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Concepções Sobre Desenvolvimento

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Concepções sobre

desenvolvimento
Caro aluno, este conteúdo tem por objetivo discutir as concepções que o meio interfere
diretamente no indivíduo. Abordaremos as principais concepções sobre o desenvolvimento,
teorias, padrões e mudanças para que assim você possa entender de forma clara as principais
atividades que interferem no crescimento do ser humano.

O Meio e o Desenvolvimento Biopsicossocial

 Cada indivíduo absorve informações diferentes de acordo com aquilo que lhe é
proporcionado em seu ambiente, ou seja, em seu meio.

O que é um ser biopsicossocial?

Bio se refere ao seu próprio corpo (deficiências físicas, síndromes, deformidades etc)

Psico é  referente á mente crenças, valores, memórias, aprendizagem ,sensação e percepção,


motivação e emoção, pensamento e linguagem, personalidade e comportamento social,
inteligência, desenvolvimento infantil,

Social  se refere ao meio em que este sujeito está inserido

 
Concepções sobre a infância

Por muito tempo, as crianças eram vistas como um “adulto em miniatura". A infância é  um
conceito socialmente construído  elaborado historicamente de modos diferentes em tempos
e lugares, levando em consideração aspectos sociais, subjetivos, culturais e biológicos Hoje
é possível falar em infâncias PILETTI; ROSSATO;, (2014), uma vez ela está subdividida
em etapas.

Da mesma forma que o conceito de infância foi evoluindo, as concepções sobre o


desenvolvimento também foram se modificando ao longo do tempo. Com isso, o
desenvolvimento humano pode ser visto de diversas maneiras como comentam abaixo
XAVIER E NUNES (2005) em seus estudos sobre o desenvolvimento e estão descritos 
abaixo.  

Teoria inatista: valorizava-se somente os fatores internos – biológicos Preconiza que os


eventos após o nascimento não são importantes para o desenvolvimento. Isso será afetado
apenas para as qualidades e habilidades básicas dos seres humanos, desde o nascimento são
praticamente prontas ou completas  o inatismo ainda hoje aparece na escola é
frequentemente expresso nas falas dos educadores, quando eles veem alguns alunos que 
não conseguem aprender.

Empirismo ou ambientalismo: dá ênfase somente aos fatores externos – ambiente Atribui


uma força poderosa ao meio ambiente como um fator que intervém no desenvolvimento
humano. Os ambientalistas consideram   as pessoas nascem como um papel em branco  que
será escrito pelo meio ambiente, ou seja, como um arquivo, ele apenas desenvolve suas
características com base nas condições. Existentes no ambiente em que vive. Esse
entendimento de um ser humano como passivo e moldado pelo ambiente resulta em visão
mecanicista do desenvolvimento e da aprendizagem.  

Interacionismo. – Interação dos  fatores (internos e externos) no desenvolvimento humano


(Teoria Interacionista). A interação é a origem do conhecimento. Esta é uma concepção 
mais aplicada na educação, isto porque entende-se que o ser humano é  ativo e interativo,
por conseguinte, é ser que constrói e é construído bio psico e socialmente. Destacamos aqui
dois  teóricos importantes desta  abordagem.

Piaget, Vygotsky e desenvolvimento  

          Piaget e o sujeito epistêmico

          O conceito  de sujeito epistêmico  refere-se às estruturas mentais comuns a todos os


seres humanos, as quais possibilitam a aprendizagem a partir de relações entre diferentes
informações (classificação, comparação, dedução, entre outras). Estas estruturas se
desenvolvem a partir da ação dos indivíduos sobre o meio, em um processo de interação
com o objeto de conhecimento e com as outras pessoas, têm início da vida e vão se
modificando ao longo do ciclo vital. Isso faz com que haja uma construção de níveis de
saber cada vez mais complexos. PIAGET(1974)          Para Piaget, o sujeito interage e age
sobre o mundo e em contrapartida  sofre  influência de sua ação sobre si, em um processo
constante de adaptação. Entre muitos destacamos três conceitos importantes em sua obra:
assimilação, acomodação e  equilibração.  A assimilação diz respeito ao mecanismo que o
sujeito aplica ao procurar compreender o mundo, trata-se da captação pelo indivíduo de
elementos da realidade externa aos seus esquemas ou estruturas cognitivas. A  acomodação
refere-se ao movimento de ajustamento desses esquemas às resistências provocadas pelas
novas situações e surge em decorrência das perturbações provocadas pelas situações
enfrentadas pelo sujeito).

Outra definição importante na obra de PIAGET(1974) são os esquemas de ação, formas


pelas quais o ser humano interage com o mundo. Nesse processo, ele organiza mentalmente
a realidade para entendê-la, desenvolvendo assim sua inteligência. Esses esquemas evoluem
progressivamente conforme a faixa etária e as experiências de cada indivíduo. Em sua teoria
o desenvolvimento se dá em quatro períodos: sensório-motor (0 a  2 anos), pré-operatório
(de 2 a 6 anos), operatório concreto (de 7 a 11 anos) e operatório formal (a partir de 12
anos). 

 Vygotsky e a aprendizagem mediada

 Para  VYGOTSKY (1934)  o indivíduo transforma o mundo (social e físico) e,


dialeticamente, é transformado por esse mundo, portanto o sujeito não é apenas “produto do
meio”, sendo o mundo também produzido pelo Homem.

A ideia sobre a interação é significativa  na teoria de Vygotsky,  uma vez que desenvolve as
Funções Psicológicas Superiores (tipicamente humanas)  devido às trocas sociais .

Conforme o teórico,  o conhecimento  acontece na  Zona de Desenvolvimento Proximal


(ZDP), ou seja, a distância entre a prática que uma criança já domina  (ZDR) e as atividades
nas quais ela ainda necessita de ajuda É no caminho entre esses dois pontos que a criança
pode desenvolver-se mentalmente por meio da interação e da troca de experiência.
Outro conceito importante é a cultura que  molda o psicológico, ou seja  define o modo de
pensar e  neste sentido, o pensamento não está explícito nas palavras, mas são elas que
levam a existir, isso porque cada pensamento relaciona uma coisa a outra estabelecendo uma
coerência .

Desenvolvimento típico e atípico 

O estudo do desenvolvimento humano quando é feito em ordem cronológica permite


compreender o desenvolvimento em etapas, descrevendo expectativas e padrões normativos
em relação ao que é previsível ou esperado ou seja o desenvolvimento típico. PAPALIA ET
AL. (2009) quando isso não ocorre denominamos este processo de atípico. Ou seja, o termo
atípico é  usado para designar pessoas que apresentam atrasos e/ou prejuízos em relação às
crianças com a mesma faixa etária” (MINETO e SCHMIDLIN  2016).

Diversos fatores podem estar relacionados ao desenvolvimento atípico, sendo um deles os


transtornos mentais na infância. Segundo  Lorenzini e  Silva  apud MINETO e
SCHMIDLIN  2016), é estimado que no Brasil, entre 10% e 20% de crianças e adolescentes
apresentam transtornos mentais  dos quais, aproximadamente de 3% a 4% necessitam de
tratamentos intensivos. Em seus estudos, os autores  comentam que nos quadros de
transtornos mentais na infância, o autismo é um dos mais comuns . O   Transtorno do
Espectro Autista (TEA) têm no seu desenvolvimento atípico a comunicação e interação
social em múltiplos contextos, incluindo e padrões restritos e repetitivos de comportamento,
interesses ou atividades, aspectos considerados pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-V) como condições para o determinar o  diagnóstico.

O papel da família, especialmente dos pais, é central no desenvolvimento da criança atípica


e as expectativas que eles têm sobre o desenvolvimento da criança irão afetar seu modo agir.
 

Atividade Extra

Leia o artigo sobre desenvolvimento infantil no link abaixo:

PINO, A. A criança e seu meio: contribuição de Vigotski ao desenvolvimento da criança e


à  sua educação. Psicologia USP [online]. 2010, v. 21, n. 4. pp. 741-756. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S0103-65642010000400006>. Acesso em 8 ago. 2021.

Referência Bibliográfica

MINETTO, M. Crenças e práticas educativas de mães de crianças com


desenvolvimento atípico. Educar em Revista [online]. 2016, v. 00, n. 59 pp. 49-64.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0104-4060.44791>. ISSN 1984-0411.
Acesso em 01 ago. 2021.

PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano.


Porto Alegre: Artmed, 2009.

PILETTI, N.; ROSSATO, S. M. Psicologia da aprendizagem: da teoria do


condicionamento ao construtivismo. São Paulo: Contexto, 2015.
PIAGET, J. Aprendizagem e conhecimento. In: PIAGET, J., GRÉCO, P.
Aprendizagem e conhecimento. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1974.

XAVIER, A. Psicologia do desenvolvimento. 4. ed. rev. e ampl. - Fortaleza.


EDUECE, 2015.

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