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Bioquímica Exer.

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO - FAVENI

BIOQUÍMICA APLICADA
AO EXERCÍCIO

ESPÍRITO SANTO

1
BIOQUÍMICA E ORGANIZAÇÃO CELULAR

http://cursosonline.uol.com.br/assinatura/artigos/biologia-e-meio-ambiente/bioquimica-
celular-conheca-as-vitaminas-e-seus-efeitos-no-metabolismo/

BIOMOLÉCULAS
As biomoléculas são moléculas de compostos orgânicos que constituem os
seres vivos como: proteínas, ácidos nucleicos, polissacarídeos. Os polímeros
formados por algumas moléculas orgânicas são importantes para a
construção do organismo pois é através deles que se formam as biomoléculas
poliméricas.
Os polímeros são formados pelos monômeros (pequenas moléculas
orgânicas que se polimerizam). Os principais monômeros que constituem os
organismos vivos são: aminoácidos, nucleotídeos e os monossacarídeos.
Os aminoácidos reagem entre si dando origem às proteínas que constituem
grande parte das células. As proteínas são importantes no controle do
transporte de substâncias pela membrana, na atividade dos genes, na
contração muscular e nos movimentos internos da célula. A representação
geral dos aminoácidos.
http://www.infoescola.com/bioquimica/os-20-aminoacidos-essenciais-ao-organismo/

http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Dipept%C3%ADdeos&lang=3

Os nucleotídeos são estruturas formadas por três substâncias químicas: base


nitrogenada, pentose e fosfato. São os nucleotídeos que se encadeiam e dão
origem aos ácidos nucleicos (DNA e RNA) que desempenham papel
fundamental no núcleo.

3
http://brasilescola.uol.com.br/biologia/nucleotideo.htm

O DNA forma os genes, que dão origem aos cromossomos, e é responsável


pela transmissão das características hereditárias e com o auxílio do RNA,
controla a produção de proteínas das células determinando as características
dos seres vivos.
Nos cromossomos encontramos o código genético que é a relação entre a
sequência de nucleotídeos nos ácidos nucleicos e a sequencia de
aminoácidos em uma proteína. Esse código é de grande importância, pois é a
partir dele que surgem as diferenças entre os organismos vivos. De acordo
com a sequência de bases nitrogenadas e a sua quantidade em uma fita de
DNA gera-se uma informação genética para a síntese de uma proteína
específica que construirá a célula. Com um conjunto de informações que varia
muito, forma-se uma grande variedade de organismos vivos.
Glicose é um monossacarídeo do grupo dos carboidratos mais
importantes. Também podemos chamá-la de Glucose ou dextrose, a IUPAC-
União Internacional de Química Pura e Aplicada, órgão que controla a química
no mundo todo considera a nomenclatura “D-Glucose”. As células do corpo
usam a glicose como fonte de energia pelo ciclo de Krebs nas mitocôndrias e é
um metabólico intermediário.
Sua estrutura é bem simples sendo representada por seis carbonos e um
grupo aldeído podendo ser representada na forma de cadeia aberta (acíclica),
fechada ou anel (cíclica) onde se mantém em equilíbrio.
A regulação da glicose é feita no pâncreas nas ilhotas Alfa (α) e Beta (β) sendo
que quando os níveis de glicose estão altos o pâncreas libera insulina para que
seja feita sua quebra e eliminação em forma de energia; quando os níveis
4
estão baixos o pâncreas libera glucagon para que a glicose seja transformada
em glicogênio no fígado.

http://www.infoescola.com/bioquimica/glicose/
Estrutura da glicose.

Quando o nível de glicose está muito alto, ocorre a hiperglicemia e deve ser
feito o controle, pois a hiperglicemia em um exame de sangue representa
quadro de diabetes (se o exame for realizado em jejum). Quando esse nível
estiver baixo o quadro é de hipoglicemia que também deve ser controlado para
que não haja evolução.
O quadro de hipoglicemia é mais sério, pois nosso cérebro não
armazena oxigênio nem glicose e se os níveis de glicose baixar muito podem
ocorrer lesões cerebrais graves com sequelas, podendo causar até a morte.
A bioquímica clínica, também chamada de analise clínica é a responsável pela
medição dos níveis de glicose no organismo, utilizando um exame por meio de
coleta sanguínea é feita a separação do soro e do plasma em centrífuga; em
seguida o soro é levado ao calorímetro.
A análise é feita medindo a quantidade de luz incidente que consegue passar
pelas moléculas de glicose contidas no soro.
O distúrbio mais comum causado pelo aumento ou baixa do nível de glicose no
organismo é a Diabetes que é uma doença inflamatória crônica e se apresenta
em 4 formas.
 Diabetes Mellitus tipo 1
 Diabetes Mellitus tipo 2
 Diabetes Mellitus Gestacional
5
 Diabetes Mellitus causada por outros agentes internos ou externos ao
organismo.
Os níveis normais para que uma pessoa não apresente quadro de Diabetes
são (8 a 12 horas de jejum):
 Nível Normal = 70 a 99mg/dL
 Nível Pré-Diabetes = 100 a 125mg/dL
 Nível Diabetes Mellitus = acima de 126mg/dL
Os polissacarídeos são glicídios de longa cadeia constituídos pela união de
vários monossacarídeos (açúcares) como mostra a Figura 5. Esses
polissacarídeos são importantes, pois são fontes de energia para o organismo
e constituem certas estruturas importantes nos organismos.

http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Sacarose&lang=3

ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA CELULAR

http://www.webciencia.com/11_03celula.htm

6
Os seres vivos podem se classificar de acordo com sua estrutura celular em
procariontes e eucariontes.
As células procarióticas têm uma estrutura muito simples pois não possuem
membrana nuclear nem a maioria das organelas, possuindo apenas uma
única membrana plasmática.
As células eucarióticas são muitos maiores em tamanho que as anteriores,
possuem um núcleo delimitado por uma membrana e diversos
compartimentos especializados para cada função (complexo de Golgi,
mitocôndria e outros).
Dentro de uma célula eucariótica encontram-se:
a) Ribossomo – síntese de proteínas;
b) Aparelho de Golgi – eliminação de secreção celular;
c) Lisossomo – digestão celular;
d) Membrana plasmática – proteção e transporte de substâncias na célula;
e) Mitocôndria – respiração celular;
f) Centríolos – fazem parte da divisão celular;
g) Parede celular – esqueleto de sustentação da célula vegetal;
h) Retículo endoplasmático liso – sintetiza lipídeos e armazena cálcio no
músculo;
i) Retículo endoplasmático rugoso – facilita o transporte de substâncias na
célula e produz proteínas da membrana;
j) Vacúolo contrátil – cavidades do citoplasma que se encarregam de
eliminar água; Vacúolo de suco celular – cavidades que acumulam água
em vegetais;
k) Cloroplasto – responsável pela síntese de proteínas e reprodução na
célula vegetal.

7
http://cfbcmpa2011.blogspot.com.br/2011/03/celula-animal.html
Representação da célula animal.

http://nemtecontei.blogspot.com.br/2012/11/maquete-de-celula-vegetal.html
Representação da célula vegetal.

INTERAÇÃO ENTRE AS BIOMOLÉCULAS

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=bioeletronica-nanotransistor-

8
interacoes-entre-moleculas#.VlcssXarTIU

As interações entre as biomoléculas podem ser do tipo covalente ou


intermolecular.
Nas ligações covalentes o par de elétrons é compartilhado por dois átomos.
Podemos citar como exemplo a ligação peptídica entre dois aminoácidos, as
pontes dissulfeto entre dois átomos de enxofre presentes nas estruturas
terciárias de algumas proteínas e a ligação glicosídica entre dois
monossacarídeos.
As forças intermoleculares são não covalentes e mais fracas que as
covalentes pois não ocorre o compartilhamento de um par de elétrons. Nessas
forças ocorre a atração entre as cargas parciais positivas e negativas de dois
átomos de moléculas diferentes fazendo com que as moléculas se aproximem.
Existem quatro principais tipos de forças intermoleculares: forças de Van der
Waals, eletrostática, ligação de hidrogênio, interação dipolo-dipolo.

FORÇAS DE VAN DER WAALS


Nesse tipo de interação intermolecular, a distribuição de cargas em torno de
uma molécula muda com o tempo, dessa forma em um dado momento a
distribuição de cargas não é simétrica e um lado da molécula apresentará uma
grande quantidade de cargas negativas, por exemplo, induzindo dessa forma
que outra molécula vizinha apresente uma quantidade de cargas positivas
correspondente de um lado da molécula, ocorrendo dessa forma à atração
entre esses dipolos formados nas moléculas. Nessa interação, uma
molécula induz a formação de um dipolo na outra sendo consideradas as
interações mais fracas existentes. Esse tipo de interação ocorre entre os
grupos R de aminoácidos apolares.

9
http://slideplayer.com.br/slide/287692/
Forças de Van der Waals.

INTERAÇÃO DIPOLO-DIPOLO
As forças dipolo–dipolo são interações entre moléculas polares sendo
consideradas forças intermediárias. Na molécula da acetona o átomo de
oxigênio, mais eletronegativo, faz uma dupla ligação com o átomo de carbono,
menos eletronegativo. Dessa forma há a formação de um dipolo na molécula,
pois o par de elétrons da ligação C=O estará mais próximo do átomo de
oxigênio, pois este é o átomo mais eletronegativo. Este adquire carga parcial
negativa e deixa o outro lado da molécula (átomo de carbono) com carga
elétrica parcial positiva. O lado negativo de uma molécula atrai o positivo da
outra e dessa forma ocorre à interação entre as moléculas.

http://desciclopedia.org/wiki/For%C3%A7as_intermoleculares

10
ATRAÇÃO ELETROSTÁTICA
Esse tipo de interação é o resultado das forças atrativas entre cargas opostas
efetivas de funções polares, ou seja, ocorre devido à atração de uma molécula
carregada positivamente com outra molécula carregada negativamente. Essas
interações são consideradas as mais fortes existentes e ocorrem entre
radicais carregados de aminoácidos.

https://aprendendofisica.wordpress.com/2010/05/26/principio-da-eletrostatica/

LIGAÇÃO DE HIDROGÊNIO
A ligação de hidrogênio é a interação entre o átomo de hidrogênio ligado a um
átomo de O, N ou F de uma molécula com o átomo de N, O ou F de outra
molécula. A ligação de hidrogênio é uma força intermolecular mais fraca que a
íon-íon mais é mais forte que as forças de Van der Waals ou dipolo – dipolo.
Uma explicação plausível para a formação das ligações de hidrogênio é a de
que o par de elétrons que liga um átomo de hidrogênio a um átomo altamente
eletronegativo está efetivamente afastado do núcleo do hidrogênio, diminuindo
muito a densidade de carga negativa ao redor do núcleo de hidrogênio que é
um simples próton. Assim, o próton não blindado atrai elétrons que circundam
o átomo eletronegativo de uma molécula vizinha. São consideradas interações
de força intermediária e ocorrem entre grupos polares sem carga dos
aminoácidos polares.
.
INTERAÇÃO HIDROFÓBICA
Além desses quatro tipos, existem ainda as interações hidrofóbicas que são

11
atribuídas devido a forte tendência das moléculas de água excluírem grupos
ou moléculas apolares. Essas interações ocorrem entre solutos não polares e
a água. Moléculas apolares de solutos se aglomeram entre si na presença de
água, não porque tenham primariamente uma alta afinidade uma pela outra,
mas porque a água liga-se fortemente a si mesma.

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422013000800026&script=sci_arttext

ÁGUA: SOLVENTE DAS REAÇÕES BIOQUÍMICAS

A água é a substância encontrada em maior quantidade no planeta Terra,


constituindo cerca de 70 a 90% dos seres vivos.
A molécula de água é composta por dois átomos de hidrogênio e um de
oxigênio, com estrutura angular sendo considerada uma molécula polar.

https://novestiba.wordpress.com/category/biologia/
Estrutura da molécula de água.

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Na natureza, a água é o componente químico que está presente em maior
quantidade nos seres vivos e, juntamente com os sais minerais, constitui os
componentes inorgânicos das células. As substâncias orgânicas predominam
em variedade, pois é grande o número de proteínas, ácidos nucleicos, lipídios
e carboidratos diferentes que formam a estrutura das células e dos
organismos.

PROPRIEDADES DA ÁGUA

-PONTO DE FUSÃO E EBULIÇÃO


As moléculas de água se unem por ligações de hidrogênio na qual um átomo
de hidrogênio polarizado com carga parcial positiva é atraído por um átomo
de oxigênio de outra molécula com carga parcial negativa. A formação de
dipolos na molécula é resultante da grande diferença de eletronegatividade
entre os átomos de hidrogênio e o de oxigênio.
Devido a essas interações (ligação de hidrogênio) a água apresenta alto
ponto de fusão e ebulição sendo considerada um excelente solvente para
substâncias iônicas e outras moléculas polares que façam ligação de
hidrogênio com a água como aldeídos, álcool, cetonas e açúcares.

http://interna.coceducacao.com.br/ebook/pages/141.htm

-SOLUBILIDADE E TRANSPORTE

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http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/solubilidade-dos-materiais.htm

A água é considerada como solvente universal, pois tem a capacidade de


solubilizar inúmeros compostos orgânicos e inorgânicos, transportando-os
pelo organismo. As substâncias dissolvidas em água reagem mais facilmente
pois suas partículas espalhadas e em contínuo movimento têm uma
possibilidade maior de entrar em contato com outras partículas. É o solvente
do sangue, da linfa, dos líquidos intersticiais nos tecidos e das secreções
como a lágrima, o leite e o suor.
A polaridade e a capacidade de formação de ligação de hidrogênio da água
fazem dela uma molécula com alto poder de interação. A água é um
excelente solvente para a maioria das moléculas polares, pois enfraquece as
ligações eletrostáticas e ligações de hidrogênio entre esses grupamentos e
passa a interagir com eles, como por exemplo entre carbonila e amida.

14
http://brasilescola.uol.com.br/quimica/relacao-entre-forca-intermolecular-solubilidade-das-
substancias.htm
Ligação de hidrogênio entre as moléculas de água e outros grupamentos
polares.

É a fase dispersante de todo material citoplasmático. O citoplasma nada mais


é do que uma solução coloidal de moléculas proteicas, glicídicas e lipídicas
imersas em água. Atua no transporte de substâncias entre o interior da célula
e o meio extracelular.
A água impregna todos os tecidos sendo, dessa forma, o meio de transporte
dos elementos nutritivos para a célula; transporta as substâncias solúveis
que atravessam as membranas celulares devido ao mecanismo das
pressões osmóticas. Todas as reações bioquímicas se processam em meio
aquoso já que a água é indispensável às interações entre as biomoléculas.

CALOR ESPECÍFICO

http://www.colegioweb.com.br/calorimetria/caloria-calor-especifico-sesnsivel-da-agua.html

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A água tem um alto calor específico, o que também é justificado pela
formação de ligações de hidrogênio. Assim, a água tem capacidade de
absorver muito calor e mudar pouco de temperatura; isso ocorre devido à
dificuldade de se romper as pontes de hidrogênio para que as moléculas de
água aumentem sua energia cinética e, por consequência, sua temperatura.
Pelo seu elevado calor específico, a água contribui para a manutenção da
temperatura nos animais como aves e mamíferos, ou seja, uma pessoa em
estado febril tem sua sudorese aumentada para que a evaporação da água
contida no suor absorva o calor corpóreo, para diminuição da temperatura do
indivíduo. Essa característica é fundamental para a manutenção da
homeostase dos organismos vivos.
A homeostase é a propriedade de um sistema, seres vivos especialmente, de
regular o seu ambiente interno para manter uma condição estável, mediante
múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico controlados por mecanismos de
regulação inter-relacionados.

ÁGUA E O METABOLISMO

http://www.ultracurioso.com.br/por-que-a-agua-fica-com-um-gosto-estranho-do-dia-para-a-
noite/

Tecidos de um mesmo organismo variam os teores de água de acordo com


um menor ou maior metabolismo. Quanto maior o metabolismo tecidual,
maior o teor percentual de água, uma vez que a água é o meio para o
metabolismo, ou seja, é o solvente das reações bioquímicas. Assim, em
animais, músculos têm maior atividade metabólica que ossos, possuindo

16
maior teor de água (70 a 80% enquanto no tecido ósseo essa quantidade é
de 25%), bem como, em plantas, folhas têm maior atividade metabólica que
sementes, possuindo então maior teor de água.
Além de a água ser o solvente no qual ocorrem as reações metabólicas
corporais, a água participa diretamente de várias reações químicas como
reagente ou produto, como as sínteses nas quais ocorrem desidratação
intermolecular, hidrólise, respiração aeróbica e fotossíntese.

DESIDRATAÇÃO

http://www.zarrobrasil.com.br/verDica.asp?dicaId=186

A desidratação trata-se de um problema de saúde, uma disfunção de nosso


organismo, decorrente de uma deficiência da concentração de água em
nosso corpo, o que inviabiliza a boa manutenção do mesmo.
A desidratação ocorre quando acontece uma perda de líquidos corporais,
principalmente quando há uma perca de água superior ao montante que foi
tomado, com isso, sai mais água das nossas células e, em seguida, do nosso
corpo.
Perdemos água todos os dias sob a forma de vapor de água no ar quando
expiramos, e através do nosso suor, urina e fezes. Juntamente com a água,
também são perdidas pequenas quantidades de sais.
Quando perdemos muita água e esta não é reposta, o organismo fica fora de
equilíbrio ou desidratado. A desidratação severa pode levar à morte. É por
isso que devemos ter cuidados e atenção à desidratação.
Dentre as principais causas da desidratação pode-se citar: baixa ingestão de
líquidos (principalmente a água que participa da maior parte dos processos
17
vitais em nosso organismo); perda excessiva de líquidos corporais, como por:
vômitos, diarreia, produção excessiva de urina e exposição prolongada à luz
solar.
Os principais sintomas são: aumento da sede e redução da urina, fraqueza e
fadiga, tontura e dores de cabeça, boca e/ou língua seca, pode prejudicar as
atividades renais, irritabilidade ou apatia (falta de energia).
No caso de alguém que se encontre desidratado, deve-se administrar o soro
caseiro ou industrializado a fim de que o mesmo possa recuperar o líquido e
os sais perdidos. A melhor forma de evitar a desidratação é tomar água com
frequência e de preferência 1,5 L por dia, além de sucos naturais, leite e
comer frutas.

INTERAÇÕES HIDROFÓBICAS
Apesar de solubilizar uma grande parte dos solutos, existem moléculas que
interagem de forma diferente com a água, pois não são solubilizados pela
mesma. Solutos não polares ou grupos funcionais não polares em
macromoléculas biológicas não fazem ligação de hidrogênio com a água.
Dessa forma, essas moléculas tendem a se aglomerarem em água
constituindo as interações hidrofóbicas.

http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Intera%C3%A7%C3%B5es+Hidrof%C
3%B3bicas+e+Hidrof%C3%ADlicas&lang=3

Consideremos a introdução de uma molécula de hidrocarboneto em


água. Cria-se uma cavidade na água, o que desfaz temporariamente
18
algumas ligações de hidrogênio entre as moléculas de água. As moléculas de
água deslocadas orientam-se, então, para formar o número máximo de
novas ligações de hidrogênio. Isso é conseguido a um preço: o número de
modos de formação de ligação de hidrogênio na cavidade em torno da
molécula do hidrocarboneto é muito menor que na água pura sendo que as
moléculas de água em torno da molécula do hidrocarboneto são muito mais
ordenadas do que em outros locais na solução. A água é altamente coesa na
qual as moléculas vizinhas de água têm alta afinidade umas pelas outras. A
interação hidrofóbica.

http://universechemistry.blogspot.com.br/2015/09/aulao-de-bioquimica-2-
parte.html
Interações hidrofóbicas entre composto apolar e a água.

AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS

http://www.definicionabc.com/salud/aminoacidos-2.php

19
PROTEÍNAS
As proteínas são biopolímeros formados pela união de aminoácidos. As
proteínas são de fundamental importância nos processos biológicos além de
serem as moléculas mais diversificadas quanto à sua forma e função.

http://www.dietaja.org/alimentos/importancia-das-proteinas/

FUNÇÕES
As principais características das proteínas são:
-Catálise enzimática;
-Transporte e armazenamento;
-Movimento coordenado;
-Sustentação mecânica;
-Proteção imunológica;
-Geração e transmissão de impulsos;
-Crescimento e diferenciação.

AMINOÁCIDOS
Os aminoácidos são as unidades estruturais básicas das proteínas. O
aminoácido é composto por um grupamento carboxila, um grupamento
amino, um hidrogênio e um grupo R que diferencia os aminoácidos, todos
ligados a um único átomo de carbono.

http://brasilescola.uol.com.br/biologia/peptideos.htm
Estrutura geral dos aminoácidos.
20
As proteínas, apesar de apresentarem estruturas e funções tão
diversificadas, são sintetizadas por 20 aminoácidos. Todas as proteínas de
todos os organismos vivos são construídas a partir desses 20 aminoácidos. A
notável gama de funções exercidas por elas resulta da diversidade e da
versatilidade desses aminoácidos.

-LIGAÇÃO PEPTÍDICA
As proteínas são polímeros que se unem através da ligação do grupo
carboxila de um aminoácido com o grupo amino do outro. Essa ligação é
chamada de peptídica e é obtida por exclusão de uma molécula de água.

http://tal57.blogspot.com.br/2006/06/ligao-peptdica.html

A união de vários aminoácidos por ligações peptídicas dá origem a uma


cadeia polipeptídica. Uma cadeia peptídica tem um sentido, pois seus
componentes têm extremidades diferentes. Convencionou-se que a ponta
amínica é considerada como sendo o início da cadeia. Portanto, alanina-
glicina-lisina é um peptídeo diferente de glicina-lisina-alanina.

CLASSIFICAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS


Os 20 aminoácidos existentes diferem entre si pelo grupamento R da cadeia
lateral. São vinte cadeias que variam em forma, tamanho, carga, capacidade
de formação de interações intermolecular e reatividade química. Dessa forma
os aminoácidos são classificados em:
a) Apolares: possuem cadeia lateral constituída por moléculas orgânicas
com caráter de hidrocarboneto que não interagem com a água. São
exemplos desses tipos de aminoácidos: glicina, alanina, valina, leucina,
isoleucina, metionina, fenilalanina, triptofano e prolina;

21
http://pt.slideshare.net/rondinellyrodrigues79/aminocidos-e-protenas-17166243

b) Polares: possuem cadeia lateral com grupos que possuem carga parcial e
são capazes de fazer ligação de hidrogênio com a água. São exemplos
desses tipos de aminoácidos: asparagina, glutamina, serina e treonina;

http://pt.slideshare.net/rondinellyrodrigues79/aminocidos-e-protenas-17166243

c) Ácidos: possuem cadeia lateral com grupos que apresentam carga


negativa, em solução neutra, apresentando características ácidas. São

22
exemplos desses tipos de aminoácidos: aspartato, cisteína, glutamato e
tirosina;

http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Amino%C3%A1cidos+Ac%C3%ADdicos&
lang=3

d) Básicos: possuem cadeia lateral com grupos carregados positivamente,


em solução neutra, que apresentam características básicas. São exemplos
desses tipos de aminoácidos: arginina, lisina e histidina.

http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Amino%C3%A1cidos+B%C3%A1sico
s&lang=3

Aminoácidos essenciais e não essenciais


Os aminoácidos não essenciais são aqueles que o organismo pode fabricar,
como por exemplo: alanina, asparagina, ácido aspártico, cisteína, ácido
glutâmico, glutamina, glicina, prolina, serina e tirosina.
Os aminoácidos essenciais são aqueles que não podem ser produzido
pelos organismos vivos e, por isso, devem ser ingeridos na alimentação,
como por exemplo: arginina, histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina,
fenilalanina, treonina, triptofano e valina.

23
http://www.liderdeouro.com.br/amorcristalino/?p=846

ESTRUTURA PROTÉICA

A organização espacial das proteínas é resultante dos tipos de aminoácidos


que as compõem e de como eles estão dispostos uns em relação aos
outros. A sequencia dos aminoácidos irá determinar o tipo de interação
possível entre as cadeias laterais, que determinará a forma da proteína.

-ESTRUTURA PRIMÁRIA
A estrutura primária corresponde à sequência de aminoácidos que formam a
cadeia polipeptídica, ou seja, o esqueleto da proteína. Essa sequencia é
determinada geneticamente e é específica de cada proteína.

http://pt.slideshare.net/brandaobio/protenasppt2

24
-ESTRUTURA SECUNDÁRIA
A estrutura secundária descreve as estruturas bidimensionais formadas por
elementos da estrutura da cadeia polipeptídica. Essa sequencia se refere ao
arranjo espacial de segmentos de aminoácidos que estejam próximos um dos
outros na sequencia linear. As duas principais conformações assumidas são
denominadas α-hélice e folha β-pregueada. Essas estruturas se estabilizam
por ligações de hidrogênio entre o hidrogênio do grupamento -NH e o
oxigênio do grupamento – C = O.

Estrutura em α-hélice
A α-hélice é uma estrutura semelhante a um bastão. A cadeia polipeptídica
principal é fortemente helicoidizada formando a parte interna do bastão, e as
cadeias laterais projetam-se para fora em uma disposição helicoidal. A α-
hélice é estabilizada por ligações de hidrogênio entre os grupamentos NH e
CO da cadeia principal. O grupamento CO de cada aminoácido forma ligação
de hidrogênio com o grupamento NH do aminoácido que está situado a
quatro unidades abaixo na sequencia linear. Assim, todos os grupamentos
CO e NH formam ligações de hidrogênio. As cadeias laterais dos
aminoácidos projetadas para fora não participam das ligações de hidrogênio
estabelecidas unicamente entre os grupamentos das unidades peptídicas. O
elevado número de ligações de hidrogênio confere grande estabilidade à
estrutura em α-hélice. Por esta razão, a estabilidade dessa estrutura
independe, até certo ponto, do tipo de cadeia lateral do aminoácido. No
entanto, há casos que, devido a forte repulsão de grupos carregados com a
mesma carga na cadeia lateral, não é possível que a estrutura espacial da
proteína seja em α-hélice.

http://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/tecnologia/luciamariacararetoalves/aula-3---
estrutura-das-proteinas.pdf
25
Os principais exemplos de proteínas que possuem 75 a 80% de sua
estrutura em α-hélice são: mioglobina e hemoglobina.

Estrutura em folha β-pregueda


A estrutura em folha β-pregueada difere muito da α-hélice pois consiste em
uma cadeia peptídica quase totalmente distendida ao invés de firmemente
enrolada. Essa estrutura é estabilizada por ligações de hidrogênio entre
grupamentos NH e CO em fitas peptídicas diferentes, enquanto na α- hélice as
ligações de hidrogênio entre os grupamentos NH e CO são no mesmo
filamento. As cadeias em folha β-pregueada exibem uma conformação mais
distendida e dispõem-se lado a lado, o que dá à estrutura formada o aspecto
de uma folha pregueada. As ligações de hidrogênio são perpendiculares ao
eixo das cadeias, e os grupos R dos aminoácidos projetam-se para cima e para
baixo do plano da folha pregueada. As proteínas que apresentam sua estrutura
em folha β-pregueada são: insulina e a concanavalina A (proteína vegetal).

http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/introducao_proteinas/introducao_proteinas_dois
.htm

-ESTRUTURA TERCIÁRIA
Essa estrutura descreve o dobramento final da cadeia polipeptídica por
interações entre os grupos R de seus aminoácidos. Neste nível de
organização, segmentos distantes da estrutura primária podem aproximar-se
e interagir através de ligações não covalentes entre as cadeias laterais dos
resíduos de aminoácidos. Estas ligações são consideradas fracas em relação
às covalentes. O único tipo de ligação covalente que une os radicais na
26
estrutura terciária são as pontes dissulfeto. Os tipos de ligações não
covalentes que unem esses radicais são:
a) Ligações de hidrogênio: são estabelecidas entre os grupos R de
aminoácidos polares e não apresentam um padrão regular como na estrutura
secundária;
b) Interações de Van der Waals: são estabelecidas entre as cadeias laterais
hidrofóbicas dos aminoácidos apolares. As cadeias hidrofóbicas localizam-se
geralmente no interior apolar da proteína, pois não interagem com a água;
c) Ligações eletrostáticas: a maioria dos grupos carregados de uma proteína
localizam-se na superfície, estabelecendo interações íon-dipolo com a água.
Essas interações também podem ocorrer entre grupos carregados com
cargas diferentes de radicais de aminoácidos.

-ESTRUTURA QUATERNÁRIA
A estrutura quaternária descreve a associação entre cadeias polipeptídicas
que compõem uma proteína funcional como a hemoglobina. Essa estrutura é
mantida por ligações não covalentes entre as subunidades, parecido com o
que ocorre com a estrutura terciária. Essas subunidades podem ser iguais ou
diferentes entre si.

PROTEÍNAS GLOBULARES E FIBROSAS

http://www.saberespractico.com/estudios/secundaria-bachiller/biologia-secundaria-bachiller-
estudios/diferencias-entre-proteinas-globulares-y-fibrosas/

As proteínas são chamadas de globulares ou fibrosas segundo suas formas.


As proteínas que apresentam uma ou mais cadeias polipeptídicas
27
organizadas em uma forma final aproximadamente esférica são chamadas
globulares. São geralmente solúveis e desempenham várias funções
dinâmicas importantes no organismo. A mioglobina e a hemoglobina são
exemplos de proteínas globulares.
As proteínas fibrosas apresentam forma alongada, são geralmente insolúveis
e desempenham um papel basicamente estrutural nos sistemas biológicos.
Ao contrário das globulares, são formadas pela associação de módulos
repetitivos, possibilitando a construção de grandes estruturas. A queratina e o
colágeno são exemplos de proteínas fibrosas.

PROTEÍNAS ESSENCIAIS

As proteínas são muito importantes nos processos biológicos e


desempenham funções variadas no organismo dependendo de sua estrutura.
Nesse capítulo abordaremos algumas das principais proteínas presentes em
organismos vivos.

COLÁGENO
O colágeno é o principal componente fibroso de pele, osso, tendão,
cartilagem e dentes, sendo a molécula mais abundante dos vertebrados.
Esse tipo de proteína possui um tipo especial de hélice, ou seja, contêm três
cadeias peptídicas helicoidais, cada uma com aproximadamente 1000
aminoácidos de comprimento.

https://br.groups.yahoo.com/neo/groups/quimicavida/conversations/messages/534

28
MIOGLOBINA
A mioglobina tem como função principal carregar e armazenar oxigênio no
músculo, sendo considerada uma proteína globular. As maiores concentrações
de mioglobina encontram-se no músculo esquelético e no músculo cardíaco,
onde se requerem grandes quantidades de O2 para satisfazer a demanda
energética das contrações.
A mioglobina é uma molécula extremamente compacta sendo constituída
principalmente de α-hélice, das quais há oito. Cerca de 75% da cadeia
principal estão enrolados em α-hélice e grande parte do resto da cadeia forma
alças entre as hélices.

http://www.ebah.com.br/content/ABAAABXlUAF/aminoacido?part=3

HEMOGLOBINA
A hemoglobina (principal constituinte das hemácias ou glóbulos vermelhos) é
uma proteína globular tida como eficiente transportadora de oxigênio, além
de exercer um poderoso tampão no sangue evitando que os valores de pH
sofram alterações abruptas. A deficiência dessa proteína no sangue causa a
anemia.
As hemoglobinas de vertebrados são constituídas de quatro subunidades
(cadeias) polipeptídicas. As quatro cadeias da estrutura quaternária são
mantidas juntas por atrações não covalentes. Cada cadeia contém um
grupamento heme com um centro de ligação ao oxigênio.

29
http://brainrhein.blogspot.com.br/2015/04/um-pouco-mais-de-proteina.html

ALBUMINA
Albumina refere-se de forma genérica a uma classe de proteínas, e não uma
proteína em específico, de alto valor biológico. A estrutura secundária desta
proteína é formada basicamente em α-hélice, como mostra a Figura 17.
Proteínas desta classe são encontradas no plasma e diferem das outras
proteínas plasmáticas porque não são glicosiladas. Essa classe de proteínas
é solúvel em água e sofre desnaturação na presença de calor, estando
presente no sangue, na clara do ovo e no leite. Esta proteína é a principal
classe de proteínas presente no plasma sanguíneo e é sintetizada pelo
fígado.A concentração normal de albumina no sangue fica entre 3,5 e 5,0
gramas por decilitro, e é cerca de 50% das proteínas plasmáticas.

http://www.hepcentro.com.br/ascite.htm

OUTRAS PROTEÍNAS ESSENCIAIS


Além das proteínas citadas anteriormente, muitas outras são de extrema
importância para a boa manutenção do organismo.
A Tabela apresenta outras proteínas importantes para a estrutura dos
organismos vivos.

30
TABELA – Proteínas importantes para os organismos vivos.
PROTEÍNA IMPORTÂNCIA LOCALIZAÇÃO
Queratina Impermeabilizante Fios de cabelo, pele e

Glúten Absorção de água unhas


Cereias

Caseína Fornecimento de Principal proteína do


aminoácidos leite
Actina e Contração muscular
essenciais Músculo
Miosina
Elastina Melhorar a Pele
elasticidade

CARBOIDRATOS

http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/introducao_carboidratos/introducao_ch.htm

Carboidratos, também conhecidos como hidratos de carbono, são compostos


formados por C, H e O que, em sua maioria, seguem a fórmula Cn (H2O) n,
ou seja, são poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas ou, então, substâncias
que, por hidrólise, liberam estes compostos.
Os carboidratos são os compostos mais abundantes na matéria orgânica na
Terra e exercem diversas funções biológicas importantes, dentre as quais
pode-ser destacar:
a) Fonte energética: o primeiro composto orgânico a ser oxidado pelos
organismos vivos para produzir energia é a glicose, ou seja, os carboidratos
em geral são compostos que fornecem energia imediata para o metabolismo;
b) Reserva energética: parte dos carboidratos que não são consumidos são
armazenados nos organismos vivos na forma de glicogênio (nos animais) ou
amido (nas plantas). Quando os níveis de glicose estão baixos no sangue, o
31
corpo promove a quebra das moléculas do glicogênio (polímero formado pela
união de várias moléculas de glicose) em glicose para geração de energia;
c) Estrutural: os carboidratos fazem parte de estruturas de sustentação
importantes na natureza como, por exemplo, a celulose que contribui para a
conformação da parede celular vegetal e a pectina que oferece rigidez às
cascas das frutas;
d) Integrar outras biomoléculas: os açúcares estão presentes na estrutura
de outras biomoléculas como, por exemplo, na estrutura dos ácidos
nucleicos (DNA e RNA);
e) Interação célula-célula: as unidades glicídicas nas superfícies das células
são participantes importantes nos processos de reconhecimento de célula a
célula. A fertilização começa com a ligação de um espermatozoide a um
sacarídeo específico na superfície do óvulo.

CLASSIFICAÇÃO
Os carboidratos podem ser classificados em: monossacarídeos,
dissacarídeos e polissacarídeos.

-MONOSSACARÍDEOS

http://pt.dayshare.org/yronmoreira3/composio-qumica-do-ser-vivo

Os monossacarídeos consistem de uma única unidade de açúcar que não


pode ser convertido em outro açúcar pela hidrólise com ácido. Existem 2
famílias de monossacarídeos. Se o açúcar contém um grupo aldeído, o

32
monossacarídeo é chamado de aldose, se ele contém um grupo cetona, o
monossacarídeo é chamado de cetose. Dentre os principais
monossacarídeos pode-se destacar: glicose, frutose, galactose e a ribose.
Os monossacarídeos são as unidades básicas dos carboidratos e são
constituídos por um grupamento cetona ou aldeído e hidroxilas ligadas à
estrutura principal da cadeia. Esses carboidratos são o principal combustível
para a maioria dos seres vivos.
Os monossacarídeos são classificados de acordo com a natureza química do
grupo carbonila e pelo número de seus átomos de carbono. Os que possuem
grupos aldeídicos são chamados de aldoses e os que possuem grupos
cetônicos são chamados de cetoses.

Ciclização de monossacarídeos
Em solução aquosa menos de 1% das aldoses e cetoses se apresentam
como estruturas de cadeia aberta. Os monossacarídeos com 5 ou mais
átomos de carbono ciclizam-se formando anéis pela reação entre uma
extremidade que contém a hidroxila e a outra que contém o grupo
carbonílico, dando origem a hemiacetais ou hemicetais. A reação de
ciclização intermolecular torna os monossacarídeos produtos mais estáveis
para serem armazenados nos organismos vivos devido à sua forma mais
compacta.

http://slideplayer.com.br/slide/83575/

O carbono carbonílico (C1 em aldoses ou C2 em cetoses) do monossacarídeo

33
cíclico é chamado de carbono anomérico.
Os monossacarídeos como a frutose e a ribose ciclizam-se para dar origem a
um anel de cinco membros.

https://www.youtube.com/watch?v=t_qD1ynVZPc

Principais monossacarídeos
Os principais monossacarídeos encontrados em alimentos e utilizados pelo
homem são: glicose, frutose e a galactose. Todos esses monossacarídeos
apresentam fórmula C6H12O6 e são fontes de energia para o organismo.
A frutose é um monossacarídeo importante presente no organismo humano e
na maioria das plantas sendo encontrada em frutas, vegetais e no mel. A
frutose vem sendo empregada como adoçante de bebidas industrializadas,
constituindo de 4,0% a 8,0% de seu peso, em decorrência de algumas
características como a maior solubilidade em soluções aquosas e pelo fato
de ser mais doce, cerca de 1,7 vez mais que a sacarose. Alimentos
produzidos em confeitarias têm, em média, 1,0% a 2,0% de frutose, porém
se esses alimentos apresentarem frutas na composição, a quantidade de
frutose pode aumentar para cerca de 11,0%. O mel fornece a maior
concentração de frutose (42,4% do peso), sendo considerado um adoçante
natural. Além disso, muitos especialistas indicam a utilização moderada da
frutose por diabéticos pois esta não necessita de insulina para entrar na
célula.
A galactose é um dos açúcares mais abundantes, sendo encontrada
principalmente na estrutura da lactose, um glicídio presente no leite. Este
monossacarídeo é menos doce que a glicose e é um constituinte de
34
glicolipídeos e glicoproteínas.

http://pt.dreamstime.com/fotos-de-stock-galactose-image40168363

A glicose é o carboidrato mais abundante e mais importante para os seres


humanos, pois é através de sua oxidação que o organismo obtém energia.
Tem função de fornecer energia, participar das vias metabólicas, além de ser
precursora de outras importantes moléculas e estar presente na membrana
celular.
Juntamente com a frutose e a galactose, a glicose é o carboidrato
fundamental de carboidratos maiores, como sacarose e maltose. Outros
polissacarídeos, como o amido e celulose, são polímeros formados pela
união de várias moléculas de glicose. Esse açúcar é industrialmente obtido a
partir do amido. No metabolismo, a glicose é uma das principais fontes de
energia e fornece 4 calorias de energia por grama. A glicose é um dos
principais produtos da fotossíntese e inicia a respiração celular em
procariontes e eucariontes.

DISSACARÍDEOS
Dissacarídeos são carboidratos formados pela união de 2 monossacarídeos,
ou seja, consistem de uma estrutura pequena de unidades de açúcar.

Principais dissacarídeos
Dentre os principais dissacarídeos importantes para os seres vivos pode-se

35
destacar: lactose e a sacarose.
Lactose é um dissacarídeo presente no leite e seus derivados apresentando
sabor fracamente doce. A lactose é formada por dois carboidratos menores,
chamados monossacarídeos, a glicose e a galactose.
O leite humano contém de 6-8% de lactose e o de vaca de 4-6%. Esse
açúcar é hidrolisado somente pela ação da lactase, uma enzima específica
que o transforma em glicose e galactose.

http://slideplayer.com.br/slide/381883/

Na maior parte dos mamíferos, a enzima responsável pela sua hidrólise (a


lactase) só é sintetizada durante o período de aleitamento. Na ausência de
lactase, a lactose não pode ser digerida, tornando- se por isso uma fonte de
alimento abundante para a flora intestinal (que então começa a crescer
descontroladamente), e originando por isso náuseas e vômitos, assim como
diarreia.

POLISSACARÍDEOS
Polissacarídeos são biomoléculas formadas pela polimerização de várias
unidades de monossacarídeos unidos entre si por ligações glicosídicas que
formam uma longa cadeia. Esses compostos são insolúveis em água e não
apresentam sabor doce.

Principais polissacarídeos
Dentre os principais polissacarídeos importantes para os seres vivos pode-se

36
destacar: amido, glicogênio e a celulose.
O amido é um polissacarídeo depositado nos cloroplastos das células
vegetais sendo a forma de armazenamento de glicose nas plantas e o
combustível utilizado pelas células do organismo. O organismo dos seres
humanos consegue degradar amido pois possui enzimas específicas para
exercer essa função, a amilase.
O amido contém 2 tipos de polímeros da glicose: a amilose e a amilopectina.
A amilose consiste de cadeias longas não ramificadas de unidades de
glicose conectadas por ligações (α 1-4) como mostra a Figura 8. A
amilopectina é uma estrutura altamente ramificada formada por unidades de
glicose unidas por ligações glicosídicas (α 1-4), mas também por várias
ligações (α 1-6), nos pontos de ramificação que ocorrem entre cada 24 e 30
unidades.

http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/praticas_ch/teste_amido.htm

A celulose é uma substância fibrosa, resistente e insolúvel em água e é


encontrada na parede celular dos vegetais.
A celulose é um polímero de glicose formado por uma cadeia linear e não
ramificada. As ligações entre as unidades da glicose apresentam
configuração β 1-4. A celulose apresenta uma estrutura rígida decorrente
disso, na qual várias cadeias lineares estendido lado a lado podem
formar uma rede estabilizadora de ligações de hidrogênio inter e
intracadeias, resultando em fibras estáveis, retas e resistentes à tensão.
Apresenta estrutura rígida devido à estrutura linear de sua cadeia.

37
http://www.liderbiologia.com/2012/02/estudo-dos-carboidratos.html

Os seres humanos não conseguem degradar a celulose enquanto os


ruminantes são capazes, pois possuem bactérias no trato intestinal que
possuem uma enzima chamada celulase que consegue degradar celulose.
O glicogênio é um polissacarídeo de armazenamento. Este polímero de
glicose é armazenado no fígado e funciona como reserva energética. Este
polissacarídeo é a mais importante forma de açúcar de reserva da glicose
das células animais.
O glicogênio é um polímero de subunidades de glicose unidas através de
ligações (α 1-4) com ligações (α 1-6) nas ramificações. Este polímero é
extensamente ramificado e mais complexo que o amido. A estrutura do
glicogênio assemelha-se à da amilopectina, exceto pelo maior número de
ramificações que ocorrem no intervalo de 7 a 11 unidades de glicose. Essa
estrutura altamente ramificada torna suas unidades de glicose mais facilmente
mobilizáveis em períodos de necessidade metabólica.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Glicog%C3%A9nio

As ligações (α 1-4) dos polissacarídeos no amido e glicogênio forçam


esses polímeros a assumirem uma estrutura helicoidal estreitamente
compacta.

38
http://ltc-ead.nutes.ufrj.br/constructore/objetos/glicog%eanio.pdf

METABOLISMO CELULAR

Os organismos dependem do meio ambiente para obter energia e moléculas


precursoras. Para se manterem vivos e desempenharem diversas funções
biológicas, os organismos necessitam continuamente de energia. De fato,
qualquer organismo vivo constitui, no seu conjunto, um sistema estável de
reações químicas e de processos físico-químicos mantidos afastados do
equilíbrio; a manutenção deste estado contraria a tendência termodinâmica
natural de atingir o equilíbrio e só pode ser conseguida através de energia,
retirada do meio ambiente. Como, por outro lado, os organismos perdem
energia para o meio ambiente, sua estabilidade deve ser vista como um
processo dinâmico. Alguns organismos, chamados fototróficos, estão
adaptados a obter a energia que necessitam da luz solar; outros, os
quimiotróficos, obtém energia oxidando compostos encontrados no meio
ambiente.
As substâncias oxidáveis utilizadas pelos seres humanos, em particular,
estão presentes nos seus alimentos, principalmente sob a forma de
carboidratos, lipídios e proteínas. Há também reservas endógenas de
carboidratos e lipídeos que são oxidados no intervalo entre as refeições.

Os nutrientes, ao serem oxidados, perdem prótons e elétrons (H+ + e-) para o


oxigênio molecular, que é então convertido à água. A energia derivada desta
oxidação é utilizada para sintetizar um composto rico em energia, a adenosina
trifosfato (ATP), a partir de adenosina difosfato (ADP) e fosfato inorgânico (Pi).
39
É a energia química do ATP que será diretamente utilizada para promover os
processos biológicos que consomem energia. Em resumo, para que a energia
derivada da oxidação dos alimentos possa ser aproveitada pelas células, ela
deve estar sob a forma da ATP.

RESPIRAÇÃO CELULAR

A respiração é o processo de obtenção de energia pela oxidação de


moléculas orgânicas, principalmente glicose. O processo global pode ser
representado pela seguinte equação:

http://pt.slideshare.net/s1lv1alouro/respirao-celular-6713873

Todas as células oxidam glicose a piruvato para obter ATP. O


piruvato pode ser oxidado a CO2, aumentando muito a produção de ATP.
Para obterem ATP a partir de glicose, todas as células lançam mão de sua
oxidação parcial a piruvato. A conversão de glicose a piruvato permite
aproveitar somente uma pequena parcela da energia total da glicose, ficando
a maior parte conservada como piruvato. De fato, a oxidação total da glicose

libera uma quantidade de energia equivalente a 2870 kJ.mol-1, mas a

conversão da glicose a piruvato libera apenas 200 kJ.mol -1. Nas células
aeróbias o piruvato é subsequentemente oxidado, trazendo um enorme
ganho na produção de ATP.
A etapa inicial, que consiste na conversão de glicose a piruvato, ocorre
através de uma sequencia de reações denominada glicólise, uma via
metabólica que se processa no citossol. Seus produtos são ATP e piruvato. A

40
posterior oxidação do piruvato é feita no interior da mitocôndria, nas células
que dispõem desta organela.
Na mitocôndria, o piruvato é, portanto, totalmente oxidado a CO 2, com a

concomitante produção de grande quantidade de H+ + e-, sempre recebidos


por coenzimas. Da oxidação destas coenzimas pelo oxigênio (através da
cadeia de transporte de elétrons), deriva-se a grande produção de ATP e que
perfaz cerca de 90% do total obtido com a oxidação completa da glicose.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Metabolismo

LIPÍDIOS

http://www.guiadenutricao.com.br/lipidios/

Os lipídios são biomoléculas insolúveis em água e altamente solúveis em


solventes orgânicos sendo armazenados no tecido adiposo. A gordura

41
deposita-se em células especiais, as células adiposas, que se encontram em
volta dos órgãos ou na parte mais profunda da pele, onde formam uma
camada chamada de panículo adiposo. Essa camada tem também outra
função: atua como isolante térmico entre a temperatura do corpo e do meio
ambiente.
A família de compostos designados por lipídios é muito vasta. Cada grama
de lipídio armazena 9 kcal de energia, enquanto cada grama de glicídio ou
proteína armazena somente 4 quilocalorias. Apesar desse potencial
energético, os lipídios não são os primeiros nutrientes utilizados pela célula
quando ela gasta energia.
Ao contrário das demais biomoléculas, os lipídios não são polímeros,
isto é, não são repetições de uma unidade básica. Embora possam
apresentar uma estrutura química relativamente simples, as funções dos
lipídios são complexas e diversas, atuando em muitas etapas cruciais do
metabolismo e na definição das estruturas celulares.
Os lipídios têm várias funções biológicas, dentre as quais pode-se destacar:
a) Reserva energética: os lipídios funcionam como uma eficiente reserva de
energia, pois, sua oxidação, gera aproximadamente o dobro de energia que
os carboidratos; sempre que o organismo necessita de energia, esta será
obtida pela oxidação de carboidratos e posteriormente pela queima de
gordura que está armazenada.
b) Alimento energético: quando grande parte dos carboidratos já foram
oxidados, o organismo começa a oxidar, propriamente dito, a gordura
armazenada para obtenção de energia; alguns animais, como o urso polar,
são capazes de permanecer longos períodos em jejum pois utilizam as suas
reservas de gorduras como fonte de energia;
c) Estrutural: os lipídios compõem parte da membrana celular (as bicamadas
lipídicas) que funcionam como barreira altamente seletivas à entrada de
compostos nas células; o grau de instauração dos lipídios é responsável pela
fluidez da membrana, ou seja, impede que a membrana celular seja rígida;
d) Proteção mecânica: a gordura age como suporte mecânico para certos
órgãos internos e sob a pele de aves e mamíferos, protegendo-os contra
choques e traumatismos;

42
e) Sinalizadores: através de reações químicas alguns lipídios sinalizam, ou seja,
indicam algo no organismo como, por exemplo, as prostaglandinas que são
os sinalizadores químicos da dor nos processos inflamatórios.

CLASSIFICAÇÃO
Dentre os principais tipos de lipídios podemos destacar os seguintes: ácidos
graxos, triacilgliceróis, fosfoacilgliceróis, ceras, esteróides e prostaglandinas.

-ÁCIDOS GRAXOS
Os ácidos graxos são compostos orgânicos com cadeia carbônica saturada
ou insaturada com número par de átomos de carbono que varia de 14 a 24
nos organismos vivos. Nos animais, a cadeia hidrocarbônica não é
ramificada.

-TRIACILGLICEROL
Os triacilglicerídeos são as formas de lipídios que mais geram energia sendo a
principal fonte de energia dos organismos, pois apresenta um empacotamento
eficiente, não precisa de solvatação, pois as interações hidrofóbicas mantêm
as cadeias carbônicas hidrofóbicas unidas.
Os triacilglicerídeos são formados pela reação de esterificação entre uma
molécula de glicerol e três moléculas de ácido graxo dando origem a um éster.
As cadeias carbônicas provenientes dos ácidos podem ser saturadas ou
insaturadas e isso será o fator predominante que determinará o melhor
empacotamente e estado físico do composto. Quando o organismo precisa de
energia, o triacilglicerol é hidrolisado e, a partir disso, os ácidos graxos
liberados são oxidados para obtenção de energia.

http://educacao.globo.com/quimica/assunto/quimica-organica/oleos-gorduras-saboes-e-
detergentes.html
43
-FOSFOACILGLICEROL
Os fosfoacilgliceróis, também conhecidos como fosfolipídios, constituem a
maior e mais importante classe de lipídios, pois são os componentes
essenciais de membranas celulares. As moléculas de fosfolipídios podem se
mover nessas membranas, mantendo-se em constante reorganização. Por
isso as membranas celulares são chamadas de lipoprotéicas. O fato de ela
poder se reorganizar evita que ocorram rupturas na membrana e que ela
tenha uma alta capacidade de regeneração.

-CERAS
As ceras são ésteres de longas cadeias formadas pela esterificação de um
ácido graxo e um álcool graxo. Ambos podem apresentar suas cadeias de
forma saturada ou insaturada. As ceras constituem o principal revestimento
dos pêlos dos animais e das folhas de algumas plantas, além de atuar na
proteção de certas partes do organismo como, por exemplo, a cera presente
no canal auditivo.

-ESTERÓIDES
Os esteróides formam um grande grupo de compostos solúveis em gordura
(lipossolúveis), que têm uma estrutura básica de átomos de carbono
dispostos em quatro anéis ligados entre si. Os esteróides compreendem
diversas substâncias químicas com importante papel na fisiologia humana.
Eles atuam nos organismos como hormônios e, nos humanos, são
secretados pelas gônadas, córtex adrenal e pela placenta. A testosterona é o
hormônio sexual masculino, enquanto que o estradiol é o hormônio
responsável por muitas das características femininas.

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/estrutura-quimica-dos-esteroides.htm

44
O colesterol é um dos mais importantes esteróides que fazem parte do
organismo, pois constituem a estrutura das membranas celulares, sendo
também um reagente de partida para a biossíntese de vários hormônios
(cortisol, androsterona, testosterona, progesterona) e da vitamina D.

-PROSTAGLANDINAS
Estes lipídios não desempenham funções estruturais, mas são importantes
componentes em vários processos metabólicos e de comunicação
intercelular. Um dos processos mais importantes controlados pelas
prostaglandinas é a inflamação.
A substância chave na biossíntese das prostaglandinas é o ácido
araquidônico, que é formado através da remoção enzimática de hidrogênios
do ácido linoleico. O ácido araquidônico livre é convertido a prostaglandinas
pela ação da enzima cicloxigenase, que adiciona oxigênios ao ácido
araquidônico e promove a sua ciclização. No organismo, o ácido
araquidônico é estocado sob a forma de fosfolipídios, tal como o fosfoinositol,
em membranas. Sob certos estímulos, o ácido araquidônico é liberado do
lipídio de estocagem (através da ação da enzima fosfolipase A2) e
rapidamente convertido a prostaglandinas, que iniciam o processo
inflamatório. A cortisona tem ação anti-inflamatória por bloquear a ação da
fosfolipase A2. Este é o mecanismo de ação da maior parte dos anti-
inflamatórios esteróides. Os anti-inflamatórios não esteróides, como a
aspirina, agem bloqueando a enzima cicloxigenase, como mostra a Figura 8.
Desta forma, impedem o ciclo de formação das prostaglandinas e evitam a
sinalização inflamatória.

MEMBRANAS CELULARES

As membranas biológicas são montagens laminares organizadas constituídas


principalmente de proteínas e lipídios. As funções exercidas pelas
membranas são indispensáveis à vida. As membranas citoplasmáticas dão

45
às células sua individualidade ao separá-las de seu ambiente. As membranas
são barreiras de permeabilidade altamente seletivas, e não paredes
impenetráveis, porque contém canais e bombas específicos. Esse sistema de
transporte regula a composição molecular e iônica do meio intracelular.

http://www.sciseek.com/search/images&search=dibujos%20membrana%20celular&ty
pe=images

As membranas também controlam o fluxo de informação entre células e seu


ambiente. Possuem receptores específicos para estímulos externos. O
movimento de bactérias em direção ao alimento e a percepção de luz são
processos em que o evento primário é a detecção de um sinal por um
receptor específico na membrana. Por sua vez, algumas membranas geram
sinais, que podem ser químicos ou elétricos, como na transmissão de
impulsos nervosos.

CARACTERÍSTICAS
As membranas são tão diversas em estruturas quanto o são em função.
Dentre as principais características comuns às membranas, pode-se citar:

a) As membranas são estruturas laminares, com apenas poucas


moléculas de espessura, que formam limites fechados entre diferentes
compartimentos;
b) As membranas são constituídas principalmente de lipídios e proteínas.
Além disso, contém também glicídios que se ligam aos lipídios e às proteínas;

46
c) Os lipídios de membrana são moléculas relativamente pequenas que
possuem tanto uma porção hidrofílica como uma porção hidrofóbica. Esses
lipídios formam espontaneamente lâminas bimoleculares fechadas em meio
aquoso. Essas bicamadas lipídicas são barreiras ao fluxo de moléculas
polares;
d) Proteínas específicas exercem funções distintas nas membranas. As
proteínas funcionam como bombas, canais e receptores. As proteínas de
membrana são embutidas em bicamadas lipídicas que criam ambientes
favoráveis à sua ação;
e) As membranas são montagens não covalentes. As moléculas de
proteínas e lipídios que as constituem são mantidas juntas por muitas
interações não covalentes;
f) As membranas são assimétricas, ou seja, as duas faces das
membranas biológicas sempre diferem uma da outra;
g) As membranas são estruturas fluidas. As moléculas lipídicas difundem-
se rapidamente no plano da membrana, assim como as proteínas, a menos
que sejam ancoradas por interações específicas;
h) A maioria das membranas tem polaridade elétrica, com o lado interno
negativo. O potencial de membrana exerce um papel importante no transporte
e transformação de energia.

ESTRUTURA DA MEMBRANA
Os lipídios anfipáticos (com parte da cadeia polar e outra apolar), quando são
adicionados a um meio aquoso, tendem a agregar-se, organizando-se
prontamente em estruturas plurimoleculares chamadas de micelas. Estas
estruturas permitem maximizar as interações hidrofóbicas entre as cadeias
carbônicas, isolando-as da água, e deixar os grupos polares em contato com
a água, com o qual podem interagir. Tais arranjos moleculares constituem o
menor arranjo de energia livre para esses lipídios em água e resultam da
presença de duas regiões com solubilidade diferente na mesma molécula.
Lipídios com uma única cadeia carbônica, como sabões e detergentes,
devido à forma cônica e afinada de suas moléculas, formam,
preferencialmente, micelas. Nesta estrutura esférica, as cadeias de

47
hidrocarboneto organizam-se no interior, isolando-se da água, e os grupos
polares posicionam-se na superfície externa, interagindo com o solvente.
A maioria dos fosfo e glicolipídios formam, ao invés de micela, uma camada
dupla de moléculas, chamada bicamada lipídica. Esta estrutura permite uma
agregação mais estável das moléculas destes lipídios, que têm uma forma
cilíndrica, devido à presença de duas cadeias apolares. As moléculas de
lipídios alinham-se lado a lado, formando duas monocamadas; as cadeias
carbônicas das monocamadas agrupam-se frente a frente, de modo a formar
um domínio hidrofóbico no meio da bicamada; os grupos hidrofílicos
dispõem-se na superfície das duas faces da bicamada, interagindo com a
água.

http://biologados2010.blogspot.com.br/2010/05/bicamada-lipidica.html

FLUIDEZ DA MEMBRANA
A consistência das membranas celulares varia com o comprimento e o grau
de insaturação das cadeias carbônicas dos seus lipídios estruturais e,
também, com a temperatura. A temperatura corpórea dos animais
homeotermos é sempre maior que a temperatura de transição de suas

membranas, ou seja, as membranas dos mamíferos são líquidas a 37 oC. Em


resumo, as membranas dos seres vivos, em condições fisiológicas são
fluidas.
A fluidez da membrana é controlada por diversos fatores físicos e químicos.
A temperatura influencia na fluidez: quanto mais alta ou baixa, mais ou
menos fluida será a membrana, respectivamente. O número de duplas

48
ligações nas caudas hidrofóbicas dos lipídios também influencia a fluidez:
quanto maior o número de insaturações, mais fluida a membrana pois menor
será a possibilidade de interação entre moléculas vizinhas. Animais que
hibernam, por exemplo, possuem mais gorduras insaturadas na constituição
da membrana, pois vivem em locais com temperatura muito baixas.
Também a concentração de colesterol influencia na fluidez: quanto mais
colesterol, mais fluida. O colesterol, por ser menor e mais rígido, interage
mais fortemente com os lipídios adjacentes, diminuindo sua capacidade de
movimentação. Temos que levar em conta que existem moléculas de
colesterol presentes nas membranas, pois este esteróide é um componente
básico de membranas biológicas. O colesterol rompe as interações tipo Van
der Waals entre as caudas dos fosfolipídios associando-se a elas, pois
apresenta grande estrutura lipofílica. Isso faz com que a membrana seja mais
fluída; portanto, uma maneira de se controlar a fluidez da membrana é
regulando o nível de colesterol na mesma. O colesterol remove a rigidez
das “caudas” dos fosfolípidos e por isso diminui a permeabilidade da
membrana a pequenas moléculas solúveis na água. Além disso, impede a
demasiada aproximação das “caudas” dos fosfolípidos, impedindo as
membranas de interagirem fortemente se cristalizando, ou seja, resultaria em
um estado gelatinoso.

http://www.colegioweb.com.br/membrana-plasmatica/a-estrutura-da-membrana-plasmatica.html

49
COLESTEROL

http://www.folhaextra.com/14-dicas-para-baixar-o-colesterol/8346

O composto-chave do grupo de esteróides é o colesterol, não apenas por ser


o esteróide mais abundante dos tecidos animais, como por servir de
precursor à síntese de todos os outros esteróides, que incluem hormônios
esteroídicos (hormônios sexuais como a progesterona, testosterona e o
estradiol), sais biliares e vitamina D. O colesterol é um composto essencial
para a vida pois está presente nos tecidos de todos os animais. O colesterol
tem, ainda, uma função estrutural importante nas membranas de células
animais. Sua molécula exibe um caráter fracamente anfipático porque o
grupo hidroxila é polar e o restante da molécula é apolar. Como o sistema de
anéis compõe um plano rígido, o colesterol é, ainda, um determinante das
características de fluidez das membranas celulares.
O colesterol presente na circulação sanguínea tem duas origens: endógena,
cuja produção é feita principalmente no fígado e no intestino delgado, e a
exógena, nesse caso o colesterol é obtido da alimentação.

Estrutura do colesterol.
Dentre as principais lipoproteínas transportadoras de colesterol, pode-se citar:
LDL (lipoproteínas de baixa densidade), HDL (lipoproteínas de alta densidade)
e VLDL (lipoproteínas de muito baixa densidade).
VLDL são sintetizadas pelo fígado e transportam triacilglicerídios para os

50
músculos e para o tecido adiposo. Na medida em que perdem triacilglicerídios,
estas partículas podem coletar mais colesterol e tornarem-se LDL.
LDL carregam cerca de 70% de todo o colesterol que circula no sangue. Elas
são capazes de transportar o colesterol do sítio de síntese, o fígado, até as
células de vários outros tecidos. São pequenas e densas o suficiente para
atravessar os vasos sanguíneos e ligarem-se às membranas das células dos
tecidos. Por esta razão, as LDL são as lipoproteínas responsáveis pela
arteriosclerose. O nível elevado de LDL está associado com altos índices de
doenças cardiovasculares.
HDL são responsáveis pelo transporte reverso do colesterol: carrega o
colesterol em excesso de volta para o fígado onde é utilizado para a síntese
do ácido biliar. O nível elevado de HDL está associado com baixo índices de
doenças cardiovasculares.

http://www.medicinanet.com.br/m/conteudos/acp-
medicine/5658/diagnostico_e_tratamento_da_dislipidemia_%E2%80%93_john_d_brunzell_r_alan_failor.ht
m

Estrutura das lipoproteínas de baixa densidade (LDL).

51
http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Lipoprote%C3%ADnas+HDL&lang=3
Estrutura das lipoproteínas de alta densidade (HDL).

GORDURA TRANS

http://revistavivasaude.uol.com.br/saude-nutricao/74/artigo140024-1.asp/

A gordura trans é um tipo específico de gordura insaturada formada


principalmente no processo de hidrogenação industrial, como no caso da
hidrogenação provocada pelo aquecimento de óleos vegetais líquidos para
solidificação em margarinas e gorduras para confeitaria. Por isso, elas estão
presentes principalmente nos alimentos industrializados. Na indústria, esse
tipo de gordura serve para melhorar a consistência dos alimentos,
principalmente textura, e também aumentar a vida de prateleira de alguns
produtos.

52
A gordura trans pode estar presente em diversos tipos de alimentos
industrializados como: salgadinhos, donuts, biscoitos recheados, massas de
bolos, tortas, sorvetes, margarinas e tudo que leva gordura hidrogenada,
pipoca de micro-ondas, além de vários itens de alimentos de fast-food como
batata frita, nuggets, tortinhas doces, etc.
Por conter uma conformação química diferente da gordura encontrada na
natureza, as gorduras trans não são utilizadas como materiais biológicos e
podem ser consideradas como estranha ao organismo. Como consequência
são capazes de interferir em determinados processos metabólicos no
organismo.
Os ácidos graxos com conformação "trans" presentes na membrana celular
enfraquecem a estrutura da membrana e sua função protetora. Eles alteram
a passagem normal de sais minerais e outros nutrientes pela membrana e
permitem que micróbios patogênicos e substâncias químicas tóxicas
penetrem na célula com mais facilidade. O resultado são células doentes e
enfraquecidas, mau funcionamento do organismo e um sistema imunológico
exausto, em resumo, queda da resistência e aumento do risco de doenças.
As gorduras "trans" também podem desorganizar o mecanismo normal do
organismo de eliminação do colesterol. O fígado costuma lançar o excesso
de colesterol na bile e enviá-lo para a vesícula, que se esvazia no intestino
delgado logo abaixo do estômago. As gorduras "trans" bloqueiam a
conversão normal do colesterol no fígado e contribuem para elevar o nível de
colesterol no sangue e, através disso, também provocam um aumento da
quantidade de lipoproteínas de baixa densidade (LDL), considerada um dos
principais causadores de arteriosclerose (endurecimento das artérias). Além
disso, as gorduras "trans" reduzem a quantidade de lipoproteínas de alta
densidade (HDL), que ajudam a proteger o sistema cardiovascular dos efeitos
nocivos das LDLs.
Outro efeito negativo das gorduras "trans" na dieta é o aumento dos
hormônios pró- inflamatórios do corpo (prostaglandina E2) e a inibição dos
tipos anti-inflamatórios (prostaglandinas E1 e E3). Esta influência indesejada
das gorduras "trans" sobre o equilíbrio das prostaglandinas pode deixar a
pessoa mais vulnerável a condições inflamatórias que vão custar a curar. As

53
prostaglandinas também controlam muitas funções metabólicas. Quantidades
mínimas delas podem provocar grandes mudanças nas reações alérgicas, na
pressão sanguínea, na coagulação, nos níveis de colesterol, na atividade
hormonal, na função imunológica e na resposta inflamatória, para citar
apenas algumas de suas ações. O ácido elaídico, mostrado na Figura 15 é
um exemplo de gordura trans.

http://www.klickeducacao.com.br/simulados/simulados_mostra/0,7562,POR-14166-47-827-
2007,00.html
Estrutura do ácido elaídico: um tipo de gordura trans.

ANTIOXIDANTES E ÔMEGA 3

http://superdicasmodabeleza.blogspot.com.br/2011/09/omega-3-e-antioxidantes-beneficos-
para.html

Radicais livres são espécies que apresentam elétrons de valência


desemparelhados e, portanto, são altamente reativos.
No nosso organismo, os radicais livres são produzidos pelas células durante
o processo de combustão por oxigênio, utilizado para converter os nutrientes
dos alimentos absorvidos em energia.
54
Os radicais livres podem danificar células sadias do nosso corpo, entretanto,
o nosso organismo possui enzimas protetoras que reparam 99% dos danos
causados pela oxidação, ou seja, nosso organismo consegue controlar o
nível desses radicais produzidos através de nosso metabolismo.
Os antioxidantes protegem o organismo da ação danosa dos radicais livres.
Alguns antioxidantes são produzidos por nosso próprio corpo e outros, como
as vitaminas A, C, E e os flavonoides devem ser consumidos através dos
alimentos.

FLAVONÓIDES

http://www.canalmaranhao.net/saiba-a-importancia-do-consumo-de-flavonoides/

Flavonoide é a designação dada a um grande grupo de metabólitos da classe


dos polifenóis encontrados em diversas espécies vegetais. Os diferentes
tipos de flavonoides são encontrados em frutas, flores e vegetais em geral,
assim como em alimentos processados como chá e vinho. Dentre os
principais tipos de flavonoides pode-se citar: antocianina, catequina,
quercetina e resveratrol.
Os flavonoides e outros derivados fenólicos são conhecidos pelo seu poder
antioxidantes por atuarem na captura e neutralização de espécies oxidantes
como o ânion superóxido ou radical peróxido presente no organismo após a
oxidação de lipídios ou açúcares, atuando por sinergismo com outros
antioxidantes como as vitaminas C e E.
Alguns flavonoides são capazes de se ligar a íons metálicos, impedindo-os
de atuarem como catalisadores na produção de radicais livres. Assim, os
flavonoides podem interferir nas reações de propagação e formação de
55
radicais livres.
Mais recentemente foi descoberta na uva uma substância denominada
resveratrol, que atua e pertence ao grupo dos estilbenos. Esta substância
seria responsável por impedir a arteriosclerose. Estudos afirmam que o
resveratrol, juntamente com os compostos fenólicos, atua como agente
antioxidante e, consequentemente, tem efeito preventivo contra os
fenômenos aterogênicos e trombogênicos.

ÔMEGA 3

http://espartasuplementacao.com.br/blog/omega-3-saude-e-vigor-fisico/

A qualidade dos lipídios na dieta representa um dos componentes


importantes quando o objetivo é reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
As mais recentes recomendações para uma dieta saudável enfatizam a
presença dos ácidos graxos poli e monoinsaturados em detrimento dos
saturados e dos poli-insaturados do tipo trans (gordura vegetal hidrogenada).
Ômega 3 são ácidos carboxílicos poli-insaturados em que a dupla
ligação está no terceiro carbono a partir da extremidade oposta à carboxila.
Estes compostos são chamados de "essenciais" porque não podem ser
sintetizados pelo corpo e devem ser consumidos sob a forma de gorduras.
Ômega 3 é considerado gordura saudável para os seres humanos. As
pessoas não sintetizam esses compostos no organismo e por isso é
necessário que esses compostos sejam ingeridos diariamente. A dose diária
recomendada de Ômega 3 no organismo é de 1,0 g. Pode-se citar como
exemplo dessa classe: o ácido alfa-linolênico, ácido eicosapentaenoico e o
ácido docosaexaenoico.

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As vantagens que esses compostos trazem para as pessoas são muitas,
como: ajuda na luta contra o câncer, redução do risco de AVC e doenças
cardiovasculares (porque Ômega 3 regulariza principalmente os níveis de
colesterol no sangue), aumento da capacidade mental de resposta e outros
benefícios. Além disso, alguns estudos afirmam que Ômega 3 pode prevenir
o mal de Alzheimer.
Esses ácidos graxos podem ser de origem animal ou vegetal. Os ácidos
graxos de origem vegetal podem ser encontrados principalmente no óleo de
linhaça enquanto os ácidos graxos de origem animal podem ser encontrados
em peixes de águas frias ou em óleo de peixes de água fria como: sardinha,
salmão e atum.

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REFERENCIAS

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