Livro Completo - Políticas Educacionais
Livro Completo - Políticas Educacionais
Livro Completo - Políticas Educacionais
EDUCACIONAIS
POLÍTICAS
EDUCACIONAIS
Marília/SP
2022
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
“
A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.
Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
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salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
POLÍTICAS EDUCACIONAIS
PROF. NATHÁLIA DELGADO
SUMÁRIO
CAPÍTULO 01 POLÍTICAS EDUCACIONAIS: CONCEITOS E 07
BASES
SUMÁRIO
CAPÍTULO 11 POLÍTICAS PANDÊMICAS - EDUCAÇÃO E 110
CORONAVÍRUS
CAPÍTULO 1
POLÍTICAS EDUCACIONAIS:
CONCEITOS E BASES
1.1 Introdução
A partir da fala dos autores, podemos concluir já de início que: políticas públicas são
mais amplas do que as políticas públicas educacionais ou que as políticas educacionais.
De maneira direta, pode-se afirmar que as políticas neste sentido, referem-se às ações
do governo, estados, municípios. Tais ações são expressas de que forma? Por meio de
Leis, Diretrizes, Parâmetros, dentre outros documentos que visam organizar, planejar,
direcionar e conduzir as práticas sociais.
Lima (2018) reforça este entendimento e amplia a discussão ao mencionar que:
O que são ações reais? São aquelas que de fato podem e acontecem! Esta questão
está diretamente relacionada com a anterior. Se eu considerar os pressupostos
adequados é maior a chance de alcançar ações reais, ou seja, a lei sair do papel
e concretizar-se! Assim, na formulação de políticas públicas educacionais, é muito
importante ouvir o maior número possível de sujeitos diretamente relacionados com
as políticas que serão oferecidas (LIMA, 2018, p.15).
Estas afirmações nos deixam entusiasmados acerca das políticas educacionais,
pois, refletem uma situação ideal. Nos parece básico formular políticas que considerem
o seu contexto, não é mesmo? Infelizmente, não são estes aspectos que os dados
reais apontam.
Estudos recentes indicam, por exemplo, que uma das orientações mais
presentes nos documentos do Banco Mundial é a institucionalização de
políticas de alívio da pobreza expressas numa concepção de escola como
lugar de acolhimento e proteção social, em que um de seus ingredientes
é a implementação de um currículo instrumental ou de resultados.
Tais políticas trazem junto o desfiguramento da escola como lugar de
formação cultural e científica e, em consequência, a desvalorização do
conhecimento escolar significativo (LIBÂNEO, 2016, p.40-41).
Esse exemplo é muito significante, pois evidencia a maneira que tal influência
acontece. Vamos “dissecar” esse exemplo: no caso, menciona questões relacionadas à
valorização de políticas que visam combater a pobreza, aliás, é uma ideia recorrentemente
veiculada, não é mesmo? A escola como instrumento de emancipação. Quem aí
nunca ouviu “Você precisa estudar para ser alguém na vida” - Essa fala, com um olhar
superficial remete-se apenas ao papel da escola para você crescer, porém, refletindo
para além desta camada, sua base de pensamento é de que a escola vai te inserir em
uma posição diferente, como se estudando, você estivesse fadado necessariamente
a ser alguém na vida.
Com toda a certeza, a educação escolar te coloca em um patamar diferenciado
socialmente, porém, inserir a escola como única responsável pelo indivíduo ser alguém
na vida, não é uma afirmação que pode ser comprovada.
Continuando o raciocínio a partir da fala do autor. A partir do momento em que
as políticas voltam-se ao alívio da pobreza, a escola passa a ter uma concepção de
acolhimento e proteção social. Assim, necessariamente sua concepção deixa em
segundo plano o conhecimento escolar. Ou seja, se eu entendo que a escola é o lugar
de proteger, acolher, as ações que ocorrem lá dentro devem ser alinhadas para tal o
que por consequência deixa marginalizada a concepção de escola como a responsável
por proporcionar o conhecimento historicamente acumulado.
Indo para além da fala do autor, poderia a escola ter dois papéis? Ser a responsável
pelo alívio da pobreza e ao mesmo tempo responsável por transmitir conhecimento
científico? Quando pensamos as questões de forma isolada a resposta pode ser sim,
pois, a escola pode ter várias funções. No entanto, pensando na prática, como articular
o meu papel de aliviadora da pobreza junto com a transmissora de conhecimento?
Necessariamente, um dos meus papéis ficará em segundo plano. É exatamente isso
que o autor está nos indicando. A gente pode cumprir vários papéis, mas, sempre há
o que se destaca.
Interessante refletir essas questões, não é mesmo? Assim, você pode compreender
as práticas sociais e educativas com um olhar menos inocente e mais crítico.
No início deste item, refletimos algumas questões que demonstraram ser ideais
quando dizem respeito às políticas educacionais, em seguida, alguns dados da realidade
trouxeram outras visões. Para finalizar, vamos retomar o pensamento otimista e
refletindo acerca de questões, que pelo menos na teoria, demonstram ser relevantes
para um encaminhamento positivo das políticas educacionais.
Com certeza existem inúmeros planos ideais, cada um com seus devidos
pressupostos, mas, vamos seguir a linearidade do pensamento e considerar o plano
ideal o oposto do que foi criticado anteriormente, ou seja, a crítica recaiu no fato de
que as políticas educacionais estavam servindo como indutoras de ações que deixam
a escola e suas funções específicas em segundo plano. Desta forma, pensar o oposto
significa considerar como ideal uma linha de pensamento que considere a escola com
o papel de promover, por meio do ensino-aprendizagem, o domínio de conhecimentos,
É no artigo 208 que vem à tona as explicações acerca dos deveres do Estado, ou
seja, este dever será efetivado de que maneira? Este artigo possui sete incisos que
vão evidenciando e respondendo a esta questão, são eles:
Analisem como este artigo nos traz dados e conhecimentos relevantes. Não é
senso comum, por exemplo, as idades obrigatórias para escolarização. Principalmente,
considerando o seu início, 4 anos. Essa parte da CF/1988 por exemplo, já foi modificada
três vezes. Essa inserção como está hoje aconteceu em 2009. Reparem no terceiro
inciso, menção ao pessoal com deficiência na rede regular de ensino, justamente para
não haver segregação em escolas diferenciadas.
O artigo seguinte menciona as instituições privadas, o que é curiosidade para muitos
acerca de sua organização. O seu ensino é livre, porém, há dois pressupostos a serem
respeitados, sendo eles: I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público (BRASIL, 1988 [s.p.]).
Analisando em detalhes, nota-se que há autonomia para que eu monte uma escola a
partir de meus pressupostos, porém, eu devo cumprir as normas gerais de educação
nacional, ou seja, o que está na própria CF/1988, na Lei de Diretrizes e Bases (1996)
e demais diretrizes, de cunho nacional, bem com, passar pela avaliação de qualidade
do respectivo poder público.
O artigo 210 traz elementos que vão ao encontro da discussão de políticas
educacionais no item anterior. Nele, ficam fixados conteúdos mínimos para o ensino
fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores
culturais e artísticos, nacionais e regionais (BRASIL, 1988 [s.p.]). Dois pontos a serem
observados: assegurar formação básica comum, o que é muito relevante para garantir
acesso à uma educação igualitária, independente da escola em que estou. Será que
isso realmente acontece? Outro ponto: respeito aos valores regionais! Importantíssimo,
principalmente, tratando-se de um país como o nosso, com tamanha dimensão e
inúmeras culturas.
Percebam como o corpo da lei é bastante satisfatório em ler? Exatamente por
este motivo é importante você ter contato com ela, para ver que não é esse “bicho
de sete cabeças” que muitos acham! Elas nos trazem dados muito relevantes, além
de argumentos para nossa inserção social. Agora que você conhece estes dados,
estará fundamentado em algumas situações que os envolvem, como garantir vaga
para uma criança na idade obrigatória por exemplo, ou, passar esse conhecimento
para alguém que conheça.
Entrando especificamente na articulação responsabilidade e políticas educacionais,
a lei nos garante os determinados órgãos e suas devidas competências. No artigo 22
por exemplo, fica mencionado que compete à União legislar sobre Diretrizes e Bases
da educação Nacional. Bom, sabemos que existe a Lei de Diretrizes e Bases no país,
quem foi o responsável então? A União. Se vocês observarem no final de tal Lei, há a
menção de Fernando Henrique Cardoso, presidente da época. Não é o estado ou seu
município, por exemplo, que irá garantir diretrizes e bases de uma educação nacional.
É no artigo 211 que a Lei especifica as devidas responsabilidades administrativas.
A partir deste entendimento, fica mais fácil associar quem é responsável por qual
documento tratando-se das políticas educacionais. Primeiramente, o artigo menciona
que [...] A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime
de colaboração seus sistemas de ensino (BRASIL, 1988, [s.p.]). Isso significa que
cada um possui sua responsabilidade, porém, de modo colaborativo, são articulados,
interdependentes em algumas instâncias.
Neste caso, vou evidenciar em tópicos para que você aluno consiga efetuar uma
leitura e entendimento mais direto sobre o assunto. Tratando-se da União, será
responsável por:
• Organizar o sistema federal de ensino;
• Financiar as instituições de ensino públicas federais;
• Exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma
a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de
qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios.
Vale mencionar, que ele consta na CF/1988 desde 2009 e que seus elementos
demonstram diferentes preocupações acerca da educação no âmbito nacional. Se
você reparar os incisos, eles mencionam também, a universalização da escola, a
formação para o trabalho, melhoria da qualidade de ensino, ou seja, é bastante amplo
em suas especificidades.
Como você pode observar, além de traçar as competências aos diferentes entes, a
CF/1988, também realiza outras menções sobre a educação e que também influenciam
diretamente às políticas públicas educacionais.
Nesta aula, você pode ter uma visão geral de como a nossa Constituição Federal de
1988 pensa e organiza a Educação. Com certeza esse conhecimento, além de agregar
à sua formação, também agrega à sua vida social. Você vive em um país que possui
uma Constituição, então, vamos conhecê-la, não é mesmo?
Essa foi a aula de hoje! Se você realizou a leitura e assistiu as vídeo aula, certamente
teve um passo significativo em sua formação. Para continuar, na próxima aula, você
entrará em contato com a linearidade histórica acerca das políticas educacionais,
justamente para compreender como elas foram se desenrolando no país, bem como,
em quais contextos!
CAPÍTULO 2
LINEARIDADE HISTÓRICA DAS
POLÍTICAS EDUCACIONAIS
2.1 INTRODUÇÃO
O título deste item, enfatizando a respectiva década: 1930, é justamente para que
você lembre-se que: foi tardia as propostas de regulamentações e preocupação em
relação às políticas educacionais no país. Analisando o histórico da Educação, há
consenso entre os autores de que foi na década de 1930 que houve um salto qualitativo
em relação às suas políticas públicas educacionais. No entanto, há um contexto social
e político que justifica tais mudanças, bem como, intenções específicas para tal. Aliás,
é a partir de tal década que o Ministério da Educação, em seu site oficial, relata a
história das políticas educacionais brasileiras. Por estes motivos, nosso recorte teórico
é a partir de então.
Contextualizando esse período, o Brasil vive a chamada Era Vargas, sob o comando de
Getúlio Vargas. Acerca da educação, há a visão que articula educação e desenvolvimento
do país. Aliás, é importante salientar que os fatos nacionais estão articulados com os
internacionais, conforme pode ser observado:
sistema educacional menos elitista e aberto à interpenetração das classes sociais com
vistas às necessidades de um Brasil que se industrializava (MEC, 2018). Filho (2005) é
enfático ao afirmar que o documento não está apenas preocupado em estabelecer um
diagnóstico do quadro educacional brasileiro, pois, há nele uma proposta de criação
de um sistema nacional de educação.
ANOTE ISSO
Você viu aí no histórico que o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova foi um
importante documento no âmbito das políticas educacionais. Vamos dar uma
olhada em alguns de seus pontos?
II. Organização da escola secundária (12 a 18 anos) em tipo flexível de nítida
finalidade social, como escola para o povo, não preposta a preservar e transmitir as
culturas clássicas, mas destinada, pela sua estrutura democrática, a ser acessível
e proporcionar as mesmas oportunidades para todos, tendo, sobre a base de uma
cultura geral comum (3 anos), as seções de especialização para as atividades
de preferência intelectual (humanidades e ciências) ou de preferência manual e
mecânica (cursos de caráter técnico).
V. Criação de Universidades, de tal maneira organizadas e aparelhadas que possam
exercer a tríplice função que lhes é essencial, elaborar e criar a ciência, transmiti-
la e vulgarizá-la, e sirvam, portanto, na variedade de seus institutos: à pesquisa
científica e à cultura livre e desinteressada; à formação do professorado para as
escolas primárias, secundárias, profissionais e superiores (unidade na preparação
do pessoal do ensino); à formação de profissionais em todas as profissões de base
científica; à vulgarização ou popularização científica,literária e artística,por todo os
meios de extensão universitária.
X. Reconstrução do sistema educacional em bases que possam contribuir para a
interpenetração das classes sociais e formação de uma sociedade humana mais
justa e que tenha por objetivo a organização da escola unificada, desde o Jardim da
Infância à Universidade, em vista da seleção dos melhores, e, portanto, o máximo
de desenvolvimento dos normais (escola comum), como o tratamento especial de
anormais, subnormais (classes diferenciais e escolas especiais)”. (AZEVEDO, s.d. p.
88-90 apud RIBEIRO, Maria Luisa Santos, 1993, 108-110).
Neste momento, o Ministro da Educação era Gustavo Capanema que deu início
à publicação de vários decretos-lei que ficaram conhecidos como: Leis Orgânicas
do Ensino. Aliás, o conhecimento científico aponta que neste período há uma visão
específica em torno da educação, bem como, como pano de fundo, baseando-se na
ideia de que esta é “capaz de salvar a sociedade de todos os seus males”. Aliás, após
o golpe militar que derrubou Vargas, em 1945, durante o Governo Provisório presidido
pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), foram publicados mais quatro
decretos-lei relacionados à educação.
É na Constituição de 1946, que são retomados alguns direitos garantidos pela
Constituição de 1934, especificamente no artigo 167, que expressa [...] o ensino deverá
ser ministrado pelos poderes públicos, embora livre à iniciativa particular, respeitando-
se as determinações legais (SOUZA; SANTOS, 2019). Para que o direito à educação
fosse realmente assegurado, os autores apontam que o artigo posterior destina 10%
do orçamento da União e 20% do estado à este âmbito.
Neste mesmo ano, a organização do sistema educacional iniciada em 1942 é
assegurada com a publicação das leis orgânicas do ensino primário- Decreto-Lei nº
8.529, de 2 de janeiro de 1946. É também nesta década que foi lançada a Campanha
Nacional de Educação de Adultos, com participação de todos os Estados e do Distrito
Federal, que resultou na instalação de 10 mil classes de ensino supletivo para adulto
(MEC, 2018).
Outro ponto relevante a ser evidenciado na década de 1940, remete-se à 1948,
quando uma comissão composta por setores da educação cria e encaminha à Câmara
dos Deputados, uma proposta de estatuto para o ensino. O interessante deste fato,
é que tal documento, segundo dados do Ministério da Educação (2018), serviu de
referência para o Projeto de lei de Diretrizes e Bases da Educação promulgada 13
anos mais tarde. Aliás, Souza e Santos (2019) apontam que apesar das mudanças
e da Nova Constituição, a legislação herdada vigorou até 1961, quando teve início a
vigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
pois, segundo o autor, causou prejuízos para educação, especialmente no que se refere
à sua ampliação, pois fortaleceu o setor privado e limitou a expansão do ensino público.
Esta visão é reforçada por Souza e Santos (2019) ao apontarem que neste período
houve um maior distanciamento dos ideais de universalização e democratização da
educação, pois, pautou-se pela repressão e pela privatização do ensino, além de
continuar privilegiando a classe dominante com o ensino de qualidade, deixando de
fora as classes populares.Os autores também justificam este entendimento com base
na oficialização do ensino profissionalizante, que visava preparar mão de obra para
atender às necessidades do mercado.
Para contextualizar o presente contexto, é importante você perceber que:
Vale salientar, que a referida Lei substituiu as Leis Orgânicas do Ensino e demais
normativas anteriores, além de que, durante suas mais de três décadas em vigor, foi
submetida a inúmeras alterações. Ela também atende diferentes vertentes sociais,
trazendo elementos das reivindicações do Manifesto dos Educadores (1959) e atendendo
também aos defensores da educação privada. A propósito, a partir de tal Lei, o ensino
no país baseia-se no ensino primário de cinco anos e ensino médio dividido nos ciclos
ginasial e colegial (COSTA;MUELLER, 2020).
Sabia que você pode ter acesso à primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação?
Seria interessante você analisar os seus itens e ter uma noção de seu linguajar
diretamente na fonte! Até mesmo, pois, é até hoje umas das principais Leis no
quesito Educação! Mas claro, em versão posterior!
Link para acesso na íntegra: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1960-1969/lei-
4024-20-dezembro-1961-353722-publicacaooriginal-1-pl.html
ter uma parte diversificada, em função das diferenças regionais (MEC, 2018). Souza
e Santos (2019), também destacam o fato da não participação popular na aprovação
de tal documento, bem como, alguns itens específicos que afetam diretamente as
escolas e a formação dos alunos, como por exemplo: o 2º grau ser obrigatoriamente
profissionalizante e o 1º dedicado à educação geral. Portanto, pode-se afirmar que a
partir desta Lei, a estrutura do ensino no país tomou nova forma: 1º grau constituído
por oito séries; 2º grau constituído por três séries (habilitações plenas ou parciais).
Contextualizando este momento, é relevante enfatizar que por trás dos discursos de
inovação, o Regime Militar diminuiu drasticamente recursos relacionados à educação,
fazendo com que o país chegasse à década de 1980 com alguns índices preocupantes,
como por exemplo:
em 1997. Este documento é muito relevante para o pessoal das escolas, ainda que
não seja de uso obrigatório. Por este motivo chama-se de parâmetros.
Já a nova LDB, Lei 9394 de 20 de dezembro, aliás, última até então, data de 1996. Vale
lembrar que: de sua criação até os dias atuais há modificações por meio de resoluções,
ou seja, a Lei não é estática, ela também é mutável nos diferentes períodos dos anos.
E, diferente do documento mencionado anteriormente, ela tem caráter de Lei. Desta
forma, ela estabelece normas para todo o sistema educacional, da educação infantil
à educação superior, além de disciplinar a Educação Escolar Indígena. A nova LDB
substitui a Lei nº 5.692 de 1971 e dispositivos da Lei nº 4.024, de 1961, que tratavam
da educação (MEC, 2018). Há uma aula específica sobre a LDB, justamente, por ser
uma das mais importantes políticas educacionais no país.
A estrutura do ensino no país ganha nova forma após este documento. Segundo
esta lei, a educação básica abrange: a) Educação infantil constituída pela creche para
crianças de zero a três anos e pré-escolas para crianças de quatro a seis anos; b)
Ensino fundamental constituído por oito anos; c) Ensino médio constituído por três
séries (Shiroma; Morais; Evangelista, 2002).
Em 1998 é criado o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), avaliação conhecida
por todo o país, além de porta de entrada em muitas Universidades, propiciando a
democratização do acesso. Cabe relembrar que o tempo foi primordial para o alcance
de conquistas no que diz respeito às oportunidades advindas da avaliação. Foi em sua
quarta edição, em 2001, que passou a ser aceita como teste válido para o acesso ao
ensino superior, de modo isolado ou combinado ao vestibular tradicional (MEC, 2018).
No ano de 1999 são criadas as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Escolar
Indígena. Faz-se questão de evidenciar este fato, pois, ainda há desconhecimento da
população em relação aos povos indígenas e parte das suas conquistas, que ainda
estão em processo. Este documento foi aprovado por meio do Parecer nº 14/99, de
14 de setembro de 1999 da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de
Educação. Aliás, você consegue acessá-lo na íntegra! Vale a pena dar uma olhada!
A partir dos anos 2000 uma série de documentos são validados no âmbito das
políticas educacionais, cabe destacar os Planos Nacionais da Educação (PNE- 2001-
2010; 2014-2024), as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica e a Base
Nacional Comum Curricular (BNCC). Todos estes documentos são articulados. Tratando-
se das políticas educacionais você precisa estar ciente que: a LDB é a Lei maior da
Educação. Ou seja, na organização do país, a matéria educacional é conferida por ela
aos diversos entes federativos: União, Distrito Federal, Estados e Municípios.
No entanto, cada um deles possuem determinadas autonomias específicas ao referir-
se à educação. Desta forma, Diretrizes e Parâmetros são organizados pelo ente federal,
com base na LDB, mas, também há documentos específicos nos municípios, estados
e Distrito Federal. Há uma aula específica sobre tais incubências! Neste momento
você só precisa compreender estes elementos para situar onde está cada lei e suas
devidas hierarquias.
Conforme mencionado, os documentos supracitados seguem a LDB, que é a Lei
maior da Educação, desta forma, os seus elementos devem estar em consonância
com ela. Como pano de fundo há o PNE que apresenta metas a serem cumpridas
durante os anos. A referida Base é um [...] documento de caráter normativo que define
o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos
devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica [...]”
(BRASIL, 2017, p. 9). Já as Diretrizes:
Políticas avaliativas na educação, também tomam forma a partir dos anos 2000.
Aliás, é relevante refletir que a inserção destas políticas são pertinentes para que o
Ministério da Educação possa monitorar, analisar e avaliar suas políticas educacionais
(LIMA, 2018). Há várias críticas no âmbito científico e teórico acerca de tais avaliações
e questionamentos sobre a qualidade que aferem, no entanto, a justificativa para seu
surgimento e manutenção é justamente esse: trazer elementos para a elaboração e
projeção de políticas educacionais posteriores. Também há as políticas de financiamento
CAPÍTULO 3
COMPREENDENDO A LEI MAIOR
DA EDUCAÇÃO NACIONAL: DA
EDUCAÇÃO EM GERAL
3.1 Introdução
3.2 Da educação
Iniciamos o trato com a Lei pensando na educação em geral. Até o seu artigo 21 é
da Educação em geral que ela se refere. Vamos por partes, ok? Assim, você consegue
ir compreendendo suas nuances! Aliás, o título deste item: Da educação, foi baseado
no título I da LDB, que possui o mesmo nome.
A primeira preocupação da LDB é explicar do que se trata a educação. É relevante
observar que o seu conceito é amplo e não pensa apenas a educação formal ou
institucionalizada, olhem só: Art. 1º A educação abrange os processos formativos que
se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições
de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e
nas manifestações culturais (BRASIL, 1996, [s.p.]).
Você esperava que a Lei maior da educação, ao definir educação, considerasse um
conceito amplo? Só pra você refletir! Junto a este artigo, há dois parágrafos explicativos,
que tratam da educação escolar de forma específica. Mencionam que ela, a educação
escolar, se desenvolve prioritariamente por meio do ensino e em instituições próprias,
bem como, que deve se vincular ao mundo do trabalho e a prática social. Olhem quanto
conhecimento já de início…. vamos por partes!
Primeiro ponto, considera a educação para além da escolar, porém, detalha
especificidades desta. Ao mencionar instituições próprias está se referindo às escolas,
independente do nível. E ao vincular a educação escolar ao mundo do trabalho e
práticas sociais, já temos um pano de fundo para pensar na ação pedagógica.
Ação pedagógica significa ação do professor, ações voltadas ao processo ensino
aprendizagem. Considerando que a LDB afirma: A educação escolar deverá vincular-
se ao mundo do trabalho e à prática social, ou seja, na prática da educação, nas
ações pedagógicas, estes elementos devem ser considerados. O processo ensino
aprendizagem não pode perder de vista, considerando que estamos falando da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a inserção do indivíduo no social, suas
práticas e também suas articulações com o trabalho.
Prosseguindo, a lei evidencia o que considera como finalidade da educação,
logo em seu art. 2º [...] A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos
princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o
pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho (BRASIL, 1996, [s.p.]). Repararam que traz elementos que
Este artigo traz à tona uma série de questões discutidas e questionáveis acerca da
realidade educacional. Por exemplo, afirma que o ensino será ministrado com base no
princípio da igualdade de condições de acesso, da liberdade de aprender, do pluralismo
de ideias, da valorização do profissional escolar, entre outros. Se você refletir cada
um dos princípios enunciados, eles são maravilhosos e muito necessários, porém, de
olho na prática, sabemos a dificuldade que é alcançar cada um deles, mesmo não
estando dentro de uma escola, por exemplo.
De qualquer forma, tratando-se de uma política e mais que isso, a lei maior da
educação, entende-se que seus elementos devem sim perpassar questões que nós
consideramos ideal, não é? Ainda que seja difícil alcançar, se é o considerado ideal,
é o que estará na lei. Por este e outros motivos que em muitos casos acontecem
para garantir o oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela ser imputada por crime
de responsabilidade (BRASIL, 1996, [s.p]). O parágrafo seguinte amplia essa questão,
demonstrando que o Estado, para garantir o acesso, criará formas alternativas deste
acesso, aos diferentes níveis.
O artigo 7º faz menção ao ensino privado, conforme já foi evidenciado na CF/1988.
Em 2019 foi incluído o artigo 7º-A que aponta para a liberdade do aluno em ausentar-se
da escola, quando necessário, a partir de demandas culturais ou religiosas. Refere-se
à escola pública ou privada. Posteriormente, a presente lei difere cada um destes tipos
de organizações escolares.
A partir de então, a LDB/1996 começa a apresentar as responsabilidades de cada
ente a partir dos níveis de ensino, conteúdo que também consta na CF/1988 e já
foi visto na aula 1. No entanto, neste documento é mais esmiuçado os deveres e
responsabilidades.
Tratando-se da União, por exemplo, fala-se do dever acerca da criação do Plano
Nacional de Educação, de Diretrizes para a educação básica, de avaliação adequada
aos níveis de ensino, baixar normas acerca dos cursos de graduação e pós-graduação,
além de disseminar informações sobre a educação, dentre outros aspectos.
Aos estados, menciona-se o auxílio a seus municípios, a execução de diretrizes
e planos articulados com os de cunho nacional, além de assumir transporte aos
alunos da rede estadual, tratando-se da educação superior, os estados também são
responsáveis pelas Universidade de cunho estadual, devendo: autorizar, reconhecer,
credenciar, supervisionar e avaliar. Já aos municípios, há os deveres de exercer ações
redistributivas entre as suas escolas, baixar normas aos seus sistemas de ensino,
assumir o transporte da rede municipal, dentre outros. Sabia que o município pode
integrar-se ao sistema estadual ou compor com ele um sistema único de educação
básica? Está garantido no parágrafo único do artigo 11.
Além das responsabilidades de cada ente, há também as responsabilidades
específicas dos estabelecimentos de ensino, em outras palavras, as escolas, previsto
no artigo 12. Este artigo contém onze incisos, ou seja, são muitas especificações. É
importante você se situar que o conceito de gestão democrática não é atoa, pois, ele
levou algumas responsabilidades para dentro da escola. Vamos conhecê-las, pois,
são aquelas que mais diretamente interferem no nosso trabalho.
Primeiro ponto: elaborar e executar sua proposta pedagógica. Já ouviu falar em
PPP? Projeto Político Pedagógico da escola? É essa proposta que está se referindo.
Este documento é a base da escola, nele há informações técnicas e pedagógicas do
Esse trabalho articulado também facilita para que o pai saiba como trabalhar com
o filho dentro de casa. Se há essa união escola e família, facilita para todos! Vale
salientar que essa redação foi incluída na LDB em 2009.
Oitavo ponto: notificar ao Conselho Tutelar do Município a relação dos alunos
que apresentem quantidade de faltas acima de 30% (trinta por cento) do percentual
permitido em lei. Este item demonstra a importância da escola frente ao social. Havendo
faltas excessivas a escola tem a responsabilidade em avisar o Conselho, assim, este vai
verificar os motivos para tal. Considerando que há idade obrigatória para inserção na
escola, deve haver fiscalização para tal, e esse controle é uma das formas de efetivar.
Essa redação foi incluída na LDB em 2019, super recente, né?
O nono ponto também foi uma inclusão recente, 2018, e ele menciona sobre:
promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos
de violência, especialmente a intimidação sistemática (bullying), no âmbito das escolas.
Não precisamos dizer que é super relevante, além de necessário nas escolas. Este
espaço ocupa grande parte da vida dos indivíduos, então coibir atos negativos também
faz parte de suas funções do dia a dia. E este aspecto incluso na Lei torna-se para
além de um senso comum.
O décimo ponto está articulado e menciona sobre a escola estabelecer ações
destinadas a promover a cultura de paz, ou seja, coibir ações de desordem e maus
tratos. O último ponto, é também incluído em 2019, menciona sobre promover ambiente
escolar seguro, porém, neste caso trata-se especificamente ao enfrentamento ao uso
ou dependência de drogas, cabendo à escola adotar estratégias para tal.
As incumbências das instituições escolares são bem amplas e focam diferentes
aspectos de sua rotina, como pode ser observado. Prosseguindo nesta linha de prever
responsabilidades, a LDB em seu artigo 13 foca na figura do professor, especificando
seis responsabilidades, que também serão vistas em detalhes, pois afetam diretamente
a sua formação e atuação.
Primeiro ponto: participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento
de ensino. Articula-se ao item anterior que menciona tal aspecto, ou seja, se há uma
proposta que é o pano de fundo da escola e sendo o professor um dos principais
agentes do processo ensino aprendizagem, ele deve participar dessa elaboração não
é mesmo? A realidade neste caso nem sempre garante este aspecto, no entanto, cabe
situar que está previsto em lei. Aliás, na lei maior da educação.
Segundo ponto: elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica
do estabelecimento de ensino. Claro! É trabalho do professor basear-se na proposta
da escola em que atua, afinal, ele é um profissional inserido naquele âmbito. Terceiro
ponto: zelar pela aprendizagem dos alunos. Aspecto complexo e necessário, no
entanto, vale lembrar que o professor é a figura direta com os alunos, é o elo cotidiano,
então, sua responsabilidade neste ponto torna-se indispensável. O quarto ponto está
articulado e refere-se ao estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de
menor rendimento, aspecto que também é responsabilidade das escolas.
O quinto ponto trata das responsabilidades de organização, prevendo que o professor
deve ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente
dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional.
O sexto ponto também articula-se com um previsto anteriormente ao tratar-se das
incumbências das instituições de ensino, pois cabe ao professor colaborar com as
atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.
Sendo a LDB a lei maior da educação, conhecê-la a fundo garante aspectos para a
formação e atuação, como pode ser percebido. O que ela aponta como responsabilidade
do professor, por exemplo, tratando-se de uma lei de cunho nacional, é o que será
tomado por base nos municípios, estados e estabelecimentos de ensino ao propor
responsabilidades a este cargo. Os entes podem até ampliar as obrigações, mas, não
podem desvincular-se da lei maior. Desta forma, tal conhecimento é o norteador de
todos os professores do país, independente do nível de ensino em que atuam.
Foi evidenciado acerca de elementos da gestão democrática em itens anteriores,
porém, é no artigo 14 que ele ganha evidência e corpo específico na Lei. Segue na
íntegra:
a todos os indivíduos que estão trabalhando diretamente na escola, bem como, pais,
alunos e também a comunidade externa, que vive nas proximidades da escola.
A discussão sobre gestão democrática é bastante ampla, como você poderá ver em
aula específica, porém, suas especificidades no corpo desta lei, são bem limitadas, pois,
configuram-se em apenas estes itens de forma específica. Assim, pode-se compreender
que: a LDB, tratando-se da gestão democrática toma por base dois princípios básicos
que irão nortear as ações escolares.
Ao modo que os artigos vão sendo delineados na aula, vai ficando mais claro
a relevância de compreendê-los desta forma detalhada, não é mesmo? É muito
conhecimento para ser refletido para a formação e também atuação. Esta lei é bastante
ampla e necessária, garantindo nossas bases legais em âmbito educacional.
O décimo quinto artigo está indiretamente relacionado à gestão democrática,
assim, ao artigo anterior, ao mencionar que: Os sistemas de ensino assegurarão às
unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de
autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas
gerais de direito financeiro público (BRASIL, 1996, [s.p.]). Não há a palavra gestão em
específico, mas, refletindo o item, demonstra um processo de descentralização, pois,
aponta para os sistema irem garantindo autonomia às escolas, seja em seu aspecto
pedagógico e também administrativo.
Articulando com a prática, refere-se aos sistemas estaduais ou municipais, por
exemplo, garantindo tais autonomias às suas escolas. Desta forma, está relacionado à
gestão democrática, pois amplia o nível de atuação das instituições escolares acerca
de suas próprias questões.
Outro ponto relevante para você se situar é sobre a nomenclatura: sistema de
ensino: ela é ampla! A partir de então, a lei irá situar, nos artigos 16, 17 e 18 o que
compreende cada sistema.
A partir do décimo sexto artigo, a linearidade da lei altera-se conforme vinha
caminhando, mas, vale lembrar que até o seu artigo 21 refere-se à Educação de modo
geral. A partir de então o foco recai nas especificidades de cada sistema de ensino,
esclarecendo o que compreende cada um deles.
O artigo 16 foca os sistemas federais, indicando o que eles compreendem: as
instituições mantidas pela União, bem como, relacionadas à rede privada e órgãos
federais de educação. Já o artigo 17 recai sobre os sistemas de ensino estaduais e
do Distrito Federal, compreendendo:
Tais explicações são simples e pontuais, mas, importantes para direcionar o nosso
pensamento acerca do que é cada categoria administrativa, pois, suas implicações e
responsabilidades são direcionadas. Agora, ao ouvir falar de escola da rede pública
ou privada você saberá a diferença, bem como, suas especificidades na lei.
Vale mencionar, que no ano de 2019 foram incluídos dois parágrafos em tal artigo,
especificando que também há instituições que se qualificam como confessionais ou
como filantrópicas.
O artigo 20 foi revogado também em 2019, por este motivo, entramos direto no 21
para finalizar a presente aula. Este, também é simples e pontual, porém, extremamente
significativo, indicando a que se refere a educação escolar.
Em muitos casos as pessoas ao ouvirem “escolar” entendem apenas o trato com
crianças, porém, no corpo da lei é mais amplo, pois inclui também o ensino superior.
Portanto, ao tratar de educação escolar, a LDB compreende a educação básica e o
ensino superior. Lembrando que a educação básica compreende: educação infantil,
ensino fundamental e ensino médio.
Bom, nesta aula nós vimos até o capítulo 21, pois, são os que inicialmente abordam
a educação em geral! Na próxima aula daremos prosseguimento no corpo da Lei!
CAPÍTULO 4
A EDUCAÇÃO BÁSICA NA LEI
DE DIRETRIZES E BASES DA
EDUCAÇÃO NACIONAL
4.1 Introdução
O capítulo II da LDB possui justamente este título: Da educação básica. Iniciando com
disposições gerais para posteriormente entrar em cada nível de ensino em específico.
Acerca de sua finalidade, fica reforçado o entendimento já mencionado anteriormente
sobre a educação de forma articulada ao social e neste caso, mencionando a formação
comum e o mercado de trabalho [...] A educação básica tem por finalidades desenvolver
o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da
cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores
(BRASIL, 1996, [s.p]).
Essa formação comum remete-se ao fato da tentativa em propiciar uma educação
igualitária. Seja para rede pública e privada, seja para os alunos em diferentes regiões.
Em São Paulo há uma escola da rede pública, que desde 2005 está atuando de
forma diferenciada, a EMEF Desembargador Amorim Lima! Para chegar até a
sua configuração atual é importante você conhecer parte do seu histórico, pois é
sensacional!
A escola existe desde 1956 e já teve outros nomes. É a partir de 1996, que
mudanças começam acontecer, partindo da iniciativa da direção, após notar
grande número de evasão por parte dos alunos. Ao invés de combater a evasão por
meios já conhecidos, a direção derrubou parte dos muros da escola, deixando ela
aberta e integrada à parte da sociedade. Muito diferente não é mesmo?
“Nesta época, derrubaram-se os alambrados que cerceiam a circulação no pátio,
num voto de respeito e confiança. A escola passou a ser aberta nos fins de semana,
melhoraram-se os espaços tornando-os agradáveis e voltados à convivência. Enfim,
a escola foi aberta à comunidade.”
Além deste fato, os alunos de séries mais avançadas foram convidados para
frequentar e viver a escola fora de seus horários de aula, como monitores em
atividades variadas. A sala da diretoria deixou de ser um espaço voltado para
receber alunos com problemas de indisciplina e agora passou a ficar sempre
de portas abertas. Consequentemente, houve um maior apoio e engajamento
crescente dos pais e mães de alunos e da comunidade, a escola passou a oferecer
atividades extracurriculares.
Em 2002 com um conselho de escola fortemente constituído foram levantados
dados reais, visando melhorar o processo ensino aprendizagem dos alunos. A
partir de então, as ações foram prosseguindo, sem perder o seu intuito de vista. Em
2003, o conselho convidou a psicóloga Rosely Sayão para auxiliar na construção de
melhores critérios de análise. A entrada desta profissional foi o pontapé inicial para
a configuração que a escola possui nos dias atuais.
Esta, apresentou ao conselho um vídeo da “Escola da Ponte”, localizada em
Portugal. Eles perceberam que os valores ali instituídos eram próximos de suas
expectativas. Desta forma, buscou-se adequação no Projeto Político Pedagógico da
escola e montou-se uma proposta para organização da escola como um todo. A
secretaria municipal da educação aprovou o projeto e entre 2004 e 2005 iniciou-se
a implantação do novo modelo.
Para ter acesso ao projeto diferenciado da escola, acesse esse link e conseguirá
visualizá-lo de maneira completa: https://amorimlima.org.br/institucional/projeto-
politico-pedagogico/
O próximo artigo, 24, traz uma série de elementos que norteiam os níveis fundamental
e médio. Aliás, estes serão organizados com algumas regras em comum. Vamos por
partes pois merecem atenção.
O primeiro inciso diz respeito a carga horária mínima. Lembram que no artigo
que tratava das atribuições das instituições escolares, uma destas era relacionada à
organização do calendário escolar? Enfim, a escola organiza, com base na carga horário
vislumbrada: - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas para o ensino
fundamental e para o ensino médio, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de
efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver.
O segundo inciso entra no quesito classificação, que pode ser compreendido por
“passar de ano”. II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do
ensino fundamental, pode ser feita:
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase
anterior, na própria escola;
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela
escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e
permita sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme regulamentação
do respectivo sistema de ensino.
As opções são até amplas, se considerar o terceiro item. O primeiro trata do processo
mais usual, que vemos na prática; já o segundo considera os alunos transferidos. E
o terceiro, amplia as opções, considerando uma avaliação feita pela própria escola
O terceiro inciso traz um argumento relevante na questão prática, mencionando
que os estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, podem ter um
regimento escolar com formas de progressão parcial, porém, desde que preservada
a seqüência do currículo, observadas as normas do respectivo sistema de ensino.
O quarto item vai ao encontro da experiência prática que vimos na EMEF Amorim
Lima, apontando os distintos tipos de organizações permitidas: IV - poderão organizar-
se classes, ou turmas, com alunos de séries distintas, com níveis equivalentes de
adiantamento na matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros
componentes curriculares.
O quinto inciso trata das formas de avaliação, e também é bastante amplo, deste
modo, vamos analisar na íntegra pois interfere diretamente na forma de trabalho do
professor. V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
Aliás, existe uma articulação entre quantidade de alunos e professores, deve haver
uma proporcionalidade.
Outro aspecto é a carga horária, que aqui é colocada como responsabilidade das
autoridades responsáveis, em administrá-las. Outro ponto também é autoexplicativo,
ao mencionar as condições materiais do estabelecimento. O destaque aqui é inseri-lo
como condição necessária, como objetivo permanente de adequação. Interessante,
não é mesmo?
O parágrafo único deste artigo traz uma afirmação que muda nossa leitura aos
itens anteriores. Olhem só: [...] Cabe ao respectivo sistema de ensino, à vista das
condições disponíveis e das características regionais e locais, estabelecer parâmetros
para atendimento do disposto neste artigo (BRASIL, 1996, [s.p]). Sendo assim, fica
esclarecido quem são as autoridades responsáveis anteriormente mencionadas.
O artigo 26 é bem interessante pois trata de currículo, trazendo especificações.
Em um primeiro momento, aponta para um currículo base nacional comum a todos
os níveis da educação básica, além, da necessidade de complementação, em cada
sistema de ensino e cada estabelecimento escolar, de partes que correspondam à
sua realidade. Este ponto se chega na prática desta forma, seria satisfatório, não é?
Partiríamos do fato de todos os alunos receberem os mesmos conteúdos escolares,
mas, sem perder de vista as especificidades a serem consideradas.
Os parágrafos deste artigo reportam-se às obrigatoriedades referentes aos
currículos, merecem destaque! Há a obrigatoriedade do estudo da língua portuguesa
e da matemática, além do mundo físico e natural e da realidade social e política,
especialmente do Brasil; O ensino de arte torna-se componente obrigatório da educação
básica, sendo mencionado as suas expressões regionais. A educação física também
é obrigatória, porém, sendo facultativa à alguns alunos, já ouviu falar?
Olhem só os requisitos: I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis
horas; II – maior de trinta anos de idade; III – que estiver prestando serviço militar
inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da educação física; VI –
que tenha prole. (BRASIL, 1996, [s.p.]).
Esses detalhes são geralmente desconhecidos, não é? Aliás, não precisamos saber
de tudo, mas, quanto mais sabemos, mais conseguimos nos inserir de forma ativa
socialmente, não é mesmo? Olhem quanta coisa a LDB/1996 pode nos ensinar e nos
fundamentar!
E para finalizar, o artigo 28 trata da educação básica para a população rural. Os itens
supracitados, incluem este nicho, porém, há especificações para além que consideram
suas características próprias, tais quais:
É interessante você refletir que a LDB levanta inúmeras bandeiras ao modo que
considera a população rural, indígena, bem como, reforçam as questões do trabalho de
valorização da população negra e suas influências para nossa cultura. Tais aspectos
no corpo da lei já são muitas vezes difíceis de serem concretizados, imaginem estando
fora dela.
A partir de então, o trato da lei será de acordo com os níveis específicos. Percebam
que há uma coerência linear nos seus artigos? Esta lei é muito frutífera em nos
proporcionar conhecimento, aliás, ela nos eleva na área da educação. Conhecê-la
nos coloca em um patamar para além.
Ingressando nas especificidades de cada item, o artigo 29 foca na educação
infantil, ressaltando ser o primeiro nível da educação básica, com a finalidade do
desenvolvimento integral da criança de até 5 anos de idade. Já explicamos por aqui o
que significa esse desenvolvimento integral, né? Neste caso, a lei traz a especificação,
mencionando os aspectos: físico, psicológico, intelectual e social. O interessante é
o artigo 35-A, fazendo menção à Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Esta, sob
aprovação do Conselho Nacional de Educação, definirá os objetivos do ensino médio nas
seguintes áreas do conhecimento: I - linguagens e suas tecnologias; II - matemática e
suas tecnologias; III - ciências da natureza e suas tecnologias; IV - ciências humanas
e sociais aplicadas (BRASIL, 1996).
Tal artigo ampliou bastante a lei e consequentemente, as determinações sobre
o ensino médio, trazendo para além dos incisos mencionados, oito parágrafos. O
primeiro trata da parte diversificada do currículo, mencionada no artigo 26, devendo
esta estar articulada à BNCC; já o segundo parágrafo, traz especificações à própria
BNCC, mencionando que obrigatoriamente ela incluirá estudos e práticas de educação
física, arte, sociologia e filosofia, além, de responsável por estabelecer critérios dos
padrões de desempenho relacionados a este nível de ensino. No mais, há menções
reforçando artigos e itens anteriores.
O artigo 36 também trata do currículo o articulando à BNCC, ficando instituído
que este documento será responsável pelo componente curricular, bem como, pelos
itinerários formativos e arranjos curriculares de acordo com as especificidades locais.
Nos incisos são reforçadas as áreas já mencionadas no artigo 35-A.
Este artigo teve a inclusão, em 2008, dos artigos 36B, 36C e 36D que dizem
respeito ao ensino médio articulado ao ensino profissionalizante.Vale ressaltar que
as especificações acerca deste nível de ensino não alteram-se, apenas ampliam-se,
podendo prepará-lo para o exercício de profissões técnicas [...] A preparação geral para
o trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional poderão ser desenvolvidas
nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com instituições
especializadas em educação profissional (BRASIL, 1996, [s.p]).
Aliás, essa educação profissionalizante pode ser realizada junto ao ensino médio,
ou destinada aos que já concluíram, devendo estar de acordo com as diretrizes
curriculares nacionais previstas no Conselho Nacional de Educação, podendo ter
normas complementares nos sistemas de ensino nas devidas instituições escolares.
E aos alunos que não concluíram a educação básica na idade adequada? Há a opção
da educação de jovens e adultos, estando presente também na LDB nos artigos 37 e
38: A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso
ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria e
constituirá instrumento para a educação e a aprendizagem ao longo da vida (BRASIL,
1996, [s.p]).
Essa oportunidade merece destaque, pois, vivemos em um país tão grande, que,
em muitas situações os alunos precisam ser distanciados da escola. Uma realidade
triste, porém, presente. Desta forma, essa previsibilidade em lei garante condições
para a inserção destes alunos.
Fica instituído em parágrafo específico que os sistemas de ensino são os
responsáveis em assegurar gratuitamente essa educação, bem como, com as suas
devidas características.
Se você chegou até aqui, já está em sua segunda aula tomando por base a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação. Ela nos fornece elementos muito ricos na prática
social, não é mesmo? Além de garantir questões relevantes à toda educação no país.
Encerramos a presente aula por aqui, pois, encerra-se os elementos da LDB que
tratam da Educação básica em títulos específicos. Há menções a estes níveis, por
exemplo, ao tratar dos recursos financeiros, entre outros, mas, trabalharemos em
aulas posteriores! Até a próxima!
CAPÍTULO 5
A BASE NACIONAL COMUM
CURRICULAR - BNCC
5.1 Introdução
A BNCC prevê que ao final da educação básica dez competências sejam adquiridas
pelos estudantes. Desta forma, ao longo dos anos trabalha com as aprendizagens
essenciais. Cabe ressaltar que o documento entende a competência como a mobilização
de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas
e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida
cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho (BRASIL, 2017).
Na imagem a seguir há as dez competências gerais previstas pela BNCC, ou seja, o
que espera-se do aluno ao concluir a educação básica.
ANOTE ISSO
Muitos destes itens você também pode articular quando for fazer um plano de aula,
por exemplo, ou alguma ação relacionada à educação! Fica a dica!
A partir dos itens mencionados, fica ainda mais evidente como a BNCC é prática
em seus discursos, facilitando o seu entendimento por parte das escolas, professores
e envolvidos na educação em geral. Aliás, se há este pressuposto nacional, que deve
chegar ao chão da escola, é preciso que seja de fácil acesso e compreensão, não é
mesmo?
Agora que você já teve acesso aos itens gerais, vamos compreender o que a BNCC
propõe para os respectivos níveis de ensino? Você vai se surpreender, pois, as propostas
são muito realistas e bem fundamentadas!
Por todo o nível o foco recai na criança e no seu entendimento sobre si, valorizando
o autoconhecimento, bem como, o conhecimento dos outros e de suas relações. Assim,
os seis direitos preconizados, são: 1) conviver; 2)brincar; 3)participar; 4)explorar; 5)
expressar; 6)conhecer-se. A criança é compreendida na BNCC como sujeito ativo de
direitos e que possui experiências prévias a serem consideradas.
A partir de tais pressupostos, fica instituído que toda a organização do trabalho
na educação infantil deverá acontecer por meio dos campos de experiências que
constituem um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências concretas
da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos
que fazem parte do patrimônio cultural (BRASIL, 2017, p. 40).
Cada campo possui objetivos, competências, unidades e princípios próprios, que
são bem estipulados pelo documento. Aliás, vale a pena conhecer na íntegra as
especificações de todos os níveis de ensino. Os campos são: 1) O eu, o outro e o
nós; 2) Corpo, gestos e movimentos; 3) Traços, sons, cores e formas; 4) Escuta, fala,
pensamento e imaginação; 5) Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
Vale salientar, que para além da aprendizagem de conhecimentos, outras habilidades
são valorizadas pela BNCC, tanto neste nível, quanto nos demais, porém, tratando-se
da educação infantil e considerando que as interações e as brincadeiras são os eixos,
formas lúdicas de trabalho são evidenciadas.
É a maior etapa da educação básica, ou seja, aquela que o aluno ficará por mais
anos. Ela compreende do primeiro ao nono ano e é dividida em anos iniciais e anos
finais. Anos iniciais vão do primeiro ao quinto ano e anos finais vão do sexto ao nono
ano.
Neste nível, os alunos passam por algumas fases de transição, tanto em relação
à organização de sua turma, como a de professores e conteúdos. Em um primeiro
Etapa final da educação básica, sofreu grandes alterações por meio da BNCC que
reestruturou sua organização curricular e demais aspectos. No entanto, este movimento
não foi aleatório, mas, fruto de uma necessidade. Segundo a BNCC, tratando-se deste
período a permanência do jovem na escola deve ser focada, juntamente com um
alinhamento dos estudos e seus interesses, bem como, com a sua inserção social e o
mercado de trabalho, ambos os elementos são recorrentemente reforçados tratando-
se deste nível de ensino.
O jovem e a juventude são tomados como um conceito plural, visando considerar
as diferentes especificidades existentes. Considerar que há muitas juventudes implica
organizar uma escola que acolha as diversidades, promovendo, de modo intencional e
permanente, o respeito à pessoa humana e aos seus direitos (BRASIL, 2017, p. 463).
Desta forma, a escola deve estar alinhada a este conceito, pronta para receber os
jovens, suas histórias de vida e projeções.
A leitura da realidade também é enfatizada pela BNCC, devendo a escola fornecer
estratégias e instrumentos para este jovem ser cada vez mais ativo socialmente,
enfrentando os desafios que lhe são impostos. Portanto, assim como nos demais
níveis, a formação integral do aluno é considerada, ou seja, formação de conteúdos
e também de seus aspectos afetivos, sociais, corporais, dentre outros. Refere-se a
consolidação, ampliação e aprofundamentos do que já estava sendo trabalhado no
ensino fundamental. Assim, a escola que acolhe a juventude, deve:
São essas experiências que irão garantir ao jovem uma formação que o prepare
para a cidadania e mercado de trabalho, para além dos outros objetivos previstos.
O ensino médio, assim como o ensino fundamental, é organizado por áreas do
conhecimento, a diferença é que também há os itinerários formativos [...] Essa
estrutura adota a flexibilidade como princípio de organização curricular, o que permite a
construção de currículos e propostas pedagógicas que atendam mais adequadamente
às especificidades locais e à multiplicidade de interesses dos estudantes (BRASIL, 2017,
p. 468). As áreas neste nível são:1) Linguagens e suas Tecnologias; 2) Matemática e
suas Tecnologias; 3) Ciências da Natureza e suas Tecnologias; 4) Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas.
Os itinerários formativos são relativos às escolas, ficando instituído que deverão
ser organizados conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos
sistemas de ensino, podendo ser estruturados com foco em uma área do conhecimento,
na formação técnica e profissional ou trabalhando competências e habilidades de
diferentes áreas.
Encerramos nossa aula por aqui! Hoje você teve uma visão geral do que se trata
a BNCC e suas especificações para os níveis de ensino, vale a pena dar uma olhada
na íntegra! Até a próxima
CAPÍTULO 6
O PLANO NACIONAL DE
EDUCAÇÃO (2014-2024)
6.1 INTRODUÇÃO
Hoje você conhecerá o Plano Nacional de Educação (PNE). Você já ouviu falar
deste documento nas aulas passadas, mas, de modo alinhado a outros assuntos e
contextos. Nesta aula estudaremos ele em específico, conhecendo a sua proposta e
delineamentos.
O PNE é um documento que abrange de 2014 a 2024, propondo metas à educação
e trazendo suas devidas estratégias. Ele foi aprovado por meio da Lei n.13.005/2014 e
hoje é uma das políticas educacionais que regem este âmbito no país. Iremos refletir
e explorar seus principais pontos! Lembre-se que os conhecimentos não se esgotam
por aqui e que a lei é de domínio público, sendo importante que você leia ela na íntegra!
Como você já vem refletindo nas aulas, as políticas educacionais são alinhadas, e de
maneira hierárquica respondem à Constituição Federal, CF/1988 e à Lei de Diretrizes e
Bases da Educação, LDB/1996, nossa lei maior da educação. Desta forma, em ambas
há referência acerca do PNE.
A CF/1988 em seu artigo 214 estabelece o PNE com duração decenal e com o
objetivo de
Os itens são amplos, justamente, pois neste momento a CF/1988 está tratando do
Plano de forma geral, demonstrando quais as expectativas esperadas através dele.
Como engloba a educação básica, as especificações referem-se aos diferentes níveis.
Quando trata da alfabetização, por exemplo, faz referência ao ensino fundamental
em seus anos iniciais, quando menciona o mercado de trabalho, mais diretamente
relaciona-se com o ensino médio e os demais itens podem ser refletidos em todos,
pois fala de uma promoção humanística, universalização e melhoria do ensino, entre
outros.
Na LDB/1996 faz-se menção ao PNE ao tratar das incubências da União, lembra?
Ficando sob sua responsabilidade a produção do PNE, porém, em colaboração com
os estados, distrito federal e municípios.
Assim, o PNE possui 14 artigos, 20 Metas e 254 Estratégias. Vamos explorar estes
itens!
Este artigo ilustra o fato do regime de colaboração, pois, ainda que ele seja
recorrentemente mencionado, por meio do exposto é evidenciada uma de suas
implicações práticas. Ou seja, os estados, municípios e DF devem elaborar o seu
documento, porém, seguindo o de âmbito nacional. Vale lembrar, que este elemento
também articula-se com a LDB e a BNCC. Há especificações para tais elaborações
locais, sendo elas:
ACONTECE NA PRÁTICA
Para finalizar a aula acerca do PNE, trazemos boas notícias práticas ao seu respeito!
Sergipe atinge a meta de matrícula do integral prevista no PNE.
A meta 6 do PNE prevê a oferta de educação em tempo integral para, pelo menos,
25% dos alunos da educação básica. Sergipe chegou à marca de 26,6% de jovens
matriculados em 2021, conforme dados do Censo Escolar.
Para o secretário de Estado da Educação, do Esporte da Cultura, professor Josué
Modesto dos Passos Subrinho, alcançar esse resultado é motivo de orgulho para a
rede pública de Sergipe, cujo ranking é formado por estados nordestinos, segundo ele:
“com isso nós temos certeza de que não estamos somente implantando um ensino de
qualidade, mas também com a chance de com a jornada estendida no tempo integral,
os alunos receberão a formação mais completa”
A matéria completa você pode conferir no link: https://www.faxaju.com.br/index.
php/2022/03/14/sergipe-atinge-a-meta-da-matricula-do-integral-prevista-no-pne-2/
Este dado é muito interessante, não só pois retrata o alcance da meta, mas, por
quem conseguiu efetivá-la, tratando-se de uma região do país que não é favorecida,
como a sul e sudeste, por exemplo.
Espero que tenham gostado da aula e até a próxima!
CAPÍTULO 7
ESTATUTO DA CRIANÇA E
DO ADOLESCENTE - ECA
7.1 Introdução
O ECA é um documento legal que garante os direitos das crianças e dos adolescentes.
Ele advém pela Lei 8.069 de 13 de Julho de 1990. Daí você pode se perguntar: “mas
então antes disso essas faixas etárias não tinham direitos?”
Bezerra (2004), aponta que antes deste documento havia o Código de Menores, que
aliás, foi revogado em 1990, porém, este era mais limitado tratando de assistência,
proteção e vigilância, aplicando-se portanto aos menores em situação irregular. Já
na fala de Lemos (2008) , o Estatuto propõe a construção de um modelo de proteção
integral às crianças e aos adolescentes, não se restringindo apenas à atenção após
os direitos serem violados, mas antecipando-se à violação (LEMOS, 2008, p. 98).
Acerca do ECA o autor supracitado é categórico em afirmar que é uma das mais
avançadas legislações do mundo nesta área! Bacana, não é mesmo? Ela insere a
questão evidenciada aqui no ECA. É mencionado que o SUS- Sistema Único de Saúde,
deve promover programas de assistência médica e odontológica, havendo várias
especificações a este respeito.
Em capítulo específico são evidenciados os direitos de liberdade, dignidade e respeito,
e tratando-se diretamente à liberdade são previstos sete itens, na qual, podemos
estabelecer relações com as políticas educacionais estudadas anteriormente. São eles:
ANOTE ISSO
CAPÍTULO 8
FUNDO DE MANUTENÇÃO
E DESENVOLVIMENTO
DA EDUCAÇÃO BÁSICA
E DE VALORIZAÇÃO DOS
PROFISSIONAIS DA
EDUCAÇÃO (FUNDEB)
8.1 Introdução
Na tabela abaixo você poderá visualizar o valor mensal estimado por alunos no
ano de 2010.
Um fator relevante a ser discutido neste momento, diz respeito ao fato de que se
não há mecanismos de distribuição igualitário entre as escolas, quem dirá no que diz
respeito aos recursos que cada uma delas recebe. Pinto (2011) ao propor tal reflexão,
garante que essa fiscalização garantiria o controle social e a fiscalização dos tribunais
de conta da distribuição das verbas da educação.
ACONTECE NA PRÁTICA
Para iniciar, cabe situar que antes do fundo ser destinado à educação básica no
geral, ele limitava-se ao ensino fundamental, desta forma, era nomeado de FUNDEF.
Portanto, há um avanço positivo neste quesito, o que é consenso entre os autores,
pois, o FUNDEB contribui para resgatar o conceito de educação básica no seu mais
lídimo significado, fragmentado em tempos de FUNDEF (MILITÃO, 2011, p. 128).
Este ponto é o positivo mais recorrentemente salientado, pois, no geral, as reflexões
acerca do FUNDEB são em tons críticos, mostrando lacunas e propondo melhorias.
Como visto no item anterior, ao delimitar um fundo oficial, há processos e critérios
pré estabelecidos, desta forma, difere-se de outros mecanismos de coletas de impostos
destinados à educação. Davies (2006) nos faz refletir acerca dos fundos oficiais e
suas características pré definidas, ou seja, remetem-se à quantidades estáticas e já
estabelecidas independentemente das necessidades de quem se destina.
Tal reflexão argumenta no sentido de que há um distanciamento entre o FUNDEB
e questões relacionadas à qualidade, por exemplo, pois é previsto uma quantidade
máxima financeira a ser disponibilizada e não uma quantidade mínima.
Ora, a referência para uma educação de qualidade para todos não pode ser
o percentual mínimo dos impostos, mas sim no mínimo este percentual.
Não é por acaso que a imensa maioria dos governos alega aplicar apenas
o percentual mínimo, como se isso fosse suficiente para atender as
necessidades educacionais da população (DAVIES, 2006, p. 755).
Podemos ampliar o ponto levantado pelo autor, esclarecendo que com toda a
certeza o financeiro interfere na qualidade, não podemos romantizar uma pobreza de
acessórios e ferramentas na escola, no entanto, há fatores que favorecem a qualidade
e não são mensuráveis financeiramente, como por exemplo, o estímulo à reflexão,
problematização, dentre outros pontos que emergem o senso crítico dos alunos.
Outra questão levantada diz respeito ao FUNDEB trazer pouco dinheiro novo à
educação, redistribuindo grande parte dos recursos que já são constitucionalmente
vinculados à esta, entre o governo estadual e as prefeituras (DAVIES, 2021). Segundo
o autor, a complementação é o único dinheiro novo de fato, correspondendo a 10%.
Os outros 90%, já faziam parte dos impostos vinculados.
O autor também menciona a fragilidade em não possibilitar objetivamente a
valorização do magistério.
São muitos detalhes, não é mesmo? Esta questão entre o público e privado é
relevante de ser refletida, pois nos mostra como uma política educacional, por exemplo,
pode driblar ou abrir precedências em detrimento de outra. Desta forma, a relevância
delas falarem a mesma língua, estarem alinhadas, conforme discutimos nas aulas
anteriores. Qualquer brecha é o suficiente para gerar inconsistências.
ACONTECEU NA PRÁTICA
Acerca da distribuição e uso do fundo, Davies (2006) expõe uma situação prática,
que nos faz refletir sobre a necessidade e a falta de fiscalização.
Segundo ele, tanto a prefeitura do Rio de Janeiro quanto a de São Paulo utilizaram
os recursos do FUNDEF de forma errônea. Ainda que o fundo tenha sido substituído
pelo FUNDEB, o autor reflete se isso não acontecerá novamente.
Davies (2006) aponta que a prefeitura do Rio de Janeiro incluiu o ganho de mais de
R$ 2,5 bilhões com o FUNDEF, de 1998 a 2005, já o governo estadual de São Paulo,
usou os recursos do FUNDEF para pagar os inativos, embora eles (no mínimo 60%)
só pudessem ser usados para pagar os professores ou profissionais do magistério
em efetivo exercício.
Quem irá punir os governantes que praticarem estas e outras ilegalidades? Esta é a
indagação do autor e a nossa também, não é mesmo?
Vamos conhecer o estudo na íntegra? Já estamos por dentro das reflexões que
perpassam o FUNDEB e agora vamos compreender um pouco da maneira que ele
reflete nas instituições de ensino.
Sobre a coleta de dados:
Os dados relativos ao Fundeb e das despesas com educação foram obtidos junto à
Declaração de Contas Anuais do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público
Brasileiro (Siconfi), da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), e ao “Anexo III – Demonstrativo
da Receita Corrente Líquida”, dos Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária (RREO)
dos municípios, disponíveis no Siconfi (ENCINAS; DUENHAS, 2020, p. 8).
A pesquisa sobre o estado do Paraná retornou dados para 371 municípios, tendo ele
um total de 399. Para os municípios sem dados no Siconfi, foi feita pesquisa no portal do
Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR). Foram selecionados os relativos ao
exercício de 2015, pois nem todos os municípios possuíam dados para 2016 e 2017. Os
dados relativos ao Ideb e ao número de alunos no Censo Escolar de 2015 foram consultados
junto ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)
(ENCINAS; DUENHAS, 2020, p. 8).
Ao mencionar que não privilegia aqueles com menores IDEB, é justamente, pois há
relações entre a falta de recursos e os processos ensino aprendizagem. Desta forma,
se a escola que já está ruim continua recebendo valores menores, e as melhores
recebendo valores maiores, parece padrão que os dados irão se perpetuar, não é
mesmo? Assim, a desigualdade não é superada, mas mantida.
O fato dos municípios maiores receberem valores maiores e vice versa, também é um
fator evidenciado. Segundo Encinas e Duenhas (2020), os municípios maiores recebem
mais do que contribuem para a formação do fundo e os municípios menores tendem
a apresentar valor líquido negativo, pois recebem valor inferior ao que contribuem.
Os dados podem ser melhores visualizados na tabela abaixo, que retrata a articulação
quantidade de indivíduos no município e valores recebidos:
Tabela 2- Valor líquido do Fundeb de acordo com a população dos municípios do estado do Paraná em 2015 (números absolutos).
Fonte: ENCINAS; DUENHAS, 2020, p. 9.
CAPÍTULO 9
CICLO DE POLÍTICAS
9.1 Introdução
Uma das grandes sacadas dos autores foi perceber que os profissionais que estão
na linha de frente, como os professores, por exemplo, não são totalmente excluídos
da formulação das políticas educacionais. Passaram a encarar a produção das
políticas educacionais também em diferentes contextos e situações, bem como, suas
possíveis interferências, não limitando-se necessariamente aos três níveis que haviam
mencionado.
A partir do momento em que ampliam seus pensamentos, os autores apontam que
o foco de estudo acerca das políticas educacionais, só faz sentido se incidir sobre a
formação do discurso da política e sobre a interpretação ativa que os profissionais
que atuam no contexto da prática fazem para relacionar os textos da política à
prática (MAINARDES, 2006, p. 50). Desta forma, eles afirmam que tratar de políticas
educacionais é considerar os profissionais que a vivenciam no dia a dia, pois, são
estes que articulam os documentos na prática por meio de suas vivências.
Outro ponto relevante, é que ao considerar o aspecto supracitado, leva-se em conta
elementos como: resistências, acomodações, conflitos, entre outros. Desta maneira
as políticas podem ser compreendidas para além de sua forma estática.
Nas aulas anteriores, em vários momentos eu fiz essa observação, lembra? De
que não podemos considerar as políticas em sua forma estática, pois elas englobam
e perpassam vários elementos. No entanto, como nas primeiras aulas discutimos o
corpo da lei, ou seja, buscou-se compreender o que elas trazem nos documentos, a
ANOTE ISSO
Cabe ressaltar que mesmo sendo textos, eles não são necessariamente claros e
coerentes, podendo apresentar contradições, além de que, precisam ser compreendidos
em seu tempo e espaço, ou seja, não são neutros, mas sim situados. Esta questão
é muito importante e está recorrentemente sendo enfatizada nas aulas, pois, cada
política expressa os interesses e intenções de seu momento.
ANOTE ISSO
ANOTE ISSO
Muito interessante essa abordagem não é mesmo? Vai ampliar muito a sua visão
e entendimento acerca das políticas educacionais! Não para por aí, pois ao modo
ANOTE ISSO
ANOTE ISSO
Oliveira e Lopes (2011), apontam que mesmo ampliando o considerado ciclo, ainda
há lacunas nessa vertente, pois, as categorias preconizadas não dão conta de explicar
os processos que acompanham as políticas e suas articulações. No entanto, não
propõe uma nova fase, mas sim, aprimoramento das já existentes.
Segundo as autoras, há a necessidade de um conjunto de ações onde, em cada um
dos contextos primários, delimitar um lugar de poder em meio a processos articulatórios
que se travam na definição das propostas curriculares. Este poder deve ser entendido
como contingente e provisório, sem verticalismos e sem convergir para um mesmo
sentido (OLIVEIRA; LOPES, 2011, p. 27).
Cabe salientar que a visão acerca do ciclo de políticas não para por aí. Conforme
mencionado anteriormente, os autores vão ampliando e deixando o estudo mais
complexo. Em 2013, Ball e colaboradores mencionam a teoria da atuação, que está
diretamente relacionada às políticas e ao ciclo. Segundo MAINARDES (2018), os autores
desenvolveram de forma mais aprofundada a formulação inicial da abordagem do ciclo
de políticas, ponderando que essas não são meramente implementadas, mas sujeitas
a processos de recontextualização e recriação. Aliás, apontam vários elementos de
análise das políticas, conforme explicado a seguir:
CAPÍTULO 10
POLÍTICAS EDUCACIONAIS
E AVALIAÇÕES EXTERNAS
10.1 Introdução
educação, seja no âmbito micro, tratando-se das escolas e seus rendimentos, seja no
âmbito macro, sendo possível verificar o rendimento a partir das regiões. Aliás, sobre
esse aspecto, Barreto (2001) é categórica em afirmar o papel central que a avaliação
tem assumido na formulação e implementação das políticas públicas de educação.
Coletando dados para além do desempenho dos alunos, as avaliações externas
tornam-se ferramentas diretas entre o Estado, os indivíduos e a educação. Souza e
Oliveira (2003) ampliam essa concepção, apontando tais avaliações como instrumento
para fins classificatórios, além de estabelecer critérios meritocráticos entre as
instituições. Podemos compreender tal análise em uma visão micro, pois, refere-se
às consequências das avaliações nas instituições de ensino.
Há alguns aspectos bem negativos que esta dinâmica acaba corroborando, como a
segregação e desigualdade, por exemplo. Se eu aceito que sou menor devido a qualidade
imposta pela avaliação, eu aceito que haja uma distância entre minha instituição e
outra. Assim, há qualidades desiguais e ao mesmo tempo, segregação, pois, cada
escola insere-se em um patamar (SOUZA;OLIVEIRA, 2003).
Bonamino e Souza (2012), mencionam que as políticas avaliativas implementadas
no país são um retrato de políticas avaliativas expressas no cenário global, ou seja, na
Esta falta de interferência direta nas escolas é tão expressiva, que as autoras
apontam que os municípios e estados mostraram a necessidade em formular suas
próprias avaliações. Vale mencionar que desde 2019 a educação infantil está inclusa
neste Sistema de Avaliação.
Como exemplo da segunda geração está a Prova Brasil, implantada desde 2005
visando retratar as especificidades de municípios e escolas e em induzir dirigentes
públicos estaduais e municipais na formulação de políticas para a melhoria do ensino,
ou seja, suprir as lacunas deixadas pelo SAEB.
Desde 2007, os resultados da Prova Brasil passam a integrar o Indicador de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), referência para a definição de metas a
serem alcançadas, gradualmente, pelas redes públicas de ensino até 2021 (BONAMINO;
SOUZA, 2012).
Visando articular os resultados das avaliações e políticas de compensação, as de
terceira geração podem ser visualizadas nos âmbitos estaduais, como por exemplo,
O SARESP (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo),
implementado no estado de São Paulo. Tal avaliação tinha objetivo duplo: oferecer dados
para a elaboração de políticas e auxiliar na construção das propostas pedagógicas
das escolas, bem como, de seus planejamentos. No ano 2000 há a instituição do
Bônus Mérito, cuja distribuição advém dos resultados da avaliação e em 2007, os seus
pressupostos avaliativos entram no Plano de metas do estado, articulando qualidade,
metas e resultados da avaliação.
Desta forma, as autoras concluem que as avaliações de segunda e terceira geração,
possuem o objetivo de incentivar o professor no processo ensino aprendizagem dos
alunos, pois, os resultados estão articulados com possíveis ganhos, seja financeiro,
quanto de status frente aos pares e demais instituições.
ACONTECE NA PRÁTICA
A busca por melhores resultados pode levar a escola [ou, talvez, já esteja
levando] a investir mais intensamente nos alunos julgados com maior
potencial de obtenção de melhores pontuações nas provas externas,
mesmo que isso resulte em iniquidades (SOUZA, 2014, p. 412).
Conforme você leu acerca dos acontecimentos práticos, ao modo que a avaliação
toma uma proporção de status e de retorno financeiro, corre-se o risco de priorizá-la
em detrimento de outros elementos tão relevantes quanto, no espaço escolar. A partir
destes pressupostos, podemos refletir e problematizar o seguinte ponto acerca das
avaliações: são instrumentos de emancipação da escola ou apenas de regulação das
mesmas? Considerando que os seus resultados interferem nas políticas educacionais,
é relevante compreender este instrumento em sua forma global.
Souza (2014) também problematiza tais elementos e vai além, pontuando que
se há avaliações visando coletar dados para a instituição de políticas educacionais,
está clara a crença dos formuladores de políticas que os testes têm se constituído
em meio promissor da melhoria da qualidade do ensino. Assim, a autora lança as
seguintes questões: aplicar mais provas é uma resposta ou, melhor, é uma solução
para aprimorar o desempenho dos estudantes nas provas? Ou, ainda, as avaliações
em larga escala têm propiciado a melhoria da qualidade da educação? (SOUZA, 2014,
p. 410).
As respostas para tais indagações, infelizmente são negativas. A autora aponta
que em 25 anos de SAEB não há como afirmar que as evidências trazem respostas
positivas a estas questões, no entanto, o que os estudos demonstram é a influência de
tais avaliações na dinâmica escolar, interferindo na organização da gestão da escola,
no planejamento dos professores, na escolha dos conteúdos, dentre outros aspectos
que caracterizam as instituições de ensino.
A este respeito, Werle (2011) conclui que as avaliações estão presentes no cenário
brasileiro para a responder a estratégias gerencialistas de modernização e racionalização
voltadas para resultados. A autora chega a esta resposta, estudando todo o desenrolar
de políticas educacionais relacionadas às avaliações externas. Ela também aponta que
todo esse processo retira da escola sua identidade própria, visto que, as preocupações
advém de questões alheias a ela, em suas palavras:
A autora denuncia que essa busca pela qualidade almejada universaliza critérios,
bem como, uma linguagem padrão, ou seja, desconsidera as especificidades locais,
regionais, dentre outros. Reflexão interessante, não é mesmo?
Mas será que só existem aspectos negativos nas avaliações? Com toda a certeza
a resposta é: NÃO! Nos atemos a tais reflexões justamente pois são elas que nos
fazem sair da zona de conforto, ter um olhar ampliado e crítico sobre a sociedade.
Até mesmo, pois a parte boa está recorrentemente veiculado em materiais impressos
e nas propagandas midiáticas.
Portanto, a partir de então, você saberá olhar tais aspectos e para a realidade para
além da superficialidade! Até a próxima aula!
CAPÍTULO 11
POLÍTICAS PANDÊMICAS -
EDUCAÇÃO E CORONAVÍRUS
11.1 Introdução
Acerca destas influências, a autora supracitada vai além, denunciando que foram
desconsiderados os estudos e pesquisas desenvolvidos por universidades públicas
brasileiras, tampouco foram ouvidas as recomendações das entidades e associações
científicas da área (GALZERANO, 2021, p. 128).
Vale situar, que neste período a OMS - Organização Mundial de Saúde especificou
a necessidade dos indivíduos ficarem em casa, visando conter o vírus. Desta maneira,
em um panorama global, para além das instituições de ensino, o mercado de trabalho
foi adaptado, os serviços, entre outros.
Acerca deste contexto no Brasil, é relevante situar que houve várias trocas dos
ministros da Educação, conforme demonstrado a seguir:
Ao trazer os dados comparando por regiões, os números são ainda mais assustadores.
Na região Norte, por exemplo, os dados retratam que enquanto há 68,4% de acesso na
rede pública, há 96,4% na rede privada (CARDOSO;TAVEIRA;RODRIGUES;STRIBEL, 2021,
p. 1589). A partir de então, pode-se afirmar que esta política educacional, ainda que
aparentemente necessária, não considerou os dados para ser implementada, pois, há
Outra iniciativa relevante a ser evidenciada neste contexto, e anunciada por Galzerano
(2021), é a venda de materiais e serviços educacionais por grupos empresariais, que
nos contexto do ensino híbrido, passaram a tornar-se indispensáveis. São aplicativos,
jogos e estratégias que auxiliam a educação e seus profissionais.
A autora não perde de vista que neste contexto, para além do auxílio à educação,
não pode ser deixado em segundo plano as intenções comerciais de empresas
especializadas em lucrar neste contexto propício.
CAPÍTULO 12
POLÍTICAS EDUCACIONAIS
E GESTÃO DEMOCRÁTICA
12.1 Introdução
Mais do que lamentar os espaços não cedidos pelo sistema, por meio
do planejamento, as escolas e os sistemas municipais podem agir
próativamente, explorando os espaços que esses condicionantes não
tolhem e criando novos, negociando com o ambiente, garantindo sua
legitimidade e gerando mecanismos de salvaguardas amortecedoras
dos impactos negativos. A autonomia só é verdadeira e duradoura
quando conquistada (BORDIGNON; GRACINDO, 2004, p. 170).
Não que a hierarquia seja nociva em si, pois aquele que se coloca no
escalão hierárquico superior pode muito bem, estar investido de um tipo
de autoridade democrática [...] aquela que supõe a concordância livre e
consciente daqueles que obedecem às ordens, que têm sua subjetividade
preservada e mesmo afirmada na relação (PARO, 2010, p. 776-777).
Se forem tomados por base os elementos aqui elencados como princípios de uma
gestão que poderá se realizar de forma democrática, a organização dos integrantes
da escola seria mais pertinente se estruturar de forma circular, situando diferentes
esferas de poder na horizontalidade das relações (BORDIGNON; GRACINDO, 2004).
No entanto, considerando os princípios de autonomia e participação anteriormente
discutidos, cabe à escola pensar a melhor forma estrutural para se adequar, tendo
como princípio a gestão democrática e os aspectos formais e legais que influenciam
as funções profissionais que a constituem.
Esta gama de interpretações pontuadas pelo autor também se constitui como uma
das dificuldades vivenciadas pela escola. Fala-se nos princípios da gestão democrática,
no entanto, restam dúvidas, como: Como é de fato pautar os encaminhamentos e
demais especificidades da escola nestes princípios? No entanto, também refletimos
sobre: Se houvesse um conceito legitimado acerca da gestão democrática a ser
vivenciada como base comum, ela de fato seria democrática, ou imposta?
Partindo do pensamento de Dourado (2001), ao pontuar a gama de concepções
sobre a gestão democrática, constatamos que parte deste fato decorre da restrita
especificação, na legislação nacional, do que deve ser seu exercício. Em âmbito nacional,
temos por base a Constituição Federal (BRASIL, 1988), a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (BRASIL, 1996) e o Plano Nacional de Educação (BRASIL, 2014). A partir
deste marco legal, há diversas apropriações pelos diferentes sistemas/redes estaduais
CAPÍTULO 13
POLÍTICAS EDUCACIONAIS E
FORMAÇÃO DE PROFESSORES
13.1 Introdução
por meio dos professores que quero formar há intenções acerca de como a educação
procederá.
É o professor que atua diretamente com os alunos e com o processo ensino
aprendizagem, desta forma, sua postura, sua organização, bem como, a sua formação
também possui efeitos diretos na educação, seja na sua instituição de ensino ou na
educação como um todo.
Acerca do histórico das políticas para formação de professores, Freitas (2002) pontua
que no final da década de 1970 e início de 1980, meio a um contexto de movimento
mais geral da democratização da sociedade, há contribuições importantes para a
educação e para a forma de olhar a escola e o trabalho pedagógico, pois, coloca-se
em evidência as articulações entre sociedade, os objetivos da educação e a forma
como a escola se organiza.
Há nos anos 1980 há a ruptura com a valorização do pensamento tecnicista, de
modo a valorizar a formação do professor em suas múltiplas potencialidades, ou seja,
rompendo e buscando superar formações especialistas e generalistas, de modo a não
estimular a dicotomia teoria e prática na formação.
Ao modo que o tempo vai passando, a luta por uma formação cada vez mais
completa vai ficando mais intensa e de forma progressiva esse elemento vai sendo
valorizado e incorporado pelas políticas educacionais.
A autora supracitada, aponta uma contradição histórica que vale ser mencionada,
ponderando que ao modo que a década de 1980 representa a quebra com o pensamento
tecnicista, na formação do professor, os anos de 1990 também foram marcados pela
centralidade no conteúdo da escola (habilidades e competências escolares), fazendo
com que fossem perdidas dimensões importantes que estiveram presentes no debate
dos anos 80 (FREITAS, 2020, p. 141).
Vale ressaltar que todo processo histórico é feito de idas e vindas, lutas, conquistas,
retrocessos e contradições, o importante neste momento é você compreender os
principais aspectos que marcaram cada período, até porque, a configuração atual é
consequência do processo histórico.
Há vários decretos, leis e portarias que interferem e dizem respeito à formação
de professores em nosso país. Visando compreender um panorama geral, observe a
imagem abaixo:
Título: Mapa dos Referenciais Legais da Política de Formação de Professores da Educação Básica
Fonte: OLIVEIRA; LEIRO, 2019, p. 04.
contexto, vale situar, que formações a nível médio, magistério e curso normal, já foram
permitidas para a atuação de professores na educação infantil e ensino fundamental.
Desta forma, há uma problemática a ser resolvida, pois além de o contexto trazer
o ensino superior como formação mínima de atuação, também precisava-se de
alternativas para lidar com aqueles professores formados no magistério ou normal
superior e que estavam dando aula. Assim, historicamente, tratando-se deste público
há várias especificidades e também, por este motivo, a fala dos autores acerca da
valorização de uma Diretriz curricular específica para este curso.
A partir dos anos 2000, há no histórico das políticas para formação de professores,
um reposicionamento por parte do Estado, sendo possível verificar uma frente mais
ativa e condutora por parte do governo federal. Para tanto, criou-se um aparato
legal e institucional que delineia a Política Nacional de Formação dos Profissionais
do Magistério da educação básica, numa perspectiva de instituição de um Sistema
Nacional de Educação (OLIVEIRA;LEIRO, 2019, p. 08).
Esta mudança, acerca do papel do Estado, pode ser visualizada por meio de diferentes
ações a partir do período mencionado, fomentando políticas onde há, por parte do Estado,
cada vez mais controle acerca das questões administrativas e também relacionadas a
destinação de recursos para a formação de professores na educação básica.
magistério na educação básica, prevendo ações que permeiam a inserção dos alunos de
Licenciaturas nas escolas da rede pública, promovendo a formação inicial desses, além
da formação continuada dos professores dessas escolas públicas e dos professores
das instituições de ensino superior (IES) que participam.
Há o entendimento que o PIBID permite um fortalecimento entre ensino, pesquisa e
extensão, busca aproximar teoria e prática e diminuir as distâncias entre a universidade
e a escola (OLIVEIRA; LEIRO, 2019, p. 11).
ACONTECEU NA PRÁTICA
Percebem como essas devolutivas das pesquisas são relevantes para nós? Devido
ao alcance em larga escala, foi possível obter dados significativos acerca do
Programa e suas relações diretas com a formação dos professores.
A citação supracitada traz dados relevantes acerca das proposições das metas
mencionadas, demonstrando mais uma vez a relevância das pesquisas e dos aparatos
científicos para análise das políticas educacionais. Em muitas circunstâncias, só é
possível mensurar os efeitos de tais documentos a partir das pesquisas, aliás, acerca
deste assunto, vale ponderar quais pesquisas considerar neste momento, os dados
são legítimos se elas forem científicas e devidamente certificadas.
O ano de 2015 traz um documento marcante para a formação de professores, as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de
licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda
licenciatura). As diretrizes foram instituídas por meio da Resolução CNE/CP nº 02/2015
e buscaram gerar maior organicidade aos profissionais deste nível de atuação.
Ao modo que há Diretrizes específicas, em âmbito nacional, a estas formações
pedagógicas, as instituições de ensino devem se organizar de modo a seguir tais
regulamentações, havendo desta maneira uma base nacional para tal formação. Este
aspecto torna-se positivo, a partir do momento em que garante a todos os professores
uma formação inicial mais igualitária.
Oliveira e Leiro (2019) nos trazem um apontamento relevante acerca das ações
governamentais e suas políticas para formação de professores. Os autores analisam
que suas ações visam superar a histórica fragmentação e a descontinuidade das
políticas de formação de professores no país, além de serem ações estratégicas para
instituir um sistema nacional de formação de professores.
As políticas dos anos 2000 ampliaram os aspectos da formação não permitindo
também que houvesse uma estagnação a seu respeito. Assim, pode-se afirmar que
o histórico mostra os avanços acerca das políticas para a formação de professores,
ampliando seus elementos cada vez mais, além de priorizar a educação e o ensino
superior como formação inicial básica para atuação nos diversos níveis de ensino.
Nesta aula você entrou em contato com as principais discussões acerca das
políticas para formação de professores, assim, subiu mais um degrau na sua formação
profissional e pessoal!
Até a próxima!
CAPÍTULO 14
POLÍTICAS EDUCACIONAIS E O
COMBATE ÀS DESIGUALDADES
14.1 Introdução
Além de verificar o quanto essa problemática persiste, o autor nos traz relevantes
reflexões, como o fato de nem sempre os fatores já observados e frutos das pesquisas
serem levados em conta na formulação e gestão, nas análises e avaliações, nem nas
justificativas de diretrizes, de intervenções de políticas que se propõem corrigi-las. Há
o entendimento de que as políticas e demais ações privilegiam resultados superficiais
e direcionamentos que ignoram resultados que já demonstraram que não produzem
efeitos sobre as desigualdades, ou até mesmo, as disparam ainda mais.
Este argumento explica o fato de as desigualdades nunca se acabarem. Aliás, será
que é possível saná-las, ou apenas minimizá-las? Estamos nos referindo à educação,
que é um dos aspectos sociais. Se a gente ampliar o contexto para demais aspectos
e instituições do meio social, a reflexão fica ainda mais complexa, levando a questões
que perpassam anos. A este respeito, a autora traz uma reflexão relevante:
A solução para tal questão, visando maior visibilidade dos problemas sociais ao
invés dos intra-escolares como causa majoritária das inúmeras desigualdades que
perpetuam no âmbito da escola, é retomar a centralidade da relação entre educação e
sociedade. Para justificar a necessidade desta articulação entre educação e sociedade,
o autor supracitado apresenta questões que embasam o seu pensamento, sendo elas:
Ainda que proponha essa articulação, ele salienta que há a necessidade de um pano
de fundo específico, de modo a retomar essa reflexão a partir de um quadro social,
político e cultural com base em considerar as vítimas das desigualdades, visando dar
concretude nesta questão tão séria a ser resolvida. Ou seja, a defesa é que haja a
busca em resolver os problemas por meio de situações reais e articulando os contextos
macro e micro, a escola e fora dela.
Quando o autor defende a visão do problema para questões além das intra escolares,
ele não está dizendo para desconsiderá-las, ou que elas não existem. Ele está apontando
que existem questões maiores e sociais que interferem diretamente nos fatores de
desigualdades educacionais, dentre outros. Desta maneira, a proposta é ter um olhar
crítico e ampliado para que saibamos articular os inúmeros fatores que podem contribuir
para essas questões. Não perder de vista fatores externos.
Acerca de fatores intraescolares, Ribeiro (s.a) traz apontamentos relevantes sobre
os diferentes níveis de ensino. Suas falas são de extrema importância, justamente,
pois não perdem de vista os fatores externos, ou seja, ela articula contexto escolar e
social para embasar suas reflexões e pensamentos.
Ao tratar da educação infantil, a autora pontua que as desigualdades já se evidenciam
quando não há nas creches ofertas de vagas para todas as crianças, desta maneira a
demanda da creche cresce e a oferta de vagas nas redes municipais não acompanham
a demanda. Já ouviu essa problemática em instituições privadas?
Acerca do ensino fundamental I e II há questões diferentes. Sobre o primeiro ciclo,
sabe-se que muitas crianças não conseguem acompanhar o ritmo escolar devido
às condições sociais em que vivem. Aliás, estes elementos perpassam as crianças
de todos os níveis, no entanto, tratando-se da fase de alfabetização, os efeitos são
substanciais.
CAPÍTULO 15
FINALIZANDO….
15.1 Introdução
visualizar detalhes nas redes escolares que interferem diretamente em seus elementos,
como a maior participação da comunidade escolar, dos pais, e outros profissionais,
em detrimento do diretor, que hoje possui uma função mais descentralizada.
Por outro lado, os autores também demonstraram que os princípios da gestão
democrática levaram maiores atribuições para dentro da escola, pois,ao modo que
ela pode gerir mais elementos de sua prática, há ao mesmo tempo mais tarefas e
atribuições! Não é só esse fator educacional que propicia essa dualidade! Podemos
verificar isso também ao tratar das avaliações em larga escala, lembra?
As avaliações em larga escala são aquelas voltadas para aferir aspectos educacionais,
porém, ao estudar os seus meandros vimos que tornaram-se meios de regulação dentro
das instituições escolares, pois, foram constatados casos em que os professores
treinam os alunos para estes testes, bem como, escolas privilegiando seus conteúdos.
As avaliações em si, como instrumentos de coleta de dados, não são ruins, pois
englobam uma quantidade expressiva de instituições e regiões. O que critica-se é a
maneira e o uso de seus resultados que estão gerando efeitos negativos nas instituições.
Outra questão questionada refere-se a aferição da qualidade por meio deste instrumento,
pois, a qualidade pode perpassar diferentes aspectos e desta maneira, não pode ser
compreendida em sua forma global por meio de uma avaliação.
A LDB também pontua acerca dos conteúdos e conhecimentos que perpassam
a educação, mas o documento que trata destes aspectos de forma mais específica
é a Base Nacional Comum Curricular, a BNCC. Hoje ela é a política educacional que
embasa a educação curricular básica no país.
Se você quer saber, por exemplo, quais as competências que a criança deve atingir
em cada nível de ensino, é neste documento que encontrará. Há especificado as
principais competências, habilidades e conteúdos, tanto por níveis de ensino, quanto
por faixa etária. A BNCC é um documento amplo, tratando-se do currículo, e muito
bem especificado, vale a pena dar uma olhada!
Aliás, vale lembrar que o ensino médio foi modificado a partir deste documento.
Agora, há uma base comum na formação e também os itinerários formativos, que
são optativos por parte dos alunos.
Assim como a LDB que engloba diferentes dimensões da educação, há o Plano
Nacional de Educação, PNE, que também é amplo e fornece diferentes especificações.
Aliás, este documento engloba um recorte temporal de dez anos instituindo metas e
seja em relação aos alunos do ensino público e privado, seja em relação às regiões
do país. Os dados são alarmantes, trazendo à tona as desigualdades existentes e
sendo ainda mais reforçadas.
Tratando-se das desigualdades, estudamos que as políticas educacionais entram
como uma das estratégias para sua superação e que há elementos que geralmente são
os que geram tais desigualdades, sendo eles: a raça, a renda e a própria região onde
o indivíduo mora. Como o país é muito grande, há inúmeras disparidades regionais.
Será que as políticas educacionais podem combater estes aspectos? Podemos
afirmar que ela auxilia no combate, mas, seria negligente afirmar que pode resolver todos
os problemas. As políticas educacionais são importantes para superar as necessidades
encontradas, bem como, regulamentar e fornecer elementos para as instituições de
ensino. Por meio delas, tenta-se garantir um mínimo de regularidade entre as regiões.
Já pensou se não houvesse uma Base nacional de conteúdos, por exemplo? Aliás,
em determinado momento histórico não teve, fazendo com que a organização fosse
dispersa, assim como acontecia com a formação dos professores que no decorrer
dos anos foram tendo seus elementos regularizados de maneira a garantir o ensino
superior como formação inicial para atuação nos diferentes níveis de ensino.
Você tinha noção que de já tinha aprendido tudo isso? E olha que nesta aula o
conteúdo está resumido, pois, os elementos gerais você já teve nas aulas específicas. A
intenção neste momento é articular os conteúdos e relembrar seus principais aspectos.
Para finalizar, analise a imagem abaixo.
A menina da tirinha acima é a Mafalda, ela está de forma inocente contando ao seu
ursinho que a visão que estão tendo do mundo é mais agradável do que a visão real,
pois ela diz: “ o original é um desastre”. Esta é a análise da tirinha em um primeiro