Indústria Dos Lacticínios em Vale de Cambra
Indústria Dos Lacticínios em Vale de Cambra
Indústria Dos Lacticínios em Vale de Cambra
A Indústria de Lacticínios
em Vale de Cambra
Ângelo
Augusto da
Silva Pinho
Câmara
Municipal
de Vale de
Cambra
Setembro de 2009
2
Introdução
Tempos existiram em que a paisagem agrícola e florestal era uma nota dominante do
quadro paisagístico do nosso concelho. Na realidade, o gado bovino e caprino
abundava nesta nossa terra, ora utilizado como força que ajudava o lavrador nas suas
lides agrícolas ora como fonte de sustento e rendimento. O gado arouquês
predominava, sobretudo nas zonas serranas e os rebanhos atravessavam os nossos
montes.
Pela maior produção de leite e maior rendimento que traziam aos lavradores, as
“vacas leiteiras”, importadas da Holanda, foram substituindo o gado “arouquês”.
“A Suíça Portuguesa” de que nos fala Ferreira de Castro, já não mais existe. A
cidade tornou-se sombria e os montes que a cercavam tornaram-se escuros e aterra
queimada, originada, concerteza, entre outros factores, pelo abandono a que foi votada
a actividade agrícola e florestal.
Ao realizar este trabalho, tenho a consciência de que muito fica por desvendar,
sobretudo sobre o período em que a manteiga era produzida em casa dos próprios
lavradores, essencialmente sobre o processo de produção.
Álbum 1 de Imagens
Capítulo I
A Política Agrícola Comum
Com a adesão de Portugal à União Europeia, o Sector Leiteiro nacional sofreu, nas
últimas décadas, um desenvolvimento significativo, passando para actividade fonte
importante de riqueza e bem-estar.
A agricultura tem, na maior parte dos países, uma enorme importância para a
sociedade, uma vez que procura dar resposta às necessidades alimentares, tendo
constituído sempre uma prioridade para os responsáveis políticos europeus, sobretudo
quando se realizaram as negociações do Tratado de Roma. Os princípios da Política
Agrícola Comum (PAC) foram definidos neste mesmo tratado, na Conferência de
Stretch em Julho de 1958.
A PAC é considerada como uma das mais importantes áreas de intervenção política
da UE. Essa importância é comprovada pelo peso que é atribuído à PAC no orçamento
da União Europeia (cerca de 50%) e pelo vasto número de pessoas e dimensão do
território a que esta se aplica. A importância da PAC está, ainda hoje, evidente no facto
de estar directamente ligada ao Mercado Único e à União Económica e Monetária
(UEM), dois elementos base da integração europeia.
Actualmente, existem OCM’s para grande parte dos produtos agrícolas da UE.
A secção "orientação" faz parte dos fundos estruturais vocacionados para promover
o desenvolvimento regional e reduzir as disparidades regionais na Europa.
Isto significa que a agricultura europeia não se submete às leis gerais do mercado, o
que resulta muitas vezes em excessos de produção.
O Sector do Leite foi dos primeiros sectores a ser regulado no âmbito da Política
Agrícola Comum. A criação de quotas à produção, em 1984, veio dar resposta à
necessidade de combateras denominadas “montanhas” de leite em pó e manteiga que
então se verificavam. Este sistema caracteriza-se pela imposição de um limite máximo
de produção a cada Estado-Membro. Acima desse limite, os produtores ficam sujeitos
ao pagamento de uma multa por litro de leite. Ao adoptar o regime de quotas leiteiras, a
Comunidade recorria a um instrumento administrativo muito restritivo para atingir o
objectivo de manutenção dos preços no produtor, controlando simultaneamente a
produção e as despesas. Inicialmente delineado com uma duração de cinco anos, o
sistema de quotas leiteiras foi sendo prolongado, tendo-se decidido na Agenda 2000
mantê-lo até 2007/2008,vindo a verificar-se um aumento linear de 1,5% a partir de
2005/2006, tendo este sido ainda prolongado até 2014/2015 pela Revisão Intercalar.
Álbum 2 de imagens
Nos Açores, há mais de uma década atrás, antes de ser edificada na zona dos Vales
actual União de Cooperativa Agrícolas da Ilha das Flores, responsável pelo fabrico do
famoso e premiado “Queijo da Ilha”, quem laborava o leite e derivados deste na Ilha
das Flores era a empresa continental Martins & Rebelo Lda., que efectuava a recolha
do leite pelos diversos postos espalhados pelas freguesias da Ilha. Hoje, após o
encerramento desta unidade de fabrico, ficaram dispersos pela ilha os resquícios da sua
passagem.
A Martins & Rebelo Lda. possuía na zona da “lomba da Vaca” uma considerável
área de exploração pecuária, onde ainda hoje estão instalados vários edifícios então
utilizados para a criação e manutenção de gado bovino, bem como, acredite-se, a cura e
embalagem do queijo para posterior embarque via marítima.
Destas instalações resta hoje a configuração exterior original, uma vez que os
interiores foram recuperados e reutilizadas por uma empresa de exploração de madeiras
que viria mais recentemente a ali instalar-se.
Antes da emigração massiva da segunda metade do século XX, não era um produto
mercantil e nunca constituiu propriamente um produto a explorar.
As vacas castanhas de trabalho vão dar lugar a vacas pretas ou taurinas que dão
maior quantidade de leite. Este começa a tornar-se a maior fonte de receita interna de
Vilar Maior.
Mais que uma vez por semana, vinha uma camioneta da Martins & Rebelo de Vale
de Cambra fazer a recolha do leite. Talvez durante uns trinta anos. O posto de recolha
era a casa de um particular que acordava com a empresa as condições do serviço que
prestava.
Há já alguns anos, tanto quanto sei, não se recolhe leite em Vilar Maior.
(Extraído do blog de julmar, Memórias de Vilar Maior, minha terra minha gente,
acedido em 12 -09-2008).
Álbum 3 de imagens
Imagens 16 e 17 – Posto de recepção do leite (Cavadas – M. Cambra)
Álbum 4 de imagens
Capítulo III
A evolução histórica
3 – As referências iniciais
Vemos assim que o maior contingente de produtos lácteos é fornecido pela região
aveirense, pertencendo-lhe inteiramente a produção de produtos dietéticos, leite
condensado, leite em pó e lactose e grande parte dos produtos de tecnologia mais
delicada.
A produção total de lacticínios do distrito pode atribuir-se, no ano em referência, o
valor aproximado de 110 mil contos, contra cerca de 70 mil contos do valor da matéria
prima industrializada, cerca de 50 milhões de litros. Naquela importância não está
incluído o valor dos principais subprodutos:
Por estes motivos e pelas tradições que a indústria de lacticínios tem no distrito,
afiguras-nos de interesse arquivar nas notas que vão seguir-se os factos mais salientes
da sua evolução e do incontestável desenvolvimento e aperfeiçoamento atingidos nos
últimos anos.
2º - De 1924 a 1938;
A primeira vem das mais recuadas épocas e estende-se até ao fim do século XIX
(1892), altura em que são introduzidas as desnatadeiras centrífugas na região.
As notícias mais antigas que atestam a preparação da manteiga nesta região datam
de 1513. Em foral de D. Manuel i, dado em Dezembro daquele ano à vila de Arouca,
fazem-se referências a este produto.
A estatística oficial relativa ao ano de 1870, acusa nos cinco concelhos, que total ou
parcialmente constituem o solar da raça arouqueza, a produção de 17.902,5 kg de
manteiga que ao preço médio de 340 reis, dão o valor de 6.086850 reis.»
Estrabão regista que o uso de manteiga na Lusitânia vem desde 60 anos antes de
Cristo.
Mota Prego considerava este processo pouco generalizado e apenas em uso pelos
pequenos agricultores do distrito de Aveiro, cuja manteiga de má qualidade era
sobretudo consumida pelo mercado do Porto.
Não foi fácil colher elementos seguros sobre o exercício da Frutuária. As poucas
informações que obtivemos levam-nos a supor que a escola de lacticínios não chegou a
funcionar.
O primeiro, é ser nocivo, porque sendo a manteiga por este processo obtida de nata
da qual a mais antiga tem, por vezes, dez, doze e mais dias, não é nata o que se
pretende transformar em manteiga, mas sim uma substância repugnante à vista, mal
cheirosa e cheia de vermes, além de micróbios de toda a espécie;
O segundo inconveniente deste processo, ou antes, da forma por que ele é praticado,
está em que o produto obtido por esta forma não é manteiga, mas sim um produto
falsificado em que predomina a caseína e a matéria azotada, esta proveniente dos
vermes desenvolvidos por milhares... durante o tempo em que a nata esteve em
repouso...».
Em 1905, aparece na Feira outra tentativa com vistas ao fabrico de queijo do tipo de
pasta mole.
Nesta fábrica, cujo desaparecimento teve lugar em 1924, preparou-se queijo de tipo
holandês, no intuito louvável de se abastecer o mercado com produtos fabricados no
País.
Ao tempo que estas tentativas tinham lugar, assistia-se a uma intensa pulverização
de fábricas de manteiga e postos de desnatação.
Ao período de guerra que começou em 1914, segue-se o tabelamento da
manteiga em 1918.
Embora fosse de prever que esta medida traria como consequência um certo
abrandamento ao desenfreado interesse na instalação de novos estabelecimentos, o que
é certo é que estes aumentaram em grande escala.
Do que se deixa dito somos levados a concluir que este período inicial da indústria
de lacticínios teve a caracterizá-lo:
c)A transformação dum leite mau em manteiga de péssima qualidade e sem poder de
conservação;
O 2º Período decorre desde 1924 até 1939, ano em que a indústria é organizada
(Decreto n.° 29.749, de 13/7/939 e Portaria n.° 9.733, de 10/2/941).
Nos primeiros anos deste período regista-se a publicação de dois diplomas legais,
com o fim de assegurarem, na instalação e funcionamento dos estabelecimentos, as
condições de higiene e de salubridade indispensáveis (Decs. n." 10.195 e 16.130).
Como se disse atrás, os postos e fábricas polulavam por toda a parte da região,
instalados, por vezes, em antros de verdadeira imundície.
Aos diplomas citados deve-se realmente a disciplina e o progresso que a partir dessa
altura se operou na indústria: o primeiro, estabelecendo os preceitos higiénicos a
observar no fabrico dos produtos; o segundo, promulgando várias medidas relativas às
condições a que deviam obedecer os estabelecimentos de lacticínios. Além destes
pontos essenciais, aqueles diplomas inserem várias disposições sobre armazenagem e
venda dos produtos e tornaram obrigatório o licenciamento dos estabelecimentos de
preparação de natas, manteiga, queijo e outros derivados do leite, seja qual for a sua
extensão e natureza.
A execução dos decretos a que nos vimos reportando competia e compete quase
exclusivamente à Direcção-Geral dos Serviços Pecuários.
Nos primeiros anos que se seguiram à sua publicação, organizou-se o cadastro dos
estabelecimentos em exercício e iniciou-se a obrigatoriedade do seu licenciamento.
Este período foi de grande entusiasmo pelo fabrico daquele produto, pois que se
estabelecem no distrito fábricas em Estarreja (1931), Feira (1933), Avança (1933) e
Vale de Cambra (1934).
O distrito de Aveiro possuía nessa altura metade das fábricas existentes no País e
cerca de dois terços dos postos de desnatação. Estes, na totalidade, ultrapassavam o
número 500.
Nos anos imediatos foram seguidas, com interesse, as técnicas de fabrico e foi
prestada a necessária assistência.
Dos vários estudos efectuados destacamos o que incidiu sobre o queijo nacional do
tipo holandês, considerado pelo Prof. José Maria Roseli o mais completo do mundo.
O aspecto geral que oferecia a indústria no fim deste período foi ainda
essencialmente caracterizado pela grande dispersão e expressivo numerário dos
estabelecimentos:
Foram, sem dúvida, estas razões que levaram o Estado a organizar a indústria em
moldes especiais, com vistas a conciliar e a garantir o justo equilíbrio dos interesses em
causa.
Pelo que temos lido e ouvido, podemos concluir que talvez fosse essa a solução que
se afigurasse mais consentânea com as necessidades da época.
Referindo-se ao estado da indústria de lacticínios em Portugal, escrevia, em 1938, o
Agrónomo Ernesto Burguette:
O diploma que cria aquele organismo, impõe com clareza a orientação a seguir e os
objectivos a atingir pelas suas diferentes secções. No caso particular da indústria de
lacticínios esses objectivos eram:
Logo que a maioria dos industriais se constitui nos agrupamentos previstos, são
definidas as zonas de abastecimento (Portaria nº 9.733, de 10/2/941) para as novas
unidades industriais.
Alguns proprietários de fábricas não entraram nas sociedades por sua livre vontade e
outros aguardaram oportunidade de ver considerados os seus direitos, devidamente
assegurados pelo organismo competente.
A definição das zonas de abastecimento para cada fábrica impunha necessariamente
uma modificação profunda nas instalações existentes, as quais eram inadequadas,
insuficientes ou incapazes, pelo seu apetrechamento, de laborarem em boas condições
técnico-económicas os quantitativos de leite que lhe haviam sido atribuídos.
É certo que, nalguns casos, as exigências dos Serviços Oficiais foram excedidas
pela iniciativa dos industriais que se abalançaram a empreendimentos de extraordinária
grandeza.
Daí por diante o número de fábricas e de postos oferece certa estabilidade, embora
nos últimos anos tenha aumentado o movimento de postos de recepção .
«Assim, e em última análise, parece-nos que está fora de qualquer crítica a medida
mandada pôr em execução pelo Governo, no sentido de se promover à concentração da
matéria prima leite para fins industriais.
Nos edifícios das novas fábricas estão montados e laboram os maquinismos mais
modernos em uso nas indústrias lácteas.
Não conhecemos no País outra actividade que em tão curto espaço de tempo
atingisse o progresso e o grau de aperfeiçoamento registado na indústria de lacticínios.
São estes os factos que supomos de maior evidência na linha evolutiva da indústria
de lacticínios no distrito de Aveiro» (Ralo, José A. Carrilho , Revista do Arquivo do
Distrito de Aveiro, volume 19,nº 75,ADA, 1953).
Esta tradição, que parece ser uma das bases da economia local até às últimas
décadas do século XX, sempre beneficiou de um microclima e com um alto regime
pluviométrico, de solo granítico, bastante favorável à produção de forragens de
qualidade. Dadas estas qualidades, a criação de gado bovino encontrou um local
propício ao seu desenvolvimento, proporcionando grandes quantidades de leite que
cedo as populações começaram a crer aproveitar.
Assim, até finais do século XIX, a região de Vale de Cambra baseava grande parte
da sua economia na produção de leite e no fabrico de manteiga, mediante processos
artesanais, que tornaram conhecida a região e motivaram a implantação das indústrias
de lacticínios.
Nos finais do século XIX, mais propriamente no ano de 1893, com a introdução das
desnatadeiras centrífugas e com as óbvias melhorias de produção, fizeram com que não
demorasse muito o incremento da produção de manteiga, como também, se lhe juntasse
a produção de queijo.
Esta crescente especialização levou à criação de uma das empresas pioneiras neste
ramo, o Martins & Rebelo, sociedade fundada em Lisboa no ano de 1906 por António
Cardoso Rebelo e Alfredo Martins.
(…)
Paralelamente e aproveitando a força motriz da água do rio Caima, surge, junto a
Santa Cruz, por volta de 1900 a referida fábrica de papel grosso, designada de “Paes e
Cª”. A esta atribui, parece que justamente, António Martins Ferreira, a primazia no uso
da força motriz no concelho.
Outras se lhe vão juntar: Martins & Rebelo nos lacticínios, A. Ribeiro & Irmão, na
latoaria, M. Soares Pinheiro & Filho, na serração e caixotaria, Almeida & Freitas na
latoaria, entre muitas outras( Almeida , 2002 ).
Álbum 5 de imagens
Álbum 6 de imagens
Álbum 7 de imagens
Imagens 38 a 41 - interior da Central Hidroeléctrica
A sede desta grande empresa foi em Vale de Cambra e pelo edifício da fábrica , que
serve actualmente para funcionamento da Câmara Municipal, se pode avaliar da sua
grandeza, onde se fabricaram os afamados queijos da marca “ Pastor, Camponesa e
Pastorinho “ e a reputada manteiga marca “ Lusa”.
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Além da zona de abastecimentos de leite que lhe foi demarcada para a fábrica da sua
sede, foi – lhe também atribuída a zona nº 4 que abrange os concelhos de Arco de
Valdevez, Ponte da Barca e parte do concelho de Ponte de Lima.
Álbum 9 de imagens
Logo que a maioria dos industriais se constitui nos agrupamentos previstos, são
definidas as zonas de abastecimento (Portaria n.º 9.733, de 10/2/1941) para as novas
unidades industriais. A Martins & Rebelo fica com certas zonas de abastecimento, em
Vale de Cambra e concelhos limítrofes (Postos de recolha de leite em Arões, Cepelos,
Ossela, Vagos, Tomar, Pijeiros, S. João da Madeira).
A Martins & Rebelo vai crescendo devido ao mercado conquistado em África e pela
diversidade dos produtos que produzia. Tal facto leva, entretanto, à natural ampliação
das suas instalações em Vale de Cambra, sendo que as que ainda hoje existem. Foram
inauguradas oficialmente a 8 de Junho de 1952.
em finais dessa década e após a venda de algumas das suas unidades de produção,
após sucessivas reestruturações, acompanhadas por despedimentos, a Martins & Rebelo
abriu falência em 2001.
Em seguida, o governo optou por impor regras para poder melhorar a qualidade dos
produtos da indústria dos lacticínios e para uma maior organização do sector.
Com este último Decreto-Lei e com esta Portaria, regulamenta-se este sector que
vai beneficiar os industriais em detrimento do pequeno produtor e industrial familiar.
Esta legislação também fez com que surgisse, na década de 40, uma nova indústria
do sector de lacticínios em Vale de Cambra. O concelho, por possuir imensas indústrias
familiares, fez com que se unissem e com a indicação da Junta Nacional dos Produtos
Pecuários, criassem a empresa de lacticínios Lacto-Lusa, também ela uma das maiores
empresas do ramo, instalada em em condições excelentes para a época.
No início dos anos 50, as principais empresas de lacticínios eram: Martins &
Rebello, Lacto-Lusa em Vale de Cambra, Nestlé em Avança, Lacticínios MAF em Vila
da Feira, Lacticínios Aveiro em Aveiro e Lacticínios Suil em Vila da Feira (Artigo do
jornal alemão “Deutshe Molkerei – Zeitung”, 21-12-1951, cit. Por Tavares, Vítor M. F.,
2006 ).
Também nesta época, a Martins & Rebello relança-se e prova disso, é a ampliação
da fábrica de Vale de Cambra, a associação com outras empresas e produção de novos
produtos. Um aspecto importante que fez com que a empresa aumentasse a sua
produção foi, a exclusividade que obteve no abastecimento do exército português.
Foi também neste período, entre os anos 50 e inícios de 60, que o Estado tentou
reabilitar a indústria com o I e II Planos de Fomento (O I Plano de Fomento foi
aprovado pela Lei nº 2058, de 29 de Dezembro de 1952 e o II Plano de Fomento pela
Lei nº 2094, de 25 de Novembro de 1958).
Mas esta evolução positiva, no mundo industrial, tanto a nível global como em
relação à Martins & Rebello, vai sofrer a primeira quebra no início dos anos 70, com a
crise petrolífera de 1973, com o agravamento da guerra colonial e também com a
Revolução de 25 de Abril (MATTOSO, José – História de Portugal – O estado Novo –
Vol 7, pág. 471cit. Por Tavares, V. M. F. 2006).
Esta vai durar apenas alguns meses. A 10 de Fevereiro de 1976 foi nomeada uma
nova Comissão Administrativa.
Após este caminho atribulado que a empresa atravessou, nos primeiros anos de
democracia, a sua evolução começou a estagnar. São várias as razões que, ao longo dos
anos 80 e 90, vão provocar uma paragem a nível evolutivo na empresa.
No início dos anos 80, Portugal ainda estava mergulhado numa crise financeira que
afectou, de uma forma indirecta, a empresa. Também convém frisar que a má gestão
das comissões administrativas, nomeadas pelo Estado, deixaram sequelas.
Álbum 10 de imagens
Ainda hoje, nos jornais , se fala na intervenção do Estado na Martins & Rebelo, na
preparação do Orçamento de Estado para 2009!:
A verdade é que é a única no país que está nas mãos do Estado, integrando a
carteira de participações públicas acessórias, em conjunto com mais 38 empresas.
Faz parte deste grupo desde 2006 e, tal como as restantes entidades, é vista como
um activo de utilidade e interesse reduzidos. Continua, no entanto, por vender,
destoando do tradicional património público.
A própria definição dos activos acessórios fala por si: "participações de reduzida
utilidade para a prossecução do interesse público", de acordo com o relatório Sector
Empresarial do Estado, elaborado pelo Ministério das Finanças no início de 2008.
O economista João César das Neves defende que "seria bom que o Estado cuidasse
um pouco da racionalidade dessas participações". Até porque, em alguns casos, "essas
situações são mais caricatas do que nocivas". A finalidade deste processo deve ser "a
promoção dos sectores e da economia e não, como tem sido muitas vezes, a
arrecadação de receitas das vendas".
Feitas as contas, das 39 sociedades analisadas pelo PÚBLICO apenas nove devem
ser abrangidas pelo artigo 116º do OE. Além disso, as empresas que cumpram os
requisitos ainda têm de ter passado para as mãos do Estado "por sucessão legítima,
prescrição, extinção de pessoas colectiva ou conversão de créditos em capital social no
âmbito de processos de recuperação ou de insolvência".
O ministério liderado por Teixeira dos Santos referiu que "se encontram em fase de
análise um conjunto de empresas passíveis de enquadramento no referido artigo", mas
não se comprometeu com datas, nem com expectativas. "A calendarização e a
quantificação das contrapartidas decorrentes da exoneração encontram-se
condicionadas por causas exógenas que influenciam o desenrolar de cada um dos
processos", acrescentou a tutela.
(…) Em contrapartida, à Martins & Rebello não lhe valeu de nada a entrada do
Estado como accionista, com a aquisição de 37,3 por cento do capital em 1997,
igualmente ao abrigo das medidas do Plano Mateus.
Embora a fábrica tenha sofrido várias alterações, ao longo dos tempos, foi crescendo
e é na década de 30 , do século passado que sofre a primeira remodelação.
Álbum 11 de imagens
Imagem 55 - Refeitório.
Perante a impossibilidade de incluir a documentação do projecto, uma vez que se
tratam de originais que irremediavelmente foram, pura e simplesmente, queimados ou
colocados no lixo, pela incúria de alguém, resta-nos o trabalho realizado pelo
funcionário da Câmara, Alexandre Rodrigues, que em devido tempo acautelou uma
cópia que se encontra na Faculdade de Letras do Porto, no trabalho realizado por si, no
âmbito da disciplina de Registo Arquitectónico, licenciatura em Arqueologia , no ano
lectivo 2003/2004.
Deste processo consta alguma documentação que urge preservar. No entanto, tenho
dúvidas quanto à conclusão deste, já que não descobri qualquer publicação no Diário da
República, o que me parece indispensável.
Álbum 12 de imagens
Documentação relevante
Tem, pois, ainda o nosso país capacidade para produzir e colocar importantes
quantidades de manteiga e queijo.
Nessa orientação, foi agora instalada, no Pinheiro Manso, Vale de Cambra, uma
importante fábrica de manteiga e queijo, pela firma Martins & Rebelo, de Lisboa.
Essa instalação é feita para o emprego dos processos de fabrico mais aperfeiçoados.
Tem dependências para fechar as latas de manteiga, para expedições dos produtos,
etc.
O soro que fica da desnatação do leite é aproveitado por 200 suínos, instalados numa
ampla pocilga, situada, com todas as condições higiénicas, a bastante distância da
fábrica.
Reúne, como se vê, a nova fábrica todas as condições para produzir excelente
manteiga e esplêndidos queijos, de vários tipos» (Indústria de Lacticínios, Uma
instalação modelar, Comércio do Porto 1930).
Álbum 13 de imagens
Os industriais de lacticínios, que sofrem neste momento uma das suas piores crises,
como se põe em evidência na referida exposição, não podendo desenvolver a sua
indústria nem suportar os seus encargos, terão necessariamente de a deixar cair em
manifesta decadência se o Sr. Intendente não promover a decretação de medidas que
reprimem os novos truques de falsificação , pois que, mercê dos novos processos a que
obedece a orientação falsificadora, a indústria lacticínia e com ela os seus honestos
industriais terão de sucumbir, perdendo-se desta maneira uma inapreciável fonte de
riqueza e o único elemento que serve de amparo e de sustentáculo à nossa lavoura
regional.
Esperam, por isso, os industriais de lacticínios que a citada exposição seja
favoravelmente acolhida pelo Sr. Intendente, como é de justiça» (Fiscalização de
manteiga, O Diário de Notícias de 20/08/1937).
Nesse mesmo jornal, no ano de 1938, o nosso conterrâneo, Dr. Abel Augusto de
Almeida, dava conta dessas mesmas preocupações e escrevia algumas notas sobre o
estado da agricultura e da indústria do nosso concelho:
«Com a introdução da indústria de lacticínios em 1900, abriu-se uma nova era para
este concelho.
Impõe-se, sem demora, a sua integração no quadro corporativo sem o que está
condenada à mais completa ruína.
O índice pecuário é elevado: oito mil vacas, produzindo diariamente 30000 litros de
leite, constituem a principal receita do pequeno lavrador e do rendeiro. A principal
cultura é o milho, mas produz também trigo, centeio, cevada, etc.
Vale de Cambra está incluído na região dos vinhos verdes e o produto é excelente.
Basta dizer que, este ano, se vendeu à razão de 450$00 a pipa de 500 litros, enquanto
no Minho o preço é de 250$00.
Até 1897 o fabrico da manteiga era caseiro, mas a manteiga de Vale de Cambra era
conhecida em quase todo o país, especialmente nas terras do Sul, para onde era levada
pelos pequenos fabricantes da região, que em caravanas a transportavam. As viagens
eram longas e penosas mas os lucros nem sempre eram compensadores do esforço
dispendido, mas os humildes fabricantes nunca desanimaram e foram transmitindo aos
seus vindouros o amor e a coragem na luta de onde resultou uma das principais
riquezas agrícolas deste país.
Foi nestas circunstâncias e para evitar a sua ruína total que Ex.mo Sr. Ministro da
Agricultura decretou a sua regulamentação. Desta resultou a fusão dos industriais da
região de Vale de Cambra que se associaram sob a denominação de LACTO LUSA,
Lda. sendo-lhe atribuída oficialmente a zona da abastecimento de leite nº 16, para a
laboração da sua fábrica, englobando a totalidade dos concelhos de Cinfães, Castelo de
Paiva e Arouca: parte dos concelhos do S. Pedro do Sul, Vila da Feira, Oliveira de
Azeméis e de Vale de Cambra.
Nesta grande zona tem a Lacto Lusa,de montar uma fábrica para o que já adquiriu
dentro da referida zona uma quinta.
Uma empresa de tal vulto não podia deixar de ter à sua frente pessoas de
reconhecida competência e para isso, a sociedade nomeou para a gerência os Srs.
Francisco da Costa Leite e Américo Tavares Silva, pessoas dotadas de excelentes
qualidades às quais nada falta para desempenhar brilhantemente o honroso e difícil
cargo; o Sr. Francisco da Costa Leite, por falta de saúde pouco tempo se demorou na
gerência, sendo o cargo confiado ao Sr. António Soares da Costa Neves, pessoa
também de reconhecida competência e honestidade (Ferreira, António Martins, Vale de
Cambra, edição do autor, 1942, pag. 20-21).
Nos fins do século passado, (diga-se , século XIX) o falecido Visconde de Nandufe,
(Tondela) introduzia no nosso país, as desnatadeiras centrífugas, e com a sua
introdução, o fabrico e negócio da manteiga, entrou numa nova fase de evolução.
Em 1930 estava industrializado o fabrico da manteiga, e foi nesta altura, que alguns
industriais de lacticínios aumentaram as suas instalações com o fabrico de queijo tipo
Flamengo, tornando-se a indústria de lacticínios, o principal factor da vida económica
do concelho.
Capítulo V
Escrituras diversas
quando aqueles queiram e possam associar-se. Que estipulam o prazo de seis meses
para a liquidação da sociedade, e cada um receba o que lhe pertence do capital de
lucros, quer esta se dê em vida dos sócios, quer falecimento ou interdição de algum
deles. Todas as dúvidas e desinteligências que se levantarem entre o sócio sobrevivo ou
ajuizado e os herdeiros ou representantes do sócio falecido ou interdito serão sem
coimas resolvidas pelo juízo de amigável arbitragem, indicando seu árbitro, cada uma
das partes dissidentes e escolhendo os indicados o terceiro de desempate que, em falta
de acordo, será nomeado pelo juiz de Direito de uma das varas do Tribunal de Comarca
desta cidade. Os mais casos, aqui não previstos, serão regulados pelo que se achar
disposto no Código Comercial Português e mais disposição da lei aplicáveis.
Lisboa,1-06-976.
Álbum 15 de imagens
Imagens 80 a 84 – Digitalizações das cinco páginas da escritura inicial (Martins & Rebelo, 1906)
8.1 – Outras escrituras relacionadas com a Martins & Rebelo
Para além da escritura inicial de constituição, foram descobertas outras que, após o
resumo das mesmas, deixo as imagens das respectivas páginas:
Álbum 16 de imagens
Álbum 17 de imagens
Álbum 18 de imagens
Imagens 94 a 102 - Digitalizações das nove páginas da escritura (venda que faz Custódio Dias, 1940)
Álbum 19 de imagens
Imagens 103 a 109 – Digitalizações das sete páginas da escritura (trespasse que faz Manuel Cubal, 1940)
Álbum 20 de imagens
Imagens 110 a 117 – Digitalizações das oito páginas da escritura (Manuel Tavares, 1940)
Álbum 21 de imagens
Imagens 118 a 126 - Digitalizações das nove páginas da escritura (trespasse que faz Arcanjo Martins de Pinho ,
1940)
9 – A primeira escritura da Lacto-lusa(transcrição)
Imposto de selo que vai ser pago por guia 2.870$10,dois mil oitocentos e setenta
escudos e dez centavos.
Conta : Nº 1 25$00
Nº 2 1.026$30
Nº 24 25$80 1.077$10
Distribuidor 2$50
Total 3.988$00
Imposto de selo e recibo : 2.874$10, dois mil oitocentos setenta e quatro escudos e
dez centavos.
AVERBAMENTOS
1º Averbamento : - Admissão de sócios e aumento de capital = Livro 424, fls.32 vº -
deste Cartório.
10º Averbamento : - Por escritura 14-12-84, lavrada a fls 27, do Livro notas para
Escrituras Diversas nº 25-B, deste mesmo Cartório, foi aumentado o capital social para
235.386.000$00 e, por consequência alterado o artº 3º do pacto social. Vale de Cambra,
14-12-84.
13º Averbamento : - Por escritura lavrada neste Cartório desde fls.52 a fls.54 do L.º
nº 716 em 20-5-86 a sócio Maria Jesubina de Almeida e marido, José Alves Soares,
dividiram uma das quotas que possuíam, no valor nominal de 1.380.000$00 em duas
quotas autónomas e distintas, de 690.000$00 cada. Pela mesma escritura cederam à
filha Maria do Céu de Almeida Soares Ribeiro Nogueira e marido, José Manuel Ribeiro
Nogueira, uma dessas novas quotas e a outra à filha Maria Dulce de Almeida Soares.
Vale de Cambra 20-5-86.
14º Averbamento : - Poe escritura lavrada a fls.( ilegível ) do L.º 716, deste Cartório,
datada de hoje, a sócia Maria Preciosa da Conceição Costa Leite Sales, dividiu as suas
duas quotas de valor nominal de 4.800.000$00 e de 1.800.000$00, a primeira em cinco
quotas autónomas e distintas, no valor nominal de 960.000$00 cada, e a segunda em
cinco quotas autónomas e distintas, no valor de 360.000$00 cada. O sócio José Correia
Pinto Sales Júnior, dividiu a sua quota do valor nominal de 1.632.000$00 em cinco
quotas, autónomas e distintas, sendo três no valor de 326.500$00 e duas no valor de
326.250$00, cada. - Pela mesma escritura e com reserva do usufruto vitalício, por
inteiro, até à morte do último dos titulares, sobre as primeiras duas quotas cederam
todas as novas quotas aos filhos e respectivos cônjuges do seguinte modo : - a Maria
Augusta Correia Leite e marido, 3 quotas, no valor de 960.000$00, de 360.000$00 e de
326.250$00 ; - ao Arlindo Leite Pinto Sales e mulher, 3 quotas no valor de 960.000$00,
de 360.000$00 e de 326.500$00 ; - a Dulce Leite Correia Sales e marido, 3 quotas no
valor de 960.000$00, de 360.000$00 e de 326.500$00 ; - ao José Jorge Leite Pinto
Sales e mulher, 3 quotas no valor de 960.000$00, de 360.000$00 e de 326.250$00 ; - e
a Branca Fernanda Correia Leite Sales Machado,3 quotas no valor de 960.000$00,
360.000$00 e de 326.500$00 . Vale de Cambra, 22-5-86.
15º Averbamento : - Por escritura outorgada hoje, neste Cartório, lavrada a partir de
fls.77, do L.º de Notas 716, a sócia Dulce da Costa Leite, cedeu a sua quota de 4.800
contos ao seu único filho, dr. Fausto Leite de Almeida, com reserva de usufruto a seu
favor e do marido. Vale de Cambra, 5-6-86.
16º Averbamento : - Por escritura outorgada hoje, neste Cartório e lavrada a partir de
fls. 21, do Lº 36-B, foi feita a divisão da quota do valor nominal de 144 contos, entre os
seus comproprietários, Arlindo Tavares da Silva e outros. Vale de Cambra, 12-6-86.
17º Averbamento : - Por escritura outorgada nesta data e neste Cartório, lavrada a
partir de fls. 81, do Lª 716, o sócio Herculano de Almeida Martins dividiu a sua quota
de 6.792 contos, em quatro quotas, sendo três de 2.000 contos, cada, que cedeu a cada
uma das suas 3 filhas, Maria Olanda Martins Leite, Maria Luísa Ferreira Martins
Fernando, Maria Manuela Ferreira Martins, e sendo uma de 792 contos que reservou
para si. Vale de Cambra, 12-6-86.
18º Averbamento : - Por escritura outorgada hoje neste Cartório, lavrada a partir de
fls.85,vº, do Lº 716, o sócio Francisco da Costa Leite, dividiu a sua quota do valor
nominal de 3.504 contos, em 2 quotas, sendo uma de 3.300 contos que cedeu à nora
Maria Salete Silva Carvalho Pinheiro Leite, e outra de 204 contos que reservou para si.
Vale de Cambra, 16-6-86.
19º Averbamento : - Por escritura outorgada nesta data e neste Cartório, lavrada a
partir de fls, 34,vº do Lº 36-B, a sócia, Ilda da Costa Leite, dividiu a sua quota de 3.030
contos em 2 quotas, de 1.015 contos, cada, que cedeu uma a cada um dos filhos José
Paulino Neto Costa Leite e Maria Gabriela Neto Costa Leite. Vale de Cambra, 20-6-86.
20º Averbamento : - Por escritura outorgada hoje neste Cartório lavrada a partir de
fls. 94,vº, do Lº 716, a sócia Guilhermina da Costa Ferreira, dividiu a sua quota de
1.188 contos, em 5 quotas, sendo 2 de 237.750$00 cada, que cedeu a cada um dos
António de Almeida e José de Almeida, e 3 de 237.500$00 que cedeu a cada um dos
Idalina Soares de Pinho, Maria do Carmo de Pinho e Maria Madalena de Almeida, com
reserva de usufruto a seu favor. Vale de Cambra 29-6-86.
22º Averbamento : - Por escritura de hoje, outorgada neste Cartório, a partir de fls.
46 do Lº 38-B, Branca da Costa Leite e marido dividiram as quotas de que eram
titulares em cinco novas quotas cuja sua propriedade cederam a seus cinco filhos. Vale
de Cambra, 14-10-86.
25º Averbamento: - Por escritura pública outorgada hoje, neste Cartório, lavrada a
partir de fls. 54,vº, do Libro de Notas nº 8-D, Urgel da Costa Leite cedeu a Maria
Graciete da Costa Leite Fonseca Maia, a sua propriedade de uma quota de valor
nominal de 1.800.000$00 que possuía nesta sociedade. Vale de Cambra 30 de Outubro
de 1987.
26º Averbamento: - Por escritura pública outorgada hoje, neste Cartório, lavrada a
partir de fls. 12, do Livro de Notas para Escrituras Diversas nº 9-D, foi aumentado o
capital social de 235.386.000$00 para 688.278.000$00 e alterado o artº 3 deste pacto
social. Vale de Cambra 23 de Dezembro de 1987.
27º Averbamento: - Por escritura pública outorgada hoje, neste Cartório, lavrada a
partir de fls.31, do Livro de Notas para Escrituras Diversas nº 9-D, foi esta sociedade
transformada em sociedade anónima de responsabilidade limitada, com a firma “ Lacto
Lusa, S.A.”. Vale de Cambra, 23 de Dezembro de 1987.
Álbum 22 de imagens
Imagens 127 a 141 - Digitalizações das 15 páginas da escritura de constituição da Lacto-Lusa
9.1 – Alacto-Açoreana
Esta empresa foi constituída em 2 de Dezembro, no ano de 1957, lavrada a fls. 90 do
livro nº 464, no cartório notarial de Vale de Cambra.
O seu capital social era de um milhão e quinhentos e setenta e cinco mil escudos.
Um dos seus gerentes foi o Dr. Fausto Leite de Almeida. Foi vendida juntamente
com a Lacto-Lima e a empresa mãe – a Lacto-Lusa.
Álbum 23 de imagens
Imagens 142 a 166 - Digitalizações das 25 páginas da escritura de constituição da Lacto-Açoreana (e
procurações)
9.2 – Uma referência à Lacto-Lima
Refira-se que A Lacto Lima , LDA foi criada através da escritura lavrada em 28 de
Setembro de 1957, livro nº 551, a fls. 14 e seguintes, no cartório notarial de Vale de
Cambra por Maria Fernanda de Vasconcelos de Aguiar Fonseca e Castro. O seu capital
social era de 1.500.000.000$00.
Ana Elizabete Norberto Dantas de Brito; Ana Maria Dantas de Brito Cajeira; João
José Dantas da Cunha Cajeira; António Norberto Dantas de Brito Parente; Antónia
Oliveira Dantas; António Manuel Dantas de Brito; Maria Salomé da Cunha Veiga;
César Manuel Dantas de Brito; Ana Maria Veloso Castro e Costa Dantas Brito; Maria
Adelina dos Santos Domingues Gois Ferreira e outros .
Álbum 24 de imagens
Estas são, pois, as notas mais significativas do trabalho que me propus realizar.
Tenho a convicção de que muito fica por explorar. No entanto, um trabalho deste
género, de investigação histórica, com limitações impostas pelo prazo de execução, fica
condicionado ao possível. E este foi a descoberta das principais fontes de informação,
deixando para desenvolvimentos posteriores, uma reflexão mais aprofundada.
Este trabalho tem a particularidade de possuir vários aspectos que podem despertar a
curiosidade de outras pessoas, encontrando aqui o ponto de partida para novas ou
aprofundadas investigações.
http://www.archinform.net/arch/9168.htm?ID=7a9ffedf3b76c179204617725314032
1
CRUZ, Maria da Graça Mendes de Pinho da. Vale de Cambra – Meio século de
imagens”. Volume II – Transportes, Indústria e Comércio – Fotografias da família
Sousa. Gráfica de Coimbra, Lda. 1999.
SOARES, Sandro,
http://kanadasekaminhos.blogspot.com/2008_07_01_archive.html