Contabilidade-E-Financas EBOOK
Contabilidade-E-Financas EBOOK
Contabilidade-E-Financas EBOOK
ALEXANDRE GONZALES
SÉRGIO DE IUDÍCIBUS
ORGANIZADORES
br/sites/default/files/pucsp/universidade/downloads/manual_identidade_visual_puc-sp.pdf
Pesquisas em
Contabilidade,
Controladoria e Finanças
Conselho Editorial
Matrioska Editora
Atendimento e venda direta ao leitor:
www.matrioskaeditora.com.br
contato@matrioskaeditora.com.br
facebook.com/matrioskaeditora
instagram.com/matrioskaeditora
Vários autores.
ISBN 978-65-86985-17-7
21-62659 CDD-657
Índices para catálogo sistemático:
1. Contabilidade 657
Impresso no Brasil
2021
Plano de Incentivo à Pesquisa – PIPEq
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Alexandre Gonzales
Professor do Mestrado Profissional em Ciências Contábeis, Controlado-
ria e Finanças da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-
-SP). Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São
Paulo (USP). E-mail para contato: agonzales@pucsp.br
VII
Anderson de Sousa Santos
Doutorando em Ciências Contábeis e Administração pela Fundação Uni-
versidade Regional de Blumenau (FURB). Mestre em Ciências Contábeis
e Atuariais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Graduado em Ciências Contábeis pelas Faculdades Metropolitanas Unidas
(FMU). Professor em Ciências Contábeis da Fundação Instituto de Pesquisas
Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI), da Faculdade Capital Fede-
ral (FECAF) e da FMU. E-mail para contato: anderson@azienda.com.br
VIII
do Centro Paula. Professor no mestrado profissional, ligado à Área de Con-
centração Educação e Trabalho. Consultor em empresas públicas e privadas,
desenvolvendo projetos relacionados à Inteligência Artificial, Ciência dos Da-
dos, Análises de Dados Corporativos, Gestão e Avaliação Educacional e Práti-
cas Educacionais. E-mail para contato: giordanopaulasouza@yahoo.com.br
Elizabeth Borelli
Pós-doutora pelo Conselho Latino-americano de Ciências Sociais
CLACSO e doutora em Ciências Sociais e Mestre e Economia pela
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Bacharel em
Administração Pública pela Escola de Administração e Empresas da
Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV), em Física e em Matemática
pela Universidade Mackenzie. Professora e pesquisadora dos cursos
de Graduação e Pós-graduação stricto sensu da PUC-SP. Coordenadora
do curso de Ciências Atuariais da PUC-SP.
E-mail para contato: eborelli@pucsp.br
IX
Fernando Viana de Oliveira Filho
Mestrando em Ciências Contábeis e Atuariais pela Pontifícia Universida-
de Católica de São Paulo (PUC-SP).
E-mail para contato: fernandovof@gmail.com
X
na capital e interior de São Paulo, membro do Grupo de Estudos em
Administração da Saúde no Conselho Regional de Administração-SP.
Principais estudos: Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal e
Gestão de Planos Privados em Odontologia.
E-mail para contato: laurapereirarobles@gmail.com
XI
Paulo (PUC-SP) e do Centro Paula Souza. Editor da Revista Contabilidade,
Atuária, Finanças & Informação (CAFI). Líder do Grupo de Pesquisa em
Gestão Estratégica da Tecnologia da Informação (CNPq). Consultor de em-
presas com experiência profissional nas áreas de Engenharia de Produção
e Administração, com ênfase em tecnologia da informação, atuando em:
Governança Corporativa e da Tecnologia da Informação, Sistemas de Infor-
mações para Tomada de Decisões, Sistemas Integrados de Gestão, Auditoria
de Sistemas, Segurança da Informação, Análise de Risco, Banco de Dados,
dentre outras áreas. E-mail para contato: nvg@galegale.com.br
Raquel Bandoni
Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela Pontifícia Universidade Ca-
tólica de São Paulo (PUC-SP). E-mail para contato: rbandoni@yahoo.com.br
XII
(UNIP-SP). Membro editorial da Revista Contabilidade, Atuária, Finan-
ças e Informação (CAFI), da PUC-SP. Pesquisadora do Núcleo de Análise
de Conjuntura Internacional (NACI), da PUC-SP.
E-mail para contato: robertasilvact@gmail.com
XIII
Sérgio de Iudícibus
Livre Docente e doutor em Controladoria e Contabilidade pela Faculda-
de de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universida-
de de São Paulo (FEA-USP). Graduado em Contabilidade e Atuária pela
FEA-USP. Professor associado da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC-SP) e possui cargo eletivo na Fundação Instituto de Pesqui-
sas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI). Professor Emérito da
FEA/USP. Diretor do Banco Central do Brasil (1993). Diretor da FEA/USP
(1989-1983). Professor visitante da Universidade de Kansas (EUA)(1986).
E-mail para contato: siudicibus@osite.com.br
XIV
com Especialização em Finanças, pela FECAP. Consultor, professor e
vice-coordenador da Graduação na PUC-SP.
E-mail para contato: vvbonelli@pucsp.br
XV
Prefácio
Fiz a leitura do livro Pesquisas em Contabilidade, Controladoria e Fi-
nanças em duas manhãs, o que já indica que o livro foi atrativo em função
da concentração ao lê-lo.
O livro é formado por onze capítulos, onde cada capítulo é um artigo
técnico sobre os assuntos a que se propõem.
Cada artigo, em geral, está escrito por professores doutores bem co-
nhecidos no meio acadêmico e profissional e mais mestres e mestrandos;
livro este organizado pelos professores Fernando de Almeida Santos, Ale-
xandre Gonzales e Sérgio de Iudícibus, que dispensam apresentação.
O interessante do livro é que, em seus vários artigos, trata de muitas
das velhas questões, acrescentando novos problemas importantes para o
século 21.
Começa com a questão que envolve a receita de contratos com clien-
tes e as demonstrações contábeis levando em conta o Comitê de Pronun-
ciamentos Contábeis, assunto que foi aplicado a empresas listadas na B3.
Outra questão refere-se a problemas de sustentabilidade a que cada
vez mais as empresas têm que se adaptar.
Examina a questão de como IA – Inteligência Artificial – pode parti-
cipar dos Conselhos de Administração das Organizações, quer como con-
sultor ou mesmo como um Conselheiro Independente.
O livro trata, também, das Sociedades em Contas de Participação e
formas de utilizá-las dentro da legislação e sua contabilização.
A Gestão de Custos e os efeitos que podem surgir com a internet das
coisas, inteligência artificial e outras novidades que a tecnologia da indús-
tria 4.0 nos traz, também é abordada de forma muito interessante.
A saúde suplementar também é levada em consideração juntamen-
te com as inovações relativas a biotecnologia, geolocalização, drones, te-
lemedicina e outras novidades que tivemos que nos adaptar com a Co-
vid-19, nos levando a tratar da seguinte questão: como serão os planos de
saúde, pós Covid, no Brasil?
Em outro artigo procura uma relação entre os índices contábeis para
explicar o lucro operacional, estudo aplicado a empresas na B3.
XVII
O livro, em cada um de seus artigos, procura sempre dar uma nova
contribuição como por exemplo: questões que envolvem a mulher na
contabilidade, os problemas de finanças e custos em épocas de crise, a im-
portância e o bom entendimento da contabilidade e questões de acurácia
sobre as medidas de estoque.
É um livro que trata bem os aspectos teóricos e em todos os artigos
aplica uma metodologia científica para a comprovação de seus objetivos.
Compartilho com os novos leitores deste livro as boas experiências
a que fui exposto.
XVIII
CAPÍTULO UM..........................................................1
Qualidade e clareza na divulgação de
impactos das demonstrações contábeis pela
implementação do CPC 47 - Receita de Contrato
SUMÁRIO com Clientes.............................................................1
Resumo............................................................................................... 1
Introdução......................................................................................... 2
1.1. Revisão da literatura e referencial teórico............................... 4
1.1.1 Aspectos do CPC nº 47........................................................... 4
1.1.2 Estudos anteriores..............................................................10
1.2 Metodologia de pesquisa............................................................12
1.2.1; Limitações da pesquisa......................................................12
1.3 Apresentação e discussão dos resultados.................................13
1.3.1 Da expectativa em 31 de dezembro de 2017 quanto à
existência de impactos significativos decorrentes da adoção do
CPC nº 47 a partir de 1º de janeiro de 2018.................................13
1.3.2 Do método de aplicação utilizado na implementação do
CPC nº 47.......................................................................................16
Considerações Finais........................................................................ 18
Referências....................................................................................... 20
CAPÍTULO DOIS.................................................. 23
Análise setorial dos relatórios de
sustentabilidade: é possível atuar respeitando
o meio ambiente?............................................... 23
Resumo.............................................................................................23
Introdução........................................................................................24
2.1 Referencial Teórico....................................................................25
2.1.1 Responsabilidade Social Corporativa (RSC)......................25
2.1.2 Global Reporting Iniciative (GRI).......................................28
2.1.3. Relatório de Sustentabilidade G3 ou Relato Integrado...29
2.2. Metodologia ..............................................................................35
2.2.1. Apresentação das concessionárias.................................... 35
2.2.2. Procedimentos metodológicos............................................. 37
2.2.3. Resultados e discussões....................................................... 38
Considerações Finais........................................................................... 48
Referências....................................................................................... 49
CAPÍTULO TRÊS................................................... 53
Inteligência Artificial: nova figura nos
conselhos de administração das empresas..........53
Resumo.............................................................................................53
Introdução........................................................................................54
3.1 Referencial Teórico....................................................................56
3.1.1. Governança corporativa...................................................56
3.1.2. Conselho de administração...............................................58
3.1.3. Inteligência artificial (IA)..................................................60
3.1.4. A inteligência artificial e o conselho de administração.... 62
3.2. Metodologia ..............................................................................64
3.3. Resultados..............................................................................64
3.3.1. Caso DKV.............................................................................65
XIX
3.3.2. Caso EVEN.................................................................................................. 66
3.3.3. Caso Deloitte.............................................................................................. 67
3.3.4. Caso Journal of Management and Governance (JMG)............................ 68
3.3.5. Caso Legal Network Series (LNS).............................................................. 69
3.3.6 Análises e discussão................................................................................... 70
Considerações Finais............................................................................................... 71
Referências.............................................................................................................. 73
CAPÍTULO QUATRO............................................................. 77
Aspectos da teoria da contabilidade aplicados à sociedade
em conta de participação (SCP).......................................... 77
Resumo.................................................................................................................... 77
Introdução............................................................................................................... 78
4.1 Referencial Teórico........................................................................................... 80
4.2 Metodologia ...................................................................................................... 90
4.3 Discussão do tema ............................................................................................ 91
Considerações Finais............................................................................................... 97
Referências.............................................................................................................. 98
XX
Introdução..............................................................................................................152
7.1 Referencial Teórico..........................................................................................153
7.1.1 Indicadores de desempenho de natureza contábil.................................153
7.1.1.1. Lucro Operacional (EBIT)........................................................................154
7.1.1.2. Índice de Liquidez Corrente (LC).............................................................156
7.1.1.3. Índice de Alavancagem (A)......................................................................157
7.1.1.4. Cobertura de Juros com EBIT (CJ)............................................................157
7.1.1.5. Cobertura Principal com EBIT (CP).........................................................157
7.1.1.6. Margem de Lucratividade Líquida (LL)...................................................158
7.1.1.7. Índice de Imobilização (I).........................................................................158
7.1.1.8. Índice de Endividamento Bancário no Curto Prazo (EBCP)....................159
7.1.1.9. Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE)...............................160
7.1.2. Pesquisas acadêmicas que abordam a relação de métricas contábeis e
desempenho........................................................................................................160
7.2. Panorama sintético e empresa selecionada ..................................................163
7.3. Metodologia de pesquisa.................................................................................165
7.3.1. Metodologia aplicada..............................................................................165
7.3.2. Base de dados para pesquisa...................................................................166
7.4. Apresentação e discussão dos resultados......................................................166
7.4.1. Definição das variáveis............................................................................166
7.4.2. Apresentação do modelo estatístico e análise dos resultados..............167
Considerações Finais..............................................................................................170
Referências.............................................................................................................172
XXI
9.2.2. Análise dos resultados quanto à gestão financeira...............................213
9.2.3. Listagem a respeito de custos..................................................................220
9.2.4. Análise dos resultados a respeito de custos...........................................222
9.3. Discussão dos resultados.................................................................................227
Considerações Finais..............................................................................................234
Referências.............................................................................................................236
XXII
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
CAPÍTULO UM
Resumo
A implementação de um novo pronunciamento con-
tábil requer análises e estudos internos, por parte
da administração das empresas, a fim de determi-
nar os reais impactos da adoção daquela norma e
o modo como eles serão apresentados e divulgados
nas respectivas demonstrações contábeis. Diante do
exposto, o presente estudo teve como objetivo ana-
lisar, por meio de uma pesquisa descritiva e abor-
dagem quantitativa e comparativa dos demonstra-
tivos financeiros, os impactos iniciais antecipados
e decorrentes da adoção do Comitê de Pronuncia-
mentos Contábeis (CPC) nº 47 (Receita de Contrato
com Cliente) que foram percebidos pelas 62 com-
panhias incluídas na carteira teórica do Ibovespa,
para o quadrimestre de setembro a dezembro de
2018, com a apresentação dos reais impactos nas
informações financeiras a partir de 2018. A análise
das informações divulgadas pelas empresas em suas
demonstrações contábeis revelou um baixo número
de empresas com expectativas iniciais de impactos
significativos da aplicação do CPC nº 47, na receita
líquida, conforme divulgações em suas respectivas
demonstrações anuais em 31 de dezembro de 2017,
além de não uniformidade quanto aos métodos de
aplicação. Esse panorama reforça o fato de que, con-
forme constatado pelas demonstrações contábeis
das empresas pesquisadas, ainda existe espaço para
melhorias da qualidade e da transparência na divul-
Qualidade gação de impactos contábeis pela adoção do CPC n°
e clareza na 47. O presente trabalho espera contribuir com a dis-
divulgação de
cussão acerca da adoção desse dispositivo no Bra-
impactos das
sil ao fornecer elucidações ao processo de análise e
demonstrações
avaliação de impactos decorrentes da implementa-
contábeis pela
ção de novos pronunciamentos contábeis.
implementação
do CPC 47- Receita
de Contrato com Palavras-chave: Receita líquida. Demonstrações
Clientes contábeis. CPC nº 47.
1
1
Qualidade e clareza na
divulgação de impactos das
demonstrações contábeis pela
implementação do
CPC 47 - Receita de Contrato
com Clientes
Fernando Viana de Oliveira Filho
Marcelo Borghi Moreira da Silva
Rodrigo Ximenes de Genaro
Alexandre Gonzales
INTRODUÇÃO
C
om a constante busca por demonstrativos financeiros capazes de
prover informação útil para a tomada de decisões econômicas, faz-
-se cada vez mais necessária a obtenção, por investidores e usuários,
de informações financeiras padronizadas que permitam facilitar a comuni-
cação, a análise e a comparação entre as diferentes entidades (IUDICIBUS,
2017). Diante desse acelerado processo de expansão, os relatórios financei-
ros tornam-se uma das principais ferramentas para a tomada de decisão e
para a concretização de negócios.
No que diz respeito à receita, por tratar-se de uma das rubricas de
maior importância de qualquer demonstração financeira, em termos con-
tábeis, seu reconhecimento é complexo, de modo que é possível atribuí-
rem-se vários critérios contábeis para uma mesma transação (CORDEI-
RO et. al., 2013). Diante disso, o International Accounting Standard Board
2
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
3
1. QUALIDADE E CLAREZA NA DIVULGAÇÃO DE IMPACTOS DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS CONTÁBEIS PELA IMPLEMENTAÇÃO DO CPC 47
FERNANDO VIANA DE OLIVEIRA FILHO • MARCELO BORGHI MOREIRA DA SILVA • RODRIGO XIMENES DE GENARO
ALEXANDRE GONZALES
4
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
5
1. QUALIDADE E CLAREZA NA DIVULGAÇÃO DE IMPACTOS DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS CONTÁBEIS PELA IMPLEMENTAÇÃO DO CPC 47
FERNANDO VIANA DE OLIVEIRA FILHO • MARCELO BORGHI MOREIRA DA SILVA • RODRIGO XIMENES DE GENARO
ALEXANDRE GONZALES
6
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
CPCs IFRS
IAS 18 – Revenue
IFRIC 13 – Customer Loyalty Pro-
CPC 30 – Receitas grammes
SIC 31 – Revenue Barter Transactions
Involving Advertising Services
7
1. QUALIDADE E CLAREZA NA DIVULGAÇÃO DE IMPACTOS DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS CONTÁBEIS PELA IMPLEMENTAÇÃO DO CPC 47
FERNANDO VIANA DE OLIVEIRA FILHO • MARCELO BORGHI MOREIRA DA SILVA • RODRIGO XIMENES DE GENARO
ALEXANDRE GONZALES
8
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Etapa
Setor da entidade
1 2 3 4 5
Aeroespacial e defesa X X X
Administradores de fundos X
Construção X X
Fabricantes sob encomenda X
Licenciadores (mídia, saúde e
X X X
farmacêutica, franqueadores)
Incorporação imobiliária X X X
Software X X X
Telecomunicações (redes de telefo-
X X
nia móvel, cabo)
9
1. QUALIDADE E CLAREZA NA DIVULGAÇÃO DE IMPACTOS DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS CONTÁBEIS PELA IMPLEMENTAÇÃO DO CPC 47
FERNANDO VIANA DE OLIVEIRA FILHO • MARCELO BORGHI MOREIRA DA SILVA • RODRIGO XIMENES DE GENARO
ALEXANDRE GONZALES
10
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
existe forte reclamação por parte das empresas, no que diz respei-
to ao excesso de informações detalhadas que são requeridas pelos
reguladores, principalmente, em relação às exigências de eviden-
ciações. (TAVARES; ANJOS; PAULO, 2014, p. 59).
11
1. QUALIDADE E CLAREZA NA DIVULGAÇÃO DE IMPACTOS DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS CONTÁBEIS PELA IMPLEMENTAÇÃO DO CPC 47
FERNANDO VIANA DE OLIVEIRA FILHO • MARCELO BORGHI MOREIRA DA SILVA • RODRIGO XIMENES DE GENARO
ALEXANDRE GONZALES
12
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Número de
empresas
(a) Divulgou não esperar impactos materiais 48
(b) Divulgou esperar ter impactos materiais 8
(c) Divulgou não saber se terá impactos materiais 4
Total 60
13
1. QUALIDADE E CLAREZA NA DIVULGAÇÃO DE IMPACTOS DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS CONTÁBEIS PELA IMPLEMENTAÇÃO DO CPC 47
FERNANDO VIANA DE OLIVEIRA FILHO • MARCELO BORGHI MOREIRA DA SILVA • RODRIGO XIMENES DE GENARO
ALEXANDRE GONZALES
Exercício findo em
31.12.2017
0,01%
0% >1,0%
0,99%
(a) Divulgou não esperar impactos
41 5 2
materiais
(b) Divulgou esperar ter impactos
5 2 1
materiais
(c) Divulgou não saber se terá
4 - -
impactos materiais
Total 50 7 3
Trimestre findo em
31.03.2017
0,01%
0% >1,0%
0,99%
(a) Divulgou não ter impactos materiais 42 2 4
(b) Divulgou ter impactos materiais 4 - 4
(c) Divulgou não saber ainda se teve
2 - 2
impactos materiais
Total 48 2 10
14
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Semestre findo em
30.06.2017
0,01%
0% >1,0%
0,99%
(a) Divulgou não ter impactos materiais 42 2 4
(b) Divulgou ter impactos materiais 4 - 4
(c) Divulgou não saber ainda se teve impac-
3 1 -
tos materiais
Total 49 3 8
Trimestre findo em
31.03.2018
0,01%
0% >1,0%
0,99%
(a) Divulgou não esperar impactos
45 1 2
materiais
(b) Divulgou esperar ter impactos
6 2 -
materiais
(c) Divulgou não saber se terá
3 1 -
impactos materiais
Total 54 4 2
Semestre findo em
30.06.2018
0,01%
0% >1,0%
0,99%
(a) Divulgou não ter impactos materiais 44 2 2
(b) Divulgou ter impactos materiais 6 2 -
(c) Divulgou não saber ainda se teve
3 1 -
impactos materiais
Total 53 5 2
15
1. QUALIDADE E CLAREZA NA DIVULGAÇÃO DE IMPACTOS DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS CONTÁBEIS PELA IMPLEMENTAÇÃO DO CPC 47
FERNANDO VIANA DE OLIVEIRA FILHO • MARCELO BORGHI MOREIRA DA SILVA • RODRIGO XIMENES DE GENARO
ALEXANDRE GONZALES
16
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Método Método
Não
Efeito Retrospectivo Total
divulgado
Cumulativo Completo
Total 25 8 27 60
Conforme foi possível observar a partir na tabela acima, das oito en-
tidades que informaram esperar algum impacto material de mensuração
nas informações financeiras verificou-se que sete delas adotaram o método
do efeito cumulativo, ou seja, o método no qual não se requer a reapresen-
tação de informações comparativas. Uma das entidades divulgou em suas
demonstrações contábeis de 31 de dezembro de 2017 esperar impactos
materiais de mensuração em suas informações financeiras de 2018, porém
não divulgou, em 31 de dezembro de 2017, em 31 de março ou em 30 de
junho de 2018, respectivamente, o método adotado de aplicação utilizado
na implementação.
Como resultado das informações encontradas, verificou-se que 27 das
60 entidades pesquisadas não mencionaram qualquer informação quanto
ao método adotado na aplicação do CPC nº 47.
Ainda foi possível verificar que duas empresas, uma com expectativa
de impactos significativos, e outra sem condições de estimar o impacto nas
informações financeiras de 31 de dezembro de 2017, não prestaram infor-
17
1. QUALIDADE E CLAREZA NA DIVULGAÇÃO DE IMPACTOS DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS CONTÁBEIS PELA IMPLEMENTAÇÃO DO CPC 47
FERNANDO VIANA DE OLIVEIRA FILHO • MARCELO BORGHI MOREIRA DA SILVA • RODRIGO XIMENES DE GENARO
ALEXANDRE GONZALES
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo teve por objetivo comparar se os impactos
iniciais antecipados e decorrentes da adoção do CPC nº 47 (Receita
de Contrato com Cliente), pelas 62 companhias incluídas na cartei-
ra teórica do Ibovespa para o quadrimestre de setembro a dezem-
bro de 2018, com a apresentação dos reais impactos nas informações
financeiras a partir de 2018, corresponderam de fato aos impactos
reportados pelas mesmas entidades após a entrada em vigência do
pronunciamento, a partir de 1º de janeiro de 2018. Por meio de uma
abordagem quantitativa e comparativa, foi realizada a análise docu-
mental dos demonstrativos financeiros em 31 de dezembro de 2017,
31 de março de 2018 e 30 de junho de 2018 de 60 empresas listadas na
carteira teórica do Ibovespa para o quadrimestre de setembro a de-
zembro de 2018, visando a identificar se a implementação do CPC nº
47 impactou de forma significativa mesmo a mensuração das receitas
líquidas para essas entidades.
As informações divulgadas pelas empresas pesquisadas nas demons-
trações contábeis mostraram consistência em apontar para uma tendência
na qual não se identificaram impactos materiais de mensuração da receita
líquida diante da aplicação do CPC nº 47, apesar de estudos anteriores apon-
tarem para algum tipo de ajuste das informações financeiras em uma das
cinco etapas de reconhecimento da receita nos principais setores. Quando
essa aplicação foi considerada pelas empresas pesquisadas como relevante
a ponto de impactar a mensuração da receita líquida, verificou-se, por meio
da comparação dos efeitos decorrentes da aplicação do CPC nº 47, que eles
também não se mostraram materiais.
Diante dessa situação, pode-se concluir que existem interpretação e
18
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
19
1. QUALIDADE E CLAREZA NA DIVULGAÇÃO DE IMPACTOS DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS CONTÁBEIS PELA IMPLEMENTAÇÃO DO CPC 47
FERNANDO VIANA DE OLIVEIRA FILHO • MARCELO BORGHI MOREIRA DA SILVA • RODRIGO XIMENES DE GENARO
ALEXANDRE GONZALES
20
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2002.
SOUZA, E.T; SOUZA, C.A.; DALFIOR, V.A.O. O impacto do IFRS 15 – receita de con-
tratos com clientes nas demonstrações contábeis das empresas brasileiras. In:
SIMPOSIO DE EXCELENCIA EM GESTAO E TECNOLOGIA, 7, 28 a 30 de outubro de
2015, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro/ RJ: XII SEGET, 2015.
21
1. QUALIDADE E CLAREZA NA DIVULGAÇÃO DE IMPACTOS DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS CONTÁBEIS PELA IMPLEMENTAÇÃO DO CPC 47
FERNANDO VIANA DE OLIVEIRA FILHO • MARCELO BORGHI MOREIRA DA SILVA • RODRIGO XIMENES DE GENARO
ALEXANDRE GONZALES
SEVERIANO, L.S; ALENCAR, R.C.; GARCIA, E.A. Adoção da IFRS 15 – revenue from
contratcts with customers em empresas brasileiras: principais obstáculos. Ciências
Sociais aplicadas em Revista. Paraná, 2017, v. 17, n. 32, pp.146-166.
22
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
23
2
Análise setorial dos relatórios
de sustentabilidade: é
possível atuar respeitando o
meio ambiente?
Sandra Maria da Silva
Sandra Joyce Silva de Souza
Valmir de Santana Santos Junior
Alexandre Luzzi Las Casas
INTRODUÇÃO
O
mundo passa por mudanças importantes, relacionadas a alte-
rações climáticas e a desastres naturais, o que gera a necessi-
dade de um novo olhar sobre o meio ambiente. A sociedade
demonstra uma tendência a valorizar produtos, marcas e empresas que
apresentem preocupação com práticas sustentáveis, e isso também é
acompanhado por investidores que buscam se associar a empresas so-
cialmente responsáveis.
Seguindo uma tendência global, a B3 lançou, em 2005, o Índice
de Sustentabilidade Empresarial - ISE B3 (B3, 2020), com o objetivo de
apoiar e de incentivar empresas a adotarem as melhores práticas em
sustentabilidade, a demonstrarem eficiência econômica e equilíbrio am-
biental e, principalmente, governança corporativa e justiça social.
Desde 2015, está disponível uma versão atualizada desse relatório feito
pelo International Integrated Reporting Council (IIRC) (2015), o que facilitou a
elaboração de um documento de forma mais coesa e eficiente e possibilitou
também a prática por empresas de todos os setores e portes: trata-se do Rela-
to Integrado ou Integrated Reporting. Contudo, a falta de uma padronização
24
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
25
2. ANÁLISE SETORIAL DOS RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE: É POSSÍVEL
ATUAR RESPEITANDO O MEIO AMBIENTE?
SANDRA MARIA DA SILVA • SANDRA JOYCE SILVA DE SOUZA • VALMIR DE SANTANA SANTOS JUNIOR
ALEXANDRE LUZZI LAS CASAS
26
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
27
2. ANÁLISE SETORIAL DOS RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE: É POSSÍVEL
ATUAR RESPEITANDO O MEIO AMBIENTE?
SANDRA MARIA DA SILVA • SANDRA JOYCE SILVA DE SOUZA • VALMIR DE SANTANA SANTOS JUNIOR
ALEXANDRE LUZZI LAS CASAS
28
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
29
2. ANÁLISE SETORIAL DOS RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE: É POSSÍVEL
ATUAR RESPEITANDO O MEIO AMBIENTE?
SANDRA MARIA DA SILVA • SANDRA JOYCE SILVA DE SOUZA • VALMIR DE SANTANA SANTOS JUNIOR
ALEXANDRE LUZZI LAS CASAS
30
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Capitais Descrição
Conjunto de recursos disponível a uma organização
Financeiro para produção de bens ou na prestação de serviços, ob-
tido por meio de investimentos ou financiamentos.
As competências, habilidades e experiências das pes-
soas, bem como as motivações para inovar, como ali-
nhamento e apoio ao quadro de governança, abor-
dagem de gerenciamento de riscos e valores éticos; a
Humano
capacidade de entender, desenvolver e implementar a
estratégia de uma organização, além da lealdade e da
motivação para melhorar processos, bens e serviços, in-
clusive a capacidade de dirigir, gerenciar e colaborar.
Bens intangíveis baseados em conhecimento como pro-
priedade intelectual (patentes, direitos autorais, softwa-
Intelectual
re, direitos e licenças) e “capital organizacional”, como
conhecimento, sistemas, procedimentos e protocolos.
Objetos físicos manufaturados para uso na produção de
bens ou na prestação de serviços, como prédios, equipa-
Manufaturado
mentos, infraestrutura (portos, estradas, pontes, entre
outros).
Recursos e processos renováveis e não renováveis que
Natural fornecem bens ou serviços, como água, terra, minerais e
florestas, biodiversidade e saúde do ecossistema.
Relacionamentos dentro dos stakeholders e entre eles.
Capacidade de compartilhar informações para melho-
rar o bem-estar individual e coletivo, como valores
Social e de e comportamentos comuns, relacionamentos com as
Relacionamento principais partes interessadas, confiança e compromis-
so para construir e proteger as partes interessadas ex-
ternas; intangíveis associados com a marca e a reputa-
ção ou alvará de funcionamento de uma organização.
31
2. ANÁLISE SETORIAL DOS RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE: É POSSÍVEL
ATUAR RESPEITANDO O MEIO AMBIENTE?
SANDRA MARIA DA SILVA • SANDRA JOYCE SILVA DE SOUZA • VALMIR DE SANTANA SANTOS JUNIOR
ALEXANDRE LUZZI LAS CASAS
32
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Conectividade de informações
Pretende-se demonstrar uma imagem de combinação, inter-rela-
ção e dependências sobre a capacidade de a organização criar valor
ao longo do tempo. Por exemplo, visa analisar como a empresa alo-
cará os recursos para atingir a meta de desempenho ou determinar
como a empresa se comportará quando o desempenho não atingir
o esperado. É nesse momento que a empresa descreve estratégia e
modelo de negócios no ambiente externo, analisando o passado e de-
terminando capacidades atuais e para o futuro. Para isso, as infor-
mações devem ser consistentes e precisas para serem lidas de forma
holística, e não isoladas. É essencial que a empresa utilize uma lin-
guagem clara e compreensível para facilitar a pesquisa, o acesso e a
análise das informações.
33
2. ANÁLISE SETORIAL DOS RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE: É POSSÍVEL
ATUAR RESPEITANDO O MEIO AMBIENTE?
SANDRA MARIA DA SILVA • SANDRA JOYCE SILVA DE SOUZA • VALMIR DE SANTANA SANTOS JUNIOR
ALEXANDRE LUZZI LAS CASAS
Materialidade
A determinação de materialidade envolve uma série de fatores: iden-
tificar questões relevantes e importantes para a criação de valor; priori-
zar assuntos por relevância; divulgar informações, positivas ou negativas,
que sejam essenciais à transparência da empresa, bem como publicar os
riscos ou as oportunidades, as perspectivas favoráveis ou desfavoráveis.
Recorda-se que assuntos relevantes são aqueles que afetam diretamente
o potencial de criação de valor pela organização. Vale ressaltar também
que as informações aqui podem ser diretas ou indiretas, ou seja, podem
afetar direta ou indiretamente os capitais da empresa.
Concisão
O relatório desenvolvido inclui dados e informações suficientes
para que o leitor possa compreender a estratégia da organização, a go-
vernança, desempenho e perspectivas? Um relatório escrito com con-
cisão segue uma estrutura lógica, utiliza referências apropriadas, bem
como dados quantitativos ou qualitativos, e ainda disponibiliza dados
externos relevantes. Conceitos claros, linguagem simples e informações
objetivas são essenciais.
Confiabilidade e integridade
Determina-se a confiabilidade, ou também chamada de represen-
tação fiel, quando se incluem todos os assuntos positivos e negativos de
forma equilibrada, direta e sem erros materiais. Para isso, a organização
deve aprimorar os recursos internos de controle e relatório, bem como
usar recursos externos, a exemplo de auditorias independentes. Nesse
momento, a governança assume grande responsabilidade para garantir
uma liderança eficaz na indicação de colaboradores envolvidos no pro-
cesso e na elaboração do relatório, o que passar por prever até a descrição
34
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Consistência e comparabilidade
Um dos importantes desafios do Relato Integrado é a capacidade
de manter a consistência e comparabilidade ao longo do tempo, entre
si e entre outras corporações, para que se matenham a qualidade das
informações relatadas. Para isso, faz-se necessário preservar as mes-
mas chaves de indicadores ao longo do tempo, declarando-as e ex-
plicando-as efetivamente, caso haja necessidade de alguma mudança
expressiva.
O Relatório de Sustentabilidade, segundo o IIRC, promove uma visão
integrada e transparente das iniciativas sustentáveis das empresas. É um
avanço importante rumo à Responsabilidade Social Corporativa.
2.2. METODOLOGIA
O presente estudo pretende analisar e comparar os relatórios de
Sustentabilidade disponibilizados pelas empresas do setor de Concessão
de Rodovias no ano de 2019 no site da B3.
Para tanto, foram realizadas as etapas abaixo:
35
2. ANÁLISE SETORIAL DOS RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE: É POSSÍVEL
ATUAR RESPEITANDO O MEIO AMBIENTE?
SANDRA MARIA DA SILVA • SANDRA JOYCE SILVA DE SOUZA • VALMIR DE SANTANA SANTOS JUNIOR
ALEXANDRE LUZZI LAS CASAS
CCR
O Grupo CCR, fundado em 1999, é uma das maiores companhias de
concessão de infraestrutura da América Latina. Com atuação nos seg-
mentos de rodovias, mobilidade urbana, aeroportos e serviços, atua em
quatro núcleos de negócios (CCR Lam Vias, CCR Infra SP, CCR Mobilidade
e CCR Aeroportos), responsáveis pela gestão tanto dos atuais quanto dos
novos negócios (CCR, 2020).
Em 2019, o grupo divulgou lucro líquido apurado de R$ 1,4 bilhão.
Fundada em 1999, é uma das maiores companhias de concessão de
infraestrutura da América Latina.
Em função da pandemia da Covid-19, diversas medidas de restri-
ção de circulação de pessoas e isolamento social foram impostas pelos
governos estaduais e municipais, o que causou impacto na demanda, e
consequentemente, nos resultados das concessionárias.
EcoRodovias
Fundada no final dos anos 1990, a companhia está presente em oito
estados das regiões Sudeste, Nordeste, Centro-Oeste e Sul, com foco de
atuação na administração de concessões rodoviárias. Conta com mais
de 4,1 mil colaboradores diretos e mantém um total de onze unidades
de negócio e um ativo logístico (terminal portuário Ecoporto Santos e
Ecopátio Cubatão), controlados com valor de mercado de R$ 9,1 bilhões,
em 30 de dezembro de 2019 (ECORODOVIAS, 2020).
Há sete anos, a EcoRodovias atua além de suas obrigações legais
em relação ao meio ambiente, realizando a compensação voluntária de
suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Nesse sentido, inicia seu
relatório de sustentabilidade abordando o programa “Amigo do Clima”.
Triunfo
Desde dezembro de 2013, a Triunfo Participações e Investimentos
cuida das rodovias dos estados de DF/GO/MG. Hoje, a concessionária ad-
ministra 1.176,5 km de estradas e é considerada a maior concessão de
rodovias do país. Em 2019, a Receita Líquida Ajustada atingiu R$ 953,1
milhões. Na área de meio ambiente, recolheu mais de 1.200 toneladas de
36
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
resíduos nas rodovias e está à frente de projetos como “Na mão certa”,
contra exploração infantil, e “Um freio na fome”, responsável por arreca-
dar quase seis toneladas de alimentos entre 2015 e 2019 (TRIUNFO, 2020).
Invepar
A Invepar nasceu no ano 2000 e atua nos segmentos de Aeroportos,
Mobilidade Urbana e Rodovias com um portfólio de onze concessões.
Em 2019, a holding possuía oito concessionárias, as quais administra-
vam 2.337 quilômetros entre vias expressas e rodovias nas regiões Su-
deste, Centro-Oeste e Nordeste (INVEPAR, 2020).
No primeiro trimestre, faturou cerca de R$ 992,8 milhões de recei-
ta, prevendo, contudo, um prejuízo de R$ 189 milhões. Pelo segundo ano
consecutivo, o grupo Invepar foi reconhecido pelo Instituto Brasileiro de
Ética nos Negócios como uma das empresas mais éticas do país.
Selecionada
Empresa
para o Estudo*
37
2. ANÁLISE SETORIAL DOS RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE: É POSSÍVEL
ATUAR RESPEITANDO O MEIO AMBIENTE?
SANDRA MARIA DA SILVA • SANDRA JOYCE SILVA DE SOUZA • VALMIR DE SANTANA SANTOS JUNIOR
ALEXANDRE LUZZI LAS CASAS
Apresenta
Através deste
através de texto o
indicador, pode-
faturamento total
Por meio de texto se observar
(excluindo a receita
revela a receita equivalência
de construção)
líquida pró-forma entre os dados
e o percentual
(excluindo receita apresentados,
de aumento
de construção), o que permite
comparado ao
juntamente com fazer algum tipo
Receita ano anterior.
gráficos que de equiparação
Através de gráficos
demonstra os dados demonstram a síntese entre os números
de desempenho e apresentados,
trimestralmente
receita bruta. entretanto
e comparando o
a forma de
trimestre atual
apresentação
com o resultado
é totalmente
trimestral do ano
divergente.
anterior.
38
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Neste indicador
as empresas
apresentam
informações
completas,
A dívida e
Expôs, em forma de entretanto
disponibilidade de
Endivida- texto e gráfico, como a forma de
caixa foi divulgada
mento líquido a dívida líquida é apresentação
através de textos e
consolidada não apresenta
gráficos.
um padrão, o
que impossibilita
comparabilidade
entre as
empresas.
As companhias
publicaram
informações
A empresa referentes ao
apresentou lucro líquido,
Declara em forma
informações sobre o que permite
de texto o valor
Lucro o lucro líquido, com comparabilidade
do lucro líquido
líquido um comparativo neste indicador.
referente ao
com o ano anterior, Porém, cada
exercício de 2019.
através de textos e empresa
gráficos. apresenta seus
dados sem
nenhum tipo de
padrão.
39
2. ANÁLISE SETORIAL DOS RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE: É POSSÍVEL
ATUAR RESPEITANDO O MEIO AMBIENTE?
SANDRA MARIA DA SILVA • SANDRA JOYCE SILVA DE SOUZA • VALMIR DE SANTANA SANTOS JUNIOR
ALEXANDRE LUZZI LAS CASAS
A companhia
realizou a Percebe-se que,
divulgação da na divulgação
Apresentou quantidade de desse indicador,
o número de colaboradores acontece uma
colaboradores através de gráficos correspondência
em forma de separados por entre as
textos e gráficos, cargos, que são: companhias no
mostrando membro do que se refere à
inicialmente o conselho, Diretor/ apresentação do
número total de Gerente/Assessor, número total de
Colaboradores colaboradores. Coordenador/ colaboradores.
Em seguida, Especialista,
separa os Supervisor/ Entretanto, elas
colaboradores Encarregado, divulgam seus
por gênero e por Administrativo, resultados de
região (Centro- Operacional, formas diferen-
Oeste, Nordeste, Aprendiz, tes: uma segrega
Sudeste e Sul). Estagiário. inicialmente por
Em seguida, a gênero e a outra
separação ocorre por apresentação
pela categoria de de cargos.
gênero.
40
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Apenas a CCR
A companhia apresenta
apresentou informações
distribuição dos sobre esse
colaboradores por indicador. A
A companhia não
Média de faixa etária, sendo informação
apresenta esse tipo
idade 36% até 30 anos, seria relevante
de informação.
56% entre 30 e 50 para determinar
anos e 8% a partir o perfil e a
de 51 anos de diversidade dos
idade. funcionários da
empresa.
Divulgou, em texto,
treinamentos
voltados ao
desenvolvimento No quesito
de pessoas, divulgação dos
direcionados aos treinamentos,
colaboradores Divulgou, em cada companhia
analistas, textos, 21.178 apresenta a
coordenadores e participações em informação
cargos superiores. capacitações com de uma forma
Em seguida, 60.622 mil horas diferente, o
apresentou tabela de treinamentos, que dificulta a
Treinamentos realizados por
comparativa dos comparação.
anos de 2017 plataforma Contudo, são
a 2019, com o de educação informações
percentual de corporativa da relevantes e
colaboradores companhia. demonstram a
que receberam preocupação com
avaliação de o treinamento e o
desempenho desenvolvimento
inicialmente, de pessoal.
categorizando-os
por gênero e por
nível funcional.
41
2. ANÁLISE SETORIAL DOS RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE: É POSSÍVEL
ATUAR RESPEITANDO O MEIO AMBIENTE?
SANDRA MARIA DA SILVA • SANDRA JOYCE SILVA DE SOUZA • VALMIR DE SANTANA SANTOS JUNIOR
ALEXANDRE LUZZI LAS CASAS
A companhia
divulgou essa
As companhias
informação em
divulgam as
uma tabela na qual
informações
inicialmente ocorre
com olhares
A CCR apenas o desmembramento
diferentes. Uma
informou o por unidade e em
apenas apresenta
percentual de seguida por outros
Acidentes taxa de redução
redução na taxa indicadores, como
de acidentes,
de gravidade de taxas de frequência
enquanto a outra
acidentes. e gravidade,
apresenta taxas
tipos do acidente,
por unidades
acidentes com ou
de atuação da
sem afastamento
companhia.
por dias e dias
debitados.
Percebe-se aqui
uma similaridade
A companhia não A companhia não na apresentação
Taxa de divulgou a taxa informa a taxa dos dados,
demissão de demissão do de demissão do nenhuma das
exercício 2019. exercício. companhias
apresenta essa
informação.
Fonte: Elaborado pelos autores.
42
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
43
2. ANÁLISE SETORIAL DOS RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE: É POSSÍVEL
ATUAR RESPEITANDO O MEIO AMBIENTE?
SANDRA MARIA DA SILVA • SANDRA JOYCE SILVA DE SOUZA • VALMIR DE SANTANA SANTOS JUNIOR
ALEXANDRE LUZZI LAS CASAS
As companhias
divulgam essas
A companhia
informações
divulgou por
sob diferentes
A CCR meio de textos,
parâmetros.
apresentou, por as localidades
Entretanto,
meio de textos e administradas,
Distribuição apenas uma
mapa de atuação, bem como o tráfego
apresenta por
as regiões consolidado de
um mapa,
atendidas. veículos pagantes,
enquanto a outra
comparando entre os
o faz de maneira
anos de 2019 e 2018.
mais específica
nesse indicador.
44
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Percebe-se e
A companhia
diferença na
Divulgou, em apresentou os
apresentação
texto e tabelas, dados em tabela e
dos dados. A
a quantidade de segmentou-os entre
CCR apresenta a
emissão direta e escopos 1, 2 e 3,
Emissão de emissão direta e
indireta de GEE. de modo que cada
CO2 indireta dos gases.
Ao final, realizou um apresenta uma
A EcoRodovias
uma variância relação de gases
apresenta por meio
entre os anos de emitidos e finaliza
da escala 1, 2 e 3, na
2019, 2018 e 2017. com a totalidade das
qual cada uma é um
emissões.
grupo de gases.
Nesse indicador,
A companhia
Divulgou, por observam-
apresentou os
meio de texto e se, também,
dados em tabela,
tabela, o consumo diferenças entre as
primeiro com a
de energia apresentações de
seleção entre os
gerada a partir dados. A CCR optou
anos de 2018 e 2019
de combustíveis por informar por
e posteriormente
Consumo de e energia elétrica tipo de consumo
com os tipos
energia da companhia, ao de energia, e a
de combustível
final realizou uma EcoRodovias pela
utilizado, sendo eles:
variância entre os variação entre anos
não renováveis,
anos 2019, 2018 e e tipo, separando
renováveis, energia
2017. as energias entre
elétrica adquirida.
renováveis, não
Por fim, finaliza com
renováveis e
os totais.
adquiridas.
A companhia
divulgou, em texto,
Divulga, em textos, várias medidas
informações de conservação Percebe-se que, para
sobre redução e preservação da esse indicador, as
no consumo de natureza, desde empresas divulgam
energia, água medidas para suas ações por meio
Proteção
e demonstra reduzir os impactos de textos, entretanto
ambiental
preocupação com relacionados até cada ação referente
a necessidade obras de ampliação à proteção ambien-
de redução na da malha viária, tal é apresentada de
emissão de gases proliferação de forma diferente.
de efeito estufa. vetores e supressão
da vegetação nativa,
entre outras.
45
2. ANÁLISE SETORIAL DOS RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE: É POSSÍVEL
ATUAR RESPEITANDO O MEIO AMBIENTE?
SANDRA MARIA DA SILVA • SANDRA JOYCE SILVA DE SOUZA • VALMIR DE SANTANA SANTOS JUNIOR
ALEXANDRE LUZZI LAS CASAS
46
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Divulgou, por
Divulgou, por Nesse
meio de texto, o
meio de textos, indicador, as
valor investido
informações informações
no ano de 2019
referentes a são
nas comunidades
investimentos amplamente
do entorno das
voltados a beneficiar divulgadas, e
rodovias, utilizando
comunidades no cada empresa
as leis de incentivo
Brasil e no exterior, realiza ações
fiscais. Mais
em locais onde as sociais em
Comunidades adiante, apresenta,
concessionárias da comunidades
em tabelas, uma
companhia atuam. no entorno de
série de projetos
Complementam, suas atuações.
desenvolvidos com
ainda, com um
recursos próprios em Percebe-se um
quadro que
prol da comunidade, cuidado espe-
aborda o valor de
segmentados por: cial na divul-
Investimento social
Unidade, Projeto, gação desse
da companhia no
Instituição, Valor e capital.
ano de 2019.
Natureza do projeto.
Divulgou as
informações
de relação com
usuários em forma
de texto e tabelas,
Nesse
apresentando
A companhia indicador,
pesquisas de
divulgou, em percebe-se
satisfação do
texto, pesquisas semelhança.
usuário, exceto a
Relacionamento de satisfação com As companhias
Ecopistas, que não
com usuários seus clientes nas divulgam a
realizou pesquisas
rodovias, e o índice realização de
durante o ano. Além
geral percebido foi pesquisas de
disso, mencionou
de 78,5%. satisfação com
os canais de
os usuários.
relacionamento
com o usuário,
dividindo-os em
elogios, reclamações
e unidades.
47
2. ANÁLISE SETORIAL DOS RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE: É POSSÍVEL
ATUAR RESPEITANDO O MEIO AMBIENTE?
SANDRA MARIA DA SILVA • SANDRA JOYCE SILVA DE SOUZA • VALMIR DE SANTANA SANTOS JUNIOR
ALEXANDRE LUZZI LAS CASAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve por objetivo produzir uma comparabilidade do
relatório de sustentabilidade de empresas apresentadas na B3 no setor
de concessão de rodovias relativos aos seis capitais (financeiro, huma-
no, intelectual, manufaturado, social e relacionamento, e natural) do
exercício de 2019.
O estudo constata a pouca governança corporativa entre as com-
panhias, visto que, no segmento de concessão de rodovias, metade das
empresas divulgadas no relatório da B3 não abordam os capitais no re-
latório de sustentabilidade. Das empresas que divulgam os relatórios,
falta seguir um padrão na geração e na publicação para, assim, produzi-
rem-se informações que permitam a comparabilidade e a compreensão
dos dados apresentados.
A Minuta de Consulta da Estrutura <IR> Internacional se mostra
uma iniciativa importante para a orientação e a padronização na escrita
dos relatórios e pretende ser um indicador para todos os relatos escritos
a partir de sua aprovação formal. Dessa forma, o índice de comparabili-
dade será efetivo para entender as vantagens do relato.
A presente pesquisa apresenta contribuições teóricas ao trazer
informações importantes acerca do tema, abordando a dificuldade das
empresas quanto à apresentação dos dados referentes aos seis capitais
propostos pelo relato integrado.
Sendo assim, para futuras pesquisas, sugere-se a manutenção de
políticas apresentadas pelo Relato Integrado, com pesquisas que apre-
sentem indicadores mínimos para assegurar uma análise mais segura
por parte dos stakeholders.
48
PESQUISAS
PESQUISAS
EM EM
CONTABILIDADE,
CONTABILIDADE,
CONTROLADORIA
CONTROLADORIA
E FINANÇAS
E FINANÇAS
nov. 2020.
49
2. ANÁLISE SETORIAL DOS RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE: É POSSÍVEL
ATUAR RESPEITANDO O MEIO AMBIENTE?
SANDRA MARIA DA SILVA • SANDRA JOYCE SILVA DE SOUZA • VALMIR DE SANTANA SANTOS JUNIOR
ALEXANDRE LUZZI LAS CASAS
50
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
51
2. ANÁLISE SETORIAL DOS RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE: É POSSÍVEL
ATUAR RESPEITANDO O MEIO AMBIENTE?
SANDRA MARIA DA SILVA • SANDRA JOYCE SILVA DE SOUZA • VALMIR DE SANTANA SANTOS JUNIOR
ALEXANDRE LUZZI LAS CASAS
52
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
CAPÍTULO TRÊS
Resumo
Os conselhos de administração (deliberativos) ze-
lam, em especial, pela confiabilidade, transparên-
cia, integridade, prestação de contas e obrigações
corporativas relacionadas às ações que já foram
(ou ainda serão) perpetradas pelos administradores
executivos, visando a atender às boas práticas de go-
vernança corporativa. Formam-se os conselhos ad-
ministrativos por meio do respeito às perspectivas
estratégicas das empresas, porém é de bom grado
que, se reúnam, na constituição delas, profissionais
com qualificações e vivências diversas, no intuito de
pluralizar os pontos de vista. Em virtude das novas
possibilidades disponibilizadas pelas tecnologias de
informação, pelos sistemas executores de rotinas
complexas e pelas capacidades computacionais,
entre outros fatores, a Inteligência Artificial (IA) se
candidata a uma das vagas entre os conselheiros.
Isso porque apresenta uma constituição com as
características desejadas para desempenhar bem o
cargo: imparcialidade, diversidade de conhecimen-
tos, análise tenaz, prontidão sempre, capacidade de
aprendizado ilimitada e alinhada aos valores da em-
presa, entre outras. Destarte, o objetivo do capítulo
centra-se em pesquisar a adoção da IA como conse-
lheira ou como instrumento de referência no apoio
aos conselheiros em conselhos de administração das
empresas. O método utilizado pautou-se nas análi-
ses dos casos de inclusão da Inteligência Artificial
nos Conselhos de Administração e na governança
corporativa das organizações. Constatou-se que há
promissores progressos nas atuações dos conselhos
de administração em função da Inteligência Artifi-
Inteligência cial como nova conselheira ou como esteio para me-
Artificial: nova lhores contribuições.
figura nos
conselhos de Palavras-chave: Credibilidade. Transparência. Go-
administração
vernança corporativa. Conselheiro.
das empresas
53
3
Inteligência Artificial: nova
figura nos conselhos de
administração das empresas
Carlos Vital Giordano
Napoleão Verardi Galegale
INTRODUÇÃO
E
m 1976, Jensen e Meckling (1976) desenvolveram a Teoria da
Agência ou Teoria do Agente Principal. A teoria continha os fun-
damentos que miravam no exame dos conflitos e dos custos pro-
cedentes do desmembramento entre a propriedade e o controle de capi-
tal, responsável por ocasionar as assimetrias informacionais, os riscos e
os outros problemas referentes ao vínculo principal-agente. O problema
principal-agente ocorre no momento em que o sócio (principal) contrata
outra pessoa (agente) para dirigir a empresa em seu lugar.
De acordo com a Teoria da Agência, os executivos e os conselheiros
contratados pelos acionistas se inclinariam a atuar na superestimação dos
próprios benefícios (poder, salário, bônus, garantia do emprego, preferência
etc.), operando em próprio proveito, e não de acordo com os interesses da
empresa, dos acionistas e das demais partes interessadas (stakeholders). A
fim de reduzir o impasse, segundo relatórios de 2015 e de 2018 do Instituto
Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), a proposta da Teoria da Agên-
cia se centra no fato de que as empresas e os seus acionistas deveriam aplicar
medidas para alinhar os interesses dos implicados, procurando, em essência,
a prosperidade da companhia. Destarte, a sugestão considerada pautou-se
na inclusão de medidas dotadas de práticas de monitoramento, controle e
extensa difusão de informações relevantes (IBGC, 2015; IDEM, 2018).
54
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
55
3. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: NOVA FIGURA NOS CONSELHOS DE ADMINISTRAÇÃO
DAS EMPRESAS
CARLOS VITAL GIORDANO • NAPOLEÃO VERARDI GALEGALE
56
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
a) Transparência
Os stakeholders devem ser informados sobre as atividades da
empresa, os planejamentos de ações futuras e os riscos envol-
vidos nas estratégias de negócios. Implica também a abertura
e a disposição da empresa no fornecimento de informações
claras e factuais aos acionistas e demais stakeholders. Por
exemplo, abertura e disposição na divulgação de números
verdadeiros e precisos de desempenho financeiro, social, am-
biental e demais fatores (mesmo os intangíveis). A organiza-
ção deve esclarecer e tornar públicas as funções e responsa-
bilidades do Conselho de Administração e da Administração
Geral a fim de informar os acionistas dos níveis de respon-
sabilidade. Ao final, a transparência afiança que as partes
interessadas sintam segurança nos processos de tomada de
57
3. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: NOVA FIGURA NOS CONSELHOS DE ADMINISTRAÇÃO
DAS EMPRESAS
CARLOS VITAL GIORDANO • NAPOLEÃO VERARDI GALEGALE
b) Equidade
Refere-se ao tratamento igual que todos os acionistas e demais
stakeholders devem receber independentemente das partici-
pações que tenham, levando em consideração, ainda, seus di-
reitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas.
d) Responsabilidade corporativa
Os agentes de governança assumem o mando para agir em
nome da empresa. Devem, portanto, aceitar total responsabi-
lidade pelos poderes conferidos e pela autoridade que exerce.
São responsáveis por supervisionar a gestão dos negócios, cui-
dar dos assuntos da empresa, acompanhar o desempenho da
empresa, entre outras obrigações. Ao fazer isso, é necessário
agir no melhor interesse da empresa.
58
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
a) Internos
Pessoas contratadas (diretores, gerentes e funcionários) pela em-
presa, detentores de vínculos diretos, que recebem, em geral, re-
munerações pelos resultados alcançados.
b) Externos
Sem vínculo (pelo menos atual) com a empresa, porém não se
incluem como independentes. Por exemplo, ex-diretores, ex-ge-
rentes e ex-funcionários, profissionais que prestam assessoria a
empresa, sócios, parentes dos proprietários, entre outros.
c) Independentes
Não têm qualquer vínculo com a empresa, quaisquer parentescos
e recebem pagamentos por prestarem serviços de conselheiro.
Realça-se, ainda, o fato de não haver vínculo empregatício anterior
59
3. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: NOVA FIGURA NOS CONSELHOS DE ADMINISTRAÇÃO
DAS EMPRESAS
CARLOS VITAL GIORDANO • NAPOLEÃO VERARDI GALEGALE
com a empresa (pelo menos por cinco anos) e não fornecer, ofere-
cer ou comprar produtos ou serviços da empresa.
60
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
61
3. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: NOVA FIGURA NOS CONSELHOS DE ADMINISTRAÇÃO
DAS EMPRESAS
CARLOS VITAL GIORDANO • NAPOLEÃO VERARDI GALEGALE
Figura 1: IA, ML e DL
62
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Inteligência
Conselheiro independente
Artificial
Não ter qualquer vínculo com a Companhia, exceto
Ok
participação de capital.
Não ser Acionista Controlador, cônjuge ou parente
até segundo grau daquele, ou não ser ou não ter
sido, nos últimos três anos, vinculado à sociedade
Ok
ou entidade relacionada ao Acionista Controlador
(pessoas vinculadas a instituições públicas de ensino
e/ou pesquisa estão excluídas dessa restrição).
Não ter sido, nos últimos três anos, empregado ou
diretor da Companhia, do Acionista Controlador ou Ok
de sociedade controlada pela Companhia.
Não ser fornecedor ou comprador, direto ou indireto,
de serviços e/ou produtos da Companhia, em Ok
magnitude que implique perda de independência.
63
3. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: NOVA FIGURA NOS CONSELHOS DE ADMINISTRAÇÃO
DAS EMPRESAS
CARLOS VITAL GIORDANO • NAPOLEÃO VERARDI GALEGALE
3.2. METODOLOGIA
A investigação apresenta enfoque qualitativo, caracterizando-se
por visar à exploração do objeto e do fenômeno em exame (a IA como
conselheira), percepcionar os significados que se encontram nos dados
extraídos, realizar a análise de múltiplas realidades subjetivas, buscar
a intimidade dos sentidos pesquisados e contextualizar o fenômeno em
análise (VIEIRA, 2010).
Quanto aos alcances, a investigação se anuncia como exploratória
e descritiva, em virtude das descrições, análises e discussões a partir de
concepções inovadoras, por abordar conceitos e utilizações criativas e
por preparar os leitores e pesquisadores para estudos renovados (SAM-
PIERI; COLLADO; LUCIO, 2013).
Em termos de concepção, a investigação adota a revisão bibliográfi-
ca sobre os temas em exame, a análise de documentos, o estudo de casos
selecionados por conveniência e as considerações a partir dos resulta-
dos obtidos nas comparações e análises entre os casos sondados. A es-
colha por casos, compostos de artigos acadêmicos e não acadêmicos, se
fez em virtude das possibilidades dos cruzamentos e das comparações
(YIN, 2014; YIN, 2016).
3.3. RESULTADOS
Não são, a princípio, peculiaridades reconhecidas dos sistemas de
IA as matérias-primas indispensáveis para lidar com as intricadas de-
mandas que os conselhos enfrentam, a exemplo da acuidade nas obser-
vações, da complexidade no raciocínio, da conciliação entre perspicácia
e emotividade, além de análises apuradas desenvolvidas por anos e anos
de prática. Porém, experimentos vanguardistas inspiram e delineiam
novas abordagens, apontando direções inovadoras na utilização da IA
no ambiente dos Conselhos de Administração.
64
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
65
3. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: NOVA FIGURA NOS CONSELHOS DE ADMINISTRAÇÃO
DAS EMPRESAS
CARLOS VITAL GIORDANO • NAPOLEÃO VERARDI GALEGALE
66
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
67
3. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: NOVA FIGURA NOS CONSELHOS DE ADMINISTRAÇÃO
DAS EMPRESAS
CARLOS VITAL GIORDANO • NAPOLEÃO VERARDI GALEGALE
68
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
69
3. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: NOVA FIGURA NOS CONSELHOS DE ADMINISTRAÇÃO
DAS EMPRESAS
CARLOS VITAL GIORDANO • NAPOLEÃO VERARDI GALEGALE
Cuidados na
Alteração em adoção em
IA Uso Perspectiva IA
Caso regulamentos atenção aos
atual conselheira
e normas stakeholders
afetados
70
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em primeiro lugar, é exigência a notificação da exiguidade (novembro
de 2020) na quantidade de casos, textos, artigos e outros trabalhos sobre a
aplicação fundamentada da IA na Governança Corporativa e em especial
a IA nos Conselhos de Administração. O assunto e o tema se configuram
contemporâneos e objeto de preliminares pesquisas e reflexões.
A priori, a ideia de usar Inteligência Artificial em Conselhos de Ad-
ministração se mostra inovadora, desafiadora e até arrojada no ano de
2020. Afinal, as decisões dos conselheiros aparentam o exato oposto do
que se presume suscetível à automatização.
Há, ainda, um laborioso e extenso caminho pela frente, mas a viabi-
lidade não é e não será subestimada, porque, em outras áreas, a inclusão
da IA é realidade e ostenta cada vez mais importância no protagonismo
e prestígio em ascensão.
O fato de não terem vínculo de acionista, parentesco, corpo de fun-
cionários, fornecimento ou relação de compra e venda, tampouco outra
remuneração da empresa, além de serem capazes de acessar uma infi-
nidade de bases de dados, manejar milhares de informações e lastrear
ou tomar decisões, tudo isso faz com que a IA aspire a uma cadeira no
Conselho de Administração das empresas. Em termos de Governança
Corporativa, isso se daria em momentos temporais diversos em função
da maturidade do ambiente organizacional em adoção.
71
3. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: NOVA FIGURA NOS CONSELHOS DE ADMINISTRAÇÃO
DAS EMPRESAS
CARLOS VITAL GIORDANO • NAPOLEÃO VERARDI GALEGALE
72
PESQUISAS
PESQUISAS
EM EM
CONTABILIDADE,
CONTABILIDADE,
CONTROLADORIA
CONTROLADORIA
E FINANÇAS
E FINANÇAS
73
3. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: NOVA FIGURA NOS CONSELHOS DE ADMINISTRAÇÃO
DAS EMPRESAS
CARLOS VITAL GIORDANO • NAPOLEÃO VERARDI GALEGALE
blem for the Enterprise. Procedia, Computer Science. Disponível em: <ht-
tps://www.sciencedirect.com/science/ article/pii/S1877050916322542>. Aces-
so em: 13 nov. 2020.
74
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
MERRIL, D. What boards need to know about AI. Harvard Business Re-
view. Disponível em: <What Boards Need to Know About AI (hbr.org)>.
Acesso em: 11 nov. 2020.
LEITURAS SUGERIDAS
75
3. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: NOVA FIGURA NOS CONSELHOS DE ADMINISTRAÇÃO
DAS EMPRESAS
CARLOS VITAL GIORDANO • NAPOLEÃO VERARDI GALEGALE
76
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
77
4
Aspectos da teoria da
contabilidade aplicados
à Sociedade em Conta de
Participação (SCP)
José Carlos Marion
Sérgio de Iudícibus
Anderson de Sousa Santos
Fernando de Almeida Santos
INTRODUÇÃO
A
Sociedade em Conta de Participação (SCP) tem como caracte-
rística a reunião de pelo menos duas pessoas para explorar de-
terminada operação comercial com a intenção de obter lucro a
partir dessa atividade.
Em toda a sua história, a SCP não constitui pessoa jurídica e não
tem, por isso, o contrato arquivado no Registro de Comércio (Juntas Co-
merciais Estaduais). Sendo assim, são despersonalizadas de formaliza-
ção jurídica, mas, por força da Instrução Normativa da Receita Federal
do Brasil (IN-RFB) nº 1.470/2014, as SCP estão obrigadas a inscrever-se
junto ao Cadastro Nacional da Pessoa Juridica (CNPJ).
Os acordos firmados entre as partes envolvidas por esse tipo de socie-
dade são caracterizados por serem ocultos de modo que não se tornam pú-
blica (apenas os sócios participantes a conhecem). Perante terceiros, aparece
apenas a figura do sócio comerciante, que realiza as operações comerciais no
próprio nome e assume, assim, a gerência e a responsabilidade dos compro-
missos sociais. Os demais sócios (ou outro sócio), por sua vez, são ocultos e
não têm responsabilidades gerenciais e sociais perante terceiros.
78
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
79
4. ASPECTOS DA TEORIA DA CONTABILIDADE APLICADOS À SOCIEDADE EM CON-
TA DE PARTICIPAÇÃO (SCP)
JOSÉ CARLOS MARION • SÉRGIO DE IUDÍCIBUS • ANDERSON DE SOUSA SANTOS
FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
80
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
81
4. ASPECTOS DA TEORIA DA CONTABILIDADE APLICADOS À SOCIEDADE EM CON-
TA DE PARTICIPAÇÃO (SCP)
JOSÉ CARLOS MARION • SÉRGIO DE IUDÍCIBUS • ANDERSON DE SOUSA SANTOS
FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
82
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
83
4. ASPECTOS DA TEORIA DA CONTABILIDADE APLICADOS À SOCIEDADE EM CON-
TA DE PARTICIPAÇÃO (SCP)
JOSÉ CARLOS MARION • SÉRGIO DE IUDÍCIBUS • ANDERSON DE SOUSA SANTOS
FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
84
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
85
4. ASPECTOS DA TEORIA DA CONTABILIDADE APLICADOS À SOCIEDADE EM CON-
TA DE PARTICIPAÇÃO (SCP)
JOSÉ CARLOS MARION • SÉRGIO DE IUDÍCIBUS • ANDERSON DE SOUSA SANTOS
FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
86
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
atividade econômica e que seja tão importante, a critério dos donos do ca-
pital, a ponto de justificar um relatório separado e individualizado de re-
ceitas e despesas, de investimentos e de retornos, de metas e de realizações.
Para Iudícibus (2015, p. 33), “um postulado pode ser definido como
uma proposição ou observação de certa realidade que pode ser conside-
rada não sujeita a verificação, ou axiomática”. Do ponto de vista concei-
tual, um postulado é algo que não se discute, aceita-se como verdade: é
um axioma que serve como início ou aceitação de algo.
A Ciência Contábil está diretamente ligada a dois postulados am-
bientais: o da entidade contábil e o postulado da continuidade. Nesse
sentido, para a área, segundo Hendriksen e Breda (2015, p. 96) os pos-
tulados “[...] são as premissas básicas acerca do ambiente econômico,
político e social no qual a Contabilidade deve operar”. Representam a
base onde os fundamentos das Ciências Contábeis estão alicerçados.
Como comentado antes, para a teoria da contabilidade, em uma
enunciação axiomática, temos dois postulados ambientais: entidade con-
tábil e continuidade. Nesse caso, estabelece-se uma hierarquia entre pos-
tulados, princípios e convenções contábeis. Assim, postulados são a base
de uma pirâmide da Contabilidade vista como ciência sobre a qual se as-
sentam os princípios. A entidade pode ser um indivíduo, uma sociedade
(quotas ou ações), um grupo consolidado, com ou sem fins lucrativos.
Conforme Iudícibus (2015, p. 35)
87
4. ASPECTOS DA TEORIA DA CONTABILIDADE APLICADOS À SOCIEDADE EM CON-
TA DE PARTICIPAÇÃO (SCP)
JOSÉ CARLOS MARION • SÉRGIO DE IUDÍCIBUS • ANDERSON DE SOUSA SANTOS
FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
88
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
89
4. ASPECTOS DA TEORIA DA CONTABILIDADE APLICADOS À SOCIEDADE EM CON-
TA DE PARTICIPAÇÃO (SCP)
JOSÉ CARLOS MARION • SÉRGIO DE IUDÍCIBUS • ANDERSON DE SOUSA SANTOS
FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
4.2. METODOLOGIA
A metodologia do estudo estrutura-se no método dedutivo, por meio
da pesquisa bibliográfica e descritiva, ou seja, trata-se da construção de
90
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
91
4. ASPECTOS DA TEORIA DA CONTABILIDADE APLICADOS À SOCIEDADE EM CON-
TA DE PARTICIPAÇÃO (SCP)
JOSÉ CARLOS MARION • SÉRGIO DE IUDÍCIBUS • ANDERSON DE SOUSA SANTOS
FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
92
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
93
4. ASPECTOS DA TEORIA DA CONTABILIDADE APLICADOS À SOCIEDADE EM CON-
TA DE PARTICIPAÇÃO (SCP)
JOSÉ CARLOS MARION • SÉRGIO DE IUDÍCIBUS • ANDERSON DE SOUSA SANTOS
FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
Ainda que uma boa parte dos sócios ostensivos classifique os fundos so-
ciais dos ocultos como passivo exigível, pelas características descritas acima,
temos bons motivos para não concordar com esse procedimento. A concep-
ção de lucro comum relaciona-se ao aumento de riscos. Nas declarações de
Ferreira (1958, p. 513), encontram-se frases como: “[...] Verifica-se ao encon-
trá-la, se os lucros produziram ou se, ao contrário, prejuízos resultaram”.
Ainda conforme Ferreira (1958), o sócio participante poderá pedir
restituição do que tiver entregado ao sócio gerente da SCP, mas precisa
contribuir com a quota nos prejuízos até então verificados da mesma so-
ciedade. Por efeito mesmo da existência dessa sociedade, uma vez que
esteja em relações de conta corrente com o sócio falido, em conformidade
94
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
com a situação dessa conta, é que o seu direito deve ser examinado. Já Re-
quião (1979, p. 288) considera que: “capitalistas emprestam seus capitais
a comerciantes, para aplicação em determinadas operações, repartindo-
-se o lucro ao final”. Apesar de esse jurista ter usado “emprestar”, está
muito claro que há uma divisão de lucro ou prejuízo.
No que tange à falência, entende-se que os fundos sociais não se
assemelham a um passivo exigível. Sendo assim, não tendo existência
distinta do sócio gerente falido (pois não tem personalidade jurídica),
conforme Ferreira (1958), a SCP tem os bens confundidos com os do só-
cio falido e fazem parte da falência. Bem como um acionista preferen-
cial de uma sociedade anônima, os sócios participantes não poderiam
reivindicar os fundos sociais integrais aplicados e a parte que lhes com-
pete, pois contribuem nos prejuízos com sua quota. Portanto, os fun-
dos sociais não deveriam ser classificados no passivo exigível por terem
uma natureza de capital de risco, e não de exigibilidade.
Como já visualizado, uma SCP é formada em função de uma enti-
dade, na pessoa do sócio ostensivo (comerciante, pessoa física, empresa
individual, sociedade já existente etc.). Essa entidade tem os próprios re-
cursos, no caso de uma sociedade, os próprios sócios. Estes, no presente
trabalho, serão os sócios natos (ou sócio nato, em se tratando de pessoa
física ou empresa individual). Os recursos aplicados pelos sócios natos
na entidade, de modo evidente, estão destacados no Patrimônio Líquido.
Por outro lado, na formação de uma SCP, encontramos os sócios partici-
pantes aplicando recursos, os fundos sociais, em função de um negócio espe-
cífico que em geral momentâneo e acidental. Conforme visto anteriormente,
esses recursos terão classificação igual como Patrimônio Líquido.
Percebe-se que não seria adequado somar ambos os patrimônios
líquidos numa única rubrica, dadas as origens totalmente distintas e as
aplicações diferenciadas no ativo. Enquanto o Patrimônio Líquido for-
mado pelos sócios natos é aplicado de modo distinto no ativo da enti-
dade, o Patrimônio Líquido dos sócios ocultos é aplicado em ativos dis-
tintos e identificados. Dessa forma, opta pela separação dos diferentes
patrimônios líquidos. Neste trabalho, denominam-se PL I as aplicações
dos sócios natos e PL II a dos sócios ocultos.
95
4. ASPECTOS DA TEORIA DA CONTABILIDADE APLICADOS À SOCIEDADE EM CON-
TA DE PARTICIPAÇÃO (SCP)
JOSÉ CARLOS MARION • SÉRGIO DE IUDÍCIBUS • ANDERSON DE SOUSA SANTOS
FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
96
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Partindo-se das premissas de que, numa SCP, a entidade contábil é o
sócio ostensivo (e não a sociedade) e de que este, na qualidade de comer-
ciante, é uma Entidade em Continuidade, em geral com base nos lucros.
Contrapondo-se ao que normalmente se tem feito em termos de
classificação dos fundos sociais oriundos dos sócios ocultos (classifican-
do-se ora como conta de compensação, ora como passivo exigível), por
meio desta pesquisa, propõe-se o tratamento desse fundo como patri-
mônio líquido na contabilidade do sócio ostensivo (entidade contábil).
Todavia, sendo plenamente possível e até comum que um sócio os-
tensivo detenha um patrimônio próprio (até porque sua característica é
de comerciante reconhecido), é mister separar seus recursos próprios dos
oriundos dos sócios ocultos na formação da SCP (ou, ainda, de várias SCP).
Dessa forma, a segregação de dois patrimônios líquidos é a ênfase
deste trabalho. Isso é muito mais justificável quando se pensa em sócio
ostensivo na condição de pessoa jurídica, com um patrimônio líquido
exclusivo, tendo-se absoluto controle em relação aos recursos de outros
investidores que se associaram à empresa para uma “aventura” normal-
mente efêmera. Essa segregação, entretanto, não se faz necessária apenas
nas origens dos recursos, mas também nas aplicações no Ativo.
Assim, a contabilidade realizada para o sócio ostensivo se preocu-
pará com o preparo de relatórios específicos para as SCP no sentido de
prestar contas, o que deve ser destacado em notas explicativas quan-
do houver qualquer defasagem no montante das origens em relação às
aplicações dos recursos no ativo.
Deve-se destacar o patrimônio líquido para as SCP, com a criação
de contas separadas de capital, reservas e resultados para cada um dos
investimentos. Caso ocorra a devolução do capital investido, deverão ser
baixadas proporcionalmente as contas de resultado e de patrimônio do
sócio dissidente.
97
4. ASPECTOS DA TEORIA DA CONTABILIDADE APLICADOS À SOCIEDADE EM CON-
TA DE PARTICIPAÇÃO (SCP)
JOSÉ CARLOS MARION • SÉRGIO DE IUDÍCIBUS • ANDERSON DE SOUSA SANTOS
FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
98
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamen-
to?Id=80>. Acesso em: 06 jun. 2020.
99
4. ASPECTOS DA TEORIA DA CONTABILIDADE APLICADOS À SOCIEDADE EM CON-
TA DE PARTICIPAÇÃO (SCP)
JOSÉ CARLOS MARION • SÉRGIO DE IUDÍCIBUS • ANDERSON DE SOUSA SANTOS
FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
100
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
CAPÍTULO CINCO
Resumo
Diante da importância do controle de custos e
despesas em um cenário econômico crítico, o re-
ferido estudo trouxe, de forma conceitual e com-
parativa, a evolução de custos, despesas e recei-
tas líquidas de 2018, 2019 e do primeiro semestre
de 2020 das empresas listadas na B3 do segmento
de calçados no Brasil. No referencial teórico, fo-
ram discutidos os reflexos de um cenário crítico
econômico dentro de uma empresa e a importân-
cia da gestão de custos e despesas. Para efetuar a
comparabilidade entre os períodos, foi utilizada
análise horizontal das informações e também a
apuração dos índices de produtividade (custos/
despesas x receitas líquidas) por período. Fica
claro o quanto uma gestão eficiente pode ajudar
e o quanto independe do crescimento ou não das
receitas. Na demonstração do período que foi
avaliado dentro do primeiro semestre de 2020, a
pandemia de Covid-19 prejudicou o cenário eco-
nômico brasileiro e mundial, reforçando, assim,
o impacto direto nas vendas e o crescimento das
empresas. A contribuição da pesquisa é possibi-
litar a visão das maiores empresas nacionais do
setor, considerando um cenário atípico e essa
Gestão de custos nova realidade social, o que pode ser útil para
em tempos de empresários, funcionários do setor e outros.
crise: uma análise
das empresas do Palavras-chave: Custos. Gestão. Setor de calça-
setor de calçados
dos. B3.
registradas na B3
no período de 2018,
2019 e primeiro
semestre de 2020
101
5
Gestão de custos em tempos
de crise: uma análise das
empresas do setor de
calçados registradas na B3
no período de 2018, 2019 e
primeiro semestre de 2020
Suzana Rosa dos Santos
Roberta Cristina da Silva
Fernando de Almeida Santos
INTRODUÇÃO
A
gestão de custos é um dos fatores para que a administração de
uma empresa tenha sucesso. Dentre os fatores que influenciam
uma gestão de custos capacitada, estão: o entendimento do se-
tor em que se atua, considerando as possibilidades de minimização dos
custos e maximização das receitas obtidas; a capacidade das pessoas
que estão inseridas no processo de gestão de custos e a margem de lucro
que se pretende obter.
Nesse contexto, realizou-se a análise das Demonstrações Contábeis
das empresas do segmento de calçados que estão listadas na B3, no pe-
ríodo de 2018, 2019, e do primeiro semestre de 2020, que considera o
período da crise devido à pandemia de Covid-19. A análise buscou veri-
ficar o desempenho dos custos em relação à evolução dessas empresas
102
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
103
5. GESTÃO DE CUSTOS EM TEMPOS DE CRISE: UMA ANÁLISE DAS EMPRESAS DO
SETOR DE CALÇADOS REGISTRADAS NA B3
SUZANA ROSA DOS SANTOS • ROBERTA CRISTINA DA SILVA • FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
Dos remotos tempos até hoje, o país enfrenta crises econômicas que
repercutem significativamente na vida das pessoas, na sobrevivência
das empresas e na estagnação dos setores de maneira integralizada.
Conforme aponta Regô (2020), o número de empresas fechadas por
cinco anos consecutivos no Brasil é maior do que a quantidade de enti-
dades abertas, conforme relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Esse fato tem relação direta com o baixíssimo desem-
penho da economia nos últimos anos. O total de 382,5 empresas fecha-
das entre os anos de 2014 a 2018 resulta na avaliação do Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. As empresas que
saíram do mercado com encerramento das atividades deixam um saldo
de 2,9 milhões de novos desempregados, e a recessão entre 2015 e 2016
afetou negativamente o Produto Interno Bruto (PIB) em 7% (REGÔ, 2020).
Para Silva (2017), o Brasil perdeu a posição de alvo de investidores
estrangeiros de baixo risco, diante do decréscimo constante de pontua-
ção e conceito junto às agências que monitoram os países desenvolvidos
em relação à estabilidade econômica que possuem. Esse fato refere-se a
alguns fatores, a exemplo das crises políticas a partir das controvérsias
em torno da Lava Jato, no ano de 2016.
Seguindo as mesmas prospecções, Oliveira (2020) identifica que,
desde a chegada da Pandemia da Covid-19 ao país, são 716.000 empre-
sas fechadas no total, conforme estudo realizado pelo IBGE. A pesquisa
constatou que quatro de dez empresas em um total de 522.000 afirmam
que o encerramento das atividades resulta da pandemia.
Outro dado importante perfaz o alcance da pandemia como causa
de impactos negativos em todos os setores, em especial no comércio,
com 39,4%, e no setor de serviços, com 37%. Esses índices atingem efeti-
vamente os pequenos empreendimentos representados pelo expressivo
percentual de 99,8%. (IBGE, 2020).
A palavra “crise”, em essência, significa que algo está fora da norma-
lidade habitual, em desajuste, e precisa de enfrentamento em busca de
solução. Os reflexos sobre os negócios empresariais podem ser severos e
irreversíveis.
104
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
105
5. GESTÃO DE CUSTOS EM TEMPOS DE CRISE: UMA ANÁLISE DAS EMPRESAS DO
SETOR DE CALÇADOS REGISTRADAS NA B3
SUZANA ROSA DOS SANTOS • ROBERTA CRISTINA DA SILVA • FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
106
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
preços oferecidos por outros países é muito inferior aos praticados pelo
mercado brasileiro.
Na Tabela 1, apresentam-se resultados da produção de calçados no
Brasil em 2019:
107
5. GESTÃO DE CUSTOS EM TEMPOS DE CRISE: UMA ANÁLISE DAS EMPRESAS DO
SETOR DE CALÇADOS REGISTRADAS NA B3
SUZANA ROSA DOS SANTOS • ROBERTA CRISTINA DA SILVA • FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
108
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
109
5. GESTÃO DE CUSTOS EM TEMPOS DE CRISE: UMA ANÁLISE DAS EMPRESAS DO
SETOR DE CALÇADOS REGISTRADAS NA B3
SUZANA ROSA DOS SANTOS • ROBERTA CRISTINA DA SILVA • FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
110
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
111
5. GESTÃO DE CUSTOS EM TEMPOS DE CRISE: UMA ANÁLISE DAS EMPRESAS DO
SETOR DE CALÇADOS REGISTRADAS NA B3
SUZANA ROSA DOS SANTOS • ROBERTA CRISTINA DA SILVA • FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
5.2. METODOLOGIA
A pesquisa realizada constitui-se de análise descritiva explicativa. A
análise descritiva se atém à investigação que ocorre para averiguar as
relações existentes e a natureza presente nelas para que se possa com-
preender os fenômenos apresentados. A natureza explicativa se ocupa da
observação dos fatores e aspectos envoltos que possam contribuir para
explicar os fenômenos.
As pesquisas que possuem as características referentes à pesquisa
explicativa, conforme elucida Gil (2010), são as que permeiam a identifi-
cação dos fatos e dos fatores presentes na ocorrência dos fenômenos que
possam trazer, para tanto, elucidação a estes. Isso implica a aquisição do
conhecimento sobre a racionalidade, mediante a realidade e a razão de
ser da forma que ela se apresenta.
Segundo Severino (2012), a pesquisa explicativa registra e analisa
os fenômenos objetos de estudo em busca da compreensão das causas
por métodos experimentais e/ou matemáticos, além da interpretação
em conjunto com os métodos qualitativos, tanto quanto possível.
A comparação utilizou-se de abordagem quantitativa e qualitativa,
pois subsidiou a interlocução entre os resultados quantitativos apura-
dos e as demais características qualitativas para a inserção no objeto
estudado neste capítulo.
Para Vergara (2016), acerca da abordagem quantitativa, os dados
trabalhados mediante a amostra escolhida devem possuir representati-
vidade no escopo do respectivo universo abordado.
O estudo tem característica documental (ANDRADE, 2010), me-
diante a utilização de fontes secundárias que compreendem a Demons-
tração de Resultado do Exercício (DRE) das empresas escolhidas. As
demonstrações contábeis foram publicadas pelas quatro empresas do
segmento de calçados na lista da B3, e a coleta desses dados abarcou os
períodos de 2018, 2019 e do primeiro semestre de 2020. Fica evidente a
importância da representatividade dessas empresas para a economia
112
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Receita Líquida de
594.715 637.237 597.570 488.853 572.445 400.490
vendas
Despesas gerais e
(40.461) (43.492) (37.346) (39.921) (35.264) (35.584)
administrativas
113
5. GESTÃO DE CUSTOS EM TEMPOS DE CRISE: UMA ANÁLISE DAS EMPRESAS DO
SETOR DE CALÇADOS REGISTRADAS NA B3
SUZANA ROSA DOS SANTOS • ROBERTA CRISTINA DA SILVA • FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
1ºtri. 2018 2ºtri. 2018 1ºtri. 2019 2ºtri. 2019 1ºtri. 2020 2ºtri. 2020
16,90 11,49 15,58 18,70 19,46 24,81
114
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Percentuais
Contas
AH% 1T18 AH% 1T19 AH% 2T18 AH% 2T19 % s/ RL % s/ RL % s/ RL % s/ RL % s/ RL % s/ RL
x 1T19 x 1T20 x 2T19 x2T20 1T18 1T19 1T20 2T18 2T19 2T20
Receita Líquida
-0,05 -0,04 -0,12 -0,84
de vendas
Custos dos
-0,05 -0,03 -0,16 -0,83 -1,57 -1,56 -1,57 -1,58 -1,56 -1,6
produtos
Despesas -0,38 0,01 -0,35 -0,46 -1,47 -1,31 -1,32 -1,57 -1,42 -2,46
Despesas com
-0,36 0,01 -0,49 -0,36
vendas
Despesas gerais e
-41,50% 2,80% -9,80% -56,50%
administrativas
1ºtri. 2018 2ºtri. 2018 1ºtri. 2019 2ºtri. 2019 1ºtri. 2020 2ºtri. 2020
10,49 17,90 34,00 36,00 4,39 4,20
115
5. GESTÃO DE CUSTOS EM TEMPOS DE CRISE: UMA ANÁLISE DAS EMPRESAS DO
SETOR DE CALÇADOS REGISTRADAS NA B3
SUZANA ROSA DOS SANTOS • ROBERTA CRISTINA DA SILVA • FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
Percentuais
Receita Líquida de
-0,22 -0,12 -0,1 -0,86
vendas
Custos dos produtos
-0,13 -0,13 -0,02 -0,86 -1,53 -1,59 -1,59 -1,56 -1,61 -1,58
vendidos
Despesas -0,08 -0,09 0,08 -0,27 -1,25 -1,29 -1,3 -1,31 -1,37 -2,91
Despesas gerais e
2,30% -10,50% -1,30% -35,10%
administrativas
Despesas não
-299.907,00
recorrentes (Covid-19)
116
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
1ºtri. 2018 1ºtri. 2019 1ºtri. 2020 2ºtri. 2018 2ºtri. 2019 2ºtri. 2019
9,12 8,38 7,53 7,92 7,80 7,33
Receita líquida
de vendas 291.984 299.787 238.636 280.828 326.978 98.681
Custo das
vendas (191.575) (197.755) (161.513) (184.195) (215.740) (72.280)
Despesas
(60.852) (71.843) (70.409) (63.839) (82.080) (61.213)
Despesas com
vendas (41.347) (46.994) (45.714) (44.832) (54.007) (35.142)
Despesas
administrativas (19.505) (24.849) (24.695) (19.007) (28.073) (26.071)
117
5. GESTÃO DE CUSTOS EM TEMPOS DE CRISE: UMA ANÁLISE DAS EMPRESAS DO
SETOR DE CALÇADOS REGISTRADAS NA B3
SUZANA ROSA DOS SANTOS • ROBERTA CRISTINA DA SILVA • FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
Percentuais
Custos dos
3,20% -18,30% 17,10% -66,50% -1,66 -1,66 -1,68 -1,66 -1,66 -1,73
produtos vendidos
Despesas 18,10% -2,00% 28,60% -25,40% -1,21 -1,24 -1,3 -1,23 -1,25 -1,62
Despesas com
13,70% -2,70% 20,50% -34,90%
vendas
Despesas gerais e
27,40% -0,60% 47,70% -7,10%
administrativas
1ºtri. 2018 1ºtri. 2019 1ºtri. 2020 2ºtri. 2018 2ºtri. 2019 2ºtri. 2020
9,79 6,69 4,07 6,20 6,69 5,19
118
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
119
5. GESTÃO DE CUSTOS EM TEMPOS DE CRISE: UMA ANÁLISE DAS EMPRESAS DO
SETOR DE CALÇADOS REGISTRADAS NA B3
SUZANA ROSA DOS SANTOS • ROBERTA CRISTINA DA SILVA • FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
Valor da
16,90 15,58 19,46 17,31 11,49 18,70 24,81 18,33
ação
Receitas
54.348 51.893 49.956 52.066 55.599 48.985 7.624 37.403
Valor da
10,49 34,00 4,39 16,29 17,90 36,00 4,20 19,37
ação
Valor da
9,12 8,38 7,53 8,34 7,92 7,80 7,33 7,68
ação
Valor da
9,79 6,75 4,07 6,87 6,20 6,69 5,19 6,03
ação
120
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sem dúvida, a gestão de custos é peça fundamental para a conse-
cução dos negócios, sobretudo em períodos de crise, quando variadas
dificuldades se apresentam às companhias e demandam uma postura
firme, comprometida e assertiva para que o enfrentamento ao momento
difícil seja efetivo no combate às adversidades.
Em uma linha histórica ampla, o Brasil enfrenta e enfrentou crises eco-
nômicas severas por meio de vários fatores. A crise decorrente da pandemia
implicou não apenas dificuldades a serem enfrentadas, mas a adoção de me-
didas desconhecidas em muitos ambientes empresariais. Isso forçou e força
as organizações a se reinventar no que tange à estrutura, ao modo de traba-
lhar e de relacionar-se com funcionários, fornecedores e clientes.
Nesse cenário, a pesquisa buscou averiguar as oscilações ocorridas
para os custos das empresas do setor de calçados listadas na B3. Os da-
dos analisados referem-se aos anos de 2018 e 2019 e fazem, ainda, a
comparação entre o primeiro semestre desses períodos. Os resultados
121
5. GESTÃO DE CUSTOS EM TEMPOS DE CRISE: UMA ANÁLISE DAS EMPRESAS DO
SETOR DE CALÇADOS REGISTRADAS NA B3
SUZANA ROSA DOS SANTOS • ROBERTA CRISTINA DA SILVA • FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
122
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
lhoeformacao-2019,846230/a-corrida-empresarial-na-pandemia-exige-
-reinvencao-para-superar-crise.shtml>. Acesso em: 03 nov. 2020.
SOUSA, Paulo Renato de; SILVA, Rosnaldo Inácio da; BRAGA, Bruna Ca-
tão. A utilização de VMI para gestão de estoques na indústria calçadista
brasileira: desenvolvimento de um modelo. Revista Gestão da Produção
Operações e Sistemas, [S.l.], v. 12, n. 1, p. 123, mar. 2017. Disponível em:
<https://revista.feb.unesp.br/index.php/gepros/article/view/1609/759>.
Acesso em: 08 nov. 2020. doi: <https://doi.org/10.15675/gepros.v12i1.1609>.
123
5. GESTÃO DE CUSTOS EM TEMPOS DE CRISE: UMA ANÁLISE DAS EMPRESAS DO
SETOR DE CALÇADOS REGISTRADAS NA B3
SUZANA ROSA DOS SANTOS • ROBERTA CRISTINA DA SILVA • FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
124
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
125
5. GESTÃO DE CUSTOS EM TEMPOS DE CRISE: UMA ANÁLISE DAS EMPRESAS DO
SETOR DE CALÇADOS REGISTRADAS NA B3
SUZANA ROSA DOS SANTOS • ROBERTA CRISTINA DA SILVA • FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
REGÔ, Tania. Brasil fechou mais empresas do que abriu pelo 5º ano
seguido, aponta IBGE. 2020. Disponível em: <https://www.redebrasi-
latual.com.br/economia/2020/10/brasil-fechamento-empresas-ibge/>.
Acesso em: 31 out. 2020.
126
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
127
CAPÍTULO SEIS
Resumo
A crise sanitária global, desencadeada pelo
novo coronavírus, vem provocando situações
imprevisíveis e de proporções alarmantes, nas
quais o sistema de saúde suplementar assume
um papel fundamental. O objetivo desta análise
é identificar o impacto da conjuntura atual na
demanda por planos de saúde, no Brasil, des-
tacando os fatores de risco para a Covid-19. A
partir de dados oficiais divulgados pela Agência
Nacional de Saúde Suplementar, foi construído
um modelo matemático que indicou a tendên-
cia de aumento do número de beneficiários na
variação em 12 meses, na comparação de 2020
em relação a 2019. Para que esse aumento de
fato ocorra, será necessário que as operadoras
de planos de saúde invistam na criação de novos
produtos com preços acessíveis, dado o cenário
econômico de desemprego, aumento da infor-
malidade nas relações de trabalho e redução da
massa salarial do país.
Saúde
suplementar
no Brasil em
tempos de
pandemia
de covid-19
128
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
6
Saúde suplementar no
Brasil em tempos de
pandemia de covid-19
Elizabeth Borelli
Rodolfo Henrique de Paiva Cavalcante
INTRODUÇÃO
O
ano de 2020 será identificado como marco de uma crise sani-
tária e humanitária sem precedentes, evidenciando uma mu-
dança crucial nas relações de espaço e tempo, com a percepção
da vulnerabilidade a doenças infecciosas disseminadas pelo mundo, em
meio a um processo de urbanização predatório, de adensamento popu-
lacional e de uso não sustentável dos recursos naturais.
Assim, a globalização da economia, ao trazer em seu bojo a intensi-
ficação do fluxo de troca de mercadorias e da circulação de pessoas entre
países, favoreceu a disseminação rápida da Covid-19 em escala global,
sem, contudo, estar acompanhada por um projeto político na mesma di-
mensão, capaz de minimizar a desigualdade na distribuição dos padrões
epidemiológicos. A desigualdade na distribuição da riqueza, entre dife-
rentes partes do mundo, é também responsável pela má-distribuição dos
meios de prevenção e tratamento de doenças em geral. (WHO, 2020).
Por outro lado, o conhecimento científico insuficiente acerca do novo
coronavírus, a alta velocidade de disseminação e a capacidade de provocar
mortes em populações vulneráveis geram incertezas sobre as estratégias
129
6. SAÚDE SUPLEMENTAR NO BRASIL EM TEMPOS DE
PANDEMIA DE COVID-19
ELIZABETH BORELLI • RODOLFO HENRIQUE DE PAIVA CAVALCANTE
130
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
131
6. SAÚDE SUPLEMENTAR NO BRASIL EM TEMPOS DE
PANDEMIA DE COVID-19
ELIZABETH BORELLI • RODOLFO HENRIQUE DE PAIVA CAVALCANTE
132
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
133
6. SAÚDE SUPLEMENTAR NO BRASIL EM TEMPOS DE
PANDEMIA DE COVID-19
ELIZABETH BORELLI • RODOLFO HENRIQUE DE PAIVA CAVALCANTE
134
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
6.2. METODOLOGIA
A pesquisa bibliográfica e documental que dá suporte a esta aná-
lise inclui dados estatísticos e regulatórios, investigando números ofi-
ciais do setor e sua regulamentação, a partir de publicações normati-
vas da ANS, responsável por regulamentar o mercado. Na análise dos
dados da Saúde Suplementar, a referência acerca do Sistema Público
de Saúde se faz necessária para um melhor entendimento dos resul-
tados obtidos. Foram utilizados os microdados da Pesquisa Nacional
de Saúde (PNS), realizada em 2013 pelo Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística (IBGE) e pelo Ministério da Saúde, e, ainda, da pes-
quisa Vigitel Brasil 2019, que monitora a frequência e a distribuição
dos principais determinantes das Doenças Crônicas Não Transmissí-
veis (DCNT), entre a população do país, elaborada pelo Ministério da
Saúde e pela ANS.
Além dos dados oficiais, algumas informações são originárias de
artigos e relatórios técnicos e outras, provenientes de pesquisas publica-
das em artigos científicos.
6.3. RESULTADOS
Dados divulgados pela ANS, em setembro de 2020, totalizaram cerca
de 47,2 milhões de beneficiários de Saúde Suplementar, o que correspon-
de a 24,2% da população.
135
6. SAÚDE SUPLEMENTAR NO BRASIL EM TEMPOS DE
PANDEMIA DE COVID-19
ELIZABETH BORELLI • RODOLFO HENRIQUE DE PAIVA CAVALCANTE
136
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
137
6. SAÚDE SUPLEMENTAR NO BRASIL EM TEMPOS DE
PANDEMIA DE COVID-19
ELIZABETH BORELLI • RODOLFO HENRIQUE DE PAIVA CAVALCANTE
138
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Variação % Variação %
Faixa Etária Mar-2000 Mar-2010 Mar-2020 mar-20/ mar-20/
mar-10 mar-00
60 a 64 anos 1.034.738 1.477.179 1.916.903 29,8 85,3
65 a 69 anos 821.546 1.087.765 1.549.197 42,4 88,6
70 a 74 anos 64.625 881.614 1.159.226 31,5 81,0
75 a 79 anos 391.395 660.716 825.416 24,9 110,9
80 anos ou mais 384.034 794.231 1.188.275 49,6 209,4
139
6. SAÚDE SUPLEMENTAR NO BRASIL EM TEMPOS DE
PANDEMIA DE COVID-19
ELIZABETH BORELLI • RODOLFO HENRIQUE DE PAIVA CAVALCANTE
Diagnóstico Diagnóstico
Diagnóstico de Diagnóstico
Faixa etária de doença de doença no
hipertensão de diabetes
no coração pulmão
18 a 29 anos 3,0 0,7 0,9 1,5
30 a 39 anos 9,9 1,7 1,8 0,9
40 a 49 anos 21,0 5,1 3,1 1,5
50 a 59 anos 35,7 11,0 5,8 1,5
60 a 69 anos 48,0 17,9 9,9 3,2
70 a 79 anos 55,6 21,4 12,9 5,0
80 anos ou mais 54,3 18,6 14,6 4,0
Total 22,1 7,0 4,2 1,8
140
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
141
6. SAÚDE SUPLEMENTAR NO BRASIL EM TEMPOS DE
PANDEMIA DE COVID-19
ELIZABETH BORELLI • RODOLFO HENRIQUE DE PAIVA CAVALCANTE
142
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nas últimas décadas, registrou-se, no Brasil, uma redução de doen-
ças agudas e um aumento de doenças crônicas (como diabetes, hiperten-
são, neoplasias, doenças cardiovasculares). A maior expectativa de vida
143
6. SAÚDE SUPLEMENTAR NO BRASIL EM TEMPOS DE
PANDEMIA DE COVID-19
ELIZABETH BORELLI • RODOLFO HENRIQUE DE PAIVA CAVALCANTE
144
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
145
6. SAÚDE SUPLEMENTAR NO BRASIL EM TEMPOS DE
PANDEMIA DE COVID-19
ELIZABETH BORELLI • RODOLFO HENRIQUE DE PAIVA CAVALCANTE
146
PESQUISAS
PESQUISAS
EM EM
CONTABILIDADE,
CONTABILIDADE,
CONTROLADORIA
CONTROLADORIA
E FINANÇAS
E FINANÇAS
147
6. SAÚDE SUPLEMENTAR NO BRASIL EM TEMPOS DE
PANDEMIA DE COVID-19
ELIZABETH BORELLI • RODOLFO HENRIQUE DE PAIVA CAVALCANTE
148
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
149
6. SAÚDE SUPLEMENTAR NO BRASIL EM TEMPOS DE
PANDEMIA DE COVID-19
ELIZABETH BORELLI • RODOLFO HENRIQUE DE PAIVA CAVALCANTE
PORTO, SM. SANTOS, IS. UGÁ, MAD. A utilização de serviços de saúde por
sistema de financiamento. Ciência e Saúde Coletiva. 2006; 11(4): 895-
910. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/csc/v11n4/32328.pdf>.
Acesso em: 20 nov. 2020.
150
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
151
7
Análise da contribuição
de índices contábeis para
explicar o comportamento
do lucro operacional (EBIT) –
estudo de caso da Estácio de
Sá Educacional 1
Dalcio Augusto Pedreira Junqueira Franco
Maria Jucilene Rodrigues Vieira da Silva
José Odálio dos Santos
Anderson Moura da Silva
INTRODUÇÃO
N
as últimas duas décadas, vimos uma mudança significativa na
forma de ofertar ensino superior no Brasil. A partir dos anos 2000
o Ministério da Educação (MEC) passou a promover o processo
de credenciamento de novos cursos e a abertura de novas vagas para in-
centivar o ingresso de mais alunos no ensino superior (REVISTA FORBES,
2015). Até o ano de 2006, as instituições de ensino superior, em sua maio-
ria, pertenciam a pessoas físicas ou a instituições sem fins lucrativos. Esse
cenário mudou a partir de 2007, quando grandes instituições privadas,
como Estácio de Sá e Kroton “Anhanguera”, tornaram-se companhias de
capital aberto.
1
Artigo aprovado e apresentado no XIV Congreso Iberoamericano de Control de Gestión
(CIBEC) 2020, em Sevilla.
152
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
153
7. ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO DE ÍNDICES CONTÁBEIS PARA EXPLICAR
O COMPORTAMENTO DO LUCRO OPERACIONAL (EBIT)
DALCIO AUGUSTO PEDREIRA JUNQUEIRA FRANCO • MARIA JUCILENE RODRIGUES VIEIRA DA SILVA
JOSÉ ODÁLIO DOS SANTOS • ANDERSON MOURA DA SILVA
154
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Iudícibus (2017), por sua vez, traz que o EBIT é um indicador utili-
zado de maneira ampla pelos usuários das demonstrações financeiras e
que vem sendo analisado desde a década de 1970 nos EUA e mais recen-
temente no Brasil, por conta da redução da inflação e do aquecimento
do mercado financeiro brasileiro. Nesse sentido, conceitua que:
Outra definição, dada por Alves e Farias (2017, p. 109), traz o EBIT
como medida de lucro:
155
7. ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO DE ÍNDICES CONTÁBEIS PARA EXPLICAR
O COMPORTAMENTO DO LUCRO OPERACIONAL (EBIT)
DALCIO AUGUSTO PEDREIRA JUNQUEIRA FRANCO • MARIA JUCILENE RODRIGUES VIEIRA DA SILVA
JOSÉ ODÁLIO DOS SANTOS • ANDERSON MOURA DA SILVA
Ativo Circulante
LC =
Passivo Circulante
156
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Passivo Total
A =
Patrimônio Líquido
Lucro Operacional
CJ =
Despesas Financeiras
157
7. ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO DE ÍNDICES CONTÁBEIS PARA EXPLICAR
O COMPORTAMENTO DO LUCRO OPERACIONAL (EBIT)
DALCIO AUGUSTO PEDREIRA JUNQUEIRA FRANCO • MARIA JUCILENE RODRIGUES VIEIRA DA SILVA
JOSÉ ODÁLIO DOS SANTOS • ANDERSON MOURA DA SILVA
EBIT
Indicador de cobertura dos juros e
= Pagamento do serviço da
do principal
dívida
158
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
159
7. ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO DE ÍNDICES CONTÁBEIS PARA EXPLICAR
O COMPORTAMENTO DO LUCRO OPERACIONAL (EBIT)
DALCIO AUGUSTO PEDREIRA JUNQUEIRA FRANCO • MARIA JUCILENE RODRIGUES VIEIRA DA SILVA
JOSÉ ODÁLIO DOS SANTOS • ANDERSON MOURA DA SILVA
Por tratar-se por endividamento, quanto menor for esse índice, me-
lhor. De todo modo, esse valor não deve ser considerado algo ruim, já que
as empresas, em maioria, necessitam de capitais de terceiros para com-
plemento do fluxo de caixa ou para investimentos que gerarão ganhos
futuros.
Lucro Líquido
ROE =
Patrimônio Líquido
160
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
PESQUISAS NACIONAIS
161
7. ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO DE ÍNDICES CONTÁBEIS PARA EXPLICAR
O COMPORTAMENTO DO LUCRO OPERACIONAL (EBIT)
DALCIO AUGUSTO PEDREIRA JUNQUEIRA FRANCO • MARIA JUCILENE RODRIGUES VIEIRA DA SILVA
JOSÉ ODÁLIO DOS SANTOS • ANDERSON MOURA DA SILVA
PESQUISAS INTERNACIONAIS
162
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
163
7. ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO DE ÍNDICES CONTÁBEIS PARA EXPLICAR
O COMPORTAMENTO DO LUCRO OPERACIONAL (EBIT)
DALCIO AUGUSTO PEDREIRA JUNQUEIRA FRANCO • MARIA JUCILENE RODRIGUES VIEIRA DA SILVA
JOSÉ ODÁLIO DOS SANTOS • ANDERSON MOURA DA SILVA
164
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
165
7. ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO DE ÍNDICES CONTÁBEIS PARA EXPLICAR
O COMPORTAMENTO DO LUCRO OPERACIONAL (EBIT)
DALCIO AUGUSTO PEDREIRA JUNQUEIRA FRANCO • MARIA JUCILENE RODRIGUES VIEIRA DA SILVA
JOSÉ ODÁLIO DOS SANTOS • ANDERSON MOURA DA SILVA
166
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Cob Cob
Margem Liquidez Margem PL Empréstimos
Período Alavancagem juros princ ROE
EBIT corrente Líquida Imob PC
c/ EBIT c/ EBIT
12/2009 0,0459 2,15 0,45 3,69 -0,11 0,0443 2,45 0,03 0,0236
12/2010 0,0476 2,8 0,37 3,33 -0,1 0,0957 2,78 0,01 0,0412
12/2011 0,0338 3,87 0,73 1,17 -0,07 0,0081 2,35 0,03 0,0039
12/2012 0,0797 2,64 0,75 1,88 -0,27 0,0406 2,4 0,07 0,0207
12/2013 0,1074 4,38 0,41 3,49 -0,07 0,1034 4,52 0,13 0,0297
12/2014 0,1431 3,7 0,47 2,62 -0,15 0,125 5,14 0,07 0,0341
12/2016 0,2042 1,55 0,7 2,77 1,32 0,1562 3,93 0,5 0,0509
12/2017 0,0087 1,97 0,45 0,17 -0,05 -0,0153 4,61 0,41 -0,0046
12/2018 0,0428 1,2 0,58 0,86 -4,33 0,0188 3,92 0,62 0,0063
167
7. ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO DE ÍNDICES CONTÁBEIS PARA EXPLICAR
O COMPORTAMENTO DO LUCRO OPERACIONAL (EBIT)
DALCIO AUGUSTO PEDREIRA JUNQUEIRA FRANCO • MARIA JUCILENE RODRIGUES VIEIRA DA SILVA
JOSÉ ODÁLIO DOS SANTOS • ANDERSON MOURA DA SILVA
Com isso, o sistema excluiu do modelo seis das oito variáveis inde-
pendentes, sendo elas: (i) o índice de liquidez Corrente, (ii) a cobertura juros
com EBIT, (iii) a cobertura do principal com EBIT, (iv) o patrimônio líquido so-
bre o imobilizado, (v) os empréstimos em relação ao passivo circulante e (vi)
a taxa de retorno do patrimônio líquido, o ROE. Foram validadas no modelo
apenas as variáveis independentes (i) Margem Líquida e (ii) Alavancagem.
As tabelas 2, 3, 4 e 5 apresentam os dados. Em seguida, eles são
analisados.
Collinearity Statistics
Model Tolerance VIF
1 (Constant)
Margem_Liq 1,000 1,000
2 (Constant)
Margem_Liq ,992 1,008
Alavancagem ,992 1,008
Fonte: Apresentado pelos autores com base no resultado obtido pelo SPSS.
Sum of Mean
Model df F Sig.
Squares Square
1 Regression ,025 1 ,025 31,881 ,000b
Residual ,006 8 ,001
Total ,031 9
2 Regression ,028 2 ,014 32,194 ,000c
Residual ,003 7 ,000
Total ,031 9
a
Dependent Variable: M_Ebit
b
Predictors: (Constant), Margem_Liq
c
Predictors: (Constant), Margem_Liq, Alavancagem
Fonte: Apresentado pelos autores com base no resultado obtido pelo SPSS.
168
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Change Statistics
Std. Error
Adjusted R Square
Model R R of The F Change
R Square Change
Estimate
1 ,894a ,799 ,774 ,0279699 ,799 31,881
2 ,950 b
,902 ,874 ,0209056 ,103 7,320
Unstandardized Stardardized
Coefficients Coefficients
169
7. ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO DE ÍNDICES CONTÁBEIS PARA EXPLICAR
O COMPORTAMENTO DO LUCRO OPERACIONAL (EBIT)
DALCIO AUGUSTO PEDREIRA JUNQUEIRA FRANCO • MARIA JUCILENE RODRIGUES VIEIRA DA SILVA
JOSÉ ODÁLIO DOS SANTOS • ANDERSON MOURA DA SILVA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O modelo aplicado nesta pesquisa poderia ser melhorado com a
inclusão de novas variáveis representativas de índices contábeis do se-
tor de atuação da empresa e da macroeconomia. Ele pode também ser
melhorado com testes em um período maior com distribuição de dados
trimestrais, já que a checagem foi feita com base em exercícios encer-
rados anualmente a partir da verificação de existência de lucro ou de
prejuízo, porque, para analisar dados trimestrais, devem-se levar em
consideração, por exemplo, sazonalidades. Nesse sentido, é necessário
170
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
171
7. ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO DE ÍNDICES CONTÁBEIS PARA EXPLICAR
O COMPORTAMENTO DO LUCRO OPERACIONAL (EBIT)
DALCIO AUGUSTO PEDREIRA JUNQUEIRA FRANCO • MARIA JUCILENE RODRIGUES VIEIRA DA SILVA
JOSÉ ODÁLIO DOS SANTOS • ANDERSON MOURA DA SILVA
172
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
173
7. ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO DE ÍNDICES CONTÁBEIS PARA EXPLICAR
O COMPORTAMENTO DO LUCRO OPERACIONAL (EBIT)
DALCIO AUGUSTO PEDREIRA JUNQUEIRA FRANCO • MARIA JUCILENE RODRIGUES VIEIRA DA SILVA
JOSÉ ODÁLIO DOS SANTOS • ANDERSON MOURA DA SILVA
174
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
CAPÍTULO OITO
Resumo
Para tratar do contexto da mulher no mercado de tra-
balho, é de interesse compreender a participação, os
avanços e os desafios que a mulher passa ao entrar no
mercado de trabalho e na profissão contábil. A pesqui-
sa contribuirá com o aprofundamento teórico sobre a
participação das mulheres inseridas no mercado de
trabalho, apresentando os desafios e a influência des-
sas mulheres no processo de aprimoramento social,
com base nas informações da ONU. A presente pesqui-
sa ocorreu de forma quantitativa, com a distribuição
de questionários para as profissionais de contabilida-
de, e de maneira qualitativa exploratória, após identi-
ficar o contexto teórico da entrada e a permanência
da mulher no mercado de trabalho na área contábil. A
análise foi realizada ao entrelaçar o aprofundamento
teórico com a apresentação da evolução da mulher na
ocupação dos espaços por meio dos dados estatísticos
das bases do Conselho Federal de Contabilidade e das
respostas das 42 pesquisadas categorizadas de acordo
com os desafios da profissão e as expectativas. Qua-
se metade das respondentes não teve problemas para
exercer a carreira e acredita que a profissão ainda é
desvalorizada pelo fato de o contador ser visto como
um cumpridor de obrigações. Além disso, consideram
que o ambiente corporativo é mais machista quando
comparado à área pública e acadêmica.
175
8
Mulher na contabilidade:
avanços, desafios e
perspectivas
Janaína Rute da Silva Dourado
Aline Mariane Dias
Patrícia Barbosa da Silva
INTRODUÇÃO
C
om o avanço da sociedade e a evolução do trabalho, por meio
de determinação e de manifestações, a Constituição Federal de
1988 trouxe às mulheres a conquista de alguns postos de traba-
lho, em diferentes segmentos e setores.
Nesse sentido, como objeto de estudo, tem-se a presença da mulher
no mercado de trabalho e sua inserção e permanência nas carreiras re-
lacionadas à área contábil. Trata-se de um tema amplamente abordado,
inclusive como destaque nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
(ODS), no qual está representado pelo quinto objetivo (registrado como
equidade de gênero), o que reflete, ainda, a necessidade de entrelaçar os
temas com o contexto histórico e com as novas demandas da sociedade
em torno da participação efetiva das mulheres.
Mesmo com alguns avanços e um considerável acesso ao mercado
de trabalho pelas mulheres, que torna marcante essa transformação no
mundo corporativo e essa inserção no ambiente acadêmico, ainda é pos-
sível observar a ausência da presença feminina nos postos de maior des-
taque ou de maior remuneração. Além disso, há inúmeras cobranças de
pré-requisitos em alguns cargos pelos quais o gênero oposto não passa,
tanto para o ambiente corporativo quanto para o acadêmico.
176
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
177
8. MULHER NA CONTABILIDADE: AVANÇOS, DESAFIOS
E PERSPECTIVAS
JANAÍNA RUTE DA SILVA DOURADO • ALINE MARIANE DIAS
PATRÍCIA BARBOSA DA SILVA
178
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
179
8. MULHER NA CONTABILIDADE: AVANÇOS, DESAFIOS
E PERSPECTIVAS
JANAÍNA RUTE DA SILVA DOURADO • ALINE MARIANE DIAS
PATRÍCIA BARBOSA DA SILVA
180
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
181
8. MULHER NA CONTABILIDADE: AVANÇOS, DESAFIOS
E PERSPECTIVAS
JANAÍNA RUTE DA SILVA DOURADO • ALINE MARIANE DIAS
PATRÍCIA BARBOSA DA SILVA
182
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
183
8. MULHER NA CONTABILIDADE: AVANÇOS, DESAFIOS
E PERSPECTIVAS
JANAÍNA RUTE DA SILVA DOURADO • ALINE MARIANE DIAS
PATRÍCIA BARBOSA DA SILVA
184
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Áreas Significado
prioritárias
Garantir a efetivação da participação das mulheres e a
Liderança e igualdade de oportunidades de liderança em todos os ní-
participação veis de tomada de decisão na vida econômica, política,
econômica e pública, adotando o fortalecimento de po-
política das líticas sólidas e legislações aplicáveis para o estímulo da
mulheres igualdade de gênero e o empoderamento de meninas e
mulheres em todos os níveis globais.
Em uma visão ampla, os direitos sociais e econômicos das
mulheres são os conjuntos de direitos que menos avança-
ram no mundo nos últimos anos. No Brasil, por questões
da forte presença do sexismo e racismo, existe uma grande
Empoderamento desigualdade social que vulnerabilizam as condições de
econômico vida das mulheres. Existem vários fatores que fazem com
que as mulheres permaneçam no âmbito da desigualda-
de social. Justamente por isso, nos últimos anos, foi criada
uma série de políticas econômicas e sociais que impulsio-
nam o avanço das mulheres brasileiras.
185
8. MULHER NA CONTABILIDADE: AVANÇOS, DESAFIOS
E PERSPECTIVAS
JANAÍNA RUTE DA SILVA DOURADO • ALINE MARIANE DIAS
PATRÍCIA BARBOSA DA SILVA
Áreas Significado
prioritárias
A prevenção da violência à mulher deve ocorrer em pri-
meiro lugar. O ideal é que seja combatida por completo
Fim da violência para que não aconteça, mas, quando acontece, os serviços
essenciais devem atender às necessidades das meninas e
contra mulheres
mulheres. A justiça tem o dever de ser implacável na de-
e meninas fesa de seus direitos, o que passa também pelo cuidado e
a humanização na acolhida delas, sem submetê-las a mais
uma violência, dessa vez institucional.
Transversalidade de gênero e projetos temáticos, que pro-
movem ações chaves para a implementação da igualdade
Normas globais e de gênero. Articulação para promover apoio coordenado
regionais às iniciativas da sociedade civil, o que está relacionado
com o apoio às coordenadas respostas civis que chegam
até as nações unidas.
Foi reconhecido pela comunidade internacional que é ne-
cessária e fundamental a participação das mulheres para
Paz e segurança alcançar e manter a paz. Mostra-se que, se derem a opor-
tunidade de manifestação das opiniões, elas podem fazer
muito mais em prol da paz e segurança mundial.
186
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Áreas
Significado
prioritárias
187
8. MULHER NA CONTABILIDADE: AVANÇOS, DESAFIOS
E PERSPECTIVAS
JANAÍNA RUTE DA SILVA DOURADO • ALINE MARIANE DIAS
PATRÍCIA BARBOSA DA SILVA
Áreas
Significado
prioritárias
8.5. METODOLOGIA
A metodologia utilizada ocorreu primeiro pela pesquisa documental,
de forma que o levantamento teórico dos principais conceitos que circun-
dam a mulher na sociedade e os principais impactos, desafios e avanços da
presença dela procurou verificar o significado e as consequências dessas
possibilidades e dificuldades de acesso na academia e no mundo corpora-
tivo. Relacionou, assim, as perspectivas efetivas de permanência e as rever-
berações advindas de suas competências. Para a pesquisa documental, na
medida em que se organizam informações que estão dispersas e separadas,
é possível que elas sirvam como consulta em estudos futuros. Nesse sentido:
188
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
189
8. MULHER NA CONTABILIDADE: AVANÇOS, DESAFIOS
E PERSPECTIVAS
JANAÍNA RUTE DA SILVA DOURADO • ALINE MARIANE DIAS
PATRÍCIA BARBOSA DA SILVA
190
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
191
8. MULHER NA CONTABILIDADE: AVANÇOS, DESAFIOS
E PERSPECTIVAS
JANAÍNA RUTE DA SILVA DOURADO • ALINE MARIANE DIAS
PATRÍCIA BARBOSA DA SILVA
192
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
193
8. MULHER NA CONTABILIDADE: AVANÇOS, DESAFIOS
E PERSPECTIVAS
JANAÍNA RUTE DA SILVA DOURADO • ALINE MARIANE DIAS
PATRÍCIA BARBOSA DA SILVA
194
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
195
8. MULHER NA CONTABILIDADE: AVANÇOS, DESAFIOS
E PERSPECTIVAS
JANAÍNA RUTE DA SILVA DOURADO • ALINE MARIANE DIAS
PATRÍCIA BARBOSA DA SILVA
196
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
197
8. MULHER NA CONTABILIDADE: AVANÇOS, DESAFIOS
E PERSPECTIVAS
JANAÍNA RUTE DA SILVA DOURADO • ALINE MARIANE DIAS
PATRÍCIA BARBOSA DA SILVA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com as análises realizadas, levando em consideração o aprofun-
damento teórico e unindo a base de informações disponibilizadas pelo
CFC, foi possível coletar e compreender percentuais de gênero por re-
gião, estados e categorias, como bacharéis e técnicas. Nesse sentido,
constata-se que a maior quantidade de registro de contadoras que de
contadores somente acontece na região Norte do país.
Uma constatação importante é o fato de a base de dados aberta do
CFC não possuir o recorte de raça para os profissionais de contabilida-
de, independente do gênero. Esse levantamento é importante quando
se percebe que a maior parte da população brasileira, segundo o último
censo, se autointitula negra (pretos e pardos, para o IBGE), ou seja, é
fundamental compreender quantos deles são negros e negras, tendo em
em consideração a teoria da interseccionalidade.
Em relação à pesquisa realizada entre as profissionais de contabilidade,
a qual passou, inclusive, pela validação do CFC (e este pode, por sua vez, utili-
zá-la), ainda é possível identificar, após os critérios de análise, algumas situa-
ções capazes de impactar a carreira da contadora no ambiente corporativo,
uma vez que, do grupo que participou da pesquisa, 47,6% são graduadas,
33,3% são especializadas na área contábil e apenas 19% são mestres.
A conciliação na profissão contábil dentro do ambiente corporativo
traz complexidade ao crescimento na carreira, a exemplo da docência
em cargos de destaque, por demandar mais quantidade de pré-requisi-
tos em relação ao gênero oposto.
Para conciliar áreas distintas, profissional, familiar e acadêmica, nas
realizações pessoais, em geral as mulheres optam por serem proprietá-
rias de escritórios contábeis, uma vez que por inúmeras situações revela-
das na presente pesquisa, têm dificuldades de permanecer nas empresas.
Pelas demandas profissionais e particulares e pela assunção de
inúmeros papéis sociais, elas dificilmente se aprofundam na área da
pesquisa ou da publicação de artigos acadêmicos científicos. Isso foi
198
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
199
8. MULHER NA CONTABILIDADE: AVANÇOS, DESAFIOS
E PERSPECTIVAS
JANAÍNA RUTE DA SILVA DOURADO • ALINE MARIANE DIAS
PATRÍCIA BARBOSA DA SILVA
<https://eaesp.fgv.br/centros/nucleo-estudos-organiza-
coes-e-pessoas/projetos/gender-work-and-organization-
-south-american-workshop>. Acesso em: 30 out. 2020.
200
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
201
8. MULHER NA CONTABILIDADE: AVANÇOS, DESAFIOS
E PERSPECTIVAS
JANAÍNA RUTE DA SILVA DOURADO • ALINE MARIANE DIAS
PATRÍCIA BARBOSA DA SILVA
202
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
203
9
Gestão de finanças e custos em
crises: reflexões para superar a
pandemia do século XXI
Antonio Robles Junior
Laura Pereira Robles
INTRODUÇÃO
A
o liderar uma empresa, é bom refletir acerca da situação atual
do mundo globalizado, do país, da sua região e da empresa, du-
rante e após a pandemia. Os fatos e as soluções da atualidade
ocorrem cada vez mais rapidamente e isso se faz necessário. Para tanto, é
de bom alvitre elencar algumas das questões e decidir possíveis soluções
que se devem empreender. Os modelos e os relacionamentos de trabalho
mudaram, o jeito de cumprimentar uma pessoa querida mudou, nosso
comportamento em casa e nas ruas mudou. Tudo é veloz e diferente do
que existiu pouco tempo atrás e do que se conhece. O medo surgiu e per-
manece! O governo deverá atender às prioridades no período. Estimular
projetos e atividades torna-se relevante para a saúde e a economia. Tudo
isso conduz a mudanças de hábitos e prioridades de consumo das pessoas.
Com a pandemia, a desigualdade social ficou e ficará mais acentuada, nes-
te ano e nos próximos também. No Brasil, criou-se uma desorganização
governamental entre a federação, estados e municípios. Infelizmente, os
programas sociais e humanizadores adequados não existem para restau-
rar o clima desesperador. Os que se instalaram foram pífios e inseguros e
provocaram filas e aglomerações. Muitos erros foram cometidos, devido
à má comunicação, à confusão e aos conflitos em meio à pandemia: o
204
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
205
9. GESTÃO DE FINANÇAS E CUSTOS EM CRISES: REFLEXÕES PARA SUPERAR A
PANDEMIA DO SÉCULO XXI
ANTONIO ROBLES JUNIOR • LAURA PEREIRA ROBLES
206
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
207
9. GESTÃO DE FINANÇAS E CUSTOS EM CRISES: REFLEXÕES PARA SUPERAR A
PANDEMIA DO SÉCULO XXI
ANTONIO ROBLES JUNIOR • LAURA PEREIRA ROBLES
208
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
209
9. GESTÃO DE FINANÇAS E CUSTOS EM CRISES: REFLEXÕES PARA SUPERAR A
PANDEMIA DO SÉCULO XXI
ANTONIO ROBLES JUNIOR • LAURA PEREIRA ROBLES
210
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
211
9. GESTÃO DE FINANÇAS E CUSTOS EM CRISES: REFLEXÕES PARA SUPERAR A
PANDEMIA DO SÉCULO XXI
ANTONIO ROBLES JUNIOR • LAURA PEREIRA ROBLES
212
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Caixa 09 (9., 15., 19., 22., 28., 35., 39., 40. e 43.)
Custos 07 (7., 18., 27., 30., 31., 32. e 33.)
Avaliação 04 (8., 9., 10., e 11.)
Recursos 04. (18., 21., 26. e 37.
Pagamentos 04 (2.,12.,24. e 45.)
Capital 02 (17. e 37.)
Eficiência 01 (18.)
Fonte: Os autores.
213
9. GESTÃO DE FINANÇAS E CUSTOS EM CRISES: REFLEXÕES PARA SUPERAR A
PANDEMIA DO SÉCULO XXI
ANTONIO ROBLES JUNIOR • LAURA PEREIRA ROBLES
214
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
215
9. GESTÃO DE FINANÇAS E CUSTOS EM CRISES: REFLEXÕES PARA SUPERAR A
PANDEMIA DO SÉCULO XXI
ANTONIO ROBLES JUNIOR • LAURA PEREIRA ROBLES
216
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
217
9. GESTÃO DE FINANÇAS E CUSTOS EM CRISES: REFLEXÕES PARA SUPERAR A
PANDEMIA DO SÉCULO XXI
ANTONIO ROBLES JUNIOR • LAURA PEREIRA ROBLES
218
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
219
9. GESTÃO DE FINANÇAS E CUSTOS EM CRISES: REFLEXÕES PARA SUPERAR A
PANDEMIA DO SÉCULO XXI
ANTONIO ROBLES JUNIOR • LAURA PEREIRA ROBLES
220
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Planejamento e
10 ( 55., 56., 60., 61., 66., 68., 69., 76., 77., 80.)
métodos
Custos 07 (52., 53., 59., 60., 63., 73. e 76.)
221
9. GESTÃO DE FINANÇAS E CUSTOS EM CRISES: REFLEXÕES PARA SUPERAR A
PANDEMIA DO SÉCULO XXI
ANTONIO ROBLES JUNIOR • LAURA PEREIRA ROBLES
Fonte: Os autores.
222
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
223
9. GESTÃO DE FINANÇAS E CUSTOS EM CRISES: REFLEXÕES PARA SUPERAR A
PANDEMIA DO SÉCULO XXI
ANTONIO ROBLES JUNIOR • LAURA PEREIRA ROBLES
224
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
225
9. GESTÃO DE FINANÇAS E CUSTOS EM CRISES: REFLEXÕES PARA SUPERAR A
PANDEMIA DO SÉCULO XXI
ANTONIO ROBLES JUNIOR • LAURA PEREIRA ROBLES
226
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
227
9. GESTÃO DE FINANÇAS E CUSTOS EM CRISES: REFLEXÕES PARA SUPERAR A
PANDEMIA DO SÉCULO XXI
ANTONIO ROBLES JUNIOR • LAURA PEREIRA ROBLES
228
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
229
9. GESTÃO DE FINANÇAS E CUSTOS EM CRISES: REFLEXÕES PARA SUPERAR A
PANDEMIA DO SÉCULO XXI
ANTONIO ROBLES JUNIOR • LAURA PEREIRA ROBLES
230
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
231
9. GESTÃO DE FINANÇAS E CUSTOS EM CRISES: REFLEXÕES PARA SUPERAR A
PANDEMIA DO SÉCULO XXI
ANTONIO ROBLES JUNIOR • LAURA PEREIRA ROBLES
232
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
233
9. GESTÃO DE FINANÇAS E CUSTOS EM CRISES: REFLEXÕES PARA SUPERAR A PANDE-
MIA DO SÉCULO XXI
ANTONIO ROBLES JUNIOR • LAURA PEREIRA ROBLES
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A gestão financeira e a análise de custos são as melhores soluções
para o sucesso empresarial, embora existam inúmeras estratégias para
o crescimento e lucratividade. Além disso, considera-se essencial a aná-
lise de custos por sobressair a outras e contar com ferramentas moder-
nas, como os métodos de custeio baseado em atividades, de custo-meta,
de lean cost accounting.
Saber analisar os custos significa conseguir gastar menos e lucrar
mais. Uma empresa que verifica o contrário, ou seja, gasta mais e lucra
menos, não está tendo uma boa análise de custos, portanto vale refor-
çar o conhecimento e a aplicação da gestão estratégica de custos no
próprio negócio.
Saber gerenciar e usar os custos estrategicamente revela a com-
pressão de muitos fatores de uma organização. Com um bom gerencia-
mento, a organização tem maior controle dos gastos e das áreas onde
pode investir e eliminar desperdícios, entre outras ações.
Então, a gestão estratégica de custos deve ser vista como instrumento
para fornecer dados à gestão empresarial e reunir e organizar, conforme
as diretrizes da alta administração, todas as informações pertinentes ao
234
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
235
9. GESTÃO DE FINANÇAS E CUSTOS EM CRISES: REFLEXÕES PARA SUPERAR A PANDE-
MIA DO SÉCULO XXI
ANTONIO ROBLES JUNIOR • LAURA PEREIRA ROBLES
236
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
237
9. GESTÃO DE FINANÇAS E CUSTOS EM CRISES: REFLEXÕES PARA SUPERAR A PANDE-
MIA DO SÉCULO XXI
ANTONIO ROBLES JUNIOR • LAURA PEREIRA ROBLES
238
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
239
9. GESTÃO DE FINANÇAS E CUSTOS EM CRISES: REFLEXÕES PARA SUPERAR A PANDE-
MIA DO SÉCULO XXI
ANTONIO ROBLES JUNIOR • LAURA PEREIRA ROBLES
240
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
241
CAPÍTULO DEZ
Resumo
A Estrutura Conceitual não é uma norma, e sim um
conjunto de conceitos que guia e fornece orientações
aos preparadores das demonstrações financeiras. O
presente artigo visa a resumir o assunto da Estrutura
Conceitual, a partir da representação de uma expres-
são média das várias estruturas concebidas pelo IASB,
por exemplo, nos aspectos fundamentais delas, sem se
deter nas pequenas diferenças entre as várias versões,
R1, R2, etc. O texto aborda ainda os objetivos das de-
monstrações financeiras, aspectos qualitativos das de-
monstrações contábeis, bem como suas apresentações
e divulgações. Por fim, apresenta um pouco da regula-
ção do ambiente contábil.
Estrutura conceitual
da contabilidade:
condensação e
simplificação
242
242
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
10
Estrutura conceitual da
contabilidade: condensação
e simplificação
Sérgio de Iudícibus
Raquel Bandoni
Daniel Tonsic de Araujo
Adriana Rodrigues Balardim
Ana Paula Correia Lacanna
Luis Carlos Cerresi
José Carlos Marion
INTRODUÇÃO
U
ma Estrutura Conceitual Básica (teórica ou regulatória) é um
conjunto abrangente de conceitos para a preparação de relató-
rios financeiros que define o objetivo dos relatórios financeiros
e as características qualitativas da informação financeira útil, além de
discorrer sobre a entidade que divulga as informações financeiras e a
abrangência dela. A estrutura conceitual também traz definições de ati-
vo, passivo, patrimônio líquido, receitas e despesas, assim como os crité-
rios de reconhecimento de ativos e passivos nos relatórios financeiros e
um guia de quando removê-los (“derecognition”), as bases de mensura-
ção e a orientação sobre quando usá-las. Orienta também sobre a apre-
sentação e divulgação de informações financeiras.
A Estrutura Conceitual Básica em si não é uma norma ou um pro-
nunciamento contábil emitido por órgãos reguladores. É apenas um
guia que fornece conceitos e orientações para a tomada de decisões que
envolvam os aspectos contábeis para a apuração dos relatórios de infor-
mações financeiras.
243
10. ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE: CONDENSAÇÃO E SIMPLIFICAÇÃO
SÉRGIO DE IUDÍCIBUS • RAQUEL BANDONI • DANIEL TONSIC DE ARAUJO • ADRIANA RODRIGUES BALARDIM
ANA PAULA CORREIA LACANNA • LUIS CARLOS CERRESI • JOSÉ CARLOS MARION
244
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
245
10. ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE: CONDENSAÇÃO E SIMPLIFICAÇÃO
SÉRGIO DE IUDÍCIBUS • RAQUEL BANDONI • DANIEL TONSIC DE ARAUJO • ADRIANA RODRIGUES BALARDIM
ANA PAULA CORREIA LACANNA • LUIS CARLOS CERRESI • JOSÉ CARLOS MARION
246
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Se o arcabouço conceitual não faz com que esta seja sentida, a infor-
mação em si não será comparável de período a um período dentro da
mesma entidade ou entre entidades distintas.
A verificabilidade, ou capacidade de verificação, como descrito no
pronunciamento, permite que diferentes usuários possam chegar a um
consenso de que as informações são fidedignas ao analisarem as de-
monstrações financeiras. A verificação poderá ser direta, por meio da
contagem do dinheiro, por exemplo, ou de forma indireta, por meio de
modelos, fórmulas ou outras técnicas.
A tempestividade se refere ao timing, ou seja, ao como e quando são
fornecidas as informações aos usuários. Assim, de pouco adianta apre-
sentar demonstrações contábeis absolutamente perfeitas no que diz res-
peito a uma entidade governamental, por exemplo, se elas revelam um
atraso de seis meses do período ao qual se referem. Existe, por contraste,
a intempestividade, que consiste em apresentar informações antes da
necessidade, mesmo que, para isso, sejam extremamente simplificadas,
como certos relatórios que as subsidiárias remetem às matrizes, quan-
do a dose de distanciamento da realidade é muito grande. Ainda assim,
nesses casos, eles podem ser úteis.
A compreensibilidade ou inteligibilidade é a qualidade de a
informação ser facilmente entendida pelos usuários. Para utilizar uma
informação, o usuário precisa, primeiro, entender o que significa. Deve-
se tomar cuidado, todavia, com o fato de alguns autores atribuírem ao
termo compreensibilidade o sentido de abrangente e integral.
247
10. ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE: CONDENSAÇÃO E SIMPLIFICAÇÃO
SÉRGIO DE IUDÍCIBUS • RAQUEL BANDONI • DANIEL TONSIC DE ARAUJO • ADRIANA RODRIGUES BALARDIM
ANA PAULA CORREIA LACANNA • LUIS CARLOS CERRESI • JOSÉ CARLOS MARION
248
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
249
10. ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE: CONDENSAÇÃO E SIMPLIFICAÇÃO
SÉRGIO DE IUDÍCIBUS • RAQUEL BANDONI • DANIEL TONSIC DE ARAUJO • ADRIANA RODRIGUES BALARDIM
ANA PAULA CORREIA LACANNA • LUIS CARLOS CERRESI • JOSÉ CARLOS MARION
250
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Componentes
Estados Unidos Brasil
de Análises
Impostas por diretrizes
internacionais.
Pressão da sociedade civil. Reflexo das Reformas de
Origem das Crise do Capitalismo. privatização e liberalização.
reformas Teorias econômicas e Concepção Unilateral pelo
ideologias favoráveis Ministério da Administração
Federal e Reforma do Estado
(MARE)
251
10. ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE: CONDENSAÇÃO E SIMPLIFICAÇÃO
SÉRGIO DE IUDÍCIBUS • RAQUEL BANDONI • DANIEL TONSIC DE ARAUJO • ADRIANA RODRIGUES BALARDIM
ANA PAULA CORREIA LACANNA • LUIS CARLOS CERRESI • JOSÉ CARLOS MARION
Componentes
Estados Unidos Brasil
de Análises
Materializa-se na redução
Materializa-se na proliferação
Reforma de comissões e entidades
de agências de natureza
Regulatória institucionalizadas para
independente.
esse fim.
Os mesmos mecanismos.
Mecanismos Reconhecimento da Os mesmos mecanismos baseiam-
para assegurar a impossibilidade do se no pressuposto do insulamento
independência insulamento político e político e econômico.
econômico.
252
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
253
10. ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE: CONDENSAÇÃO E SIMPLIFICAÇÃO
SÉRGIO DE IUDÍCIBUS • RAQUEL BANDONI • DANIEL TONSIC DE ARAUJO • ADRIANA RODRIGUES BALARDIM
ANA PAULA CORREIA LACANNA • LUIS CARLOS CERRESI • JOSÉ CARLOS MARION
c) Spillovers (Externalities)
Os spillovers são gastos adicionais em um sistema de produção
que não são inseridos no custo ou no preço do produto
disponibilizado. Tais custos são excesso de consumo de recur-
sos. Os autores exemplificam um caso de spillover como na pro-
dução de pneus, na qual a produção não reflete o custo para a
sociedade no tratamento de afluentes que possam ser contami-
nados na produção. Nesse caso, a regulação terá o papel de con-
trolar ou de eliminar esses gastos extras, de maneira a obrigar
entidades a internalizarem o custo.
E) Problemas informacionais
Mercados competitivos só funcionam à medida que os consu-
midores são suficientemente munidos de informações, de tal
forma que possam avaliar o produto que desejam consumir. A
questão é que prover informações requer a aplicação de recur-
sos por parte das empresas.
Nesse aspecto, o regulador deve atentar-se para o fato de que,
254
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
255
10. ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE: CONDENSAÇÃO E SIMPLIFICAÇÃO
SÉRGIO DE IUDÍCIBUS • RAQUEL BANDONI • DANIEL TONSIC DE ARAUJO • ADRIANA RODRIGUES BALARDIM
ANA PAULA CORREIA LACANNA • LUIS CARLOS CERRESI • JOSÉ CARLOS MARION
• Teoria da Captura; e
• Teoria econômica da regulação.
256
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
257
10. ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE: CONDENSAÇÃO E SIMPLIFICAÇÃO
SÉRGIO DE IUDÍCIBUS • RAQUEL BANDONI • DANIEL TONSIC DE ARAUJO • ADRIANA RODRIGUES BALARDIM
ANA PAULA CORREIA LACANNA • LUIS CARLOS CERRESI • JOSÉ CARLOS MARION
258
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
259
10. ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE: CONDENSAÇÃO E SIMPLIFICAÇÃO
SÉRGIO DE IUDÍCIBUS • RAQUEL BANDONI • DANIEL TONSIC DE ARAUJO • ADRIANA RODRIGUES BALARDIM
ANA PAULA CORREIA LACANNA • LUIS CARLOS CERRESI • JOSÉ CARLOS MARION
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho é uma contribuição à análise da Estrutura Con-
ceitual, objetivo das demonstrações contábeis e a importância delas.
Para isso, apresenta conceitos da teoria da contabilidade e repassa as
várias estruturas concebidas em diferentes aspectos pelo IASB. Os efei-
tos da normatização/regulação contábil no Brasil, por meio do IASB/CPC,
apesar das grandes dificuldades que as empresas encontraram para ob-
servá-la, tem sido favorável, pode-se dizer numa análise simplificada e
inicial, o que aumenta a qualidade das informações contábeis e coloca o
Brasil numa posição de realce no mundo contábil.
260
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
261
10. ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE: CONDENSAÇÃO E SIMPLIFICAÇÃO
ADRIANA RODRIGUES BALARDIM • ANA PAULA CORREIA LACANNA • DANIEL TONSIC DE ARAUJO • JOSÉ CARLOS MARION
LUIS CARLOS CERRESI • RAQUEL BANDONI• SÉRGIO DE IUDÍCIBUS
262
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
______. Essência sobre a forma e o valor justo: duas faces da mesma moeda.
In:MOSQUERA, R. Q.; LOPES, A. B. (coord). Controvérsias jurídico-con-
tábeis (aproximações e distanciamentos). São Paulo: Dialética, 2010.
263
10. ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE: CONDENSAÇÃO E SIMPLIFICAÇÃO
ADRIANA RODRIGUES BALARDIM • ANA PAULA CORREIA LACANNA • DANIEL TONSIC DE ARAUJO • JOSÉ CARLOS MARION
LUIS CARLOS CERRESI • RAQUEL BANDONI• SÉRGIO DE IUDÍCIBUS
264
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
CAPÍTULO ONZE
Resumo
O setor varejista encontra-se em um ambiente com-
petitivo, com instabilidade de clientes e com avanços
tecnológicos. Por essa razão, torna-se importante cui-
dar do estoque, haja vista que este é um ativo valioso
no setor varejista e representa um volumoso investi-
mento. Diante desse cenário, faz-se necessário mensu-
rar divergências no estoque, bem como promover-lhe
benfeitorias e o seu aperfeiçoamento. O objetivo desta
análise é empregar o indicador de acuracidade sobre
o estoque, com a finalidade de mensurar a divergência
financeira da acuracidade do estoque sobre os pro-
dutos relacionados à curva ABC. A pesquisa apurou
informações quantitativas relativa à acuracidade dos
produtos pertencentes à curva ABC sobre o estoque no
tocante a uma empresa sediada no interior do estado
de São Paulo. Desse modo, aponta-se a divergência fi-
nanceira pela falta de acuracidade do estoque nos pro-
dutos da curva ABC. Concluiu-se pela importância da
manutenção mais próxima possível entre a acuracida-
de do estoque e a realidade, de modo a evitar, assim,
prejuízo financeiro decorrente da falta e/ou da perda
de produtos.
Indicador de
Palavras-chave: Estoque varejista. Indicador de acu-
acuracidade sobre
estoque varejista racidade. Curva ABC.
de supermercado:
mensuração
da divergência
financeira sobre
os produtos da
curva ABC
265
11
Indicador de acuracidade
sobre estoque varejista de
supermercado: mensuração da
divergência financeira sobre os
produtos da curva ABC
Sérgio José Istatari
Neusa Maria Bastos Fernandes dos Santos
Valério Vitor Bonelli
Marcos Reinaldo Severino Peters
INTRODUÇÃO
O
setor varejista tem contribuído de maneira significativa para a
economia brasileira. Esse segmento gerou 47,30% das riquezas
no país no ano de 2017 (VAREJO S.A., 2017). O contexto opera-
cional do setor varejista de supermercados tem apresentado um cenário
farto de ocorrências que invariavelmente influenciam o segmento. A es-
tabilização da moeda, que se deu por meio da implantação do Plano Real
no Brasil no ano de 1994, permitiu a ampliação de empresas do mesmo
segmento, de modo a promover a redução do ganho esperado pelos em-
presários do setor varejista de supermercados. Não sendo o suficiente, há
outros fatores importantes que têm deixado o segmento mais turbulento
e competitivo, como é o caso da globalização de mercados, inovações de
produtos, produtos obsoletos e instabilidade da carteira de clientes.
Verifica-se, portanto, que o segmento varejista vem sofrendo em razão
dessas turbulências e as empresas lutam todos os dias para se manter no
266
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
267
11. INDICADOR DE ACURACIDADE SOBRE ESTOQUE VAREJISTA
DE SUPERMERCADO
SÉRGIO JOSÉ ISTATARI • NEUSA MARIA BASTOS FERNANDES DOS SANTOS • VALÉRIO VITOR BONELLI
MARCOS REINALDO SEVERINO PETERS
268
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
269
11. INDICADOR DE ACURACIDADE SOBRE ESTOQUE VAREJISTA
DE SUPERMERCADO
SÉRGIO JOSÉ ISTATARI • NEUSA MARIA BASTOS FERNANDES DOS SANTOS • VALÉRIO VITOR BONELLI
MARCOS REINALDO SEVERINO PETERS
270
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
271
11. INDICADOR DE ACURACIDADE SOBRE ESTOQUE VAREJISTA
DE SUPERMERCADO
SÉRGIO JOSÉ ISTATARI • NEUSA MARIA BASTOS FERNANDES DOS SANTOS • VALÉRIO VITOR BONELLI
MARCOS REINALDO SEVERINO PETERS
Durante a transição dos anos 1990 para o novo século, esse processo
se deu de modo muito intenso, tanto devido à incorporação de várias redes
nacionais pelas estrangeiras, como também à aquisição daquelas de peque-
no e médio porte pelas redes nacionais maiores, o que resultou, portanto,
em uma mudança estrutural do mercado, com a presença de maiores con-
centrações nessa área de varejo (GHISI; CAMARGO; MARTINELLI, 2003).
Ademais, Rojo (1998) classifica as lojas que comercializam alimentos
em tradicionais e autosserviços, sendo as últimas aquelas caracterizadas por
comercializarem alimentos, por exporem de maneira acessível a maioria
dos produtos – o que permite, assim, que os fregueses se autossirvam –, por
disponibilizarem aos clientes carrinhos e cestas e, principalmente, por pos-
suírem o check-out, isto é, um balcão com uma caixa registradora ou qual-
quer outro equipamento que permita a soma e a conferência das compras.
272
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
11.1.4 Indicadores
Conforme apontam Fischmann e Zilber (2000, p. 9), indicadores são
“[...] instrumentos capazes de auxiliar na definição do planejamento es-
tratégico e na consequente determinação das estratégias empresariais”.
Os autores destacam, ainda, que indicadores “[...] permitem verificar a
propriedade com que as decisões foram tomadas e, eventualmente, corri-
gir e readequar o processo vigente de gestão”. Dessa forma, sem indicado-
res de desempenho apropriados, os gerentes não conseguem avaliar, de
maneira adequada, o desempenho da organização, ou mesmo comparar
a performance com a dos competidores (DAVIS; AQUILINO; CHASE, 2001).
Martins (2004, p. 1) relata que a utilização de indicadores de desem-
penho “[...] relaciona-se diretamente com a entrega de valor ao cliente
e com o desempenho global da organização, alinhando e permitindo
melhorar os propósitos de todas as pessoas afetadas pelos negócios”. O
referido autor complementa seu raciocínio ao salientar que “os indica-
dores são ferramentas centrais por permitirem um acompanhamento
das principais variáveis de interesse da empresa e por possibilitar o pla-
nejamento de ações visando melhorias de desempenho”.
Na perspectiva de Paula e Ichikawa (2002, p. 1), “ter indicadores é
como ter instrumentos de planejamento, gerenciamento e controle dos
processos das organizações”. Já Holanda (2007, p. 30) menciona que “os
indicadores de desempenho fazem parte do sistema de gerenciamento
da performance empresarial. E são informações qualitativas e quantita-
tivas que permitem avaliar o desempenho da empresa e seus objetivos”.
273
11. INDICADOR DE ACURACIDADE SOBRE ESTOQUE VAREJISTA
DE SUPERMERCADO
SÉRGIO JOSÉ ISTATARI • NEUSA MARIA BASTOS FERNANDES DOS SANTOS • VALÉRIO VITOR BONELLI
MARCOS REINALDO SEVERINO PETERS
274
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
11.2. METODOLOGIA
A metodologia se interessa pela validade do caminho escolhido para
chegar à finalidade proposta por uma pesquisa. Não deve ser confundida,
portanto, com o conteúdo que possui (teoria), tampouco com os procedimen-
tos (métodos e técnicas a serem utilizados na pesquisa). Dessa forma, a meto-
dologia vai além da descrição dos procedimentos, pois deve indicar a escolha
teórica realizada pelo pesquisador na abordagem do objeto de estudo.
275
11. INDICADOR DE ACURACIDADE SOBRE ESTOQUE VAREJISTA
DE SUPERMERCADO
SÉRGIO JOSÉ ISTATARI • NEUSA MARIA BASTOS FERNANDES DOS SANTOS • VALÉRIO VITOR BONELLI
MARCOS REINALDO SEVERINO PETERS
11.3. RESULTADOS
Após a fase de coleta de dados, as informações obtidas foram proje-
tadas na Curva ABC, conforme demonstra o Gráfico 1 – Curva ABC. Pos-
teriormente, aplicou-se a fórmula do Indicador de Acuracidade do Es-
toque somente dos produtos que compõem os itens da Curva ABC, para
276
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
277
11. INDICADOR DE ACURACIDADE SOBRE ESTOQUE VAREJISTA
DE SUPERMERCADO
SÉRGIO JOSÉ ISTATARI • NEUSA MARIA BASTOS FERNANDES DOS SANTOS • VALÉRIO VITOR BONELLI
MARCOS REINALDO SEVERINO PETERS
278
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
279
11. INDICADOR DE ACURACIDADE SOBRE ESTOQUE VAREJISTA
DE SUPERMERCADO
SÉRGIO JOSÉ ISTATARI • NEUSA MARIA BASTOS FERNANDES DOS SANTOS • VALÉRIO VITOR BONELLI
MARCOS REINALDO SEVERINO PETERS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo de caso, foi observado que o Indicador de Acuracidade
configura uma valiosa contribuição no sentido de estimar a falta de acu-
racidade do estoque e de promover, ainda, a mensuração do prejuízo
financeiro decorrente da falta dessa acuracidade.
Com base nas informações obtidas por meio dos indicadores, foi
possível relatar a real situação do estoque da empresa, de modo a poder
evidenciar que na empresa algo equivocado vem ocorrendo, interna ou
externamente, o que acarreta a consequência de o estoque não apresen-
tar a devida acuracidade. Tal como verificado por meio do estudo de caso,
a empresa pesquisada necessita de melhorias de acuracidade no estoque,
a fim de reduzir a perda do faturamento e de evitar outros prejuízos não
financeiros que podem ser gerados em razão da falta de produtos no esto-
que. Na prática, manter uma acuracidade de 100% sobre o estoque é uma
ação pouco provável, contudo deve ser adotado um grau tolerável de erro
entre as quantidades física no estoque e no sistema de gestão.
Em virtude de terem sido analisados os produtos que mais impactam
no faturamento dessa empresa, importa que sejam tomadas medidas rigo-
rosas para corrigir a falta de acuracidade. Como visto, com base na classi-
ficação ABC, os itens com valores mais altos devem ter um maior acompa-
nhamento durante o ano, bem como devem ser contabilizados mais vezes.
Levando-se em consideração as mudanças que ocorrem no seg-
mento varejista, bem como os cenários da concorrência, o foco deve
abranger a empresa como um todo, a fim de preservar grande parte do
ativo que é considerado o estoque de mercadorias, além de promover
o atendimento e a satisfação dos clientes. Tudo isso gerará resultados
positivos para a empresa.
280
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
Atlas, 2001.
281
11. INDICADOR DE ACURACIDADE SOBRE ESTOQUE VAREJISTA
DE SUPERMERCADO
SÉRGIO JOSÉ ISTATARI • NEUSA MARIA BASTOS FERNANDES DOS SANTOS • VALÉRIO VITOR BONELLI
MARCOS REINALDO SEVERINO PETERS
282
PESQUISAS EM CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
283
Os Autores
Adriana Rodrigues Balardim Luis Carlos Cerresi
Alexandre Gonzales Marcelo Borghi Moreira da Silva
Alexandre Luzzi Las Casas Marcos Reinaldo Severino Peters
Aline Mariane Dias Maria Jucilene Rodrigues Vieira da Silva
Ana Paula Correia Lacanna Napoleão Verardi Galegale
Anderson de Sousa Santos Neusa Maria Bastos Fernandes dos Santos
Anderson Moura da Silva Patrícia Barbosa da Silva
Antonio Robles Junior Raquel Bandoni
Carlos Vital Giordano Roberta Cristina da Silva
Dalcio Augusto Pedreira Junqueira Franco Rodolfo Henrique de Paiva Cavalcante
Daniel Tonsic de Araujo Rodrigo Ximenes de Genaro
Elizabeth Borelli Sandra Maria da Silva
Fernando de Almeida Santos Sandra Joyce Silva de Souza
Fernando Viana de Oliveira Filho Sérgio de Iudícibus
Janaína Rute da Silva Dourado Sérgio José Istatari
José Carlos Marion Suzana Rosa dos Santos
José Odálio dos Santos Valério Vitor Bonelli
Laura Pereira Robles Valmir de Santana Santos Junior
284