Piscofins14082020 153-Apostila
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1. HISTÓRICO ........................................................................................................................................ 6
3. TRIBUTOS .......................................................................................................................................... 7
3.1. NOMENCLATURA E DEFINIÇÕES DAS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS ......................................................... 8
Apresentação
Introdução
Apesar de serem duas contribuições criadas em momentos diferentes da nossa história política
e econômica, ambas incidem sobre o faturamento e a importação e as Leis nº 9.718/98,
10.637/02, 10.833/03 e 10.865/04 praticamente unificaram as normas desses tributos.
O PIS, criado pela Lei Complementar nº 7/1970, está destinada ao financiamento do seguro-
desemprego e do abono aos empregados com média de até dois salários mínimos de
remuneração mensal, além de financiar programas de desenvolvimento econômico através do
BNDES. Tal imposto incide sobre:
➢
Faturamento das pessoas jurídicas de direto privado;
➢
Folha de pagamento das entidades sem fins lucrativos;
➢
Importação
1. Histórico
Criada pela Lei Complementar nº 70/91, esta contribuição sofreu importantes alterações a
partir da competência fevereiro de 1999, com base na Lei 9.718, publicada no Diário Oficial da
União em 28/11/1998. Por sua vez a Lei nº 9.718 sofreu alterações por meio da MP nº 1.807,
cujo número atual é 2.158-35. Inúmeras alterações foram procedidas por meio das Leis
10.833/2003, 10.865/2004 e 10.925/2004. Devemos considerar, ainda, que para determinados
segmentos ou produtos existem legislações específicas, como é o caso, por exemplo, da Lei nº
10.485/2002 para o setor automotivo e a Lei nº 10.147/2002 que trata do setor de
medicamentos, perfumaria e produtos de higiene e limpeza.
Art. 1º Sem prejuízo da cobrança das contribuições do PIS e para PASEP, fica
instituída contribuição social para financiamento da Seguridade Social
(COFINS), nos termos do inciso I do art. 195 da CF, devida pelas PJ inclusive
as a elas equiparadas pela legislação do imposto de renda, destinadas
exclusivamente às despesas com atividades-fins das áreas de saúde,
previdência e assistência social. (LC 70 de 91)
3. Tributos
De acordo com o artigo 3º do CTN (Código Tributário Nacional) “Tributo é toda prestação
pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente
vinculada”.
Sanção de ato ilícito: O tributo visa intervir em situações sociais ou econômicas, tributando a
renda, o consumo e o patrimônio. Não pode ser considerado como punição, sendo cobrado
apenas quando o contribuinte emite sinal de capacidade de pagamento. A multa, por outro
lado, constitui-se sanção por ato ilícito, sendo cobrada por algum tipo de infração vinculada ao
pagamento de tributo. A multa não tem (ou não deveria ter) função arrecadatória, pois visa
somente coibir o ato ilícito. O tributo tem como característica um valor para pagamento em
espécie devido por imposição/mandando superior. O CTN define ainda “que não constitua
sanção por ato ilícito”, portanto que não seja multa ou penalidade.
Por exemplo:
Suponhamos que por algum motivo de força maior não conseguimos pagar no correto
vencimento o IPTU (Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana) de nossa
residência. Posteriormente quando formos quitar esse IPTU, a prefeitura cobrará multa por
atraso e juros de atualização. Neste caso o pagamento de multa é um compulsório por infração
fiscal (pagar tributo em atraso) e não o compulsório do tributo (IPTU).
A multa não faz parte da receita tributária, mas das receitas diversas (Lei nº 4.320/64, Anexo
nº 3).
Analisando a previsão legal do art 5º CTN e a autorização do art. 149 da CF os tributos são:
impostos, taxas, contribuições de melhoria e contribuições especiais, sendo as contribuições
especiais divididas em contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de
interesse das categorias profissionais ou econômicas.
Imposto: conforme art. 16 do CTN. “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador
uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.”
Taxa: conforme art. 77 do CTN. “As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato
gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.”
Contribuições Sociais: As contribuições sociais para a seguridade social são aquelas que visam
garantir o financiamento da seguridade social, que, conforme o artigo 194 da CF/88 destina-se
a assegurar os direitos sociais relativos à saúde, à previdência e à assistência social. As
contribuições sociais são de dois tipos: as destinadas especificamente para atender à
seguridade social, instituídas na Constituição Federal, em seu art. 195 e modificadas na
Emenda Constitucional no 20/98; e as outras contribuições sociais.
Existem, ainda, outras contribuições sociais, não direcionadas para a seguridade social, como o
PIS/PASEP, cuja destinação é para o Fundo de Amparo ao Trabalhador, vinculado ao Ministério
do Trabalho e do Emprego.
Outras contribuições sociais são aquelas destinadas para o sistema S: SESC, SENAC, Salário-
Educação, INCRA, SEBRAE, entre outros.
Com a publicação da Lei 9.718, em 28/11/98, alterando as referidas leis complementares (em
sentido formal, pois materialmente são leis ordinárias), foi mantido o faturamento como fato
gerador e base de cálculo do PIS e da COFINS. Faturamento corresponde à receita bruta
conforme art. 2º e 3º.
Porem no § 1º do art. 3º dessa lei definiu receita bruta como sendo a totalidade das receitas
auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a
classificação contábil adotada para as receitas. Portanto a partir da publicação da Lei 9.718/98
faturamento na legislação do PIS/PASEP e COFINS praticamente se tornou sinônimo de Receita
Total.
Não obstante com a publicação das Leis 10.637/02 e 10.833/03 a incidência e o fato gerador
do PIS/PASEP e da COFINS na modalidade não cumulativa continua sendo a totalidade das
receitas auferidas pela pessoa jurídica, ou seja, Receita Total.
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Até o advento da Emenda Constitucional (EC) 20, publicada em 16/12/98, havia autorização no
art. 195, I, da Constituição Federal (CF) de 1988 para se instituir contribuições sociais
destinadas a financiar a seguridade social incidentes sobre a folha de salários, o faturamento e
o lucro. Com essa emenda, o art. 195, I, da CF/88 ganhou nova redação, passando a prever a
incidência dessas contribuições em relação:
b) à receita ou ao faturamento e
c) ao lucro.
Com base nesse entendimento do STF, o inciso XII do art. 79 da Lei nº 11.941/2009, revogou o
citado § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/1998, com vigência a partir de 28 de maio de 2009.
Os produtos são tributados nas alíquotas conforme regime de apuração, os quais estão
vinculados diretamente à atividade operacional da pessoa jurídica, ou seja, dependendo da
tributação da empresa no IRPJ e CSLL.
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5.1.1. Definição
A principal característica dos tributos cumulativos, portanto, é repetir sobre bases de cálculo
que, por superposição em cascata, tornam-se cada vez mais elevadas pela adição de novas
margens de lucro, de novas despesas acessórias e do próprio imposto incidente sobre
operações posteriores (FERRAZ JR., 2000).
Art. 13. A contribuição para o PIS/PASEP será determinada com base na folha de salários,
à alíquota de um por cento, pelas seguintes entidades:
Quanto ao PIS, essas entidades recolhem essa contribuição sobre 1 % incidente na folha
de salários.
São as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do
imposto de renda tributadas pelo referido imposto com base no lucro presumido ou arbitrado,
inclusive as empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas subsidiárias.
d) cooperativas de crédito;
h) pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos: imobiliários, nos
termos da Lei nº 9.514, de 1997; financeiros, observada regulamentação editada pelo
Conselho Monetário Nacional; ou agrícolas, conforme ato do Conselho Monetário Nacional;
Ainda que a pessoa jurídica esteja no regime de apuração não cumulativa da Contribuição para
o PIS/Pasep e da Cofins, sobre as receitas listadas nos incisos VII a XXX do art. 10 da Lei nº
10.833, de 2003, devem ser aplicadas as regras do regime de apuração cumulativa.
b) partidos políticos;
a) venda de veículos usados, adquiridos para revenda, quando auferidas por pessoas jurídicas
que tenham como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra e venda de
veículos automotores;
- com prazo superior a 1 (um) ano, de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço
predeterminado, de bens ou serviços;
m) edição de periódicos e de informações neles contidas, que sejam relativas aos assinantes
dos serviços públicos de telefonia;
A base de cálculo das contribuições, a partir de 2015, de acordo com a Lei 12973/2014, que
vinculou o art. 12 do Decreto lei nº 1598/1977 e regulamentado pela IN 1.469/2014, é o
faturamento da empresa, o que alcança somente as receitas oriundas da atividade, a seguir
transcrito:
Assim, caso a empresa venha a ter outras receitas e estas não estiverem integradas ao seu
objeto social, as mesmas não integrarão a base de cálculo do tributo.
a) as vendas canceladas e
c) as reversões de provisões;
Desconto incondicional concedido é aquele que consta no corpo da nota fiscal. Portanto,
qualquer desconto que não constar na nota fiscal não poderá ser deduzido da base de cálculo
do PIS e da COFINS.
A receita deve ser tomada sem o IPI e sem dedução do ICMS destacado, que integra a receita
bruta. Quando a empresa cobrar ICMS como substituta tributária, esse valor não integra a
receita bruta.
O fabricante e o importador, nas vendas diretas ao consumidor final dos veículos classificados
nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI, efetuadas por conta e ordem dos concessionários de que
trata a Lei nº 6.729, de 28 de novembro de 1979, podem excluir da base de cálculo das
contribuições (art. 7º IN SRF 594/2006):
A soma dos valores referidos nos itens I e II, acima, não poderá exceder a 9% (nove por cento)
do valor total da operação.
Exemplo
Admita-se que no mês de janeiro/20X1 uma empresa obteve receita bruta de vendas de
mercadorias e serviços (excluídos os valores relativos ao IPI, às vendas canceladas e aos
descontos incondicionais), no total de R$ 700.000,00.
a) as co-responsabilidades cedidas;
Os valores glosados pela auditoria médica de convênios e planos de saúda, nas faturas
emitidas em razão da prestação de serviços e de fornecimento de materiais aos seus
conveniados, devem ser considerados vendas canceladas para fins de apuração da base de
cálculo das contribuições (Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 01/04)
Para efeito de determinação da base de cálculo do Imposto de Renda das pessoas jurídicas e
da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, da Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social (COFINS) e da Contribuição para o PIS/PASEP, os resultados positivos ou
negativos incorridos nas operações realizadas em mercados de liquidação futura, inclusive os
sujeitos a ajustes de posições, serão reconhecidos por ocasião da liquidação do contrato,
cessão ou encerramento da posição (art. 32 da Lei nº 11.051/04).
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O resultado positivo ou negativo será constituído pela soma algébrica dos ajustes, no caso das
operações a futuro sujeitas a essa especificação, e pelo rendimento, ganho ou perda, apurado
na operação, nos demais casos.
É importante ressaltar que a partir de 28/05/2009 por força da edição da Lei nº 11.941/09 que
revogou o § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, as receitas financeiras não são computadas na
base de cálculo das contribuições para o PIS e a COFINS calculadas pelo regime cumulativo.
Aplica-se tal tributação inclusive às pessoas jurídicas que tenham apenas parte de suas
receitas submetidas ao regime de apuração não-cumulativa do PIS e COFINS.
As pessoas jurídicas que tenham como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a
compra e venda de veículos automotivos, devem apurar o valor da base de cálculo nas
operações de venda de veículos usados adquiridos para revenda, inclusive quando recebidos
como parte do pagamento do preço de venda de veículos novos ou suados, segundo o regime
aplicável às operações de consignação.
Isto significa que poderão computar como receita a diferença entre o valor pelo qual o veículo
usado houver sido alienado, constante da Nota Fiscal de Venda, e o seu custo de aquisição,
constante da Nota Fiscal de Entrada, o qual deve corresponder ao preço ajustado entre as
partes (art. 5º da Lei nº 9.716/98 e Instrução Normativa SRF nº 247/02).
As receitas auferidas devem ser computadas, para fins de determinação da base de cálculo das
contribuições pelo regime de competência.
Todavia, há casos em que a legislação autoriza o cômputo das receitas somente por ocasião do
efetivo recebimento (regime de caixa), conforme examinado a seguir.
As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido podem computar as receitas
proveniente de vendas de bens ou direitos ou de prestação de serviços, cujo preço seja
recebido a prazo ou em parcelas, na base de cálculo das contribuições somente no mês do
efetivo recebimento (regime de caixa), desde que adotem o mesmo critério em relação ao
Imposto de Renda e à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido e sejam observadas as
seguintes condições (Instrução Normativa 1.700 – art. 223).
5.1.9. Alíquotas
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5.1.10. Pagamento
Uma vez calculado o valor devido, poderá ser deduzido desse montante:
O valor então a ser recolhido deverá ser pago de forma centralizada pelo estabelecimento
matriz da pessoa jurídica, até o dia 25 do mês seguinte à ocorrência dos fatos geradores (art.
18 da Medida Provisória 2.158/2001).
Caso o dia do vencimento não seja dia útil, deve haver a antecipação do vencimento para dia
útil anterior - dia 25 ou dia útil anterior se do dia 25 não for útil.
O campo do DARF para pagamento da contribuição deve ser preenchido com o código:
I – COFINS:
II – PIS/PASEP:
I – multa de mora calculada à taxa de 0,33% por dia de atraso, limitada ao percentual máximo
de 20% contado a partir do 1º dia útil subsequente ao do vencimento do débito até o dia do
efetivo pagamento (art. 994 do RIR/2018, Ato Declaratório Normativo COSIT nº 1/97)
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a) os juros referentes aos meses anteriores ao do pagamento são calculados com base na
taxa SELIC acumulada mensalmente até o último dia do mês anterior ao do pagamento do
débito;
b) ao percentual obtido em “a” soma-se o juro de 1% referente ao mês do pagamento
do débito.
Poderá ser aplicada multa por lançamento de ofício de 75% ou até 150%, qualificada.
Essa modalidade possui diversas polêmicas, entre elas, existe em relação aos créditos
permitidos, visto que o legislador teve a liberdade de estabelecer quais créditos são vedados
ou não, uma vez que a CF apenas mencionou que as contribuições sociais poderão ser não
cumulativas, sem detalhar a operacionalização, como fez com o ICMS e IPI.
➢
Constitucionalista – A relação de créditos contida nas Leis nº 10.637/2002 e
10.833/2003 é exemplificativa (ou inconstitucional)
➢
Legalista – A relação de créditos contida nas Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003 é taxativa.
O tema foi muito bem enfreado pela Ministra Regina Helena Costa, no julgamento do AgRg no
REsp 1051634/CE:
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A referida decisão entendeu que a não cumulatividade prevista na legislação do PIS e COFINS é
mais abrangente, quando comparadas as regras prevista no ICMS e IPI.
Nesse caso, o contribuinte deve subtrair da quantia devida a título desses impostos os créditos
acumulados e destacados nas operações anteriores.
No tocante as contribuições ao PIS e COFINS, analisando tais tributos sob a ótica do principio
da capacidade contributiva, a não cumulatividade tem caraterísticas próprias e especificas.
A base de cálculo dessas contribuições é a receita bruta ou faturamento, e que, portanto, não
têm conexão direta com determinada operação que tenha por objeto produto ou mercadoria,
a técnica de não cumulatividade a ser observada é de "base sobre base" (base on base), isto é,
o valor do tributo é apurado mediante a aplicação da alíquota sobre a diferença entre as
receitas auferidas e aquelas necessariamente consumidas pela fonte produtora.
É o total das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica, independentemente de sua
denominação ou classificação contábil, por regime de competência, exceto nos casos de venda
para órgãos públicos, os quais poderão ser tributadas por regime de caixa, ainda que esteja na
não cumulatividade (Art. 8º e 15, IV da Lei 10.833/2003).
O total das receitas compreende a receita bruta decorrentes do produto da venda de bens nas
operações de conta própria, do preço da prestação de serviços em geral, do resultado auferido
nas operações de conta alheia, das receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica
não compreendidas anteriormente, bem como todas as demais receitas auferidas pela pessoa
jurídica com os seus respectivos valores decorrentes do ajuste a valor presente.
Decreto 8.426/14, em seu Art. 1º, restabeleceu a incidência do PIS/PASEP e da COFINS para
PJ sujeitas ao regime de apuração não-cumulativa.
De acordo com o Decreto nº 9.580 /2018 RIR, em seu Art. 397 e a Lei 9.718/98, Art 9º,
são consideradas receitas financeiras:
a) Juros recebidos;
b) Descontos obtidos;
c) Lucro da operação de reporte;
d) Rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa;
e) Variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em
função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal
ou contratual.
5.2.4.1. Alíquotas
• PIS – 0,65%
• COFINS – 4%
No método indireto subtrativo o tributo é determinado pela diferença entre a alíquota aplicada
sobre as vendas e a alíquota aplicada sobre as compras. A fórmula seria a seguinte:
É por este motivo que mesmo a aquisição ocorrendo de uma pessoa jurídica do regime de
incidência cumulativa ou do Simples Nacional, haverá o aproveitamento do crédito
normalmente, e em regra nas alíquotas de 1,65% e 7,6%, denominadas alíquota básicas desse
regime. (Artigo 195, §12 da CF/1988)
➢
aos custos e despesas incorridos, pagos ou creditados à pessoa jurídica domiciliada no País;
➢
aos bens e serviços adquiridos e aos custos e despesas incorridos a partir de 1º.12.2002
para o PIS -Pasep e de 1º.02.2004 para a Cofins.
I - Bens adquiridos no mês para revenda, exceto quando sujeito à incidência monofásica e
substituição tributária das contribuições;
NOTA: Em relação aos itens I e II, cumpre observar, também, que deve ser
estornado o crédito relativo à aquisição de bens para serem usados como
insumos que tenham sido furtados ou roubados, inutilizados ou
deteriorados, destruídos em sinistro ou, ainda, empregados em outros
produtos que tenham tido a mesma destinação (art. 21 da Lei
10.865/2004).
1) Consideram-se insumos:
III - Encargos incorridos no mês com energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a
forma de vapor, consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica;
O crédito não é sobre o total da fatura da energia elétrica, apenas sobre o consumo
do estabelecimento da pessoa jurídica.
De acordo com o art. 31, § 3º, da Lei 10.865/04 abaixo transcrito, a partir de 31/07/2004, é
vedado o aproveitamento do crédito sobre aluguel de bens que já tenham integrado o
patrimônio da pessoa jurídica.
SOLUÇÃO DE CONSULTA
Dispositivos Legais: Lei 10.637/02, art. 3.º, V e VI, § 1.º; IN SRF 404/04, art.
8.º, II, d, III, a. Processo de Consulta 211/07. SRRF/9.ª Região Fiscal.
Publicação no DOU 04.07.2007.
VIII - Bens recebidos em devolução no mês, cuja receita de venda tenha integrado
faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada na forma não cumulativa;
Observações
a. Caso a pessoa jurídica não aproveite o crédito em determinado mês, poderá aproveitá-
lo nos meses subsequentes, sem atualização monetária ou incidência de juros;
b. O valor dos créditos não constitui receita bruta da pessoa jurídica, servindo somente
para dedução do valor devido da contribuição;
e. Conforme esclarecido pelo Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 36/2011, por falta
de previsão legal, o pagamento de taxas de administração para pessoas jurídicas
administradoras de cartões de crédito ou débito não gera direito ao desconto de
créditos da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins devidos no regime de incidência
não cumulativa das contribuições.
2) Os créditos só podem ser utilizados para desconto dos valores da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins apurados sobre as receitas sujeitas ao regime de apuração não
cumulativa.
3) Salvo expressa disposição legal, como nas hipóteses previstas no art. 16 da Lei nº 11.116, de
2005, os créditos da não cumulatividade não ensejam compensação ou ressarcimento, nem
dão direito a correção monetária ou juros.
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4) Deverá ser estornado o crédito relativo a bens, adquiridos para revenda ou utilizados como
insumos, que tenham sido furtados ou roubados, inutilizados ou deteriorados, destruídos em
sinistro ou , ainda, empregados em outros produtos que tenham tido a mesma destinação.
Observações
Neste caso, o crédito será calculado aplicando-se 75% das alíquotas de 7,6% e 1,65%: Cofins -
5,7%; PIS -Pasep - 1,24%.
Conforme estabelecido pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial
1.221.170/PR, o conceito de insumo para fins de apuração de créditos da não cumulatividade
da Contribuição para o PIS e para a COFINS deve ser aferido à luz dos critérios da
essencialidade ou da relevância do bem ou serviço para a produção de bens destinados à
venda ou para a prestação de serviços pela pessoa jurídica. Parecer Normativo Cosit n°
005/2018
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Contudo, mesmo que os termos "produção" e "fabricação" possam ser utilizados como
sinônimos em algumas normas da legislação tributária federal, no dispositivo legal citado
acima, os diversos argumentos conduzem à conclusão de que não são sinônimos, restando a
"fabricação de produtos" como hipótese específica e a "produção de bens" como hipótese
geral.
Como exemplo, podemos citar as atividades que promovem a reunião de insumos para
produção de um bem novo que não são consideradas industrialização, mas que podem ser
consideradas produção de bens para fins de apuração de créditos das contribuições, como a
preparação de produtos alimentares não acondicionados em embalagem de apresentação
mencionadas no inciso I do artigo 5° do Decreto n° 7.212/2010 (Regulamento do IPI).
É de conhecimento que a legislação não traz nenhuma listagem com o que pode ou não entrar
no conceito de insumos, visto também que para cada tipo de atividade existente os insumos
utilizados podem ser diferentes, por isso abaixo iremos fazer um apanhado com alguns
exemplos que servem de orientação aos contribuintes no momento de analisar o crédito
relacionado a suas aquisições:
E seguindo o mesmo entendimento, os uniformes fornecidos aos empregados não podem ser
considerados insumos, para fins de apuração de créditos da Contribuição para o PIS e para a
COFINS, pois a previsão legal de apuração de crédito da Contribuição para o PIS e para a
COFINS relativa a uniformes encontra-se prevista somente para a pessoa jurídica que explore
as atividades de prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção no inciso X do
artigo 3° da Lei n° 10.637/2002 e inciso X do artigo 3° da Lei n° 10.833/2003.
Em relação ao serviço de pagamento online, por este não participar de nenhuma etapa da
prestação do serviço de impressão de fotografia em geral não é permitido o desconto de
crédito da Contribuição para o PIS e para a COFINS.
Outro entendimento publicado pela RFB através da Solução de Consulta Cosit n° 107/2019 é
que se permite o desconto de créditos da Contribuição para o PIS e para a COFINS em relação
aos gastos com manutenção e operacionalização de sistemas de monitoramento, de vigilância,
de controle de acesso e de segurança nas áreas portuárias e de armazenagem, exigidos por lei
e utilizados no processo de prestação de serviço de armazenagem e de movimentação de
mercadorias, sob controle aduaneiro.
5.2.6.1.4. Combustíveis
a) veículos que suprem as máquinas produtivas com matéria-prima em uma planta industrial;
c) veículos utilizados por funcionários de uma prestadora de serviços domiciliares para irem
ao domicílio dos clientes;
Já em relação a “gastos com veículos” que não permitem a apuração de tais créditos, citam-se,
exemplificativamente, gastos com veículos utilizados:
A legislação da Contribuição para o PIS e para a COFINS não dispôs sobre a forma ou o modo
de aquisição dos combustíveis e lubrificantes, mas apenas previu que as despesas a esse título,
quando satisfeitas as exigências legais, seriam aptas à geração de crédito.
5.2.6.1.6. Embalagens
Já embalagens que não são utilizadas no processo produtivo, tais como as embalagens de
transporte, não dão direito a créditos de insumo da Contribuição para o PIS e para a COFINS, já
que essas embalagens são aplicadas ao produto já acabado, conforme evidenciado no
parágrafo 56 do Parecer Normativo Cosit n° 005/2018.
Neste item, não foi localizado entendimento da Receita vinculado ao novo entendimento de
insumos, contudo, mesmo não publicado nada até o momento podemos analisar que a água
utilizada diretamente no processo produtivo de produtos dará direito ao crédito.
Por exemplo, para a fabricação de cervejas e refrigerantes a água faz parte do processo
produtivo, portanto mesmo não havendo um item específico para a mesma nas leis de
regência do assunto, não descaracteriza este produto como insumo.
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Por este motivo, os bens utilizados como insumos na produção desenvolvida por essa
atividade satisfazem a exigência da legislação para creditamento na modalidade aquisição de
insumos.
Dessa forma, podemos citar como exemplo o gás utilizado nos fornos da padaria para
produção de bens a serem vendidos na panificadora do supermercado gera direito ao crédito
na modalidade aquisição de insumos para fins de apuração da Contribuição para o PIS e para a
COFINS, no regime de incidência não cumulativo.
Na atividade de prestação de serviços é usual que uma pessoa jurídica, contratada por seu
cliente para uma prestação de serviços principal, subcontrate outra pessoa jurídica para a
realização total ou parcial dessa prestação.
Este tipo de atividade não se enquadra nas possibilidades de crédito de insumos, visto não
haver pelo estabelecimento revendedor a produção ou fabricação de bens.
Sendo assim, aplica-se somente a possibilidade de crédito sobre o disposto no inciso I do artigo
3° da Lei n° 10.637/2002 e no inciso I do artigo 3° da Lei n° 10.833/2003, que trata da aquisição
de mercadorias para revenda.
O contribuinte que ficar com dúvida quanto a possibilidade do direito ao crédito e também
visando sua segurança jurídica indicamos que formule perante o órgão, questionamento
quanto a aplicabilidade ou não do direito ao crédito, onde para isso indicamos também:
Entre os vários créditos presumidos, cabe destacar o crédito que pode ser aproveitado quando
do ingresso na sistemática não cumulativa, uma vez que pode ser aplicado a qualquer
contribuinte.
5.2.8.1. Exemplo
Considerando que em 2017 a empresa decida apurar o Imposto de Renda pelo Lucro Real, e
consequentemente, o PIS e a Cofins pelo regime não cumulativo, será possível apurar crédito
presumido sobre o estoque de mercadorias existente no dia 31.12.2016.
Considerando que o valor desse estoque seja de R$ 120.000,00, o valor do crédito será de:
Esse montante deverá ser apropriado em 12 parcelas mensais de R$ 65,00 (PIS) e R$ 300,00
(Cofins), a partir de janeiro/2017.
a) apropriação direta, inclusive em relação aos custos, por meio de sistema de contabilidade
de custos integrada e coordenada com a escrituração; ou
e) a pessoa jurídica que utilizar o crédito presumido de que trata este item determinará,
na data da conclusão da obra ou melhoramento, a diferença entre o custo orçado e o
37
e.1) se o custo realizado for inferior ao custo orçado, em mais de 15% deste, considerar-se-á
como postergada a contribuição incidente sobre a diferença;
e.2) se o custo realizado for inferior ao custo orçado, em até 15% deste, a contribuição
incidente sobre a diferença será devida a partir da data da conclusão, sem acréscimos legais;
e.3) se o custo realizado for superior ao custo orçado, a pessoa jurídica terá direito ao crédito
correspondente à diferença, no período de apuração em que ocorrer a conclusão, sem
acréscimos;
f) a diferença de custo a que se refere a letra "e" será, no período de apuração em que
ocorrer a conclusão da obra ou melhoramento, adicionada ou subtraída, conforme o
caso, no cálculo do crédito a ser descontado na forma do tópico 6, devendo ainda, em
relação à contribuição considerada postergada, de acordo com a letra "e.1", ser
recolhidos os acréscimos referentes a juros de mora e multa, de mora ou de ofício,
calculados na forma da legislação que rege a cobrança da contribuição não paga;
5.2.12. Alíquotas
Sobre a base de cálculo das contribuições serão aplicadas as alíquotas básicas de:
a) 1,65% para o PIS/PASEP;
O recolhimento deverá ser feito por meio de Darf, com os seguintes códigos de recolhimento:
38
a) PIS/Pasep: 6912;
b) Cofins: 5856.
O contribuinte deve realizar a análise detalhada das hipóteses de créditos da modalidade não
cumulativa. É essencial não confundir a norma de apropriação dos créditos de PIS/Pasep e
Cofins com a norma de manutenção dos créditos.
Os créditos de PIS/Pasep e Cofins são apropriados nas condições previstas no artigo 3º da Lei
nº 10.637/2002 e da Lei nº 10.833/2003, e será mantido nas condições previstas no artigo 17
da Lei nº 11.033/2004.
O art. 17 da Lei 11.033/2004 (REPORTO) assegura a manutenção dos créditos existentes, nos
seguintes termos:
a) Cigarros e Cigarrilhas;
b) Motocicletas.
Além desses produtos, ainda temos a previsão de substituição tributária nas operações com
produtos sujeitos à incidência monofásica quando destinados à Zona Franca de Manaus (ZFM).
- PIS: Número de unidades vendidas, deduzido das unidades relativas às vendas canceladas e
às devoluções de vendas (x) pelo preço previsto para venda do produto no varejo (x) por 3,42
(PIS/PASEP) (coeficiente multiplicador) (=) Base de cálculo ST;
6.1.2. Motocicletas
Desta forma, além de realizar o recolhimento das contribuições de PIS e COFINS sobre suas
receitas próprias, deverá realizar também o recolhimento das referidas contribuições como
substituto tributário.
40
Considerando, portanto, que o preço de venda de determinada motocicleta pela indústria seja
de R$ 10.000,00, com alíquota de 10% de IPI, os valores devidos são:
Como contribuinte:
Como substituto:
a) gasolinas e suas correntes, exceto gasolina de aviação, óleo diesel e suas correntes e
gás liquefeito de petróleo - GLP derivado de petróleo e de gás natural (Lei n° 9.718/98,
artigos 4°, incisos I a III, e 5°);
c) máquinas e veículos classificados nos códigos NCM 7309, 7310.29, 7612.90.12, 8424.81,
8429, 8430.69.90, 8432, 8433, 8434, 8435, 8436, 8437, 8701, 8702, 8703, 8704, 8705, 8706
e 8716.20.00 (Lei n° 10.485/2002, artigo 1°);
41
h) gasolinas e suas correntes, exceto gasolina de aviação, óleo diesel e suas correntes,
querosene de aviação, gás liquefeito de petróleo (GLP) derivado de petróleo e de gás
natural, cuja tributação de PIS e COFINS será através do regime especial de apuração cuja
tributação será por unidade de medida (Lei n° 10.865/2004, artigo 23);
i) álcool, inclusive para fins carburantes, cuja tributação de PIS e COFINS será através
do regime especial de apuração cuja tributação será por unidade de medida (Lei n°
9.718/98, artigo 5°, § 4°);
k) biodiesel, cuja tributação de PIS e COFINS será através do regime especial de apuração
cuja tributação será por unidade de medida (Lei n° 11.116/2005, artigos 4° e 5°; Decreto
n° 5.297/2004).
Cabe destacar que a maior parte desses benefícios também é aplicável à importação dos
referidos bens e serviços. A Lei 10.925/2004, que relaciona diversos casos de alíquotas zero,
abrange tanto o mercado interno quanto a importação. O mesmo faz a Lei 10.865/2004, só
que neste caso em artigos diferentes: art. 8.º para a importação e art. 28 para o mercado
interno.
Os benefícios fiscais, salvo previsão legal em sentido contrário, não se aplicam ao Simples
Nacional. Dessa forma, uma microempresa do regime unificado, ao vender pão comum, por
42
Para determinar a alíquota 0% é necessária apenas uma norma, pois a mesma norma que cria
o tributo estabelece que a alíquota seja de 0%.
Daí a afirmação de Ives Gandra Martins de que Quanto à alíquota zero, surgem obrigações e
crédito, que, ex vi do art. 139 da CF têm a mesma natureza, mas reduzidos à sua expressão
nenhuma. (MARTINS, Ives Gandra. Sistema tributário na Constituição de 1988. São Paulo:
Saraiva, 2007, pag. 294.)
As reduções a zero das alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, são aplicáveis
tanto a contribuintes sujeitos ao regime de apuração cumulativa quanto aos sujeitos ao regime
de apuração não- cumulativa.
6.3.2. Isenção
A isenção é, pois, um favor fiscal, instituído em lei, que consiste na dispensa do pagamento do
tributo devido.
Nela, há a incidência da norma que cria o tributo, contudo, em sentido oposto, é feita uma
norma que cria um manto sobre o contribuinte, não deixando assim que os efeitos do tributo o
atinjam.
MERCADORIAS E SERVIÇOS
ITAIPU BINACIONAL
COPA DAS CONFEDERAÇÕES FIFA 2013, COPA DO MUNDO FIFA 2014, JOGOS OLÍMPICOS
DE 2016 E JOGOS PARAOLÍMPICOS DE 2016
b) Receita auferida por Subsidiária Fifa no Brasil, decorrente das atividades próprias e
diretamente vinculadas à organização ou realização dos referidos eventos, exceto as
receitas decorrentes da venda de ingressos e de pacotes de hospedagem.
b) Receita da instituição privada de ensino superior, com fins lucrativos ou sem fins
lucrativos não beneficentes, que aderir ao Programa Universidade para Todos (Prouni),
no período de vigência do termo de adesão, decorrentes da realização de atividades
de ensino superior, proveniente de cursos de graduação ou cursos sequenciais de
formação específica.
a) Exportação
A empresa comercial exportadora que houver adquirido mercadorias de outra pessoa jurídica,
com o fim específico de exportação para o exterior que, no prazo de 180 dias contados da data
da emissão da nota fiscal pela vendedora, não comprovar o seu embarque para o exterior,
ficará sujeita ao pagamento de todos os impostos e contribuições que deixaram de ser pagos
pela empresa vendedora, acrescidos de juros de mora e multa, de mora ou de ofício,
calculados na forma da legislação que rege a cobrança do tributo não pago (Lei nº 10.637/2002
, art. 7º e Lei nº 10.833/2003 , art. 9º ).
b) Querosene de aviação
Não incidirão as contribuições para o PIS -Pasep e para a Cofins sobre a receita bruta auferida
pelo produtor ou importador na venda de querosene de aviação à pessoa jurídica
distribuidora, quando o produto for destinado ao consumo por aeronave em tráfego
internacional.
Nas notas fiscais emitidas pelo produto ou importador, deverá constar a seguinte expressão
com o dispositivo legal correspondente: "Venda à empresa distribuidora sem incidência da
contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins".
6.3.4. Suspensão
Este recurso extraordinário foi interposto por um determinado contribuinte, com o objetivo de
reformar acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que julgou válida a
inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições.
Sendo assim, o contribuinte pleiteou o direito sob a ótica de ser mero depositário do ICMS,
alegando então que o referido valor não integra o seu patrimônio, sendo arrecadado ao
Estado.
A relatora, ministra Cármen Lúcia, votou pelo provimento do recurso, e apresentou a seguinte
tese: “o ICMS não compõe a base de cálculo para fins de incidência do PIS e da COFINS” sendo
acompanhada pelos ministros Rosa Weber, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio.
Já os ministros Edson Fachin, Roberto Barroso, Dias Toffoli e Gilmar Mendes, votaram pela
manutenção do ICMS na base de cálculo, arguindo “a manutenção do valor do ICMS na base
de cálculo do PIS e da COFINS”.
O voto da ministra relatora Cármen Lúcia, acompanhado pela maioria, teve como fundamento
uma análise jurídica e a contábil do ICMS, ambas pautadas na característica da não
cumulatividade deste tributo, revelariam que, assim como não é possível incluir o ICMS na
base de cálculo da contribuição ao PIS/Pasep e da COFINS, também não seria possível excluí-lo
totalmente, pois enquanto parte do ICMS é entregue diretamente ao Estado, parte dele se
mantém no patrimônio do contribuinte até a realização da nova operação.
Destacado 10 15 20
A compensar 0 10 15
46
A recolher 10 5 5
A ministra relatora ainda dispõe que, nem todo o montante do ICMS será imediatamente
recolhido pelo contribuinte posicionado no meio da cadeia (distribuidor e comerciante), ou
seja, parte do valor do ICMS destacado na “fatura” é aproveitado pelo contribuinte para
compensar com o montante do ICMS gerado na operação anterior, em algum momento, ainda
que não exatamente no mesmo, ele será recolhido e não constitui receita do contribuinte, logo
ainda que, contabilmente, seja escriturado, não guarda relação com a definição constitucional
de faturamento para fins de apuração da base de cálculo das contribuições. (grifamos)
Um fato importante mencionado pela Ministra relatora em seu voto, faz analogia do ICMS
transferido parcialmente ao Estado em decorrência ao regime da não cumulatividade com o
ICMS transferido integralmente ao Estado na qualidade de mero depositário, cuja a previsão
de exclusão é estabelecida no artigo 3°, § 2°, inciso I da Lei n° 9.718/98.
7.1. Modulação
Como podemos observar ao longo desta matéria, é possível que o contribuinte altere a
formação da base de cálculo prevista nas legislações relacionadas ao PIS/Pasep e COFINS sobre
faturamento. No entanto, é possível ainda, que nesta decisão judicial o interessado reclame
também judicialmente restituição dos valores a título de tributo pago indevidamente indébito
tributário.
Em caso de decisão judicial com efeitos retroativos, observado o artigo 173 da Lei n° 5.172/66
(Código Tributário Nacional) origina-se a repetição de indébito, desde que o contribuinte tenha
pleiteado na referida ação.
Contudo, observa-se que grande parte dessas decisões simplesmente determinam a aplicação
da decisão do STF, sem esclarecer qual o montante de ICMS deve ser excluído, o que faz com
que hajam diversas interpretações sendo consideradas pelos interessados.
Para trazer mais clareza ao tema, já que nada consta em legislação sobre a forma de proceder
com os cálculos, em 23.10.2018 a RFB publicou a Solução de Consulta Interna Cosit n°
013/2018, no tocante ao procedimento a ser adotado para cumprir as decisões judiciais
transitadas em julgado que versem sobre o assunto.
Apesar do entendimento da Receita Federal exposto nesta solução de consulta interna, há que
se destacar que este pronunciamento foi realizado antes mesmo da decisão do "embargo de
declaração" oposto pela PGFN, requerendo que o STF se pronuncie a respeito de qual valor de
ICMS poderá ser excluído da base de cálculo das contribuições. Portanto, os embargos ainda
estão pendentes de decisão pelo STF. Em outras palavras, é possível que a solução de consulta
interna seja republicada.
Os embargos de declaração são uma espécie de recursos sendo julgados pelo próprio órgão
que prolatou a decisão. De acordo com a Lei n° 13.105/2015 (Código Processual Civil) cabem
embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para esclarecer obscuridade ou
eliminar contradição, suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o
juiz de ofício ou a requerimento e corrigir erro material.
b) o valor mensal do ICMS a recolher, deverá ser segregado entre as diversas bases de cálculo
mensal das contribuições, uma vez que na escrituração das contribuições a pessoa jurídica
apura diversas bases de cálculo, conforme o código de situação tributária (CST) atribuído às
receitas auferidas;
48
a) havendo saldo credor do ICMS não há o que se falar de exclusão do ICMS da base de cálculo
das contribuições;
b) o valor da receita bruta que não estiver sujeito ao ICMS não poderá ser levado em
consideração para determinar o montante do ICMS a ser excluído.
Exemplos
1° exemplo:
2° exemplo:
3° exemplo:
4° exemplo:
5° exemplo:
O julgado tratado nessa matéria não diz respeito aos optantes pelo Simples Nacional. Para
estes, vale a definição da base de cálculo do artigo 3°, § 1° da Lei Complementar n° 123/2006,
cuja constitucionalidade o STF não julgou nesses processos, estando, portanto, em pleno vigor.
Dessa forma, situação dos optantes pelo Simples Nacional é totalmente distinta, uma vez que,
por sua sistemática de cálculo, o percentual de ICMS incide não sobre a operação de circulação
e antes da COFINS e da Contribuição para o PIS/Pasep, mas sobre a receita bruta e
paralelamente a elas. Sendo assim, esses julgados do STF são inaplicáveis aos optantes.
7.5. DCTF
Embora não haja orientação específica por parte da RFB em relação a apresentação da DCTF
em casos de modificação da base de cálculo em razão de decisão judicial favorável, de acordo
com as orientações contidas no Ajuda do programa da DCTF Mensal, quando houver ação de
inconstitucionalidade o contribuinte deve:
a) informar na ficha “Valor do Débito” o valor das contribuições para PIS e COFINS
apurada conforme a legislação vigente;
7.5.1.1. Exemplo
R$ 500.000,00
Base de cálculo do PIS
R$ 3.250,00
PIS a recolher (0,65%)
R$ 42.000,00
ICMS a recolher
R$ 458.000,00
Base de cálculo do PIS com exclusão do ICMS a recolher
R$ 2.977,00
PIS a recolher (0,65%)
R$ 42.000,00
ICMS a recolher
R$ 500.000,00
Base de cálculo do COFINS
R$ 15.000,00
COFINS a recolher (3%)
R$ 42.000,00
ICMS a recolher
R$ 458.000,00
Base de cálculo da COFINS com exclusão do ICMS a recolher
R$ 13.740,00
COFINS a recolher (3%)
R$ 42.000,00
ICMS a recolher
Ressalta-se que havendo mais de um processo ou medida judicial que suspenda a exigibilidade
do débito declarado, devem ser informados, separadamente, todos os dados correspondentes
a cada processo judicial.
Na DCTF, apenas haverá forma específica de realizar a escrituração dos débitos das
contribuições de PIS e COFINS apuradas a partir do EFD-Contribuições quando houver decisão
transitada em julgado, assim sendo, caso a empresa já tenha ação judicial proferida as
contribuições serão escrituradas de acordo com o que for estabelecido na ação.
7.6. PER/DCOMP
Embora existam meios judiciais que permitem o aproveitamento do crédito antes mesmo do
trânsito em julgado, o programa da PER/DCOMP não permite essa utilização. Nesse caso, o
contribuinte deverá consultar a RFB.
O artigo 100 da Instrução Normativa RFB n° 1.717/2017 traz de forma detalhada como se dará
a habilitação do crédito após trânsito em julgado, cujo sua obtenção ocorrerá mediante
processo administrativo, onde o sujeito passivo deverá estar munido da seguinte
documentação:
c) na hipótese em que o crédito esteja amparado em título judicial passível de execução, cópia
da decisão que homologou a desistência da execução do título judicial, pelo Poder Judiciário, e
a assunção de todas as custas e honorários advocatícios referentes ao processo de execução,
ou cópia da declaração pessoal de inexecução do título judicial protocolada na Justiça Federal
e certidão judicial que a ateste;
52
e) cópia dos atos correspondentes aos eventos de cisão, incorporação ou fusão, se for o caso;
O Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil poderá exigir do sujeito passivo, como condição
para a homologação da compensação de crédito decorrente de decisão judicial, que lhe seja
apresentada cópia do inteiro teor da decisão.
7.7. Dedutibilidade
Assim, caberá a empresa realizar a adição no LALUR e LACS do valor do débito com
exigibilidade suspensa.
A contestação do débito tributário pode alterar as formas de contabilização, assim, para que
seja possível definir a contabilização adequada é necessário identificar em que situação se
encontra a ação judicial, bem como o período de referência que está sendo questionado,
conforme dispõe os próximos tópicos da matéria.
Enquanto não houver o trânsito em julgado a contabilização ocorrerá pelo valor do débito
apurado sobre a base de cálculo prevista na legislação, ou seja, sem qualquer alteração, pois
na verdade o que ocorre neste momento é a exigibilidade do débito.
PIS
COFINS
A partir do momento em que o contribuinte tiver ação judicial transitada em julgado que
permita a dedução do ICMS da base de cálculo de PIS e de COFINS sobre o faturamento, a
contabilização ocorrerá pelo valor líquido, ou seja, não há mais incertezas quanto ao débito
devido:
PIS
COFINS
A contabilização acima apenas pode ser realizada se for provável uma saída de recursos que
incorporam benefícios econômicos, exceto em circunstâncias extremamente raras em que
nenhuma estimativa suficientemente confiável possa ser feita. (Pronunciamento Técnico - CPC
25)
O referido pronunciamento define ativo contingente como um “ativo possível” que resulta de
eventos passados e cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou
mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade.
Assim, a entidade não deve reconhecer estes valores dos quais existe a apenas a possibilidade
de recebimento como ativo, uma vez que pode tratar-se de resultado que nunca venha a ser
realizado. Isso é, o ativo contingente não satisfaz os elementos necessário para
reconhecimento de ativo nos termos do CPC 00.
Porém, quando a realização do ganho é praticamente certa, então o ativo relacionado não
é um ativo contingente e o seu reconhecimento é adequado.
54
A exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições para PIS e COFINS não prejudica
o aproveitamento de créditos dessas contribuições.
7.10. EFD-Contribuições
Primeiramente deve ser verificado o objeto da ação, se o pleito se dá sobre o ICMS destacado no
documento fiscal (a ser deduzido diretamente da base de cálculo do referido documento fiscal nos
diversos registros de escrituração das operações geradoras de receita) ou sobre o ICMS a recolher
(a ser deduzido da base de cálculo das contribuições, diretamente no bloco M) e se há trânsito em
julgado afim de determinar a forma de escrituração na EFD-Contribuições.
No caso da exclusão ser efetuada por documento fiscal, cada registro mencionado acima
possui um registro auxiliar (filho) denominado "Processo Referenciado", destinado a
informar a existência de processo administrativo ou judicial que autoriza a adoção de
tratamento tributário (CST), base de cálculo ou alíquota diversa da prevista na legislação.
Trata-se de informação essencial a ser prestada na escrituração para a adequada validação
das contribuições sociais ou dos créditos, pelo Programa Validador e Assinador da EFD-
Contribuições.
55
C170 - C111 - Nota Fiscal (Código 01), Nota Fiscal Avulsa (Código 1B), Nota Fiscal de
Produtor (Código 04) e NF-e (Código 55)
C175 - C111 - NFC-e (Código 65)
C181/C185 - C188 - Consolidação de Notas Fiscais Eletrônicas Emitidas Pela Pessoa Jurídica
(Códigos 55 e 65) – Operações de Vendas (detalhamento PIS/Cofins)
C381/C385 - (Não tem campo para informação do processo referenciado) - Nota Fiscal de
Venda a Consumidor (Código 02) - Consolidação de Documentos Emitidos (detalhamento
PIS/Cofins)
C481/C485 - C489 - Resumo Diário de Documentos Emitidos por ECF – PIS/Pasep e Cofins
(Códigos 02 e 2D)
C601/C605 - C609 - Complemento da Consolidação Diária (Códigos 06, 28 e 29) –
Documentos de Saídas - PIS/Pasep e Cofins
C870 - C890 - Resumo Diário de Documentos Emitidos por Equipamento SAT-Cf-e (Código 59) –
PIS/Pasep e Cofins
D201/D205 - D209 - Totalização do Resumo Diário – PIS/Pasep e Cofins
D300 - D309 - Resumo da Escrituração Diária - Bilhetes Consolidados de Passagem Rodoviário
(Código 13), de Passagem Aquaviário (Código 14), de Passagem e Nota de Bagagem (Código
15), de Passagem Ferroviário (Código 16) e Resumo de Movimento Diário (Código 18)
D350 - D359 - Resumo Diário de Cupom Fiscal Emitido Por ECF - (Códigos 2E, 13, 14, 15 e 16)
D601/D605 - D609 - Complemento da Consolidação da Prestação de Serviços (Códigos 21 e
22) - PIS/Pasep e Cofins
F100 - F111 - Demais Documentos e Operações Geradoras de Contribuição e Créditos
F500 - F509 - Consolidação das Operações da Pessoa Jurídica Submetida ao Regime de
Tributação com Base no Lucro Presumido – Incidência do PIS/Pasep e da Cofins pelo Regime
de Caixa
F510 - F519 - Consolidação das Operações da Pessoa Jurídica Submetida ao Regime de
Tributação Com Base no Lucro Presumido – Incidência do PIS/Pasep e da Cofins pelo Regime
de Caixa (Apuração da Contribuição por Unidade de Medida de Produto – Alíquota em Reais)
F550 - F599 - Consolidação das Operações da Pessoa Jurídica Submetida ao Regime de
Tributação com Base no Lucro Presumido – Incidência do PIS/Pasep e da Cofins pelo Regime
de Competência
F560 - F569 - Consolidação das Operações da Pessoa Jurídica Submetida ao Regime de
Tributação com Base no Lucro Presumido – Incidência do PIS/Pasep e da Cofins pelo Regime
de Competência (Apuração da Contribuição por Unidade de Medida de Produto – Alíquota em
Reais)
A pessoa jurídica deve gerar tantos registros “1010” quantas ações judiciais forem utilizadas no
período da escrituração, referentes ao detalhamento do(s) processo(s) judicial(is), que autoriza
a adoção de procedimento especifico de apuração das contribuições sociais ou dos créditos.
56
O Registro 1050 serve para detalhar o ajuste da base de cálculo, por CST de PIS e COFINS.
Nos registros M205 e M605 deverá ser informado o valor a recolher das contribuições
apuradas nos registros M200 e M600 respectivamente, que será demonstrado na DCTF
como valor do débito.
Como o valor a recolher das contribuições será inferior em virtude da suspensão de parte
do crédito tributário, o valor do DARF, consequentemente, será diferente do valor apurado
na escrituração.