Benjamin, Walter. Experiência e Pobreza
Benjamin, Walter. Experiência e Pobreza
Benjamin, Walter. Experiência e Pobreza
"Quem encontra ainda pessoas que saibam contar histórias como elas devem ser contadas?"
Benjamin usa o desaparecimento da tradição da narração entre gerações para diagnosticar o declínio
da modernidade.
- O filósofo aponta o contexto da guerra das trincheiras e seus efeitos colaterais no povo como
principal causa do declínio da experiência.
"Porque nunca houve experiências mais radicalmente desmoralizadas que a experiência estratégica pela
guerra de trincheiras, a experiência econômica pela inflação, a experiência do corpo pela fome, a
experiência moral pelos governantes.".
- "A nova miséria" Benjamin aponta uma renovação da miséria dado o surgimento da técnica
sobreposto ao homem, que se expõe não só nos absurdos dos acontecimentos e seus efeitos mas
também em qualidades vazias em experiência.
"A horrivel mixórdia de estilos e concepÇões do mundo do século passado mostrou-nos com tanta
clareza aonde esses valores culturais podem nos conduzir, quando a experiência nos é subtraida, hipócrita
ou sorrateiramente, que é hoje em dia uma prova de honradez confessar nossa pobreza. Sim, é preferível
confessar que essa pobreza de experiência não é mais privada, mas de toda a humanidade. Surge assim
uma nova barbârie."
- "Entre os grandes criadores sempre existiram homens implacáveis que operaram a partir de uma
tábula rasa." Benjamin aponta um suspiro da experiência na modernidade dotado nas "cabeças" que
se ajustaram a sua fragmentação pela época e dos fragmentos fazer parir seus atos geniais.
"Pois as figuras de Klee são por assim dizer desenhadas na prancheta, e, assim como num bom automóvel
a própria carroceria obedece à necessidade interna do motor, a expressão fisionômica dessas figuras
obedece ao que está dentro."
- Por estes gênios apontados pelo filósofo, Benjamin aponta uma recusa ao "humano" do ponto de
vista do humanismo.
"Tanto um pintor complexo como Paul Klee quanto um arquiteto programático como Loos rejeitam a
imagem do homem tradicional, solene, nobre, adornado com todas as oferendas do passado, para dirigir-
se ao contemporâneo nu, deitado como um recém-nascido nas fraldas sujas de nossa época."
- Benjamin usa o vidro como metáfora da ascenção de uma cultura onde não há aura, não há rastros
de história. A "cultura do vidro". O cansaço humano em sua gnose também é problematizado por
Benjamin, levando-o a apontar também o desejo humano por um milagre neste tempo, usando o
camundongo Mickey como metonímia ao presente espectro de tal milagre na vida humana.
"Ao cansaço segue-se o sonho, e não é raro que o sonho compense a tristeza e o desânimo do dia,
realizando a existência inteiramente simples e absolutamente grandiosa que não pode ser realizada
durante o dia, por falta de forças. A existência do camundongo Mickey é um desses sonhos do homem
contemporâneo. É uma existência cheia de milagres, que não somente superam os milagres técnicos
como zombam deles."
- E ao adotar esse diagnóstico como um fenômeno cultural consequente da crise da modernidade,
Benjamin aponta a reação contraditória absurdamente conformada por parte das pessoas
influenciadas por tal.