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Liberdade

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prefeitura do municipio de sao paulo

secretaria municipal de cultura


lais de barros monteiro quimaraes

liberdade


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serie: hist6ria dos ba irros de sao paulo

volume 16: liberdade


HIsr6RIA DOS BAIRROS DE sse PAULO

Vol. Bairro

1 Bras
2 Plnnetroa
3 Penha
4 Santo Amaro
5 Jardim da Saude
6 Santana
7 Sao Miguel Paulista
8 Vila Mariana
9 Born Retire
10 S.
11 lb trapuera
12 Luz
13 Nossa Senhora do 0
14 Ipiranga
15 Bela Visla
16 Liberdade
SEGUNDO PA£:MIO 00 XI CONCURSO DE MONOG RAFIAS saBRE A HISTOAIA DOS
BAIRAQS DE sio PAU LO. PAQMOVIDQ PELA DIVlsAo 00 ARQUIVO HISTORlCO
DO DEPARTAMENTO 00 PATRIMON IO HISTORICO DA SECRETARIA MUNICIPAL DE
CU LTURA. E OUTORGAOQ PELA CO MIssAo JULGAOORA CQ NSTITUIOA PELOS
PROFESSORES ERNANI SILVA BRUNO, MYRIAM ELLIS E TITO LivID FERREIRA
iNDICE

Aoresemecac 13
o Dtstnto SuIda Se. Ccncessces de Datas de Terras. 0 Caminho
do Carro para Santo Amaro 17
o Dlstrtto da Se 19
o Caminho do Carro para Santo Amaro 25
Cartas de Dates de Terras 31
Chacaras J radtctonats do Batrrc da Liberdade. Primeiros Habi-
tantes e Povoadore s 35
Estruturacao Urbana do Bair ro da Liberdade 43
Avenidas. Huas. Largos e Pracas Tradicionais 59
o Modemo Bairro da Liberdade na Cenografia Urbana de Sao
Paulo 85
o Bairro Oriental 91
Curiosidades 95
Poputac ac 103
Aparelhamentos Cu tturais 111
Aspectos ArquiletOnicos Locais 147
13

1 - APRESENTACAO

e
Esc rever a hist6ria de um ba irro pautistano tareta comple xa porque
envotve 0 trabathc de reccmpcs tceo . tanto quant a posslvel. da sua
paisagem geografica. econ6mica e soci al.
Sem duvid a alg uma, a tonte de pesqutsa ma ts rica e verd ad ei ra a e
constit uid a peres anligos Inventartos. Iestamentos. Al as da Camara
Municipa l e Liv ros de Reg istros , c oc umentc s ess es. revelaoores d a
cenog rafi a urbana loc al e da viv encia de seus habttantes. canoe-roe
uma imagem QO quadro c ultu ral geral, no qu al S8 msere 0 processo
estrutu rativo do ba irro anatisado.
As frequentes reterencias naq ueles documentos de - rocas de man -
trmentos''. rebanhos de bo is e de porcos. mats prcxtmos ou efastedos
do c entro urbane . per mile m a reconstttuicao do proce sso de ocupa-
cac reg ional de areas que, aos poucos . vao se des bravando e am-
pl iando co m a lmptantacao de fazendas, sltios e algumas bentetto-
rias.
Alfonso de E. Taunay, na sua "Histone Seiscent ista da Vila de Sao
Paulo" (IV-pag . 166), afirma-nos que "Sao Paulo, no secu lo XVII, tot a
centro de um enxame de tazendolas de pequena culture e de past e-
reio de d imi nutos rebanb c s".
Escolhem os para tema de nosso traba fho 0 baur o da Ltberdade.
a
devid o sua indisc utiv el si g n ifi c a~ a o na vida pautistana do passado
e dos tempos presente s. um dos ba irro s tradicionais da cidade de
sao Paulo. e que . ao inici o do seculo atua l comecou a adq uirir
"c aracterlsticas espe cia ls. com a locacao na sua area geogra.fica, da
colo nia oriental integ rada por ch ineses , coreanos e vtetnamttas.
~ dificil para 0 autor da hisl 6ria de um bairro delinir exatamente a sua
dettmttacao geografica . bern como c escrever seus fatos hist6ricos.
e
principal mente quando essa ana lise preterits. Par isso. a hisl6 ria
dos batrros paulistanos vem sendo contada de manei ras vanes.
retratand o por vezes, ep is6d ios e tatos nao ap resentavets ao mod o
de senti r dos tempos atuais. porque revesttdos da nal uralidade do
q uoti diano d e uma eoqca ja supe rada.
o espl rtto p rag matis ta do rnundo contempo raneo tran sforma 0
tirtsmo e 0 g rotesco de cenas urbanas de outrora ern intorrnacoes
banais, par a alguns. Carras de bois estaci onad os no Largo da Sa,
bondes pu xados a burro au ruas ilu minadas por lamp i6es de gas nee
se encaixam mai s na realidade paulistana.
As coostoerecoes tracadas sobre 0 Distnto Sui da Sa, no qual se
situaram var ies ba irros paulistanos. visa ram a situa r precisamente a
reg iao em que futuramente se dettmitarta 0 batrro da Liberdade ,
inic iado pelas constantes lnter -comumcacoes entre 0 centro de Sao
Paulo e as terras que se estendiam ao sui da cidade.
lniciatmente. a Camfnho do Mar assum iri a retevante papel nesse
desenvolvimento. mas, na med ida em que novos caminnos se abri-
ram e, dentra det es. muito particu tarmente. 0 "Caminho do Carro",
lntcfcu-se pro priamente 0 processa de cotornzacao e desenvolvi-
mento reg ional do batrro em estudo.
I: certo q ue 0 de senvo lvimento da reg iao sui de Sao Paulo se proc es-
sou no rotetrc desses c ots ca minhos tradtcionats q ue remonta m ao
secu!o XVI. parec endo que 0 batrro da Liberdad e cresc eu sob re 0
eixo vertical do Pelour inho, Campo da Forca e Casa da Potvcr a. que
chegaram a se constit utr em marcos demarcatonos da reg iao.
o bairro da Li berdade estrut urou-se as margen s de uma estrada ou
de um c aminho e. ainda hole . no cen ario modemo local , ete segue 0
mesmo rumo sob a forma de larga s ruas e aventdas.
A regi ao anttqa era consti tui da peras terras do Caci que Caiu bi.
centre outras de s bravos colonlzado res do antig o Dtstrttc SuI da Sa.
Espraia va-se pelos lad os da Tabating uera. petas marg ens do Geri-
bettba . na cnrecao de Santo And re da Borda do Campo e do Caminho
do Mar. terra s essas assentad as numa bac ia sedimentar terciaria.
d ispostas sabre terrenos cristalinos atrave ssados pela rede fluvial
tormada peres nos TietA, Tamand uatei e Ptnheiros e responaavel
pela topografia urbana local . caract erizada par pl anicies aluviais e
cotinas de pequena altitude que. um d ia, 0 Patriarca da meecen c en-
15
cia cescrevene como ..... unica provinc ia de Sao Paulo, sendo povo-
ada e civillzada. formara um grande esta do, vista que peta vane dade
do seu cnma, sendo parte ent re as tropicos. a outre, lor a dele, pe la
abun dancia de rnadeiras e dos seus ca mpos. pelos inumeraveis nos
e
e rfbeiros. ern grande pa rte naveq aveis . e pedras preciosas. real-
mente um dos parses mais pri vilegi ados do qtobo, e uma ob ra p rima
de b entazeia natureza ", q ue no secu lo XX S8 transtormarta num
pod eroso cent ro econOmico, alive nucleo cu ltural e d estacad o centro
politico no cenarlc naclcnal.

Lai s de Barros Monte iro Gutmaraes


17

o DISTRITO SUL DA SE. CONCESSOES DE DATAS DE TERRAS


o CAMINHO DO CARRO PARA SANTO AMARO
Segundo Frei Gaspar da Madre de Deus ( 1), as padres jesuita s,
" para mats commodamente poderem instr uiros neophytos
aconselharao M. Atfonso Tebyrica e a Cayub i, senhor d e
Genbatiba, ja muito velno (to mou nome de Joao no ba-
tismo) que transterissem suas resldenclas para junto do
Colleg ia futuro ".
as
TibiriC;8 levantou sua alde ia junto terras do atua! Moste iro de Sao
Bent o. enq uanto Caiubi tran steriu-se des margen s do Ger ibatiba
para as cercanias da Tabat inguera, tomando conta do sui do plat6.
levantanoo al as choupanas de sua indi ada.
Em 1560, 0 Gal/amador Gersl Mem de Sa ordenou a transtere ncia
dos moradores de Santo Andre da Borda do Cam po "para ju nto da
Casa de Sam Paulo, que he dos Padres de Jhesu" (2), par razoes de
sequranca contra ataques ind fgenas. Assim. a povoacao nascente se
transformou em Vila de Sao Paulo de Piratininga.
Rodeada de atdeamentos indigenas e jlt habita da por uns poucos
brancos e seus descendentes. a Vila de SaoPaulo transfcrrrou-se em
importante nucleo de mesttcos. ind ios e europeus em etervescente
processo acuiturativc. fund indo races. costumes. lingua e crencee.
forjaram um novo povo. enrij eci do pelas naturals d ificuldades da
vida local, em completo isotamento geog rafico durante muitos anos.
No inlcio do seculo XVII , prec isamente em 1607, como nao se pu-
18
desse manter 8 torce instalada na Tabalinguera, resolveu a CAmara
situa-te "naquele alto que esta entre 0 caminho que val para Btrapc-
eire e 0 do Pinheiros. pot cima donde morou Domingos Agos linho"
(3).
As terrae ocupadas ate entac nao iam alem de um raio de ap roxima-
a
damente cl nquenta qui l6metros vol ta do centro urbane.
Fai atraves des reiteradas concesscea de dates de larras pete CA-
mara Munici pal , que aquete rate tel S8 dilatando a dfstancla.
Concedidas "no Caminho de Ibirapuera" ou na Estrada de Santo
Amaro. cna ram-se cono tcoe s para a excensac da Vila de Sao Paulo
de Piratininga na direc;ao sui (4), senoc que em fins do secure XVI.
Affonso de E. Taunay anrrna a existencla dos sequintes batrrcs no
processo de exoansac urbana de entao:
" Hipiramg ua, Ponte de Tab at inguera, Birapoeir a, Santo
Amaro e Pinheiros alem dos bai rros de menor Import ancla,
Piquert. Samambativa e Embuacava" (5).
Para Nuto Santana. ao tindar c secure XVI, Sao Paulo era "um emara-
nbadc de longas e curtas rues, os caminhos de cenenacac que
levavem ao sui, a Goias ou ao mar, e os victnats de Embuacava.
Carap icuiba, tbirapuera . Nossa Senhora da concetcao de Guaru-
lhos ".
o Caminho de lbirapuera. posteriormente de nominado "O aminho de
Carro para Santo Amaro", partie do centro urbano e obedec ia os
trecaocs atuais das Aveni das Uberdade e vercoetro. e da extfnta
linha de bondes para Santo Amaro (6).
Esse caminho teve singu lar Importancla no desenvolvimento da re-
giao sui de Sao Paulo. tanto que nos secures XVI. XVII e XVIII. no seu
trajeto ou nas suas cercamas tevantaram-se importantes edfucecces.
co mo 0 Pace do Senado , a Casa da P6lvora e a Igreja dos Remed ios.
de Sao Goncalc Garcia, de Sao Francisco e da Miseric6rdia (7), nas
proximi dades do cent ro urbano.
A distancia. formara m-se as chaceras as suas margens, sendo que
d urante todo 0 secure XVIII a regiao conservou aspecto rural. ser-
vtndo 0 Caminho do Carro para fazer chegar ao centro urbane . 0 rene.
o gado. a lenha e 0 madetramento. percorrido prmcipafmente pelos
pacborrentos e vagarosos carrcs de boi e tropes de burros.
Ate meados do secure passado, Sao Paulo, em geral . logrou cens er-
var a sua tisioncmta colonia l. nao conseguindo acom panhar 0 rit mo
vivi do por outros centres bresileiros ap6s 1808. "Sao Paulo era ai nda
um artaial quase perdido na boca do Sertac'', como bem 0 d iz 0
Hustre t ustoriador Ernani Silva Bruno.
19
Com a instalacao do Curso Jurld tco. conv ergem para a "cidade
cciccaca na montanha, envolta d e varzeas retvosas " (8) estud antes
da Corte e de outroa pr6s peros centros brasuetros.
As tamttias mais ab astadas vlviam co nfina das nas suss chaca ras
distantes ou em seus sobraces. deixando as estreitas russ, as lade i-
ras ing remes, as becos e as pateos para as classes mais humildes ,
para as tipos populates. escravos, qu itan detras e trope iros .
A "Escola de Diretto" traz para a s ruas de Sao Paulo um novo tran-
seunte. rep resentaoo pete estu d ante de Sao Francisco,q ue nas sus s
a
anoa ncas e pa sse ios di stancta . aprecia sempre as mesmas casas
"leias e fortes", de tradic ao portuguesa, com batcoes. sacadas,
muxarabi es e grandes quintals arb orizad os.
E ete q ue vai transfigurar a Provincia de Sao Paulo, arrancando-a de
sua estecnacac colonial, atterando-the. mesmo. os pad roes cuttu rais
ate entao v tcentes.
o b a irro da Li b erd a de , que no s p ro pomo s mon og ra far,
co mp reendia-se nas terra s oeurmtaoas c ere antig o Dtstnto SuI da Se.

DISTAITO DA S ~

Em 1883. a Distrito da Se compreendia duas areas dtsttntas: 0 Oistr ito


do Sui e a do Norte. senc o que perc Ato de t 4 d e marco d aquele
mesmo ano. se est ruturam as terras de um e outre dlstrfto.
Sao dfvtsas d o Distrtto Sui: (9)
"Oesde a Ponte de 7 de Abril , sub indo pete taoeira q ue Ihe
fica fronteira. cal pe la Rua Oireita . segu indo por esta
de sc e as casas n.c 6 ... e ale 0 Largo da Se. oest e pela Rua
da Fund it;aOate encontrar a Rua do Carma, e par esta rua.
desde a Casa d e O. Ange la, n.c 1, ale a ponte d o Carma, de
sorte que 0 1.° Dtstnt o ou Sui da Sa. sej a tormado por toda
a povo ac ao que fic a para 0 lado de Sao Goncato. inclusive
as ruas pa ronde a feita a cemercecao ce um e outre lad e".
Entreta ntc. as Atas da CAmara Munic ipa l de Sao Paulo, datadas de
1829, ja revetavam a tendencta de ocupac ac paulopo litana. Por outro
lado, Francisc o de Assis Viei ra Bueno conta-nos que . em 1830, a
ci d ade de Sao Paulo se compac tava lonq ttudinat mente pete planaIto
da celina, des cambando para Tama nd uatei e Anhanqabau . no qual
se penetrava at-eves do Caminho do Mar, co mestaqto peres races da
Cnacara dos Ingleses (po steno rmente Largo Sao Paulo ), do Cem ila -
20
a
rio em torna da Capel a dos Al litos (atual Beeo dos Aflitos, Rua de s
Estudantes) e Campo da Forea (futuro Larg o da Li berd ade) .
Para 0 Norte , toma va-se 0 rumo de Sao Bento.
Fora de ssa oenmsacao. havia campos despovo ados ou ratamente
habi tados, locals de cacacas e de abrigo de negr os-escrav os fora -
gi do s, prtnc lpalmente nos ca mpos do Bexiga e v arzea do Carma.
Nos c ampo s do Be xiga localizou-se uma das mats betas e tradfcio-
nais chacaras de Silo Paulo, a "C hac ara do Capac". que avercava
ate 0 esptqao d a futuraAvenid a Pa ulista deoode d escambava para a
planura do futuro bairro d o Jardi m America, send o Que na altu ra d a
atual Alamed a Tiete. no sec encontro com a Rua Joao Manoel.
situ ava-se sua sede (10).
Aind a nos mead os do onccentrsmo. a cidade era peq uena e mo-
desta, g uard ando caractensticas coto nia is. emb ora entre 1828 e
1872 exper imentasse sensfvel surto de progresso e considerave !
aumento populaciona l, conseq uenc ta do peq ueno ressurg imento da
econom ia local e d a instatacac d o curso juridi co no convento Iran -
crscanc .
A ctdade se exp ande num rate med io de q umze qurtem etros a part ir
do triangulo setsc entista. aprovettando-se dos vales secu nda rtos.
g atg and o cottnas. enqu anto as chacaras antiga s, os matag ais e os
c ampos que emolduravam Sao Paulo, se des tnteqravam .
A part e nova da cfd ade. construld a pela s Ireg uesias de Santa Efige-
nta. Santa Cecilia e ccnsoracac (vtbuapue ra" - Maria Ce lestina
Teixeira Mend es Torres - pag. 35), sepa rava-se da parte vetha ou
cent ral, peta Ponte d o Ctsqueiro. A ladei ra d o Carmo eo Larg o de Sao
Bento, em 1840, co rnecavem o arrabatde pa ra 0 lad o norte, enquanto
que, para a dtrec ao sui, a Casa da Pctvora md ica va igual pan orama,
sendc que, ate 1861,0 Larg o d a U berdade possuia uma tcmetra
pub lica que fornec ia aqua " para tod o 0 ba irro da Pctvora " (11). Alias,
essa reg iao da cidade possuia varie s lanque s e tomeira s de uso
popular. conlorme reg islros nas Ata s da CAmara Munic ipal , sempre
care ntes de algum reparo. como em 1834, q ue 0 "chatanz d a U ber-
dade " teve arran cad os de seus canos ou b ica s. segundo anunci ava
uma vereanca do ano (12).
A margem do Cami nho pa ra Santo Amaro. ao sui do Tanque do
Matae ouro. ticava 0 Tanqu e de Santa Teresa e a Fonte do Morin-
guinho. sendo qu e 0 cami nho que condu zia a esta ulti ma fonte se
transtorrnana na Rua Jaceg uai. Ainda em 1864, hA notlcias d e cons-
trucoes dessa natu reza para esses tac os da ocace . co mo 0 chatanz
do Laroe do Pelourinho e Larq o de Sao Gonca!o.
21
DEMAR CACAO DO D I5TRl TO 5 UL DA 5 1"

Aos 4 de junho de 1863, a presidencia d a Ca ma ra Munic ipal exped e


Ala demarcando as d ivisas d o Dtstrfto Sui da Se. da seguinte ma-
ne tra :
"Desde a pont e do Piques, tntitulada 7 de Abril , pet a
Ladei ra do Dr. Falcao. qu e vern dar na Rua Dire ita ate 0
Largo da Se e da l cera entree RUB da Fundica o ate 0 beco.
que separa a casa d a Mar q uesa de Santos e do fa lee id a
Dr. Moura , servindo a dita ladeira e as rnenci onad as ruas
de divisa dos referidos distntos. de manetra qu e as casas
do lado superior dessas ruas e tadetra. pertencam ao
Dislrito Sui e as do inferi or ao do Norte ".
Essa deme rcacao sera alterada par Ata do Governo, datado de
6/9/1872 , que integra no Distrito Sui as predtos local izados entre
as Traveasa s do Coteqic e a Rua d a Fundicao. detal fo rma que a linha
divtso rta e demarcada apenas para separacao do s dai s distritos d a
ant iga treq ues!a da Se. Nao se cog ita de estabelecer a precisa
seoeracao do Distri to Sui, pelo fato de que para esses tacos. as
di visas j s esta vam def inidas pelas linhas do recem crtado Muni cipio
de Santo Amaro. em 1832.
o Distr ito Sui da Se conetttui ra a futuro Distrtto da Liberdade. con-
forme Ato de 1905. com enorme [urtsdicao. co mpreendendo terras
que se desmembrar iam para constituir bairros da zona sui, como
Indian6pol is, Jabaq uara . Vila Clementi no, Vila Marian a, Cambuc! e 0
proprio batrro da Ltberdade.
Ja no ana de 1889, esse b atrro se apresentava requtarmente urban i-
zado. embora a planta elaborada par Jules Martin, em 1890, no-
meando as bairros mats o tstantes . most re atnda um vaz!o entre a Rua
Santo Amaro (antiga Rua do Verde e depo ts do Curtal. no seu pri-
metre trecho ) e a Rua Liberdade, mas ja interligada pe la Rua Pedroso
e mais quatro ruas nao nomeadas (13), em cuj as areas se desenvor-
ve rao p rop riamente as bai rros do Paraiso . Bela Vista . Bexiga e
Liberd ad e.
a
Em 27 de janeiro de 1890. os moradores do batrro pede m Cama ra
a
Municipal sua elevacao condicao d e "trequesta" ( 14), em conse-
q uencta do retalhamento da Onac ara de Dona Mariana de Barros
Fagund es e de outras Chacaras senncnars da re giflo, herda das au
adq uiridas dos pr imeiros povoa do res da Capitania de Sao Paulo.
Ao longo dos Caminhos e Estrad as sa astruturam novos bair ros. nos
quais a capetaou 0 cruzetro tradtctcnat nao mats co nstituem pad roes·
22
ou marcas d e tuooecao de nucleos urbanos . tal como suc edera com
a Luz, Penha d e Franca au Pinheiros. dentre Qui ros bairros.
o arruame nto e toteamentc da Chacara de D. Mariana Fag unde s
permit iu a ottcializacao de muitas ruas na sua area geograt ica,
dentre as quais se destacou a Aua Fag und es, interli gando a futura
Avenida Liberda de e a Aua Galvao Bueno.
No fina l do secufo pa ssado e dea lbar do seculo XX, 0 pode r munici-
pa l ord enou 0 ap roveitarn ento da s tetras abandonadas conti das no
"rossio de meia legua", em razao do q ue, vanes ruas se abr iram pe r
tcda a cidade.
Sao ruas arnda de trac aoo irregul ar, permitind o a perman encia de
umas poucas chac aras e pequ enas prcprf edades junto 80 centro
urb ano.
Atraves da Lei 0.0 975, de 20 de dezembro de 1905. lo i substitu fda a
d estanaca o de Distrito SuI da Se para Libe rdade. quando jil nao
cc mpreend la mars as terras de Vil a Mariana . ja des membradas em
dtstnto sepa rado.
A pa rtir de 1900. 0 bairro entra em ace lerado processo de urbanlza-
cac. total mente ampa rado peta Camara Municipal. vart as leis sao
p romulgadas, vis ando a melh oria local :
arremata Imoveis em hasta publica . para alargamento da Rua d a
Liberdade (Lei n.c 520, de 11/6/19 01 e Le i n.c 594, de 6/8/ 1902 e
Lei n.o 725, de 26/3/1904 );
de sapropria 0 Imove l n.c 52, da Rua Dr. Rod rigo Silva (Le i n.c 555,
de 9/1 2/1901 );

d ispende vultosas quantias pa ra a epoca.com a liga<;:ao de ruas


impo rtantes d o bairro (Le i n.c 562. de 6/2 /1902, reserve dotacao
orcamentaria para obraa de li ga<;:80 entre a Rua Conselhei ro
Furtad o e Tamandare):
de sapropna predlos de n.vs 50. 60, 62 e 64 d a Rua Assembleia
(Lei n.c 565, de 7/3/ 1902);
- entabula ac ordos com prcprietartos de tet ras. co m 0 Conde d e
Sao Joaquim (Lei n.c 617, de 10/ 12/ 1902);
- ordena melh oramentos urban os em largos e pracaa (Lei n.c 723 ,
de 26 de marc o de 1904, que auto riza 0 Preteltc a executar
melho ramentos no Largo de Sao Pau lo e Lei n.v 74 5. d e
01/6 /1904 , que ordena 0 carcamentc da Rua Tag ua e Pirap itin-
gui);
23
Iaz alarga menl o e ucacees de ruas fnter-bai rros (Lei 0.° 752, de
Da de julho de 1904. p rog rama a ucacao ense a Rua Ped ro so e Rui
Ba rbosa);
promove 0 calcarnento de ruas (Lei 0 .° 921 , de 7/7'1904, que
ordena 0 rec arcamento da Rua Dr. Rodrigo Silva);
modi fie a 0 perf il d e rues (Lei 0 .° 964; de 10/12/1906. que autonza
o Preteito a aootar o novo perfil organ izado para a Rua Jaceguai);
- vende terrenos do bairro em basta pub lica (Lei 0.° 1306, de
11/4/1910, que autortza a veooa de sobra de terrene do orecrc n.e
54 , oa Rua Dr. Rod rigo Silva . esquina da Rua livre );
Nos primeiros anos do secuto XX. de mod o geral. as ruas d o
ba irro sao cerca das a paralelepipedos de pedra . com expeorcao
de inumeras leis. propo noo tal orovtoencre. Sao, pais. ass im
calcadas. "t recnc da Rua Bonita , co mp reen dido entre as ruas da
GI6ria e Batao de Iguape; a Rua Conselheiro Furtado. entre as
ruas Barac de Iguape e da Gl6ria, bem como a Rua Bonita , entre
as ruas Conde de Sarzed as e Estudantes (Lei s n.vs. 1948 de
17/2 /1916 e 1973. de 29/4/1916. respecnvamente). bem com o
quase todas as ruas do bairro.
e
No ana de 1919. aprovaco 0 pla no de alinhamento da Rua Conse -
Iheiro Furtad o e ja, em 1922, a Lei ne 2451 , de 14 de j aneiro d esse
ano, auto riza a Preteit ura a mod ificar a emp lacamento de ruas e
orecnos da ctda de.
Entretan to. foi somente na cecaca de 1930 , que se. processou a
rerrodetac ac da ci dade de Sao Paulo, segund o plano d o Engenheiro
Francisco Prestes Mate. fund amentado na estrutura rad ial concen-
tric a.
Ab rem-s e entac long as aventda s em tome da ctdade . traca das nos
e
fundos do s vales. No bai rro da Liberdade ab erta a Avenida 23 d e
Maio, no Vale d o ttororo.

Sao Paulo lemb ra algumas ci dades nc rte-amenc anas. ao lrtadlar-se


em todas as cfreco es. a partir da sua area central nas counas que
marge iam 0 Anhangabau.
Prcjeta-se num raio medic de 15 q uilOmetros, estruturando urna ci-
dade pe culiar. li bertada da mane ira classica ou reticulada .
A part ir do centro urbano inicial. suc ed em-se beirrcs-ee d iferentes
estruturas econOmica s e socials. muitos d os q uais fa se constituem
verdadeiras cida des den tro da metr6p ole. Sao ba irros taerrs. opera-
rios ou resld encl el s. marced os por cont rastes pa r vezes g ritantes.
24
Uns sao prog ressistas, mod ernos, enquanto outros permanecem es-
tagnad os ou se metamorto setam extravag antemente como e 0 c asa
do batrro da t tberoaoe. com suas mansees senhortats substttuldas
por altos pred los. construcoes extravaqantes. em muitas das quais
se concentra uma poputacac cosmopottta e loc al.
o imigrante oriental , afem de rete-c ar a co mposicao etnica e cultural
d o bairro, introduz no quo tidtano novas tecmces taborativas. novas
formes de reta cionamento emp resari al. 0 vestuano. as artes. as
fach adas dos p redfos e as p ropnas ruas ganham novos oenneamen-
tos e mater iais.
o batrro da Li ber dade S8 orientaliza d iuturnamente, trazendo para '
ali. para seu ambiente d e vid a, urn pouco do Japao. d a China e da
Core ia.

Atualme nte. 0 Munic ip io de Sao Pau lo este di vid ido em dezesseis


regi6es ad ministrat ivas. para eteito de plane jamento e acao regional.
E tarefa basta nte d ificil a precise esoecmcacao d os li mit es geografi-
cos de urn batr ro. dada a diversidaoe de cntenos adota veis .
o ba lrro da Li berdad e possui um Cart6 rio Eleitoral. uma Delega c ia
Pottcial. 0 Cart6rio de Paz do Segun do Distnto. alem d e uma jurisdi·
cao pa roquial. Cad a uma dessas entida des possui determinada
comcetenct a geo g rattc a.
Parece-nos, pots. mats ob jetiva uma anali se da pos tcao geog ratica
do b airro da Libe rdade . co nforme 0 crtteno atua lmente empreg ado .
pera Admtmst racao Publica Munic ipa l de "reqtac admtr ustrativa".
Esse tradictona! b airro inte gra a req iao ad mmistrativa d a Se. sob a
competencia oa Adm lmstracao Regi onal da Se (AR-SE). cuja [urtsdi-
cao e cal cu Iad a. ap roxim ac amente. em 2492 he cta res.
As p rincipais vias de circ utaceo do bairro sao as avenid as 23 de
Maio. Liberdace e Brigadeiro Luis Antonio. tcoas em cnec ao ao rumo
sui d a ctoa oe .
A reqiao e
integralmente serv ida per rede de aqua . esgoto. gas e
Hummacac publica . bem como tota lmente pavimentada.
Cons tuui um dos oito setores da Ad rrunis trac ao Regiona l da Se.
encaixando -se entre os setores c a Bela Vista e Actt macao .
a
p reve ndo-se [a. que a area pr6 xima Avenida 23 de Maio. Avenida
Uberd ad e. Rua Verguei ro e Rua Tamand are. cnara novo corredor de
crrcutecao e attvtdades . em tuncao do metrcpotttano de Sao Paulo.
em breve tem po . Suas estacoes " Liberd ad e" e " Sao Joaquim" inte -
gram a regiao a outros bairros da Capita l. atraves do service de
"rntec rec ao Metrc-Ontbus ".
25
CAMINHO 00 CARRO PARA SANTO AMARO

Durante multo tempo.o forumde Sao Paulo teve varies difi culdades na
distrtbuicao da Justica nas acoes iudicieis. referentes a partilhas e
derrercecoes de Iimites de terras, em toea a exteneec desse ca-
mtnho.
Os d oc umen tos reterentes a leqiti mfd ad e de s propried ades, mu itas
val es eram ccucentes. refer indo areas com flagranles cootrac ncces
de iocaneecac. mas sempre indicand o a reterencia principal, que
era 0 Caminho do Carro para Santo Amaro.
Demandava ere as terras do sui da cidade pete espiqao ou pete
varzea?
De mod o geral. tod os as ensai stas. c roni stas e his tortadcres de Sao
Paulo . ded icaram parte de sua atencao ao eq uac ionamento de mda -
geeso. Dentre esse s, 0 Engenhe iro Zenon Fleury Monte iro escreveu
extensa monografia scbre 0 assunto, parecendo ter defin ido exata-
mente 0 tracacc desse caminho : 0 reno da atual Avenida da Liber-
dade, Rua verpueiro. Dom ingos de Moraes. ate as vertentes dos
C6rregos da rretcac. vermetho e Pinhe irinho .
Ao fi ndar do seculc XVI, os " portug ueses nac ousa vam ocu par 0
interior do pa is etem de um raio proxi mamente de c inq uenta
a
qu ilOmetros volta de Piratin inga" (15). Esse historiador, per exem-
pro, Iocati zava 0 hist6rico Caminho do Carro, " na lombada para
alem do Anhangabau... de scambando para a varzea do Rio Ger iba-
tiba prccurava a atcera... ".
Affonso de Taunay tocattzav a a forca... "no outeiro de frenle da cruz
q ue estava no ca minho do Ib irapuera (Largo 7 de Setemb ro)" (16).
Affonso de Freitas localizou-o no seu ensaio de reconstituicao, no
nacaoc da s ruas da Liberdade . Verguei ro e Domingos de Moraes.
Segundo Zenon Fleury Monteiro, nos ultimos anos do setscentrsm o. a
CAmara Municipal atendia co m trequencia os ped ido s de conces-
sees de datas de terras no rossio da vita. tocallz adas ao longo dos
q uatro caminhos de salda da vita . entao extstente s.
Uma des sas sald as se enderecava rurno sui, na otrecao de Santo
Amaro, anter iorme nte de nominado tb trapuera . Seguia eotac cere
lombada entre os c6 rregos do Anhangabau e Cambuc i, ate 0 ano de
1640.
A part ir dessa data, passou a ser conhectdo por "Caminho do Carro".
como unlca estrada ou caminho q ue li gava 0 nucleo as
parage ns
retunes de Santo Amaro. que partindo de Sao Goncato ou mats
26
abaixo, Largo de ~ ou Largo do eolegio. ga lga va 0 Esp igAo do
Caaguac;u.
Em 1640. a partir de 19rej a de Santo Antonio, ab re-se novo c aminho
que atravessava 0 Piques. a Rue Santo Amaro (entao RUB do Verde e
do Curral) e Avenida BrigadeilO Luis Antonio para no alto do espigao
enc ontrar-se com 0 Caminho do Carro . Este atravessava varia s le-
guas de chilo, possuiu varies oenorrnnecces atraves do tempo, de-
terminada s palo interesse de seus usuaries e que const ilu iriam
sempre . designa c6es ccaecoer s. prevatentes por breves periodos
de tempo.
D trac;ado princ ipa l S8 biturcava em toda a sua d tstanc ia. em camt-
nhos viclnals e tnlhos. etendend c a necess idade de sitiantes e d onas
de cM caras ag rupad os as SUBS margens.
Os campos reiunos ou realengos adiante do espigllo eram do patti-
mOnio de CAmara Municipa l, da tntenden cia Nacicnal e depois devo -
lutos.
Durante muitos anos, a CAmara Municipa l fez conc essoes de tetras
nessa extensec (17). cujos reg istros revelam a posrcsc geografica do
cam inho, bem como al guns dos prime iros povoado resdo Distrito Sui
da sa. a saber:
- Carta de data de terra a Francisco da Costa Vall adares (1640);
- Carta de data de terra ao Padre Alvaro Neto Bicudo e Custodio
Nunes Pinto (1640);
- Carta de data de terra a Baltazar de Godoy Moreira . Belchior de
Godoy Moreira e Marianna de l ara (1 640);
- Sltlo de Tapanhoim - Vend a de totes tetta par rencrc Anton io
Mariano Fagundes Mariano (1860 a 1880);
- ne sacrccrtecac da Companhia Oantareira de Agu as e Esgotos a
Dona Balb ina de Sant'Anna (1 891);
- Sftio Ressaca - oesaorconecac da Companhia de Aguas e
Esgotos a FeHcio Antonio Mariano Fagundes (18) - (189 1).
tnlctalrrente. as propriedades sa apre sentavam como grandes ran-
fUndios que , por vi a sucess6ria. desap ropriat6ria ou por vendas e
revendas. se transtcrmevam em pequenas areas. As propriedades
a
situada s margem d ireita do Caminho do Carro tirmtavam-se entre
si. ets que os reg istros de umas e outras revelam essa posicao
limltrcte. Assim, a CM cara Moreira e a Chacara Sert6rio entre osdois
caminhos para Santo Amaro . A esquerda . 0 Tapanho im ou Lavapes.
que indi cavam em suas d ivisas a Cht:lcara do Quebra Bunda de
Demetrio Costa Nascimento, bem como a CMcara da Gl6ria.
27
Entre as enos de 1639 e 1649, 0 Caminho do Carro era tambem
c ha mado " Cami nho Novo" para 0 Mar ou para Sant os, ate confronter
as d ivisas do Sitio Bessaca. local ern que se bifurcava para Santo
Amaro e Santos. segundo relata de Fleury Monteiro (obra cit ada.
;:;ag ina 137).
Esse mesmo neche era ta mbem con hecrdo por " C aminho do Padre
Domi ngos Gomes Alb emaz", entre as anos de 1647 e 1683.
Digna ta mbem de rsgislro. 0 tate de que a estrada vemuetro. no seu
trecho comum 80 Caminho do Carro (do Largo da liberdade ate a
blfurcacao do rresm c a altura do futuro Largo da Guanabara ). era
conhec ida co mo " estrad a nova para Sant os ", depots de 1864 . Ap6s
esta data , 0 trecho comum passou A dencminacao olicial de Estrad a
Vergue iro.
Ressalte-se. ainda . a intormacao de Fleury Monteiro, que:
"0 Caminho do Carro, em longo trecho, desde a certvacac
da Estrada Vergueiro ou mesmo no trecho comum, ate as
bordas dos Campos de Santo Amaro, em parte da face
oeste do Sitio Guarapuava. tomou -se conbecido. de 1870
a 1~96, como Estrada do Fagundes",

o Caminho do Carro pcssutu, portanto, c encminacees vartas.


Durante aproximada mente d uzentos anos, as concess6es de terrae
estiveram interrompidas. E a partir de 1808 que nos reencontramos
com tala soncnacoes. q uando Manoel Monteiro pedi a uma data a
CAmara Municipal "... no caminho do Carro defronte a Casa da
P6Ivora... .. com tundos ale 0 Rio Moringuinho, ond e se loca lizava
uma fonte de ig ual nome. fundos da Chacara do Senador Vicente de
Souza Oueiroz. em cuja propriedade, em 1852, se locaftzava 0 pri-
meiro matadouro da cidade de sa o Paulo.
Quando 0 centro da cidade se lntertiqou a Santo Amaro par linhas de
a
bondes , os trilhos foram colocados margem ou sobre 0 leito do
Caminho do Carro no trechc ja retend o. a "Estrada do Fagund es",
que mais tarde passaria a chamar-se Rua Domingos de Moraes, par
Ato do intendente de obras municipals. co mpetente para nomear as
ruas de Sao Paulo. par rorca da Lei n.c 77. de 09 de dezembro de
1893 .
Foi somente ap6s a acrovecac dos pi anos de construcao da Avenida
Anhangaba u, vetha asptracao dos pautlstaros. que se inici aram os
servic es de terraplanagem e de ob ras acess 6rias, como galerias
para vazao de aguas ptuviais. a saneamento d e todo 0 vale e zonas
circunvizi nhas. impedin do assim. 0 levantamentc de favelas nas
encostas marg inais e no pr6prio vale.
28

Planta da ci d ad e em 1842 : 32.000 habitantes. Desta cam -se edificios


e servrcos. Ao Sui, grandes extensoea de terras a serem povoadas
com destaque do Camlnho de Santo Amaro ern dues pcs tceee. Be-
bedouro e Tanques a distancla. Destaques: Chacaraa do Batao de
Llmeira. de Ana Machado e Casa do Padre Iidefanso. Ig rej a de Sao
Gonc ato e dos Remedios, 0 Pelou rinho , Matadouro e Deposito dos
Chifres. Oadeia.

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31
Durante a qestao municipal do Or. J. Pire s do Rio. as servic es de
pavime ntacao e coleta de li xo da cidade em gera l, tiveram inc re-
mento [amais obs ervado. Foram fettos estuoos ge rais das varzeas
munrcrpets entao tnuncavers e q uase aband cnadas . Prog ramou
ta mbe m. pIan os de grandes aven idas para a cidade d e Sao Paulo , de
modo a fac il itar 0 ace sso ao centro urbane. exiguo e inc apaz de
comportar 0 desenvolvimento par que passava a cidade. de aces so
pe noso, em g rande parte atra ves de ladeiras ing remes o nd e as va les
viztnh os se apresentavam de dificil aprovettamento. alem de mal
hab itados, mal aproveitao os e do pier aspecto. \
Equacionado 0 problema, outras eestces reallzararn 0 trabalho de,
construcao das grande s avenid as e do transports de massa. \
A Avenida 23 de Maio e a Avenid a da Liberdade !oram construidas
com aprovettamento total do Vale do uororc e da antiga Rua da
Liberdade , trecho do tradicional Caminho do Carro para Santo
Amaro, sob cujas protundezas. na decade de 1970, se tracar ta a
primeira linha rnetroviarla brasifeira.

CARTAS DE DATAS DE TERRAS

As Atas da Camara Munic ipal de Sao Paulo, .c eso e 0 secure XVI,


raferem Inumera s concessoes de datas de terras aos primeiros me-
radores do plana Ito. Alguma s concessees estac reg islrad as em 10·
cats muito proxrmos do nucteo central, enqua nto outras se fazem a
distancia. ao longo dos caminhos ou na sua d .recao.
Ao fongo do "Caminho de Virapoeira" (depois Caminho do Carro),
oco rrem muitas concessoes. ate mesmo no secure passado.
Talvez esse habito tenha se constituido em uma constants na hist6ria
do desenvolvimento urbane de Sao Paulo, dada a g rande d ific uldade
dos moradores da vita para a criarem. Nesse processo de desenvol-
vimento . a Camara Municipal tel 0 cerebrc . a torca impulsionadora e
propulsora do vasto empreend imento que 0 cresci mento material
desse nccreo urbano exigia.
Ate 0 fim do secuto XVI, Sao Paulo de Piratininga vivena num cli ma de
guerra, ante 0 pavor de seus moradores verem as suas moradtee
incendi adas pelos constantes ataq ues indlg enas.
Ao Colegio de Sao Paulo co mpetia a tareta de cateq uese. de forma-
a
cao esplrttual e intele ctual dos primeiros hab itantes e. CAmara
Municipa l estava ateta a tarefa de promovero desenvolvimento mate-
rial e 0 crescimento econ6mico da futura grand e ci dade.
32
Sob este ultimo aspecto. a conceseac de data s de te-ras assumiu
relevante papel , co ncess6es eSSBS, fei tas no percurso dos diferent es
caminhos da cida de. No Caminho do Carro, vamc s ancontrar cartes
pontos de reterenci a para as concessOes de terras. Assim , havla 0
Largo da Force. a Casa da P6lvara, a cnacara do Ouebra -Bunda. 0
Matadouro e 0 Telegrafo. confinando as concessces feita s ou ind i·
cando rcceuzecoe s geografica s.
Delronte a "Casa da P6lvora", as Reg istros revela m va ries conc es-
sees. geralment e co m frente par a a Rua C6nego Leac q ue futuramente
S8 transformaria na Rua d a U berdade. 0 eixo principal de tod o 0
futuro ba irro de igus l nome.
Ob serva-se, entretanto. que tais concess6es nao sa edi ficavam de
imedi ato, pots a condiCAo concess6ria era nee se construi r ces e de
moradia e "nao faze r fogo de q ualquer qual idade", dada a pecximi-
dade da Casa da P6l vora.
a
Par essa razao. muitos ce sstonarios chegaram a requerer CAmara
Muni cipal a tran sferencia da Casa da P61vora para outro loc al, a fim
de que pudessem construir nas suas terras, no que nAo chegaram a
ser atendidos.
Desta forma, ocorre um processo de povoamento, formando-se para
a lado sui uma regiAo rural ou semi-rual de campos, pastagens,
rocas, sitios e ch8ca ras. que perdurariam ate ap roximadamente 0
ana de 1920.
A planta da cidade de sao Paulo, elaborada em 1810, ja deli neia a
expanseo da cid ade para 0 sui. natural mente estimu lada pe jc de-
senvolvi mento des ba irros de Ib irap uera e Santo Amaro. allada a
ace terecac da economia pa uli sta, promovida pel o Caminho do Mar e
sai da para 0 interior de sao Paulo, principa lemnte Ituo grande centro
produtor de ec ccer da epcca.
Pele' data em que se consi derou pronta a Casa da P61vora (1813),
cuia constn cao se lnlciara por alvara de julho de 1754, se pode dizer
que esse local era considerado afastado do centro urbane, local que
atualmente di sta manos de um quilOmetro da Prac;:a Jolla Mendes .
Na medida em que 0 proces so de cciomzecsc da regillo se foi
acentuando co m a ccncessac de terrae. vendas. revendas e parti -
lhas. a construc;:llo oitocentista passou a constitui r sene empecilho ao
e
prog resso loca l, tanto qua reservada para eta vesta area de terra no
alto do esp igAo. ende antes se situava 0 Telegra fo.
As terrasd evolulas, 80Spoucos fcram sando cedid as aos teq utsiten -
tes sob a forma de dataa. de modo tal. qua os f lancose a distAnc ia do
Caminho do Carro vac se povoando mais densamente.
33
Desde 1609. S8 concedi am larras nessa d ire~a.o. Encontramos sf
Gaspar Colaco . com urndata devinte bra ce s "nas cab eceiras dadas
a Gonc;alo Fernandes na banda dire ita d o c ami nho indo para 8 irapo-
eire. partindo com Bras Mendes".
Tambem Pascosl Delgado e Manoal Costs obtem vinte bra ces em
quadra "no arrabalde desta vi la, indo pelo cam inho que 'l si para
Ibirapuera, samd o de sta vlla em urns travessa qu e esta demarcada
pelo cutao de Jo Ao de Oliveira, para os lados do ribeirAo d o Anhan-
gabau".
o CapitaoFrancisco da Costa valadares S8 fixe "na rUB aberte
ccmecando de Santo Antonio para 0 Ibirapuera", e InocAnoio de
Camargo, JerOnimo de Camargo. Balthazar de Godoy Moreira, Fran-
cisco Goncalves, Manoel Femandes veine.Pedro Francisco Goncal-
ves, Pedro dli Silva. Gaspar Sard inha e Manoel da Cunha, em 1640 .
tambem obtiveram datas de terras no Cam inho do Carro. Algumas.
bem pr6ximas do centro. pcrem outras erem "chAos devolutos", nos
arrabaldes da vtta. Grandes a pequenas eeenezee. as quais se
destinavam ao cultivo de rccas e "c hacrinhas".
34
NOTAS

1. Madre de Deus - Mem6rias Para a Hist6ria da Capilania de


Sio Vicente. hoj e chamads de Sao Paulo e Notlcias des
annos em que S8 des cobri u 0 Braz il.
2. Alas da CAmara Municipa l de Sio Paulo. I. pligina 42 - Carts
da CAmara de SAo Paulo de Piratininga a Dona Cata rin a,
rs inha de Portugal. SAo Paulo de Pirat ininga, 20 de ma io de
1561.
3. Alas da CAmara Muni cipal de SAo Paulo - 1596/162 2 - plig.
197
4. TORRES, Maria Celestina Teixeira Mendes-Ibirapuera - pli g.
35
5. TAU NAY, Affonso - "SAo Paulo Nos Prime iros Anos" - pAg .
182.3
6. FREITAS. Afonso de - in "A Cidade de SAo Paulo no Ana 1822 "
in Revista de I.H.G . de SAo Paulo. XXIII - pllg. 131
7. SANTANA. Nuto - " SAo Paulo Histcricc", Vol. I.
a AZEVEDO. Alvares de - " Li ra d os Vi ole Anas".
9. Atas da CAmara Municipal de SAo Paulo - Vol. XLVII, pag . SO.
10. VIEIRA. A Paim- "ChA.caradoCaplto" - in Revistado Arquivo
Hist6rico da Prefe itura de SAo Paulo - Vol. C XLVIII.
11. Alas da CAmara MtIlic ipal de SAo Paulo - Vol. XLVII. pag. SO.
12. Atas d a CAmara Mun icipal d e SAo Paulo - Vol. XXVI I - pa g.
402.
13. Atlas de Plantas Antigas da Cidade de SAo Paulo - PublicaC;Ao
da Com issAo do IV Centenario da Oldade de SAo Paulo .
14. Atas da CAmara Municipal de SAo Paulo - 1890 - psg. 22.
15, PINTO, Adolfo - "Hist6ria da Viac;Ao Publica" -1903 - p6.g.
18.
16. TAUNAY, Alfonso de E. - "SAo Paulo nos pr imeiros annos" -
pag.36.
17. Monteiro, Zenon Fleury - " Caminho do Carro para Santo
Amaro" - p6.g. 43.
18. Monte iro, Zenon Fleury - obra cltada - p6.g. 13/14 .
35

CHACARAS TRAOICIONAIS 00 BAIRRO OA L1BEROAOE. ALGUNS


OOS PRIMEIROS HABITANTES E POVOAOORES

No IArmina do seculo passada, mu ttas eeeceree sa espalhavam pe ls


cidade de SAo Paulo. sando que as bairros de Santa Ifiglmia. Born
Retire. Bras. Consolat;Ao. Agua Branca. Higien6pol is. Barra Funda,
MOOca, Bela Vista . Cambuci e Liberdade possu iram ch8earas de
grande extensAo territorial . mu itas des quais conseguiram chegsr 80
s&culo atual.
No ultimo quartet do oitocennamo. as propretanos de vanes dessas
chacaras providenciaram OU S8 viram torcedcs a determiner a aber-
tura de rues, alamedas e largos em suas propriedades. lazendo
arruamento e rcteecees sam nenhuma previsAo urbanistica. pois 0
crescenta aumentc da poputacac da cidade estava B exigir aestrutu-
racAo de novos bairres.
Entretanto. foi no secure atusl que sa definiu a forma de ccupecac da
cldade, quando se passou a construir de mane ira acelerada pelas
encostas das colinas e vales.
o bairro da liberdade, hoje uma ccnnnuacsc do centro; possu iu
multas chBcaras tradicionais. sendo que ainda, em 1860, 0 "Correio
Paulistano" estampava em suas colunas enenc tcs. como 0 seguinte :

"Vende-se uma chllcara com boa casa de sobrado, cons-


trulda toda de novo com pneres de tijo los, sit iada na Rua
de Tabatinguera..."

Por todo 0 Distrito Sui da sa hav ia belaa e grandes chBcaras, nas


36
quais havia plantacac de chAoe bo sque s d e jabut icabeiras. muitss
des qua is pertenc eram 80S prime iros povoadores da cidade de SAo
Paulo. For do retalnamento des grandes propriedades locals que
result ou 0 balrro de Liberdade.

CHAcARA DA TABATINGUERA: De prop riedade de Francisco de


Assis lorena. filho do Governador Bernardo Jos6 de lorena. erB
eno rme e pos su ta a sua frente a fonte de Santa Luzle.
Desinteg rando -se. no seu per lme tro totem ebertas 8S russ Consa-
Iheiro Furtad o. Conde de Sarzedas e Santa Luz ia (19).
Gravura d atada de 1862 mostra-nos 0 que teri a sido essa ch 6cara:
vast a 'rea. co m ums casa simples. aca ipirada, co m tel hado de largo
beiraJ e alpendre lateral. no cen tro de arvor es trondcsas.

QUINTA DE FRANCISCO MACHADO: situava-se logo no principia da


Rua da Gr6ria e na sua lites toi traoada rUB que S8 denominaria " da
Fabrl ca" e que 0 Ato Municipal ne 976. de 24/8/1916 chamaria de
Rua Sinimbu. Foi ainda na sua Area que se traecu 0 largo de SAo
Paulo .
Essa grande p ropriedade pertenceu tambem a Radmaker e. a part ir
a
de 1824. Santa Casa de Miseri c6rd ia de 840 Paulo, que construi u
no local um asilo d e mend icidade. local q ue. atualmente. integra a
Rua da Gl6ria .
Esse asuo. na c esc rrcac de Manoa l Vitor de Azevedo . era " um velh o
pa rd ieiro colon ial. teio. aca chapado. de talpa e reboco inferior. de
cuja uenstormacac surg iu argum tempo d epots. como uma crisillida
°
d e luxo, atual Extemato Sao Jose " (20).

CHA cARA STREIB: situav a-se entre 0 Largo da Forca e 0 Largo da


Pclvora. a a
d ireita d o Cam inho do Carro. bem p r6ximo tonte do
Moringuin ho. Quand o est a chac are se desinteg rou, multc e terreno s
p r6ximos aquela lonte foram da propriedade do BarAo Nicolino Barra
que. ainda em 1890. possu la rico palacete A Rua da liberdade (21).

CHACARA DE CAETANO FERREIRA BAlTHAR situa va-se entre as


ruas Am erico de Campo s e BarAo de Iguape . estendendo-se ate a
Rua d a G16ria. Esteve na p ropried ade des herd eiros d o Dr. Cl eme nte
Falcao de Souza Filho.
Sua sed e sftuava-se na Rua da Gl6ri a, n.o 106. em cujo local. peste-
ncrmente, a Estado instalou a Grupo Escol ar da U be rdade.
Caetano Ferreira Balmer. falecido em Minas Gera is em setembrc de
1870. era comerclante em Sao Paulo. estabelec ido com loj a d e
fazenda. " no p~dio terrec da Rua d o RosArio. de pois Imperatri z e.
37
hoie 15 de Novembro, esquina do aeco da Cacnace. hoje princfpia
da RUB da Quitanda" (A. E. Martins - SAo Paulo Antigo - Vol. 2 -
pag .25).
Segundo esse mesmo autor, fol esse antigo habitante da cidade urn
dos primeiros eropreeancs da construCAo da snUgs Praoa do Mer·
caoo, de RUB JaAo Alfredo. tendo sida tambem proprietArio de tetras
A RUB Santa Rosa. esquina da Ruado GazOmetro.
,
CHACARA DO SERTORIO: Consultada a escrltura pUblica de 14 de
sgesto de 1837. nas Notas do Primeiro TabeliAo da Capital. Jaio
Sert6rlo adqulrlu-a do Tenante Garcia Ferreira e sua mulher, palo
titulon.e 21-A, casal esse que adquirira de Joaquim Goulart e sua
mulher. segundo as mesmas notas do Prime iro Tabellae. em 19 de
setembrc de 1831,nas quais faziam constar as vendedores naverem
comprado uma parte em 1834 do Alferes Ignllcio Jose Oezar e sua
mulher que, per sua vez. pessufram a parte que entio vendiam, per
heranca de seu pai e sogro, 0 Alferes Francisco Vicente da Silva e
compra de seu irmio Amaro Jacintho cerqoe tra.
Esclarecia, tambem, que a parte mais ao suI da cnacara. venderam a
AntonioXavier, parte havida de Dona Ange lica da suve e Castro que,
per sua vez. a obtivera como dote de seus pais.
Alem dessas partes, compunha ainda a propriedade uma outra per-
cia obnda per carta de data da CA.mara Municipal, em 1826.
o cerro. segundo Zenon Fleury Monteiro, e que Joao Sert6rio tel a
sucessor dessa propriedade, em toda a vertente oeste do C6rrego
Anhangabau. segundo termos de seu inventario. a chacara sltuava-
se entre as duasestradasque iam para Santo Amaro, Hmitando-se. no
fundo, com Manuel Joaquim dos Santos Boiadelro, propnetarlc da
Chacara Moreira, tambltm local izada entre as duas estradas.
Ap6s a morte de JoAoSert6rio, seu fttho. a Dr. Joao Sert6rio, vendeu a
propriedade a Dona Alexandrina de Moraes, que al fez bela cnecere-
de repouso, dizendoestar a mesma, situadaao lado da rua que vina a
se denominar Santo Amaro.
A nova proprietana, rnais tarde. vendeu uma parte da Chacara Sert6-
rio a Frederico Bayerlin, com frente para a Rua Vergueiro, no tre cho
comum ao Caminho do Carro.
Com a morte de Dona Alexandrina, a chacara passou a propriedade
de seus trAs fllhos. em 1886: Jose Vieira de Moraes. Francisco Jose
Bastos e Emldia Augusta de Moraes Pedroso.
Com a divisllo da cnecere Sertcrlo, bern no entroncamento do balr rc
da Liberdade e Parafso, a lacalfoi arruado e construlda, Ugando-se,
a
assim, a Rua da Lfberdade Rua de Santo Amaro.
38
Foi nessa area q ue se abriram as ruas Pedro so, Maestro Card im.
Alfredo Ell is. Mart iniano d e Carvalho. Artur Prado e Peratsc. centre
out ras (22), que t ransfo rmaram 0 velho cen artc rural e mudaram 0
rotetrc e demarcacac da s cbac aras e sitics ci rcunvtztnhos.

CHACARA MOREIRA: Em 1823. Jos e Anton io More ira. neg oc iante de


cou ros. fez ern c art6rio urns [ustiticac ao de ben s. de vidamenle te e-
temunhada, na qual este assente q ue ete comprare urns cbacera na
estrada de Sao Pau lo a Santo Am aro (23), cuja propriedade, em 1837
e 1841, passou pordua s escrituras 80 bo iade iro Manuel Joaquim dos
Santos. sob a cencmrnacao de ChBcara Moreira.
Limitava-se ao norte co m a propr tedade de Joac Sert6rio e. 8 0 sui.
com as campos de Santo Amaro, ne Estrada do Carro.
Ap6s sua morte , a ch acara co mecou a ser retalhada e. j a em 1877.
estava na prop riedade de Olympia Gu imaraes Catta Prete. agora
co m 0 name de Chacara Bela Vista . estendendo-se ate a pequeno
trecho d a Estrad a Vergueiro, co mum ao Caminho d o Carro.
Para a sui. ch egava as terras qu e constituiriam 0 futuro Largo da
Guanaba ra.

CHACA RA DO BARAO DE U MEIRA: ate 0 ana de 1934. esteve na


p rop riedade de uma da s filhas e herdeira dos Bar6es de U me ira.
gra nd e exteneec de terra. que se estendia de sd e a Avenida Briga -
deiro Luis Antonio ate a Prac a Joao Mendes. Dona Paul ina de Souza
Quei roz restdta ali. legando a p ropriedade ao Estad o pa ra instal a-
ca c. no loc al. de uma escola para exc epcionais. dispo sieao nio
cump rid a pe lo Poder Pub lic o. Para ho menaqea-Ia. fo i construido a
Viad uto Dona Paulina. Ugando a ci tada avemda. ab erta per seus
asc enden tes. a Praca Jolla Mendes.

CHACARA DO QUEBRA -BUNDA : Era como um prclonqamento d o


Pelcur tnno. local em que a supllcic de escra vos era oficia li zado.
Grande parte de suas tetras foram de sanexadas para possibilitar a
construc ao da Estrad a Verguei ro, em 1834, cujo pr opnetano. nesse
mesmo ana. requeria a Cflmara Muni cipa l uma ccncessac de tetras
adja cente s. para alinhamenlo das terra e da chacara. as q uais sao
indicadas co mo senoc entre a "Estrad a do Vergueiro e as vatcs da
Chacara do Quebra -Bunda , de p rcp ned ade de Demetrio da Costa
Nascimento.
Essa chacara eonfinava co m as lerras de propriedade do Tenente
Joa quim Rodr igues Card im e Padre Ge rOn imo Maximo Rodrigues
Cardim e Lourenco Ger6nimo Rod rigue s caronn , alem de outro s
irmaos.
39
Era ums propriedade imensa. que ainda no enc de 1910. apresentava
terras na propriedade do dono do Jardim de Aclima~o e herdeiros
de Francisco Justino da Silva. falecido 80S 11 de agosto de 190L
Pertencera anteriormente a Jato Nepomuceno. que a vendeu a Jos6
de Oliveira veicee. Por morte deste ultimo, foi 8 chBcara a haste
publica, sendc arrematada.
o disciplinamento de escravos era praticadc ali e tarnbern em outrss
chBcaras de cidade. Contrapondo-se a essa ignominia. OUlfa! chlll·
caras e casas de abolicionistss e algumas igrejas. refugiavam os
escravos, enquanto nAo reclamados pels just ies .
Nesse Irabalho de acobertamento de escrevcs. a Igraja dos Reme-
dios. demolida em 1943 e. a de SAD Goncato, t iverarn papel relevante,
pois sob suas naves 0 escravo fieava sob a proteceo de Deus.
Dentre as casas de refugio. os cronistas indicam as casas de Juca
Frade, Antonio Bento, Jollo Mendes e luis Gama, de quem se contam
prod lgios de ousadia , chegando a organiZ8trAo de uma essccrecac
denominada "Caifases", dirig ida e custeada par Anlonio Bente. ao
tempo do jomal abol ic ioo iata " A RendentrAo" (1877) e depois a
" Li berdade",
Os "Oattases" prelendiam conquistar os escravos no inter ior. com 0
prop6s ilo de redtml-los. Um dos mais famosos foi Mariano Anlonio
Vieira , que refugiava escravos foragidos em sua "Ohacara do Ca-
pAo", em cujas terras se estruturarta 0 bairro Bela Vista, que ele
pretendia fosse "Bela Sintra" ,
Pondo em prauce suas idetas anti-escravaqlstas. aliado a Antonio
Bento, que resid ia no bairro da Uberdade, aco lhia os escravos que
lhas pediam auxll io e os ocutte va nos muilos recantos ignorados e
perd idos daquele lab irinto vegetal. mult isecular que reeobria toda a
reg iAo.
Mariano Antonio Vieira , um apaixonado da natureza . na sua estima e
admiratrAo peta natureza local. procurou resguardar as lerras de sua
propriedade, sem eonsegul-lo, porem. Sonhara tncorpcrar 0 macrcc
verde do Caaguatru ao arvoredo frondoso de suas terras, para formar
um parque gigantesco. verdadeiramen1e native. que seria para SAo
Paulo 0 que 0 " Bois de Boulogne" era para Paris (24).
A ChAcara do Capao assocla-se A hist6ria da CMcara do Ouebra-
Bunda. pela oposic;ao ferrenha que sempre moveu os prop6sitos
desta. tamt>em conhecida per '·Telegrafo" .
A Chacara do Quebra-Bunda eltuave-ee entre as Ruas Apeninos,
Pires da Mota. Nllc e Paralso, em cujas terrae. ainda em 1910,
sltuava-se 0 Hospital Oftalmico. cercado de imenso quintal , em cujo
40
centro Iiceva 0 velnc pred io terrec da chacara e. cujas janelas.
serviam de mit ante das cercamas sulinas.
Seg undo 0 historiador Pauto Cursino de Moura (25), eSSB grande
glebs de terra pertencera a Jose Veloso de Oliveira. talecidc h8
aproximadamente cern anos . tc man do -ee conhecida por essa eeo c -
minac;Ao 1'810 tate dos nagros tugil ivos receberem ali tremendas
surras, que chegavam a descadetra-los.

CHACARA DA GLORIA : sit uava-s e ill margem esquerda do cam inho


que caminhava para 0 sui. "na estrada que seguia para 0 arrabaldo
do Ipiranga". alem do C6rrego do Cambucl.
A seda da Ohacara da GI6ria abrigou vanes institu ic6es da cidade .
dentre as quais, 0 Semmanc de Santana e 0 Seminario de Nessa
$enhora da Gl6ria .
JlI. em 1852, estava decadents. mas sua capel a ostentava ainda em
suas paredes esb uracadas. bela s e vatio sas pinturas (26).
o Semma rio de Nossa Senhora da Gl6r ia asststia e educava as
meni nas 6rfAs de milita tes q ue tivessem mcmdo po b res.
Foi cri adc par d ispo siCAo de aviso exped ido pe lo Govem o Imperial
da Capita l da Provinc ia de Sao Paulo. datada de 08 de jan eiro d e
182 5, pe lo Visc onde de Congon has do Campo (l uc as Monte iro de
Bar ros), entac prestdente da Provincia .
Com a d otacao anua l c rS 600.000, toi 0 Seminanc da GI6ria inaug u*
race a 08 d e ju nho d e 1825. lendo como sua p rimeira d lretcr a Dona
Eli ziar ia Cecilia Esp ino la.
Seg undo A.E. Martins, da s trinta rroces q ue al i se educar am, trAs
delas exerce ram 0 magisterio em Santa Ifiglmia. Jund iai e Pirapore .
Em 1853. 0 Seminano pa ssou a funclonar no ediffcio q ue setvira de
Hosp ital Mil itar e depois Quarte t d o 7.° Batalhao d e Oacadcres do
a
Acu , onde permanece u ate 1861. para entec retomar vetba CM-
cara da Gt6ria, agora qua se em rulnas.
Dada a precariedade da construcao . nao pOde s f co nti n uar,
trensfertnco-se novamente para 0 Hospital Mildar, por ordem do
Marechat Manoal da Fons eca lima e Silva. pre sidente e comandante
das armas de Sao Paulo.
A lei n.e 71, de 10 de abril de 1870. artigo 1.°. celeb rou um contrato
com Madre Anna Felic ite Del Car reto. superiora da CongregacAo da s
IrmAs de Sao Jose, enca rregando-a do ensino do Sem ina rio da GI6-
ria. 0 qual foi supe rvisionado pe la mesma ate 16 de jane iro de 1871.
Por pe nhora pub lic a. a Chacara d a G I6ria pa ssou ll. propriedade da
Fazenda Nacional. tend o entAo aide vend ida ao Sargento- M6r Ma-
41
nuel de Oliveira Cardoso pete CapitAo Manuel Pinto Guedes, pels
quantia de crS 750.000. cute esc ritura pebnca tol lavrada aos 07 d e
junho de 1741. nas notas do Tabe liio Vieira de Silva Paiva.
Em 1870 tel requerida 80 juiz das mectcoes d e Sao Paulo. Dr. Jos~
Vaz de Carvalho. Que 0 "pncrc'' Francisc o de Carvalho procedesse a
c emercecac da s terras dessa cha ca ra. 0 que foi teito. Mais tarde.
joram adq uirida s pelo Or. Matheus de Abreu Pereira. 0 quarto b ispo
a
da provincia q ue. ao tatecer . teqcu-es Mitra de 580 Paulo.
Apesar da dcaeac teita. a masma caducou. palo fato do referido
b ispo ter contral oc dlvidas com a Fazend a Nacional. Penhora dos as
seus bans. estes toram inc orpo rado s aos be ns nacionais.
Desse modo, a Chacara da Gr6ria foi entregue pa lo Ministro da
Fazenda 80 da Agr icultura. para estaberecurentc de urn nuclec
co loni al. que toi inaugurado em 26 de agosto de 1877.
Aos 14 de tevereiro de 1880. 0 Ministerio da Agricu ltura declarou que
aquelas terrae deviam reverter &:0 Min isterio. Pcstencrmente. de
acordo co m a "Co missao Monumen to do lpiranqa'', foram demarca-
da s e. as porcces julgadas necessaries aos o bietivos da retend a
co missao. foram cedi das a mesma. enquanto a parte restante foi
a
dest inada Preside ncia de Provinci a. a quem competia tracer a sua
destina eao.
42
NOTAS

19. MARTINS. A. E. - "Sao Paulo Antigo" - psg . 49.


20. AZEVEDO. Manoel Vitor - "SAo Paulo de Ant igamen te" - pftg .
74.
21. Eles Construlrama Grandeza de Sao Paulo - Editado pela
Sociedade Brasiteira de Expb:lsao Comercial Lids. - SP.
- 1.8 Edicao.
22. FREITAS. Afonso de - " Prospecto do Dicionaric Etimol6gico,
Hist6rico, Topogratico , Biogrftfico. Bibliografico e Etnogra-
fico Itustrado de SAo Paulo" - psg. 23.
23. MONTEIRO, Z.F. - cbra cite da - pag . 54.
24. PARNI, A. Vieira - "Ohacara do CapaQ" - In Revista do Ar-
quivo Hist6rico - Vol. CXLVIII.
25. MOURA, Paulo Cursino de ~ "Sao Paulo de Outrors" - pag.
122.
26. JUNIAS, em sao Paulo - Notas de Viagem - pllg. 144.
43

ESTRUTURACAo URBANA DO BAIRRO DA L1BERDADE

o bairro de Liberdade estruturou-se em funt;:ao de urn processo garsl


de exoeneac e progresso, atravessado pels cidade de Sao Paulo,
principal mente ap6s a p roclamacao da Republ ica e a partir da de -
cada de 1930.
A cidade viveu mais de tree eecorce de sua existencia. isolada doa
demai s centro s urbanos brasileiros. periodo em que experimentou
urns vi da de grandes desafio s, de reauzacoes e de ernpreenctrren-
tos regionais, em que as elementos mai s importantes do proqresao
local, inclusive a formacao etntca. estavam em tcrmecac e sa prepa-
randc para aquela decotagem formidavel que se processaria a partir
dos anos trinta. .
Fai urn tempo em que as povoadores da Terra rancarem a sua sene,
buscando urn sentido de ordem em seu maio cheio de perigos e
procurando transformaro conglomerado urbano quinhentista em que
viviam, num centro irrad iante de uma cultura e uma economia esta-
vets. capazes de atra vessar secures e fronteiras.
Na excensa c do Distrito Sui da sa, ao termino do eecuc XIX, se pode
destacar duas impo rtantes radiais, que orientarAo 0 desenvolvimento
do futuro bairro da Liberdade:
- a estrada para Santo Amaro e
- a estrada Vergue iro, conuncecac da Rua da Liberdade, orientada
para Sudoeste (27), em direoAo ao ribeirAo do Impiranga, ate
encontrar 0 Caminho do Mar.
44
Enquanto a ccrncrucecac entre Sao Paulo e Santos sa tazia palo
Caminho do Mar. a regiso em que futuramente constltutria 0 bairro de
Liberdade, S8 desenvolveu naquale sentido, bern como Quiros bair-
res que S8 foram estruturanoo na mesma dtrecao.
Entretanto, quando S8 implantau a "Sao Paulo Railway", 0 antigo
percurso foi desativado e 0 processo de urbenteecac e desenvolvi-
mento sa desviou para a direcao tcmada pels terrovia.
Entre aquelas duaa radials nltidamente tracadas sobre 0 Distnto SuI
de sa, ficavern chtl.caras disperses, terrenos concedidos, campos
vance. caminhoa esburacados, poeirentos e barrentos e atalhos
vic ina is. alem de matagais e capoeiras, que eram diutumamente
percorridos por tropes de burros. canoe de bois e boiadas que. par
vezes, se desviavam da rota principal. a
procura dos nachos e
a
ribeiros locate sobejamente conhecidos epcce.
A planta topoqratlca de SAo Paulo, datada de 1810, ja revere a
expansAo da cidade para 0 sui. na direcAo da safda para 0 mar.
Quando se cogitou da ccnstrucao de novo caminho para Santos, a
partir da segunda metade do oitocentlsmo. sera desanexada da
Cbacara do Quebra-Bunda, enorme extensAo de terras. Na demarca-
CAo dos terrenos da Gl6ria. de propriedade da Fazenda Nacional,
foram demarcadas nac apenas suas terrae. ccmo tambem "0 local do
pedregulho na estrada de Santos, denominado Mato Grosso, de
servidAo publica. bern como alguns pedacoa de campos que estao
no gozo da poputecao pjl;rQ pastagem e outros mlsteres" (28).
A estrada a ser aberta sera a contlnuecac de uma rua (a da Liber-
dade). de modo que a CAmara Municipal ordena a planla<;Ao de
palmeiras. pelo menos ale a "esquina da easa de Augusto Duma"
(29). 0 que nos permtte admttlr que a essa epcca. as pessoas ainda
eram mais importantes que as ruas...O local era ponto lntermedlano
de vance outros bairros futures, da zona sui e sudoeste. posi<;Ao essa
que. neturatmente, favoreceu sua urbaniza<;Ao.
Ainda em 1822. a Imperial cidade de SAo Paulo era a mesma dos
tempos cctontals: "paeata, ordeira. viril e altiva...". Afonso de Freitas
assim a descreveu.
Para 0 Sui:
"Do pateo de SAoGoncalo. depois da Cadeia Municipal. e
hoje Praca JoAo Mendes. seguia-se por detrb da Cadeia,
pete Rua do Rego. atual Rodrigo Silva, depots de ter sldc
do Meio e da Assembt6ia. e seu desenvolvimento. que era
o Caminho do Carro que vai para Santo Amaro, paretetc i\s
atuais ruas da liberdade e Vergueiro at6 Vila Mariana.
45
entac Malo Grosso, desca mbando mars ad tante. pa ra a
varzea. ate encontrar-se na estrada que do Piques S8
descobra va em cnecac a verna Ibirapuera pels rua p rim i-
tiv amente do Verde e. na epoca. do Curra l. hoj e ladeira e
pn metrc trech o da rua do Santo Amaro . Para 0 tac o da
Igrej a do s Remed ios. a salda da ci dade bifurca va-se e
quem, do paleo da Cadeia tomasse a direita perc Pelcu-
rinhc. etevadc pr6 ximo e antes da atuat rUB Livre . iria ate a
tcrc a. p lantada no espaco. boje oc upa do pels area maia
ampta do largo da Li be rdade e. mats ediante. a Cesa da
Potvora. no pequeno largo que aind a conserva esse
nome" (30).

A esq uerda des se largo. sal a 0 Caminho de Santos , descendo para a


Rua do Cem iterio. ate a aOliga Necr6pole dos Aflitos e da ! ate a
Gl6ria, cnde navra a cna cara do btspo D. Mateus e, passando pete
Levepes. 0 Sltio do Tapanhoim e Cambuci. A frente . ate a case da
restdencia da Familia Castro. estend la-se a Chacara dos Ing leses.
loca l trad icional e de gra nde atrat;ao publica .
Em meados d o secure pa sseo o. 0 Largo da Uberdade j a era insufi-
ciente para abr iga r 0 movime nto das te iras semanais de madeira.
que ali se realiza vam. Tar era a contusec loc al, que 0 vereador
Leandro de Toledo. na eeeeac da CAmara Municipal. a 8 de janeiro
de 1863. fez a seguinte proposta:

" remover d o Largo da Liberdade para 0 dos Curros, a tetra


que se faz no prirne iro largo, vlstc que n60 oferece as
comodidades e nern a capac idade necessaria para com-
pcrtar tao grande numero de cartes. tendo apenas urna
salda, e esta multo estre ita e inc apaz de se prestar ao
trAnsito das ruas que, sirnultAnearnente. entrarn e saem
nos d ias de vendas de madeira " (Atas - 1863 - pig. 9).

Entretanto a CAmara Municipal decide por outra proposta:

"se faculte aos cartocelroa entrarern palo Telegrafo, Rua


da Gl6ria e freguesia da Penna e estacionarern no Largo
da Liberdade au des Cur ros e. os que vierem de Santo
Amaro palo Bexiga. a seguirem d iretamente para os Cur-
res ".
Tod avia. 0 Preeldente da Provincia nAoaceitou tal cecese. oficiando
~ CAmara que se a anulasse, cont inuando, entio, a feira de madeiras
a se realizar no Largo da Liberdade.
No processo de expansAo urbana local, a concessAo de terras consti-
46
lu i fator de progresso e desenvolvimento. Suspensas em 1854 . jtl em
1856. a CAmara Municipal alegava series preju lzos para 0 eng ren·
decimento de ci da de.
No Morro do Tetegrato. aUt 1856. sao teitas varies concessces. cujos
propnetarfoe. no find ar do secure . se most ravam preocupados com a
perspective expropriat6ria de SUBS terrae. para a continuidade do
treceoc d e RUB d e Liberdade.
As Alas d e 1865 (pags. 169 a 180) reve lam q ue a CAmara Municipa l
e
ord ena a exec ucao de urns planta d e ci dad e, cujo trabalho entre-
gue 8 0 Engenheiro Ramien, ocasiAoem que toram promovidas varies
modificaoOes na nomencl atura des russ de Sao Paulo, qu and o a
aOligs Rua do COnego Leac passou a dencmfner-se de liberd ad e.
No ano d e 1884. a Rue de liberdade nao is muito ate m do Largo d e
P6 tvora (31) e. ain da em 1904. a Rue do Paraiso era qual if ic ad a de
" Iong lnqua e d eserta". (32) .
A CAmara Mun icipal mcseeve-se preocupa da com uma pcssfver
expanseo desordenada da cidade, enquant'o nac se demarcassem
os novos limites do seu ross io, pets para atem do Largo da liberdade
e aclecenctas. nada tora planejado.
As reterencias a " saldas para 0 mar" e " estrada", sign it icavam
sempre a continua~o da Rua d a liberdade ou do Caminbo do ce-re
para Santo Amaro. Para ad iante do Largo da P6lvora .
apresentavam-se varies terrenos por construir, pastagens e campos
abandonados, ao mesmo tempo em que 0 Largo da Liberdade it
es curo , sem i1uminacAo ne nhuma , sttua ca c que leva a CAmara Muni-
cipal a oticlar ao Govemo da Provincia, pe dindo a cciccecac de
lampi6es nesse largo, ate 0 d estac amento da P6lvora.
A ind a em 1872, os moradores das imediacoes da P61vora, pedem a
CAmara Municipal que "se Iimpe e teche terreno vizi nho que , coberto
de mato, incomocl a os suplicantes, co m aju nta mentos notumos q ue
ali se d Ao eonde se praticam imo rali dade" (Atas - 1872-pBg. 19).
Ember a se tizessem constantes scucltecees d e melhoria para 0
balrro. essas custaram multo a se oficiahzar. sendc que 0 pr6 p rio
e evemc Provincial cheqou a ser responsabilizado.
Em 1872, a Casa da Polvcra. no Largo de igual nome , atnda se
encontrava no local, embera 0 dep6sito js. estivesse transferido.
Como cont inuav a em IJ6, as ruas da GI6ria e da Liberdade continua-
va m sem conuercacao. Entretanto. em 1873, na sessac de 13 d e
junho, a CAmara Municipal pede autorizacao para demolir a Casa d a
P6lvora. a tim de al inhar uma travessa de ligacAo entre a Roo da
Liberdade e a Rua dos Estudanles (Alas - 1872 - pag. 106).
47
Aoque parece, entre os anosde 1880e 1883. arrasadas as rulnasda
Casa de P6lvora. ab riu-se eepece para 0 trac;ado do pequeno largo
de ig ual nome .
No aoo de 1880, sAo feitas concessOes de cartas de datas de te rrae
na Estrada Vergueiro e no Tel6grafo. cu jalegalidade setia posterior-
mente discutida, principalmente as que sa localizavam no chamado
bairro de Mato Grosso (futura Vila Mar iana ).

"Com 0 advento da Republica, a capital de SAD Paulo


cresceu extraordinariamente, pots quase todos os propria-
terics das antigas cnecares. que entAo exrettam nos belr-
res de Sants IfigAnia, Born Retiro, Braz, ConsolaoAo. Li-
berdade e Cambuci mandaram abrir. nas referldaa cnece-
rae, diversas russ, avenidas. alemedaa e largos.
fazandO-S8 oetee suntuosos palacetes e bonitos pr&dios"
(A. E. Martins - Sao Paulo Ant igo - P'O. 14).

Assim. nas terrae da cnecere de Dona Anna M. de Almeida Lorena


Machadoforam abertas, por sua crdem, as ruas Conselhe iro Furtado,
Bon ita , Santa Luzia e Conde de Sarzedas. Mandou. ainda, que 58
construfsse it frente de sua propriedade, que tioha frente para a RUB
da Tabatinguera, a capela de Santa Luz ia, cujas obras foram con-
clufdas em 1902 .
Junto it Igreja de Nossa Senhora do s RemiKfios, ergu ida na Pra~a
..1010 Mendes, " q ue supOe ter sido a antiga capella de SAo Vicente"
{32} e institufda em 1727 par Seba stiAo Fernandes do Rego, exlstla
um velho pr6dio tertec, de janelas de r6tu la e pertencente so COnego
Claro Prencrecc eevasccnceics. que a CA.mara Mun icipal , nasessAo
de 24/8/1874 desapropriou a fim de comunicaro entlo Largo de SAo
Goncalo com 0 do Pelourinho, mais tarde Largo 7 de Seternbro.
SAo apresentadas diversas propostas de execucac de services pU-
bncce. dentre os quais;o de iluminacAo do bairro da Liberdade at6
Vila .Mariana. Era Binda um bairro de pequenas casas quase sempre
terreas EI! no mesmo annhamentc. sendo que na ultima d6cada do
ottccenrterrc silo raros os estabelecimentos ccmerctats na regiAo ,
embora em algumas ruas se vislumbre alguma ed ificacAo com fina-
lidade comercial e industrial. como porexemplo 0 dep6sito de mate-
riais existente na Rua SAo Joaquim e pertencente 1\ (mica fabrics de
f6sforo da c idade (Atas-1889, pag. 270 ).
Aos 16 de maio de 1894, 6 inaug urad a a " Rua Brigadeiro luis Anto-
nio" e ruas adjacentes, abertas ne propriedade dos barOes de L i-
metra (A. E. Mart in s - SAo Paulo Ant igo - Yol. I, pSg . 94 ).
A CAmara de SAo Paulo j a demonstrava vivo interesse no processo de
48
uroan izac;Aoda cidade. ed itando a lei 0 .° 197, de 3 1/1/1 896. autori-
zando JoAo Dierberger B arbor izer as russ de Capital. ao mesmo
tempo Que de termina a demol ic;Ao de editlcios. mums e obras arne-
ececas de rulna ou cons trul das fora dos padrOes Mun icipals (34).
o panorama urbano sa modif icaria com a chegada do imig rante.
princ ipa lmente 0 ilali ano e. dentro em pouco, js sa pod ia ver 08
Estrada do Vergue iro chal6s A mods sulc;a e urns arq ulte tura. em
ger al, mais urbantzada.
Na Rua Vergueiro e adjacAnc ias. 0 pad rto residencia l it muito hetero-
g6neo. Ostenta "modema s ca sas com jardi ns e grades . com tacna-
das omamenta d as", como tembem " pe quenos pux ados " e "cocbel-
ras", "cepo snc s''. " aumento de urns coz inha", como S8 pode depre-
a
ende r dos inumeros requerimentos enderel;8dos CAmara Munici-
pa l, ped indo licence para equates constru¢es (Pap6i s Av ulsos-
Obras Particu lares - Arquivo Hist6rico da Prefeitura de SAo Paulo-
varios aoos).
Quando 0 secutc XIX che ga ao SBU termino. no alto do mectcc eetac
instaladas res idAncias burguesas em Vila Mariana. na Consotac;Ao e
na Liberdade. habitadas por ume comunidade sam luxo ou rlqueza.
com 0 retalhamento das chAcaras da reg iAo.
Apesar dos prenunc ios da crise c aleeira q ue sa anunc iava. hav ia na
cid ad e acentuado p rogresso.
Cog itava-se. atll mes mo. da ins tal ac;Ao de " uma Estrada de Ferro ou
bondes eerece el6t ricos..." (35).
A po pul ac;Ao cr esci a: em 1893 havia 130.755 habitantes e pou co
do po i• • om 1900 . 200 .000 (36).
Segundo Silva Bueno (37). 0 ultimo quartet do slK:u lo XIX sa ce recte-
rizou pela feb re das demoli¢es. das reforms s e da s constru¢es.
at ingindo as casas part iculares , os c onventos. as igrej as, be m como
os edilfcios eubncce. ao mesmo tempo em que os sobrados de trAs
andares. oriundos do setecentismo. continuavam a se sobressair no
panorama urbano.
As casas peuuste e. aos poucos vio perdendo seus grandes be trals.
suas paredes de ta ipa de pilAo. suas r6tulas e suas j anelas e portes
que 88 ab riam para lora. po r disposic;Aodo C6digo de Posturas de
1875.
Paulatinamente. a ci d ade vel se transformando. nAo apanas 0 nUcleo
central. como os seus ba irros e arrabaldes mais d istantes. embora
ainda em 1897 apresentasse ruas esburacades, bond .. puudos per
burros, mas que ji abrigava trazentos mil habitantea. (E.S. BIVIO -
Hist6ria a Trad i¢es da Cidade de sao Paulo III • pAg. 9(8).
49
Estruturam-se novos bairros de todos as ttpce. alguns des quais em
breve tempo S8 constituirAo verdadeiras cidades dentro da cldade.
Batrrce febris e cpersrtoa para 0 Norte, Este e Oeste, enquanto que a
e
metade meridional da cldade caracterizada palos bairros residen-
ciais das classes media e rica . ,
Na pcrcac setentrional S8 ergueriam as casas geminadas. as ccrtt-
005, as rUBS sem lnfra-eatrutura urbana. Bairros outrors tidos como
arlstccrattccs. comecam a S8 degrader, enquanto outros assistem
suas mansOes senhoriais serem substituidas por construcees eurc-
peizadas, mals tarde. por ananha-ceus. '\
o cosrropcntrsrrc que haveria de caracterizar a cidade, val criandc
ccncenneceee etnlcee: slrlos, libaneses. armlmios, na regiAo da RUB
Viole e Cinco de Marc;o; judeus, no Bom Retiro; italianos, no Bras,
Mooca e Bela Vista e japoneses, na Liberdade, principalmente nas
ruas Conde de 5arzedas e GalvAo Bueno, enquantc outros estrangei·
res afortunados se instalam nos jardins, Vila Mariana e santo Amaro.
,
Descreeendo a cidade de SAo Paulo entre os anos de 1900 e 1930,
transcrevemos as palavras de Paulo Setubal (Estado de SAo Paulo-
EdiC;Ao de 25 de janeiro de 1878) :

"SAo Paulo, convem lembra-tc, nAo e ainda, nem por


sombra, 0 SAo Paulo que velo a ser, Nem arrenha-ceue.
nem avenidas largas, nem batrroa de residAncias suntuo-
sas. nem 0 milhao de habitantes, nem a envaldecedora
selva de cnamines. furando 0 azul. Nada dlsso. £ uma
cidade tristonha,garoenta, que tern no invemo os lampices
de gas acesos ate as nove horas da manhA. I: cidade
ainda provinciana, ainda caiplrona, com os seus t1lburis,
com a sua velha 5e, com os seus becoe, com as suas
ladeiras, mas que, apesar de tudo, futura capital de um
bilhAo e quinhentos milh08s de pes de cafe, ja prlnclpiava
a agitar as asas para progredir 0 v60 alucinante que no
corte especc de trinta anos soberbamente destenu".

Descrevendc 0 bairro da llberdade. invocamos as impressoes do


francAs Gaffre : "Nada se podera lmaqlnar mais bem necedo e arbcrl-
zado que as ruas da liberdade e da ccnecrecec" (L.A. Gaffre • Vision
du oBresil - pag . 159).
Poder-se-ia indicar 0 ano de 1922 como 0 marco inicial de uma serie
de trarisrormacoes par que passaria a cldade de SAo Paulo, como
todoo pals. Dentre essas, as constantes agitac;Oes politicas havidas,
sempre marcadas par movlmentos militates e que culminariam com a
vitoriosa revciocac de 1930, momento em que a economia nacional
experimentsva uma cnee sem precedentes na hist6ria da Nac;Ao.
50
Vitoriosa a revorucao de 1930. instaura-se generalizado estedc de
ebuncac soc ial , tevendc Sao Paulo a viv er dias de permanents in-
qu fetacac que, em 1932. motivaria a Aevolucao Constitucionalists.
Passada esse eslado de cctses. a vida nacional e atingida por
multiples provrcencras reformistas, especialmente no campo social
e econOmico. Imput slonando ace leradamente a cidade de SAo Paulo
para novo s rumos (3 8 ). Coord enad ora da culture cateei ra.
nanstorma-se no ce ntro de artrcuracaodas at ividades ccmerciaia do
Estado. as qua is p rop ic iaram novos pad roes soc iete. educacionais.
artisticos, ccmercla ts e ate mesma poHticos.
Paratelamente . ocorre a intensifi c ac;i o do flu xo migrat6rio, Que traz
para SAo Paulo enormes cont ingentes estrange iros e nac ionais de
outro s Estad os. lnlci ando -se entao 0 p rocesso de metrcpouzacac da
ci d ad e. Passa a ser um c entro d e ccocenn acac de riq uezas.
A riqueza gerada pelo c afe faz com que as i amilias ricas se fixem na
cidade e, mats tarde, com a md ustriallzacao. hll. cc ocentrecao de
mao-de-obra em ba lr roa mala ata stadoa . como a Brb. Barra Funds e
Bela Vista , hoje regi6es deterioradas.
Segundo Rafael Gendler (0 Estado de Sao Paulo - edh;ao de
25/1178), foi a partirdaquele momenta que se in iciaram es dnerencas
marcantes nos t ipos de habitacAo, nas caraeterls1icas e cos tumes de
cad a bairrc.
A lndu strializaeao em fase expansionista e a centro urbano c ada vez
mais densamente povoado, d itaram a eeoeneac da cidade de SAo
Paulo de mane ira de sorde nada , destruindo grande parte de suss
ant igas ed ilicac6es, l azend o surg ir 0 novo com a sacrificio do hist6-
ri co.
Levantamentos legislat ivos le itos (39) pe rmi1em-nos afirmar que foi
no seculc atus l que as ruas do bairro da Liberdade S8 es1ruturaram
nos seus rreceecs definitivos e mant idos ate a presente, de modo
gera!.
Oa amostragem abalxo analisada, observa-se a grande interesse do
poder publico peta urbanizacAo do bajrto. no pritneirc quartet do
seculo. SAo promulgadas le is, expedidos decretos, resotueees e
atos recompondo a estrutura geogrll. fica des velhos caminbos. be-
cos, largos, espacos vaz jcs e morros do an1igo Distrito Sui da 56 .
Nomeiam-se ruas au se Ihes alteram vetbas denomina¢es. calcam-
se outras, vll.rios pr6d ios sac desapropiados pe lo poder municipal, a
lim de 58 al inharem ruas ou sa abrirem largos e pracas ; ligam-se russ
8 ba irros, permutam-se pr6d ios. .• AClmara Munic ipal dA tOial ccber-
lura l atuacAo do Poder Executive, no sent ido de dotar a ba irro da
Liberdade de lavortlveis condi¢es urbanas:
51
- Aesolu.;:ao 0,° 24, de 05/5/1893 - denomina Alfredo Ellis a se-
gunda travessa de RUB Pedroso;
- Lei 0 .° 224, de 28/3/1896 - autoriza 0 nivelamento de RUB Brigs-
deiro Luis Antonio e Santo Amaro e desapropria por utilidade
publica as terrenos que ernberecarem as obraa autorizadas
pale mesma lei ;
- Lei ne 240 , de 07/5/1896 - autoriza a ccnstrucao de sargetas na
RUB Pedroso. bern como a Lei ne 411. de 08/8/1899, determine
a ccnstrucao. nessa mesma rue, de mums de arrimo e conse-
quente nivelamento; \
- Lei 0.° 261. de 14/8/1896 - autorlza 0 cercememc da RUB de
Liberdade e 0 nivelamento de Rua HumaitA;
- Lei 0.° 397, de 20/5/1899 - "determine que passe asedenominar
Rue Dr. Rodrigo Silva a de Tabatinguera". Posteriormente, a
CAmara editaria nova lei, a de ne 416, de 28/8/1899, denomi-
nando de Dr. Rodrigo Silva a Rua da Assemblela.
- Lei ne 455, de 23/3 /1900 • determina 0 alinhamento da Rua
Carlos Gomes;
- Lei n.c 483 , de 18/8/1900 -declara de utilidade pebtlce c predic
de n.c 54. da Rua Aesemblela, para que se efetive 0 alinha-
mente dessa rua .
Nessa foram teitas tnumeraa deeeprcprtecoee para sua urba-
nizac;A.o.
- Lei n.e 449, de 15101/1900 - autoriza 0 Pretelto a career a parale-
lepfpedos a Largo da P61vora e outras ruas enexae. como a
America de Campos. Correa e Liberdade;
- Lei ne 468, de 11/6/1900 - autoriza 0 cetcameotc da Rua Ver-
gueiro no trecho compreendido entre as ruas SA.o Joaquim e
Pedroso;
- Lei nc 476. de 22/6/1900 - declare de utili dade publica para
serem desaptopriados 224,43 m2 deterreno em A.ngulo. A Rua
Glicerio. canto da Rua Bareo de Iguape;
- Lei ne 556. de 10/12/1901 -autoriza 0 Prefeito a pagaros servtccs
de Jose Miraglia. efetuados em 1897 e 1898. numerando as
predtos da cidade ;
- Lei ne 573, de 07/05/1902 - disclpllna 0 allnhamento da Rua
Rodrigo Silva, ap6s a promulgac;Ao de outras leis desapropria-
t6rias de im6veis nessa mesma rua;
- Lei n.c 580, de 07/05/1902 - determine melhoramentos na Rua
52
Conselheiro Furtado. entre as ruas dos Estudantes e BarAo de
Iguape;
- Lei " .0 648. de 15/05/1903 • autonza 0 pagamento do carcemeotc
da Rua Conselheiro Furtado;
- lei ne 666, de 15109/1903 · sutoriza 0 cercerrentc da RUB BaTaO
de Iguape, entre as ruas Con selheiro Furtado e Gli cerio;
- lei n.e 685. de 07/11/1903 - de clare de utilidade pebuca o terreno
entre a RUB da GI6ria e a RUB Jamandare. para ligacAoda Rua
Conselheiro Furtado;
lei n.c 745, de 01/06/1904 - determine 0 carcementc da RUB
Taguit e Pi~apitingui ;
- Lei n.e 752. de 08/07/1904 - declare de utilidade public a prec nos
e terrenos necessaries 80 alargamento da RUB Pedroso ate a
RUB Aui Barbosa ;
- Lei n.o 766. de 05108/1904 - autoelza 0 pagamento de melhorias
da RUB nervao Bueno. entre as ruas Silo J08quim e Taman-
dare:
- lei nc 876. de 2611 0/1904 - determina 0 asfaltamento da RuaSAo
.Joequim, entre as Ruas GalvAo Bueno e Gl6ria;
- Lei n,o 894, de 20/04/1 906 - denomina Avenida Brigadeiro Luis
Antonio a um trecho da Rua Santo Amaro;
- Lei n,o 994, de 10/05/1907 - autoriza os se-vrccsce recercamentc
da Rua Conselheiro Furtado, Que volta a ser recarcada em
1914, par torca da Lei ne 1815. de 23109/1914. entre as russ
Pires da Motta e Tamandar6;
- Ato ne 274, de 23/08/1907 -denomina de Rua Siqueira Campos a
Rue Monte Alegr e, no Distrlto da Liberdade :
- Lei ne 1058, de 17/12/1907 - autoriza a construcac de passeios
na Rua da Liberdade, desde 0 largo de igual nome atll; a Rua
SAo JoaQuim;
- Lei n,o 1052, de 23/10/1907 · manda substituir 0 carcarreotc da
Avenida Brigadeiro Luis Antonio, 0 Que volta a ocorrer em 1910
(Lei n.v 1308. de 18/4/1910);
- Lei ne 1081. de 13/4/1908-denomina AvenidB Brigadeiro luis
Antonio iI " Rua Caguassu" ;
Lei n.o 1084, de 02./5/1908 - autoriza a Preteitura a adqutnr par
compra os pr6dios de n.os 8 a 36 da Rua da Liberdade e Lei n,o
1133, de 08/10/1908, aprova acordo com os propriettlrios des
predios 12, 21, 34 e 36 da Rua da Liberdade e Lei ne 1145, de
53
17/10/1908, q ue ap rova accrdo com 0 predio e .e 2 de Rua da
Liberdade e predlc n.e
4 da RUB Rodrig o Silva ;
- Lei n.e 1095. de 01/7/1906 - autortza 0 recarcementc de RUB da
Gl6ria. entre 0 Largo 7 de Setembroe a RUB America de Campos e
a substituic;:Ao do calc;:amento de alvenaria faceada por peretete-
p ipedos no trecho entre as russ America de Campos e Gliceri o:
- lei n.o 1151, de 24/10/1908 - aprova acordos teitc s com as
prop netanoe des predios n.os 10 e 18 da Rua de Liberdade e lei
n.o 1162. de 12/1'1/1908. aprovando novas acordos com os pro-
pnetanos dos precncs de n.ee 26. 28 e 30 de AUB da Liberdade ;
Promulgadas varlas dessas leis. aprovando acordos com as prcprle-
terios de pred fos no trecho in ieial de Aua da Liberdade e Rodrigo
S ilva.
- lei n.o 1161. de 12/1 1/1908 - autcrlza 0 prosseguimento das
obras de IigacAo da Rua Bon ita com a Rua da Gl6ria ;
- lei ne 1207. de 15/4/1909 - autoriza a venda de terrenos munl -
cl pals A Rua da liberdade. em hasta publica;
- lei n.o 1218. de 28/611909-autorizaa venda dcpreenc n.s zuda
Rua da liberdade;
- lei n.e 1228. de 1418/1909 - euto riza 8 execu c;40 do prolonga ~
mento do bue iro da Rua dos Estudantes e 0 catcerrentc de Rua
des Apen inos;
- lei n.e
1249, de 20/10/1909 - autoriza a desapropriac;Ao total
dos preorcs 46 a 54 da Rua Rodrigo Sil va ;
Nessa rua a Preteitura celebrou multiplos ecordos com proprieti·
nos de pr8d ios. bem como vende sobras de terrenos. sempre sob 0
bene ptacito da CAmara.
- lei n.e 1311. de 22/4/1910 - autoriza a Prefeitura a vender 0
terrene municipal contlguo ao predlo n.c 39 do largo da liber-
dade ;
- lei n.o 1319. de 19/5/1910- reetebetece a lei sobre a ligac;Aoda
a
Rua Manoel Dutra Rua Jaceguai e autoriza 0 ca lc;amento da Rue
Conde de Sarzedas ;
- lei ne
1334. de 01f7/1910 -autoriza a regularizacAo do teito da
Rua Conde de Sarzedas para seu prolongamento ate a Rua Gl ice~
rio;
- Lei ne 1350. de 1319/1910 - autortza a Prefeitura a adquirir 0
terreno neceeeerjc ao prolongamento da Rua Sique ira Campos
ate a Rua Tamandare;
54
- ne
Le i 1470. de 06 / 11/1911 - autoriza a con ctusao do aterrc de
RUB Sique ira Campos;
- Le i 0.° 1464, de 14/11/1911 - autoriza 0 cetcamentc de RUB
Vergueiro;
- lei n.o 1650. de 03/03/ 1913 - autoriZB a Prefeitu ra 8 permutar as
precnos e te rreno s da Rue Ooze de Agosto. n.os 14 e 16 co m 0
terrene da RUB da Llberdade. sob 0.° 11;
- Lei 0.° 1978. de 27/6/191 4 - sutoriza 0 cetcerreotc de Rua
Martlniano de Carvalho, entre as ruas Hurne il' e Pedro so;
- l ei n c 18 15. de 23/9/1 914 - a utoriza 0 ca lcamento de RUB
Conselhe iro Furtado. entre 8S rues Tamandare e Pire s de Motta.
- lei n.e 1824, de 24/10/1914 - declare de utilidade pUblica a
pa rte d os predios de Aven ida Brigade iro luis Anton io, n.os 238 e
240, ne ce ssaria 80 p rolongamento e regul8r lza~Ao de Rua Pe-
droso ;
- Lei n.c 1825, de 24/10/1914 - autorlza 0 cercarnentc e assenta-
mento da Rua Bueno de Andrade;
- Le i nc 1875, de 15/5/1 915 - autoriza a coo strucac de uma
ga ler la pa ra I1gua s pl uvlals. na Rua Condessa de SAo Joaquim ;
- Le i ne 1892, d e 12/7/1 91 5 - denomina Rua Castro Alves a " Rua
Pautlata' ', no b airro d a Liberdade;
- Le i n.c 1924, d e 22/11/ 19 15 - autoriza 0 catcarrento a para le le-
plpedos de pedra a Rua Alfred o Ellis, entre as russ Madalena e
Cunha Bueno;
- °
Lei n. 1948, de 17102/1 916 - autoriza 0 assentamento de gulas e
carc amento a pa ralelep lpados de ped re. do trechoda Rua Bonita ,
entre as ruas da GlOria e Barlo de Iguapa;
- Lei n.e1973, de 29 /4/1916-autorlzao assentamentode guiase
reepecttvo carcemento a paralelepfpedos de pecre. da Rua Con-
selheiro Furtad o, entre as ruas Barlo de Iguape e da GlOria, bem
como da Rua Bonita, entre as ruas Conde de Sarzedas e Estudan-
tea:
- Le i n.o 1976, de 10/ 5/19 16 -autorlza o calc;amento a paralelepl-
ped os de ped ra, da Rua SAo Paulo, entre as rus s Conselhelro
Furtad o e Glic ' rio;
- Lei nc 1977, de 10/5/191 6 - autor izao catcemeotc de para lele-
p lpedos de pad ra, da Rua da Fl1bri ca ;
- Ato n.o 967, de 21/ 8/1 916 - dl1 a denomlna cAo de " Jenner" .. rua
55
a
que, no bairro da Liberdade. riga a Rue Pires de Motta Bueno de
Andrade ;
- lei 0.° 2043. de 30/1 2/1916 - denomina de Dr. Jolla Moraes a
RUB Apen inos, perpend icular b ruas Vergu eiro e Apen inos. no
bei rro de Liberdade;
1- Lei n.e 2094 , de 25/5/ 1917 -autoriZ8 0 catcementc a.paral elepl-
pedos de Rua Pedroso;
- Resoluc;Ao 0 . ° 111, de 03101/1918 - sprays
0 accede fettc com
PossidOnio IgnAcio des Neves. para per mute de urns Area de
terrene situada 08 extremidade de RUB dos Estudantes por outre
do patr imOn io municipal. situado a RUB Conde de Sarzedas;
- lei n.e 2029. de 05110/19 17 - sprovs 0 pl ano de alinhamento de
Rua Santo Amaro;
- Lei 0 .° 2 188, de 02/4/1918 - aprova 0 plan o de alinhamento de
RUB Conselheiro Furtado e Lei n.e 21 23, de 06/4/1918. que auto-
riza o calc;amento dessa rnesma rua, entre as rUBS Pires da Motta e
Tamandar6:
- Lei n.o 2128. de 20/5/ 1918 - autoriza d iversos melhoramentos na
Rua Rod rigo Silva :
- Lei n.c
2217, de 31/01/11919 - autor iz.a a destinac;Ao de verba para
a cooseucac de um parapeito sobre 0 muro de supo rte da Tra-
vessa da Assembl6 ia ;
- Lei n.o 2188, de 02/4/19 19 - aprova 0 plano de retmc acac do
alinhamento da Rua Con selheiro Furtado;
- Lei ne 2202 , de 01/7 /1919 - reserve cctacac orcementar !a para
obree de melhoramen tos no Morro Verrnel ho, entre as ruas Ver-
gueiro e Apeninos;
- Leinc 2321 , de 17/9/192 0 - autoriza a despesa co m a coostrocac
de parapeito sobre 0 muro de supo rte da Rua Assem bleia :
- Resoluc;Ao n.c 161, de 16/11/19 20 - autoriza a Prefeitura a d is-
cenderuuentte com 0 eervrec de arrasamento parc ial do morro da
Rua Bonita:
- Resoluc;Ao ne 181, de 13/6/1921 - aprova 0 acordc ce lebra dc
pela Prefeitura para compra do prec tc ne 20 da Rua Ped roso.
neceasartc ao prolongamento da Rua Maestro Cardim; -
- Resoluc;Ao ne 249, de 21105/1923 - aprov a ac ordo para aquis icec
a
de terrene Rua Rodrigo Silva:
- Resoruc;Ao n.c 28 1, de 14/8/1 923 - aprova 0 plano de abertura de
56
urns avenlda, Uganda a RUB Vergueiro aAvenida Jardim Aclima-
080 ;
- aesotucao n.? 325, de 04/9 /1924 - eutorlza a Prefeitura a d ispen-
der cuantia com as obraa de melhoramentos do Largo SAo Paulo
que, palo Ata ne 136, de 0114/1931, passou a S8 denominar
Almeida Junior;
- geectucac ne 363. de 02/9/1925 - aprcva 0 plano de abertura de
urns rUB, liganda as russ ccneerterrc Furtado e Jose Getulio ;
- Ala n.e 580. de 16/3/1934 -aprovao novo alinhamento de Avenida
Brigadeiro Luis Antonio. a partir do predio ne611;
- Ata n.c 581, de 16/3/1934 -aprova o planada alinhamentode um
trecho de rue, em prolongamento /I: RUB Humalta:
- Ata n.c 782, de 30/01/1935 - "aceita dUBS russ abertas pelo
esp61io de Dona Adelia Tamandare de Mendonoa Uchoa, no
distrito de Liberdade, dando-Ihes denominaoOes";
- Ato nc 870, de 05/611935 - regulariza 0 alinhamento de um trecho
da Rua Assernbleia :
- Ato n.o 1242, de 30 /3/1937 - aprova projeto de modificaoAo de
nivelamentos parciais das ruas Vergueiro e Pedroso ;
- Ato n.e1365, de 19/12/1938 - desincorpora da classe dos bens
dominiais do Municipio a area de terreno necesaarla A mod ifica-
OAo do alinhamento do Largo 7 de Setembro, esquina da Praca
JoAo Mendes ;
- Ato n.c
1488, de 01/1 0/1938 - restabelece os alinhamentos da Rue
da Liberdade e da Preca JoAo Mendes, modificados em conse-
quencla do Ato n.c 1365, de 19/2/1938 ;
- Ato n.e
1478, de 17/911938 - aprova 0 projeto de alargamento da
Rua Americo de Campos;
- °
Ato n. 1546, de 24102/1939 • aprova 0 projeto de ampnacac das
pracas JoAo Mendes e Sete de Setembro: ,
Pode-se , pols. afirmar que foi no primeiro quartet do secure XX, mais
acentuadamente, que 0 bairro da Liberdade adquiriu suas caracte-
rlsticas geogrAficas. Posteriormente, muitas outras mcdtncacees se
fizeram, principalmente quando a Preteitura Municipal partiu para
uma polftica adminlatrativa de conetrucac de grandes avenidas e
Hnhas metroviarlas.
o crcementc municipal , desde 0 ana 1907, consigna elevadas do-
a
tecees crcementartes verba 'Deseprcpnacao'', com a finalidade de
se estruturar urbanisticamente 0 balrrc nos moldes atuais. 0 bairro
57
guards ainda muitas construlf08s do lnlcic do secuto e urns quanti-
dade razo'vel de predial particurares levantados, seguindo as
padrOes mun icipals., eslabelecidos pels lei n.o 2332 . de 09/11 /1920.
A partir de 1970. 0 bairro da Uberdade passaria por formidAvel
impacto de progresso. Instauram-se 8S eeteceee metroviArias da
Liberdade e SAo Joaquim, ns sua 'rea geog rAfica . A pnmerra. no
antigo Largo da Liberdade e a segunda, no entroncamento dos
bairros Liberdade e Paralso.
o tratrsdo dessa linhe exig iu grandes mod iflcacoes no trs trada da
RUB l iberdade, introduzid as par forc;a de desaprop ria¢es de im6--
veis (40) 8 programayio da chamada zona orienta l.
58
NOTAS

27. TORRES, Maria Celestina Mendes - 0 Bairro do tb trapuere -


pAg. 58.
28. Ata.-1864 -pAg.118/119.
29. Atas - 1865 - pAg. 144.
30. FREITAS. Affonso A. de - Bevista do Instituto Hist6rico e ee-
ografico d e SAo Paulo - Vol. XXIII - p6g . 146.
31. SOUZA. Evera ldo v allm Pereira d e - A Pauliceia HA Sessenta
Anas - pag. 124.
32. BRAND. Ca lde ira - Mem6rias dum Estudan te - psg . 191.
33. MARTINS. A.E. - Sao Paulo Antigo - Vol. 2 - pliO . 40.
34. Lei Munic ipal n.o 220. de 18 de mar~o de 1896.
35. MELLO, Nllva R. e Alexandre - A Vida e Morte da 19reja do
Colltgio - psg. 19 - Separate da "Revista do Arquivo" n.c
CLXXXVIl.
36. TAUNAY, Affonso de E. - Hist6r ia d a Cidade de SAo Paulo.
37. BRUNO, E.S. - Histbria e TradicOesdaCidadedeSA o Paulo-
Vol. 3 - psg . 918-Uvraria Jos6 Olimplo - Ed it. R.J. 1954.
38. HOLANDA, Sergio 8 uarq ue d e - Rafzes do Brasi l - pAg. 90.
39. EmentArio da Leg isiac ao Munic ipal - Pub lica cao d o Departa-
mento de Ad ministrar;4o do Municipio de SAo Paulo -
1971..
40. Decreto Municipal nc 8476. de 17 de outubro de 196g e Decreto
Munic ipal n.e 8453. de 17 de outubro de 1969.
59

AVENIDAS E RUAS DO BAIRRO DA L1BERDADE. LARGOS E PRA-


CAS
Como vi mos, entre 1554 e 1854, pouco prosperou a cidade de SAo
Paulo, trsneads na nmuacac geogrllfica dos ribe iros tradicionais e 0
morro de torca. envolta na neblina que envolvia suas ruestortuosas e
estreitas.
Seus casaroea eccthedcree, de longoebeirals e de enormesquintals,
se espalhavam pete cidade , emprestando-Ihe ceractensticas niti-
damente colonials. ainda bern proximo do seculo atual. Eraa masma
de decades anteriores. cnde SUB gente se aconchega va junto 80
P6teo do Colegio e nas lombadas das collnas e ladeiras lngremes.
No termfno do secure passado e Inlcl o deste, as SUBS rues ccmecam
a ser ofic ialmente nomeadas peta CAmara Municipal e as casas
cc mecem a ser Identif icadas por numeros (4 1).
Segundo depoimento do BarAo de Paranapiacaba , datado de 1839
"... do t.avapas ao Largo de SAo Gonc;alo, percorria-se uma.ladel ra
de terreno avermelhadoe cheio de boqueirOes " e, aindaem 1847, Ata
da CAmara Municipal (42) informa " que ofiscal dacidade notificara a
CAmara que os donos das Casas do PAtio do Pelourinho faziam de
modo imperfeito as cetcedas de suas testadas, tendo em alguns
pontos, mais de trAs palmos sabre 0 nlvel do pattc''. .
Embera a CAmara procurasse melhoraro estado das ruas da cidade,
dotando-as de benfeitorias publicas, alguns trac;ados permanece-
ram irregulares e estre lto s, com vielas e becos herdados das az inha-
gas colonials, quase sempre pitorescamente denominados .
60
No bairn) da Liberdade permaneceu 0 Beco dos All itos, nas ime-
dia.;Oes da antiga necr6pole local , entre a Rua dos Estudantes e 0
largo da G.I6ria.
TamM m as largos tradlcl onals sobreviveram ali, ap6s represents-
rem papel relevante no processo de desenvolvimento cultural e ur-
b anizac;Ao do ba irro: 0 largo de SAo Gonl;810. 0 do Pelourinho, 0 dB
P6lvo ra e 0 estre ito largo SAo Paulo, que tamb6m se chamou Al-
me ida Junior.
Ata da CAmara de 1829, jA menc iona va 0 Largo do Pelourino, mals
tard e 7 de Setembro. 0 qual se incorporaria a Praos JoAo Mendes.
Dall partiam dUBS ruas do antigo Distrito Sui da Sa: a RUB de Fares,
atualmente Liberdade 8, 0 ant igo Caminho pars 0 Mar, hoj e RUB de
Gl6ria.
Em 1864, sAo desaprop riadas algumas casas contl guas a lq reja
Nossa Senhora de s Remed ios. jA d emo lida, para melhor S8 " esq ua-
d rejsr"aPrac;a JoAo Mend es.
" 0 corpo mals compacto da clda de. oc upav a Iongitudinal menta 0
planalto da col ina, cuja escarpa d esca mba va a leste para 0 Farren-
duatef e, ao pceme. pa ra 0 Anha ngabau, no largo da CMcara do s
Ingleses, no cem iterio e no Campo d a Forca e. para 0 norte. no
co nvento de Sio Bento (43)".
Ape nas esg uelhos irregulares se prci etavam para a16m dessa 6.reB
central, para o s arrab aldes e povoado s.
o ce ntro urb ano to i sa dilatand o timtdamente na d lr~io sui. for-
cand o 0 recuo e retalhamento da s grandes prop riedades.
A de sintegrac i o da s c M ca ras pe rmit e a formacAo de rus s, largos e
pracas, bem como perm ite a Iigac Ao inter-bai rros circunvl zinhos.
A pa rtir de 1850, 0 poder munic ipal pressiona os proprtetanoe de
terras, para melhor ap roveltamentc das mesmas, principatmente no
rceelc de mela lagua. 0 neetec central se compacta e 0 creseimanto
urbano ccmece a se cara cterizar l\ dlstancta.
No inlci o do secutc XX, 0 balrto da Llberdade era reeldenclat. lntertl-
ge ndo 0 centro urbano e os ba irros da zona sui em formacao: Paraiso,
Vil a Mariana, Vita Cl ement ino, Jabaquar&, seeee e Santo Ama ro.
Quando 0 imig rante comecou a se instalar no batrrc, p rime iramente
os ita llanos, seg uido s dos portugueses e. mals reeentemente, os
ori enta is, unera-se 0 processo de transformaeto local.
Atualmente, grande Are a g eo g r6. fica do ba irro da Liberd a de
denomina-se "Bairro Orienta l".
61
Foram lambadas as seguintas rues re area geogrifica do bairro d e
Liberdade:
1. Avenida Brigadeiro Luis Antonio (Lado E)
2. Avenida 23 de Maio
3. Avenida da Liberdade
4. RUB Or. Rodrigo Silva
5. .Rue Jandaia
6. RUB Condessa de SAo Joaquim
7. RUB Boror6s
8. RUB Humaita
9. RUB Martiniano de Carvalho (Lad o E)
10. RUB Artur Prado (parte)
11. Rue Pedroso
12. RUB Siqueira Cam pos
13 RUB Pirapitingu i
14. RUB SAo Joaquim
15. RUB Tague
16. Rue Fagundes
17. RUB BarAo de Iguape
18. Rua BarAo de Ijui
19. RUB Gatv80 Bueno
20. RUB Tamaz Gonzaga
2 1. RUB America de Campos
22. RUB dos Estudantes
23. Rue de GI6ria
24. RUB Conde de Sarzed as
25. Rue Santa Luzia
26. Hue Dr. lund
27. Rue Junqu eira Freire
28. Rue Tenente Ote vio Gomes
29. Rue Pand ia Cal6geras
30. Rue Tamandare (parte)
62
31. Rua cceeeineire Furtado
32. Rua Sinimbu
33. Rua Alfredo Ellis
~. RUB Assembl~ i8
35. RUB Jaceguai (p arte)
36. Rua Conde de SAo Joa q uim
37. Rua Monsenhor Passalaqua (Lad o E)
38. RUB Maestro Card1m (parte)
39. RUB CapitAo-Mor Roque Bar reto
40. Rua Dr. Jambeiro Costa
4 1. RUB Farah Salim Ma luf
42. RUB Tamils de Lima
43. RUB Gricin io
44. RUB Bueno de Andrade(pa rte)
45. Rua $en a dor Felicia dos Santos

PAACAS -LARG OS - TRAVESSAS - BECOS - VIAOUTOS


1. Pr8~ Carlos Gomes
2. Largo d e Liberdade
3. PraC8 Dr. MArio M ~ rg 8 ri do
4. Largo 7 de Setembro
5. largo da P6Jvora
6. Beco dos Al litas
7. Traveasa Analia Franco (Rua d os Estudantes, n.o 412)
8. Traves sa Rug iero (RUB dos Estudantes. n.o 438)
9. Traves sa Lett ieri
10. Viaduto Guilherme de Alme ida
11. Viaduto Ped roso
SerAo destacad as. a sagulr, as rus s de mater significac;Ao e Impcr-
tancla.
Saris d ificil co mentar a hisl6ria da s ruas, aven idas, pral;a s e largos
do ba irro da Uberdade, sem d e talar na Praca JoAo Mendes q ue
e
rigor osamente nAo 0 inteq ra. mas seu lnlclo. Assim, co mo a Liber-
dade exerce int lulmc ia sabre a Prece Joao Mendes. esta rectproce-
mente influencia 0 sutrdislrilo do bairro em eslude.
63
Atraves dos tempos, toi conhecida sob outras oencmoecoee comen -
tad aa palos cronlatea: Largo do Pelourtnhc. Paleo de SAo Goncalo e
Pace Muni cipal. em decorr~ncia das atividades culturais que nela se
desenrolaram etrevee da hist6ris.
Quando c Pace Municipa l, por exempro. sa ergu ia na sua ares, loi
cenartc de extracrdina rlcs acontecimentos politicos , a 23 de jun ho
de 1821. sob a inspiracAo de Jose Bonltaclo e, graces aos quais, a
Capitania de Sao Paulo aderiu A nova ordem constiruclonal, recem-
institulda ne monarqu ia. 0 prtmel ro passo da Independencla bras l-
tetra.
Assisti u tambem as cenas da chama da "Bernarda de Francisco
lnacic", em 23 de maio de 1822.
Em 1877, com a transfer6nc fa da Cadeia Publica parae bairroda Luz,
passou a abr igar a sede da Asaemble la Provincial, ao tempo em que
Sio Paulo possula senadores estadua is.
Proclamada a Repub li ca, Instalou-se na hlst6riea pra~ a Assem-
blei a Estad uat. que ali permaneceu de 1891 a 1930.
No ano 1943, a necessid ade de urbaniza cao local e escoamento de
trll fego, delerminou modncacees profundae. inclusive a parda da
Igreja de Nossa Senhora dos Remed ios, que ali se locali zava.
Atualmente, e 0 portico do balrrc da U berd ade , cortada em todos os
sentidos par intensa corrente de trlliego .
Poseur con struc;6es monumenta is e an rsuces. dentre as qua is se
destaca 0 Forum JoAo Mendes e a Catedral de SAo Paulo, testemu -
nhando 0 cresclmento des comuna l da cldade no seculc presente .
De costas para a Uberdade, a Igreja de SAo Gon~lo Garc ia que, no
pas sado era 0 sextc passo da Procreeec dos Passos, onde Cristo se
reencontrava com sua mae. no transcurso da sua paixao.
Comunieando 0 Forum Jaao Mendes ao Palac lo da Justi~ , uma
passarela de ferro atravessa a prac;a, de lado a lado , presente da
a
colooia japanesa cidade de Sio Paulo.
Passou a chamar-se Preca Joso Mendes por torCa da Resolucao
Municipa l ne 102. de 1898.

AVENIDA BRIGADE lAO LUIS ANTONIO

Segundo A. E. Mart ins (SAo PauloAntigo-l -pitg. 94), os rel ig iosos


franci seanos poss ulam uma chAcara que se estend ia para alem do
Convento , na direc;io suI.
64
Quando asses trade s S9 retirararn do tredlclonal con vento, 0 padre
provincial ve nd eu ecuete propriedade 80 Comendador Vicente de
Souza Ouelroz, 0 BarAo de Ume ira, que era 0 f ilho mala moec do
Brigadeiro Luis Antonio de Souza , falecido aos 30/5/1819 (Obre
c ltada. fls. 94). /
Ouase80 termino do seculo XIX, 80s 1615/1894. a Baroness de limeira
abriu a RuaBrigadeiro Luis Antonio nosterrenos de sua propriedade,
bern como vartas ruas adjacentes. Eraumaenorme propriedade. que
S8 manteve Integra ate as enos tnnte. na propriedade d e Paulina de
Souza Quairos que legou-a ao Esta do . Para homenagei..Ja, foi tra-
eeoc em terrae que foram SUBS, 0 Viad uto Dona Pau lina.
Apenas seu lad o esq uerd o integra 0 Bairro da liberdade. da Rua
. Riachuelo ate a Aua Pedroso. I:. urns des vias de ccmcmcecac com a .
zona su i da c ieece. de importAnci a.

AVENIDA DA L1BERDADE : PRACA CARLOS GOMES. PRACA DA


L1BERDADE. LARGO 7 DE SETEMBRO E LARGO DA POLVORA.

No tempo em que "SAo Paulo era uma bela cidade .;", "multo comer-
ctente e ind ustrio ss " (43), a atua l Avenida da Liberdade ainda S8
ch amav a Rua da liberd ade. alin hando Hteiras de casas comerc iais
au residenc iais de ambos as lados, de s qua is ainda restaram alg u-
mas amostras. hoje transforrnad as em cortices ou pe ns6e s baratas.
A modificac;A.o do nome antigo para Aven ida da Uberd ade . js indica
a tra n sforma~ lto operada a partir de 1967. Colada de pists ascen-
dente e de scendente. possui trAnsito intenso e urn cc rre rcic alta-
mente diferenciado.
Sua urbaniz8~Ao. ne medida em que a c ldade de SAo Paulo entrou
em processo de ace lerado desenvolvim ento , cccereu, influenc iado
por diversos fatores : 8 crescenta industrializ81;:80 da eldade. 0 in in-
tenupto desenvolvimento econemlcc do Estado de SAo Paulo. asse-
gurando ~ cidade. pcstcac de Hcerenca na economia naclonal. para-
lela ao incremento da fun~o comercl at e proemlnencla politico-
administrativa no cena rl c nac ional.
lni ciando-se na Prac;a JoAo Mendes. tangencia 0 Largo 7 de Se-
ternb rc, a Pra~a da Li be rd Bde e 0 Largo da P6lvora. terminand o no
entronca mento do Viad uto Pedroso e Rua Vergueiro. inlc", do bairro
do Para fso. A confo rma~o geogrAfica dos loca is c itades , conse-
qu6nc ia do na cecc metrovi'rio Nort e-5ul. que mod ificou intei ra-
mente 0 trac;ade antigo.
65

'--. ..•-.
! a
-
• • ~',,;;'c-''H

a
Igreja de Nossa Senhora dos Remedi os Praca Jo ao Mendes. dem o-
li da em 1943 - Fete tirao a par vol ta de 1890 - Arq ufvo DPH
66
o l argo 7 de Setembro jt!: sa chamou Largo do Petounnho. sendo q ue
estre essas d uas denominacoe s tran scorreu largo perfodo d e tempo.
Histcrtcamente . hA notlcias de q ue em 1610, a CAmara Municipa l
a
coqitou d e cons tru ir no local uma ccru na gu isa de monumento. na
q ual se amarrartam as escravo s fug itivas. exempta rmente. Entre-
tanto , a literatura htstc nca nao afir ma que naquele ano jt!: existt a 0
Pelourinho (44), mas, a partir d e 1834, al i js sa encontrava tnsta tad o.
Foi rmnto tempo depots d a eemcac d o pelourinh o e d o cost ume de
sa castigarem as escra vos. Que 0 largo se tra nstormou.
Por volta de 1885. geograticamente se encra vava atras da Igreja de
Sao Goncalo. num a viet a d enom inada Rua do Rago e Rua de Tras da
Cad eta. entre as qu ais ttcava a Rua d o Me te.
Quando 0 Pod er Muni c ipal d estruiu 0 quartenao que cc mp reencra a
Rua d o Rego e a de Jras da Oaoeta. restou uma area ac anha da, uma
praca peq uena . q ue mais tarde se chamaria "Praca Carlos Go mes "
(45). homenageand o 0 grand e rnusico brasi leiro que fo i Anton io
Carlos Gomes . natu ral d e Campi nas. e que co mpOs uma da s mats
famosa s peces d a 6pe ra cemce mundiat : 0 Guara ni, ond e 0 musico
ge nial sonon zou tod a a bete za e coto ndo da Terra Bra sitetra.
Pouco ad iante do p rimitive Larg o d o Pefovnnno. nc ava 0 Larg o da
For ca que, ap 6s a eboucao da pe na capital no Brasil, por antago-
nismo pa ssou a se c hamar "Largo da Ltberdade".
Foi cena rto da exec uc ao d e tnu meros cond enados. mesmo ap es a
ind epend encia ponnca do Brasil, sencc que. aind a em 1870. 0 local era
conhec ido por Morro da Forca (46).
Do is famosos co nd enados toram exec utad os ali . em 1821: Franc isco
Jose d as Chaga s. 0 Chaguinhas e Joaqui m Jose Cotind iba. ambos
sold ados do 1.0 Batathao d os cecacc-es. esta cionado na Vil a de
Santos.
N a madrugada de 29/6 /1821 , revcttaram -se perc nac receb imento de
acre scimo em seus soldos. por sua Majestad e, 0 Rei de Portug al,
Seg und o relate d e Dja lma Forj az , em "0 Senador Vergueiro", toram
tambem resccnsabncaccs por outros matins. roubo s e mortes na
cid ade de Santos .
Proc essados. j ulg ados e con den ados na forma da lei viqente. co ma
nao havta torca em Santos . vieram para Sao Paulo. a l im de serem
exe c utado s. 0 q ue d e tatooccrreu. na prcxtmfd aoe d a " Capelinha da
Santa Cruz dos Entorcad os".
o entorcamento p rovocou cen as que tmp ressionaram vlv amente a
pooctacao de Sao Paulo. que pass ou a co mentar 0 acontecimento de
67
forma dolorosa, que com 0 passar do tempo ganhou aspectos lenda-
rios .
Tao comovedores foram as fatos ocorridos durante as enforcamen-
tos, que em 22/5/1832, 0 Padre Diogo Antonio Feij6, atribula-os a
Martim Francisco, em urn de seus candentes discursos politicos.
Descrevia a cena, dizendo que " 0 desqracado pendurado, cahto por
rever-se quebrada a corea". Hecorreu-se. entao, ao Governo Provin-
cial , para que se demorasse a execocso. enquanto sa implorava
clemencia ao Principe Regente. 0 que nao S8efetivou. Alegou-se nao
haver corda pr6pria para enforcar, usando-se entac 0 taco de couro:
toi-se ao acouque e com a racecaoe couro foi novamente pendurado,
mas 0 instrumento nao era capaz de sufocar com presteza. Partiu-se
novamente a taco. e a mtserave! negro Chaguinhas, caiu ainda
semi-vivo e. ja em terra, toi acabado de assassinar.
Passou 0 morto a conotcso de her6i e martir. para cuia consacracao a
povo ergueu no local a Capela de Santa Cruz dos Enforcados, hole
transformada em igreja de iqual nome, ponto de converqencla de
mil hares de devotes das almas que , as sequndas-feiras. acendem
veras pelas almas do Purgat6rio, chegando mesmo a estabelecer um
comercfo especttlco de vel as no lcca].
Em 31/10 /1912 tel editada uma lei municipal, reservando no entac
Largo da Liberdade um espaco para a corocacac de uma estatua,
reverenclando-se 0 Padre Feij6 e para um monumento a memoria do
Dr. Jose Alves de Cerqueira Cesar.
Instalada a estatua do Regente untcc do Brasil, quando 0 progresso
ccmecou a exiqir espacos mais amplos, eta tel retirada do local.
Bem no centro da Praca da Liberdade. altua-se a "Estacao Metrovia-
ria Liberdade", em cujas calcadas supertores. aos domingos, a partir
das 14 heres, realiza-se a Fetra de Artesanato Oriental, com expcsl-
ceo e venda de trabalhos em madeira e bambu, pintura em vidro e
plantas ornamentals.
e
A Praca da Liberdade 0 local onde se reallzam todas as festivida-
des pcbncas da ccronre Oriental sediadaem Sao Paulo. Ainda no dia
10 de dezembro de 1977, transtormou-se na "Cidade de Toqulo",
para promocac da "Festa Oriental", de cunho anual na ccrenre.
Cerca de mil dancannos. tipicamente traiados. pattlclparam dos
testejcs que apresentaram, dentre inumeras curiosidades, 0 "bon-
odori ", uma especle de carnaval [apones. festejado par entre barra-
cas de comidas tlplcas.
A antiga Rua da Liberdade e, atualmente. Avenida da Liberdade,
recebeu a primeira cenominacac. quando a viuva de Manoel Sera-
fino de Arruda (Dona Clara Emilia de Lara Keller), requereu judicial-
68

._.-....-..
.~ ~.,
-. .
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{

Antigo catcamento de oarate teprpeoos da Rua da Liberdade e que


pede ser considerado co monco entao p redommante nos c atcamen-
los da cidaoe - Fete de 1909 Arq uivoDPH
69
a
mente a perm uta de urna casa de sua p ropriedade, RUB da Espe -
renca . por outra de prop riedade do ceneao Joaquim do Monte Car-
mela, na "Potvora''.
Despachado tavora vetme nte 0 req uertdo, a transac ao fo i efet uada,
a
indo a ca sa da Potvora prece em 1871, nao mais sob a imp reclsa
cencmrnecao de " casa que possula na P6Ivora ", ma s aim com o
"c asa e terreno s ituados na Rua da Uberdade " (47).
o reg islro de urn titul o (nurnero de indice 15) no ano de 1880, no
Ca rt6rio d o Prime iro Ofl c lo Civil , r oje nao mats extstente. espe citica
cl aramente a dencminacao da r UB onde 0 im6vel transacio nado S8
loc alizava "si tuaoc a RUB da Liberd ade (Estrada v erquetro)".
Em 1882, 0 inventarlc de Joao Antonio Fagun d es Mar ian o arrolava
sete casas " com frente pa ra a Rua da Liberdade''. t tarn bem cert o
que ate 1883. um trecho dessa rua. a part ir do Largo d a Polvora. era
a
co mum oenornrnacao d e Vergu ei ro.
No inlcto do seculo atual. a Rua da Liberdade era ele vad a e estreita.
cat c ad a com paraleleplpedos . q ue era 0 t ipo do minante nos cares-
mentos das d emais ruas da cldad e. send o que um arvo reoo farto
cob ria p racas e largos par ond e eta pa ssava. Posteriorrnente, foi
elim inad o 0 rebaixamento e su bstnutdo 0 verne c alcamentc. 0 que
pade ser aorecraoo nas Hustraco es a respeit o.
Nos ultimo s meses d o oftocentismo. co mec aram a surg ir as roes qUI:!
se torna ria m tradi c ionais no ba irro d a Li berd ad e: part e da Avenida
Brigad eiro Luis Anton io, a Rua Conselheiro Furtad o, a Rua Cond e da
Sarzedas , Rua Ped ro so, Rua Fagund es, Rua Dr. Rod rig o Silva, d entre
out ras de menos rename , tod as e las vivend o p rimordialmente, em
func ac d a Aven id a d a Liberdad e.
Foi a part ir da construcao da Aven id a 23 d e l..1a io, d o Viad uto Gui-
lherme de Al meida sobre 0 Etevad c Presldente Costa e Silva, a
il umfnac ao "sussu ranto ", o s luminosos co m tetrelro s em [aoones e
chine s, os "tori", insta lados em vartos pontos, e as estacoes metro-
vtartas d a Liberd ad e e Sao Joaq uim . que a trad ic ional aveni da se
transtormou tota lmente.
E atua tmente uma d as mais importantes vias de clrc utacao d a c id ad e
a
de Sao Paulo que , paralelamente Avenida 23 de Maio, co munJ c a 0
centro co m as mals distantes paragens do s ui de Sao Paulo.
Ap resenta urn suce der de casas comercia is. restau rantes , bares ,
esc olas, fac uldades, academ ias d e j ud6 e carate, igrej as, temp los,
c lubes rec reatlvo s. casas resto enctars. pe nsoes. repu bticas. ban-
cos , ccrretos. hos pi tais e alg uns paucos ceseree s. q ue d emarcam
sen bcrt almente alg umas de suas ruas. suuacao que be m refle te 0
ec letis mo atua l do bairro da Liberdade .
70
A Avenid a da Li berdade adquiriu SUBS caracte rtstrcas atuats atraves
de uma eerie de providenc ias leg islal ivas municipals
A Camara Munic ipal foi pr6d iga na elaboracao de leis mod iricado-
ras do seu antigo aspecto e, ate me smo. trac ado. Sao feitas d esap ro -
orracoes. sao construtoos bue nos e muros de am mo. procedern -se
permutas d e Imove!s e terrenos, paratetarrente a um a sene d e ac or-
dos co m as prop rietarfos toc a!s. acettam-s e ooacoes de ruas ab ert as
em prop ried ades pa rtic utares. sao programados reeves. rebaixa-
mentes. c alcamentos e rec alcamento s.
Muitas leis foram, pais. eoitadas no lim do sec uta passado e pnnc t-
palrnente no primeiro qua rtet deste, a saber:

1. Lei n.v261, de 14/08/1 896, autor tzando 0 catc amento da Rua da


Lib erdade e 0 nfveta mento da Rua Hcrnaita :
2. Le i n.c 449 , de 15/01/ 1900, autcrtzand o 0 ca lcamento a parale-
te pi pedos do Largo da Polvo ra e outras ruas anexas. denlre as
qua is, a Rua da Liberdade ;
3. Le i n.? 520 , de 11/06/190 1, aprovando Ato da Prefe ttura arrema-
tando em basta publica 0 p redio n.c 3, da Rua da Li berdad e, para
alarga ment o dessa mesma via;
4. Le i n.o 594 , de 06 /08 /1902 , aprovando Ato da Pretett ura. arrema-
tand o 0 preoto n.e 7, da Rua da Ltberdade :
5. Lei n.c 725, de 16/03/ 1904, de clarando de utilidade publ ica os
predios d e n.cs. 2, do Largo 7 d e Sete mb ro e, 1, 5, 9, 11, 13, 15,
17, 19 e 19-A, da Rua da Liberdade e, que , pcstertcrmente .
atraves d e novas lei s, foram objeto de acordo da Admi nistracao
Muni cipal;
6. Lei n.c 831, de 05/08 /1905, autorizando 0 alargamento dos
passeios da Rua da Liberdade, entre 0 largo desse me smo nome
e a Rua Sao Joaqutm :
7. Le i n.c 1058, de 17/ 12/ 190 7, determ inando a con strucao de
passeres no trech o supra mencionado:
8. Lei n.c 1207 , de 15/04 /1909 , autcrtzand o a vend a de terren os na
Rua da Liberdade :
9. Lei n.o 1218 , de 28/06 /1909, autcrizandc a vend s do predio n.c.
20 , da Rua da Llberdade :
10. Lei n.c 1650, de 03/03 /19 13, permutando terrenos e predios d a
Rua Onze de Agosto n.cs. t e e 16, co m 0 terreno da Rua da
Libe rdade, n.o.1.
71
Tambem as rUBS circ unvi zinhas sao merecedoras da atencac do
poder pub lico municipa l. send o que. a part ir de 1918. a cidade de
Sao Paulo , de modo garal . entra numa fase de formidavet de senvol-
vimenlo urbane. tcmando-se d iffeil dlzer onde termina ou ccmece a
zona sub urbana, [a ocorrendo entao. a integracao entre varies ba irros
exis tentes.
Na med ida em que S8 p rocessou a urbani zecao. de lineo u-se a te o-
cen cte de ccncennece es etn tcas : slrios. [udeus. israetit as e, mats
recent emente. as c rtentats. ao norte do Distr ito da Liberdade.
e
De modo gera l, p ode-se afirmar que 0 quadro urbane loca l aquele
estruturado no inlcio deste seculo. do qua l sa destacaram algumas
erter tes de grande signific acao cull ural e eco nomica.

LARGO DA POLVORA

e
Alualmente. pod e-se d izer prat icamente q ue centro da cidade,
dtstand o meno s de um qutlcmetro da Praca Joao Mendes. Entretanto ,
arnda no oitoc ent.smo era paragem long inq ua tanto que foi 0 local
escolhid o para a conetrocac da "case da Polvora ". que acabou
tdentiticando a reg iao, chegando mesma a ser definida em vanes
escnt uras como " bairro d a Pclvcra" ou " na Pclvora".
A case da Pctvc ra. co nstrutd a por Imperativ e de um afvara de 27 de
julho de 1754. representou um marco hist6rico na vida da c idade.
Construida pelo mest re de obras e carpintei ro, Jc ac Pereira de Ma-
ga lha es. que incomp reenslv etmente a ergueu totatm ente de madei -
ra e co berta de tethas. no ce ntro do pequeno bosque nas ce rcanias
da atuat Rua Ame nco de Campos. integ rava 0 rot de bens patrimo-
niais da Fazenda Naclc nat.
Cobrava uma taxa de 160 reis de armazenag em para cada barr il de
pofvo ra al i eot racc, por cete rrranacao do Senado da CAmara.
Procederam-se nela sucesslva s retormas antes de seu deslocamento
para outro loc al .
Ja em 1812. seu ferro exig ia reparos urgentes , em razao do que toram
contrata dos os services de Jose Joaquim de Carvalho. para retorma -
10.
Em 1832. quando se abrtu a Rua Amencc de Campos. ccm unicando
a Rua da Liberdade com a Rua d a Gl6ria, foi determinad a a remccac
da Casa da P61vora para local mats d istante , co m 0 que 0 presid ente
da Provincia. 0 Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, nao c oncordou .
Foi somente em 1872 que tel tran sterida para fora do rossio . no batrrc
da GI6ria e para predio proprio. onde acabou per desapa recer. Ja no
72
ano de 18 73. nao ma is ex ist ia a p rtmttiva case de madeira, quando a
Provin cia era governada perc Dr. JoAo Theo dora Xavier, 0 tnlcteoor
das grandes transtcrm acoes que Sao Paulo atrevessa rta del por
dt ante.
Fai tao mar ca nte a sua prese nc e. que a RUB d e Li be rdade chegou a
ser chamad a de RUB da Pctvora. co mo se pede ob server nos Livrc s
de Reg istros e Alas de CAmara Mun icipal.
Aberta a Rua America de Campo s, bem 80 centr o do largo de
P6lvora. constnnu-se 0 " Ed ific io Jeh u", urn d os pnmetros predios d e
apartamentos co ns truidos e m Sao Pa ulo e , possivetmente. 0 prime iro
do batrro.
Era seu propnetario. Joao Ribeiro de Barros. natural de Jabu. no
Estado de Sao Pa ulo. plonetrc da ev racac Inte r-c onttnentat. Sonhou
ere ligar a ttalta e 0 Brasi l pa lo ceu! Beanzo u a recann a em reid e
transoceanico. cotoc ano o 0 Bras il em terceiro lugar no mun do.
dent re os paises que realizaram essa proez a (48).
Era um te mpo em que a avraca o atnda se encontrava num estaqio de
ensalos e expenmen tacoes. de modo que 0 monopl ane "J ahu" to!
a
co moraoo de um nob re portuques e aoap taoo atravessia.
Possuia dois braces unidos em (mica asa e cot s motore s de 550 HP,
eq uipado com 0 mats simples instrumenta l de v60, send o Que du-
rante a reioe. seus t rtpu tantes lancavem bo m bas ao mar com reeula-
ndade. para que a d tspersao da fumace md fcasse a dtr ecao e veto-
ctd ade do vente.
Foi co m essas ccnc .eoes de vee que Ribeiro de Barros bate u 0
recorde de velocid ade numa rota eeree d ificil: Espan ha, Ing lalerra,
Portugal, Brasil a 190 quttcmetrcs ncra ncs .
Ribeiro d e Barros, const ruindo 0 "Edtticio Jahu" e vendendo-o total -
mento em condo minio, dem onstrou tambern raro de scortinio do fu-
t uro Imobiliario da c idade de Sao Paulo.
Ainda hoje, ap6s sucess tvas reforma s locals . se encontra ergu ido ali
no Largo da P6l vor a, 0 q ual no et a 18 de junho de 1878 passou a
integ rar oetir utfvamente 0 "Batrrc Orienta l"
Em comerr oracao ao 70.0 aniversano da imig rac ao japonesa para 0
Brasil. 0 Preteito de Sao Paulo, Engenheiro Olavo Egyd io Setubal .
"r ein auq urou" a praca do Largo ca P61vora (49). em homenagem a
colonia japon esa. Na oportuni dade , 0 governador da provinc ia de
a
Kumamoto. entregou cid ace uma estatua em homen ag em a Snuhet
Uwsuka, 0 pioneu o c a irniq racao iaponesa.
Tota lmente remooet eda. a Praca da P61vora tel construida com re-
73
curses levantados pete Asscc tacac dos Loi istas da Liberdad e e as
trabathos de ajard inamento, pela Admmistracao Regional da Se.

AVENIDA 23 DE MAIO

e
o loca l once esta trecada a Avemd a 23 de Maio urn tunc o de vale.
cn de co rria urn peque no cc rreuo . ja ca naltzado. Que encharcava as
cerceruas.
Nao toi construlda de urn momenta para outre. como sa costuma fazer
em Sao Paulo.
Entre 0 seu planejamento urn anlstic c e sua etettva entreqa ao pu-
blico. correram anos.
Ela se tran stor mou em realidaoe s racas asc onstantes desapropria-
cces. pe rmutas de area s levadas a efeitc na ragtao, em quase tcda
a sua exten eao e a vrsao admtntstrativa de alguns Preteitos da ci-
dade de Sao Paulo.
Em 192 7, cnou-se uma co miss ao para exame do s trabalhos nece ssa-
nos a abertura da " Avenida Annanqabeu", atraves da l ei n,o 3093, de
23 de setemb ro do mesmo ano.
Todavia . essa lei toi revogada pelo Alo n.c 13. de 21 de novembrc oe
a
1930. passando 0 enc argo dos estudo s Diretor ia de Ob ras. q uando
era Preteito de Sao Paulo. 0 Dr. Cardoso de Mete Neto. A abertura da
Avenlda loi autortzaca peio artigo 1,° da l ei n.e 3207, de 31 de jutnc
de 1928. bem como oectaraoos de utitid ade publica os predioa e
terrenos necessanos ao ajard inamento da s areas laterals da Avenid a
ttcroro. no trecho ja aprovado peta Lei n.c 3112. de 19/1 1/ 1927.
A l ei n.e 3209. de 31/07/1928. aprova 0 tracado de ssa mesma ave-
mda . no trec ho compreendi do entre as ruas Joao Juftao e Paralso.
adq uirindo a Preleit ura 0 imovel n.c 26. da Rua Pedroso. co m 8554
m2, de propriedade do Dr. Paulo Amer ico Passalac qua, necessario
ao mesmo tracado (SO). Tambem 0 predio n.c 13, da Rua Cond essa
de Sao Joaquim. foi ad quirido para ioentico l im (51).
o traca do integral da Aventoa ttororc to! planejado pera "Comissao
da Aveni da Annanqabau'', projeto que acabou sendo aprovado pela
Lei 0.°3272. de 05/3 /1939 . Todavia. no ano de 193 7. a l ei n.c 3612.
de 28 de julho de 1937. modiftcada pel o Ato n.c 1382. de 15/3/1 938.
com introd uc ao de aneraeoes. aprovou definitivamente 0 tracacc
de ssa avenfda.
A parti r de entec sao teltas muitas desaprop nacoes de areas.
74

Areada al ual Av. 23 de Maio, vis ta da RUBPedroso - 1942-A rquivQ


DPH.

Av. 23 de Maio vi sta da RUB Pedroso - 1972 - Arqut vo DPH.


75
Quando Prefeito d e Sao Paulo , 0 Dr. Fab io Prado, concedeu uma
entrevista ao jornat " 0 Estad o d e Sao Paulo ", come ntando seus
pia nos de urbantzacao d a cidade. Dlz ta. entao, a ilu stre home m
publico :
" A Avenida 9 de Julho corneca ao taco da ttcroro. no
Piques. Percorre todo 0 vale, atund a-se pete Saracura ale
as fundos do Tr ianon. Atravessara ai a coli na em da is
tuners, qu e safrao ao lado da Aven ide Casa Branca, num
grande terreno aberto que ali exrste . e prossequira ale a
Aven ide Brasil. Junta-se a este. atravessa 0 Ibi rapu era e
va l naa r-se centro do Parque com a Ave nida ltororo."

A Avenid a 9 de Julho to! tracada. mas a Itoror6 ficou esquecida


durante longo tempo, ate q ue sua construcao lei atacada. por terce
de dispositive legal.
Hc]e . total mente pronta . com o a Ave nida 9 de Julho, nasce no Vale do
Anhanqabau . subtnoo a conn a entre as Ruas Asdrubal do Nasc i-
mento e Riach uel o, atravcsse a Aven ida Brigadeiro Luis Anton io para
entrar no vale, antes tota lmente inap roveitado e ate prejudicial , por
tratar -se de terrene pantanosc , entre a Aven ida Uberdade e a Rua
Verguei ro de um taco e, d e out re, a Rua Mae stro Cardim e Martiniano
de Carva lho, nos li mites do bai rro da Liberdade.
A visao de ssa arteri a, moo ema . funcional e bela, consol id a a id eia d e
e
que Sao Paulo a ctcaoe dos Viad utos, po is sobre a Aven ida 23 de
e
Maio atrave ssao a per essas passare las na altura d a Rua Jacegu ai,
Condessa de Sao Joaq uim, Rua Pedroso e Rua Joao Jonao. Apre-
senta. ainda, outro viad uto, na altura da Rua Tutela, bern como js
dentro do Parq ue Ibi rapuera.
Sob 0 ponto de vista de embelezamento e de urbanismo, a vls ao e
realme nte tantastica, pr inc ipal mente ao ano itecer, co m os seus 30
metros de largu ra, totatrne nte ocupados pelo trateq o auto mobtus trco.
a
tao Intense q ue, d tstancta , da a impress ao de li nhas colorid as e
Humlnaoas.
Deve ria ter se chamado Avenida Itoror6, mas batizaram-n a 23 de
Maio, que 0 Preteito Fabio Prado af irmava ser a autenttc a Aven ida
Anha nga bau.
Assim pen sava 0 Hustre urbarusta. po rqu e as cabeceiras do Annan-
pabau, confo rme se v~ nos mats anti gos mapa s de SAo Paulo vern
ju stamente 0 ch amado Vale ltororo. a s riac hos qu e correm so b a
Avenida 9 de J ulho sao peq ueno s cursos de irnport ancia insiqnifl-
cante. como 0 C6rreg o de Sarac ura.
Ora dfz ta ele, "js que se de u aAveruda Anha ngabau 0 nome de 9 d e
76
Julho, par que nao co nse rver a tradtctonat de nomjnacao nesta Ave-
ni da ond e historicamente ticara aplicada com mats justeza?"
~as a Aven ida Anhangabau chamcu-se 23 d e Maio! A mais bo nita
via expre ssa da cid ad e. cujo nome pe rpetua uma da s mars signifi -
c anvas dalas da Histone de Sao Paulo, vmc vtando-se a Bevolu cao
Consntucionatista. que teve c omo preambu!o 0 23 de maio de 1932,
Quando lombaram as p nme tros pa ulislas , pregando 0 ideal de rece-
mcc ranzaca o d o Pais e. cu jo s name s constttul rem a legenda mats
signifi c anli va d e todo um povo - MMDC.

AUA CONDE DE SAAZEDAS

E uma da s ruas mais ant igas d o batrro da Lib erd ad e. senc o Que seu
trac ado 10i teito nas ter ras de uma da s c hac aras tradic ion ais do
Dis tnto Sut d a Se. par vena de 1890 - a Cbac ara de Dona Ana Mar ia
de Alme ida Lore na Mac had o.
A entrada de ssa cn ac ara. tao citada pefos antigos c rontst aa de Sao
Paulo, heave na baixaca da Taba ting uera. continando com 0 "Beco
Suio". noj e I ravessa d a Gl6ria. pe lo Rio Tamanduatel. com os terre-
nos da Santa Oasa de Miser ic6rd ia e co m 0 oreo'o do Asnc de
Mendtct d ac e.
Essa p rop riedade [a perten cera a D. Franc isco d e Ass ts Lorena .
ncbre d a Corte, fil ho d e D. Bernardo Jos e de Lorena . qu e ostentava 0
tit ulo de Cond e de Sarzed as. receb ido no ano de 180 5, porter servi do
co mo cons em eiro de ca pe e esp ada d o Conselho Uttramann ho.
d urante 0 pr imeiro qua rter d o secure XIX. Foi d eputad o e vice-rei da
Ind ia'
Por oc astao da s revotucoes Hberais . 0 Con d e de Sarzed as fo! encon -
trade morto na pnsao em que se encontrava . Na sua passagem pete
vid a pub lica nactonal. loi governador d a Prov inc ia de Sao Paulo e d a
Cap ila nia de Mina s Gera is, ond e lun do u a c idaoe d e Campanh a.
Como pover naoor de Sao Paul o. oroe nc u a abertura e catcamento de
mumeras vias pubttca s. mandou construi r 0 ve rho Chatanz da .Mise-
rtcordta bem co mo a pr ime ira ponte do Anhanga bau. -
As crcrn cas sabre a sua vid a retatarn um tate pitcresco.
Don a Mar ia I. ram ha de Portug al, co nferia ao jovem fid algo singu lar
sim patia. cotoc ando-o aos se us serv ices. na cond ica o de oticiat do
Exercrrc Pcrtuques.
Para casar -se d evia ped ir e abler 0 co nsenti mento rea l, de mod o que .
q uand o che qou a esse momento de sua vi d a. para nao ped ir aq ueta
autori zeca o. casou-se secr etamen te com Dona Maria Ange lica d e
77
Bustamante Sa Leme. fflha de urn profe ssor da Universid ade de
Cctmbra .
Sua persona lidad e li cou perpetuada nessa rua tao importante do
bat rro d a ueero aee. c uic mvet am ento Inlctal toi autor izado cera Le i
n.c 78. de 09/12 / 188 3 'pa ra , em 1894 - Le i n.e 114, de 06/10 - ser
d otad a de methoramentcs pcbncos . co mo suas prime ira s serjetes.
Fai oeste secure. co-ern. que cor te rce d a Le i n.c 13 19. de
19/ 5/1910. toi Intetra mente calcad a.

RUA TAMAN DARE

Ainda em 1850, a part ir da Praca Joac Mendes, ba via uma barran-


qu elra Que sa c ont in uava pe la entao c hamaoa "Baixada da Gl6ria",
no entroncamento d a Rua Galvao Bueno.
Em 1870 existia al um stti c tamos o c ha mado "S ttio do Tapanhoim''.
co m seus Hmites d efinidos perc C6rrego do t.aveoes e do Cambuci.
hole cenatizados . de onde sala a " Caminho do Mar" (52). Pelas
cerc amas havia ainda a c hac ara do Sr. Scuv erc . de Genistoc les e
Balu ira.
Poi desse loc al que part iram vanas ruas tradt cion ats. como cncenc.
Bueno de Andrade, Pires da Motta, Sao Joaquim, G alvao Bueno e
Tamandare.
A Rua J amand are to i assim denom inada . para homenagear a gaucho
Almirante Joaqu im Marques lisboa que , na co ndicac de martnnetro.
participou da s campanhas da tndependenct a do Brasil. prin cipal -
. mente na Bahia e no Paragu ai . Foi aj udante de c ampo do tmperado r
D. Pedro It e Conselheiro de Guerra , em cuja condicao rec ebeu
var tas cc no eccracees de honra ao mente. naci onais e estrang eiras.
a
Em reconnectmento pelos services prestados Neese. a Imperador
aq raciou-o co m 0 tttut o de Marques de Tama nd are. pete fato de seus
navies esta rem abi cados no porto de Tamandare.
E. uma rua que co meco u a se urban izar em fins do secutc passado ,
sendo q ue recebeu 0 service de sarjeta s por to -ea da Lei Municipa l
a
n.c 48, de 201711893 e ligada Rua Consethetrc Furtado atraves de
crsposrtrvo estabetecido na Lei n.c 562. de 06/2/1902. A Lei Munici-
pa l n.O 990. de 13/4/1907, autor izou a Prete ftura a calc ar a Rua
Tam and are no Irecho compreend ido entre a Rua Galvao Bueno e
Jose Getuho.
Perceb e-se qu e. na medida que as anos avancaram neste secu lc-o
processo de umanizacao vai ganhan do d istancia s maio res.
78
RUA CO NDE DO PINHAL

Ainda em fin s do secure passado. loda a regi ao pr6x ima de RUB


Tabal ing uera. Largo do Pelourinho e de Sao Goncato . era ocu pad a
pe la Cbacara de Dona Ana Mac hado.
Nessa propriedade abrtrarn-se vanas da s mats importantes ruas do
batrro da Liberdad e: a Rua Con de de Sarzeo as. a Rua Tabat inguera e
a RUB Con de do Pinhal, dentre out ras de menor s iqnificacac . co mo a
Rua Bon ita , hoie Tomas de Lima e Santa Luzt a.
A RUB Tabal inguera fazia canto com a ennue RUB do Trem, a c omeco
d a RUB da Gloria e a RUB do Beco Su]o . rUB esla q ue. mats tarde . se
c harnarta RUB Conde do Pinha l.
Essa denorntna cao hom ena geia uma figura austera e multo co nhe-
ctda na ant iga p rovinc ia de Sao Paulo, qu e era Anton io Car los de
Arru da Botelho q ue, pa r vo lta de 1887, to t ac racr ac o co m 0 titulo de
Conde do Pinhal.
Nat ural de Pirac icaba, m.c tou-s e na tavoura . no Mu nicip io de Sao
Carlos d o Pinha l, etece noo-se. em sequic a. vereaoor. oep utaoo
provincia l e pr estoe nte da Camara ,
Sua proiec ao. entretanto. acent uou -se na sua atuaca o pete proqresso
e d esenvotvirnento ge ra l de Sao Paulo. Fundou a Comoanhia Estra da
de Ferro de Rio Cl aro, na rede da Com panhia Paulista de Estrad as d e
Ferro , 0 Banc o de Sao Paulo e a Co m panhia Ag rico la de Sao Stmao .
ocuoanoo a presidencta d esta s d uas uttimas ernpresas

AUA CO NDE DE SAO JO AQUIM E AUA CO NDESS A DE s Ao JO ·


AQUIM

Joaqu im Lope s Lebre . natur al de ctda oe de Ag u im, em Port uga l, veio


par a 0 Brasil com 14 anos de idad e e no long fnq uo 1858, auao o ao
se u irmao Joao Lopes Leb re. fun do u uma d as rnais tr adictonais casas
comerctats da anti ga Sao Paulo - a " Casa Le bre & trrnao''. na Rua
Direit a.
D uran te quarenta anos e mp restou seu din amismo e es pirito crtativo a
ci d ade q ue el egera pa ra apticar sua mc ensave! ativi d ade .
Caso u-s e com Dona Rita Proost Rodovalno . d e tr adicional famil ia
oeousta junto de q ue m d ed ic ou-se a mume ras ob ras de filantropia e
be nemerenc ia. tosse c rtando escotas. foss e tm ancia noo hospt teis.
For um c os funoaoor es d a " Real e Benementa Socied aoe Portug uesa
de Beneticencia d e Sao Paulo" , em 1859, e urn dos eo iftcao ore s d o
a
antig o Ho sp ital Sao Joaquim . Rua Brig ad e iro Tob ias
79
o Hospital Sao Joaq uim leva 0 seu nome , em memor!a a sua ob ra
carttattv a de auxil io aos nec essttados.
Faleceu em 1909, aces ter side ag rac iado co m as tltu los notnliaroui-
cos de Batao. vrsco noe e Con d e - Conde d e Sao Joaquim e Con -
des sa de Sao Jo aq uim pa ra su a mulher.
Dona Rita Proost Boo ov arho Lebre era alma eleita a prattca do bern.
de trato amen o. q ue soub e ao taco do marido con qui star urn lug ar de
hanra na comunid ade portug uesa rad fcaoa em Sao Paulo.
e
A Rua Co no essa de Sao Joaquim uma da s rnats be las do bau ro da
Liberdade, passu indo be las construc oes do inic io do secure. Serve
d e li g a<;ao ent re a Avenida Brig ad eiro Luis Antonio e a Avenida d a
Liberd ade
Paretetarn ente a Avenid a 23 d e Maio e a Rua Boror6s. e corta da
lon gi tudinal mente oeta Rua Conde d e Sao Joaqui m.

RUA BARAo DE IGUAPE

Iracad a a partir da Ave nida da Lib ero ece . des ce perpend ic ular -
mente ate a Rua J unq ueira Freire. aberta em tones que constitui ram
p rop ried ade do ingles Rademaker. Franc is co Macha do e Joao Feli -
cia Fagu ndes.
Bat ao d e Iguape to! titu lo nobilia rqui co que D Pedro II outo rgou a
Anton io d a Sil va Prado, em 1848, em reconhec imento d a sua atuaca o
nos mov ime ntos e ta moepenoencta do Bra sil.
Anton io da Sil va Prado, antes de tixar-se em Sao Paulo, on de con sti-
tuir ia uma d as mais importantes e l idalgas tamtttas desse Estaco.
neq octava peres sertoes da Bah ia e Gola s.
Foi pa i de Dona v eno tana Valeria d a Silv a Prado , que tantos p reen-
a
mas con ced eu a socieda de e c ultura pau lista na

RUA JACEGUA I

Foi uma da s mais tra otcronais ruas d o bai rro de Lib eroaoe . Em
tempos passad os. co mec ava na Avenid a Liberd ade e avancava pe -
las terras do bairro do Bextqa. ale a Rua 14 d e Julho
Quando se cons tru!u a Eteva do Costa e Silva . noanoo 0 ba irro d a
Consota cao e as bairros d a Zona Norte, a part ir da Avenida Alca ntara
Mac hado. seu anti go trac ado tot totatm ente mod il icad o.
Atuatmen te. traca d a oer pendtcuta rrnente ao Viad uta Guilheerne de
Alme ida , atrave ssa a Praca Perala Byington, junto a Avenida Briga-
d eiro Luis Antonio e temuna na Rua 14 de J ulho.
80
Fo! tracada na ch ac ara particu lar do Senhor Stre ib , no ana de 1875,
chac ara q ue era bern pr6x ima do Cami nho d o Carro,
A Ch acara Streib, que era multo grande , umit ava-se co m a Rua da
Lib erd ade. 0 Largo d a Porvora e des cia pe te antig o tracado da Aua
Jac eq uai. ate a Averuda Bri gadei ro Lui s Anton io . Ne sse loc al fica va
uma fonte de ap ua cnstafm a e po ta vet. que se despejava no va le do
Annanqabau e q ue abaste cia tooa a reg ia-a , pnnc tpatrnente a pop u-
lacao da G loria e do Bex iga . Era con hecid a como a Fonte do Morin-
qum ha.
o a
nome Jac eg uai, dado ao ant igo cami nho que conc uzia Fonte d o
Moringuinha, homenaqeia 0 pa uusta Silvestre da Mota, Berao de
Jaceg uai, filh o de Jo se lnacio Silveira da Mota .
Abracou a Marinha co mo protissao. le ndo side comandanle do mont -
lor " Barroso", partrcipante da Guerra do Paraguai no co mbale de
Timb o. passagem de Humatta. Desta cou-se pe te sua bravura em
cc mbate a bordo do navt o Jac egu a i.
Aeformou-se no poeto de Atrntrante. tend o stoo tambem mi nistro do
Brasil na Ch ina , em mrssao es pec ia l, e memoro do Consetho Naval
Bras ile iro.
Casou-se em Buenos Aires com uma bela Itauana de nome Luiza
Greccru. em 9 de fevereiro de 1870 .
A Ca mar a Municipa l de Sao Paulo perpetuou seu nome numa das
suas ruas de gra nde uacncao cultural.

RUA H UMA ITA

Uma das ma is anl igas e tra dicionais. inte rligand o 0 ba irro da Beta
Vista e 0 da Liberdade. No secure oassaoo . entre eta e a Rua Pltan-
guy, esteve insta lado 0 matadouro publ ico da ctdade. em oecorren-
c ia de um acordo entre a Camara M unic ipa l e Achilles Mart in d 'Esta-
d ens, celebrado aos 30/4/ 1851 , d ar se transterind o para a Cbacara
dos Ingleses e, final mente Vila Clement ino .
e
Atuatment e. a Rua Humait a uma rua resi denc ial e sua d esiqnacao
fi xa uma das gra ndes passagens d a G uer ra do Paraq uat.

PRACA ALME IDA JU NIOR

Co nsti tuiu um d 0S tocars mats tr adtctonais do antigo Distnto Sui d e -


Se . 0 cate rono de logradouros p cbucos e os qutas d a cidade d e Sao
Paulo, nao mats registram sua extstencia .
81

Panorama do viao uto Guilherme de Alme ida, venoo -se ao tund c 0


a
b airro d a Bela Vista e esq uerda a etevaca o que constrt ui a atual Aua
Jace quai.

Praca da Libe rd ade - Estaca o Metroviana ca t toeroaoe. loc al de


reeueacao da Feira de Arte e Artesanato Oriental .
82
Era loca l da ant iga "Chacara de Franc isc o Machado ", de um mer-
ced e (l ei 0 .° 176. de 08105/1895 ) e Matadouro da c tda de e do
tradicionat Teatro Sao Paulo. que acabou desa parec endo d o cenarto
do ba irre da Libe rd ad e, absorvido pela radial Leste-O este.
A antiga p ropried ad e de Franc isc o Mac hado era uma grande q uinta
totalmente arbonzada . co m p redtos para colones e sepa rada do
C6rreg o de Lava pes. ao SuI, par um gran d e muro .
Bem ao centro d o terreno, fic ava a c asa g rande , terrea. resi oenct a do
propnetario. local em que mais tarde se construma 0 Teatro Sao
Paulo .
Com 0 tem po . a cnacara foi des apropriad a pe te Pooer Munic ipa l,
para a n acad o de ruas e largos. Heave ali a Rua da Fabrica . q ue S8
translo rmaria na Rua Sinimbu. pa ra hOmenagear Joao Lins Viei ra
c ansancao d e Sinimb u, Visconde de Sini mbu, que fo i Con semeiro
do Estad o e p resto ente d a Bah ia e RIO Grand e do Sui, atem d e
Mtntstro do Exteri or, da Agr icul tura e d a Justrca .
De senvolto pa rlamenta r, politico e acmmlstradcr ncta vel. d esenvol-
veu suas ativ ida des d urante 0 segun do imperio bra sueiro.
Na med ica em que 0 local foi sendo urbani zado recebeu d iferentes
d enomin acoe s. Pnm eiramente. foi co nhec id o como " Largo do Cemi-
teno". porq ue ticava nas p roxi mid ades da Capel a dos Aflito s. once
havre uma necropcle. Recebeu. tamnem, 0 nome d e l argo d a Glo r!a.
entre uma rua cc nhecid a na epoc a como "Rua d a Bica" e a Chac ara
de Fran c isco Mac had o que , por vol ta d e 1824, pertenc la a
Santa
Casa de Mis erico rdia . Cha mou-se tambern largo Sao Paulo.
At-aves da Lei Munic ipal n.c 21 61. d e 19/05/ 1918, proqramaram-se
os melhoramentos q ue transtormanam 0 Larg o de Sao Paulo em
Praca Almeida Junior, ho men ag eando a memcrta de um d os ma ts
significat ivos art istas da pin tura academica b rasi lei ra d o seculo XIX,
que foi Jo se Ferraz de Almeida J unior. Suas tera s. "Caipira Neqa-
cea ndo''. "Amolacao lnterromp id a". "Picando Furno". sao alg uma s
de suas mais sug esti vas c rtacoes e que 0 tancaram no cenano
artlstico nacl cn al. com 0 vigor tecnico e estilo pictortco q ue 0 c arac-
terizari am como Alme id a J unior.
Desa pareceu a creca tracnciona l quando se construl rarn as vi as
expr esses na Ca pital.
Resid iram na area, ilustres personatidades d a soct ed ad e pa ulista na :
a familia do Professor Celestino Bcr rc ut. renomad o medico e prot es-
sor universtterto: Sabato D'Ange lo e sua mulher An ita Pastore D'An ·
gelo, que construtram na ci d ad e um im pe rio ec on6mico com a "Fa-
a
b rica de Ci garras Sudan" e ins!ituiram Rua da Li berdad e, n.o 85, a
83
"Punda cao An ita Pastore D'Angel o", q ue jtt prestou asststenci a so-
ci al e econcmica a mil e d uzentas pe ssoas pa r mes (53) .
Presid enle do Estad o, Albuquerque Lin s, tam bem resid iu ali, e sua
casa. ainda exlstente. servtu de sede do Govemo de Sao Paulo,
d urante se u per todc govern amenta l.
Abr ig ou uma des pr ime iras teiras livre s d a ct d ad e em um "R ec re!c d e
sc ucacac mtantu" (Almei da Junior), patrocinado pela Secreta ria
Municipal de Ed ucac ao.

VIADUTO GUILHERME DE ALME IDA

Comunica a Praca de Lib erdade e a avenida de igual nome. I: um dos


mats belos de Capit al. porqu e descortina lode a rmensroao dos
b arn es d e Bela Vista e Conso lacao e distante s pa rag ens do Ca m-
bud . Mo6c a e Ipiranga.
Sua co nstruc ao se tom ou posslvel. med iante a o ese oro o nacao de
inumeras co nstruc oes na Rua d a Li b erd ad e e reb aix amento da pr6-
pria Rua Jaceg uai e a part ir d a Rua d a Accucac .
Denominado " Guilherme d e Alme ida", para perpetuar a memcrta do
"Princi pe dos Poetas Brasne fros'', Que tan to ena tteceu as tetras e 0
ci .... ismo d a " Terra de Piratininga".

VIADUTO PEDROSO

Cont inuando, a Rua Ped ro so co mun ica 0 ba irro da Be la Vista e da


Liberdade, bem como d iv isiona este ultimo do ba irr o d o Paralso . Foi
const ruido sc ore a A ven ida 23 de Maio co m mlcio aos 17 de acc etc
d e 1965 e co nctutdo em 5 de marco d e 1967 .
No s seus baixo s. situam-se doi s importa nte s services pub lico s Mu-
nic ipa is inleg rantes d a red e de saude da Secreta ria de H ig iene e
Saude da Preteltura d e Sao Paul o:
- 0 " Ab rigo Maria He lena Faria L ima e Cun ha".
- A " C li nica de Hec uperacao de Alcoct atras ".
84
NOTAS

41. Lei n.o 556. de 10 de Oezembro de 1901 - Autcrtza 0 Pretettc a


pagaro que fordevido a Jose Maragliano, pelofomec imento
de placas de nomenclatura e numeracac de casas, ern 1891
e 1898
42. Ata da CAmara Munic ipal - Vol. XXXVI - pag. 136
43. FREITAS, Afons o A de - Geografia do Estado de Sao Paulo -
pag . 50 - Escolas Profissionais Sales tanas - S. P. -
1906
44 . AZEVEDO, Manoe l Vito r - Sao Paulo de Anl igamente - pa g. 9
45. AZEVEDO, Manoet Vitor - ob ra citada - pag. 78
46. FREITAS. Affonso A. de - rracncoes e Remmiscenc ias Paul isla-
nas - psg. 18
47. MONTEIRO, Zenon Fleury - obra citeda - pag . 49
48. 0 Estado de Sao Paulo - Edicao de 29.04.77
49. City News - EdiCao de 18.06.78 - pag. 7
50. Ementano d a Leqist ecao Munici pal - Vol. j - pag . 270
51. Ementarto da Leqislacao Municipal - Vol. I - psg . 271
52. TORRES, Maria Celestina Mend es - 0 Baine do Ib irap uera -
pag . 88
53. Etes Construiram a Grandeza de Sao Paulo - psg. 109 - Ed i-
lado pete Sociedade Brasuetra de Expansao Comer cial
lld a. - SP.
85

o MOOERNO BAIRRO DA L1BERDADE NA CENO GRAFIA URBANA


DE SAO PAUL O

As origens da cidade de Sao Paulo, a predestinar em a grandeza.


Nascendo e c rescendo em to rno de um coleqio. atrezentos metros d o
mesma, ja em 182 7, se lnstalarta a primeira Faculdade de Dire ito e.
neste seculo. a primeira Uni vers idade bra sile ira.
Toma-se, assim, um centro de cultura, que promoveu a parncrpaeao
de seu s fil hos e m l od es as rnov imentos artt stlcoa. socials e politicos
da Nacac Brasuetra.
Em meados do seculc, a cu ltura d o cafe gerou c cnct cees d e ri q ueza,
que permiti ram 0 ingresso da cidade no estaqlo de sua industrialize-
ce o. acelerada pela contrib uicao vatio sa de inumercs cont ingentes
de imigrantes de toda s as nacional idade s e de outros Estados da
Federacao Brasileira.
o aspecto urbano da c id ad e pas sa. entao. por um auten tlco pr oc esso
de metamorfose. A area da cidade. sua pai sagem e sua ccputacao
assumem caracteristic as diferen c iadas em b reve espaco de tempo.
Ainda na prime ira decade deste secor o. a sua area urbana se co nsti-
tula de doi s bl oc os (54), q ue tinham .ccmc divlsas a varzea do
Tamanduatei. blocos q ue tormavam com o que duas c id ad es dlstin-
tas , os quais acabaram per se un ir, nao ha mu ito tempo.
De um lado tlcava 0 centro da cidade e os bairros da zona oeste,
sudoeste e sui e . de outro, 0 B ras, co m seu s pr ol ongamentos para 0
Ieete.
86
Tcd avla. ainda S8 observavern gran des espa co s vazi os ern todas as
dis tancia s. '
No bairro da Li berdade , tema de nossos estudos. entre a Avenida
Brigadeiro Luis Antonio e a antiga Rua da Llb erdade. as mapas
ca rtoqrati cos mostram grande area aberta e vazta. sem ne-
nhum aprovettamento urbano. embora as tetras localizadas nesse
mesmo batrro. Bela Vistae ccr eorecao. ating issem alta va 'o r j za c~o .
o Vale d o Anhangabau separava 0 ba irro da Liberdade. d tsttnquindo
a
nucle os da vertente junto rad ial Liberdad e-Vergueiro dos nucleos
a
da vertente junto radial Brigadeiro Luis Antonio, a Vale do Rio do
Dia bo, como anteno rmente era conhec id o. Foi cruzado pete Viad uto
do Cha em 1892, tempo em que ali atnda existi am inu meras cnac a-
res. Aas pouc os. toram surg ind o no sope d o morro do CM as rest-
denci as prtmelras. ate que em 1911, qua ndo 0 Barao Dup rat to t
c reteito d e SaoPaulo, os urbanlstas ecuvaro e Cach et planeja ram 0
ajard inamento de toda aq uela area . transtormando -a no d ecantad o
Parq ue Anhangab au.
Sob a admtn tsuecao d o Pretefto Antonio Prad o, qu e dur ou dez ano s,
a parti r de 1898, Sao Paulo passa rta por senslvets melno ramentos .
Sao reali zadas vastas e cu stosas obras de saneam ento ge ral; e teita a
canali zac ao de rlcs e ribet roes : sao melhoradas as condicoea d e
torneclm entc de agu a potavel : sao abertas novas ruas e avenldas. ao
mesmo tempo qu e sao tettos ajardinamentos de ora cas e pavlmenta-
c ao d a parte central da ci dade . inclusive d as ruas do batrro c a
Libe rd ade.
o es oraao d e Vila Mariana to! tota lmente ocu p ado. enq uanto que 0
casartc .d a regiao antecedente se adensa com 0 preenchime nto d os
vane s ate entao existentes. 0 bairro da uberoace . na estrei teza de
suas ruas chei as de altas calcadas e de ruas escore cas per muros de
animo. como a Rua da Assemolela , estava pratfcamente estrut urado
Entretan to, ain d a em 1925, Sao Paulo era uma ctda oe traclon ada,
co nstit uld a po r ne ches ed if ic ad os, separadcs par vit i zeas f> vales
p rofundo s como tambem pe lo tracado da s terrovras
Paratelamente ao des envolvi mento urbane. ocorteu 0 cresctmento
d a po p ulaca c e da construc ac civi l.
Segundo recenseamento de 1920 , a pop urecao do Municipio de SAo
Paulo era d e 579033 habitantes, mas ao tinder do pn meiro q uartel do
secufo. poss uia 800 .000 pes soas. aumen to esse devido ao c arater
prog ressista e pragmatista do paul ista, a par de seus ousados ern-
preend imento s e auxi lia do pe lo imig rante Que conve rgi a maclca-
mente para a cldade em exoensao.
87
Sao Paulo ja era entac uma ci dade cosmo polita. com p redormnancla
do imigrante europeu e principalmente 0 tta uano. Segund.o Roberto
Capri (0 Estad o de Sao Paulo e Seus Merucl pios- psg . 16 e 17), jt! em
1912. as ttattanos possuiam 23520 prop riedad es urbanas em Sao
Pau lo.
A partir de 1930. apesar da crise cateeira e dos acontecimenlos
po lit ico s naciona is e intemac lonais (as re....croezes d e 1924, 1930 e
1932, e Grande Guerra de 1934/1945), perturbadores da ord em, sao
Paul o entra ria num proce sso de assombroso de senvolvimento. Sua
populacao c resee assustadorame nte; sua area e fisionomia urbana
a mptiarn-se e modific am -se a cad a ere. dad as as c omplexas exiqen-
eras de ca rater vrbantsuc o, ao mesma tempo que sua Hderanca
econcmrca e c ultural se acentua ca da vez mats.
Entre 192 5 e 1950. a c id ad e ating iria maiore s d lstancias na rnre ca o
sui . c ul minando com a orcorta ab sorcaoda autonom ia ad ministrative
de Santo Amaro.
As li nhas de bond es e 6n ib us, as estrad as d e roda ge m, a c onstrucao
d as represas da Li ght levam a tntluen cia da ctdad e de Sao Paulo ate
um ralo de 15 quitometros.
Entre 1934 e 1938. sob a atuacao d o Preteit o Fab io Prad o, imcla-se a
renova cac da ctdade de Sao Paulo, a q ual se co ntinuarta ate 1945
pete operosio ade de Prestes Maia. com a ab ertura d as vias penme-
tra ts e de trrac nacao aliad a ao tracadc d e qranoes avenidas pelos
va les.
Alargam -se pracas e rues. Erquem-se arra nha-ceu s. co mecando [a
no segu ndo quarte t d o sec ure a despontar a nova crcaca de Sao
Paulo para , a part ir de 1960, ressurg ir intei ramente Irans figurada ,
co mo pratt camente a te mos atua tmente. Esp antosa pete sua enorme
extensac penmetral. como con junto retativ amente barmonico: urn
bloco imenso de ba irros ainda ccn uccs por uma estr utura urban a
irregular e d esordenad a, salvo alguns trecn os e ba irro s, o no e a cad a
e ta se ade nsa uma tanta stica poputacao. Urn mi lhao de hab itantes
a
em 1930. ja em 1954, ascende ordem de Ires milh6e s (P. Pet rone.
obra c itada - pag . 167) para, no momenta presente. atingir a indice
d e ce rca de oito mi lh6es.
Arranha-ceus par todos o s qua drante s: largas avenid as ci rcundando
a ci dad e e jf!. insuficienles ao tran sito de scomunal d a ci dad e e uma
verdadeira sel va de chamtnes potufdcras se o tstence noo para lod os
os lad es.
a ba irro d a Liberdade esteve co nt ido nesse tantastlco processo de
c resctmento. bairro esse que , segun do Roberto Capri, ainda no tnfc lo
deste sec uto. pc ssuta apenas 4160 orencs e 5185 no ano de 1918.
88
A E. Taunay leqou-nos uma imagem da cenoqratia urbana local: " a
parte nova da cidade estendida para 0 sui era requta rmente co ns-
trufda . possutndo quarteir6e s bern oe senhados, rUBS largas. de mo-
demo aspe cto " (55).
o casa rto ap resenteva,por vezes. cont rastes cnocantes. co m pre-
dornlnancla de habftacoes de aspecto modesto. d e um 56 pavime nto.
com pcroes altos d iretamente nas ruas, segundo estno mats ou
menos padron izado.
Ostentava, entretanto. algumas cons trucoes senhorials. muitas da s
Quais aind a hoje sao encontradas espalhadas palo ba irro, total mente
transfiguradas pelc co smopoliti smo atual e peta 8CaO do te mpo,
como 0 ind icam as Hustracoes anexas.
Alualmente , 0 ba irro da Liberdade nao possui jardins au areas ver-
des . 0 ve fho Larg o 7 de Setemb ro se transformou ; a Praca Almeid a
Junior toi abs orv ida pe la rad ial Leste-Oest e e a Largo da P61vora to!
retalhado, p resentemente retormado em area restrita. Apenas a
Prac a da Liberoaoe apresenta um pequeno j ardi m que abr iga uma
e
das mais mov tmentaoas estacoes metroviartas. que a "Estacao
Liberdade ". Campi eta mente mudada. centro da comuni da de orien-
tal hoje sedlada no batrr o, aos domingos e cena rto da Fei ra de
Artesanato Oriental.
Numa de suas latera is, a Igreja das Alm as e dos Entorcadcs ja nao
ap resentam mats aque les patios nus de outrora .
a
Emold ura a Praca um casario redecorado moda orienta l. 0 anti go e
a tradicao na ctonat se d il uem na medi da em que mars orie ntals se
instalarn no b atrro, numa tota l confusa o de cores, estilos e ling ua-
gem , que constit ui a atual cenografia urbana do bairro da Li berdade,
que ainda como ontem . apresenta as mesmos quarteir6es compri dos
de outror a, as mesmo s becos scmbrtos. as mesmas vilas de casas
sem nenhum relvado e de parco arvoredo . hoje habitadas par uma
comunid ade de talar e gos tos estranhos. de habttc s tao d tterencia-
dos dos q ue ali imperavam anti gamente : a banda de musica dos
"Bursaglieri", as italianos peixelros , cantando pe las ruas a amor peto
"Pale stra ltatia"...
Os anti gas casar6es de porao alto do tntc tc de ste sec uto. situad os
nas ruas Gatvao Bueno, Conde de s arzeoes. Avenida da Liberdad e,
Rua Pirapitingui estao ocupados pe los core anos, chin eses, v tetna mi-
tas e japaneses que se instal aram no bairro da Liberdade he vin te
anos aprox imadamente.
89
NOTAS

54. PETRONE. Pasqua le - A C idade de Sao Pa ulo no Secure XX-


Hevista de Hist6ria n.ss 21/22 - 1955, pll.g. 136
55. TAUNA Y. A. E. - Vel ho Sao Pau lo - Vol . I - pag , 3 1
90

••

vrsac da Rua Galvao Bueno, 0 Centro do Bairro Oriental .


91

o BAIRRO ORIENTAL

A Avenida da Libe rda de, arteri a de irradia cao para todos as pontes
do batrro, esteve inlerd ilada durante dais enos. neceseenos a im-
plantacao do melropolitano de Sao Paulo, linha norte-su i, entre a
PraQ8 da Liberdade e a Rua Sao Joaq ui m. Tambem outros trechos do
bai rro estlveram em tdentic a sttuacao. como 0 Largo 7 de Seternbro.
Rua Consethetro Furtado , Rua Cond e de Sa rzed as e Rua Tama noare.
Em agosto de 1973. 0 bairro comptetamente rernooeta do. to! reentre-
Que 8 0 dominic publico. etnca na oesta o do Pretetto Figueiredo
a
Ferraz, q ue na ccas.ao prometeu Cotcnta Japanesa do baino da
Libe rdade , que a Secretana de Turtsrno Mun ic ipal serta ativa da no
sent ido de mcenttvar as loji stas da regiao para se imp lantar na reqiao
plano paisaq tsttco, transtormando-a no bairro or iental, etetiv amente.
o plan o de or tentalizac ao do bairro da Llberdade . de autorta de
Randolto Marque s Lobato, fora anunci ado em 1969.
Lobato era jo rnali sta e presid ents de uma co mis sao de cnrreses.
corea nos, japoneses e vtetnamitas raotcaoos ou estabelectdos no
b airro da Liberdade (0 Estaoo de Sao Paulo - pag. 8 - Edicao de
20/01/73).
Pretend ia esse pl ano transtormar 0 bai rro numa especie de "China
Town", como a extstente em Nova lorque e Sao Francisc o, a tim de
consoli dar a tendencta natu ral do bairro de se transforrnar nurn nc -
cle o tipicamente oriental e que tena 0 condao de se transformar em
operosa atracao tutlstica para nacionais e estranqetros.
92
Por esse p lano e. med iante a cobe rtura da Secretana de Turismo.
uma vez retrrados as tapume s e matenats de construc ao d a linha
metrovrana. as Iumman as a vapo r de mercuno existen tes seriam
subst ilu idas po r lanterna s de est il o or iental , que as [aponeses cuau-
ticam de "tiotm''. e etaboradaa por arnst as dessa comunidade.
Sao tanternas u reroes. com 50 centimet ros de alt ura e 20 centi metres
de cram enc. que toram colocadas a partir d a Rua Ga fvao Bueno,
consid erad a a espi nha dorsa l d o b atrrc ori ental.
Ptanej ou -se. a seguir , a carac terizac ao do trao tciona r ba irro da li -
be rdad e em bairro tipicamente or ienta l. coq ttando-se da substttut-
ceo das calcadas de cimento. por passeios de azulejos decorad os
com motivos chines es e lapone ses. As facha oas d os predto s oe v tam
ser reformadas e p inta das a maneir a dos ediftcics onentais. ao
mesmo tempo q ue os luminosos des estabetectment os comerc iais .
sena m nomea dos na sua Hngu a de ori gem, com a respec tiva trad u-
cao ao lado .
As tres entrada s p rmc tpa ts do ba irro seri am guarnecida s de porta ls
- as "tori" - e peq ueno s j ardins com g uaritas para as guardas de
transite. semelh antes as exrstente s em Toq uio.
Os [ardins fcram progra mado s pa ra os ter renos e gramados da s
teterais da Rad ial Leste . entre as Viadu tos da liberdade e Galvao
Bueno.
Aepcce . 0 ba irro nao possu ia nenhu ma area verde, mas a p lano d e A.
M. Lobat o pre via dois outros j ardi ns a serem elaborad os em area s
de tinidas. Possivetmente. na cc asuc serao construid os em areas de
rccauzacao d e predios pub licos. seg undo 0 mesmo p lane jam ento.
Esses ja rd ins terec um pequeno larg o c om pon te de made ira enver -
nizad a - 0 "nasnf" - . cam inhos de ped ra. p inhe iros e cereietra s que
nc rescerac em abr il ... e cuja ccnservacao sera entregue a propria
comunid ad e oriental d o b airro.
Reali zad o 0 concurso de desenhos para os pas seios pubticos. dola
projetos Ioram sel ecionado s: urn, tiplcamente chines, com figu ras de
tantasticos drag6es. enqua nto q ue 0 outro, de tlo res estilizadas ell
mane ira j apo nesa.
A Prete ttura de Sao Paulo e a Comun idade do batr ro arcarao co m as
desp esas, mas cabera a ca da rojrste. d ono de restaurante ou arma-
zem. ornam enta r a fach ada d e seu pred to. con forme a velha trad i<;ao
ori ental e. certamente. com a predomlna ncla do vermelho. a co r
pretence por chinese s e [apo neses.
o plano d e Lobatc tambem pre viu que os guardas a serem ccrccaccs
em se rvice no b airro da uee-eece. c everac ser b ilingues ou pol igl o -
tas.
93
Expo sic oe s de artesa nato oriental , espetaculos mu sica ls e co reoqra-
ticos. serao apresentad os reqularmente. sendo que as testes trad i-
cio nais do Japao e da China. co mo as da " Boa Cornetta'' e as das
"Cnanc as" sao Intensamente feslejadas no novo batrro da Liber-
d ade .
No Natal de 1973. a Secretarta de Tunsmo fecho u a RUB Galvao
a
Bueno norte e prog ramou ali a apresentacao de quinhentas mulne-
res vesl ida s de q utmono. danca ndo 0 bon odo ri. dan ce trao tctcna t
iapone sa. espetacufo esse que tel assistido per grande p ubl ico
co nstituido de na cion ats e estrangei ros.
o " Bairro Oriental " congreg a g rande v aried ade de mteresses: tacul-
daoes. coleqtos e esc otas oticiais e particutares. casas de culture.
academ ias d e espo rte. correto . boale s, ban c os. ig rejas d e vanes
c utto s. lemplos d iversos , restaurantes. casas de toq os . ba res, cum-
c as rnecncas de ac up untura e moxa, centres es pi ritas e umba nd tstas .
ttvranas . loias o tversas. pen soes. "repu bticas ". co rti cos ... um jornal
que tem assrnantes ate mesm o fora do Brasil, eott oras d ivers as...
o bairro ortental. com ercial mente. e attamente d fverstttcado : possu i
53 roj es de artigos variados : 38 to tes de contec ca o: 48 c asas not ur-
nas : 3 cinemas e 63 restaura ntes.
As loj as de orie ntals vend em de tud e. p rinc ipa lmente as da Rua
Gafvao Bueno : roupas. bo neca s ttpicas . obietos de oe coracao. rel6-
gios, eq utpamento s totoqraticos. bebidas. rnc reote ntes e condi men-
tos caracteristicos da coztnba ori ental.

RESTAURANTES ORIENTAlS

Segundo ve lha c ren ca [aponesa. aquefe qu e ttver opart unid ade d e


saborear um prate novo, lera sua vid a prolongada per mais seten ta e
cinco etas!
e
Essa c renca co nhec ida como a " shic hij u-g o-nitch i", em razao da
qu al, tatvez 0 jecones se ded iq ue com lanta aplicacao a cufinarta e
cons equente mente ao ccmercro de resta urantes .
Os restau rantes ortentars sed iados no b airro da Liberdade tunctonam
em tu rnos: d as 11 as 14 ho rae e das 17 as 23 horae. sen do que aos
domlngos tlcam abertos sem intertupc ao. das 1t as 23 heres.
o primeiro restaura nts [apone s surgido no bairro tol inaug urado em
1945 junt o a um cinema instalado na Rua Galvao Bueno, nas prox i-
mi d ades do antigo predio d a tmprensa Ottcia! d o Estado, exata menle
onde hoje se c ruza a Diametral Leste -Oest e. continuacao do " Minho -
cao ''. A abertu ra d a avenf da obrigou a mud anca do cinema . em erma
94
do qual havia urn bar mal ilum inado, de belcec de marmora , tendo 80
fundo ume escad inha de ci mento. que das cia at~ 0 restaurante lnsta-
lado no porao do bar. Chama va-se "Ass aht" e, ali se cornia a mais
gostoso "udan" do bairro e que era a especialidade de ceee (City
News - 19.09.76).
Presentemente, esse resta urante situs -se na RUB GalvAo Bueno, n.o
203, stendendo a umactientela de brasileiros na sua malaria e alnda
pertencente aos seus fundadores Yeko Higaki e Haj ime Higa ki (Es-
tadc de SAo Paulo - Edi~'o de 20.01 .73).
Houve tempo em que tol 0 mala importante do bairro de Liberdade. a
que ja nAo sucede atualmente.
Por volta do ano de 1939. aquete casal abriu uma peneac proxima a
Praea JoAo Mend es, para servir as c omerciantes japoneses instals-
a
des apace 08 RUB Tabat inguera.
Com a segunda Grande Guerra, houve pro ibi cao oliclal dos [apone-
ses viverem em comunidades lechadas, dentro de um raio de trll s
quncmetros da Praca da Sa, fato que promoveu 0 fechamento da
pensao. ata 0 termino da guerra. Assim , 0 casal Higaki abriu 0
primeiro restaurante da Llberdade, para sob reviver, Ii Rua Galvao
Bueno, n.c 115, durante muitos encs c mais lamoso. Entrou em dectl-
nic par vol ta de 1965, quando 0 ediflcio em que se instalava, toi
desapropriado.
o " Assahi" mudou-se para as proxrmrcaces da Rua Galvao Bueno,
mudando tambem 0 seu cardaplc trad icional . Atualmente, sua espe-
cialidade a "cemarac Ii baiana "l
Os restaurantes japoneses existentes no bairro da Liberdade, geral-
mente, sao de dois tipos :
- 0 nora ou s ho k u d~, com mesas e handel, apenas e
- 0 notel, com co mpartimentos reservados.
Lembramos. dentre muitos existentes. 0 Kokeshi. 0 Enomoto e 0
Hinode de prcceoencra japanesa. Entre os chineses. destacamos 0
Banrl. 0 Shangai, 0 Horai e 0 HwaYuen, multo frequentados pelos
cultores da macroblotica. tecnlca cuuoane muito difundida hoje em
d ie, tambem ent re os oc ldentais. que tern levado grande clientela as
mercearias do balrro. especializadas em co mestrveis da d teta.
Dentre as mats conhec idas, citamos a Lee Yamaj uti e a Harada,
espe ci ali stas em arroz preto. macarrac Iaoones (Ieito com arroz) e
al gas marinh as.
e
Em quase todos eles. cc me-ee 0 sashimi, q ue um pe ixe cru em
postas peque naa (atum, rebate ou pescada branca), com molho de
95
shoyu e servi do sob re 0 pr6prio b alca c. Servem ta mbe m 0 sushi OU
arroz temperado co m vi nag re, daikon (nabo) ou soba (maca rrac telt o
de cerrteio) .
Tcdavia. 0 mala exotlco pra te da cutinaria j ap anese e 0 rankon, ou
seja. a raiz de vltortas -reqlas.
o bai rrc da Liberdade possui. ainda, mui tas docanas que, pratlca-
mente, sao frequentada s apenas palos freg ueses da co munidade
oriental , pais s6 eree aprec iam 0 Yoksn (urns esp eci e d e marma lad e
feita com eM verde), 0 mott (arro z socadc) . 0 ank6 (pasta de feijao) e
o mandyu feito de farinha de trigo e recheado de ank6.
Esses guloseimas trorca s mai s a okoshi ou p ipoca de arroz co m me l,
sao fartarnente consum id as na "Niter6i" e " Caxingui", dentre outras
oocerres.
CERIMCNIA DO CHA - A tradiclona t "cha noyu" eo p raticada no
bairro da Liberdade no "Bunka Fukyukai", na esquina da Rua Galvao
Bueno com a Rua Sao Joaq uim _3.0 anda r. Um longo corredor co nduz
a uma porta encimada pe la lde nttticecao "Urassenke", q ue se abre
para uma vered a de pedras "o ro]!' - no meio d e um jardim. Chega-se,
par ali , a uma sal a com piso d e esteiras d e patha e paredes forr ada s
de pape l c laro, tendo a. esqu erda uma erevacac co mo se fora urn
palco, qu e os orientals qu alificam de " tokonoma", discreta mente
ad ornad o com urn "kakemono'', ou seja , um rolo abe rto co m urn
de senho smq elo , pendurado a urn can to. Essa e a sal a d o c ha - shitsu
onde se reali za a "chancyu" au certrren ta do one. praticada h8 mais
de quinhentos anos no Ja pao e transferida pa ra Sao Paul o co m a
colOnia iap oneea. que a p ratica soten emente. co m regular idad e.

CURIOSIDADES DO "BAIRRO ORIENTAL " NO BAIRRO DA L1BER-


DADE

Pen s6es e Resla urantes:

Dirigidas ou de propried ad e de orienta is, existem na Liberdad e


dezenas d e ca sas de di ca d as ao corne rcio ali mentar.
Sao pens6es, restaurantes, c asas de cha. oast erenas. boates e c oca -
na s espe ciatlzadas na c ullnarta oriental . Para qu em nao esta afei to a.
escrlta japonesa e cntoesa. e d ific il tambem diferenciar a nacionali-
dade daquetas casas, pais ali no bairro etas se mtsturam oesordena-
damente .
Na materia da s vezes, a letreiro designand o a firma esta esc rita em
j eoo nes. c hines e ale mes mo coreano.
96
e
A princ ipal rUB come-e ta! no gene ra a Galvac Bueno, onc e encon-
tramos cotsas estranhas para um ccidental. co mo 0 etta de al gas , 0
vtnho de ralzes. ostras em conserve ou estatuetas de porcerana
cttinesa. Ali se sltua 0 co rac ao do mund o [apo nes.
A RUB Tomas Gonzaga atraiu as restau rantes mats stcntuceuvos.
c nd e ob rig atoriamente se taz 0 usa do "hashi", q ue sao as palitos d e
co mer e das toalhinhas fumegantes enrotadas em bandejas, para
hig iene do rosto e maos.
Normat mente. ali se come 0 suchi aco mp anhado d e sachi mi , bottnhc
d e arroz e peixe c ru com legu mes em conserve . A comi da propria-
e
mente servi da em c umb ucas g raciosas, em be la etetto c ufin arto.
pa is 0 j apones " c ome" com a s lrlls sentidos : visao. pa ladar e ottato .
razeo pel a qual a arranjo da co mida d eve segui r um esq uema deco-
rativo e cterecer vanes ti pos d e perf ume e gosto.
A Liberdade possu ! urna artiste d a coz inha ja pones a. E Harum. q ue
e
fi cou famos a pelo preparo d o "o kari ba rja ki ". Tod avia, a suki aki a
prato mai s apreciado e co nhecido pelos ocid entais, c uja atrac ao a e
co mblnacao de co res do s legu mes e da carne, ate m de ser p repa -
rado na mesa , rega do co m molho de soja, co m aco mpanha mento d e
ovos c rus.
e
Nos restau rante s ttpicos e d e maior nfvel. 0 c ardapic tipicamente
Ieoones. onde a c uunarta. co mo tantos outros as pectos nipOnicos,
exp rime a bu sca da harmon ia com a natu reza. 0 q ue a obriga as
co mbln ecces sensonais tndi cad as em consona nc la co m as esta-
co es do ano, co m os recipientes. co m a hera e ambientes em q ue
sera servid a a retetcao.
A de coracao dos p ratos j apo neses merece , pols. etenceo espe c ial e.
a
de certo mod o. cc rres pon d e tnttuencia ch inesa exercida nos sec u-
los XVII e XVIII, co m a lnt roducao do cha e da soja. No sec ure XVI, os
portugueses introduziram as tnt ures a oreo e a seguir se impermeabi-
lizaram a out ras Intlu encias. ate 0 secure XX, qua ndo se vo lta ram
para 0 ocidente e muito pa rticula rmente, para 0 Brasil , acotanoo .
inclusive, pa rte da noss a alimentacao. co mo as aves e as cames de
boi e de porco. lnversamente. e co mum bra sueiros sabo rea rem 0
mtese. 0 tofu , 0 shoyu , tem perados co m wassab i, ge rge lim, mir im e
sake .
e
A trequencia generalizad a. Nip6ni co s, b rasuetro s. estrenaeuo s ou
turistas e pel o si mp les c ueloso. avi dc de expertmentar ou conhece r a
novldade. bu sca ndo aprender ate mesmo a d iffc il tec nice de utili za-
c;:ao d os celeb res pauzi nhos utilizados pal os aslatlcos - os ha shi -
a
Nao he pao mod a brasileira, servindo-se entao o pao [apone s q ue e
bern d iferente.
97

a
Praca da Liberd ade aos domingos tarde, ono e oco rre 0 encontro d a
colOn ia orienta l.
98

Lanterns de Pedra. orig inllria do "Parq ue Ueno" de Icquio. cedi da


especialmente parae jard imoriental do largo da Polvcra
Estatua do Dr. Shuhet Uetsuka, erguida aos 18/06/78, no Jardim
Oriental do Largo da P6tvora. Foi 0 conduto r da 1.8 leva de imig rantes
no Ano 1908. Ao lado 0 Ed itlcio Jahu. .
100
Os empregados nem semp re sao one ntais: pret os. rmntos mutates.
mas co m predo mfnancla do sexo femi nine que, num amblente deco-
rado tipicamente. as prates serv.ocs. dec-ro e a seneecac de ester-
mos no outro lade do mundo !
Em vi rtude d a natu ral topografia do local, nao mudo plana e desc a-
minhando as rus s tra nsversals para as vales longitudi nais de sent ido
ger al norte -sui, muitos editlctos da Liberdade possuem emotes po -
roes ab ai xo do nlv el da rua. aproveitados pa ra a Instatecao de
e
grandes pensoes. como a caso do restaurante 0.° 1012, d a Aven i-
da Liberdade. 0 proprietario reside al i com a familia, em cOmodos
situa dos aba ixo amda d o setae d e retetcees. jSabatxc do nlvet geral.
Os services de copa. cozinha, qerencia sao efetuados pela prop ria
familia, aco mpanha da de empregados [aponeses. pretos e cnoutas.
que servem pratos ti picame nte bra sileiros. Apenas urn grande aqua -
a
rio conta sua enorme fregue sia a orig em do restaurante.
Na Rua Gefvac Bueno situa-se a "Pensao Osaka ", q ue serve retei-
coos e it tam bem casa de c6modos. asststida por toda uma familia
nip6nica .
A sua entrada. uma rnstetacao estranha. semethante a um foqareiro.
mantem sempre q uente os c ald eiroes de arroz "8 bra sile ira" ou
"[ apono". lsto e. a
com sal e sem sal, que service nas mesas peres
atendentes; sopa em tigelinhas - uawan - . q ueii c de soja - tofu...
A censace muitc frequ entada pelosestudantes do batrto e comerci a-
nos. q ue ja se hab ituaram, talvez. as pintu ras feitas nas parede s do
salao ger a!. Fig uras humanas, instrumentos de trab alno. paisagen s e
tormas. lembrando a ope rosl da de do hornem.
o do no da pensao explica a rnotivacao plctonca c omo a rep resenta -
cao das sete orcnesces humanas no seu desc c bramento ftslco e
Intele ct ual. mas at i, lideradas por um per sonagem gor do , rodeado de
slmbo los eniqmaticos. que 0 dono da pensao nometa ''0 cabeca
born...", a rucscua . tatvez!
Se a Rua Tomas Gonzaga it 0 nccteo dos restaurantes. a Barao de'
a
Iguape 0 centro dos bares tlptcos. Todos sao adomados de flAmu-
las de cores escuras, com carac teres j aponeses, ostentan do 0 bra-
zao e 0 nome da familia propnetaria. A nora de movimento a das
19.30 as 22 horas.
Esses pequenos bare s se enftteiram nas calc adas e tern as suas
entradas po rtas co rredicas e luzes tremeluzente s. que realmente
emprestam ao loca l urn ar de aventu ra silenle, em contraste com 0
ruldo inter ior, pols al i 0 [apones se mostra alegre. sorridente e lalante
e. prin cipal mente, bern humorado.
101
RESTAURAN TES JAPO NESES

" YAMAGA" -RuB Tomas Gonzaga, 0.° 66, 0 restaurante mais ttpi co
a
da Li berdade. no que d iz respe ito oeccracac e cardaplo. onde em
cuj o interior a arq uitetura cria urn ambtente exotico. mas suave . As
mesas se sepa ram par paredes de papel , de Irag il e acon chegante
aparencta, pais al i nao ha salao coletivo de refetcces. 0 seu chao e
forrado perc tatami. com rnestnhas ao res do chao e almofad as
jogadas displicentemente pete ambiente. t: servido par mocas uni-
formtzadas. par um cardaplo excluslvamente Iapones. ao som de
mustca de fila.

a
" ENOMOTO" - Rue Galvao Bueno, 0 .° 54. Tern sua entrada um
jar dim [apones. adornado de rochas. arbustos . espelho d agua e
bonsais, que sao min iaturas de arvores. Para quem qulser, 0 restau -
rante possui duas saras com tatamis, onde se come sentado.

"HINODt:" - Rua Tomas Gonzaga, n.c 62. E uma casa chela oe-
cc rredores e pequenas salas formando reservados. Na parte terrea.
um sarao para 0 such! no balcao. sempre barul hento pete bom humor
dos frequentadores.

"lTIDAI" - Rua Tomas Gonzaga , n.v 70. Restaurante simples, serve


pratos tambem simpl es, como a tempura com arroz . 0 yossenabe . a
teisnoku.

Ha ain da murto ma is: 0 "Yanapul'', a Avemda Liberdade , n.c 593; a


a
"Miyake", Rua Batao de Igua pe, n.v 89 ; a " Kiri" , a Rua Barao de
Iguape n.c160, denlre outros.

ALGUMAS CASAS C OMERCIAIS JAPONESAS

Nas ind icadas, e possi vel a aquisiceo desde balata de lotus ate a
qui mono :
- CAXINGUI - Rua Galvao Bueno, n.c 199 (Mercearia)
- CASA SERGIO - Rua Galvao Bueno , n.c 87 (Mercearia)
- CASA MIZUMOTO - Rua Galvao Bueno. n.c 45, uma das mais
importantes loj as do batrro. vende ndo produtos nacronars e japo-
neses impo rtados .
- OKA MOTO - Rua Galvao Bueno. n.c 48. Uma loja de presentes.
102
- BAZAR OSCAR - Rua Galvac Bueno, e.e 138. Espec ializad o em
produtos importa dos .
- CASA SOL - Praca Liberdade. n.c 153. Espec ializada em brio-
quedos ja poneses.
- SIN III - Rue Consethei ro Furtado , n.c 212. Pequen a rota que
vende vest ides c hineses.

- GALERIA NITEROI- Rua Galvao Bueno. n.c 217 . Lol a d e expos i-


ca o e vend a d e qu adros de p into res ja poneses e niss els . dentre as
qua is trabalhos de born nlv el de Mitake, Wakaj ima, Nobuo. Miura,
Tamaki. Handa , etc.
- MOVEIS DAIBUTSUDO - R UB Galvao Bueno, n.e 33 1. A rnatnz
desta roja fica em T6quio, 56 traba lhando com artigos religiosos.
Orat orios e seu s aoerecoe ali vendi dos sao verdad elra a ob ras primes
de carpi ntaria e artesanalo, com peca s folheadas a ouro. Os artigos
sao geralmente c artssrmcs.

BARBEARIAS

As barb eari as da Liberdade guardam um trace caracte rlsti co . q ue as


tornam d iferentes das suas demais cong Aneres. t a presence nas
mesmas, das g raciosas "barbetras". di ficil mente encontradas em
outros locals d apauncera. embo ra sejam vi stas em Bauru, Reg istro e
em outras c id ad es do interio r, pri nc ipa lmente naquelas em qu e ha
predomlnio da colon izac ac japonesa.
Todavia . mesmo al. as barbeiras esta o em vias d e d esaparec imento.
56 no " b airro ori ental" da Uberdade ainda sao encontradas . 56 a
U berd ad e as possuf. g uardando velho costume [apones. No Ja pao,
sao con siderad as figura s trad icionais, embo ra na li ngua do pars nac
exista uma palavra para desiqna-tas ex p ressamente.
Por essa razao. os japoneses disti ng uem os prof issiona is da navalha.
q ualifl cando -os de "barbeiro-bomem" e "barbeiro-mulher". 'Diossei
e
no nn atso", a mulhe r barbeira ! Nac d o gu eixas . pols estas sao as
prouesronats de boates ali na Uberdade.
As barbeiras cortam os c eberce e fazem a b arb a dos cnen res. como
q ualquer p rof iss ional, distlnguindo-ee pcrem. de ste, ao proced er a
uma rigorosa h ig iene dos ouvidos do fre gu As, muni das de um pau -
zinho ci li ndrico com um pa lmo d e co mp rimento, co m as pontas
recobertas de alqodao. Oompletando sua tareta. a barbelra taz
rigo rosa massage m nos musculos e nuc a d e seu c l iente.
103
AREAS VERDES

a ba irro da Liberdade e multo pobre em areas verdes. NAo possui


jardi ns pubticos nem ertortzacao.
No passado , 0 antig o l arg o d a U berdade e Largo d a P61vo ra possul-
ram b elos j ardins, emb cra peq uenos.
A partir de 18 de junho de 1978, entretanto , 0 bairro passou a conta r
com a invulg ar anecec de um j ard im orienta l.
No Larg o da P61vora loi tnstatadc um [ard im publ ico, com cami nhos
d e pa dres. fcntes d e con cre to e a eatatua de Shuhe i Uetsuka . condu -
tor do prime iro continge nts de imigran tes ja poneses para 0 Brasil.
Foi urns providencia da Prefeitura de Sao Paulo, para marcar par a a
etem idade 0 septuaqeslmc anlveraano da im ig racao j apanese, 0
q ue, c ertamente, contrlbuira mu ito forte mente para car acte rtzar
ainda mais 0 balrro trad ic ional da Liberdade como bairro oriental.

A POPULA CAD DO BAIRRO DA lIBE RDADE

Ao findar 0 secure passad o e principa lmente no primeiro quartet


deste sec ulo. 0 ba irro da Liberdade era habitado per uma popurecao
con stitulda essenc ialmente de nac ionais e Imiqrantes portugueses e
rtanancs. Estes, na medida em que prosperaram no ce nario social ou
econ6m ico da capital paulistan a. partiram para outros ba irros da
cida de. Deixaram, porem, as marcas de sua passagem pete bairro.
Seus cesaree s. sobrados e palacetes do intcic do sec ulo. paulatina-
mente 'l ao se transtormando em pensoes. republicas e casas de
ccmercic e ate mesmo bospitais e temples. enq uanto outros se adap-
taram ao funcionamento d e escctas. reparttcoes publlcas e corti cos.
Segundo 0 IBGE. a pcpurecao da Li berdade entre 1960 - 1970 sofreu
uma vertacac de 7,01% para 55.873 habitantes em 1960 e 59.790 em
1970. Conseq uentemente. a densid ade demoa rance do beirrc au-
mentou bastante. I: um belrro cute renda med ia famil iar mensal e da
ordem de Cr$ 2.167,72. com uma estimativa de Cr$ 378,52 de renda
per capita, segund o dados fomec ido s pelo Instituto Gallup de opi -
niAo pcbuca. levantados em marco de 1973. sendo certc que de Is
para cs occrreu pequena nctuecsc .
Esses dados sAo coinc identes com os de outros ba irros da ca pital,
como ButantA, Santa IfigAnia e Mo6ca, sendo que neste ultimo h8
pequena diferenca percentual para menos.
104

Ttpo Popular do Bairrc Oriental:vendedorde redespara peSC8 .


105
e
Atualmente, 0 beirro de Liberdade densamente habitad o por core-
enos. vlet namltas. chlneses e japoneses, que exercem tal i nfl u~nc ia
ne rag iao, que em 1974 , urns area dentro do Bairro de Liber dade foi
cog nominada de "Bairro Oriental", pela extlnta Secretaria de Tu-
rismo da Pretettura de Sao Paulo.
E um pequeno mundo! A pcpuracac antes diminuts e espraiada
cresceu e S8 condensou, apinhando-se agora nas mesmas ruas do
secure passado, umas longas e tortuosas e outraa pequeninas e
estreitas. e que jB nao mais co mportam 0 afluxo de novos morado res
e desenvol vimento at ing ido, embora tenha crescido abaixo de med ia
do c rescimento de Sao Paulo. na decade de 1960/70, segu ndo 0
IBGE.
Quante ~ constrturcac etn tca. propriamente dita. a populacao nacio-
nal e menor que a pcputecac asiatica.
o bai rro da Li berdade possui ainda a pec uliaridade de possuir a
maier poputecac flutuante da cidade de Sao Pau lo, princ ipalmente
no horatio notumo. em conseooencte do vultoso conti ngente de
alunos e professores que freq uentam suas inumeras escol as e tacul -
dades. Sob esse aspecto, dest acam-se as Faculdades Metropolita-
a
nas Unidas Rua TaguA n.o 150, com rnais de 25.000 alun os. bem
a
como a Escol a de Oomercio Alvares Penteado Avenida liberdade,
dentre outras de manor rename.
AI~ m di sso, a "Assoclacao dos Lojistas da libe rdade " pal o seu
presidente Tsuyoshi Mizumoto, formalizou uma serie de festividades
para atrair para a bairro um vultoso numerc de vls ftantes. seta para
asalsti r as fe stividades religiosas au cultureis da colonie, sej a para
adq uirir as mals variadoa artigos importados do Oriente e vlsltar a
Feira do Atesanato Orienta l, todos as dom ingos.
Nesse catendertc destaca- se a festa comemorativa do nascimento
do fil6sofo Gautama Buda , festejado com ruidosas solenidades cen-
trallzadas na Rua Ga lvao Bueno , no segundo sab ado do mlls de
dezembro, com prom o.;Ao de concursos de fantasias e cences fol -
cl6ricas japonesas.
Neste ana de 1978, no dia 18 de junho, a bai rro da liberdade loi
cenArio de uma festade repercussAo lnter nacicnal. que contou com a
presen c e do principe herdeiro do Japao, Aki hito e sua familia e com
participaOAo do p residente Emesto Geisel.
A 18 de junho de 1908, iniciou-se a saga de 718 imigrantes j apone-
ses que vleram para 0 Brasi l fazer fortun,., e aqui se t ransformaram
em 750.000 brasilei ros.
Aqu l chegaram a bordo do "Kasato Maru " e. do sonho imedi ato de
riqueza, restou algo ba m mai s s6li do.
106
A colon ia [apone sa, hoj e inlegrad a ainda de uns poucos irnlqrantes.
sua de scenoenct a tormad a de r nsseis. gosseis e sanseis, es la quase
que totatm ente loc ali zad a no Estad o de Sao Paulo (56) com 550 ,000
pe ssoa s, rep re sentand o 2,5% d a oo outa cao e dos quais, 250 .000 se
espa lham cera Grande Sao Paulo, e 200.000 no batr ro da Li-
b eroao e. (57)
Esse contingente humane se dtstrtbu! ocupac ional mente pelo co-
merc ia ecle tico que praticam . pet os restauranle s e bares ttpicos.
cere s esc olas de Ifnguas e ac ad emies. pelas li vrana s e t mp rensa
ori ental , etc. .
Ao mesma tempo, suas crencas vee conqulstandc mars e mats adep-
los. Ha no Brasil cer ea de 300.000 bud istas (58), entre as qua is 0
mange Rica rdo Mar io Goncalves, urn bra sile iro liv re-docente d e
Hist6ria Orienta l da USP; he. tambern . 800 .000 p rati can te s da
Seiche-No -te. 300.000 da Perteita Liberdade e mars de 10.000 da
Sette Mess iaruca . 0 que demon stra cabatment e a lnteracao cultural
em que vivem naciona is e orientais.
Ha des cendentes de japo neses na polftt ca. na econ omta. no co mer-
etc. na agr icultura e nas prof iss6es Hberats que asseguram a posi cao
da crd ao e de Sao Paulo como ponto de maier conc entracao j aponesa
do mundo oci dental.
Aq ui permane ceram e j s nao pen sam mais em vtver no Japeo. pete
sua perseveran ce e gradat iva aoactaca o ao mete loc al. auxi liada
pete apoio do go verno [aco nes e de alg umas emp resas ternoem
j apones as q ue financ iaram sua orocucao agricola. ap6s vencere m
um penos o processo acutt urattvo.
Assoc iaram-se , dan do surgimento as coo perativ es ag rlcolas de pro-
ducao e q ue, posteriormente, assum ir iam rele vante pape l na econo-
mia naclcnal. A pr ime ira gra nde assoctacao de sse ttpo to! a "Cccpera-
tfv a Agricola -de Cotia ", hoje conaiderada a maior no aene ro em Sao
Paulo.
A pnn clpio. os imigrantes do "K asato Mar u" p retenderam pe rmane-
cer fechados num ctrcuto oriental, po rem. a terceira e quarta nerecoes
estac perteltamente integradas na c omun idade naclc nat.
A soci61oga Ruth Cardoso afirma que " pensar no nisse i de Sao Paulo
e
co mo uma unidade, gra nde erro. Tratam-se de pess oas com as
mars dfversas hist6rias de vi da: alg uns vte ram do campo, depots de
passarem com a famil ia por duros peri odos de ajustamento, outros
fora m criados em grandes ci dades. filhos de peq uenos ccmerclantes
e
e cursaram escol as bras ileiras. A ccooracao japonesa hoje inte-
grante da socied ade nacionat e se a inteqracac dos elementos japo-
107
ne ses to! q ves ttonada. noje S8 co nstttui num fato consu maoo." (Ci ty
News -19.09.1976 )
Parece m. porem, guardar no seu intimo as ens inamentos de seus
antepassados d e que 0 " samurai" deve eer rnais rapido q ue 0 vente.
suencrcec como a f1oresla , ter 0 espirttc irnutev e! d a montanha e,
q uand o tutar. ser mats '1 igor050 que 0 fogo. Entretant o. as [apo neses
aq ui rad icados tern preoc uoa c ce s oulra s d o que se tomarem vaten-
a
tes samurais e. de certa forma, po ssuem urn mundo parte , ta fve z
ch ela de rnistenos pa ra as Que nao as c onnecem.
o ba irro da Liberdade aprese nta noi e em dia ttpicos iardins iapo ne-
ses. por tras de velhos po rtoes de ferro trab alhados per anl igos
erteeac e itahan os . Anl iga s ruas do ca m e. co mo a Con selheiro Fur-
tado, Conde de Sarzedas, Ga tvao Bueno e Fag undes esta c total-
mente Iransfiguradas d as suas ori gens .
Tem-se a imp ressao de se estar fora d e Sao Paulo !

POPULACAO JAPONESA

Para a marorta dos d uzentos mi l nipcntcos que hatnta m 0 bairro da


Liberdade. a instatacac da co munid ad e na reg iao co nsttt u! par si s6
um mtste rio . A ttxaca o se in ic iou em 1939, quando os primeiros
japoneses recem-irmqrados co mecaram a se in sta lar na Rua Taba-
ti nguera.
Quand o ecl od iu a Segu nda Grande Guerra, oco rreu uma proibies o
governamenlal de q ue os mesmos vivess emtec nados au reunidcs
em co munid ad es estanq ues. razao pe la qua l hocve sua dispersao.
Entretanto. a inaugu reeso do " C ine Niterci". especiatizad c na apre-
seotacac de producoes crnemetoqreucas jeconesas. passou a co n-
gregar novamente os nip6,.,icos em torno de si . .
Prlmttlvame nte sit uava-se na Rua Gatvac Bueno, de onde se transte-
riu par a a Aven ida da Libe rda d e co m a Rua Batao de Iguape .
Conl ribu iu tambem para a formac ao cc munttana oriental, as esp eta-
cul ares cerronsu ec oe s de jud O e "Karate ". q ue formou no batrrc
inu meros cruc es inleg rados par nissels. Assim , torrnou-se 0 " Clube
d a Turma" e a "Mo cidade da Ga fvao Bueno ", aos quais se mcorpo ra -
ram os tithes de imigranles d e Ok inawa, que tmclatmente tmbam se
fixa do nas prcxtm tda des do mercado central .
As le tturas d e cr6nicas jomaHsticas fazem frequentes reterenc ias as
infittraeOes de marg inais nas familias j aponesas. Eram os " guren-
ta la" que, oriqinario s d o Japao. eram considerado s pe rnic iosos ao
convivio famili ar. em razac do q ue eram severe mente co mbatidos ate
seu total d esaparec imento d a Liberdade.
108
Esse s fatas sao conhectdos ap enas pelos p rimeiros [apon eses que
S8 fixaram no bairro. co mo a fisioterapeuta Murata, mu ito co nhe ctdo
na regiao pete sua habi li da de profissional na prance d a acupu ntura e
moxa, no seu estabeleclrnento da Rua Galvao Bueno, per quem
tornos alend ide s.
E mutto trequente encontra r-se casars [aponeses e. p rinc ipa lmente
n tpcni cos mais idosos. passeanoo au desc ansando sob 0 "tori" da
Rua Galv ao Bueno, esoecre de p6rtico co mum a tooas as-alceta s
japo nesas com a finali d ade de servi r d e pou so aos oeesarc s. La no
Jaoao . as rouxmois. aqui as pardats ..
Nas laterals d esse "tori" ha urn jard im [apones co m ped ras e bonsais.
onde numa convive ncia pacifica, brasiletros, co reanos . chi neses e
turtst as. e m c erar. desfrutam de um entretenimento co mum.

POPULACAO COREANA E CHINESA

Gran de co ntin gente popula c iona l d e co reanos habita 0 bairro da


Liberda d e. Sao co rea nos pr ovenientes da Coreia d o Sui, q ue ao
che garem em Sao Pa ulo se instalaram na varzea do cucenc.
dada a
tacifidade enta o encontrada de fe itura de morad ias naquele local.
Nao sao atnda co nheci do s estud os sob re a atuacao do s co reanos na
vid a pau listana , embora j a se infi ltre m nas camadas mais c uttas e
economicamente d esenvolvid as de Sao Pa ulo. As Facu ldades Me·
tro po l itana s Un idas, por exemplo. co ntam co m 0 traba lho docente do
Senhor Moon Myong Chul, na Facu ldade d e service Socia l.
Pesq utsas levad as a efeito no seio da propria cctome . nos permitem
noticia r que os c oreanos tmctararn 0 pr ocesso migrat6rio a pa rtir de
1963, fugindo as amee ca s do Co munis mo na penin sula coreana. e jll:
agora, c rtentados peres pioneiros . procuram tixar-se perto dos paren-
tes, am igo s ou simp les co nhecidos.
Ass im, povoaram 0 encertc nas tmeo tacoes do ant igo " Pa rq ue
Shang ai ", de pro pnedade d e um casa l co reano.
Com a tran stormecao d o b air ro da Li be rd ade em centro cc merci a l d e
prod utos e Inftuencta o riental, os co reanos co mo babels co nhecedo -
re s da regra mercantit de q ue a concentracao faci lita a reeuzac ac de
neg6c ios , pas saram a se estabelecer co mercialmente nesse ba lr to.
conti nuando, porem, a resid ir no Gllcerlo.
Presentemente, na med ida em q ue vac se ennquecendo . pouco a
pouco se tr anstere m para o utros balrros, sendo not6rias suas p re-
sencaa em Vil a Mariana e no Para teo. d istanclando-se d a massa do
povileu.
109
Tembem os chi neses S8 co ncentraram no be lrro. Entre as Intec rantes
d a col6ni a chinesa ci rcula 0 "Jamal Otnnes d o Brasil ", editado a RUB
BarAo d e Iguape, 0 .° 123, Caixa Postal n.o 3 735. c uio d iretor resp on-
save! eo sennor Goro Seklva e seu editor 0 senhor Wang Ze. Em sua
red acac tuncion a. atnda. um atelier fctoqrattco espec lallzaoo em
repo rtag ens totoq raticas.
Esse [omal 10i fundado em 1960. sendc red igido em c aracteres
chineses. com algumas nott cias no idioma na c iona l. Not tc tam acon -
tecimentos ocorridos na Chi na e uns pouco s fato s reg iona is e loc als.
o jomal parece mais urns p obncacao publicitana. tal 0 nu mero de
ancnctce med icos , eovccatrc jos. turisrno. vend a de pedras precio-
sas, baneos. etc.
Oa ana lis e de Is is an uncics pode-se depreenoer a importAnci a e
influAncia c ultural que a colOnia c hinese exerce na v ida da cid ad e.
Os eruneses se ap resentam no momento em franco processo ac uttu -
rattvo. ja se loca lizand o em Campo Be to. Jardim Paul ista , Campos
EHsios e Broo klin .
No bairro da Lib erd ad e existem inumeras livrartas chi nes as, onde
paralel amente a ven da ge ral de livros. vem tambem pubticacces
especial izad as em curse s de idio mas. espe c ialmente cntnes. [ape -
nee e coreano. ind ican do as mais mod erna s tecrucas audic-vtsualas
de aprend izado e ens ino de linguas.
Geralmente os p roo oet ancs d essas livrarias nao residem mars na
Uberdade. tend o nesse ba trro apena s seu ponto co merci a!.
~ digno de reg istro entre os ctuneses 0 cc merctc de llvros usad os ou
d e segund a mao, geralmente loc ahzad c em pequenas loias co m
vitrinas ap inha das de Iivros e revistas orienta is.
a
Das ob servacce s e entre vtstas reaneao es. c beqc u-se conc jusao
qu e q uase todos os c hineses maiores de 45 anos aprenoeram [ape-
nes antes d o portug ues.
ARua Conselhe iro Furtad o, n.o 26 1. funciona um centro soci al c hi-
e
nes. c ujo diretor Lim Tok .
Alem d a realidade de Inumeros restauran tes chi neses pela c ida d e
tme tra. alguns de grande luxe. no bairro da Liberd ade sao enccotra-
d os vanes c eres. alg uns dos quais auamente espe c ializados em
co mid a ch inesa e outros carcaocs mistos.
o "Bestaurante Korea House ", espe cia fizad o em prate s upicos'ccre-
anos e c tnneses. iii Rua Galvao Bueno, n.e 43 e 0 "Hwa Yuen" do d os
mais ant igos e con hecidos no batrro. Ha aind a o Shangai, Soshu . Ron
Tha Fu. Novo Peq uim. Chin San e 0 K in Lin. lodos eles localizados no
perimetro do bairro orienlal.
56. Especial - Revista - Editora Abril - n.c 511 - pag. 50
57. City News - Edicao de 19.09.76
58. Espec ial - n.c cttado - pag. 50
111

APARELHAMENTOS CULTURAIS

SERVICOS ADMINISTRATIVOS - CARTORIOS


SA.o Paulo possui quarenta e seis cart6r ios civrs. sendo que 0 da
Li berdade it 0 do segundo sub-distnto. 0 de set
o cart 6rio do segundo sub-d tstrttc esta insta lado M mujtcs snos ne
RUB Barao de Iguape, n.c 58.
A RUBda Gl6ria, n.o 98. fun cionao 15.o Tabeli Ao Ubaldinoeo reg istro
de im6veis da 6.- ctrccnscrrcac asia loc al izado na RUB GalvAo
Bueno. ne 18.

CORREIO - AG~NC IA APT - L1 BERDADE


Os services pasteis S8 desenvolveram e ganharam 0 creditc geml ne
gestAo do Coron el Edvaldo Cardoso Botto de Barros.
Antes navta urns tnoceranc te gersl, com rectemecces dos mala '18-
na dos lipos.
o Corone l Botto d inam izou 0 servlco. remanejou 0 pessoa l e 8S
ag llncias pos ta is.
Foi por esse motivo que a velha sgbn cis da sa.
sediada quase ne
esquina de RUB Anchleta, foi tide co mo incapaz para atende r ac
volume de suas atribuic6es.
Assim, 0 Coronel Bono ordenou a mudanca dos services. que hoje
c onstituem a " Ag Anc ia Liberdad e", uma das 280 da Diretoria Regie>-
112

Predio do Cfrcuto Esotenc c da ComunMo do Pensamento - Rua Dr.


Rod rigo Silva. 85 - Betlssima Arqu itetura "art nouveau" 1909-1925.
113

Ctrcufo Esoter tcc da Comunhilo do Pen sarnentc - Detalh e.


114
nal d o Estado de Sao Pau lo. Sit ua-se a Aven id a Liberdade. n.o 280 ,
ond e traba lha m 37 tuncionanos. e xecutando todos as services perti-
nentes ao s cor reios. com exceca c da distnbuicao de correspo nden-
cia ateta ao Co rreia Gerat .
A aqen cla procede tambe m a taxacao d e teleg ramas que, posterior-
mente, sao levad os para 0 Corre ia Gerat . senoc a col eta reatiz ad a d e
no ra em nora .
Passui atnda . uma secac espe ctanzada na vend a de setc s para
Iit atettstas.
e
Presentemente. 0 Coron el Bono 0 presidente d a Emp resa Brasrtetra
d e Con ejos e Tele q ratos - EBCT, vinc ulada ao Minislerio d as Co-
mumcacces.

EXERCITO DA SAlVACAO - CORPO CENTRAL

Sua sed e sttua -se a Rua Taqua. 0,°209 , promovendo reunioea pubti-
cas as terc as ter-as e q umtas te tras. aos saba ocs e oc mmac s.

CIRCUlO ESOTERICO DA COMUNHAo DO PENSAMENTO

a
Funclona Rua Rodrigo Silva . n.c 85. 1.0 andar, sede central, que
co nta co m um a b ibl ioteca esoeca neac a e sa te de mecu acso.
Seus integrantes pretend em 0 emprego co nstrunvo das torca s que 0
ho mem poseur naturalmente. or tentad os par uma urosona partt c uta-
rtsstm a. de que a refi giao nao v tve em se tta s ou socie d ad es .
Entendem-na co mo a reta cao ent re a alma e Deu s,
Para d ivulg al;so d e seus ensinamentos e preqacoes d e seus tema s
hlosofico-espmtuaustas mantem uma editcra: a "E duora d o Pensa -
a
mente", Aua Conse theiro Furtado. n.e 648 . 5,0 anda r.
OC irculo Esotenco da Comunttac do Pensamento esteve sediaco em
betlsst mc predic extstente na esq uma do Larg o Sao Paulo co m a Aua
Consethei rc Furtado. que fo i demolido p ara ala rgamento d essa
mesma arteria. Ne sse local, oradc res famosos ftzera m c atoro sas
oretecees de c unho tncscncc-escrntoansta . centre os qu ais. Berto
Conde.

YAMAG UCHI KENJIN DO BRASil

a
Slt ua-se Aua Pirap iting ui, n.c 72 e func iona como assoctac ao assis -
tencia l e cultu ral d a col6nia onentat da Lrb erd ad e. espec tatmente
japoneses.
115
SOCIEDADE BRASILEIRA DA CULTURA JAPONE SA

Instalada a Rua Sao Joaqui m. 0 ,0 381. at ua em Sao Paulo, mas


pnncipalrnente no ba irro da Liberoaoe . co mo urn c entro de inte q ra-
cao cultu ral.
r uosoua Zen, arq uttet ura . ceramica . hisl 6ria da arte o rienta l sa o
alguma s da s matena s ministradas em cu rsos reg ulares . trequenta -
do s por pessoa s de alia proiecao soc ial , po li tic a e economtca do
munoo jaocoes e orasneno. cr ooorctonano o Inumeras o portur uda -
des de mtt uencia s reclproca s.
Por cc as.ao dos testejos co memorattvos do septuaqesl mo ar nversa-
rio da imi g ra<;: ao ja pa ne sa para a Bra si l. to! inau gu rad o a li a " Museu
Hist cnco d a tmtq rac ao J apones a" per sua Alleza Imper ia l. herd e!ro
do trono [apo nes.
Sao freque ntes as encontros c utturats promovidos pe la Soci ed ade
rec ital s de p iano , canto e canca . mrssas so b 0 ritual budista . a
ce rtmc nia d o cha. atem de cu rsos req uta res ja en uociados.
Presentemente. nos eta s 24 e 25 de [unho. to! reali zado 0 " 13.°
Festiva l d e Dan ce s e Mc stca s Fotctortca s Japc neaas''. co m apresen-
tac ao de ci nco es petacufos e med iante a partictpacao de dezenas de
atunas e p role ssora s br asilei ras e ja ponesas.

MU SEU HISTORICO DA IMIGRACAO JAPONESA NO BRASIL

Inaug urad o perc Princ ipe Imperial Japones e por Sua Excelencia a
Presidente do Bra sil. 0 Genera l Ernesto Ge isel, d ia 18 de junho o este
ano (1978).
Seu acervo. cui dadosa mente setecio nado pe lo Prolessor Hiroshi
Saito da USP e p resio ente da Comissao espec ia lmente consti lui d a
para esse l im, conta e documenta a hist6ria d os 70 anos de imig rat;:ao
[apo nesa.
Montado em 896 metr os q uaoraoos d o 7.° e 8,° and ares d o pred fo da
a
Socied ao e Brasuena de C ult ure Japonesa. Rua Sao Joaqu im, n.?
38 1.
A co leta do acervo intctou-se em 1976, cheqand o a reurur 14 mil
pe ca s (Ci ty News - Edicao de 18 /6/78 ) d as quais a pe nas mil estec
exoos tas. serecao que obedece u a t-es temas p rtnctpa!s : .
- Os iapcneses no novo mundo :
- Contnbufceo para 0 dese nvolv tmento:
- Em bus c a de novos rumos.
11 6
Enorme pain el expticativo conta no primei ro tema. 0 entabotamento
das reracees dtptomaticas Brasil-J apac, ate a chegada do imigrante,
tocado peres d ificuld ade s iofinil as para S8 ada pte r 80 novo esti lo de
vida. alingua e 80S costumes lao diterentes dos seus or ig inals.
Figurando esse aspecto, pode-se aprec iar a pec a ma is cara de todo
o museu: a replica do navo " Brasil Meru ", que trcuxe japoneses nos
anos 40. avaua ea em do is milh6es de cruz eiros. Fai uma cte rta de
ums empress particular.
Tambe m 0 "Kaseto Ma ru" tern a sua rept iea exposta no Museu . doada
a Sao Paulo pel o Museu Meiji-Mura do Japao.
Como a viagem do Jeoac 8 0 Brasil demorava ceres de Quaranta e
cinco d ias pelo Canal do Panama e sesse nta dia s pe ta Africa do Sui,
os trtp utantes dos na vie s editavam lomals. procurando js aprender a
li ngua bra siteira.
e
Outra curios idad e sing ular um prototipo em tamanho natural de
uma morad ia tf pi ca do colona [apones. bem como outros obj etos.
como uten silios case ttes. instrumentos ti picos de trabalho rural ao
tadc de puees e moinhos de cafe. Mostra, tambem. a unttcrm e de
judO usad o petos prime iros imi g rantes nas bore s de descanso.
Quanta Ii co ntnbotc ao para a dese nvol vimento , a paine ! mastra a
patticipacac do ja pon As na ag ricultura do algodAo, amendoi m,
hcrtela-pimenta. rami. mllho. feij ao e a inlroduc ao da culture do arroz
a
em terrenos atecac tcos. da ndo assim. nova dlmen sao agri cu ltura
brasuet ra.
o tercetrc tema exposto rei rata a prin cipal contnborcac do imi g rante
que 'oi a introducao de novas tecnices e plantas trazidas do Japao e
a fonn acao das coo peratives ag ricolas. como a de ccue. Sui Brasil
a
e Sao Paulo. desenvolv idas para lelamente excensec urba na e in-
d ustrial.
as paln ets eonta m ta mbem que as japoneses abr iram casas de
cornerc to peta cidade, como q uitand as, ttnturartas. hotel s e restau-
rantes. dar partm do para a industria, que se expandlu na decade de
1950, send o que hoje ha mais de 400 empresas japonesas inslal adas
no Brasil (City New s - Edic ao d e 18/6178)...
Presentemente, a Museu perm anecera sob 0 contrcle da Soci edade
Brasil eira de Cultu ra Japonesa, mas 0 plano e cria r-se um erqu fvc de
documentos relevant es para a hist6ria do j accoes neste lado do
mundo.
Para esta segu nda etape . a Profe ssor H. Saito mtorrna que a comis-
sao j a d ispOe de dez mil documentos, entre ccrecees ca mpIetas de
jornais d a colOnia ed itad os ale a Infclo da Segu nda Grande Guerra,
117
porquanto per esse per fodo . foi proib ido no Bra sil 0 ensino da ling ua
j aoonese.
e
A f inali da de da orceo uacac des se acervo htsto nco tavo rece r a
cr omocao de estu do s scbre a imig racao japan esa, nurna inic iativa
(mica no mundo tod o. •
Abe rto ao pub lic o des de 04 de julho do ano cor rente. funciona das 14
as 17 hares, de terca-teir a a domingo. medi ante cobranca d e ingre s-
50S: Cr$ 10,00 para cna nc as d e 5 a 11 ano s e C r$ 20,00 a part ir d e 12
ancs.

PERFECT LIBERTY

A Aua Plrapitmq ui. 0.° 204, sit ua-se a sede central da tnsut urcao
religiosa "Perfect Liberty", que co ng rega em Sao Pau lo ceres de
trezentos mil adeptos. dos quais noventa por cento sao brasileiros.
A sede central, situada no Ja pao. tern ded icad o ate ncao especi al a
problemas rel aci onados com a sauc e e a aqric uttura. em qeral.
Em meados d e ju nho do ano em curse . esteve em visi ta ao Bra sil e a
Sao Paulo, 0 Patriarc a Tokuch lka M iki.
Em 25 de maio vi sitou Sua Excele ncla 0 President e da Republica,
ap resentando 0 resultado de estud os realizados cera "Perfect Li -
berty" do Japao. para aumento da produtiv id ade de certos produtos
a
aqrfcolas. coloca ndo-os dis pc sic ao do Governo Bra sile iro para sua
apncaeao no Brasil.
Informou tamb em que as ctlnicas mantidas pe la entida de desenvol-
veram moderna tecnolog ia para oeteccac do cance r no estc maqo.
que amplia a marge m d e cura dos portaocres desse mal.
Tam bem sob esse aspecto co locou a tecnologi a descob erta dispo-a
stcao da com unidade br asllei ra.
No enco ntro havido na sede central em Sao Paulo, nouve enorme
compareci mento de adeptos. que toram cientittcados de que 0 Go-
verne do Estado Interessou-se pela tecnologi a descr ita, colocando
a
os 6rgaos estadua is cr scoetcao da r:[lesma.
No b airro d a Lib erdade ha. grande parttcipac ao nos encontros de ssa
comunidade espiritua! e sua d ivulgacao vem atce ncand c bastante
exito.

Cl U BES VARZ EANO S

A Libardade pos suiu outro ra doi s famosos c lubes vereeenc e: 0


"I homaz de Lima " e 0 "Cl ube Edam". Este poss uia c ampo de
118
tutebol prop rio que S8 situ av a na esq uma da Rua Hc maita . onc e hoie
esta tracaca a Avenida 23 de Maio.
a "Club s Ede m" congregava no pas sad o tooa a rapaziac a oa Liber-
dade, sen oo um dos cr ubes varzeanos ma ts annuos de Sao Pau lo
Perce apenas pa ra 0 "tpiranqa'', que loi 0 p rimeiro.
o Edem nas ce u oebaixo de um tarnp tao oa Ltberdaoe. segundo as
moraoores rnais ant igas do bairro . em fins do secure passaco. Co mo
a princip ia nao ti nha seoe . re ur uam-se na sapatana de um ta ! Pepino.
q ue tinha sua oticm a na Rua Martfnla no de Carvalho . Foi a p rimeira
sed e d o ctu be. que da r saiu para um velho porao da Rua Conde de
Sao Joaqu im, onoe 0 "Clube Thoma z de Uma" ttnha sua sede
Os d ais cruces se tundfram e resotveram alugar as tnsta tacoes da
Ptsctna ttororo. q ue uc ava em frente ao ca mpo
A partir de entao attvaram-se as encontros esp ortivos e soci als d a
rap aztada da Liberdade com outros clubes de Sao Paulo e na propria
Libe rdade . ap roximadamente em 1930,
Per volta de 1938/40 . 0 c ampo do "Eoem -Ltberoaoe'' uc ava proximo
a
ao Viaduto Condes sa de Sao Joaq utm. junto atual Avenida 23 de
Maio, num aterrad o par onoe ca ssava a Rua Con de ssa de Sao Jo -
aqu tm.
o Edem possutu jo gado res q ue de sfrutavam de grande oresucto na
varzea fuleb olisli ca de Sao Paulo. Um deles sob ressaiu-se d os de -
rnais. cheg ando a gra nde astro d o tutebo t paunstano. For Bamfote .

C INEMAS

A Liberd ade ja possuiu 0 maior cinema de Sao Paulo. For 0 Cin e


a
Capttotio. siluado na Rua Sao Joaquirn . bem proximo Aua da Glo ria
Durante vanes anos constiluiu 0 ponte ctuque do encon tro do s pa ulis-
tanos.
Atuatme nte 0 loc al foi transformado numa enortt.e garagem estacio-
name nto.
Tambem a "Cine Paramount" to! tamoso em Sao Pau lo, Depots de um
per iod o de ostrecis rno. vortou a ser freq uentad o pe te povo . quand o
trenstormao o em teatro. to! palco d as apre sentac ce s dos festivais de
musica pop u lar em Sao Paulo. Foi tambern canal de terevrsao.
Presentemente. exist em al guns ci nemas em funciomamento na Li-
berd ad e: a "Cine J cia ". situ ado na Praca Carlos Gomes e 0 " Cine
Nitero!''. na Avenid a Ltberdade.
Amb o s extbe rn exct usivarne nte proc ucoes raconesas e seus tre-
quentadore s sao. na granoe maicna. ortentats
'19

.-

Cine Niter6i - Rua Barao de Iguape, esquina daAv. da liberdade -


Foto D.P.H.
120
Ha ainda 0 "Cine Alam o", na RUB Sao Jo ao uim. qu e e m uito treq uen-
la do peres estudantes d o batrro:
o "Cine Paramount " tambem esteve pr esen te no ceneno pol itico
br asue! ro .
Quando 0 Marechal Teixeira Lon to! escotnido pe la conve ncao d o
seu part ido para candi dato a pre sid encia da Repub lica , 0 Cin e
Paramount to t cenario de urn oos rna !s impo rtantes co rmc tos ale ho le
a
reatizacos no Brasil. Ali loi l ancada a sua can ot c atura Prestd encia
d a Republ ica.

TEMPLOS E C ULTOS RELIG IO SOS - IGREJAS E CAPELAS DA


L1 BERDA DE - OU TROS CULTOS

Sao Paulo po ssu i numerasas i g rejas e capela s. alem d e in umeros


tempios e sed es de enl id ad es reuctoses . Segundo t eornaroc Arroyo,
e
no ssa ci dade adornada por rnai s d e cern ig rej as e murtas c a petas.
conventos e temple s vanes. atestanco 0 espiri to rel ig ioso d a popula -
c eo pauttstan a. bem co mo a u ecrcac reuctosa de se us p r6pr ios fun-
damentos.
Sob um ponte de vi sta gera l, as ig rejas de Sao Paulo na o possuem
nen hum val or a rquitetonico. com ex cecao d e alg un s ta ros d etathes.
Mo stram tal mi stura de elementos de corattvos. que se torna q uase
im passivel uma oenorcao de seus e stncs.
v artas igrejas trad ic ionai s na ci d ade toram at ing idas pe lo martetc
imp ied oso do pr ogr esso . A 19reja da Miseri cord ia . a d e Sao Ped ro, a
do Coleg io e, bem mars recente me nte , a de No ssa Se nhora d es
Rem ed ios, co m seu frontispicic adornad o d e azuleios portugueses,
como se fora uma ante-camera do Ba irro da Li berd ade .
Parat etemente as ig rej as cat cuc as. loc attzadas neste bauro - Sao
Goncalo Garc ia , Santa C ruz d as A lmas dos Enforcad os e Cape la do s
Af litos - m uita s outras co muni d ad es e seit as rel ig iosas tern seo e na
reg iao . Sao temp los ma cons. esplrftas. um ban d istas e budtstas.
Talvez ne nh um o utro ba irro pauli stano po ssua tanta s comun id ad es
renqiosa s instal adas na ar ea ge og raf ica e , o b viame nte. exe rcend o
fnttu encia espi ritual e moral de forma ta o ace ntuada .

IGREJA DE NOSSA SENHORA DO CARMO

A 19reja de Nossa Senh ora do Oa rmo. a Rua Ma rti nian o de Carvalho,


ptastica mente e uma das mats be las de Sao Paul o, d e estuo colo nial ,
el ev ad a do n fve ! da rue . de forma qu e sua porta pr inc ipal se antecede
121

"Ig reja de Nossa Senbcra do Carma. a Rua Martiniano de Carvalho-


1980 - Feto D.P.H.
122
de grande e larga escadarla que se ab re na emondao apalacad a da
nave . Ate 0 attar-mer. emo te ccrreoo r central, com seis cap elas
late rals , com retabutos do urados a ou ro. as mes mas d o velho temple
carmelitano.
No orago central , a imagem da Virgem que d ata presumivel mente d e
1776, tadea da peres protetas Elias e Eliseu.
Seu tela to! totatmente de corado pa r um dos melhores pintores braal-
leiros deste sec uto. que foi Tulia Mugnaine, que ali representou
motives saeros da aoa rtcao de Nessa Senhora ao proteta Elias, d a
muitrpucacao dos oaes e cenas da tundacao d a Igreja e do Convento
do Carma em Sao Paulo.
Antigo e mad erne S8 harmonizam estrutural mente no belc temple, urn
co ntraste que no s taz sentir 0 unlverso uruco d a arte. 0 alt ar-mer. as
capelas dourad as, os ncos entathes. os lavores d a ped ra. contra s-
lan d o com as longas narenas. os eno rmes vitros. a pinlura multo azu l
do "ceu do Carmo " c entro da majestade do templo, formam um con-
junto lmpress fonant emen te belo, em c ujo interior ressoam os sons
de seu famoso 6rgao.
Uma reotoe ao taco do portico cent ral revela a h ist6ria da Igrei a.
encerrando. todavia. intormacoes nao tot atmente corretas.
A orde m Carmehtana participou ativ amente da hisl6ria de Sao Paulo,
desde os primei ros anos d e exis te ncla. A quarta ordem a se instalar
no Brasil ja se encontrava no p lanalto em 1592, em terra s doad as por
Braz Cubas na " Vila do Sertao", para nmoecac de um co nvento. Uma
imensidao dete rtas. " partindo de um pinheiro da Borda d o Campo de
Santo Andre ".
Ja nesse mesmo ano, fret AntOnio de Sao Paulo adotava as p rimeiras
provldenclas p ara ln stala cac d a venerave! Ordem, integralmente
aceita pete povo da Vila de Sao Paulo.
Assim, em local que hoi e constitui a esq uina d a Prec a Clovis Bevi -
lacq ua com Ave nid a Rangel Pestana, foi erg uido 0 templo primitivo.
num oute iro que dominava toda a vazea d o Rio Tamand uatei que
banhava aqueta prcpriedade. Dentro em pouco 0 loca l ia era sim-
plesmente d es ignado " Carmo" - a Esp lanad a do Carmo, o Outei ro
d o Oarmo. Sttuava-se do lade direito de ond e se encont ra a Ca pe la
d a v eneravel Orde m Terc eira de Nossa Senhora do Carmo, q ue da ta
de 1804.
Tem-se co mo c erto que is em 1594 a Casa das Carme litas estava
conct ulda . po ls j s em 159 5 co mec am a se tomar f requentes os
pedidos e determin a cce s de "enterramento no Carm o", 0 que tot
multo co mum nos seculos XVI e XVII.
123
Convento e igrej a eram pequenas con strucces de talpa que alveja-
vam na celina do Carma, com patmeiras esparramadas pelo pat io
tronteiric o e largo horizonte para 0 aterrado do Bras. a estrada e 0
caminho da Penna.
e
Seu atria "ttan queado de grossas paredes lendo em frente ooze
j anelas rasgad as. co m verandas no ande r que sa argue sobre 0
pav imento inferior ". Assim tol d escr ita por Pesaanha Povoa. pe r volta
do te rceiro q uartet do secure passad o.
Em 183 1. a pedido do Brigadeiro Rafael Tob ias de Agu iar. entao
presidente da Provincia de Sao Paulo. instalou-se em uma parte do
pavimento terreo 0 Corpo Poli c ial de Permanentes. ali se aquarte-
lando ale 1906.
Na velha igreja e Conven tc do Carmo se reatizaram as misses can ts-
d as mats sotene s. as mats b etas procissce s e as mais p rimorosas
procis soe s d a Semana Santa em Sao Paulo. Os can ttcos entoad os e
prepa rados pe la tnspiracao notoria do mae stro Lu stosa (Jesuino d e
Cassia Lustosa) c onst ituiam a magica sono rida de do cantocnao que
envolvia a cevoea o e pied ad e de nossos antepassados.
Ali tarnbem func ionou durante muitos anos 0 tra d ic ional Ginasio do
Carm o, responsavel pe te to-macae moral e intelectual d e grande
oarceta da ju ventude pautistana.
Em 1928. 0 progresso d a cl da de de Sao Pau lo. sua incomum cosmo-
oouttzacao. a tud o av assalo u.
Asstm, po r interesse publico. 0 Govemo do Estad o de sa propriou 0
co nvento trad ic ional e ja a 25 de abril d o mesmo ana . frei Anisio
Muldermann oftcicu a ultima cerimcma reli g iosa d o Convento. ap6s
tre s sec ures d e tradicao. trabalho e atuacac esp iritua l sob re a futura
grande metr6po le que, certa mente, g uardou os exemplos e ens lna-
men tos da ve lha Ord em.
Ao entardecer, a imagem da Virgem foi tran sladada proc essional-
a.
mente para sua nov a morad a Rua Martiniano d e Carvalh o, para uma
pequena capeta provis cne.
Final mente. a 1.° d e ab rn de 1934, a atue! Igreja e Convento d e Nossa
Senhora do Carmo foi inaugurada e, ali naquele recanto da Liber-
dade. con t inua altan eiramente como sempre. a cevocac d a Virgem
do Car mo.

IGREJA DE sAo GONCALO


Tendo seu frontisp lc io vottad c para a Prac;a JoAo Mend es, tem sua
lateral dire ita distend ida na Rua Dr. Rodrigo Sil va.
124

Ig reja de SAo Goncalo. na Preca Joao Mendes, atras da Catedral -


1975 - Arquivc D.P.H.
125
Pedro Taques js. a de screvia na cidade de Sao Paulo, no ano 1772,
como fitial da Cated ral da Se. Aind a ncje. 0 vetho templo parece
guardar 0 bu co li smo e beat itude de outras epoces. embora no mo-
ment a pre sente sej a assistido par padres japoneses.
Os paulistano s semore foram ardorosos devot es de Sao Goncalo.
mart irizado em Nagasaki. no Japeo . e crucruc aoo co m outro s vlnte e
cinco compa nnerros, aos 5 de teverelrc de 1579, condenados pe la
orecacao da religi ao c atonca naquele pais.
Sao as inventanoa e testa mentos d e antigos pauttstanoa que vern
ate star a tradicac do santo traqico em Sao Paulo e, ia em 1649, exi stia
nas ce rcantas da ctdade um sit io que t inha par patr one Sao Goncat c
(ln venta no de Catarina Pra do - vel. Xl - peg . 309 - lnventario s e
Testarnent os).
Entretanto, a Ig rej a de Sao Gonc alo foi ergu ida em 1756, quando o s
memb rc s da Irmand ade Nossa Senhora da Conceicao e Sao Goncat o
Garcia, insti tu id a legal mente na Igreja de Santo Antonio em 1724 ,
houve autortzac ao para erguimen to da capeta em sep ara do. as ex -
pen sas dos de votes. no "Largo da Cad eia".
E a cons trucao reveda a etettc venceu as anos , chegando ate nossos
dias. Iembrando 0 vethc estuo colo nial.
De talpa . multo pequ ena. estreita e modesta foi a construcao in icial .
Por exiq encia dos devotos petroctn aoores. recebeu 0 nome de Sao
aoncaro. embo ra fosse Nossa Senho ra da Ooncetcao a autentica
pad roeira da igreja , enco ntrando-se. pa r isso, no pr inc ipa l orago do
templo.
Mas Sao Goncalo assrmuo u par a si a pequena ig reja.
Tal vez tenha se sttuaoo no local once atnoa noje se enc ontra, em
de correncia de afguma ooacao d o terreno ou e ntao po rque a Irman-
dade tena co mp rado 0 mesmo terrene para esse lado d a cidade,
onoe a. epoca a terra vane quas e nad a.
A toc anzac ao da forca pouco adiante. a cadeta a. sua frente de svalo-
rizavam as tetras adja c ente s.
Em 1762. a Igreja de Sao Gc nc ato ja d om inava vas to largo e a. sua
frente reatizavam-se tourada s e esc aramucas como ao tem po d o
cas amento d o princi pe D. Pedro e por oc astao d o nasct rnento d o
princ tpe da Betta .
Ate 0 sec ure passad o a tradlc'ona! igre ja teve uma c rOnica modesta.
Quase nunc e parttcipou da vi da de Sao Pau lo. v ivendo sempre uma
vid a de modestta e pen uria , tattand o-lh e po r vezes . attaias. pa ramen -
tos e imagens para ad orno de seus attares.
126
~ singular 0 tate de nee S8 poder ind ica r 0 nome de ne nhum sace r-
dote q ue ttvesse d irig id o 0 destine da igreja. e nem mesmo seus
exercfctos rel ig ioso s. Esse lat a revere Que a Ig reja 56 fo i realrrente
c uid ad a pe lo s memb ros da Irman da de .
Somente em 1881 constit utu-se uma comissao pa ra cuidar das obras
da igrej a. de cuia com issao taz ta parte a Baronesa da Silv a Gamei ro
- Oa. Eufrosina Ouartrm - q ua pa rece ter mandado taze r o tronttspl-
cia do temple tat como hoj e S8 encontra, seg undo les temu nho de
vane s crcrustas.
E sc mente em 1892 q ue vamos encontrar 0 pr imeiro padre aIrenle da
Igreja. Fai 0 padre Cesar de Angelis, que junta mente com Joao
Mendes de Almeida, Ievar am a ale ita a ul tima e d efini tiva reform a d a
19rej a.
Constituid a nova comissao. esta angar iou donatives sufic ientes para
rerrccerar. p intar e promover as sctentd ac es d e sua reabertura aos
fie is. no ano 1893. tat co mo hoie se enc cntra.
Aos 13 de ago slo de 1893. a fgrej a de N. S. d a ccrcetcac e Sao
e oncato Garc ia to! entreg ue ao s representantes da Companhia de
Jesus. pot interterencia de Jcac Mend es de Alme ida.
Quando a Igreja do Coleg io foi demolid a em 1896. 0 quadrante d o
seu rel6g io Ioi revecc para Sao Gonca to e atuafrrente esta na sua
terre . Em 1901, foram para ali tambem algumas oct ras retlquias. entre
as q uais uma pedra co m 0 nome de Jesus,
Othando -se pa ra sua estrut ura. causa-nos tunca ecmnacac 0 smcre-
tisma arquitetu ral aoresentaoo. resuttante da cc mbinacac do mo-
demo com 0 colon ial naq uefe cene no magnif ico que hoje a Praca
Joao Mendes nos o ferece.
Atual ment e a Ig reja de Sao Goncalo representa uma Iin ha de frente
na c al equese cos japo neses. I: a uaceao q ue con tinua.
Sao Paulo possui. amda . Ires ig reja s de jesu itas. dentre as q uais
esta a d e Sao Goncato Ga rcia .
No tempo em que se reaflzavam em Sao Paulo screntsstmes testes
reliqiosas. srtuava-se na Igr eja de Sao Ooocaic. 0 "Sex tc Passo" d a
Proci ssao d os Passos.
Existia na igrej a uma abertura mural resg uarda da por uma porta da
coma enorme niche q ue se ab rta apenas nessa oc astac do ano.
o"Sextc Passe" era 0 local em q ue Cris to se reencontrava com sua
mae. no transcurso de sua Pa txac.
127
CA PELA DO S AFLITO S

Situada num beco sem saida de igual nome. co m entrada pela


tradiciona t Rua de s Estudantes. tern sua pri mrtiva ccnstrucao datada
de 1774.
A igrej inha de Ne ssa Senhora dos Aflitos. que co mecou co mo cape ta
do cemiteric que aii existlu e q ue S8estendia para as lados d a RUB d a
Glcrta. ain da eo venerada par gr and e numero de paulistanos.
Os arqut vos da Curia Metropolitans de Sao Pau lo , livre 1-1-3, estao
apontadas as seg uinles enctecees sabre essa aol ig a ca pels : " Aos 27
de julho de 1779 fc ! sag rado 0 nosso ci nuteno penc Exmo. Sr. Bispo
D. Frei Manuel da Hessurrei c ao assistindo 0 R.mo Sr. Conego Arci -
p reste (Astp reste) Pa ula e mats tre z conegos sencc hum Arcd iad o. A
saqracao comecou as 8 horas e terminou as 3 da tarde. Jantar, em
segui da, na cbacara do Bevdo. Paula Asipreste. Ata feita na sacnstta
da Nossa Senhora dos Aflitos na Capela do Cemlteno. a) Si lva".
o Beeo dos Aflitos e um dos poucos restentes da vetha eidade Que
conserve a nenhuma stmetna urban lstica de cutrcra. Beco sem
salda, como tantos outros de antigamente - Beeo do s Barbas (Tra-
vessa Porto Geral): Becodo Zunega (no largo Paissandu); 0 Beeo da
Boa Morte , nos fund os do Carmo...

CAPELA DDS ENFORCADOSOU SANTA CRUZ DOS ENFORCADOS

Situada em plena Avenida libe rdade . tazendc frente para a Praca da


liberd ade numerc 345. Ao seu red or os artanha-ce us da Avenida da
liberd ade tem sua hist6ria envotta de aeonteeimenlos Iend artos.
A Praca da liberdade. onde jll este ve plantada a estatua do Padre-
Regente Diogo Antcmo Feij6. era ant igamente 0 largo da Forca. Que
eomove u e estremeeeu Sao Paulo do secure p assado.
Antes e depot s da Independencia do Brasil , toram ali execu tados
inu meros eonde nados a morte.
Principalmente as seg undas -fei ras ac ontece verda deira romar ta po-
pul ar no local. para ace nder suas velas de ag radeci mento ou para
novos ped idos as atmas...
As testes relig iosas ali sempre se revestiram de carater quase apote -
eucc. cul minan do em 1921, por ocastac do Centenano da mcrte do
Chaguinha s. 0 arqutvc da irmandade da Cape ls , ainda possui 0
aut6grafo da rrorte do seu pat rono.
"O legario Pedr o Goncalves e Ch ico Gago tcram os Imct eoores da
a
devocao Que era mant ida ju'nto Cruz tevantada no terrene. isto h8
128
mats de 50 enos . Promoviam etes reza no largo da Force . que era
assistida per grande numera de devotes. 0 Chico Gaga era criac ao
da casa de urn antigo merchants. conhecido pete nome de Juca
Frade e mora dor no me smo larg o. As p rime ira s testes em bonra de
Santa Cruz foram cerebracas. antes da atcucao. po r AntOnio Bento e
nao tive ram mats totenuocac''.

IGREJA METOOISTA 0 0 BRASIL

a
localizada Avenida Liberdade. e.c 659, te rn de semp enhado signi·
fica liva pa rtic ipacao na orojecao lntelectua! e moral do bairro, em
est retta convtvenc ia co m as Faculdades Met ropoutanas Unida s.
Como bem a caractertea sua destcna cao. segue rigorosamente 0
metoda praq manco de pie dade e santidade. norteando sua al ividade
pels p reocupacao da vi da crista, inditerenca as formas ntuais e
sacerd6c io laico.
Sua oes tanacac. eonceca desde 0 pnnctpic de 1729, tmha carater
de oesprezo peres que se reuruem com certo metcdc para a vida
devocicnat. entre os quais esteva John Wesley. seu cnador. Histcn-
ca rre nte. este aceitou 0 termo e. em 1738, ccnverndc. fez surgi r 0
movimento rettqioso que passou a congrega r mtthares de vidas e
marcou nova fase do anql tcantsmc e protest antismo de modo geral.
Ante as d ificuld ades de pregar;ao em temptos anqncercs. passou a
lazA·/o ao ar livre e os reigos, inclusive as mutneres. partic fpa vam
ativamente do mc vim ento.
Aos poucos seqreqou-se da Igreja da Ingl alerra, da da a expansao da
ideia e a crescente incompatib ili dade co m a igrej a alta. Oaf passou a
se organizar em outros parses.
Em 1806 surg iram as igrejas metcdtas independente s e no ano
seg uinte os metodistas primitives. dentre out ros grupo s. Em 1907,
alguns desses gru pos se reuniram e lor maram a Igreja Melod ista
Unida e outros. em 1932, co nstituiram a Igreja Metodista.
Professam os seus membros 0 protestant tsmo evenneucc e sua te-
alo g ia segue a armtnia nismo. com peq uenas excecces. tendo a
Da.
Bib lia co mo regra da te e da pratica. ainda. grande Impo rtancia it
expenencia pesseal da conversao.
Eatima-se que tal comunidade no cenanc internac ional se c onstitui
de 43 milhoes de integr antes, e no Brasil, cerca d e 600.000.
Arquitetenicamente a 19 reja Metod ista do Brasil se apresenta de
estuc meio g6tico, tendo em 1968 servi do de c entro de estod os e das
aulas da s Facul d ades Metropolitanas Unidas.
129

Capela dos Aflit os, no beco de igual nome.

Igreja Melod ists - Avenida liberdade . n.e 659.


130

t:
,.
"
Temp!o Maconic o - "Se renlssima Grand e Lcja" do Estad o de Sao
Paulo - RUB Sao Joaqui m.n.v 138.
131
Em toda cidade de Sao Paulo e pnnctpa fmente no ba irro da Liber-
dade desenvotve intensa ativida de pastoral. acao soc ial eeduceca o
crista.
E tambem restdencta pastoral.

OUTRAS COMU NIDADES RELIG rOSAS SEDIAOAS NA L1BERDADE

SEIC H O-NO-I ~

a s precettos de Masaharu. a leitura da "Sutra Sagrad a" e a pratica do


Shinkosan estao ampl amente difund idos ne Lib erdade.
"Quando houver a reconcuracao com tod as as cois as do ceu e da
e
ter ra, t udo sera teu am igo" : essa a ufosofta da Sul ra Sagrada. que
vern co nquistandc a cada dta mats simpatizantes e adeptos .
A seita poss ui um temple na liberd ade. porem ern muit as resio en-
cias de segu idore s. reauzam-se reumoes. des q uais ressoam as
suaves patavra s do "canto contemp lante do [is sc": " Arno a todas as
coisas e toda s as cois as me amam".

B ~ N C A O PENTECOSTAL' IGREJA EVA N G ~ L1 C A

Na Rua Conseme tro Furtad o. n.c 57 M uma "Sata dos Milag res" - " u
reino de Jesus Cristo" - onde um rmsslcnanc atenc e aos interesse-
des e da uma oencac ge ral.

rGREJA PRESBITERIANA DE FORMOSA NO BRASIL

Situada na Rua' Sique ira Campos , n.O 96, e muito frequent ada pelos
coreanos. especialmente aos dom ingos.
e
A quase total idad e desses co reanos advinda da Coreta. que na sua
fuga do Comuntsmo. radicaram-se em Sao Paulo.
" IGREJA ADVENTISTA DO SETIMO DIA" - Rua Taq ua, n.O 88
" IGREJA BATISTA ALEMA SAO PAULO" - Rua Maestro Cardi m, n.e
408. Hesidencia Pastoral
"IGREJA EVANGELISTA BATISTA PAULlSTANA" - Rua Bueno de
Andrade. n.c 679
" IGREJA MESSIANICA MUNDIAl BRASil " - Rua Cc nsetbetro Fur-
tado. ne 1114
" IGREJA METODISTA 00 BRASIL" - largo da P61vora n.c 14 1 -
8.0 andar
·132
" IGREJ A NOSSA SENHO RA 00 L1BANO" - Rua Tamand are.
ne 355
" IGREJA ORTODOXA SAO NICOLAU" - Rua Tamandare. 0 .° 710
" IGREJ A PENTECOSTAL OEUS I: AMQR" - Rua Cond e d e Sat-
zedas, 0 .° 185
" IGREJA PRESBITERIANA CO N$E RVADOR A DE SAO PAULO '" -
Rua Ped roso, n.o 351
'"IGREJA PRESBITERIANA POVO CELESTIA L FORMOSA DE SAO
PAULO" - Rua Fag unde s. 173
"CENTRO ESPIRITA lELlN KA" - Rua da Gloria. 0,° 551 - 2.° andar
" CENTRO ESp iRITA MARIA EM iLIA DE ALMEIDA" - Rua Fag und es,
n.e 187
'"CIRCUl O EXOTERICO COMUN HAo DO PENSAMENTO '" - RUB
Rodrigo Si lva -
" INSTITUICAO TEOSOFICA PITAGORAS " - Rua Tomaz de Lima
"IGREJA MESSIANICA MUNOIAL DO BRASIL" - Rua Martiniano de
Carval ho, 0.° 340
'"PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE sAo PAULO'" - Rua Pe-
droso. 0 .° 38 1
'"PERFECT LIBERTY'" - SEDE CENTRAL DA AMERICA DO SUl -
Rua Pirap il ingu i. 0 .° 204
"T EMPLO BUOISTA" - Soto-Zenchu - Rua Sao Joaquim, n.e 285
Espalham-se atnda pels Liberdade, casas de candombte. mesa
bran ca e terre iros de ba ixo espmnsmo.
Dever-se-a etnd a ressattar a importanc ia q ue 0 bu dismo apr esent a
na reg iao ori enta l d a Liberd ad e, q ue nos ctnrros anos vern se constt-
tuin do etrecao de ordem nacional. d ad as as festiv idades e ceri mo-
nl ai s bud istas ap resentados pe la poputacao japonesa e ch inesa
resi de nte no loc a l.

'"GRANDE lOJA DO ESTADO DE SAO PAULO '" - TEMPLO MACO -


NICO

A Rua Sao Joaq uim, n.o 138 sttua-se 0 Grand e Tem plo Mac6n ico,
assiduamente frequentada peres integrantes da maconarta. asso-
ctac so sec reta esp alhad a pe r tod o 0 mundo e d e carater filantr6pi co .
Suas origens se per dem em hip6teses que envolvem Salomao e
133
Hirao, have nco autores que a Iitiam ao ca rrnati srno. uma seita ser-
creta de or igem persa.
Supce-se. toda vta. que a maconana co mo orqanizacao de c unho
esptnt ua! pro venha d as conf rarias mq teasas de pecre tros oronesto-
nets. de cul o oftcio. alias, herdararn as ape lrechos para seus ntuais .
Os macons usam ainda aventaf. chape u e espan a e empregam na
sua simbo log ia 0 esq uad ro. 0 compasso e 0 fie de prumo.
As rojes internac iona is se nc rtea ram peta Grande Lola de Londre s.
surg ida ern 1717.
a
A aomt sseo eqremtaca c e revestida de c ompticado cerimoni al e
ritua l, senco Que as Ires prtmetros grau s tntct als da maccna na
(ap rendtz . companhet ro e mestre) transtormam -se com 0 temp o em
33, aqueles a consli tui r a rnaconarta exter ior. e restantes a macona na
oculta . em c ujos miste nos so uns pouco s co nseguem penetrar.
No Bra sil a mac onaria espalhava-se per toda a ccre nta vtnda d a
Europa. mas pr inc ipalmente d as universtdades lrancesas e rnctese s.
com terce e prestigio.
Segundo 0 " Syllabus roaceorco''. a liberdade de pen samen to e 0
raclonahsmo sao prtnctpios tundamenta ts d a soct edade. marcan do
na pouttca nacionat uma presence s ingul ar. sendo sua tnstaracao
otlclat no Brasil data de 1801, segundo proc lamacao que. em 1832.
Jose Bonifac io d irig iu aos macon s de todo 0 mund o. c omun ic and o a
mstetacao de uma pnmeira loia naqceta data . sob 0 Rito Mod erno e
ftnacao ao Grande Or iente da Franca . Outra s loi as logo se mstatara m
par todo 0 Brasil: Bahia. Pernamb uco. Rio de Jane iro. etc.
Jose Bonifaci o loi 0 primeiro grao-mestre da rnaconana bra sueua .
sendo suosutujcc por D. Ped ro I. Dentre 35 graos-mestres brasuer-
res . destacamos atnda Ouinttn o Boc atuva e Nit o Pecanba.
Presentemente exi stem aprox imadamente 700 toias macomcas no
Brasil, com cerca de 150 mil ad eptos. send o que em 1968 a Mac ona-
ria iniciou di alogo com a Igreja Catotica, pretenoenco restabe lecer a
partlci pacao di reta d a rnaconarta no movimento politi co b rasileiro.
A 14 d e maio de 1976 pudemos pamc tpar co mo asststente de uma
sesao especial no oetactc ma ccntc o da Sereolsstma Grande Loja do
Estado d e Sao Paulo , em um dos raros dt as em que ab rtu suas portas
ao publico.
A eessac tel aberta pelo Grao-Mestre HeNEl Ccrdovi! e 0 Senhor
H avfo Pereira fez a conterencta do dla. As porta s se abrem e sons
estranhos domin am 0 ambiente. enquanto os co nvidado s seguem 0
mestre de cenmonias .
134
Nas laterals d a pa ssareta . homens perfilados de ambos as tacos
cruzam suas espa oas . forman do a ab6boda de ace. num cum pn-
mente aos que chega m. Silencicsamente. tc dos se d irigem a seus
lugares e esperam...
Ao alia, no leta, esta rep resentado um ceu recam ado d e estretas.
planetas e cc osteracees e, ao fundo, uma grande mesa. em tude
semethante a um altar. Stmboros de ace nas pareoes : 0 ccmpasso. 0
esquadro. um grande Iriangulo. tendo mscnto na sua area . um
gran de otho . a otho de tratemtdaoe. simbo!o da prevroenc ta
Quatro portrona s de diterentes ta manhos obedecem a uma hterar-
e
quia d efinid a. Urn snen cto quase sepulc rat cortado pete voz do
mesne de certmontas que anuncia a entrada do "Grao-Mestre-
Adjunto". que entra no rectoto. passan dc sob a ab6boda de espadas
novamente lo rmada
Esta aberta a Sessao Branca
As pata vras unais do c onterencista sao aptau d tcas por toc os. en-
q uanta 0 grao-mestre bale c om seu marte to na made ira que , a segu ir.
e
e xcnce que a Macooarta mars q ue uma tdeta. e um Id eal ' E mats
que isso. e um estado de con sciencia . na mvesnqaca o ca verdade.
tend o por objeti vo a Hberdade.
Cong rega nomens de todos os rnver s socr ats e religlOes. de sde q ue
creia m em Deus. inter pretaoo peta maccnena como 0 grand e arq vi-
tete do umverso.
Os 900 macons reur uoos no maier templo macor nco de Sao Paulo se
d ividem em 36 10jas. tsto e. 36 grupos de maco ns. tocos os d ies. sets
lojas diterentes tazem reuruoes para d iscussao de programas de
contn tnnc ao ao ensino. c ampanhas beneuce ntes. bem como de
participaceo em todos os movrmentos ctvicos. cuttvrars e de inte -
resse publ ico.
Tais programas sempre obje nvam 0 homem e seu aperteic oamento.
como constru tor social q ue e. Seu cbjetivo ulti mo e a Iratern idade
universal
Oua tquer cid adao pode ser macon. desde que creta em Deus Deve
ser apre senteoo a socieoeoe per um macon . que assume a respon -
e
sabil idade da mdicacao. A vida do apresentaoo stndicac a .nta-
gralmen te e. se em ccoc. coes de integrar a sociedace secreta sec
e a
nome em reomao oterec toc vc tac ac qeral. Se aceit o. e coov.oeoo
a oarncrpar imedi atamente. passand o a mteq rar uma da s scceoa .
de s mats tecbadas do munc o. obnq anco-se a cumpnr seus pnncr-
ocs e rituals. sem jamars reveter os rmsteno s e seqredos da maccn a-

".
135
OUTROS CULTOS ,

ESPIRITISMO

Na Aven ida Liberdade . proxima a estecac rretrcvtana Sao Joaqu im,


sttua -se a sede da " Uni ao Federa tiva Espirita Peuhsta na ". fundada
em 2 de tevereir o de 1933. q ue cong rega grand e rurmero de trequen-
tadores para as seus encon tros espirttuais.
Na Rua da Gl 6ria . n.e 551, 2.° anda r, esta 0 segundo "Cent ro Esp ir ita
Lennk a'', E d irigido pete med ium Holda Botto Melanco ni e passu;
e
muit os adeptos. pais seg undo as segu idore s d essa rel igiao. urns
da s orqa nizacoes rnodetares. no genera, em Sao Paulo.
No primeiro and ar do mesmo predic funcion a uma clin ica medica ,
ass tsttda pe r medi cos e cera p ropria med ium, D.a Holda.
Os cnentes. atend ido s apen as com nora marcaoa. depoi s de examl-
a
nad os perc med ico. sao ent reg ues med ium pa ra 0 trab athc espi n-
tual .
Circu lam entre os frequentadores e em toe a a Li berdade noti c ias de
curas milag rosas, sencc certo qu e vern d oentes d o Brasil inteiro par a
se con sulta rem ali.
No numero 553 s ttua-se 0 "L abc ratortc Daja", q ue prepare produ tos
rcrrecceucc s e avta as receitas de Dona Hold a.

UMBANDA

o b atrro da Liberdade po ssut um ccmerctc muito ativo de artigos de


umbanda, bem co mo de ervas em qerat. assim co mo a "C asa Santa
Rita", de p rop riedad e de c ots trmac s Iab rtcantes de image ns, qu e as
redistribuem para outras ca sas e cen tre s, na Avenida L iberdad e.
Na Praca Car los Gomes, n.e 118, a "Casa 7 Lmhas". esp ec tansta no
comerci o de defu madcres.
A "Casa de Velas v el-Altar". "Casa lemania". "C asa Caboclc Ju -
plara", "Casa Rainha do Mar " sao algumas da s muttas tnstaradas no
bairro.
Na sua quase totalidade. essas ca sas mant em cent res de umbanda
espa lhad os pe res demais batrros de Sao Paulo. Nao rare. 0 Centro se
loc al iza ao lado da loja, como e 0 caso do " Centro de Umban d a
Rancho da Caridade Vov6 Maria Luisa ", it Aven ida Liberdade. nc
799, vizinho da Casa Cabo clo Jup iara, que fica no numero 987.
Em tats centres gera lmente existe um pa i de Santo au um med ium,
que fome ce rece lte grat is para os males do corpo e do esplrito e 0
136
paciente adqutre na loja 80 lado. a s cba rutos . as delumadores. as
bebi das ou as velas para "desmanc har" 0 " mal teitc.....

IMPRENSA NO BAIRRO DA lI BERDADE - EDITORAS FAMOSAS

o batr ro de liberdade coeta com varlas editoras. bern como com a


imp rensa oucial d o Estad o e varies [omais de lingua est rangeira. de
grande penetrac ao na sua pcputacao . 0 "S ao Paulo Shi mbum", 0
"D laric N ippa k", 0 "Jomal Pau list a" e o " Deustsche Zeilu ng",
Conla, temeem . co m va rtas edttoras. c entre as qu ais c estacam -se: a
'Ance". a Rue Barao de Iguape, 0,° 106 e na Praca Carlos Gome s e a
a
" Ed itors do Pensamento S. A.", Rue Cons elh ei ro Furtado, 0 ,° 648 .
5.0 andar.
A Avenida Liberdade, n.o 659 instata-se a recacac e uma llvrarla d es
" Ed iC;:Qes Melhora mentos".

IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO


a
Durante muitos anos func ion ou Rua da Gl6ria, n.e558 com todas as
SUBS seczes e service: super jntendencia. sec retaria. ccmomcacac e
servi ces de redacao do "Diario Of ic ia t do Estado ".
Ab rigava lambem o se rvico de tin ancas. asstnante s. arq uivo e oticina
g nifica .
As ob ras do "Etevado Cos ta e Silv a" exig iram a cemcncaodc precno.
ob rigand o a imprensa ofi c ia l a mudar-se para a Rua d a M06 ca, n.e
1921.
Contava-se no ba irro da Liberdade muita s est6r ia s inte ressan tes
sebree 'lethe "Dlarlo Oticiat", memo riza d as pelo seu antigodireto r, 0
jornalista Her cutano Pires, ex-dlretor do Sindicato d os Jomatista s.
ex-cclabcrado r do [om al "0 Gril o ", exc cen te do espi riti smo no Bra-
siL

DlA RIO NIPPAK


a
Este peri6dico [apones tuncionava Rua d a Gloria. n.oc 326, t .o e 2,°
and ares, ao lado da imprensa oticta f.
Com a ceseorcortecac do pred lo onde funcionavao "Diario Ntppak'',
mudou -se d esse loca l para a Rua Paulo Oroz imbo . ne 591 e Rua
Conselheiro Furtado. e.e 324,
e
Criado em 1946, co nsiderado um jomal de Intelectuais. sendo de
di flc il leitura. Tem uma t iragem de 30.000 e xemptares, com 8 pAgi-
137
nesr versercc sabre nottctaric internaci onal e local, contando com a
ccraccracec dos lettcres e intelectuais da colonia. Contem uma
pag ina para assuntos e literatura brasileira, js tendo publicado em
capitulos "0 Guarani ", de Jose de Alenc ar e " A Mural ha", de Dinah
Sil veira de Oueiraz .

"SAO PAULO SHIMBUM"

Ja tern cerea de vinte anos de exlstencla. estando em c trc oracac seu


nume ro qu e se ap roxi ma d e 7.000 . Sua ad min lstracac, reo ecac e
ofi cina sit uam -se A Rua Tomas de Lima. 0,° 573 .
Com urna tiragem d e 40.000 , e0 mater jarnal em lingu a lapo nesa
edidata fora do Japao.
E de propriedade da Empresa Jomatlsttca "Sao Paulo Shimbum
S.A.... tendo como d iretor respo nsavel 0 sennor Ed uardo R. Mizumoto
e, red atar eeerer . 0 senho r Katsuo Uc hiyama e. como presi de nte. 0
senhor Mituto Mizumoto.
e
Gera lmente ed itado com 10 paginas, quase q ue totalmente im-
pressa em j eoone s. Apenasalguns anunc ic s sac pe rciatmente escri -
tos em portuques. E 0 penodico d a colon ia oriental d e toda SAo
Paulo.

"JORNAL PAUlISTA"

Com uma t iragem d e 30.000 exemplares diaries. tem uma pag ina em
Hngua brasllelra alg umas vezes por semana. reservada para assun-
tos locals e testae da co lOnia.
Como os d emais periodicos. conta co m tmoreesac em "off-set" e
apresenta notl cl arlc loca l e pounce interna c ion al , esta felta co m a
ccteborecac dos jomais do Japac ou ate sucursais em T6qu io (City-
News - 18/6/78 - pag .7).

"J ORNAL ALEMAO DE NOTICIAS "

Tem sua admlnlstracac e reeecac a Avenida Liberdade, ne 704 .


Foi fundada em 1896 por Aodolfo Trop pmair, que tot seu primeiro
e
diretor, Atualmente, seu d iretor 0 senhor F. A. Troppmair, que faz
urns pubncecac sema nal d o peri6dico.

"JORNAL CHIr>lES 00 BRASIL "

Presen temente d ir ig ido por Goro Sekiva, esta instetedc A Rua Ba rAo
de Iguape , n.o 123.
138
··0 CIA··

Durante muitos anos. foi 0 6rgAo responsavet pels tmc ressac do


Cia rio Otictat do Mun ic ipio. periodo em que est eve no epoqeu d e sua
ccoot c ao e conOm ics.
Ao perder eSSB prioridade. 0 icmal "0 Dta" sofreu impressionante
c ris e econOmicas. ch egando mesmo iii msolvencia de seus co mpro-
rmssos. sendo entao despojado de quase todo 0 seu patrimOnio
materia l.
Instala do a Rua M arq ues d e Tres Hies. foi ob riga do a mudar-se car.
Era da pr opriedade do fa leci do Dr. Adh emar Pere ira d e Barro s.
Esta 0 pe ri6 d ico no 45.0 ano de sua oubncacso. com cerce de 15.000
numerc s ja editado s. Seus diretores sao os senhore s Augusto d e
Oliveira. Augusto de Oli ve ira Filho e Luis F. Mona.
No ana de 1976 passou a ser impressa nas enemas do "Diane N ippak",
possuindo uma pequena receca c a Avenida Liberdade, e.e 1086.

'·0 METRO "

I: um peq ueno pericd tco que vem se impondo aos usuanoa do


a
Metropo lnano. dado variedade de seus assuntos score administra -
ella. poflttc a. arte. dentre g rande quantidade de ammcios.
" JO RNAL CA MANHA··

Ja no quart o ana de sua existencia tem como d iretor respcn savet 0


senhor Hello Fabri e. co mo sec retano de redacao. Ubirajara Telle s
Ferreira.
Da prop riedade da ed itora "Jcrnal da Manha Ltda.". e co mposto e
impressa nas oficinas de " Ed itora Joma listica Rondon Ltda." a
Avenida Li berdade, n.O 902 /904.

IMPRENSA METOCI STA

.No ana de 1931. a " Imprensa Metod ista" era uma das majores
tipoqrauas de Sao Paulo. possuindo rnaqutnas modemissimas para a
epcce : varies linotipos e impressoras planas e uma cnamava " mono
type". 0 gerente geral da ti pog rafia era uma figura trad icional. 0
senhor Macano Ferraz de Campos, homem oootsstmo. robusto e de
excetente humor. Per verts de 1943 foi substitui dona ge rlmc ia por seu
irmao Eutatio Ferraz de Campos.
139
Na Metodista S8 imp rimi a anti g amente a maioria das pu blicacces
rel igiosas e laicas. da dos as seus prec os m6 dic os, conhec idos de
toda Sao Paulo. Varies jo mais est udantl s eram con fecclonados ali: a
" Sao Bento" (1931/32, 0 "Novo Aumo" ( 1934), a revista " Oeste"
(1939), tevados ale aquela imprensa pelo Professor Miguel Costa
Junio r. na epoca renomado professor secu ndartc em Sao Paulo .
Quase todo 0 service tipoqratico d o Gin asfc d e Sao Bento (ca de rne-
las de alunos. rec ibos, estatutos. reg ulame ntos) eram imp ressos na
Metodtsta pelo mesma professor, numa verdadet ra antecipacao do
ec umen ismo.
A tipografia permttta nesse tempo que as clientes permanece ssem
no seu interior, acompanhando 0 andamento d os trabathos ttpo qratt-
cos : ccrnocstcac. paq inac ao. revisao. emenda , rmoressao. enc a-
cemecao. etc. .
A oticlna era imensa e ocu pava na Aven ida Liberdad e. n.o 659
(mesmo numero atuat) . fundos. um g rande es paco. onde atua lmente
as Facu ld ades Metropo litanas Unid as ergueram 0 "Predlo Alaric o
Mattos".
Na tipog raf ia s6 tra balh avam homens, se ndo a encad emacao reset-
vada as mulheres, que tiveram uma chefe multo popular cham ad a
" Pasq ua".
Na frente do terrene . como atnda noje. uc ava a liv raria da Imp rensa
Metodista. distrtbuldora de suas ocoucaco es .
Atua tme nte. a lmpre nsa Metodista mudou- se para Rudg e Ramo s, a
Rua Sacra mento, n.c 230 , con tin uando a editar revistas multo co nhe-
ctdas e anti ga s. Algumas sao d esttnad as as escotas domtn ic ais ou
assoctacces relig iosas. Nesse caso, lemb ra mos a rev ista infanti l
" Bentev i 1", para cnances de 6 a 8 anos e , a " Bentev i 2", pa ra 9 a 11
anos. A "F tamula Juve nil ", para adolesce ntes e , alnda, a " Cruz de
Ma lta", para jov ens de 17 anos em d iante e. " Em March a ", para as
socled ades ad ultas d e homens e mulhere s.
Ed itam ta mbe m " Ensino Benetictente'', des ttnada aos protessores do
De parta mento Pri marlo da s Esco las Dcmlnlcais. q ue tem nove anos
d e exrstencta .
D issemos q ue algu mas d essas revrstas sao anti gas, e 0 sao : " Em
Ma rc ha'' ja fez 12 anos: "Flarnuia J uvenn", 22 eno s: " Cruz de Mal ta",
51 anos e a "Be nte vi'', 56 anos d e oubncacao e d ivu lg a(fao de
ens inamentos e conc eit os.
e
Entreta nto. a mars verna d e todas 0 "Exposi to r Cristae". qu e nos
seus 93 anos de vida . de ntro em breve, sera centenarta.
140
Citariamos ain da outras revlsta s: "N6s e as crtancas''. " VOC ~ e 0
Juventl", " No Senacu lo''. " Voz Mi sslonana", etc.
a e
Quanta pcbncacao de ffvros. essa infinit a q ue, ind iscutivelmente,
exerceram grande mttu enc ta na vida cultural e princi palmente reli-
g iosa, nao ape nas na Liberd ad e, como d e tcd a Sao Paulo. irrad iand o
luminosidade daquet e temple divulgado r do saber.
Fai ainda nas otlclnas da Imprensa Metodlsta que sa imprimiram as
prim eiras tntor mec aoe s cle ntlticas sabre Ptuteo. 0 pl aneta desco-
berto em 1930, co mo 0 livre do Professor Rage-rio Fajardo. lente da
Escola Pohte c nica e professor do Coleg ioSao Bento, " Apo ntamentos
de Cosmog rafia", js. em 1931/32 , o que demonstra a atuacao informa-
tiva dessa impren sa.
Tamb em ali se ed itou 0 liv re " Haikais", de Waldo Miko Sique tra. que
tel, talv ez. 0 pr imeiro poeta brasileiro a di vulga r no Brasi l as poemas
japoneses, de cc movente lirismo e de dezessete allabas apenas.
dlvldldos em tres versos de cinco, sete e cinco sila bas.
A imprensa metodista nao possuta cllcherla. de mod o q ue se vella os
a
"C l icheria Lastr!", Rua da Gloria, a qual era muito bem eq uipada ,
rivalizando -se co m a famosa Bomensis. a mais importante de todas
em Sao Paulo.
Atualmente , a "Clicheria Lastri" vtve sob a denomina cac soci al de
"Lastri S. A. - Indu stria de Artes Gratica s''.

TRANSPORTE COLETIVO DO BAIRRO DA L1BERDADE - ESTACAO


METROVIARIA

Presentemente. a Admlmstracac Muni cipal de Sao Paulo esta pre-


ocupada co m a etlclente transporte de massa.
Circularam petas ruas da c tdade as tll bur!s. as bondes de burro. as
bondes elet ric cs e as c r ub us. entre 1865 e 1968. ana em que tel
extinfa a ultima lin ha de bondes de Sao Paulo.
Ha dez anos sai ram da crrcuteca o as camaroes. as care-dura. a
Gil da, as tub aroes. as Mina s Gerais e as Bataclas..,
Foi par um decreta de D. Pedro II autoriza ndo a Dr. Martim Francis co
Ribeiro D'Andrada a explorer tal transporte, que se instataram as
li nhas de bcnde. inicia lmente em 1871, puxado par uma parel ha de
burros, sem ncranoa rfgidos e mediante a tarita de 200 rei s.
Ja em 1886, a "Cia, Carris de Ferro de Sao Paulo" ti nha estendldo
20.405.68 metros de tri lhos (Fol ha de Sao Paulo - 14/5/78), ate que
em 7 de maio de 1900 se inaugurou a Hnhaeletrtca "Largo Sac Bento
141
- Ba rra Fund a" sob a respo nsa b ilidad e da " Sao Paul o Railway Light
an d Power" , entao insta la da a RUB D ire ita, n.o 7.
A princ i p ia. constitu ia tran sp orte para as nccs, mas aos pou co s to t
se nd o util izado tamb em pa los o pe rarios. oc asi ac em q ue surg ira m
as "cara-d ura'', cula tarifa c uste va 100 reis. o stentando a lndicac ao
de "carro para operano''.
Ja. em 1916, a ci dade contava com 60 linhas, todas servidas por
car tes abertos chama dos "Minas-Gerais ".
Ha vla carros especiais que podiam ser a lugados a Light para noivo s
e noiv as.
Em 1927 surgem as carros fechados, uvrando as passage iros das
intemperies, ape l idadas de "camaroes",
a
No ana 1946 pa ssaram as bondes admintstracao da CM TC e, em
e
1968, ret irado d e crrc uraca o a bon de " Santo Amaro" . q ue c hegav a
ao seu destine pela antiga Rua da Li berd ad e. Ci rc ulo u pelas ruas d a
ci d ad e pet e ul ti ma vez o stentando a d lstlco : "Ad eus, cumpri 0 meu
d ever. parto tra nqu ilo" .
Seu trabal ho nao toi conttn uadc pelos onlbus . d eixando cerca de 1,2
rnllhao d e pessoas se m tran sp orte na c idad e.
A Ilnha q ue se rvia 0 bairro da Liberdade taz fa po nto fina l na Rua Sao
Joaq uim, d e ond e partie um peq uen o trem a v apor co m destine a Vila
Mar iana e Santo Amaro.
Esses bondes, que oa o eram llu mlnad os. possuiam tres. c inco ou
sete bancos; eram vagaroso s e desc arr ilavam fa c ilmente . Funciona-
ya m ate as 20 horas e me ia enos d ias d e sessao de teatro, ate 24
horas (A. A. d e Frei ta s - "Ttad tcoes e Remlnlsc en ci as Paulistanas"
- pag. 23 ).
Ante a d ificu ld ad e de identtticaca c d o ltln erar!o dos b ondes a
cr stan cra. cada Jin ha era identlficada pa r ta rot d e uma co r, entreta nto .
a
a lin ha q ue se d estlnava Rua Co nselhei ro Furtad o , nac t inha tarot.
As c rOni cas referentes ao ano d e 19 14, pri nci pal men te d e vlslte ntes
d a cidade. faram do ce ntro urbano da Sao Paulo entulha do d e bon-
d es e au to m6veis.
Transitaram petas ruas d o bairro d a Liberdade bo ndes q ue se tome-
ram tra d lcionals: a " Camb uc i ", numero 22; a "Febrica", nume rc 20; 0
"V ila Prudente " . nume ro 32 ; 0 -Acnmaeac''. num ero 28 ; a " lp iranga " ,
numero 4 ; 0 b on d e " Santo Amaro" .
Pel a aot iga rua d a Liberdade sub iam q uatro lin has: Vi la Marian a,
Dom ingos d e Mora is. Jab aquara. Bo sq ue da Sau d e e Para i so, res-
pe ctivamente nomeros 39 , 42. 30 e 5.
142
Por voila dos anos 1934 a 1936, 0 bonde " Vila Mariana " ligava as
a
li miles suunos desse bai rro Ponte Grande, descendc peta Rua XV
de Novembro. Largo Sao Bento e Aveni da Tiradentes, retornando
pelaHua Libera Badar6, Largo Sao Francisco. Praca Joao Mendes e
entrance novamenle na RUB Li berd ade. numa verda dei ra mteqrac ac
norte -suI.
Os bondes toram motivo a de farto anedot ano. piada s e charges em
Sao Paulo e no ba trro da Liberdade, local de resid encia de mui-
tos portug ueses.
Atuatment e. as ruas do batrrc sao totalmente congest ionadas por
carros parti culates. 6nib us e cam inh6es de carga e descarga e, a
parti r da decade de setenta , ctrcuta sob suas entranhas a primetra
Iinha metroviarta brasileira.

ESTA<;AO MET ROVIARIA DA L1 BERDADE


Loc alizada alu almente na Praca da Lib erd ad e. [a se chamou Largo 7
de Selembro e, ao tempo d os pri metros povoadores. consli tui u adia-
ce ncta d o Cam po da Force.
Efet ivamenle, ja val distante a ano de 1607, quando a forca se
instalava na Tab ating uera, a qu al, ante as co nsta ntes rect amacoes
a
d a pc oo tacao Camara de Sao Paulo foi tran sterld a d a f e sttuad a
"naq uele alto que esta entre a ca minho que ve l Birap oe ira e a dos
Pinheiros, par clma dond e morou Doming os Ag osti nho " (Atas -
1596 - 1622 - pag . 197).
Mas 0 progresso abouu esse sim bolo precarlo da [ustica humana, e a
loca l du rante multo tempo tel de um bucolismo envolvente . Mas,
e
alualmente, um dos pontos de gra nde co ncentracao humana e local
d e converqencia d e multi ples inte resses . pri nc ipa lmenle po rque
nela se sttua uma das mais im portantes estac oes do Metropolitano d e
Sao Paulo, a da L iberdad e .
Cc nsi derada tria e d ivo rci ada do co njunto or iental em formacao no
ba irro, a Assoctacao do s Loj ista s do batrro d a Liberdade p retenc e
transtorm a-ta n o p6rti co de entrad a d o batrrc oriental - "ond e hole
h8. apenas frias estruturas de co nc reto d a estacao do metrO"... (Jornal
da Tarde - Ed ic ao 23.08.76 - pag. 18).
Essa mesma Assoctacao provid enc iou a etatoraca o de maquete,
sob a respo nsabi lidade do Arq uiteto Tomio Kimura, do Escrit6rio
Feni x Arqu itetura e Engenh aria Civi l Limitad a, mostrando a tran sfer-
macae d a Prac a d a Liberd ade .
Consta d esse projeto a colocacac de urn pagod e bem nas proxtmi-
dades da Rua Galv ao Bueno , de espelho de agua , uma fonte como a
143
Que se construiu para a Otimp iada de Melbou rne. pedras ret iradas
de tettos de nos. aja rdinamento com plan tas e vec etacao de orige m
[aponesa. Is is como, bambus anoes. pi nho iapones e aza lea s,
Apresentando 0 proleto 80 Preteito de Sao Paulo e 80 Preside nte do
Metropolitano, toi aprovado em principia. enc ontrando-se em la se
final de estudos . no que S8 refere 80 peso a ser cotoc ado sobre a
estecac rnetrovtarta. bern como sab re 0 sistema de drenagem.
o proieto vis a integrar a praca num tota l de seiscentos metros qua-
drados tt Rua Galv ac Bueno, intei ramente decora da com mot ivos
orientals. pois 0 jar d im dara grande to-ea 80 con junto e caractenz ara
muito a reg iao.
o pag oda q ue terA cinco tcnetades por metro quadrado, tera c inco
pavimentos co m oito metros d e altura a base de um metro e ma io de
lado. Sera trab alhado em madeira-ame ndoim. vermel ho, com te-
lhado em folhas de cobre.
o proieto preve. ainda , 0 alargamenlo da Preca da Liberdade em
cinc o metros. para ccnetrucac de urn cercadao para pecestree. ex-
po stcoee e terrae de culture.
Os morad ores do ba irro sao de cpiniac que a ccnstrucac do jar d im na
Praca da Liberdade alem de tipificar 0 lccal.dara mats vida ao
mesmo, alem de tomar o ba irro da Liberdade prec iosa mente conbe-
cido.
144

Planta atuat do Batrro da Liberdane extraida do Mapa Ofict at da


Oidade - ·PMSP/CADLOG - 1979
"

I.

• ,.
I
.. I


147

ASPECTOS ARQUITETON ICQS

As e starac ees e construcces q ue cobrem a provincia de sao Paul o


entre 1765 e 1834 nao revelam condicc es capazes de representar
urns preterencla coleti va. Ou sao sorocee s abst ratas. impos tas pe las
ctrccnstanct es ou sao Irrerre dta veimente marcadas pe ls insubstan-
cia procedente da pobreza e da oepenoeocra loca l.
As ig rej as paulistas, por exemp to. e de ntre estas a de Sao Gon calo
Garc ia, no ba trro da Uberdade, sao ma ts po bres e apo ucadas d o q ue
propriamenle severas. com a uni ca oreten sao de re presentar alg uma
p rotecao governamenlal eo natural fervor relig ioso da poputecao da
epees .
Dentre as construcoes civis destac aram-se na ci dade a Casa da
CAmara e a Cade ia levantad a no loc al da afual Praca Joao Mendes e
jll demolida : 0 Hosp ital Milita r, de 1797; 0 Ouartel de v oluntarie s. de
1776; 0 Mercad o Public o, de 1773 e 0 Chatariz da Miser ic6rdia , de
1792.
Nas sai das da ci dade ergueu-se um ttpo de ccnstruc ac caracterfs-
tica sob a condicac de al bergar as tropas viaj antes, a um tempo
aind a, em q ue a cot etivicade paulista na nao de rnonstrava base so-
li da para organi zar sua preferencla arquttetc nica .
Sao os paunstenos da epoca aurea do c afe que vee proc urer dar a
eidade uma semerhenc a a de Paris, erguen do palos varies ba irros
existentes betlssimas construcoes que servtnam de cenario aos tll -
burls e Benleta. Renaults ou Panhards da epoca. ~ a Sao Paulo da
" bell e epcque". miciada em 1889 e que perdurana ate 1905.
148
A " art nou veau", ern SAo Paul o, criou ob ras de pnmelra q ual id ade
como um d OB mu itos estilos tmpo r ad os po r urns e tasse sub rnetidaao
esquema co lonial e c ultura l.
Os casaroes p rovmct anc s. simples. de traces aca ip irados, sao c olo -
c ades 1\ margem. pel s a nove epoca ex ig ia casas com cumeeira s de
ferro fundido. batcces rebuscados e com portas de entradas bem
attas. arrematadas por brandeiras d e ferro fund ido .
Arquitetos rtahenos . co mo Sanchetti. ad orna vam suas co nstrucoes
co m torre6es revestidos de ard6sia ou de rend ilhados vazad os, ecru -
natas e ri c a c rista Ieria importada .
Dessa forma, as b arces do cafe p rovccaram uma revcr ucac a rquite-
tOnica na ci dade d e Sao Paul o. Impvtsionada por arquttetcs como
Ramos de At8vedo e Ota viano Pereira Mende s, avidos por apncarern
em seus projetos 0 estudo e 0 gosto assimilad o na Europa.
Estrutu ra m-ee entao bairro s so ftsticadcs co mo Hig ien6polis, Cam-
pos Ellseo s. Vila Buarq ue, Santa Cecilia e a trad iciona l Avenida
Paulista, eurcpetzancc a cldade.
Prctis sionate como Bezzi, Pucci, Chiapor i, Giul io Miche l, Carlos
Eckman e vrctcr Dubrugas desmancham a . . .elha ci dade de taipa.
o batrrc da Liberda de nac estev e sujeilo a alterecoes muito proton-
das a epoca. entretanto guarda ainda constncces de interesse do-
cumental, co mo par exemplo. os atua is predios da Avenida da Liber-
dade, de nume ros 330, 332, 350 , 472 , 468, 452 e 454 , que co nstituem
lm portante conjunlo arconetc nrcc do l inal do oitocentismo.
o sobrado nume rc 350, que guarda no seu lrontis picio a data de
1879, oterece singul ar interesse porque seu terreno posterior, em
nivel inferior a rua. exig iu adequacao especia l, tendo em vis ta 0 loc al
de trac adc da Avenida 23 de Maio e Rad ial Leste-Oeste .
Ao f im da Rua dos Estud antes. na bat xada do Gltceno. ha um con-
junto de resi den ciaa operartas que se constituem em bens c ult urais
prese rvaveis.
A Igreja des Afl itos, no Bec o de igual nome, junto a Rua dos Estudan-
tes . que este exig indo adequacao da area envolt oria . e tambem urna
constroc eo de grande representat ividade arquttetoo lca .
A RUB Or. Rodrigo Silva , 0 .0 85 sttua-se uma coosnucac be li ssima
" art nouveau", onde se instate a "U v rena do Pensamento" em cujo
segundo andar se ioc a ttza 0 " Ctc ufo Exoterico comc nnac do Pensa -
menlo".
Na mesma rua Or. Rod rigo Sil v a (ex professor da Faculdade de
Di reito de Sao Paulo), com frente para a Prac a Joao Mendes,
149
localiza-se a Igre ja de Sao Gonc alo Garcia . na sua pobreza desnuda
de atavios.
Essas co nstrucc es. bern co mo algumas outras loca tizad as na RUB
Humaita, Condessa de Sao Joaquim e Pirapitingui conferem ac
batrro da Liberdade a nota de sua ainguidade evocative. como V8 r-
dade iros pad roes de seu passado hist6rico e de seus nc oa habitan-
tes que exigiam d o arqu iteto um cenano para sue s vl d as. escolhido
por vezes ao acaso.
Eo Que de mather restou da tradlclonal Liberdade.
Na Aven ida Liberdade deatacam -se ainda out-as betas conet-ucees:
a de numero 913, onde tunclonam as Diret6rios Academlcos das
Faculdades Metropolitanas Unidas e a "Casa de Portugal ", qu e
mostra tavcr es de pedra emugrecida como nota gra ciosa e taful na
sua di scret e gravidade arquitetonlca de nobre be leza .
Entretant o, de mod o geral, predo minam na regiao um tipo arquitetO-
nico mais au menos padronizado, coe rente com a conorc ao soc ial e
econOmica de seus morad ores, padronizacao essa que tamoem nao
perdurou.
o batrrotoi se transfigu rando na med ida em que os anos deste secure
vao passand o, prin c ipa lmente em dec orrenct a da tmprant acao ali de
milhare s de habi tante s inleressa dos no peq ueno cc merce. indus-
triais em potenc ial e ernpresartos de toea especie . cuja iqnc rancia
em materia de arte s6tem sido sobrepujada pela tota l md iterenca par
eta.
Morad ores sem traotcoes e sem moceros implanta ram no b airro da
Liberdade um modi smo oportunistico, fazendo co m q ue a arq uitetu ra
exiatente e a per se construir, atenda exclusivamente aos seus re-
clamos egoistas e material s. enquanto algun s poucos abso rvem
outra s formas de vi da, mas nao de cultura.
Par isso. aquel e red uzld o intere sse de alguns de seus hab ttantes de
outr ora pelo encan to do detalhe grego, da g rand iosid ade da obra
romana ou do impressi onismo da arte nova dec orative ou estrutural.
se dilu iu sob luminanas orientals . letr eiro s de luz susu ranto, toldos
esbure cad os. ou vitrOs bascul antes substituindo [enetas e portas
antlq as.
Um mundo novo pedia novos esq uema s que sa consubstancta ram no
ecletismo reinante na arquitelura do bairro atuat. As rmorovrsacees e
eoaptecce s efet uadas ja tazem sentir esse sentidc de futuro que a
tud o avassala ou reconstr6i sob nova s roupagens e maler iais.
As dua s estac oee rnetrovlart as localizad as no ba irro revelam 0 em-
prego de novas formas, bem como a utmzaeao raciona l de novos
150
materials como 0 81;:0, 0 concreto armada, 0 metal e l igas, vidros e
oresncoe . danoo como resuttado nova criacao estetica 16gica, se-
rena e simples.
As casas aunhadas pelas rus s do bairro. hoje estao transfo rmadas,
por vezes com seus jardi ns au entradas aterracadas ado rnadas de
pla ntas arias. revelando a origem de seus mora oores. ao mesmo
tempo em que 0 pequeno comerclo se d issemina portodos as rec an-
los .

AS VILAS DO BAIRRO DA LlBERD ADE

No bafr rc de Liberdade ain da sao encontrados aglomerados de


casas contiguas e construidas segu ndo urn mesma pad rao arquite-
tOnico.
No inicio d esle secuto. as orortetartos de g rande area co m quintals.
usaram-nas para a construcao de vilas.
Com 0 passar do tempo, essas casas 'lao sendo vendidas a tercei roa
que a seu gosto e possibi lidade economlca. introduze m modifica-
coes e reformas de estruturas e aspecto exterior.
A vita adqui re, assim, aspecto di ferente.
Sao vanes as vi las aroda hole enco ntradas no bairro: a " Vila Monte iro
a
da Cruz", Rua Luc io Monteiro da Cruz; a " Vila Itoror6" , co m frente
para a Rua Martiniano de Carvalho e fundos para a Avenida 23 de
Maio; a " Vila Sarzedas ", nas proximidad es da Rua Conde de Sarze-
a
das e quase no centro da cidade ; a " Vila Lettiere", Rua Condes sa
de Sao Joaquim, sendo uma das mats trad tcionals do bairro da
Liberdade .
A " Vila Monteiro da Cruz" , situada abaixo do nive ! da rue. eo atingi da
par uma escadana existen te na Rua Tagua, n.c83. Seu antigo pro-
prtetario. Luc io Monteiro da Cruz, tel um riq uissimo portuc ues. q ue
poasuta grand e propriedad e no loca l, onde edi fico u dezenas de
casas assob radadas, com 4 ou 5 depe ndencies e diminuto quintal
que, d urante muito tempo, serviram de resld enci a a bra sitetros. ita-
Hanas e portugueses. Atualmente, esta sendo tnvadida pela popufa-
Cao japonesa do balrro .

VILA ITORORO
A Vila ncrcrc . integrada por uma construcao prin cipa l com cclunatas.
em d iferentes nlve ia e 37 casas de aluguel, ocupa uma area de ci nco
mil metros, entre as ruas Martiniano de Carvalho, Maestro Card im,
151
Monsenhor Passalacqua e Viaduto Pedro so. entre 0 batrro de Bela
Vista e da Uberdade.
Alguns inqu il inos sublocam , ainea. parte de sua tocacao e a maiona.
de ba ixo poder aquisitivo. tran stormou 0 local em cornco. Sao sotodo
80 famil ies (City News - Ed ic;ao de 29/01/78).
Apesar de ccnst-ucsc p rincipal estar per dendo seu aspecto prasnco
d e beleza ou exotismo arq uitetOnico pela talta de coose rvaeao. c ons-
tltu l im portante conjunto arquftetenlco. construldo em 1921, presen-
temente de proprie dade da Santa Casa de lnda iat uba. Todo 0 patri-
mOnio esta avatiadc em 15 mithoes de cruzeiros para sua co mpra,
po sslvelm ente pelo SESe, q ue p retende transtorma-lo num centro
cultu ral.
A Vila ltor6 constitui verdadei ra rellquia arqu itetOn ica, po is ao contra -
rio das demais vil as pau listanas c onstruldas na fase pre-industrial,
apresentando unidade arquttetentce. foi exe cutada em d iversas eta-
pas e com d iferente s metenais.
Consta entre os moradores da vtzinhanca ter sido a ca sa principal,
tambem coe nec tca po r " casa do portugu es", construlda com mate -
ria ls prcveruente s de demonc ce s na ci dade .
Seu prc pri etano. 0 milionano po rruques Franc isco de Cas tro, co nse-
guiu da r-lbe aspe cto monu mental , a de spe ito da contueac de est ilos
e mete nais. Consegui u transto rtnar urn terrene em de cli ve com na s-
a
c ente natu ral de agua, numa vit a rica de detalhes. Oeu ob ra c arac-
leristica s de co lagem, omamentand o-a c om estatuas. rerevcs. car-
ranee s. murals. vitrO, co lunas, vasos e flore ira s.
Na casa principal, sob re cclunas g igantescas , constr uiu a p rimeira
pslctna parttcutar da ctoece. freq uentada por pou cas e serec tong da e
a
pessoas eocca . quando const itula ponto de encontr o da 'ansuc ra -
ci a.
Compra da par Dona Leonor Barro s Camarg o, esta pi ed osa senho ra
a
doou a propnedade Santa Casa d e lndaiatu ba.
Nas casas adlacentes. os Inq uilinos fizeram puxa dos e paredes
divi s6r ias, que desfigur aram a construc ac orig inal pondo em risco
ate mesmo a integridade flsica dos seus usuartos.
Per outro lado. alte racoe s estruturais reauza da s. como po r exemplo,
a construcsc de passare las de ligac;:ao co m a rue. comp rometeram a
orig ina lidade da ob ra.
Os arq uttetos Bened ito lima de Toledo, Declo Tozzi. C h~udio Tozzi
fiz eram 0 levantamento do local (Artes Visua is - Pubtica cac d e
11/5/75) e elaboraram p ianos para sua d esnna cac cu ltura l.
152
o projeto de recuperacao urbana da Vila 110(or6 respe ita as p rinci-
p ie s con sag rados mtemactonairrente at raves da "Carta de Veneza",
d a qual 0 Brasil e siqnatario e tar-se-a. possivelmente, segu nd o as
c riteno s seguintes:

g ecco snt ctc ac da mancha urb ana orig inal :


Ret irad a au sub stit uicao (in 'itt) de elemento s posteriores Que
alteram e mterterem no eeoaco da vtta:
Protec ac d o entorno (Lei Maubrau x - 1962), vis and o a reco nstt-
l uieso da esc ata de conjuruo:
- Oefinic ao do prog rams de revnenzacao pa ra a area;
Gara ntia , at-aves do Plano de Massa de Quadra com volumetria
definid a. d a preservacao futura da escata d o conjunto (fonte jt
citada).

o roteiro para a ela bo racao do proieto. segund o esq uema metod ol6-
g ico adotado. constit ul na execucao das seg uintes ope racces :
1. roennucecac da s ecueecees que co mp6e m 0 con junto orig ina l.
2. Fcrmutacac " by feel ing " de hip6teses de existenc la de sciucoes
particutares acrescentadas ao conj unto fora do esp irito or iginal .
3. ic ennnce cac de constru cces poster iores. que vie ram acrescen-
tar unidades dentro do espirito or ig inal . .
4 . tc eonncecac d e acresctrrce esccncs qu e viol entaram tanto 0
carater nraeucc como a organizaC;ao espe cia l e a escala do
conjunto.
5. oererminecac de eleme ntos d o entorno q ue serac reti rados ou
sub metid os a processo de substituicao (in fill), respeita ndo a
volumetria origi nal.
6. Previsac de soiucso paisaqlsttca ade quada ao espaco da vita
de slinada a protege r 0 co njunto no de senvolvim ento urb ano d e
entorno.
7. Analtse e Interp retac ac do tecido urbane adj acen te. verfticendo
as tendencies de evorucao do entomo e uxecec do s gabantos e
projecce s das construc ce s l utura s da quadra. de mod o que nao
inlerfiram na orqamzacao espac ia t da Vi la e se integrem na
un ida de da quadra.
8. Propos ta de revitatizaceo ene ves de roves usos sug eridos pe r
vocecees historieamen te eomprovadas e estratecra de imptan-
tecac d o proje to de rec ooerec ac da area . abrangendo usc para
ativid ad e de tazer e co mercio (City News - Ed ic;aode 11/ 5/ 75).
153
o orcamen to para a recuperacac propo sta este previsto para 40
milh6e s de cruzei ros, sendo que 0 SESe prete nd e implantar ali um
grand e centro de convivencta. co mp reen den do teat ro. cinema, gale -
ria de arte. b ib l ioteca, museu de arte popular e atelies de artesanato.

AS REPUBLICAS E AS PENSOES

.6, instarecao do curso [urfdico na Cap ital da Provinc ia de Sao Paulo.


fez convergi r para a cidad e a moc idade d e todo 0 pais.
Consequen lemente, sa lnstal avam em "republi cas" de estu dantes,
que marcaram epoca na hist6ria do d esenvolvt mento cultural de Sao
Paulo.
Entre 1872 e 1876 co mec aram a surg ir as cas as-pensc es para estu-
dente s. dentre as Quais a da ...iuva Rels . que se de stac ava pels sua
ep resentecao. em bcra as estudantes cont inuasse m a pre ferir as "re -
publtcas".
Atuatmente. a liberdade poss ut amd a muitas repcnncas. pais vern se
transtormando num bairro de estudantes. dada a instalacac de inu-
meras fac uldade s. Entretanto. sao inumera s as "re pubticas" de co -
merciario s e as casas-pensoes que alug am va gas para rapaze s e
moc as. cujas lnst alacoes sao imp rovis adas, Ira nsfor mando vel has
casas em casas d e cbmodos de cesac rac aver asp ec to.
o cronis ta Alfon so Lomonaco re lata que par volta de 1883 as pen s6es
proliterav am no b airro da liberdade, p rincipalmente nas ruas As-
sem blela . Llberdade e dos Estudan tes.
Por outro lado , segundo Suva Ja rdim, nas suas " Mem6rias e Viagens"
(pa g. 74), no mlc tc do seculo atua l, as repubtt cas de estud antes se
loc alizavam qua se semp re nas p roxim idades d o Larg o da Se e
travessa s da Rua da L iberdade e da GI6ria e. pa rtic utarmente. na Rua
Consethelrc Furtado e Sao Joaquim. Ern 1878, a propr io Silv a Jardim
residiu ern urna pensac da Rua Santo Amaro, qu and o estudante d e
Dtreito.
No antigo Largo Sao Paulo exisli u uma celeb re "Repub li ca Mine ira",
que scbrevive u ale 1903 (Caldeira Brant - " Mem6rias dum Estu-
dante " - pa g. 179/18 6).
Nos te mpos atuats ainda existem muttas te pubticas e pe nsce s esp a-
lha d as pete bairro. Sao casas ern que residem rapa zes, moce e.
estud antes e correrciancs.
Atrtbui- se l al tate a p roxi mida de do c entro come rci al e estudantil de
Sao Paulo.
154
t frequente ob servar-se nas janelas das casas 0 cartaz anunciando :
"v agas para moca s... vagas para rapazes...", a que se constitu i no
os
bairro um neg6ci o desenfreado , pai s loc atarioa alugam urn quarto
para 4 ou 5 pes soas , entreqando-lhes 0 ccrct rao nu a altos p-ecos.
Reunid os ali 8 0 aca so. as sociam-ee e acabam alugando uma casa
ou um apar tl.tamento formando a republ ica que ja nao e presente-
mente morad ia ttpica de estudantes, co mo no sec ulo passad o.
A acaptacao dos ant igos casarces a ccnorcac de cen sces tern modi -
1icado a estrutura das residencias. com a abertura indisc riminada de
janelas e porta e, como bem se pede observer na ilustracao.

ASPECTOS ARQ UITETCN ICOS


"Carregadas de uma mensagem es piritual
d o pa ssad o. as ob ras monume nta is dos
povc s sao, na vida presente , 0 testemu-
nho vivo de suas tradlcoes secula res..."
(Carta de Veneza - 1964),
155

_----,- ---
...........
consmcao do 1.° Ouarte! do seculo XX Rua Pirapiting ui.

ccnstrucee s do inlclc do secure - Rua Pirapiling ui, 0.° 5.


156

ccnsnucac do mlcio do seculc XX· Aver nda Li berdade, n.e 452 e 55.
-~

"Coleg io s ao Jose, a RUB da Gt6ria" cons trucao do IrmAo Franc isco


de Paula Ramos de Azeved o.
157

J;,
Oonstruc ao de 1921 • RUB Martiniano de Carvalh o, 0.0277 • Casa

, I'
Princip al, tambem cha mada "Casa do Portuque s''. da Vil a 110ror6

.e:
r
, if
I
It
1•

I I ,I
Antiga morad ia adapta da a rccacao de vaga s para mOC;;E\S, ern
grande numero no Barrrc da Li berdade.
158

Mistura de esti los no Bairro de Liberdade - Rua Pirapiting ui e rue dos


Estud antes, mostrando 0 tradic lonal. 0 mooerno e 0 g0510 oriental.
159

, /

Jardim Oriental do Largo da Polvora . tendo ao fundo a Casa de


Portuga l.
160
~=:::::::~~ - - ---~-,.
. ..;,_.._ --- ~ - - - --- - . : --- "
. .:__--=
~ - - --,
_ 01 _ _ .. _

ill
161

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Sene Hi st6ria d os Bairros de Sao Paulo , Pubucaca o d a
Secretaria Muni cipal de Cultu ra de Pretettu ra dc Municipio
de Sao Pau lo, 1977

II - DOCUMENTACAo - JOAN AIS E AEVISTAS

1." A;,ais do Museu Paul ista - Pubticacao d o Museu Pauli sta.


2. Alas d a CAmara Mun ic ipal de Sao Pau lo - Pubn cacec do Ar-
quivo Hist6ri co do Departamento de Culture d a Pretett ura Mum-
cipal de Sao Paulo - Seculos XVI, XVII e XVIII. Edi cao da
Prefeitura Munic ipal de Sao Paulo.
3. Cartas de Datas de l arr as - Pubticacac d a Dtvtsao de Docu -
me otecao Hisl6ric a e Social. Departamento de Cullu ra, Pretei-
tura Municipal de Sao Paulo.
4. Ementano da Leqislacao Municipal - Leis e Dec relos (1892 a
1929 e 1960 a 1970). Pobncacao do Departamento de Ad mini s-
tracac. Preteltura do Mun ici p io de Sao Paulo, 19 71.
5. Hist6rico d a Comissao d o IV Cen tenario da Cidade de Sao Paulo,
apresentado pe la Comissao do IV Centenarto de Sao Paulo ,
1954 .
6. Betatc rtos de Preteit os da Cida de de Sao Paulo.
6.1 Washing ton Lu iz Pereira de Souza , (1916 , 1917, 1918) .
6.2. Jose Pires d o Rio (1926.1927. 1928).
6.3. Francisc o Preste s Mala ( 1938, 1939, 1940, 194 1).
7. Revistas do Clu be Pirati ning a - Pubu cacac do Clube Plrati -
nin ga d e Sao Paulo.
8. Revist a Veja e lsto e - Numeros de junho, 1978 .
9. Revistas d o Arq ulv o Mun ici pal de Sao Pau lo - Publicac ao d o .
Departamento d e Cultu ra d a Prefe ttura Munic ipal de Sao Paulo.
10. Fo lha da Tarde - ves oe runo d a Ci da de d e Sao Pau lo.
11 .City New s - Dom lnlcal da Ci d add e de Sao Paulo.
12. 0 Estad o de Sao Paulo - Malu tino d a Ci da de d e Sao Paulo.
13. Caderno Paullsta - Report agem d e Jose Maria dos Santos
PROGRAMACAO GRAFI CA

secac reco tee de Divulga cao e Pub licacOes - D.P.H.


CAPA RUB Tomas Gonzaga
Foto: Fernando Jose Martinelli
Fotos Lais de Barros Monteiro GuimarAes
Sec Ao de Arquivos de Negat ivos - O.P.H.
se cac de Fotografias da Cidade - O.P.H.
ESTENUMERO. DEZESSEIS DAS£'R1E Hl STORlA OOS BAIRROS DE sAO PAlA.O. FOI
COMPOSTO E IMPREssa PELA GRAFICA l.4 ~ IClPAl DE sio PAULO PARA A
DIVlsAo DO ARQUIVQ HISTORlco 00 DEPARTAMENTO 00 PATRIMON IO HISTO-
RICO DA SECRETARIA MUNICIPAl DE CU LTURA. DA PREFEITURA 00 MUNICiPIO
DE SAO PAULO. EM DEZEMBRO DE HU M Mil NOVECENTOS E SETENTA E NOVE,
SENDQ PREFEITO 0 DR. REYNAlDO EMYGDIO DE BARROS. SECRETARIO MUN ICI-
PAL DE CULTURA 0 SENHQR MARIO CHAMIE, DIRETOR 00 DEPARTAMENTO DO
PATRIMONID HISTORICO 0 PROFESSOR MURllO MARX E DIRETOA OA DIVtsAO 00
ARQUIVO HISTORICO 0 PROF. EDUARDO JESUS MORAES 00 NASCIMENTO.

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