Deus - Face A Face Com Sua Majes - MacArthur, John
Deus - Face A Face Com Sua Majes - MacArthur, John
Deus - Face A Face Com Sua Majes - MacArthur, John
Folha de rosto
Ficha catalográfica
Sumário
Introdução
Capítulo 1 - Nosso Deus Triúno
Capítulo 2 - Nosso Deus Fiel e Imutável
Capítulo 3 - Nosso Deus Santo
Capítulo 4 - Nosso Deus Onisciente
Capítulo 5 - Nosso Deus Onipresente
Capítulo 6 - Nosso Deus Onipotente
Capítulo 7 - A Ira de Nosso Deus
Capítulo 8 - A Bondade de Nosso Deus
Capítulo 9 - Nosso Deus soberano
Capítulo 10 - Deus, Nosso Pai
Capítulo 11 - A Glória do Nosso Deus
Capítulo 12 - A Adoração ao Nosso Deus
Guia para Estudos Pessoais e em Grupo
Embora este livro seja planejado para o prazer e benefício pessoal do
leitor, também é destinado para estudo. Um guia para estudos pessoais e
em grupos encontra-se ao final deste texto.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
MacArthur, John
Deus : face a face com sua majestade / John F. MacArthur, Jr., ; [tradução
Waléria de Almeida Coicev]. -- São José dos Campos, SP : Editora Fiel, 2013.
12-14437
CDD-231
Índices para catálogo sistemático:
1. Deus : Teologia bíblica 231
Todos os direitos em língua
portuguesa reservados por
Deus
Editora Fiel da Missão Evangélica
Face a Face com sua Majestade
Literária
Traduzido do original em inglês:
God: Coming Face to Face with his
PROIBIDA A REPRODUÇÃO DESTE
Majesty
LIVRO POR QUAISQUER
por John F. MacArthur Jr.
MEIOS, SEM A PERMISSÃO ESCRITA
Copyright©1993 by John F.
DOS EDITORES, SALVO
MacArthur Jr.
EM BREVES CITAÇÕES, COM
INDICAÇÃO DA FONTE.
Sumário
Capa
Folha de rosto
Ficha catalográfica
Sumário
Introdução
Capítulo 1 - Nosso Deus Triúno
Capítulo 2 - Nosso Deus Fiel e Imutável
Capítulo 3 - Nosso Deus Santo
Capítulo 4 - Nosso Deus Onisciente
Capítulo 5 - Nosso Deus Onipresente
Capítulo 6 - Nosso Deus Onipotente
Capítulo 7 - A Ira de Nosso Deus
Capítulo 8 - A Bondade de Nosso Deus
Capítulo 9 - Nosso Deus soberano
Capítulo 10 - Deus, Nosso Pai
Capítulo 11 - A Glória do Nosso Deus
Capítulo 12 - A Adoração ao Nosso Deus
Guia para Estudos Pessoais e em Grupo
Introdução
O VERDADEIRO DEUS
O Senhor estava dizendo: “Jó, você não sabe nada, exceto o que você
sabe pela fé. Você não estava por perto. Você não tem resposta alguma,
senão aquelas que Eu lhe dou, e você pode acreditar nelas ou não”. Ter
fé é crer que aquilo que Deus diz é verdade. O conteúdo da fé cristã é a
Palavra revelada de Deus.
Algumas pessoas querem provar a existência de Deus através da
Ciência. Por mais valiosa que a Ciência seja, ela tem seus limites. Paul
Little destacou:
DEUS É UM
No Antigo Testamento, encontramos a afirmação chocante: “Vós sois
deuses” (Sl 82.6). Isso significa que há, de fato, muitos deuses? Não.
Deus estava falando aos juízes humanos da nação de Israel. Como
representantes de Deus, eles receberam a grande honra de julgar o povo
em nome dEle. Essa é uma referência ao ofício deles, e não à sua
essência. Isso fica óbvio a partir do versículo 7, que diz que eles, assim
como todos os homens, estão sujeitos à morte.
Há um, somente um, Deus verdadeiro, não muitos. Moisés deixou isso
claro ao dizer: “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único
SENHOR” (Dt 6.4). Essa verdade foi fundamental para as convicções
religiosas de Israel. Por viverem em meio a sociedades politeístas, era
vital que eles dedicassem sua fidelidade ao único Deus verdadeiro. Deus
disse: “Eu sou o primeiro e eu sou o último, e além de mim não há
Deus” (Is 44.6). Deus é um Deus zeloso (Êx 20.5), o que significa que
somente Ele deve ser adorado.
No Novo Testamento, Cristo identificou-se corretamente como Deus.
No entanto, Ele não estava afirmando ser outro deus, pois repetiu o
ensinamento de Moisés:
DEUS É TRÊS
Deus é um só, contudo, Ele existe não como dois, mas como três
Pessoas distintas. Isso é um mistério sem precedentes em nossa
experiência. Algumas pessoas tentam explicá-lo usando ilustrações
terrenas. Elas salientam que um ovo é um, mas é constituído de três
partes: uma casca, uma clara e uma gema; ou observam que a água é
uma substância, no entanto, pode existir em três estados: sólido, líquido
e gasoso.
Essas comparações ajudam um pouco, mas nenhuma ilustração pode
fazer jus à Trindade. O nosso Deus triúno e majestoso está muito além
de meros ovos ou água! Sua grandeza é infinita, e nunca poderemos
compreendê-la totalmente. Devemos simplesmente aceitar o
ensinamento claro das Escrituras. O que exatamente as Escrituras dizem
sobre a Trindade?
Com isso em mente, fica claro que existem várias passagens no Antigo
Testamento nas quais Cristo está falando e, em algumas delas, Ele
menciona outras duas Pessoas divinas. Por exemplo, no livro de Isaías,
Ele diz:
A Jornada de Abraão
Um dia, Deus falou a Abraão e ordenou-lhe que fosse para Canaã. O
escritor de Hebreus diz: “Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a
fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem
saber aonde ia” (11.8). A palavra grega para “saber” significa “fixar a
atenção em” ou “colocar os pensamentos em”. Ele partiu para uma terra
estrangeira sem ao menos colocar os seus pensamentos no lugar para
onde estava indo.
Além disso, ele não tinha garantia alguma, além da Palavra de Deus, de
que ele iria chegar lá. Sua peregrinação de fé o levou a abandonar sua
terra natal, seu lar e sua propriedade. Ele rompeu os laços familiares,
deixou seus entes queridos e abandonou sua segurança presente em troca
da incerteza futura. Por que ele obedeceu e partiu? Porque ele sabia que
Deus era digno de confiança.
O Sacrifício de Abraão
O brilhante teólogo Jonathan Edwards escreveu de modo comovente:
Pôs Deus Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu:
Eis-me aqui!
Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem
amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto,
sobre um dos montes, que eu te mostrarei.
Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu
jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho;
rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Deus lhe
havia indicado.
Ao terceiro dia, erguendo Abraão os olhos, viu o lugar de longe.
Então, disse a seus servos: Esperai aqui, com o jumento; eu e o
rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de
vós.
Tomou Abraão a lenha do holocausto e a colocou sobre Isaque,
seu filho; ele, porém, levava nas mãos o fogo e o cutelo. Assim,
caminhavam ambos juntos.
Quando Isaque disse a Abraão, seu pai: Meu pai! Respondeu
Abraão: Eis-me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo
e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?
Respondeu Abraão: Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro
para o holocausto; e seguiam ambos juntos.
Chegaram ao lugar que Deus lhe havia designado; ali edificou
Abraão um altar, sobre ele dispôs a lenha, amarrou Isaque, seu
filho, e o deitou no altar, em cima da lenha; e, estendendo a mão,
tomou o cutelo para imolar o filho.
Mas do céu lhe bradou o Anjo do SENHOR: Abraão! Abraão! Ele
respondeu: Eis-me aqui!
Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe
faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste
o filho, o teu único filho.
Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso
pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o
ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho.
Gn 22.1-13
Seu argumento era que Abraão é o pai espiritual de todos os que creem
(cf. com Rm. 4.11-12). Ele estava se referindo à fé das pessoas, e não à
sua herança racial. Em sua carta aos gálatas, ele diz assim: “Sabei, pois,
que os da fé é que são filhos de Abraão” (3.7). Nós que cremos em
Cristo como Salvador e Senhor estamos tão seguros quanto Abraão
porque exercemos a mesma fé que ele.
Como verdadeiros filhos de Abraão, estamos seguros no plano do
Senhor para a redenção. Afinal, aqueles a quem Deus “de antemão
conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de
seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos
que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses
também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Rm
8.29-30).
O crente não faz coisa alguma para garantir a sua salvação. De acordo
com Seu próprio propósito, Deus a garante para nós. O crente não pode
garanti-la e certamente não pode mantê-la. Mas, em Sua fidelidade,
Deus realiza ambas as coisas.[12]
Por que Deus nos escolhe para a salvação e nos conforma à imagem de
Seu Filho? Porque faz parte de Seu plano soberano e sábio fazê-lo.
Podemos ter a certeza de que Ele jamais mudará ou invalidará Seu plano
eterno, pois Ele é sempre fiel para cumprir Suas promessas.
Pois, quando Deus fez a promessa a Abraão, visto que não tinha
ninguém superior por quem jurar, jurou por si mesmo, dizendo:
Certamente, te abençoarei e te multiplicarei.
E assim, depois de esperar com paciência, obteve Abraão a
promessa. Pois os homens juram pelo que lhes é superior, e o
juramento, servindo de garantia, para eles, é o fim de toda
contenda.
Por isso, Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos
herdeiros da promessa a imutabilidade do seu propósito, se
interpôs com juramento, para que, mediante duas coisas
imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento
tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão
da esperança proposta.
Hb 6.13-18
O juramento de Deus, evidentemente, não foi feito para tornar Sua
promessa mais segura, mas para se acomodar à fé fraca das pessoas.
Deus desceu ao nosso nível para nos fornecer maiores garantias.
O escritor de Hebreus diz que há “duas coisas imutáveis, nas quais é
impossível que Deus minta” (v. 18). A palavra grega para “imutáveis”
era usada em relação a resoluções. Uma vez que seja devidamente
tomada, a resolução não pode ser mudada por ninguém, a não ser por
aquele que a tomou.
Quais são as duas coisas imutáveis? A promessa e o juramento de
Deus. Deus declarou que ambas as coisas eram imutáveis, até ao ponto
de arriscar sua própria reputação. Sua vontade não pode ser mudada,
invertida ou alterada. Podemos ter certeza disso? Sim, porque Ele não
pode mentir. Ele se comprometeu a dar forte encorajamento e confiança
a todos os que correm para Ele como o seu Refúgio e Salvador.
Deus ainda acrescentou outra razão para os crentes confiarem nEle. Em
Hebreus 6, o escritor concluiu:
[Esta esperança], a qual temos por âncora da alma, segura e
firme e que penetra além do véu, onde Jesus, como precursor,
entrou por nós, tendo-se tornado sumo sacerdote para sempre,
segundo a ordem de Melquisedeque (vv. 19-20).
[Deus] não pode mudar para melhor, pois Ele já é perfeito; e sendo
perfeito, não pode mudar para pior. Visto que Ele é completamente
não influenciado por qualquer coisa fora de Si mesmo, Seu
aperfeiçoamento ou piora são impossíveis. Ele é perpetuamente o
mesmo.[14]
No entanto, algumas passagens bíblicas que sugerem que Deus pode
mudar confundem algumas pessoas. Por exemplo, Gênesis 6.6-7: “então,
se arrependeu o SENHOR de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou
no coração. Disse o SENHOR: Farei desaparecer da face da terra o
homem que criei, o homem e o animal, os répteis e as aves dos céus;
porque me arrependo de os haver feito”. Mas pense nisto: o caráter de
quem mudou? Não foi o de Deus. Ele criou as pessoas para fazerem o
bem, mas, em vez disso, elas mudaram e escolheram fazer o mal.
No livro de Jonas, há outra passagem geralmente mal interpretada.
Quando Deus viu que os habitantes de Nínive se converteram dos seus
pecados, Ele “se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez”
(3.10). Mas, novamente, quem mudou? Não foi Deus. Ele demonstrou
misericórdia para com Nínive, não porque Ele mesmo se arrependeu,
mas porque as pessoas o fizeram.
Louis Berkhof abordou essa questão desta forma:
30 de junho de 1832:
Muito descuido, muito pecado e tristeza. “Desventurado homem
que sou! Quem me livrará do corpo desta morte”? Entra, minha
alma, em teu refúgio e esconde-te no pó por causa do temor do
Senhor e da glória de Sua majestade.
03 de julho de 1832:
Esta última raiz amarga de mundanismo que tantas vezes me tem
traído, esta noite, o fez de modo tão grosseiro que eu não posso
fazer nada, senão considerá-la como caminho escolhido por Deus
para me fazer detestá-la e abandoná-la para sempre. Eu poderia
fazer um voto, mas é muito mais provável que um verme fraco ore:
Assenta-te no pó, ó minha alma!
22 de julho de 1832:
Tive, esta noite, uma compreensão mais completa do
autoesvaziamento e da humilhação necessários para se chegar a
Cristo — a negação do próprio eu, pisoteando-o sob os pés — um
reconhecimento da completa retidão e justiça de Deus, que poderia
não fazer nada mais conosco, senão nos condenar totalmente e nos
empurrar até o mais profundo do inferno — um sentimento de que,
mesmo no inferno, deveríamos nos alegrar em Sua soberania e
dizer que a justiça foi feita corretamente.[17]
UM CHAMADO À SANTIDADE
Isaías estava certo: somos uma ruína moral e, somente pela graça
de Deus, somos preservados diariamente da total autodestruição.
Quando... a santidade de Deus quebranta o nosso espírito, somos
libertos de todos os pensamentos superficiais e inadequadas sobre
nossa própria santificação. Somos também preservados de todos os
ensinamentos desprezíveis que nos encorajam a pensar que
existem atalhos pelos quais podemos obter a santidade de modo
mais fácil.
A santidade não é uma experiência; ela é a reintegração de nosso
próprio caráter, a reconstrução de uma ruína. É um trabalho
habilidoso, um projeto de longo prazo que exige tudo o quanto
Deus tem nos dado para a vida e a piedade.[20]
Deus conhece tudo o que pode ser conhecido. Ele conhece tudo,
instantaneamente, com uma plenitude de perfeição que inclui todos os
itens possíveis do conhecimento de tudo o que existe ou poderia ter
existido em qualquer lugar do universo, em qualquer momento no
passado ou que possa existir nos séculos ou eras vindouras.
Deus conhece... todas as causas, todos os pensamentos, todos os
mistérios, todos os enigmas, todos os sentimentos, todos os desejos,
todos os segredos não ditos, todos os tronos e domínios, todas as
personalidades, as coisas visíveis e invisíveis no céu e na terra....
Porque Deus conhece todas as coisas com perfeição, Ele não conhece
uma coisa melhor do que qualquer outra, e sim todas igualmente bem.
Ele nunca descobre nada, Ele nunca se surpreende, nunca se espanta.
Nunca inquire sobre qualquer coisa nem busca informações ou faz
perguntas (exceto quando quer atrair os homens para Si, para o próprio
bem deles). Deus é autoexistente, e autossuficiente, e conhece o que
nenhuma criatura jamais poderá conhecer — a Ele mesmo de modo
perfeito... Somente o Infinito pode conhecer o infinito.[22]
Do mesmo modo, “Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo
fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8).
Ele conhecia os nossos pecados, mas, voluntariamente, deu Seu Filho
para morrer por nós na cruz.
Nosso Senhor Jesus Cristo, Deus em carne humana, “sonda mentes e
corações” daqueles que professam o Seu nome (Ap 2.23). Nenhum dos
nossos pensamentos está além de Seu conhecimento. As Escrituras nos
dizem que Ele “conhecia todos [os homens]” e “não precisava de que
alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo
sabia o que era a natureza humana” (Jo 2.24-25).
Davi disse: “Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, SENHOR,
já a conheces toda” (Sl 139.4). Deus conhece os nossos pensamentos
antes mesmo de nós os expressarmos. Mesmo quando sussurram nossos
pensamentos, Deus ouve as palavras como se elas estivessem sendo
transmitidas publicamente.
A FUTILIDADE DA HIPOCRISIA
Não há um lugar secreto onde possamos nos esconder de Deus. Saiba
também que Deus enxerga através de toda fachada hipócrita. Cristo
desmascarou os líderes religiosos hipócritas de sua época dizendo que
eles eram “semelhantes aos sepulcros caiados” (Mt 23.27). Os sepulcros
eram caiados de branco para evitar que os viajantes em seu caminho
para Jerusalém, para uma grande festa religiosa, tocassem
inadvertidamente um túmulo e se tornassem impuros. Quando uma
pessoa se tornava impura, tinha que passar por uma purificação
cerimonial e era excluída da participação em certas atividades religiosas.
Embora os viajantes que entravam em Jerusalém enxergassem pureza,
sepulcros brancos e brilhantes sob o sol, isso não mudava o que eles, de
fato, eram: túmulos de pessoas mortas. Os líderes religiosos eram como
os sepulcros caiados, pois tinham uma aparência religiosa exterior, mas
por dentro estavam cheios de hipocrisia e de imundícia (v. 28). Eles
eram culpados por enganar e contaminar a todos com o seu ensino.
Cristo conhece cada coração, e nada o enganará, nem mesmo uma
exibição exterior de religiosidade. Às vezes parece que os pecados do
ímpio passam despercebidos para Deus — principalmente se eles forem
prósperos e bem-sucedidos nas coisas do mundo. Mas Davi tinha a
perspectiva correta quando disse:
Muitas vezes nos enganamos acerca do nosso pecado, mas Deus não se
engana. Ele sabe os pecados de quem ainda permanece sem confissão.
Ele conhece aqueles que constroem uma fachada externa. Seu
julgamento nunca se baseia na aparência ou na profissão de fé, mas
sempre na verdade. Ele “não vê como vê o homem. O homem vê o
exterior, porém o SENHOR, o coração” (1 Sm 16.7). Esse é o Deus que
você conhece?
Deus conhece o início e o fim, bem como cada passo dado nesse
intervalo. Seu conhecimento perfeito resulta numa sabedoria perfeita,
pois Ele é “o Deus único e sábio” (Rm 16.27).
O homem não redimido, no entanto, considera a sabedoria de Deus
como tolice. Paulo escreveu:
Depois de tentar convencer Cristo, por duas vezes, de que ele o amava,
Pedro apelou para a onisciência de Cristo. Pedro o havia negado três
vezes anteriormente, mas, no entanto, estava confiante de que o Todo-
sábio sabia o que estava realmente em seu coração. E porque Cristo, de
fato, conhecia o amor de Pedro, disse a ele para ministrar aos Seus
crentes.
Cristo não só sabia o que estava no coração de Pedro, como também a
forma como Pedro iria morrer. Pelo que vemos acerca de Pedro no
restante do Novo Testamento, essa perspectiva de perseguição e morte
não fez com que ele vacilasse nem um pouco. No livro de Atos, vemos
sua coragem e confiança na proclamação da mensagem do Evangelho.
Depois de ser libertado da prisão e de ter recebido ordens para não
evangelizar, Pedro declarava ousadamente em todo o tempo: “Antes,
importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29).
De onde ele tirou essa confiança? O Espírito Santo havia, com certeza,
dado poder a ele. Mas, sem dúvida, havia outra razão oculta: ele estava
convencido de que Deus sabia o que era melhor para a sua vida. Ele
estava disposto a pôr sua confiança no Deus cuja sabedoria é perfeita e
cujo conhecimento é infinito.
E você? Você conhece a Deus dessa maneira? Você está disposto a
confiar nEle sem reservas com a sua vida?
Deus conhecia a devoção que eles tinham por Ele. Ele até a registrou
num livro — não porque Ele se esquece, mas porque Ele quis
proporcionar conforto e segurança àqueles crentes preciosos. Deus
conhece todos os que pertencem a Ele porque Ele colocou os seus nomes
no Livro da Vida antes do início do mundo (Ef 1.4).
Assim como os crentes dos dias de Malaquias, Davi encontrou também
conforto na onisciência de Deus. Ele estava ciente de que Deus estava
intimamente inteirado de todos os seus caminhos, porque ele disse:
“Contaste os meus passos quando sofri perseguições; recolheste as
minhas lágrimas no teu odre” (Sl 56.8). Era uma prática comum no
Oriente contratar carpideiras para os funerais. Essas carpideiras
guardavam suas lágrimas num frasco. Talvez esse fosse o modo de
provar que mereciam o seu salário. A declaração de Davi de que Deus
recolhe as nossas lágrimas nos diz que Ele conhece o porquê delas. Seu
conhecimento a nosso respeito é íntimo, pois Ele conhece todas as
provações que teremos de suportar.
Essa grande verdade consolou um Pastor que viveu durante um dos
períodos mais turbulentos da História Inglesa. Seu nome era Richard
Baxter, ele era um conselheiro do Senhor Protetor da República da
Inglaterra Oliver Cromwell durante a Guerra Civil Inglesa (do século
XVII). Por causa de suas crenças puritanas, Baxter foi posteriormente
perseguido, preso e proibido de pregar.
Aos setenta anos de idade e sofrendo de tuberculose, ele foi condenado
a um ano e meio de prisão. Embora a situação de Baxter fosse
desoladora, este poema reflete sua fé inabalável no nosso Deus
onisciente e Salvador:
Assim como [Deus] não é medido pelo tempo, Ele não é também
limitado pelo espaço.... Deus, por ser infinito, enche tudo, todavia,
não está contido no tudo, assim como o vinho e a água podem ser
contidos num frasco. Ele está desde as alturas do céu até o fundo
das profundezas, em cada ponto do mundo e ao redor do mundo,
mas não está limitado por ele, e sim, além dele.[26]
Seu ser não conhece limites. Samuel Storms, em The Grandeur Of God
[A Grandeza de Deus], segue dizendo:
Deus é onipresente conforme a Sua ação. Ele não está presente na
criação como um rei em seu reino ou como um capitão a bordo de
seu navio. Ele não age no mundo de uma certa distância, mas está
presente com todo o Seu ser poderosamente, aqui, e em todo lugar
no que diz respeito à Sua essência e poder.
Embora Deus esteja totalmente presente em todas as coisas,
todavia, Ele é distinto de todas as coisas. O universo é a criação de
Deus e, portanto, no que diz respeito à Sua essência, não faz parte
dEle. Desse modo, embora todas as coisas sejam permeadas e
sustentadas por Deus (Cl 1.16-17, At 17.28), Deus não é todas as
coisas.
Por ser totalmente espírito, Deus não pode ser dividido ou
separado de modo que uma parte de Seu ser esteja num
determinado lugar e outra parte em outro lugar. Todo o Seu ser
está em todos os lugares sempre.[27]
Mas para que você não comece a suspeitar que a onipresença de Deus é
um assunto de interesse ou relevância apenas para os teólogos dos
séculos passados, há pelo menos um oficial do governo que discordaria
de você. Escrevendo para a seção de opinião do Los Angeles Times
acerca de um tema de grande interesse dos cristãos na década de 1990,
ele concluiu:
O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor
do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos
humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma
coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida,
respiração e tudo mais... para buscarem a Deus se, porventura,
tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de
nós.
At. 17.24-25, 27
BUSCANDO A PIEDADE
Deus nos dá esta promessa confortadora: “Não vos sobreveio tentação
que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais
tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a
tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1 Co
10.13). Sempre que a tentação vier, saiba que você tem a força dada por
Deus para resistir. Embora cada um de nós, como crentes, esteja num
nível diferente de maturidade, Deus supre cada um individualmente em
seu nível a fim de defendê-lo ou fortalecê-lo contra a tentação.
Saber que Deus está sempre presente é uma motivação poderosa para
resistir à tentação. Isso nos leva a perceber que tudo o que fazemos,
fazemos na presença de Deus. Quando pecamos — seja com um pecado
de pensamento, palavra ou ação —, esse pecado é feito na presença de
Deus. Essa foi obviamente a atitude que José teve. Ao se recusar ceder à
tentação, ele disse: “como, pois, cometeria eu tamanha maldade e
pecaria contra Deus?” (Gn 39.9)
Na maioria dos casos, as pessoas preferem pecar quando não há
ninguém observando. Talvez não sejamos tão cuidadosos em torno de
nossa família ou amigos mais próximos, porque eles já estão cientes dos
nossos problemas. Longe deles, no entanto, logo ficamos embaraçados
quando somos apanhados. Mas perceba isto: sempre que você pecar, é
como se você subisse aos pés do trono de Deus e pecasse bem ali. O que
quer que você faça, você o faz na presença de Deus. Essa é uma
consideração muito séria!
Jó disse a Deus: “não vê Deus os meus caminhos?” (Jó 31.4) Essa era a
base de sua integridade (vv. 1-3). “Reconhece-o em todos os teus
caminhos”, disse Salomão (Pv 3.6, grifo meu). Em tudo o que você fizer,
tenha a consciência de que Deus está sempre presente. Esse tipo de
responsabilidade o ajudará a se guiar no caminho certo.
Ter consciência da presença de Deus o ajudará, não apenas a fugir do
pecado, mas também a suportar o sofrimento. Pedro disse aos crentes
que enfrentavam perseguição severa: “porque isto é grato, que alguém
suporte tristezas, sofrendo injustamente, por motivo de sua consciência
para com Deus” (1 Pe 2.19). “Consciência para com Deus” se refere a
uma consciência geral da presença de Deus, o que é um incentivo para a
conduta piedosa. Devemos manter um bom testemunho diante do
perdido, suportando o fato de sermos maltratados, confiantes de que
Deus está zelando por nós e controlando soberanamente todas as
circunstâncias. A vida piedosa é uma questão de viver à luz da presença
de Deus.
Samuel Storms escreveu: “A onipresença de Deus deve consolar os
justos. Não importa qual seja a tribulação, não importa o lugar onde ela
aconteça, não importa a rapidez com que ela nos assalte, não importa a
profundidade de seu poder; Deus está sempre conosco! ‘Ainda que eu
ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu
estás comigo’” .[30]
Deus planejava usar uma nação pagã para punir o povo de Habacuque.
Esse não era o tipo de resposta que o profeta esperava ouvir. Ele teve
uma reação visceral a essa notícia: “Ouvi-o, e o meu íntimo se comoveu,
à sua voz, tremeram os meus lábios; entrou a podridão nos meus ossos, e
os joelhos me vacilaram, pois, em silêncio, devo esperar o dia da
angústia, que virá contra o povo que nos acomete” (3.16).
Mas, depois, Habacuque começou a se lembrar do que ele sabia a
respeito do Senhor, pois ele disse: “Não és tu desde a eternidade, ó
SENHOR, meu Deus, ó meu Santo? Não morreremos” (1.12).
Habacuque se lembrou de que o Deus eterno está próximo. Por ser
eterno, Deus está à frente, após, acima e livre da história, reinando na
atemporalidade eterna. Essa verdade ajudou Habacuque a perceber que
tudo faz parte do plano eterno de Deus, isso inclui as discórdias e a
injustiça na terra. A invasão por forças inimigas não passaria
despercebida para Deus. Isso não era uma casualidade. Deus estava
perto, controlando soberanamente todas as circunstâncias.
Habacuque também se lembrou de que o Santo está perto. Ao lembrar
que Deus é perfeito e que lidará com o pecado, ele reconheceu: “Tu és
tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes
contemplar” (v. 13). Ele estava querendo dizer: “Sei que Deus não pode
agir independentemente de Sua santidade. Se Ele está nos punindo por
causa do nosso pecado, sei que Ele punirá também os caldeus por causa
dos pecados deles”. Deus não estava num lugar remoto. Seus olhos
santos estavam presentes para exercer o juízo.
Depois Habacuque se lembrou de outra verdade acerca de Deus: que
Ele é fiel. “Não morreremos” é uma afirmação da Aliança de Deus com
o Seu povo. Ele é fiel à Sua Palavra. Sua fidelidade é inseparável de Seu
amor pactual, que é um amor eterno. Deus não está distante dos Seus.
Sua fidelidade e amor são profundos.
Talvez Habacuque estivesse pensando: “Senhor, tudo o que sei a Seu
respeito me diz para parar de me preocupar com esse problema. Não
entendo isso, mas não preciso compreendê-lo. Na verdade, minha mente
é pequena demais para entender isso, e foi o orgulho que me levou a
pensar que eu poderia entender”. Habacuque, através da meditação sobre
o caráter do Senhor, aprendeu este princípio valioso: “O justo viverá
pela sua fé” (Hc 2.4; cf. com Rm 1.17). A firme fé de Habacuque no
Senhor fica evidente em suas palavras finais:
“Eis que as nações são consideradas por ele como um pingo que
cai de um balde e como um grão de pó na balança; as ilhas são
como pó fino que se levanta. Nem todo o Líbano basta para
queimar, nem os seus animais, para um holocausto. Todas as
nações são perante ele como coisa que não é nada; ele as
considera menos do que nada, como um vácuo”
Is. 40.15-17
Quando Deus exerce o Seu poder, Ele o faz sem esforço. Para Ele,
criar um universo não é mais difícil do que fazer uma borboleta. A.W.
Tozer escreveu:
Visto que Ele tem sob o Seu comando todos os poderes do
universo, o Senhor Deus Onipotente pode fazer uma coisa de
modo tão fácil quanto qualquer outra coisa. Todos os Seus atos são
feitos sem esforço. Ele não gasta energia alguma que deva ser
reabastecida. Sua autossuficiência torna desnecessário que Ele
busque renovação de Suas forças em algo fora de Si mesmo. Todo
o poder necessário para fazer tudo o que Ele quiser fazer reside na
plenitude, que não diminui, de Seu próprio ser infinito.[32]
Na Criação
Davi louvou o nosso Deus Criador, dizendo: “Os céus por sua palavra
se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles” (Sl 33.6).
Ninguém ajudou Deus a criar o mundo, pois Ele disse: “Eu sou o
SENHOR, que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus e
sozinho espraiei a terra” (Is 44.24). Ele desejou que a criação existisse,
chamando “à existência as coisas” que não existiam (Rm 4.17). A
contemplação de Sua criação deve nos levar a valorizar o Seu grande
poder. No entanto, o poder de Deus é maior do que qualquer coisa que
Ele tenha criado.
Aquilo que Deus cria, Ele também sustenta, mantém e preserva. Ele
sustenta “todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1.3). A palavra
grega para “sustentar” significa “escorar” ou “manter”. Ela é utilizada no
tempo presente, o que implica numa ação contínua. Neste momento,
Deus está sustentando tudo no universo. Isso é muito mais do que uma
lei da natureza, é a atividade de Deus.
Você pode imaginar o que aconteceria se Deus renunciasse a Seu poder
sustentador? Nós deixaríamos de existir. Nossa vida depende da
constância das leis físicas que Ele estabeleceu.
Se Deus parasse de manter a lei da gravidade, não seríamos capazes de
permanecer na Terra e, certamente, morreríamos. Ou considere o Sol. A
temperatura de sua superfície é de quase seis mil e setecentos graus
centígrados. Se estivesse mais perto da terra, seríamos queimados; se
estivesse mais longe, congelaríamos.
Além disso, o nosso globo é inclinado num ângulo exato de vinte e três
graus, o que nos permite ter as quatro estações. Se ele não fosse
inclinado, os vapores do oceano se moveriam para o norte e para o sul,
acabando por empilhar monstruosos continentes de gelo. Se a nossa
atmosfera diminuísse de repente, os meteoros que hoje se incendeiam
inofensivamente ao atingirem a atmosfera terrestre nos bombardeariam
de forma constante.
Se a Lua não permanecesse a uma distância específica da Terra, a maré
do oceano inundaria completamente a Terra duas vezes ao dia. Se o
fundo do oceano deslizasse apenas mais alguns metros para baixo, o
equilíbrio entre o dióxido de carbono e o oxigênio da atmosfera terrestre
ficaria completamente descontrolado e nenhuma vida vegetal ou animal
poderia existir na Terra.
As coisas não acontecem por acaso no nosso universo. Deus as sustém.
Ele é o princípio de coesão. Não é um relojoeiro distante que criou o
mundo, colocou-o em movimento e não se importou mais com ele desde
então. A razão pela qual o universo é um cosmos e não caos — um
sistema ordenado e seguro em vez de uma confusão errante e
imprevisível — é o poder sustentador de Deus. Os cientistas que pensam
que estão descobrindo verdades grandiosas não estão fazendo nada além
de descobrir as leis de sustentação que Deus usa para controlar o mundo.
Nenhum cientista, matemático ou astrônomo poderia descobrir qualquer
coisa que estivesse além do poder sustentador de Deus, porque Ele
monitora e sustenta os movimentos e o desenvolvimento de todo o
universo. Seu governo de todo o universo manifesta Sua sabedoria
inescrutável e Seu poder ilimitado. E Ele sustenta tudo pela palavra do
Seu poder.
Uma questão frequentemente levantada é: se Deus nunca fica cansado
por preservar e manter o universo, por que Ele descansou no sétimo dia
da Criação? A resposta é: Deus não descansou literalmente, Ele
simplesmente terminou a Sua obra de Criação. Se Ele tivesse
descansado, tudo o que Ele havia feito nos primeiros seis dias teria se
desintegrado. Deus não se cansa; Ele esteve tão ativo no sétimo dia
como estivera nos outros seis — sustentando tudo o que Ele havia feito.
Na Salvação
F.B. Meyer escreveu:
Esse foi o argumento de Paulo ao dizer: “aquele que começou boa obra
em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6). A
salvação é uma obra poderosa de Deus. Quando Deus começa essa
grande obra numa pessoa, Ele a leva inevitavelmente à sua conclusão.
Deus sempre termina o que começa.
Judas encerra sua carta com essa mesma nota:
Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para
vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória, ao
único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso,
glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e
agora, e por todos os séculos. Amém! (vv. 24-25).
Na Ressurreição
O poder de Deus é também manifestado em Sua capacidade de
ressuscitar os mortos. Jesus disse aos Seus discípulos: “Mas, depois da
minha ressurreição, irei adiante de vós para a Galileia” (Mt 26.32).
O povo judeu como um todo rejeitou as reivindicações messiânicas de
Cristo. Ele foi acusado de ser um rebelde envolvido em atividades
revolucionárias que visavam à subversão do governo romano. Os líderes
religiosos o levaram diante de Pilatos, o governador, alegando que Ele
era uma ameaça não apenas para o judaísmo, mas também para o
sistema político romano!
Suas acusações políticas contra Cristo eram falsas: Ele não se
posicionava contra Roma. No entanto, suas acusações religiosas eram
verdadeiras: Cristo alegava ser o Messias (Mc 14.61-62). Cristo sabia
que a confissão verdadeira de Sua divindade lhe custaria a vida.
Mas Cristo nunca proferiu uma mensagem de duplo sentido, mesmo
diante do perigo iminente e da morte. Ele confessou abertamente Seu
senhorio, Sua identidade messiânica e Sua autoridade soberana. Por quê?
Porque Ele entregou Sua vida àquele que é capaz de ressuscitar os
mortos. E, de fato, Ele “foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do
Pai” (Rm 6.4).
Cristo foi capaz de enfrentar a cruz não só por causa do poder do Pai,
mas também por causa de Seu próprio poder. Ele mesmo tinha o poder
de vencer a morte. Jesus disse: “Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a
minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu
espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para
reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai” (Jo 10.17-18). Por meio de
Sua morte, Ele devolveria a morte impotente ao diabo, que tinha o poder
da morte (Hb 2.14). Ele lutou com a morte como se fosse um inimigo, e
sem dificuldades.
Deus tem tanto poder que, no final dos tempos, Ele levantará dentre os
mortos a cada ser humano que já viveu, tanto justos como injustos. “Não
vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham
nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para
a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a
ressurreição do juízo” (Jo 5.28-29). Além disso, o livro de Apocalipse se
refere ao julgamento feito do grande trono branco quando os ímpios são
trazidos diante de Deus (Ap 20.11-15).
Para a Adoração
Devemos adorar a Deus por causa do Seu poder. Deus disse a Seu
povo: “mas ao SENHOR, que vos fez subir da terra do Egito com grande
poder e com braço estendido, a ele temereis, e a ele vos prostrareis, e a
ele oferecereis sacrifícios” (2 Re 17.36). Isso se aplica tanto ao Seu povo
hoje como se aplicava aos israelitas naquele tempo. Devemos meditar
mais sobre o Seu poder. Isso nos ajudará a nos concentrar menos em
nossos problemas.
Para a Confiança
O poder de Deus é uma fonte de confiança. Sempre que você se sentir
incapacitado, lembre-se das palavras de Paulo: “Tudo posso naquele que
me fortalece” (Fp 4.13). Na força do poder de Deus, podemos realizar
tudo o que Ele quer que façamos (1 Ts 5.24). Podemos viver com
confiança todos os dias, sabendo que somos capazes de “fazer
infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme
o seu poder que opera em nós” (Ef 3.20).
Para a Esperança
O poder de Deus para a ressurreição é a base da nossa esperança. O
testemunho de Paulo foi este:
Para a Vitória
O poder de Deus é a base para a nossa vitória espiritual. Paulo disse:
“Sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10). Para a
vitória, você deve ser como um guarda de sentinela. Quando o inimigo
vier, você não deve lutar contra ele sozinho — você deverá dizê-lo ao
comandante, e Ele liderará a batalha. Deus pode trazer a vitória
espiritual, porque “maior é aquele que está em vós do que aquele que
está no mundo” (1 Jo 4.4). Satanás é um inimigo poderoso, mas ele não
é páreo para o poder de Deus.
Qual deveria ser a nossa reação diante do poder impressionante,
majestoso e glorioso de Deus? Humildade. É fácil ser orgulhoso se os
seus pensamentos estiverem em si mesmo e não em Deus. É por isso que
precisamos prestar atenção a esta admoestação: “Humilhai-vos, portanto,
sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos
exalte” (1 Pe 5.6). Precisamos nos humilhar diante de nosso Deus todo-
poderoso, porque, sem a capacitação que Ele nos dá, nada podemos
fazer (Dt 8.8-10; Jo 15.5).
Em 8 de julho de 1741, Jonathan Edwards pregou o seu mais famoso
sermão já proferido na História da América. Esse sermão, “Pecadores
nas Mãos de um Deus Irado”, apresenta a verdadeira condição da
humanidade caída e sua necessidade de salvação.
Aqui está um trecho de sua mensagem:
Queira Deus que todos aqueles que ainda estão fora de Cristo,
pendentes sobre o abismo do inferno - quer sejam senhoras e
senhores idosos ou pessoas de meia idade, quer jovens ou crianças
-, possam dar ouvidos agora aos chamados da Palavra e da
providência de Deus... Desperte e fuja da ira vindoura.[45]
Quando os peregrinos chegaram a Plymouth, Massachusetts, em 1620,
o primeiro inverno terrível matou quase a metade da colônia. Mas
aqueles que sobreviveram àquele inverno de morte receberam um verão
de abundância. Coisas como peixes, carne de veado, peru, milho
indiano, cevada e ervilha foram abundantes. Porque Deus havia sido tão
bom para eles, os peregrinos decidiram ter um tempo de oração e
celebração - o qual conhecemos como Dia de Ações de Graças. Além da
alimentação tradicional, seu menu incluía gansos, patos, veado,
mariscos, enguias, alho-poró, creme de favas e milho, agrião, ameixas
silvestres e pão de milho.
Os colonos de Plymouth não foram os únicos a reconhecer a bondade
de Deus. Ao longo da história bíblica, encontramos indivíduos que
falaram com boa vontade de Deus como sendo bom. Quando o rei
Ezequias, de Judá, orou por seu povo, ele disse: “O SENHOR, que é
bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o SENHOR
Deus, o Deus de seus pais” (2 Cr 30.18-19). Durante a era pós-exílio,
quando o alicerce do templo foi lançado, os sacerdotes e levitas
ofereceram louvor e ação de graças ao Senhor, dizendo: “Ele é bom,
porque a sua misericórdia dura para sempre sobre Israel” (Ed 3.11).
Esdras foi bem sucedido em sua viagem da Babilônia até Jerusalém
porque “a boa mão do seu Deus [estava] sobre ele” (7.9). “O SENHOR é
bom”, declarou O profeta Naum (Na 1.7). No Novo Testamento, Jesus
Cristo descreveu a Si mesmo como “o Bom Pastor” (Jo 10.14).
A que a bondade de Deus se refere exatamente? Charles Hodge
escreveu:
A morte por crucificação parece incluir toda essa dor e ser uma
morte horrível e assustadora — tonturas, cãibras, sede, fome,
insônia, febre traumática, tétano, exposição pública à vergonha,
tormento duradouro, expectativa de horror, gangrena nos
ferimentos não tratados — tudo isso intensificado até o ponto em
que esses sofrimentos podem ser suportados, mas todos eles
durando bem mais além do ponto de dar ao sofredor o alívio da
inconsciência.
A posição nada natural tornava cada movimento doloroso; as veias
dilaceradas e os tendões esmagados latejavam em angústia
incessante; os ferimentos, inflamados por ficarem expostos,
gangrenavam gradualmente; as artérias — principalmente as da
cabeça e do estômago — tornavam-se inchadas e comprimidas
com o excesso de sangue; e enquanto cada variedade da penúria
aumentava gradativamente, a angústia de uma sede ardente e
intolerável era acrescentada a elas; e todas essas complicações
físicas causavam agitação e ansiedade internas, o que fazia com
que a expectativa da própria morte — da morte, o terrível inimigo
desconhecido, cuja aproximação geralmente estremece os homens
— tivesse o aspecto de um alívio delicioso e excelente.[48]
As autoridades não buscavam uma morte rápida e indolor para
preservar ao menos um pouco de dignidade para os criminosos. Ao
contrário, elas buscavam uma tortura agonizante para humilhá-los
completamente. Esse foi o sofrimento que o nosso Senhor Jesus Cristo,
em Sua bondade, experimentou.
Nem mesmo o sofrimento de Cristo na cruz foi suficiente para saciar o
desejo maldoso de seus inimigos — eles tinham que atormentá-lo
também. Mateus descreveu isso da seguinte maneira:
Sofrimento
O sofrimento é resultado da maldição. Se o pecado não tivesse sido
introduzido no mundo, não haveria sofrimento, dor, tristeza ou morte.
Embora o sofrimento por si só não seja mau, ele é resultado do mal no
mundo.
Um dos primeiros exemplos bíblicos que temos de Deus transformando
o mal em bem é no sofrimento de José. Seus irmãos o jogaram num poço
e depois o venderam para alguns homens que estavam a caminho do
Egito (Gn 37.20-28). Mais tarde, ele foi preso injustamente. Mas Deus o
capacitou a interpretar um sonho para Faraó e a avisá-lo sobre uma fome
que viria. Em consequência disso, Faraó fez de José o Primeiro-Ministro
do Egito. Porque Deus colocara José nessa posição, ele foi capaz de
fornecer alimentos para sua família, bem como para todo o povo do
Egito. Apesar de seus irmãos o terem vendido como escravo, José pôde
lhes dizer: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus
o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita
gente em vida” (50.20). Ele percebeu que as injustiças que ele havia
sofrido faziam parte do plano soberano de Deus para sua vida.
E nós? Será que Deus realmente usa o nosso sofrimento para o nosso
bem? Absolutamente. Um dos benefícios do sofrimento é que ele nos
ensina a odiar o pecado. Quando Cristo foi ao túmulo de Lázaro, Ele
“agitou-se no espírito e comoveu-se” (Jo 11.33). Ele agonizou diante das
lágrimas, da dor e da tristeza que o pecado e a morte trazem. Quando
experimentamos o sofrimento, aprendemos a odiar o pecado, que é o
causador dessas coisas.
O sofrimento também coopera para o nosso bem, porque expõe o
pecado em nossas vidas. Quando tudo está bem, é fácil nos sentirmos
piedosos. Mas, assim que as coisas desmoronam e os infortúnios se
interpõem em nosso caminho, somos mais tentados a ficar irados com
Deus.
Podemos perder a paciência facilmente e começar a duvidar de Sua
bondade. É nesse ponto que a pessoa descobre se, de fato, confia em
Deus, pois o sofrimento evidenciará todo o mal que estiver no coração.
O sofrimento não só evidenciará o pecado, como também o removerá.
Ele é um fogo que queima a nossa escória e revela o ouro e a prata
puros. Jó disse a respeito de Deus: “Mas ele sabe o meu caminho; se ele
me provasse, sairia eu como o ouro” (Jó 23.10).
De que outra maneira o sofrimento coopera para o nosso bem? Ele
revela que nós, na verdade, somos Seus filhos. Afinal, “o Senhor corrige
a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que
perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não
corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado
participantes, logo, sois bastardos e não filhos” (Hb 12.6-8). Sua
disciplina é a evidência de que somos Seus filhos.
O sofrimento também nos leva a Deus. Na prosperidade, o coração fica
facilmente dividido. É por isso que Deus advertiu os israelitas para não
se esqueceram dEle quando Ele os levasse para a Terra Prometida (Dt
6.10-13). O sofrimento nos obriga a parar de nos concentrar no mundo.
Quando tudo em nossas vidas é confortável, somos inclinados a nos
preocupar com a nossa casa, o carro, o trabalho, os negócios ou com
nosso guarda-roupa. Mas suponha que um ente querido fique com uma
doença terminal. Isso mudaria os nossos valores e nos levaria a Deus,
que é uma boa resposta para uma situação trágica. O “espinho na carne”
de Paulo o levou ao Senhor (2 Co 12.7-10).
Quaisquer que sejam nossas aflições, estejamos seguros de que Deus as
está usando soberanamente para o nosso bem. Tendo esse assunto como
tema, Margaret Clarkson escreveu um livro para aqueles que vivem suas
vidas numa dor perpétua. Ela o intitulou Grace Grows Best in Winter [A
Graça Cresce Melhor no Inverno] — uma citação das cartas de Samuel
Rutherford, o pastor que procurava confortar a senhora em sofrimento,
foi descrita no início deste capítulo. O subtítulo do livro de Clarkson é
Help for Those Who Must Suffer [Ajuda para Aqueles que Devem
Sofrer], e uma de suas muitas observações úteis é a seguinte:
Tentação
A tentação também coopera para o nosso bem. A principal razão disso
é porque ela nos faz depender de Deus. Quando um animal vê um
caçador, ele corre para um lugar seguro. Semelhantemente, quando o
diabo atira seus dardos inflamados, devemos fugir para o trono da graça
de Deus a fim de que Ele possa nos proteger. A luta contra a tentação
nos leva a ver o quão fracos somos, de fato, e a perceber que não temos
motivo algum para nos orgulhar de nós mesmos. Isso nos obriga a seguir
o exemplo de Paulo e a depender da força de Cristo (2 Co 12.9-10; Fl
4.11-13).
Nosso Senhor Jesus sabia do que se tratava a tentação, pois as
Escrituras nos dizem acerca dEle: “Porque não temos sumo sacerdote
que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado
em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-
nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de
recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião
oportuna” (Hb 4.15-16). Porque o próprio Cristo experimentou grande
tentação, Ele entende o que passamos e é, portanto, capaz de nos ajudar
em nossas lutas. Da mesma forma, a nossa relação com a tentação nos
capacita a ajudar os outros em suas lutas (cf. com Gl 6.1).
A tentação também coopera para o nosso bem porque nos faz desejar o
céu. Às vezes, quem sabe, nos identificamos com a frustração de Paulo:
“Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse
faço... Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta
morte?” (Rm 7.19, 24). Em momentos como esses, ansiamos pelo céu,
dizendo juntamente com Paulo: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo,
e o morrer é lucro” (Fl 1.21).
No entanto, Paulo tinha uma perspectiva equilibrada, pois ele
prossegue dizendo: “Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo
o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente
melhor. Mas, por vossa causa, é mais necessário permanecer na carne”
(vv. 23-24). Estarmos envolvidos num ministério que precisa de nós nos
motivará a perseverar, apesar de todas as provações e tentações que
experimentemos.
Pecado
Deus promete que todas as coisas cooperam para o nosso bem no final,
e isso inclui a pior de todas elas: o pecado. Sua promessa não diminui a
feiúra do pecado ou a beleza da santidade. O pecado é intrinsecamente
perverso e digno do inferno eterno. Mas em Sua infinita sabedoria, Deus
prevalece sobre ele para o nosso bem. Como?
Quando vemos o pecado e seus efeitos em outras pessoas, sentimos
uma santa indignação contra ele. Isso nos leva a sermos mais fortes em
nossa oposição ao pecado. Também nos tornamos mais gratos ao Senhor
pelos pecados dos quais Ele nos libertou.
Quando nos tornamos conscientes do pecado em nossa própria vida, o
Espírito Santo nos cutuca para examinarmos o nosso coração à luz da
Palavra de Deus. Devemos pedir a Deus para sondar nossas almas a fim
de encontrar qualquer pecado latente, do mesmo modo como
desejaríamos que um médico encontrasse qualquer câncer escondido. O
remédio apropriado não pode ser prescrito antes que a enfermidade seja
conhecida. É por isso que Jó clamou a Deus: “Notifica-me a minha
transgressão e o meu pecado” (Jó 13.23). É melhor encontrarmos o
pecado antes que ele nos encontre. E quando nos tornam conscientes de
um pecado pessoal, devemos nos livrar dele imediatamente e fazer disso
um hábito para a vida toda.
A ameaça do pecado também nos impele a estarmos espiritualmente
em alerta. Nosso coração é como um castelo que corre o risco de ser
assaltado a qualquer momento pelo mundo, pela carne e pelo diabo. E,
por ele ser assim, devemos ser como um soldado que está em alerta em
relação ao ataque do inimigo.
Embora Deus faça soberanamente com que o nosso pecado coopere
para o nosso bem, nunca devemos ver essa promessa maravilhosa como
uma autorização para pecar. Em seu livro All Things for Good [Todas as
Coisas para o Bem], Thomas Watson advertiu:
Por que Cristo fez essa declaração a respeito de Deus e dEle mesmo?
Ele havia acabado de curar um homem que fora aleijado por 38 anos.
Mas porque Ele curou o homem no sábado, um dia de descanso, os
líderes religiosos o criticaram por trabalhar. Sua resposta a essa
inacreditável mentalidade curta demonstrou o Seu direito para curar no
sábado. Mesclada a ela, estava Sua teologia sobre a paternidade de Deus.
Esmiucemos essa resposta para entender exatamente o que Jesus estava
dizendo.
O Filho Teimoso
A parábola é sobre um homem com dois filhos. Embora o pai ainda
estivesse vivo, o filho mais novo exigiu sua parte da herança da
propriedade rural de seu pai (isso equivaleria a um terço de tudo, visto
que ele era o filho mais novo). Esse pedido foi obviamente uma
demonstração de grande falta de respeito. Na verdade, conforme os
costumes do Oriente Médio, isso equivalia a desejar a morte do pai.
Pouco depois de receber sua herança, o filho mais novo decidiu viajar
para um país distante, onde dissipou sua herança, “vivendo
dissolutamente” (v. 13). Essa expressão fala de desperdícios, excessos e
de uma extravagância desmedida. Apesar de não sabermos exatamente o
que ele fez com a herança, sabemos que ele se arruinou, vivendo sem
restrições e consumindo toda a sua fortuna.
Mais tarde, o filho mais novo enfrentou uma dupla desgraça. Depois de
ter gastado tudo, houve uma grande fome na terra, e ele começou a
passar extrema necessidade. Visto que a comida era escassa e custava
caro, ela não era doada por ninguém. Posteriormente, ele trabalhou para
um cidadão daquele país, e o novo empregador o enviou ao campo para
alimentar porcos — animais impuros, conforme as leis cerimoniais
judaicas. Aparentemente, nem o empregador nem ninguém lhe deu
qualquer coisa para comer antes que ele fosse para o trabalho. Talvez o
empregador valorizasse mais os porcos do que a vida humana, pensando
que os animais poderiam ao menos ser comidos ou vendidos para dar
lucro. O filho faminto ficou com tanta fome que queria comer a comida
dos porcos!
O Pai Gracioso
Quando veio a desilusão, o filho mais novo finalmente caiu em si e
disse: “Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui
morro de fome!” (v. 17). “Trabalhadores” não diz respeito aos escravos
ou servos contratados, mas a trabalhadores diaristas. Ele estava dizendo:
“Até mesmo as pessoas que passavam pela estrada, que eram contratadas
pelo meu pai para um dia de trabalho, tinham comida suficiente para
comer”.
E dessas circunstâncias desoladoras, veio o início do arrependimento.
Ele admitiu a responsabilidade por sua condição, dizendo: “Levantar-
me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: ‘Pai, pequei contra o céu e
diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como
um dos teus trabalhadores’” (vv. 18-19). Isso não era um truque esperto
para conseguir comida de graça, mas sim uma confissão humilde de seu
coração. Ele estava genuinamente arrependido, não por sua falta de
dinheiro ou comida, mas por causa do que havia feito. Ao dizer que
havia pecado contra o céu, ele estava reconhecendo que pecara contra
Deus.
Humilde e arrependido, o filho mais novo levantou-se “e foi para seu
pai” (v. 20). Observe que Jesus não disse que o jovem foi para a sua
aldeia, fazenda ou lar, mas para seu pai. Ele estava enfatizando o
relacionamento entre o pai e o filho.
Enquanto o filho mais novo ainda estava bem longe, “seu pai o avistou,
e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. E o filho lhe disse:
Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado
teu filho” (vv. 20-21). Mas antes que ele pudesse dizer: “trata-me como
um dos teus trabalhadores”, seu pai o chamou para uma celebração. É
assim que o nosso Pai Celestial é. Ele está tão ansioso para que
possamos ir até Ele que Ele nos abraça com amor e nos beija, mesmo
antes que todas as nossas palavras de confissão possam ser proferidas.
O pai disse aos seus servos: “Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o,
ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o
novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho
estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado” (vv. 22-24). Num
espírito de perdão, o pai proveu seu filho com o melhor de tudo quanto
tinha. Semelhantemente, Deus é um Pai que ama profundamente todos
os pecadores arrependidos. Ele os abraça, alegra-Se neles e lhes dá o Seu
melhor.
O RELACIONAMENTO DO
PAI COM OS CRENTES
Em João 5, vimos que Jesus fala do relacionamento íntimo do Pai com
o Filho, e que a parábola do pai amoroso, em Lucas 15, fala do
relacionamento íntimo do Pai com os crentes. As mesmas lições que
Cristo ensinou sobre o Pai, em João 5, estão ilustradas na parábola. A
questão é esta: o amor de Deus por nós não é menor do que o amor dEle
por Seu Filho. Vejamos como isso é verdade.
Todo pastor busca uma ovelha perdida, não apenas por obrigação, mas
por amor. Assim como um pastor buscando uma ovelha perdida, o pai se
comoveu com piedade e compaixão no mais íntimo de seu ser. Ele
correu ao encontro de seu filho e se lançou ao seu pescoço com um
abraço amoroso, beijando-o repetida e intensamente.
Nosso Pai Celestial nos ama da mesma maneira. Alguns crentes,
contritos e arrependidos por algum pecado que cometeram, lutam para
acreditar que Deus os ama e perdoa. Mas essa dúvida e medo não têm
fundamento bíblico, porque nosso Pai não só nos aceita, como também
corre para nos abraçar com amor.
Conta-se uma história de um crente que morreu e foi para o céu. O Pai
abraçou-o com amor e disse: “Filho, estive esperando por você”. Juntos,
eles olharam para trás para ver como o homem havia vivido sua vida. À
medida que faziam isso, o homem notou que, vez por outra, havia duas
pegadas em sua vida e, às vezes, havia quatro. Então, o homem disse:
“Pai, eu compreendo as quatro pegadas porque isso aconteceu quando o
Senhor andou comigo. Mas por que, ó Pai, havia apenas duas pegadas
em determinados momentos”? O Pai sorriu e respondeu: “Aquelas foram
as vezes em que Eu o carreguei”.
É assim que acontece com o Pai. Ele ama Seus filhos. Caminha com
eles e, se for preciso, Ele os carrega.
Neste dia, percebi com clareza que eu nunca seria feliz, sim, que o
próprio Deus não poderia me fazer feliz, a menos que eu estivesse
numa condição de “agradá-Lo e glorificá-Lo para sempre”. Se eu
não tivesse isso e fosse aceito em todos os belíssimos paraísos que
podem ser imaginados pelos homens ou anjos, ainda assim eu seria
infeliz para sempre...
Ó, amar e louvar mais a Deus; agradá-Lo para sempre! Isso foi o
que minha alma almejou depois e é o que ela almeja mesmo agora
enquanto escrevo. Ó, que Deus seja glorificado em toda a terra!...
Ainda estava numa condição doce e confortável e fui novamente
enternecido com desejos de que Deus fosse glorificado, e com
anseios de amar a Deus e de viver para Ele... Ó, eu desejava estar
com Deus para contemplar Sua glória e prostrar-me em Sua
presença![55]
O Rosto Brilhante
Então, o Senhor instruiu Moisés, dizendo:
Louvai ao Senhor!
E tudo o que há em mim o adore!
Tudo o que tem vida e respiração,
Venha agora com louvores diante dEle.
Deixe que o Amém
Ressoe em Seu povo outra vez:
Alegremente o adoramos para sempre.[56]
A ADORAÇÃO À DIVINDADE
Cristo destacou que Deus, o Pai, deve ser o objeto de nossa adoração
quando Ele disse à mulher samaritana: “os verdadeiros adoradores
adorarão o Pai” (Jo 4.23). O Deus Filho também deve ser adorado.
Desde os primórdios da igreja, Cristo era professado como Senhor no
batismo (Rm 6.3-4), confessado como Senhor na Igreja (Ef 3.10-12),
confessado como Senhor em antecipação ao dia em que todo joelho se
dobrará diante dEle (Fl 2.9-11) e considerado como o Senhor a quem
clamamos nos tempos de necessidade (Hb 4.14-16). Quando Tomé viu o
Cristo ressuscitado, ele o adorou proclamando: “Senhor meu e Deus
meu!” (Jo 20.28).
Você pode perguntar: “E o Espírito Santo? Devemos adorá-lo
também”? Embora não haja nada nas Escrituras que nos diga
diretamente que devemos adorar o Espírito Santo, conforme já vimos,
Ele é igual às outras duas Pessoas da Trindade e, portanto, digno de
nossa adoração. Toda adoração é energizada pelo poder do Espírito. É o
Espírito que nos permite vir à presença de Deus e clamar: “Aba, Pai!”
(Rm 8.15). Ele é chamado tanto de “Espírito de Deus” (Mt 3.16; Ef
4.30) como de “Espírito de Cristo” (Rm 8.9, 1 Pe 1.11). Podemos adorar
o Espírito juntamente com o Pai e o Filho, mas perceba que o ministério
único do Espírito na Era da Igreja é levar-nos a adorar o Filho. O Filho,
por sua vez, chama-nos para adorar o Pai — embora todos os três sejam
dignos de adoração. Esta é a adoração trinitária verdadeira: vir ao Pai,
por meio do Filho, no Espírito.
Estou preocupado com as pessoas que adoram vagamente a Deus, que
parecem adorar somente o Filho ou que se concentram de forma
desordenada e incessante apenas no Espírito Santo. Deus deve ser
adorado em Sua totalidade trinitária.
CENTRALIZANDO NOSSOS
PENSAMENTOS EM DEUS
Como podemos cultivar um coração para a adoração? Concentrando os
nossos pensamentos em Deus. A adoração é o transbordar de uma mente
renovada pela verdade de Deus. Devemos focar nossa mente nEle.
A centralização dos nossos pensamentos em Deus começa com o que
eu gosto de chamar descoberta . Ou seja, quando descobrimos uma
grande verdade acerca de Deus, começamos a meditar nessa verdade até
que ela cative todo o nosso processo de pensamento. Isso, por sua vez,
levar-nos-á à adoração.
Às vezes, isso não será uma questão de descobrir algo novo. Talvez
conheçamos uma verdade, mas a esquecemos. Ou talvez ainda nos
lembremos, mas agora a vemos com mais clareza ou de uma perspectiva
diferente.
Se a adoração é baseada na meditação, e a meditação é baseada na
descoberta, em que a descoberta se baseia? Em gastar tempo com Deus,
em oração e na Palavra. É lamentável que muitos considerem a oração
principalmente como um modo de obter as coisas. Perdemos de vista o
aspecto de companhia que a oração possui — de ficarmos calados e
cientes da presença maravilhosa de Deus, estando apenas em comunhão
com Ele ali.
Como crentes, estamos arraigados e fundamentados em Cristo, mas, o
quão profundas nossas raízes crescerão e quão belos os nossos frutos
parecerão, dependerá, em grande medida, do nosso processo de
descoberta e meditação na verdade maravilhosa de Deus. Onde não
existe descoberta, não haverá meditação; onde não há meditação, não
haverá adoração.
Quando tentamos nos concentrar na adoração, encontramos um grande
obstáculo — o eu. Em vez de nos permitirmos tempo para a oração,
meditação e adoração, somos propensos a satisfazer os nossos próprios
desejos. Temos a tendência de pensar nos nossos próprios projetos,
atividades e necessidades, mas não em Deus. Uma forma de contornar
essa tendência é tendo um coração cheio de descobertas vindas do nosso
próprio estudo da Palavra de Deus. Mesmo que as aprendamos com
outra pessoa, devemos meditar nessas verdades espirituais e torná-las
nossas próprias. Ao fazermos isso, o Senhor encherá os nossos corações
com louvor.
A FRAGRÂNCIA DA ADORAÇÃO
No Antigo Testamento, vemos que Deus deu muitas instruções sobre
como o culto deveria ser realizado. Várias dessas instruções possuem um
grande valor simbólico e são ferramentas fundamentais para o nosso
ensino hoje. Um dos recursos visuais descritos pelo Senhor no Livro de
Êxodo, é o seguinte:
Disse mais o SENHOR a Moisés: Toma substâncias odoríferas,
estoraque, ônica e gálbano; estes arômatas com incenso puro,
cada um de igual peso; e disto farás incenso, perfume segundo a
arte do perfumista, temperado com sal, puro e santo. Uma parte
dele reduzirás a pó e o porás diante do Testemunho na tenda da
congregação, onde me avistarei contigo; será para vós outros
santíssimo. Porém o incenso que fareis, segundo a composição
deste, não o fareis para vós mesmos; santo será para o SENHOR.
Quem fizer tal como este para o cheirar será eliminado do seu
povo (30.34-38).
O Senhor estava dizendo: “Se é assim que você me trata, como você
acha que vou tratá-lo”? Há algumas coisas que Deus simplesmente não
aceita, e uma delas é a adoração oferecida de modo materialista,
ostensivo e indiferente.
Os israelitas chegaram a considerar o sistema de sacrifício com
desprezo. Para eles, todo o exercício da adoração era apenas uma grande
dor de cabeça. Eles provavelmente diziam algo como: “Que chatice!
Temos que ir ao templo e adorar de novo. Vamos acabar logo com isso
nos livrando de alguns animais aleijados e cegos — não precisamos
deles mesmo”! Mas, conforme destacou Charles L. Feinberg:
A Questão da Sinceridade
Devemos nos aproximar “com sincero coração”. Nosso coração deve
ser dedicado a louvar a Deus. É uma hipocrisia adorarmos a Deus
quando, na verdade, estamos apáticos ou preocupados com nosso eu.
Deus quer que o adoremos com todo o nosso coração.
A Questão da Fidelidade
Devemos nos aproximar “em plena certeza de fé”. Os hebreus estavam
se apegando às formas de culto do Antigo Testamento, mas a Nova
Aliança deixava claro que não haveria mais cerimônias ou sacrifícios.
Cada pessoa deveria estar disposta a dizer: “Estou me achegando a Deus
na plena confiança de que não estou mais debaixo de um sistema
cerimonial. Venho totalmente pela fé em Jesus Cristo”. Também
devemos estar completamente certos de que Deus aceita a nossa
adoração por causa de nossa fé em Cristo.
A Questão da Humildade
Quebra-gelo
1. Sua tarefa é provar a existência de Deus. Quais métodos você pode
utilizar para reunir provas? O que você imagina que será sua fonte mais
confiável?
2. Pense em algumas ilustrações terrenas para a Trindade, exceto a do
ovo ou da água. De que modo essa ilustração é falha para caracterizar a
Trindade?
Foco na Oração
Agradeça a Deus pela forma como Ele se revelou a toda a humanidade,
tanto em Sua Palavra como na criação. Agradeça por Ele se revelar a
você pessoalmente e por lhe dar a fé para crer nEle. Agradeça por Ele
ser um Deus confiável, porque Ele é o único Deus.
Tarefa
Aprendemos que as Escrituras descrevem Deus em termos humanos a
fim de que possamos compreendê-Lo melhor. Ela também Lhe atribui
títulos, de modo que tenhamos uma ideia dos papéis que Ele possui.
Com cada uma das letras do alfabeto, escreva uma palavra que seja um
título para Deus ou uma descrição de Seu caráter.
Quebra-gelo
1. Suponha que você tenha recebido uma carta de um amigo íntimo e
de confiança pelo correio. Nela, ele pede para que você deixe sua casa,
parentes e amigos e, com apenas a sua família imediata, vá para uma
parte diferente do país. A carta não lhe diz o porquê disso ou o que você
encontrará quando você chegar lá. Você iria? Sim ou não? Por quê?
2. Todos nós fazemos planos para várias coisas em nosso trabalho, em
casa ou para o nosso próprio divertimento. Com que frequência os seus
planos acabam sendo mudados? Que tipo de coisa muda os seus planos?
Tarefa
Desde o princípio, a humanidade tem desobedecido a Deus, no entanto,
Deus não desistiu de nós. Mesmo que Ele tenha eliminado a maior parte
da raça humana no dilúvio, deixou um remanescente para dar
continuidade à espécie. Ele até providenciou um meio de redenção do
pecado, por meio do sacrifício de Cristo na cruz. Leia 2 Pedro 3.3-13. O
que Deus fará com a terra no final? Por quê? O que habitará nos novos
céus e nova terra? Consequentemente, como você deveria se comportar?
Quebra-gelo
1. Quando você compara sua pecaminosidade com a santidade de
Deus, que tipo de pensamento lhe vem à mente?
2. Se você é pai ou mãe, você estabeleceu certas regras de conduta e
especificou deveres que seus filhos devem cumprir. Como você se sente
quando seus filhos são desobedientes? Como isso afeta o seu amor por
eles?
Foco na Oração
Siga o exemplo de Davi, pedindo a Deus para lhe revelar o pecado em
seu coração (Sl 139.23-24). Depois, peça-Lhe que crie um coração puro
dentro de você — que você deseje apenas obedecer a Ele e amá-Lo.
Tarefa
Cada dia, durante a próxima semana, estabeleça o propósito de separar
um tempo para pedir a Deus que revele os seus pecados a você e, depois,
confesse-os. Após cada período de oração, registre seus pensamentos a
respeito de seu pecado e da justiça de Deus.
Quebra-gelo
1. Quantas coisas você não sabe sobre si mesmo na esfera material (por
exemplo, quantos fios de cabelo há em sua cabeça)? O que você não
sabe sobre si mesmo na esfera espiritual?
2. De que maneiras específicas as pessoas tentam esconder sua
iniquidade? De qual delas você tem sido culpado?
Foco na Oração
Leia o Salmo 147.7-19 e faça dele sua oração de gratidão a Deus pelo
que Ele tem feito por você.
Tarefa
Leia Isaías 40.12-31 e indique cada verso que se refere à onisciência de
Deus. Que outros atributos você pode encontrar indicados nesses versos?
CAPÍTULO 5 - NOSSO DEUS ONIPRESENTE
Tema do Capítulo: Deus está com Seus filhos onde quer que eles
estejam. Portanto, a adoração deles a Deus jamais deve ser limitada a
determinado tempo ou espaço.
Quebra- gelo
1. Já houve um tempo em sua vida em você enfrentou grande perigo ou
pensou que sua vida ou saúde pudessem ser ameaçadas de algum modo?
Como você lidou com seu medo?
2. Você pode pensar em alguma ilustração moderna que possa
expressar um aspecto da onipresença de Deus? Pense numa substância
que encha um recipiente ou em algo que não esteja limitado pelo tempo
ou espaço.
Foco na Oração
Filipenses 4.5-6 diz: “Perto está o Senhor. Não andeis ansiosos de
coisa alguma”. Coloque diante de Deus agora toda a ansiedade que você
tiver em seu coração. Peça-Lhe para substituí-la pela certeza de que Ele
está com você e que nunca o deixará nem desamparará.
Tarefa
No momento em que você acordar, comece, cada dia desta semana,
dando reconhecimento a Deus. Antes de anoitecer, pense em algo
específico pelo qual você deseja agradecer a Deus ou num atributo pelo
qual possa louvá-Lo. Considere fazer disso uma prática para a vida toda.
Foco na Oração
Agradeça a Deus pelo modo como Ele demonstrou seu poder na
criação, salvação e ressurreição. Louve-O principalmente pela sua
salvação. Agradeça-Lhe porque através do poder dEle, Ele completará a
obra que começou em você e o levará à completa maturidade.
Tarefa
Para a próxima semana, medite sobre o poder de Deus, numa hora
específica a cada dia. Comente este capítulo à medida que você meditar
nele, de modo que você possa se lembrar de como Deus manifestou o
Seu poder. No final da semana, registre seus pensamentos sobre como
esse tempo de meditação mudou sua perspectiva com respeito a sua
própria situação.
Quebra-gelo
1. O que acontece quando você fica com raiva de alguma coisa? O que
você faz? O que você sente? E o que você pensa sobre sua raiva? Com
que frequência você atribui sua raiva à sua própria pecaminosidade?
2. Quais são algumas maneiras pelas quais a ira de Deus está sendo
revelada hoje? Por outro lado, cite algumas coisas que estão acontecendo
no mundo que o deixam surpreso por Deus ainda não tê-las julgado.
Foco na Oração
Ore por aqueles que você sabe que estão “sem esperança e sem Deus
no mundo” (Ef 2.12). Peça ao Senhor para lhe dar uma maior
sensibilidade nas formas de abordá-los e no que dizer a eles. Peça-Lhe
para torná-lo ousado, a fim de lhes informar a respeito da ira vindoura
(cf. com Ef. 6.19).
Tarefa
Faça uma lista dos incrédulos que Deus colocou de forma especial em
seu coração. Comece a criar estratégias sobre a melhor maneira de
compartilhar o Evangelho com eles. Lembre-se que, embora você
transmita os fatos do evangelho, a maneira como você o fará será
diferente para cada pessoa.
Quebra-gelo
1. De que maneiras específicas você é abençoado por Deus? Quantas
dessas bênçãos você considera automaticamente como normais? Você
seria incapaz de viver sem quais delas?
2. Que tipo de coisa pode romper os laços de amor entre os indivíduos?
Dê alguns exemplos de momentos em que você experimentou
pessoalmente ou testemunhou esse rompimento.
Tema do Capítulo: Deus é soberano — Ele faz tudo como Lhe apraz.
Nenhuma pessoa ou circunstância pode impedir Seus desígnios ou
frustrar Seus propósitos.
Quebra-gelo
1. Relate as circunstâncias de sua conversão a Jesus Cristo. De que
forma você vê a soberania de Deus em ação, levando-o a entregar sua
vida a Ele?
2. Quais acontecimentos ou circunstâncias você considerou ruins em
sua vida, mas que, na verdade, Deus utilizou para o seu bem? Descreva
os resultados benéficos em cada circunstância.
Perguntas para Descoberta em Grupo
1. Defina o que significa dizer que Deus é soberano.
2. Quais são os três sentidos teológicos nos quais Deus elege as
pessoas? Descreva cada um deles.
3. Quando e por que Deus escolheu determinadas pessoas para a
salvação?
4. Que coisas boas Deus utiliza para o nosso benefício espiritual?
5. Como Deus usa o sofrimento em nossas vidas para contribuir para o
nosso bem?
6. Como a tentação pode contribuir para o nosso benefício espiritual?
7. Como Deus pode usar o pecado e toda a sua perversidade para o
nosso bem supremo?
Tarefa
Para a próxima semana, faça uma lista de acontecimentos,
circunstâncias ou provações com as quais você se depara e sobre as
quais você não tem controle algum. Consulte sua lista a cada dia para
ver como esse acontecimento pode estar lhe moldando, seja física,
mental ou espiritualmente. Certifique-se de honrar Deus à medida que
você vir essas coisas cooperando para o seu bem.
Foco na Oração
Leia o Salmo 139.23-24 e peça a Deus para revelar os pecados ocultos
do seu coração. À medida que Ele responder sua oração, não tenha medo
de ir a Ele e de se arrepender de tudo quanto Ele lhe revelar. Peça para
que Ele o ajude a fortalecer sua determinação contra os pecados aos
quais você é mais suscetível.
Tarefa
Reveja os atributos destacados neste livro. Registre cada um deles e, ao
lado de cada um, indique como você pode refletir melhor esse atributo
para um mundo que o está observando.
Foco na Oração
Agradeça a Deus pela oportunidade que Ele lhe deu de glorificá-Lo.
Peça a Deus que lhe mostre algumas maneiras específicas em que você
possa glorificá-Lo com suas ações. Agradeça-Lhe também pela glória
que você experimentará quando estiver com Cristo no céu.
Tarefa
Como um lembrete constante de qual é seu dever para com Deus,
memorize o Salmo 100, um salmo curto, que nos exorta a louvar a Deus
por tudo que Ele tem feito por nós.
Foco na Oração
A única maneira de podermos adorar a Deus verdadeiramente é tendo
certeza de que nossas motivações estão corretas e que não há pecado não
confessado em nossa vida. Curve-se diante de Deus agora mesmo e
peça-Lhe que revele as verdadeiras motivações do seu coração. Se você
tiver motivações erradas e se houver algum pecado ao qual você esteja
apegado, confesse-os a Deus neste momento. Peça a Deus para ajudá-lo
a estar sinceramente arrependido dessas coisas, o que significa estar
disposto a nunca fazê-las novamente.
Tarefa
O objetivo deste livro tem sido levá-lo para mais perto de Deus, de
modo que sua adoração a Ele seja verdadeira e correta, por todas as
razões corretas. Faça uma cópia da lista dos quatro pontos que você deve
checar no final deste capítulo. Mantenha-a em sua Bíblia. Antes de
gastar tempo com Deus, reveja essa lista até que a sinceridade, a
fidelidade, a humildade e a pureza se tornem as motivações automáticas
de seu coração.
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Editora Fiel
[1] Gregg Cantelmo, “Criminal Concepts of God” in Masterpiece [“Conceitos Criminosos sobre
Deus” em Obra-prima], setembro/outubro de 1989, p. 5.
[2] Sinclair Ferguson, A Heart for God , Carlisle, Pa.: Banner of Truth Trust, 1987, p. 4.
[3] Sigmund Freud, The Future of an Illusion , New York: W.W. Norton, 1961, traduzido para o
português como O Futuro de uma Ilusão .
[4] Paul Little, Know Why You Believe , Downers Grove, Illinois: InterVarsity, 1968, p. 8,
traduzido para o português como Certeza: Saiba Porque Você Crê , São Paulo: Cultura Cristã,
1999).
[5] John MacArthur, You Can Trust the Bible , Chicago: Moody, 1988.
[6] Albert Einstein, Cosmic Religion [A Religião Cósmica], New York: Covici, Friede, 1931, pp.
47-48.
[7] Charles Hodge, Systematic Theology , edição abreviada, Grand Rapids: Baker, 1988, pp. 138-
39, traduzido para o português como Teologia Sistemática , São Paulo: Hagnos, 2001.
[8] Charles Hodge, Systematic Theology , p. 177.
[9] J. I. Packer, I Want to Be a Christian [Quero Ser um Crente] Wheaton, Ill: Tyndale, 1977, pp.
29-30.
[10] John M. Broder, Spies Who Won’t Come in From the Cold War [Espiões que não querem
entrar na Guerra-Fria], 17 de maio de 1992, A1, A12.
[11] Jonathan Edwards, The Works of Jonathan Edwards [A Obra de Jonathan Edwards], v. 1,
Carlisle, Pa.: The Banner of Truth Trust, 1990, reimpressão, p. xxv.
[12] Exploro essa questão de modo mais extenso em meu livro Saved Without a Doubt ,
Wheaton, Ill: Victor, 1992, traduzido para o português como Salvo Sem Sombra de Dúvida ,
Brasília, DF: Editora Palavra.
[13] Homer Kent, The Epistle to Hebrews [A Epístola aos Hebreus], Grand Rapids: Baker, 1972,
p. 122.
[14] A. W. Pink, The Atributes of God , Grand Rapids: Baker, 1975, p. 37, traduzido para o
português como Os Atributos de Deus , São Paulo: PES, 1985.
[15] Louis Berkhof, Systematic Theology , Grand Rapids: Eerdmans, 1941, p. 59, traduzido para
o português como Teologia Sistemática, São Paulo: Editora Cultura Cristã.
[16] The Atributes of God , p. 39.
[17] Andrew A. Bonar, Memoir and Remains of Robert Murray McCheyne [Memórias e
Relíquias de Robert Murray McCheyne], Carlisle, Pa.: The Banner of Truth Trust, 1973, pp. 18-
19.
[18] Stephen Charnock, The Existence and Atributes of God [A Existência e os Atributos de
Deus], Minneapolis: Klock & Klock, 1977 reimpressão, p. 452.
[19] Charles Hodge, Systematic Theology, pp. 150-51.
[20] Sinclair Ferguson, A Heart for God , p. 91.
[21] Marc Silver, Doug Podolsky e Anne Kates Smith, U.S News & World Report [Notícias dos
E.U.A e Relatos do Mundo], 18 mai 1992, p. 76.
[22] A.W. Tozer, The Knowledge of the Holy [O Conhecimento do Santo], New York: Harper &
Row, 1961], pp. 62-63).
[23] The Knowledge of the Holy , p. 66.
[24] A Heart for God , p. 72.
[25] Herb e Ruth Clingen, “Song of Deliverance” in Masterpiece , primavera de 1989: 10.
[26] Stephen Charnock, The Existence and Attributes of God, p. 148.
[27] Samuel Storms, The Grandeur Of God [A Grandeza de Deus], excerto extraído do artigo da
revista Masterpiece de setembro/outubro de 1989 do, pp. 8-9.
[28] James A. Leach, “Personal Perspective” [Perspectiva Pessoal], Los Angeles Times,
domingo, 6 de setembro de 1992. M6.
[29] John Owen, Communion with God [A Comunhão com Deus], editado por R. J. K. Law,
Carlisle, Pa.: The Banner of Truth Trust, 1991, pp. 34-37.
[30] Samuel Storms, comentário do Salmo 23.4, excerto de Masterpiece , p. 9.
[31] Marcia Dunn, “Historic Grab in Space” in San Francisco Chronicle [Crônicas de São
Francisco], quinta-feira, 14 Maio, 1992, pp. 1- 5.
[32] A.W. Tozer, The Knowledge of the Holy , p. 73.
[33] Stephen Charnock, excerto extraído de Masterpiece , setembro/outubro de 1989:10.
[34] F.B. Meyer, The Epistle to the Philippians [Carta aos Filipenses], Grand Rapids: Zondervan,
1952, p. 21.
[35] A. W. Pink, The Attributes of God , Grand Rapids: Baker, 1975, p. 51.
[36] Stephen Charnock, excerto de Masterpiece , setembro/outubro de 1987: 10.
[37] Jonathan Edwards, Sinners in the Hands of an Angry God , Phillipsburg, NJ: P & R
Publishing, 1992, pp. 20-21, traduzido para o português como Pecadores nas Mãos de um Deus
Irado , São Paulo: Editora PES.
[38] Por exemplo, Edward William Fudge, The Fire that Consumes [O Fogo que Consome]
Houston: Providential Press, 1982], apoiado por F.F. Bruce, Clark Pinnock, John Wenham; e
“John Stott on Hell” [Sobre o Inferno – John Stott] in World Christian, Maio 1989, pp. 31-37.
[39] John Stott, “John Stott on Hell in World Christian, p. 32.
[40] R. A. Torrey, What the Bible Teaches [O que a Bíblia Ensina], New York: Revell, 1898, pp.
311-13.
[41] Jonathan Edwards, Pecadores nas Mãos de um Deus Irado .
[42] Leia as referências: Mt 25.46; Mc 9.44,46, 48; Lc 12.47-48; Jo 5.25-29; Hb 10.29; Ap
20.10-15.
[43] Helen Keller, The Story of My Life , New York: Grosset & Dunlap, 1905, pp. 368-74
traduzido para o português como A História de minha Vida , São Paulo: José Olympio, 2008.
[44] Donald Grey Barnhouse, Romans, vol. 1 [Romanos, v. 1] Grand Rapids: Eerdmans, 1953],
p. 245).
[45] Jonathan Edwards, Pecadores nas Mãos de um Deus Irado .
[46] Charles Hodge, Systematic Theology , pp. 156-57.
[47] The Gospel of Matthew [O Evangelho de Mateus], v. 2, Filadélfia: Westminster, 1958, p.
402.
[48] Frederic Farrar, The Life of Christ [A Vida de Cristo], Portland: Fountain, 1976, p. 641.
[49] Samuel Rutherford, The Letters of Samuel Rutherford [As Cartas de Samuel Rutherford],
editado por S. Maxwell Coder e Wilbur M. Smith, Chicago: Moody, 1951, pp 63, 66, 390-91).
[50] Margaret Clarkson, Grace Grows Best in Winter [A Graça Cresce Melhor no Inverno],
Grand Rapids: Zondervan, 1972, pp 40-41.
[51] Thomas Watson, All Things for Good [Todas as Coisas para o Bem], Carlisle, Pa.: The
Banner of Truth Trust, 1986, p. 51.
[52] Helen Keller, The Story of My Life , p. 47.
[53] Leon Morris, The Gospel According to John [O Evangelho Segundo João], Grand Rapids:
Eerdmans, 1971, pp. 308-9.
[54] J. I. Packer, Knowing God , p. 182, traduzido para o português como O Conhecimento de
Deus , São Paulo: Mundo Cristão, 2005.
[55] Jonathan Edwards, The Life and Diary of David Brainerd , Grand Rapids: Baker, 1989, pp
357-67; traduzido para o português como A Vida de David Brainerd , São José dos Campos:
Editora Fiel, 1993.
[56] N.T: A versão deste hino em português é o hino 7 do Hinário Adventista, mas a letra não
corresponde ao texto original mencionado aqui.
[57] Citado por R. W. Southern in Saint Anselm and His Biographer [Santo Anselmo e seu
Biógrafo], Cambridge: Cambridge University, 1963, p.49.
[58] Charles L. Feinberg, The Minor Prophets , Chicago: Moody, 1951, p. 254; traduzido para o
português como Os Profetas Menores , São Paulo: Editora Vida, 1988.