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01 - (1) M8 - História Da Igreja PT1

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FORMAÇÃO DE LÍDERES 

 
HISTÓRIA DA IGREJA- PARTE I 
 
l I​ ntrodução 
 
  A  história  da  Igreja  é  um  período  muito  grande,  aproximadamente  de  2  mil 
anos.  Começando  logo  depois  dos  apóstolos  encontramos  duas  frentes: 
judaísmo  e  mundo  gentio  (enfatizado  pelo  apóstolo  Paulo).  Neste  período  o 
Cristianismo cresce dentro do império romano, os quais faziam parte:  
 
● Ásia menor (berço/ hoje Turquia)  
● Gália- franca  
● Colônia Alemanha  
● Espanha  
● Norte da África  
 
  A  primeira  perseguição  da  Igreja  ocorre  com  Nero,  que  subiu  ao  poder  em 
outubro  de  64.  Os  que  opunham  sua  vontade  ou  sumiram  misteriosamente,  ou 
ironicamente  recebiam  ordem  de  se  suicidar.  Em  18  julho  de  64,  ocorreu 
incêndio  em  Roma  que  durou  vários  dias.  Muitos  rumores  sobre  culpado 
surgiram,  criando  várias  teorias.  Nero  aproveita  a  situação  colocando  a  culpa 
nos  cristãos,  e  promove  a  morte  de  milhares  de  cristãos  com  o  requinte  de 
crueldade. 
 
  Nos  relatos  de  Tácito,  um  historiador  romano  da  época,  vemos  que  ele 
acreditava  que  os  cristãos  odiavam  a  raça  humana  e  faziam  “abominações”, 
baseando-se  nos  costumes  cristãos,  por  exemplo,  de  se  chamarem  de  irmãos, 
porém  casarem-se  entre  si.  Nero  sabia  que  o  povo  acreditava  em  tais 
abominações  e  utilizou-se  disso  para  seus  próprios  propósitos.  Nero  fez  que  a 
morte  dos  cristãos  se  tornasse  em  divertimento.  Historiadores  afirmam  que  ele 
se  disfarçava  na  multidão,  como  condutor  de  carruagem,  para  presenciar  a 
carnificina. Alguns métodos utilizados para assassinar os cristãos eram:  

● Vesti-los com pele de animais para que cães os matassem a dentadas;  


● Crucificação; 
● Prendê-los nas ruas e atear fogo para que servissem de iluminação. 

 
 
 

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  Indícios  mostram  que,  provavelmente,  os  apóstolos  Pedro  e  Paulo  morreram 
durante  esta  perseguição.  Apesar  de  todas  as  torturas,  o  povo  cristão  é  visto 
como  um  povo  perigoso, dada as acusações de Nero sobre o incêndio em Roma, 
fazendo com que qualquer pessoa que se considerasse cristã, fosse perseguida.  
Em  68  Nero  se  suicida,  em  70  o  imperador  Tito  destrói Jerusalém e, após algum 
tempo  de  sossego  dos  cristãos,  surge  o  Imperador  Domiciano,  perseguindo  os 
cristãos a partir de 81.  
 
  Domiciano  amava  e  respeitava  as  tradições  romanas,  sua  política  era  de 
restaurar  essas  tradições.  Para  ele,  os  cristãos  eram  uma  ameaça  à  essas 
tradições.  Nesse  período  vemos  então,  que  os  cristãos  cresceram  de  forma 
significante,  ocupando  o  lugar  de  se  opor  à  antiga  religião  romana.  A 
perseguição  era  dirigida  aos  judeus  e  aos  cristãos,  e  os  pagãos  os  acusavam  de 
serem  ateus  por  adorarem  um  Deus  invisível,  e  não  os  deuses  romanos. 
Personagens  importantes  morrem  durante  esta  perseguição,  sendo  eles  Flávio 
Clemente  e  sua  esposa.  Perseguição  na  Ásia  menor  a  mesma  que encontramos 
no  livro  de  apocalipse.  Domiciano  é  assassinado  em  seu  próprio  palácio  tendo 
assim mais um breve período de descanso para os cristãos.  
 
l​ Martírios 
 
  Este  ciclo  de  perseguição  entre  surgir  um  imperador,  o  povo  cristão  ser 
perseguido,  o  imperador  morrer,  breve  período  de  calmaria  até  surgir  um  novo 
imperador, durou aproximadamente 300 anos.  
 
  No  primeiro  século  não  temos  muita  notícia  sobre  os  martírios,  porém,  no 
segundo  século,  surgem  três  tipos  de  fontes  que  nos  permitem  saber  o  que 
aconteceu aos cristãos: 

● A ata dos mártires: detalhes sobre prisão, julgamento e morte; 


● Correspondência entre os governantes; 
● Correspondência entre os cristãos.  

  Uma  dessas  correspondências  de  governantes  eram  entre  Plínio  e  Trajano. 


Plínio  era  governador  da  Bitínia  (Turquia)  e  recebe  uma  uma  longa  lista  de 
acusação  aos  cristãos  e  investiga  o  caso.  Alegando  que  os  templos  pagãos 
estavam  vazios  e  que  não  se  encontrava  pessoas  que  comprassem  carne 
sacrificada  aos  ídolos  Plínio  requerida  para  que os cristãos acusados não fossem 
mortos:  

● Que invocarem aos deuses; 


● Adorassem ao imperador oferecendo vinho e incenso diante da estátua;  
● Que maldissessem a Cristo. 

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 Plínio dizia que um verdadeiro cristão nunca aceitaria essas coisas. Ao investigar 
e interrogar um cristão, via que seu crime era:  

● Cantar antifonalmente hino “a Cristo como Deus”;  


● Fazer voto de não cometer roubo, adultérios, etc.  

  Mediante  essas  acusações,  Plínio  fica  confuso  e  escreve  ao  imperador  Trajano 
para  saber o que fazer. Sobre a decisão de Trajano, o cristão advogado Tertuliano 
escreve:  ​“Oh  sentença  necessariamente  confusa  nega-se  a  buscá-los  como 
inocentes  e  manda  castigá-los  como  culpados.  Tens  misericórdia  e  és  severa, 
dissimulas  e  castigas  [...]  Se  condenas,  porque  não  investigas?  E  se  não 
investigas  porque  não  absolves?”  O  entendimento  que  o  governante chega era 
de  não  gastar  recursos  na  captura  dos  cristãos,  existiam  coisas  mais  urgentes, 
mas  se  fossem  denunciados  e/ou  capturados,  era  necessário  obrigá-los  que 
adorassem os deuses do império.  
 
  Aqui  começam  a  surgir  os  primeiros  mártires,  um  deles  sendo  Inácio  de 
Antioquia,  condenado  por  não  adorar  aos  deuses  romanos.  O  ano  era  107  d.C  e 
os Romanos obtiveram a vitória sobre os Dácios. Inácio foi enviado à capital, para 
que sua morte contribuísse de espetáculo nas comemorações.  
 
  As  igrejas  cristãs  tomam  conhecimento  desse  fato,  indo  atrás  de  Inácio  para 
saber  o  que  estava  acontecendo,  assim  surge  um  dos  documentos  mais 
importantes  deste  período,  as  7  cartas  escritas  por  Inácio  enviadas  para  os 
cristãos.  Na  igreja  de  Antioquia  haviam  muitas  facções  que  Inácio  combateu 
fortemente,  sendo  assim,  provavelmente  algumas  dessas  facções  entregaram 
anonimamente Inácio ao governo.  
 
  Lembrando  que  nessa  época  não  havia  perseguição  generalizada,  por  isso,  a 
caminho  de  Roma,  Inácio  teve  chance  e  liberdade  de  conversar  com  inúmeros 
cristãos  que  o  visitavam,  além  de  ter  consigo  um  amanuense  (cristão  que 
copiava  suas  cartas).  Entre  essas  cartas,  certo  Onésimo  veio  de  Éfeso  com  uma 
grande  delegação e poderia ser o mesmo Onésimo relatado na Bíblia, nas Cartas 
a Filemon. 
 
  O  próximo  mártir  a  aparecer  é  Policarpo.  Quase  meio  século  depois  de  Inácio, 
em  155,  a  mesma  política  de  Trajano  vigorava.  Policarpo  era  bispo  de  Esmirna e, 
aos  86  anos  é  perseguido  por  sua  fé,  sendo  persuadido  por  causa  de  sua  idade, 
mas  ele  não  cedeu,  respondendo  aos  seus  perseguidores  “como  poderia  eu 
maldizer ao meu rei que me salvou”. 
 
  Esta  geração  de  Mártires  nos  mostra  como  eles  conseguiram  compreender  o 
Evangelho  na  sua  essência,  não  fugindo  do  martírio,  superando  o  medo com fé, 
convictos  da  salvação  de  Cristo.  Mesmo  ameaçados  com  fogo  e  feras, conforme 

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aconteceu  com  Policarpo,  os  mártires  se  negavam  a  maldizer  Cristo.  Dito  isto, 
podemos  nos  questionar  se  a  nossa  geração  está  preparada  para  manter-se 
firme na fé, caso ocorra algo como nos três primeiros séculos da igreja. 
 
  Em  161  d.C.,  surge  o  imperador  Marco  Aurélio,  que  instaurou  uma  perseguição 
feroz,  mais  uma  vez,  contra  cristãos.  Para  ele,  os  cristãos  eram  teimosos  e 
supersticiosos e as acusações não eram por crimes, mas pela obstinação cristã. 
 
  Havia  uma  viúva  de  um  Mártir,  com  7  filhos,  chamada  Felicidade,  que,  mesmo 
debaixo  de  graves  ameaças,  não  cedeu  aos  romanos,  nem  ela  e nem seus filhos 
aceitaram  amaldiçoar  a  Cristo, levando-os a morte. Vemos o exemplo dessa mãe 
e seus filhos, que nos faz refletir: Nós temos esse tipo de fé?  
 
  Nem  todos  cristãos  estavam  prontos  para  o  martírio,  segundo  a  carta  177 
(igrejas  de  Viena  e  Lion  enviaram  aos  irmãos  da  Frigia e Ásia menor) cerca de 10 
pessoas  foram  débeis  e  saíram  do  ventre  da  igreja  como  abortos,  cedendo  aos 
Romanos. E hoje, quantos negariam a Cristo? Estamos preparados?  
 
  Com  a  morte  de  Marco  Aurélio  em  180,  a  igreja  cristã  aproveita  de  um  breve 
momento de tranquilidade.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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