Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Levirato É Sororato

Fazer download em txt, pdf ou txt
Fazer download em txt, pdf ou txt
Você está na página 1de 1

sexta-feira, abril 01, 2016

KULUNDULA: LEVIRATO E SORORATO EM ANGOLA


LUNDULAR: é um vocábulo Kimbundu que significa: trespassar, substituir por, passar
para, etc. É o acto de amancebar-se com a irmã, sobrinha ou prima da finada esposa
ou, no caso feminino, juntar-se ao cunhado, sobrinho ou primo (sempre mais novo do
finado, pois o irmão mais velho está na categoria de sogro/a).
O termo latino é levirato ou levirado (para o caso masculino) e sororato (caso
feminino): o costume, observado entre alguns povos, que obriga um homem a casar-se
com a viúva de seu irmão quando este não deixa descendência masculina, sendo que o
filho deste casamento é considerado descendente do morto.
Este costume é mencionado no Antigo Testamento como uma das leis de Moisés. O
vocábulo deriva da palavra "levir", que em latim significa "cunhado". A lei do
levirato (em hebraico: yibum) é ordenado em Deuteronômio 25:5-6 na Bíblia hebraica
e obriga o irmão a se casar com a viúva de seu irmão falecido sem filhos, com o
filho primogênito sendo tratado como do irmão falecido, (ver também Gênesis 38:8),
que torna a criança seu herdeiro e não herdeiro do pai genético.
Há uma outra cláusula conhecida como chalitsá (Deuteronômio 25:9-10), que explica
que se um homem se recusa a realizar este "dever", a mulher deve cuspir em seu
rosto e tomar um de seus sapatos, sendo que os outros na cidade devem sempre
chamar-lhe de "o sem um sapato". Embora esta disposição implique que um irmão pode
optar por sair do casamento levirato, não há nenhuma disposição nos Livros de
Moisés para a viúva a fazê-lo.
Autoridades judaicas, (período talmúdico) desencorajavam fortemente o yibum a favor
da chalitsá. Defendiam que devia haver uma proibição geral de um homem se casar com
a mulher de seu irmão e que nem em todas as situações um yibum não fosse necessário
(por exemplo, o falecido tinha um filho) ele seria proibido.
Em Angola há registo da prática de levirato e sororato entre os ambundu e outros
povos bantu. Ainda existem exemplos vivos de pessoas que se tenham amancebado com
cunhadas ou cunhados, não sendo, entretanto, tal prática executada como determina
Moisés, em Deuteronômio 25:5-6, pois os casos angolanos que me chegaram ao
conhecimento foram observados devido à necessidade de se dar uma educação no seio
de uma mesma família, para não dividir e dispersar uma herança comum, assistência à
viúva, etc.
Não tenho conhecimentos de que haja registos/estudos aprofundados sobre o caso, nem
informação que aponte que a prática tenha deixado completamente de existir nas
comunidades mais distantes dos centros urbanos, onde ainda escasseia a formação,
informação e absorção massiva da cultura ocidental.
Num relatório datado de 2005, a AJPD - Associação Justiça, Paz e Democracia-
referindo-se ao levirato e sororato informa que "embora reduzida, ainda existe (em
Angola) em diversas regiões do país, sendo que a adopção não se dá apenas na forma
de assistência financeira à viúva mas também sexual". O relatório avança ainda que
"o desconhecimento das causas de morte do 'de cujus' e o estado de saúde dos que
vão praticar o acto é uma preocupação, porquanto pode ser vector de transmissão de
DTS´s". Em 1997, num pronunciamento na Assembleia Nacional, a então Ministra da
Família e Promoção da Mulher, Cândida Celeste da Silva, afirmou a existência de
tais práticas em algumas regiões do país (não as citou), ao mesmo tempo que
desmentia a existência de mutilação genital feminina
(http://servicosocialportugues.blogspot.com/2007/05/servio-social-inexistncia-de-
prticasde.html, 05.09,2014.
Apoio: http://pt.wikipedia.org/wiki/Levirato (05.09.2014, 09h50).

Você também pode gostar