem provocar apatia, mutismo e mudanças de
personalidade; casos de TOC que não respondem aos tratamentos farmacológicos e
psicoterapêuticos podem ser submetidos à psicocirurgia denominada cingulotomia anterior,
que consiste na secção do fascículo do cínculo.

Giro paraterminal

8.2. Estruturas relacionadas ao Lobo Límbico


CORPO AMIGDALOIDE:
Anatomicamente é um dos núcleos da base;

Apresenta íntima relação anatômica com o hipocampo e o núcleo caudado e inúmeras


aferências e eferências funcionais;

Núcleos basolateral e corticomedial;

Dentre as funções o corpo amigdaloide parece exercer papel na interface entre as percepções
e as emoções; nessa região é avaliado o nível de ameaça representado pelos sianis de perigo e
significa o local onde essas informações externas ganham colorido afetivo, o que resultaria na
facilitação dos processos de armazenamento de informações;

Comportamentos por estimulação(maior parte dos estudos feitos em animais ou envolvem


estruturas neurais adjacentes): alteração das funções autônomas como respiração, frequência
cardíaca, pressão sanguínea e dependendo da região da amígdala, pode ser aumentadas ou
diminuídas; estimulação da atividade motora relacionada à ingestão de alimentos; sensação
ode medo e ansiedade em seres humanos;

Comportamentos provocados por lesões: em animais hipersexualidade e comportamento


sexual pervertido; em seres humanos houve alteração do comportamento social
(provavelmente relacionado à deficiência no reconhecimento de expressões faciais,
manifestado pelos indivíduos) e alterações no comportamento emocional (indivíduos violentos
toraram-se calmos).

AREA SEPTAL:

Septo prelúcido – lamina constituída por células gliais e separa os ventrículos laterais

Septo pré-comissural –

Pesquisas animais: estimulação de vários locais da área septal origina sensação de prazer e
recompensa, ao passo que lesões provocam a síndrome septal, fisiologicamente caracterizada
por hiperatividade emocional, com reações exageradas de raiva, estimulação da sede,
alterações das respostas autônomas e distúrbios da esfera sexual;

Há poucos dados sobre efeitos de lesões ou estimulações em humanos, mas parece que a
estimulação química nessa área provocada por acetilcolina resulta em euforia e orgasmo;

CORPO ESTRIADO VENTRAL

Maior núcleo da base (núcleo caudado, putame, globo pálido e núcleo acumbens);

Apesar de não poder ser dividido anatomicamente o corpo estriado, admite-se que a porção
anterior denominada estriado ventral tem conexões com estruturas límbicas e participa do
comportamento emocional;

8.3. Bases neurobiológicas das emoções


8.3.1. Base Neural do Medo
Tálamo envia os estímulos que sinalizam perigo para o corpo amigdaloide, que processa e
promove a ativação de duas regiões:

O hipotálamo (dispara reações autônomas) e a substância cinzenta pariaqueutal (promove as


reações comportamentais tímicas de defesa – fugir, lutar ou ficar imóvel); São reações de
defesa que normalmente acompanham os estados aversivos do medo e da ansiedade, que
também podem estar relacionados ao ataque de pânico;

A consciência ocorre quando as áreas corticais são ativadas – isso é mais lento que o processo
de respostas fisiológicas e comportamentais;

A função do corpo amigdaloide é avaliar os estímulos provenientes do meio ambiente, o que


talvez tenha atuação do hipocampo que está intimamente relacionado à memória, além de
atuar no reconhecimento das expressões faciais de medo;

Outros estudos demosntram que o colículo inferior participa do sistema aversivo, pois a
estimulação desta estrutura promove comportamento de fuga e alterações autônomas
semelhantes às encontradas no estado emocional de medo, além do hipocampo e do núcleo
da rafe.

8.3.2. Base Neural da Raiva

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