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TCC Manjele 2021 Final

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UNIVERSIDADEFCATÓLICAzDEFMOÇAMBIQUE

FACULDADEFDEFCIÊNCIASFAGRONÓMICAS

Avaliação de segurança alimentar e Nutricional no distrito


de Cuamba

Francisca Nequessane Cecilio Manjele

Cuamba,zNovembrozde 2021
AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA ALIMENTAR E
NUTRICIONAL NO DISTRITO DE CUAMBA

FRANCISCA NEQUESSANE CECILIO MANJELE

O presenteztrabalho de Monografia
é submetidoza
UniversidadezCatólica
dezMoçambique,zFaculdadezde
CiênciaszAgronómicaszdezCuamba
comozrequisitozparcialzparaza
obtençãozdozgrauzdezlicenciatura
em Ciências Agrarias.

Supervisor: Remigio Rodrigues


Co-supervisor: Miguel Benjamim

Cuamba, Novembro de 2021


Declaração de honra

Eu Francisca Nequessane Cecilio Manjele,zdeclarozporzminhazhumildezhonra, que


o presentetrabalhozde Monografia, paraobtenção do grau de
Licenciaturazemzciências agrárias,zintitulado “Avaliação de segurança alimentar e
Nutricional no distrito de Cuamba”, com excepçãozdaszinformaçõescitadas e
referenciadas, zé da minha autoria e foi por mim elaboradazcom base no estudo
implementado e por instruções recebidas pela
minhazsupervisora,zezqueznuncazfoizsubmetidazemznenhumazinstituição de ensino.
Porzserzverdadezassino.

Cuamba,zNovembrozdez2021

________________________________
Francisca Cecílio Nequessane Manjele

I
Dedicatória

Dedicozinteiramentezaos meuszpaiszporzmezmanteremzfocada nos meus objectivos de


certazforma paraza conclusãozsatisfatóriazdeste curso. Gratozpela sua orientação
preciosa.

“Dedico as minhas.zVossazpresençazdurantezesta jornadaztornou


tudozmaiszfácilzea vossa força foi azmolazpropulsorazquezpermitiu o meuzavanço,
mesmo durante os momentos maiszdifíceis. Agradeço do fundo do meu coração.”

Ao serviço distrital de actividades económicas em Cuamba, em especial ao


Supervisor Remigio Rodrigues, aos colegas e funcionários do SDAE que souberam
ser tão humildes ao repassar todos os conhecimentos. Dedico todo esse trabalho a
vocês.”

II
Agradecimentos

Agradeço primeiro azDeus por me manter focada no curso durante este percurso com
saúde e forças para chegar até o final.

Sou grato à minha família em especial Tia Isabel Carlos Dimas, Lucrécia Farahane,
pelo apoio que sempre deram durante toda a minha vida.

Deixo um agradecimento especial ao meu orientador pelo incentivo e pela dedicação


do seu escasso tempo ao meu.

Também quero agradecer à Universidade Católica de Moçambique em especial a


faculdade de Ciências Agronómicas e a todos os Docentes do meu curso pela elevada
qualidade do ensino oferecido.

III
Lista de abreviaturas e siglas

ASEAN - Associação das Nações do Sudeste Asiático


CAADP - Programa Integrado para o Desenvolvimento do sector agrícola da África
CEDEAO - Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
CMA - Cimeira Mundial de Alimentação
CONSEA - Conselho Nacional de Segurança Alimentar
CPLP - Comunidade de País de Língua Portuguesa
EBINSA - Escala Brasileira de insegurança alimentar
ECA - Estratégia de Comercialização Agrícola
ESAN - Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional Na Segunda Fase
FAO - Food and Agriculture Organization
INE - Instituto Nacional de Estatística
INSAG - Insegurança Alimentar Grave
INSAL - Insegurança Alimentar Leve
INSAM - Insegurança Alimentar Moderada
INSAN - Insegurança Alimentar e Nutricional
IPEA - Instituto de Pesquisas Económicas Aplicadas
MERCOSUL - Mercado Comum do Sul
MINAG - Ministério de Agricultura
MINED - Ministério de Educação
MISAU - Ministério de Saúde
NEPAD - Nova parceria para o Desenvolvimento Africano
ODM - Objectivo do Desenvolvimento do Milénio
PAEI - Política de Agricultura e Estratégia de Implementação
PEDSA - Plano Estratégico de Desenvolvimento no sector Agrário
PIB - Produto Bruto Interno
PNISA - Programa Nacional de Investimento do Sector agrário
PROAGRI - Programa de Agricultura
SADC - Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral
SETSAN - SecretariadozTécnicozdezSegurançazAlimentarzezNutricional
SANz-zSegurançazAlimentarzezNutricional
SIDA-zSíndromezdezimunodeficiênciazAdquirida
USD - Dólar Norte-Americano
SDAE- Serviço Distrital de Actividades Económicas

IV
Lista de tabelas

Tabela 1. Resumo da soma dos escores usados para classificar INSAN.................................16


Tabela 2. Idade e género dos inquiridos.................................................................................17
Tabela 3. Posição familiar e membros do agregado familiar..................................................18
Tabela 4. Número de filhos e estado civil dos entrevistados..................................................19
Tabela 5. Nível de escolaridade, situação de emprego e menores de 18 anos de idade...........20
Tabela 6. Distribuição das famílias de acordo com algumas variáveis socioeconómicas e
situação de insegurança alimentar (INSA)..............................................................................26

V
Lista de Gráficos

Gráfico 1. Principais fontes de alimentos das famílias...............................................21


Gráfico 2. Principais alimentos consumidos pelas famílias........................................22
Gráfico 3. Número de refeições das famílias por dia..................................................23
Gráfico 4. Situação de segurança/insegurança alimentar das famílias abrangidas.....24

VI
Lista de Apêndice

Apendice 1. Ficha de Inquerito...................................................................................33


Apendice 2. Frequência de respostas positivas da Escala de Insegurança Alimentar. .1

VII
Resumo

O presente estudo teve como objectivo avaliar a segurança alimentar e nutricional


(SAN) de famílias do distrito de Cuamba. Fez-se inquérito semiestruturado a 108
famílias para obtenção de dados sobre as suas condições socioeconómicas (género,
escolaridade idade, situação de emprego, actividade profissional, número e idade de
filhos, estado civil, número e idade dos filhos). Para avaliar o nível de segurança
alimentar Utilizou-se a Escala de Insegurança Alimentar (EIA) com 15 questões que
reflectem a insegurança alimentar em diferentes níveis de intensidade. Aplicou-se o
teste de Exacto de Fisher a 5% de nível de significância para avaliar a associação
entre segurança alimentar e as variáveis socioeconómicas. A grande maioria das
famílias são mulheres e jovem, sem escola, desempregada vivendo na base de
agricultura e pesca, com até dez filhos menores de 18 anos e vivendo maritalmente.
Observou-se que 100% dos entrevistados sofriam de insegurança alimentar, sendo
50.9% em um grau moderado, 45.4% grave e 3.7% grave. Os dados de insegurança
alimentar apenas estão associaram à presença de menores de 18anos nas famílias.
Assim, as famílias entrevistadas ainda vivem em condições de vulnerabilidade social
e a segurança alimentar e nutricional ainda não está garantida.
PALAVRAS-CHAVE: Segurança alimentar. Famílias. Ilha de Moçambique

VIII
Abstract

This study aimed to assess the food and nutrition security (SAN) of families in the
district of Cuamba. A semi-structured survey was carried out with 108 families to
obtain data on their socioeconomic conditions (gender, schooling, age, employment
status, professional activity, number and age of children, marital status, number and
age of children). To assess the level of food security We used the Food Insecurity
Scale (EIA) with 15 questions that reflect food insecurity at different levels of
intensity. Fisher's exact test was applied at a 5% significance level to assess the
association between food security and socioeconomic variables. The vast majority of
families are women and young people, without school, unemployed living in
agriculture and fishing, with up to ten children under 18 years of age and living with a
partner. It was observed that 100% of the interviewees suffered from food insecurity,
with 50.9% having a moderate degree, 45.4% severe and 3.7% severe. Food
insecurity data are only associated with the presence of children under 18 in families.
Thus, the interviewed families still live in conditions of social vulnerability and food
and nutritional security is not yet guaranteed.
KEYWORDS: Food safety. Families. Island of Mozambique

IX
Índice
Declaração de honra....................................................................................................I
Dedicatória.................................................................................................................II
Agradecimentos........................................................................................................III
Lista de abreviaturas e siglas...................................................................................IV
Lista de tabelas..........................................................................................................V
Lista de Gráficos......................................................................................................VI
Lista de Apêndice...................................................................................................VII
Resumo..................................................................................................................VIII
Abstract....................................................................................................................IX
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO ................................................................................1
1.1 Problema .............................................................................................................2
1.2 Justificativa..........................................................................................................2
1.3 Objectivos............................................................................................................3
1.4 Hipóteses..............................................................................................................3
CAPÍTULO II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.........................................................4
2.1 Segurança Alimentar e Nutricional no mundo.....................................................4
2.2 Segurança Alimentar e Nutricional em África e Moçambique ...........................5
2.3 Métodos de avaliação de insegurança alimentar e nutricional.............................9
CAPÍTULO III. MATERIAL E MÉTODOS..............................................................13
3.1. Características Geográficas Do Distrito............................................................13
3.2. Características Agro-ecológicas........................................................................13
3.2.1. Clima..............................................................................................................13
3.3. Metodologia......................................................................................................14
3.3.1 Análise de dados .............................................................................................15
CAPÍTULO IV RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................17
4.1 Perfil social dos inquiridos e seus agregados familiares....................................17
4.1.1 Sexo e Idade ...................................................................................................17
4.1.2 Posição Familiar e Membros do Agregado Familiar ....................................18
4.1.3 Número de filhos e estado civil ......................................................................19
4.1.4 Escolaridade, situação de emprego e famílias com menores de 18 anos .......19
4.1.5 principais alimentos e suas fontes .................................................................20
4.2 Medida de Insegurança Alimentar das famílias ................................................23
CAPÍTULO V CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES........................................28
5.1 Conclusão .........................................................................................................28
5.2 Recomendações.................................................................................................28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................30
CAPÍTULOzI.zINTRODUÇÃO

A Segurança alimentar e Nutricional (SAN) é definida como sendo o direito de os


indivíduos terem de forma permanente e regular, acesso físico e económico a alimentos
seguros, nutritivos e suficientes, isto é, de quantidade e em qualidade, sem precisar
comprometer acesso as necessidades essenciais, mas tendo como base as práticas
alimentares que promovem a saúde, que respeitam a diversidade cultural e que são
ambientais, cultural e socioeconomicamente sustentáveis (Nunes et al., 2014).

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) estima um


total de 800 milhões de pessoas viviam numa situação de fome, isto é, com insuficiência
de alimentos de forma contínua em todo o mundo até 2015. A maioria nas regiões mais
pobres principalmente no continente africano, em alguns países da Ásia e da América
Latina (Maluf & Minezes, 2015). A incapacidade de acesso aos alimentos para além de
causar fome manifesta-se de forma mais cruel através de desnutrição, o que agrava a
situação de insegurança alimentar e nutricional (INSA) dos indivíduos.

Relatos indicam que a grande maioria das crises prolongadas de fome e desnutrição
acontecem em África, onde estas triplicaram nas últimas duas décadas, devido a vários
factores nomeadamente conflitos armados, mudanças climáticas, doenças como malária,
diarreias e infecções gastrointestinais e HIV/SIDA e baixa produção de alimentos (fraco
uso de insumos) (FAO et al., 2013). Os prolongados conflitos armados têm impacto directo
sobre a produção de alimentos e segurança alimentar dado que milhões de pessoas são
forçadas a deixar as suas casas e zonas de produção de comida e cortando-lhes o acesso
dos mercados agrícolas.

As condições socioeconómicas como por exemplo o fraco conhecimento de manuseamento


de alimentos, baixo índice de escolaridade, pobreza e maiores índices de natalidade
também influenciam bastante no aumento da fome e desnutrição e consequentemente nos
níveis de insegurança alimentar. Em Moçambique apesar de muitos esforços empreendidos
no aumento da produção de alimentos, são registados ainda focos de INSA (dificuldades na
disponibilidade, acesso e estabilidade de alimentos), desnutrição crónica principalmente
crianças com idade menor de cinco anos (43%), necessitando assim de uma solução
urgente de modo a salvaguardar o direito à alimentação da população (Carrilho, 2015).

Quase metade da população da provincia de niassa sofre da desnutrição, e distrito de


Cuamba, com índices elevados de Insegurança alimentar e nutricional, os dados foram
1
relatados nas actividades económicas de Cuamba, este trabalho visou em fazer um
inquérito sobre a Insegurança alimentar e nutricional em Cuamba, para saber qual
como as famílias se alimentam e qual é o estado actual de termos de INSAN.

1.1 Problema

Província do norte do país apresenta uma taxa de 44% de desnutrição crónica, apesar
da elevada produção agrícola. Autoridades reconhecem paradoxo e pedem mudanças.
O Niassa, no norte de Moçambique, é uma das províncias que mais alimentos
produzem no país. No entanto, a desnutrição crónica e a insegurança alimentar são
problemas que afectam grande parte da população.

De acordo com as autoridades locais, a taxa de desnutrição crónica, a rondar os 44%,


afecta sobretudo as crianças com menos de cinco anos.

Dados divulgados recentemente (2019/20) pelo Secretariado Técnico de Segurança


Alimentar e Nutricional (SETSAN) apontam ainda números elevados de desnutrição
infantil, são os mais propensos e vulneráveis à problemática de INSAN e que carecem
de um acompanhamento permanente face à sua vulnerabilidade.

Quando faz-se uma avaliação com alguma profundidade, percebe-se que a província é
altamente produtiva. É um paradoxo tem uma alta capacidade de produção de
alimentos e tem o problema da desnutrição”, reconhece o dirigente José Manuel,
porta-voz do governo do Niassa, 

1.2 Justificativa

O distrito de Cuamba é um distrito com um bom potencial de produção agrícola, Mas


mesmo assim há uma dieta desequilibrada, desnutrição crónica e insegurança
alimentar e nutricional. Nesse contexto, o presente estudo tem como objectivo
classificar as famílias do distrito de Cuamba, quanto à situação socioeconómica e o
nível de insegurança alimentar, sendo esta avaliação de vital importância visto que
leva à identificação da vulnerabilidade das mesmas em relação à população da
província e do País em geral.

Conhecendo os níveis reais de INSAN das famílias, estes dados poderão ajudar os
desenhadores de políticas alimentares e de segurança alimentar, os tomares de
decisões assim como os parceiros de implementação de projectos sociais virados ao
combate de INSAN a promover maior investimento na produção de alimentos,

2
acessibilidade e disponibilização de produtos que de qualidade e em quantidade nas
populações nomeadamente em crianças e idosos. O estudo tem também como
importância contribuir na busca de medidas de mitigação, redução da INSAN
alcançando a garantia do SAN no seio da comunidade rural do distrito de Cuamba, e
contribuirá como ponto de partida ou continuação para futuras pesquisas científicas
servindo como referencia.

1.3 Objectivos

1.3.1 Objectivo Geral

 Avaliar os níveis de segurança alimentar e nutricional no distrito de


Cuamba.

1.3.2 Objectivos Específicos

 Descrever as condições socioeconómicas das famílias;


 Descrever os níveis de insegurança alimentar das famílias utilizando-se a
escala de medição de insegurança alimentar
 Analisar a associação entre segurança alimentar e as variáveis
socioeconómicas das famílias

1.4 Hipóteses

Ho: As famílias residentes no distrito de Cuamba apresentam baixos níveis de ISAN.

H1: As famílias residentes no distrito de Cuamba apresentam altos níveis de ISAN.

3
CAPÍTULOzII.zREVISÃOzBIBLIOGRÁFICA

2.1 Segurança Alimentar e Nutricional no mundo

Em todo mundo considera-se que cerca de 800 milhões de pessoas vivem em


situação de insegurança alimentar. Isso significa que elas não têm acesso à
alimentação saudável, de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente.
Para que essa questão possa ser permanentemente discutida, foi instituído o Dia
Mundial da Alimentação, celebrado anualmente no dia 16 de Outubro, onde mais de
180 países organizam actividades e se mobilizam a fim de reduzir a fome (Maluf &
Minezes 2015).

Segundo FAO (2014), para reduzir a fome exige-se uma abordagem integrada que
deve incluir os seguintes elementos: investimentos públicos e privados para aumentar
a produtividade agrícola; melhor acesso a insumos, terra, serviços, tecnologias e
mercados; medidas para promover o desenvolvimento rural; protecção social para os
mais vulneráveis, Incluindo o reforço da sua capacidade de resistência a conflitos e
desastres naturais, e programas de nutrição específicos em especial para resolverem
as deficiências de micro nutrientes em mães e crianças menores de cinco anos.

Consea (2010) considera que a alimentação é essencial à vida humana e na


impossibilidade de acesso a uma alimentação adequada em quantidade e qualidade, o
que significa consumo de alimentos saudáveis e seguros, o ser humano não tem
condições de desenvolver suas capacidades e potenciais. No entanto, FAO et al.
(2013) realça que há segurança alimentar quando as pessoas, têm acesso económico e
físico a alimentos a qualquer momento, nutritivos, seguros e em quantidade
suficiente para satisfazer as suas preferências alimentares e necessidades dietéticas,
de forma a desenvolver uma vida activa e saudável e sã. Hoje em dia, uma em cada
oito pessoas ainda está propensa a sofrer de fome e malnutrição e este problema é
ainda reforçado por alguns factores como as alterações climáticas, o crescimento
populacional ou a degradação ambiental.

O termo Segurança Alimentar começou a ser utilizado após o fim da Primeira Guerra
Mundial. Pela experiência da guerra, vivida na Europa, descobriu-se que um país
poderia dominar o outro controlando seu fornecimento de alimentos. A alimentação

4
usava-se como uma arma poderosa, principalmente para vencer um país incapaz de
produzir por sua conta própria (Maluf & Minezes, 2015).

Segundo Pinto (2013) a abordagem da SAN evoluiu consideravelmente ao longo do


tempo, sobretudo a partir dos anos setenta em que nas primeiras formulações focava-
se apenas na disponibilidade como forma de garantir a oferta de alimentos. Ao andar
do tempo as novas dimensões foram sendo incorporadas, tais como o acesso aos
alimentos, a utilização biológica dos alimentos, questões de saúde dos indivíduos, a
educação alimentar e a inocuidade dos alimentos, a sustentabilidade e a estabilidade
da produção e as preferências alimentares relacionadas com questões culturais ou
religiosas. Também havendo necessidade de incorporar vários níveis de análise
quanto a nível internacional, nacional, familiar, individual. De acordo com
Nascimento & Andrade (S/d) as condições de vida, alimentação e nutrição melhoram
de forma significava, mas lentamente, e os avanços prometidos pelo capitalismo e
sua industrialização se verificam em alto grau de produtividade e crescimento, mas
não de desenvolvimento humano verificando-se retrocessos nas políticas sociais e em
boa parte dos programas de alimentação e nutrição, permanecendo problemas como a
fome.

2.2 Segurança Alimentar e Nutricional em África e Moçambique (Niassa)

Moçambique: quase metade da população do Niassa sofre de desnutrição. Província do


norte do país apresenta uma taxa de 44% de desnutrição crónica, apesar da elevada
produção agrícola. Autoridades reconhecem paradoxo e pedem mudanças.

O Niassa, no norte de Moçambique, é uma das províncias que mais alimentos produzem
no país. No entanto, a desnutrição crónica e a insegurança alimentar são problemas que
afectam grande parte da população.
De acordo com as autoridades locais, a taxa de desnutrição crónica, a rondar os 44%,
afecta sobretudo as crianças com menos de cinco anos.
Ciente da dura realidade e olhando para as condições agrícolas da província, José
Manuel, porta-voz do governo do Niassa, garante que as autoridades provinciais e os
seus parceiros de cooperação vão lutar para reduzir a taxa de desnutrição para 30% por
cento até 2019.

5
“Quando fazemos uma avaliação com alguma profundidade, percebemos que a nossa
província é altamente produtiva. É um paradoxo termos uma alta capacidade de
produção de alimentos e termos o problema da desnutrição”, reconhece o dirigente.
Dirigentes pedem mudança de hábitos

A União dos Camponeses no Niassa e associações de camponeses do distrito de


Lichinga, olham com “um sentimento muito triste” para este quadro “nada animador” e
afirmam que o problema se deve, em grande parte, à produção de culturas de curta
duração.

“Não temos o hábito de cultivar alimentos aos quais podemos recorrer quando, por
exemplo, há falta de milho. Apostamos apenas em algumas culturas, esquecendo outras
que podem solucionar a questão da fome”, diz Paulino Emede, coordenador da União
dos Camponeses no Niassa. As associações de camponeses consideram que é necessário
preparar as comunidades para a mudança de hábitos alimentares.
A Resolução da Cimeira de Abuja sobre a Segurança Alimentar em 2006 assumiu os
seguintes compromissos nomeadamente o de expandir os mercados com base nas
necessidades próprias de África e promover o comércio intra-africano de bens
alimentares de primeira necessidade, mobilizar recursos para a implementação das
acções prioritárias no âmbito da SAN, com ênfase nos produtos estratégicos
seleccionados e assegurar a integração sistemática de aspectos nutricionais nas
intervenções agrícolas e de SAN (Setsan, 2007).

Em Moçambique estima-se que em média 70% da população vive nas zonas rurais e
a principal fonte de obtenção de renda é a agricultura. A produção agrária é feita pelo
sector familiar maioritariamente, esta ocupa mais de 97% dos 5 milhões de hectares
actualmente cultivados. Em Moçambique a agricultura ainda caracteriza-se no baixo
nível de utilização de tecnologias melhoradas. Como efeito, tem apenas 5% dos
produtores, dos 3,3 milhões de explorações agrícolas existentes no País, usam
fertilizantes e sementes melhoradas. Nas décadas 1975 a 1995 após a independência
a segurança alimentar e nutricional foi vista na perspectiva de assistência e
humanitária, independentemente do sistema político ou governo vigente embora com
dificuldades nas mudanças na planificação da produção, nos modos de produção,
actores prioritários, destinos da produção, a segurança alimentar não foi vista de

6
forma sistémica, não havendo esforços consistentes e estruturais (Vunjanhe &
Adriano, 2015).

Segundo o Setsan (2015), cerca de 302.664 pessoas encontram-se em situação de


insegurança alimentar, e necessitam de assistência humanitária, um pouco por todas
as regiões do país que esta verifica-se mais na região rural norte 48% estas causadas
por alguns factores determinantes que contribuem para um fraco desenvolvimento
agrícola, e consequentemente afectam a segurança alimentar a nível do agregado
familiar tais factores são: Políticos isto e, ausência de um programa claro e eficaz de
desenvolvimento agrícola; Económicos refere-se fracos sistemas produtivos, baixo
grau de integração das economias camponesas no mercado, baixo uso de tecnologias
apropriadas a produção, e; Culturais esta mais para hábitos da comunidades que
afectada também pelos factores ambientais (ciclones, secas,).

Pinto (2011) na sua abordagem sobre os direitos à Alimentação e Segurança


Alimentar e Nutricional nos Países da CPLP afirma que Moçambique é um dos
países que mostra um estado débil e que apresentava alta dependência da ajuda
internacional em termos orçamentais, embora registava-se uma redução muito
significativa na dependência alimentar do exterior. Para FEWS NET (2015) a
situação actual no geral mostra que condições de insegurança alimentar aguda
mínimas em todo o país, sendo que as condições extremas predominam em algumas
partes das zonas semi-áridas, incluindo distritos nas províncias de Gaza, Inhambane e
Sofala e como uma forma de solução estavam em curso programas de redes de
protecção social e assistência humanitária nas áreas afectadas. Os factores que
contribuem para condições de segurança alimentar mais estáveis ao longo do ano
incluem o acesso à pesca, culturas de produção própria, e um melhor acesso aos
mercados.

Ao nível das famílias Moçambicanas a segurança alimentar observa boas melhorias


significativas nos últimos 10 anos sendo que a disponibilidade de alimentos básicos e
a produção, especialmente os feijões, a mandioca e o milho. Verificou-se um
aumentou considerável que fez com que houvesse uma redução da ajuda alimentar
externa.

O cálculo do índice de consumo alimentar indica que a diversificação da dieta e o


consumo de alimentos é inadequado em 31% de agregados familiares nas zonas

7
rurais que pode se considerar uma situação anormal e 23% das zonas peri urbanas. E
há diferenças na composição da dieta alimentar nas zonas sul do País, centro e norte
e que adequação da dieta em termos de qualidade esta em péssimas situações em
Inhambane, Manica Gaza e (< 45% adequados), e Sofala e Nampula (<20%
inadequados), melhor em Maputo, (Setsan, 2010).

O país traçou duas estratégias de Segurança Alimentar e Nutricional sendo que


segunda (ESAN II) resulta da evolução da ESAN I aprovada pelo Governo de
Moçambique em 1998, que tinha como foco na redução da fome para metade até
2015 conjugando-se ao Objectivo número um do Desenvolvimento do Milénio
(ODM) (SETSAN, 2007). A ESAN II reconhece os seguintes pilares de SAN: a
produção e disponibilidade suficiente de alimento para consumo; o Acesso físico e
económico aos alimentos; o uso e Utilização adequada dos alimentos, Adequação
para que os alimentos sejam sociais, ambiental e culturalmente aceitáveis incluindo a
absorção dos nutrientes pelo organismo, e a estabilidade do consumo alimentar a
todo o tempo (Setsan, 2007). Outra estratégia que visa aumentar aa produção de
comida e redução da pobreza é a agenda 2025, que tem função principal de
proporcionar um conjunto de cenários com linhas gerais de actuação a médio e longo
prazo para os líderes e decisores nos sectores públicos, privado e sociedade civil.

Na agenda 2025, a segurança alimentar consta como uma questão chave da Visão
nacional sendo que as políticas sectoriais mais relevantes para a SAN são: a Política
de Agricultura e Estratégia de Implementação (PAEI), o Programa de Agricultura
(PROAGRI), a Estratégia da Educação, a Política da Saúde, a Política e Estratégia
Nacional do Género, a Estratégia de Desenvolvimento Nutricional, a Política e
Estratégia da Indústria, a Política e Estratégia do Comércio, a Política e Estratégia de
Estradas, a Estratégia de Comercialização Agrícola (ECA), a Estratégia de
Desenvolvimento Rural e o Plano Director de Combate às Calamidades Naturais, a
Política das Pescas e Plano Estratégico da Pesca Artesanal (PESPA), a Estratégia
para a Pescaria de Camarão, a Estratégia de Desenvolvimento da Aquacultura em
Moçambique (Vunjanhe & Adriano, 2015).

As principais doenças associadas à INSAN são em Moçambique segundo SETSAN


(2006, 2007) são infecções respiratórias e diarreias e estudo de base de SAN segundo
estimou a prevalência das diarreias em 15%, sendo Gaza a província com maior

8
prevalência (24%) e Manica com menor prevalência (6%). A prevalência das
infecções respiratórias agudas é de 24% ao nível nacional, sendo Gaza a província
com maior prevalência (63%) e Cabo Delgado a província com a mais baixa (10%).

Para Pinto (2008) a insegurança alimentar e nutricional conduz a outras situações


como aparecimento de certas doenças nomeadamente anemia, xeroftalmia, bócio,
raquitismo, kwashiorkor, marasmo, entre outras, que quando não fazem vítimas
directamente acabam por facilitar o aparecimento de outras doenças. E diz que o
alastrar da epidemia HIV/Sida em várias regiões agrava os problemas da fome. Em
caso das zonas rurais, onde a incidência é particularmente elevada, a doença debilita
as pessoas impedindo-as de trabalhar na agricultura assim afectando a renda até
alimentos para seu próprio consumo.

Ainda de acordo com o autor acima, a educação alimentar no âmbito da segurança


alimentar e nutricional é fundamental na transferência conhecimentos e criação de
capacidades para a escolha de uma alimentação saudável. Por vezes não é necessária
abundância dos alimentos porque mesmo com poucos alimentos que temos é possível
fazer uma alimentação equilibrada se for conhecida a composição nutricional e se
proporcionar uma dieta variada e equilibrada. A educação alimentar pode também
evitar desperdícios de alimentos a partir de ensinamentos de melhores formas de os
preparar e conservar. Sendo assim nas escolas estas práticas devem ser
impulsionadas na decisiva ao elaborarem materiais informativos ou promoverem
acções de sensibilização.

2.3 Métodos de avaliação de insegurança alimentar e nutricional

Segundo Escamilla & Corrêa et al. (2008) existem cinco métodos comummente
utilizados em inquéritos para avaliação da insegurança alimentar que são: método da
FAO, Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), Avaliação do Consumo Dietético
Individual e a Escala de Insegurança Alimentar (EIA).

O método da FAO na sua avaliação caracteriza-se por estimar as calorias disponíveis


por habitante de um país com base na balança de alimentos e nas pesquisas de
orçamentos domésticos. São utilizadas; informações nacionais, sobre reservas de
alimentos, produção, importação, exportação e desperdício de alimentos. Este
método apresenta as seguintes vantagens: envolve baixo custo, possibilidade de

9
comparações com outros países e de análise das tendências da disponibilidade
energética per capita ao longo do tempo. Tem como desvantagens alto grau de
imprecisão de resultados obtidos, não mede o acesso aos alimentos ou a qualidade da
dieta e confere mais importância ao consumo médio de energia do que a distribuição
desta energia, ou seja, não identifica os grupos mais vulneráveis à insegurança
alimentar no âmbito de regiões específicas e regiões e grupos populacionais.

O método de Pesquisas de Orçamentos Familiar baseia-se em entrevistas


domiciliares e que um morador qualificado informa a renda familiar, os preços e as
quantidades dos alimentos consumidos dentro e fora do domicílio, alimentos
recebidos por algum membro da família como presente ou forma de pagamento e
alimentos produzidos pela família para consumo. Tem como vantagens: a
possibilidade de realizar avaliações da adequação da energia alimentar nos
domicílios, da variedade do regime alimentar e do percentual dos rendimentos gasto
com a alimentação, permitindo identificar os domicílios em situação de insegurança
alimentar. Mas também é desvantajoso porque não incorpora a ingestão de alimentos
por parte de cada morador, já que se refere à ingestão per capita da família; a
dificuldade em estimar a quantidade de alimento consumido fora da casa, já que as
pessoas relatam o que gastaram, mas não o que comeram; a quantidade de alimentos
que é desperdiçada ou que não é destinada aos moradores como hóspedes e animais
domésticos; a padronização metodológica entre países e o pequeno número de países
que o aplicam anualmente; o alto custo para colecta, digitalização, e processamento
da informação; a conversão dos alimentos disponíveis em energia ingerida envolve
uma alta margem de erro e o método é caro e requer maiores investimentos em
pessoal de diversas áreas, tornando difícil sua aplicação nacional anualmente.

O método das pesquisas de ingestão individual para avaliar a insegurança alimentar


baseasse na ingestão alimentar que pode ser avaliada por diferentes métodos como o
recordatório de 24 horas, o questionário de frequência alimentar e o registo do peso
dos alimentos ingeridos seguidos de análise do conteúdo químico e nutritivo desses
alimentos. Apresentam como vantagens: A análise actual do consumo alimentar;
Avaliação da ingestão tanto a curto, médio e longo prazo; Contemplação de tanto a
quantidade como a qualidade da alimentação, e; Identificação de domicílios e
indivíduos em risco. As suas desvantagens são: dependência da memória do
entrevistado; alta variabilidade intrapessoal na ingestão de nutrientes; dificuldade

10
para estimar o tamanho das porções; omissão de alimentos, e; incerteza dos
requerimentos humanos a cerca de alguns nutrientes e do conteúdo encontrado nas
tabelas de composição de alimentos

O método de Escala de Insegurança Alimentar (EIA) classifica as famílias em 4


categorias: insegurança alimentar grave, insegurança alimentar moderada,
insegurança alimentar leve e segurança alimentar. Essa escala é elaborada a partir de
questionário com 15 perguntas referentes à experiência dos últimos três (3) meses de
insuficiência alimentar em diferentes níveis de intensidade. Também inclui desde a
preocupação de que a comida possa acabar até a vivência de passar um dia todo sem
comer. Quando não há nenhuma resposta positiva, a família é classificada em
situação de segurança alimentar e a classificação da insegurança alimentar em
diferentes gradientes corresponde a patamares diferenciados da soma dos pontos
obtidos no questionário.

Segundo Salles-Costa (2008) e Pessanha (2008) este método permite captar não só as
dimensões físicas, mas também as dimensões psicológicas da insegurança alimentar
e; classifica os domicílios de acordo com sua vulnerabilidade ou nível de exposição a
INSAN, além de seu baixo custo de aplicação. As suas desvantagens são: os
entrevistados imaginam que, dependendo das respostas que derem às perguntas, eles
próprios, seus domicílios e/ou suas comunidades poderão receber ajuda em alimentos
ou benefícios sociais; em virtude da necessidade de usar limites diferenciados para
populações distintas, o algoritmo utilizado para classificar os domicílios, segundo o
grau de INSAN a que estão expostos, pode não ser o mesmo para diferentes países ou
até para diferentes grupos populacionais de um país e, embora meça várias
dimensões ou níveis do fenómeno de insegurança alimentar e nutricional, a escala
não permite captar a falta de saneamento básico, a dimensão da segurança dos
alimentos, ou seja, a qualidade microbiológica e a ausência de poluentes.

Segundo Infomdr (2014) os níveis ou graus de insegurança alimentar são


classificados em: Insegurança alimentar moderada - ignifica que o acesso à
alimentação começa a ser limitado e com algum risco de deterioração da situação
alimentar; Insegurança alimentar severa - Significa que a insuficiência já é de alguma
forma aguda e com sério risco da população cair para a fase extrema; Insegurança
alimentar extrema - Significa que a insuficiência é grave, começa a registar alguma

11
mortalidade, malnutrição é muito elevada e há uma perda de todos os meios de
existência e; Insegurança alimentar (Fome) - significa falta total de acesso à
alimentação, com registo grave de perturbação social e deslocação massiva da
população e esgotamento total dos meios de existência.

Pereira & Reis et. al. (2015) tem-se como indicadores de segurança alimentar as
seguintes dimensões: Produção de alimentos a nível local ou familiar;
disponibilidade de alimentos das famílias; renda e despesa das famílias com
alimentação; acesso à alimentação adequada; acesso aos serviços de saúde e
educação. Enquanto o baixo peso ao nascer, alta taxa de mortalidade Infantil, baixo
peso para idade, défice de estatura para idade, desnutrição são indicadores da
presença de INSAN.

A definição de indicadores requer muita clareza sobre os objectivos e a lógica de


cada programa. É sempre possível calcular um número grande de indicadores, os
quais nem sempre conseguem expressar os fenómenos ou as condições mais
significativas para o programa. A literatura refere que na construção de indicadores
de monitoramento e avaliação devem existir as características de validade,
confiabilidade, sensibilidade, desagregação territorial e periodicidade.

12
CAPÍTULOzIII.zMATERIALzEzMÉTODOS

3.1. CaracterísticaszGeográficaszDozDistrito

O DistritozdezCuambazficazsituadozna regiãozSulzdazprovínciazdozNiassa, a
aproximadamentez301 km da capitalzprovincial, Lichinga,zconsideradozo pólo de
desenvolvimentozda região devidozas suas potencialidadesze localização estratégica do
Corredorzde Nacala (Ferreirazeztal, 2007).

AzzonazdezCuambazsituazsezentrezaszseguinteszcoordenadas:z14º15’zez15º15’zdezLa
titude Sul, a Norte e Sul respectivamente, ezos 36º05’ e 37º05’zdezLongitude Este a
Ocidente e a Orientezrespectivamente.Cuambaztemzcomozlimiteszfísicos,zazNortezfaz
limitezcomzozdistritozde Metarica, a Leste, com a província de Nampula, a Sul com a
província dazZambézia,ze azOeste,zcom oszdistritoszdezMecanhelaszezRicuembe e
Mandimbazatravészdezumazlinhazconvencional. (PEC, 2006).

Estezdistrito,zpossuizuma áreaztotal dez5.121zkm2,zperfazendozcerca dez4% dazárea


globalzdazprovíncia,zezumazpopulaçãozestimadazde 178.632,zsegundozaszprojecções
dozcensozpopulacional de 1997 para ozano dez2004 (PEC, 2006).

CuambazcontazcomzdoiszPostoszAdministrativos,zsendozLúriozezEtatarazezquatro
localidades,znomeadamente,zLúrio-SedezezMitucuéze,zEtatara-SedezezMalapa.
zIgualmentezozdistrito dezCuamba possui um município (Uatata, 1994).

3.2. CaracterísticaszAgro-ecológicas

3.2.1. Clima

OzdistritozdezCuambazézcaracterizado pelozclimaztropicalzhúmido.zAztemperatura
médiazanual ézdez26oC.zAsztemperaturaselevadas sãozacompanhadaspela pluviosidade
quezézmaiszintensaznoszmeseszdezNovembrozazMarçoz (Uatata, 1994).

13
Azprecipitaçãozanual variazde 800zaz1400 mm, dependendozpara alémzdo tipozde
climazos factoreszdezcontinentalidadezezdo relevo,zcom azhumidadezmédiazrelativa
de 65% (Uatata, 1994).

3.3. Metodologia

A realização do presente trabalho baseou-se numa pesquisa transversal, considerada por


Carmo e Ferreira (2008) como sendo um tipo de estudo social que envolve a colecta de
informações de uma dada amostra proveniente de população com características
diferentes simultaneamente. A pesquisa foi realizada no período de Abril de 2021 a Julho
de 2021 em 4 postos administrativos (Etatara, Mepica, Lúrio e Cuamba Sede) do distrito
de Cuamba.

Para o cálculo do tamanho da amostra adoptou-se a metodologia usada por Santiago


& Gentil (2014), baseada no cálculo de estimadores da proporção populacional "p" para
universo infinito (maior ou igual a 10 mil). Considera-se o "p" como proporção de
elementos favoráveis ao evento e "q" a proporção dos desfavoráveis.), considerou-se
que a amostra devia ser composta por famílias residentes na parte continental (p=0.75) e
residentes em Cuamba Sede (q=0.25). Isto significa que 75% dos postos de Etatara,
Lúrio e Mepica serão da parte continental e 25% Cuamba sede. Para o cálculo da
amostra utilizou-se a seguinte fórmula:

Onde:

E = erro amostral (5%)


p = proporção de bairros da zona continental;
q = proporção de bairros da zona interior;
Z = números de desvios-padrão (1.645)
n = tamanho da amostra;
Assim, o número total de amostra obtido foi de 203 famílias, o qual foi dividido pelo
número de zonas mais vulneráveis à INSAN (8) segundo os Serviços Distritais de
Actividades Económicas (SDAE). Assim, resultou em aproximadamente 25 famílias por
zona, totalizando 100 para os quatro Postos. Para questões de margem de segurança
inquiriu-se duas famílias a mais por Posto totalizando 108 famílias.

14
A selecção das famílias foi feita usando amostragem de bola de neve (Snow ball),
considerada por Carmo e Ferreira (2008) aquela em que elementos da população já
conhecidos indicam outros com mesmas características assim sucessivamente. Sendo
frequentemente utilizada quando se torna impossível obter lista completa dos elementos
da população que se quer estudar. Para o presente estudo a característica principal é
devem ser famílias vulneráveis (chefiadas por idosos e/ou crianças) e de baixa renda e
através das lideranças locais foi possível identificar a primeira família.

3.3.1 recolha de dados

Fez-se um inquérito semiestruturado (apêndice 1) para obter informações socioeconómicas


das famílias para caracterizar o perfil dos munícipes do distrito de Cuamba (idade, género,
actividade profissional, posição no familiar, estado civil, nível de escolaridade, número de
membros de agregado, número de filhos e suas idades, principais alimentos e suas fontes e
situação de emprego).

Para medir o nível de segurança alimentar, utilizou-se a Escala de Medida da Insegurança


Alimentar, na qual se registra a frequência de respostas afirmativas a um questionário com
15 perguntas relativas à percepção do entrevistado sobre a situação alimentar vivida nos
três últimos meses anteriores à entrevista. Sendo que sete perguntas são direccionadas
apenas às famílias em que há membros do agregado menores de 18 anos. O questionário
foi respondido pelo chefe do agregado ou outra pessoa da família que o substitua sob sua
autorização. Atribuiu-se o valor 1 (um) para cada resposta afirmativa e 0 (zero) para cada
negativa, de modo que o escore para a classificação das famílias tivesse amplitude teórica
de zero a 15 pontos, sendo que a soma dos escores foi classificada em quatro níveis
nomeadamente:

0 - Condição de segurança alimentar (SA) - não ter respostas positivas: ausência de


problemas em acesso aos alimentos, em termos quantitativos, qualitativos e ausência de
preocupação de que os alimentos venham a faltar no futuro;

1 - Insegurança alimentar leve (INSAL) - 1 a 5 respostas positivas com filhos


menores de 18 anos ou 1 a 3 respostas positivas naquelas famílias sem menores de 18
anos: há preocupação com a ausência dos alimentos no futuro, tratando-se de um
componente psicológico de insegurança;

15
2 - Insegurança alimentar moderada (INSAM) - 6 a 10 respostas positivas em
famílias com menores ou 4 a 6 sem menores: há caso de comprometimento de qualidade da
alimentação na busca por manter a quantidade necessária;

3 - Insegurança alimentar grave (INSAG) - 11 a 15 respostas positivas em famílias


com menores ou 7 a 8 sem menores: há deficiência quantitativa de alimento, levando à
situação de fome. A seguir apresenta-se a tabela resumo dos níveis e escores utilizados:
Tabela 1. Resumo da soma dos escores usados para classificar INSAN

No de respostas positivas
Parazfamíliaszcomzmenoreszde Para famílias
18zanos sem menores
Classificação utilizada de 18 anos
Segurançazalimentarz(SA) 0 0
Insegurançazalimentarzleves(INSAL) 1a5 1a3
InsegurançazalimentarsModerada 6 a 10 4a6
(INSAM)
InsegurançaZalimentarZgraveZ(INSAG) 11 a 15 7a8

Os dados foram sistematizados no Excel e submetidos à análise estatística exploratória e


aplicou-se o teste de Fisher (Fisher’s exact test) a 5% de nível de significância para
avaliar a associação entre a situação de segurança alimentar e as variáveis sociais
(idade, género, actividade profissional, posição familiar, estado civil, nível de
escolaridade, número de membros do AF, situação de emprego, número de filhos e suas
idades) utilizando o programa SPSS versão 22.0.

16
CAPÍTULO IVzRESULTADOSzEzDISCUSSÃO

4.1 Perfil social dos inquiridos e seus agregados familiares

Este subcapítulo faz a caracterização social dos inquiridos e suas famílias


nomeadamente idade, género, actividade profissional e posição familiar do entrevistado,
estado civil, nível de escolaridade, número de membros de agregado, número de filhos e
suas idades assim como os principais alimentos e sua fonte, número de refeições.
4.1.1 Sexo e Idade

A tabela 2 mostra resultados das variáveis género e idade dos entrevistados, onde pode-
se observar que a maioria é do género feminino (52.8%) e residentes nas comunidades
de Mepica e Lúrio. Quanto á idade importa dizer que a faixa etária entre 18 e 35 anos
presentou maior número (45.4%) seguido dos indivíduos com 36 a 55 anos (39.8%),
sendo que cumulativamente estas duas faixas representam 85.2%.

Tabela 2. Idade e género dos inquiridos

Variáveis Sede Mepica Lúrio Etatara Total


N % N % N % N % N %
Género
Feminino
9 33.3 16 59.3 18 67 14 51.9 57 52.8
Masculino 18 66.7 11 40.7 9 33 13 48.1 51 47.2
Idade

18 a 35 anos 12 44.4 9 33.3 14 51.9 14 51.9 49 45.4


36 a 55 anos 10 37 14 51.9 9 33.3 10 37 43 39.8
> 55 anos 5 18.5 4 14.8 4 14.8 3 11.1 16 14.8

Ainda na tabela acima pode se dizer que as percentagens referentes ao género e faixas
etárias dos inquiridos confirmam os dados divulgados pelo INE em 2013 dado que nas
estimativas desta instituição (INE), as mulheres ocupavam até aquele ano cerca de
51.2% e que maior parte dos habitantes (80%) tinham idades abaixo de 55anos, ou seja
a população deste município/distrito é jovem.

Machamba (2014) no seu estudo sobre frequência de consumo alimentar na cidade de


Cuamba, dos 86 indivíduos inquiridos a maioria também foi do sexo feminino (61.6%)
com idades que variavam entre 18 e 58 anos.

17
4.1.2 Posição Familiar e Membros do Agregado Familiar

Para estas variáveis é importante primeiro dizer que uma das características da população
do distrito de Cuamba é a prática de actividade Agricultura, como é o caso. Para a
alimentação das famílias maior parte dos homens dedica-se a esta actividade, ficando para
as mulheres o papel de cuidar a casa e os filhos. Assim, pode-se justificar os resultados
obtidos neste estudo onde a maioria dos inquiridos ocupam posição de mãe (42.6%) e outra
parte não menos significativa é ocupado pelos filhos (19.4%). Estes dados foram mais
verificados na comunidade de Lúrio. Dos 38% ocupados por pais, maior parte é da
comunidade de Cuamba (Tabela 3).

Tabela 3. Posição familiar e membros do agregado familiar

Sede Mepica Lúrio Etatara Total


Variáveis
N % N % N % N % N %
Posição Familiar
Pai 15 56 10 37 8 29.6 8 29.6 41 38
Mae 7 26 10 37 16 59.3 13 48.1 46 42.6
Filho 5 19 7 25.9 3 11.1 6 22.2 21 19.4
MAF
2 a 5 membros 3 11 7 25.9 3 11.1 7 25.9 20 18.5
6 a 10 membros 15 56 14 51.9 15 55.6 17 63.0 61 56.5
Mais de 10 membros 9 33 6 22.2 9 33.3 3 11.1 27 25
Ainda na tabela acima pode observar-se que 59.3% das famílias tem entre seis (6)
e dez (10) membros do agregado familiar e 25% acima de dez (10).

É importante realçar que o número de membros de um agregado familiar é um


factor social determinante quando se está a estudar aspectos relacionados com
segurança alimentar. Quanto maior é o número de pessoas, maior é a necessidade
da família produzir ou adquirir mais alimentos, caso não tenha capacidades para o
efeito, a família é exposta a não acesso, indisponibilidade ou mesmo a INSAN.
(Pérez, 2005).

18
4.1.3 Número de filhos e estado civil

No que concerne ao número de filhos observou-se que a maioria das famílias


(41.6%) tem entre um (1) e cinco (5) filhos sendo a comunidade de Lúrio a que
maior número apresenta. Em segundo lugar as famílias (38%) têm entre seis e dez
(10) filhos, ou seja, cerca de 80% das famílias tem entre um e dez filhos. Observa-
se ainda que 33.3% e 29.6% dos inquiridos estão em união de facto e são casados
respectivamente (Tabela 4).

Tabela 4. Número de filhos e estado civil dos entrevistados

Sede Mepica Lúrio Etatara Total


Variáveis
N % N % N % N % N %
Número de Filhos
Sem filhos 3 11 4 14.8 1 3.7 3 11.1 11 10.2
1 a 5 filhos 11 40.7 11 40.7 13 48.1 11 40.7 46 42.6
6 a 10 filhos 9 33 10 37.0 11 40.7 11 40.7 41 38.0
Mais de 10 filhos 4 15 2 7.4 2 7.4 2 7.4 10 9.3
Estado Civil
Solteiro 4 15 4 14.8 1 3.7 6 22.2 15 13.9
Casado 9 33 8 29.6 4 14.8 11 40.7 32 29.6
Divorciado 1 4 5 18.5 4 14.8 3 11.1 13 12.0
Viúvo 3 11 3 11.1 2 7.4 3 11.1 11 10.2
União de facto 10 37 7 25.9 16 59.3 3 11.1 36 33.3
O INE tem divulgado relatórios anuais com indicadores sociais onde sempre alerta
o facto de a população nacional crescer exponencialmente sobretudo a classe
jovem, uma parte devido ao aumento de casamentos poligâmicos e outra a altas
taxas de natalidade como é característico. As famílias da zona norte de
Moçambique têm a cultura de casar cedo (união de facto) sendo obrigados a ter
filhos mais cedo, o que influencia no número total de filhos até a idade adulta.
(INE, 2012).

Com base na tabela 4, os resultados obtidos influenciam bastante no risco de


INSAN, o posto de Lúrio é onde mais apresentou índice maior.

4.1.4 Escolaridade, situação de emprego e famílias com menores de 18 anos

Quanto às variáveis escolaridade, situação de emprego e a presença de menores de


18 anos nas famílias é possível observar que 54.6% dos entrevistados não
frequentaram escola, ou seja, não sabem ler e escrever, enquanto 16.7%

19
frequentaram o ensino primário. Outro dado importante é o facto de alguns terem
frequentado o ensino superior, o que de alguma forma traz discussão sobre o nível
de vulnerabilidade das suas famílias dado que se pressupõe que quanto maior é o
grau de escolaridade, as condições de vida (alimentação, saúde, renda) são
aceitáveis. É de notar que a situação de emprego (30.6% empregados) é
directamente relacionada ao nível de escolaridade, quanto mais baixo for o nível de
escolaridade, menor são as chances de obter emprego formal, consequentemente
maior será a taxa de desemprego (tabela 5).

Tabela 5. Nível de escolaridade, situação de emprego e menores de 18 anos de idade

Sede Mepica Lúrio Etatara Total


Variáveis
N % N % N % N % N %
Escolaridade
Sem escola 17 63.0 14 51.9 14 51.9 14 51.9 59 54.6
Primário 5 18.5 4 14.8 5 18.5 4 14.8 18 16.7
Secundário 1 3.7 3 11.1 5 18.5 3 11.1 12 11.1
Técnico 3 11.1 4 14.8 3 11.1 4 14.8 14 13.0
Superior 1 3.7 2 7.4 0 0.0 2 7.4 5 4.6
Situação de emprego
Empregado 6 22.2 10 37.0 10 37.0 7 25.9 33 30.6
Desempregado 21 77.8 17 63.0 17 63.0 20 74.1 75 69.4
Menores de 18 anos
Sim 21 77.8 22 81.5 21 77.8 23 85.2 87 80.6
Não 6 22.2 5 18.5 6 22.2 4 14.8 21 19.4

4.1.5 principais alimentos e suas fontes

Como é apanágio das populações rurais em Moçambique, maior parte dos


habitantes do distrito de Cuamba tem a agricultura e aquisição no mercado como
principal actividade e fonte de alimento (mais de 93%) e uma pequena parte alega
adquirir seus alimentos na Pesca (Gráfico 1).

20
Principais fontes de alimentos

1% Agricultura
26% Pesca
Aquisicao no Mercado
Todas

6%
67%

Gráfico 1. Principais fontes de alimentos das famílias


É preciso realçar que o facto de a agricultura constituir principal fonte de alimento ao,
sendo zona costeira pode ter sido influenciado pelas características dos entrevistados
(maioria mulheres). As respostas podem ter sido associadas ás actividades que elas
praticam e não as dos seus cônjuges. Os que compram alimentos provavelmente sejam
a pequena minoria que consideramos de classe alta, ou seja, que possuem ensino
superior e trabalho formal, estes não têm a agricultura e pesca como actividade
principal.

Schwalbach & Maza (2017) afirmam que as fontes de alimentos da comunidade de


Cuamba resumem-se em dois, o continente (com locais de produção agrícola) e a
criação doméstica de animais de pequena espécie.

Depois de analisar as principais fontes de alimentos pode se observar através do


gráfico 2 que maior parte dos habitantes tem como alimento principal a Xima (39%),
Xima e Verduras (26%), Peixe e Xima (12%) e verduras (12%). Isto mostra
claramente o domínio da produção agrícola (milho e Verduras).

21
Principais alimentos consumidos

Xima
12%
Verdura
Cereais
39%
Peixe
26%
Xima e Verdura
Peixe e Xima

2%
9%
12%

Gráfico 2. Principais alimentos consumidos pelas famílias.


O tipo de alimentos consumidos por uma família determina na qualidade de vida e
índices de segurança alimentar e nutricional. O tipo de nutrientes disponíveis nesses
alimentos e as proporções são um factor determinante no crescimento e
desenvolvimento das pessoas principalmente menores de cinco anos de idade. Outro
factor importante para este trabalho é o número de refeições que as famílias passam
por dia, principalmente menores de 18 anos de idade, porque influencia directamente
no nível de INSAN das famílias. O gráfico 3 mostra as respostas dos inquiridos onde
podemos observar que a maioria (57%) passa apenas duas refeições, 8% apenas uma
e 17% não sabem exactamente quantas por dia.
Cultivar legumes variados em pequenas quantidades é uma boa estratégia para proteger
o ambiente; isso permite conservar a biodiversidade e melhorar a segurança alimentar e
a nutrição. As mulheres que trabalham na agricultura contribuem particularmente para a
diversidade das culturas, visto serem elas que utilizam os recursos genéticos para
desenvolver novas variedades, em função das necessidades e das preferências da sua
família. (Pérez, 2005).

Com base o gráfico 3, os alimentos que as famílias consomem influenciam bastante na


medição do risco de INSAN.

22
Gráfico 3. Número de refeições das famílias por dia
Segundo Hoffmann (2017) o tipo de alimento das famílias é influenciado pela
capacidade de compra (renda), no entanto é sempre importante avaliar para alem dos
tipos e quantidades de alimentos de uma dada família, os gastos na compra dos mesmos,
na intenção de verificar a quantia utilizada pela família com alimentação e outras
necessidades básicas em um período de referência (geralmente a última semana, as
últimas semanas ou o último mês). Devendo considerar alguns parâmetros: quantidade
dos alimentos comprados para consumo dentro e fora de casa e seus preços; alimentos
recebidos de terceiros, como doação ou pagamento de trabalho; alimentos para consumo
adquiridos por produção própria; média de calorias disponíveis no domicílio por dia e
por pessoa.

Os dados obtidos neste trabalho reflectem os alimentos disponíveis e os consumidos,


registaram-se dificuldades na obtenção do consumo exacto de alimentos dentro e fora de
casa, tendo optado em não avaliar esta variável, porém, acredita-se que influenciou
bastante na medição do risco de INSAN das famílias. Outras dificuldades se referem à
periodicidade, pois não necessariamente os alimentos comprados em determinado
período foram consumidos no mesmo e vice-versa, além de ser uma metodologia de
elevado custo.

4.2 Medida de Insegurança Alimentar das famílias

Analisadas separadamente as famílias quanto á idade dos menores, observou-se que


87 famílias (81%) têm menores de 18 anos de idade. Das sete (7) questões colocadas

23
só a estas famílias apenas duas (2) apresentaram 78% 87% de respostas positivas, as
outras cinco (5) registaram 92 a 95% de respostas positivas. Para as questões
direccionadas aos adultos (idades maiores de 18anos) o destaque vai para as questões
3, 6, 2 e 4 com 74%, 74%, 73% e 72% de respostas positivas. Assim pode se
constatar que as famílias do distrito de Cuamba registam índices maiores de
insegurança alimentar dado que 14 das 15 questões da escala de medida de
insegurança alimentar apresentam acima de 65% das questões positivas (apêndice 2)

Concluindo a análise de apêndice 2, em termos de dados de consumo alimentar das


famílias durante os últimos 3 meses há que dizer que estas passaram fome ou por outra
houve falta, diminuição e/ou restrição de alimentos preferidos pelas famílias. As
restrições consistiram na redução de alimentos disponíveis, das quantidades de
alimentos ingeridos em todas famílias (com ou sem menores de 18 anos).

O gráfico 4 mostra resumidamente a incidência de insegurança alimentar no distrito de


Cuamba, 50.9% das famílias abrangidas por este estudo estão numa situação de
insegurança alimentar moderada e 45.4% em de insegurança alimentar grave. É
importante o cenário verificado neste gráfico, apenas 3.7% estão no nível de
insegurança alimentar leve e nenhuma família está em condição de segurança alimentar,
ou seja, todas têm respostas positivas às perguntas da EIA.

Gráfico 4. Situação de segurança/insegurança alimentar das famílias abrangidas

24
Os resultados de estimativa da insegurança alimentar da presente pesquisa relevam
gravidade da situação de insegurança alimentar comparando com os encontrados por
Machamba (2010) e Mirasse (2010) na cidade de Lichinga. Devendo, no entanto,
redobrar-se esforços no sentido de o SETSAN e outras instituições como o instituto
nacional de acção social (INAS) providenciarem respostas múltiplas através de
programas de apoio alimentar e melhoria do acesso e disponibilidade dos alimentos.
Menos importante também é a possibilidade de massificar programas de educação
alimentar e nutricional.

Hoffmann (2017) considera que a presença de menores de 18 anos afecta ou aumenta a


insegurança alimentar, podendo assim justificar os resultados do gráfico acima dado que
maior parte das famílias são numerosas e grande número crianças como membros dos
agregados. O autor revela ainda que na zona rural regista-se alto índice da insegurança
alimentar que em zonas urbanas, devido essencialmente a baixa renda per capita
associada a outros factores socioculturais.

Nunes & Cruz (2014) no seu estudo onde participaram de 150 famílias encontrou maior
percentagem de famílias com INSAL (50%), 28% em SAN E 14.7% com INSAM. A
única coisa igual nos dois estudos é o facto de a prior as famílias terem passado por
situação de vulnerabilidade e insegurança alimentar, no entanto, diferem no aspecto as
entrevistadas por Nunes & Cruz serem beneficiárias de um programa social de
atendimento à famílias carentes ou marginalizadas socialmente, promovendo assim o
Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e da segurança alimentar.

Em relação às características socioeconómicas das famílias, as residentes nas


comunidades de Lúrio e Etatara, as casas chefiadas por mulheres estão mais vulneráveis
à insegurança alimentar em todos os níveis. Nas casas chefias por indivíduos com
idades compreendidas entre 18 - 35 anos e acima de 55 anos a maioria registaram
maiores percentagens de INSAG e INSAM. As famílias com mais de dez membros do
agregado, filhos e lideradas por pessoas com nível superior foram desfavoráveis
enquanto as lideradas por divorciados e viúvos foram muito vulneráveis.

Naquelas chefiadas por desempregados e com menor de 18 anos, há situação mais grave
de insegurança alimentar. A presença de menores de 18 anos nas famílias abrangidas
influenciou (teve associação) nos níveis de insegurança alimentar (P=0.001, ou seja,
P<0.05). A frequência usual de consumo das famílias de 2 refeições e 1por dia,
mostraram relação importante com maiores prevalências de insegurança alimentar

25
moderada e grave. Assim, pode se concluir que o aumento da faixa de escolaridade, o
acesso a emprego do chefe da família, quanto menor for o tamanho do agregado e maior
número de refeições/dia existe relação directamente proporcional tendente a reduzir a
vulnerabilidade à insegurança alimentar (tabela 7).

Um estudo realizado por Nunes & Cruz (2014) onde participaram de 150 famílias
constatou não existência de associação da INSAN e as variáveis socioeconómicas.
Hoffmann (2004) no seu estudo observou prevalência de 34.9% das residências com
algum grau de insegurança alimentar e diz que o determinante mais importante desta
insegurança é a renda, e quando comparadas áreas urbanas e rurais equilibrando o efeito
da renda e da escolaridade da pessoa ou grupo alvo verificou que a insegurança
alimentar tende a ser menor nas áreas rurais.

No presente estudo não se estudou a renda das famílias, porém, é de referir que se
registou maior índice de insegurança nas famílias da zona Mepica provavelmente
porque as famílias rurais (continente) dedicam-se á pratica de agricultura, que lhes
garante acesso e disponibilidade de alimentos.

Tabela 6. Distribuição das famílias de acordo com algumas variáveis socioeconómicas


e situação de insegurança alimentar (INSA)
INSAL INSAM INSAG Valor-p*
Variáveis/Categorias
N % N % N %
Comunidade
Lúrio 3 75.0 11 20.0 13 26.5
Mepica 0 0.0 14 25.5 13 26.5 0.348
Etatara 1 25.0 13 23.6 13 26.5
Sede 0 0.0 17 30.9 10 20.4

Género
Masculino 2 3.9 27 52.9 22 43.1
Feminino 2 3.5 28 49.1 27 47.4 0.885
Idade
18 a 35 anos 2 4.1 22 44.9 25 51.0
36 a 55 anos 2 4.7 24 55.8 17 39.5 0.775
˃ 55 0 0.0 9 56.3 7 43.8

Posição Familiar
Pai 1 2.4 19 46.3 21 51.2
Mãe 2 4.3 23 50.0 21 45.7 0.696
Filho 4 16.7 13 54.2 7 29.2

Membros do AF

26
2 a 5 membros 0 0.0 10 50.0 10 50.0
6 a 10 membros 1 1.6 30 49.2 30 49.2 0.214
Mais de 10 membros 3 11.1 15 55.6 9 33.3

Numero de Filhos
Sem filho 1 9.1 7 63.6 3 27.3
1 a 5 filhos 1 2.2 21 45.7 24 52.2
0.272
6 a 10 filhos 2 4.9 19 46.3 20 48.8
Mais de 10 filhos 0 0.0 8 80.0 2 20.0

Estado Civil
Solteiro 1 6.7 11 73.3 3 20.0
Casado Divorciado 0 0.0 16 50.0 16 50.0
0 0.0 6 42.9 8 57.1 0.314
Viúvo 0 0.0 5 45.5 6 54.5

União de Facto 3 8.3 17 47.2 16 44.4

Nível Escolar
Sem Escola 3 5.1 30 50.8 26 44.1
Primário 0 0.0 8 44.4 10 55.6
Secundário 0 0.0 7 58.3 5 41.7 0.694
Técnico 0 0.0 7 50.0 7 50.0

Superior 1 20.0 3 60.0 1 20.0

No de refeições/dia Não
sabe 1 5.6 8 44.4 9 50.0
1 refeição 0 0.0 4 44.4 5 55.6 0.954
2 refeições 3 4.8 32 51.6 27 43.5

3 refeições 0 0.0 11 57.9 8 42.1

Situação de Emprego
Empregado 2 6.1 17 51.5 14 42.4
Desempregado 2 2.7 38 50.7 35 46.7 0.658
Menores de 18 anos
Sim 1 1.1 40 46.0 46 52.9
Não 3 14.3 15 71.4 3 14.3 0.001
*Teste exacto de Fisher (Fisher Exact Test)

27
CAPÍTULOzV CONCLUSÃOzEzRECOMENDAÇÕES

5.1 Conclusão

Os resultados obtidos permitem concluir que, as condições socioeconómicas das famílias


de Cuamba são muito baixas, o posto de Lúrio foi o posto que mais destacou-se em
termos de condições socioeconómicas muito baixas. A maioria dos chefes de família
abrangidos por este estudo são jovens com idades entre 18 e 35 anos vivendo
maritalmente em união de facto, com seis a dez membros maior parte com menores de 18
anos, muitos sem nível escola e desempregados. As famílias têm como principais fontes
de alimento a agricultura e Mercados, sendo que a Xima de Milho e Verduras são os
alimentos mais consumidos pelo menos em duas refeições/dia.

Conclui-se que as famílias do distrito de Cuamba registam índices maiores de


insegurança alimentar dado que 14 das 15 questões da escala de medida de insegurança
alimentar apresentam acima de 65% das questões positivas

Concluiu-se ainda que, apesar de existirem no país políticas públicas de combate à fome e
desnutrição crónica, grande parte das famílias de Cuamba ainda vivem em condições de
vulnerabilidade social, sem garantia da segurança alimentar. Sendo que prevalece a
insegurança alimentar na maioria dos casos no grau moderado e grave, mas não está
relacionada ás variáveis socioeconómica idade, género, actividade profissional, posição
familiar, estado civil, nível de escolaridade, número de membros das famílias, número de
filhos e situação de emprego, apenas com a presença de menores de 18 anos de idade
nestas famílias.

Logo fica valida a hipótese alternativa, as famílias residentes no distrito de Cuamba


apresentam altos níveis de ISAN.

5.2 Recomendações

Tendo em conta os resultados que nos mostram que as famílias ainda vivem sem garantia
da segurança alimentar, recomenda-se:

 Que os resultados deste estudo sejam usados como instrumento auxiliar para
acompanhamento e melhoria das políticas e estratégias público-privadas de combate á
INSAN e

28
 Que sejam feitos estudos similares nesta ou outras regiões do país
incorporando mais variáveis socioeconómicas como a renda familiar.

29
REFERÊNCIASzBIBLIOGRÁFICAS

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João, N. Pinto, 2011. Direito à Alimentação e Segurança Alimentar e Nutricional


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Nunes, S. Thalita et al. 2014 Avaliação da segurança alimentar e nutricional de


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Salles, Costa.2008. Indicador para avaliar a Segurança Alimentar e Nutricional e


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1983.1 edição (obra publicado em Novembro 2010), Ilha de Moz.
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SETSAN. 2007. Estratégia e plano de acção de segurança alimentar e


nutricional. 2008-2015. Parte-A.

SETSAN. 2010. Plano de acção multissectorial para a redução da desnutrição


crónica em Moçambique. Maputo

31
Apêndice

32
Apendice 1. Ficha de Inquerito

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
------------

GOVERNO DO DISTRITO DE CUAMBA


SERVIÇO DISTRITAL DE ACTIVIDADES ECONÓMICAS

INQUÉRITO DE AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR NO DISTRITO DE


CUAMBA
Este inquérito tem como objectivo avaliar segurança alimentar e nutricional nas comunidades
de Cuamba, Etatara, Mepica e Lúrio, no distrito Cuamba. Trata-se de um trabalho académico e
destina-se a fins científicos, garante de total sigilo e anonimato das informações obtidas. O
sucesso deste trabalho depende da sua cooperação, responda com sinceridade às perguntas
formuladas. Obrigado pela sua colaboração.

(PERGUNTE A (O) ENTREVISTADA (O) SE ACEITA PARTICIPAR, SE SIM, CONTINUE AS


PERGUNTAS, CASO CONTRÁRIO, AGRADEÇA E ENCERRE A ENTREVISTA.)

N° do questionário _______ Data _____/____/______ Hora da entrevista: _______

1. Comunidade:____________________________
2. Entrevistada(o) (nome):_____________________________. 3. N° de MAF______
4. Sexo [ ] M [ ] F ; 5. Posição na família: [ ] Mãe [ ] Pai [ ] Outro Especificar______________ ;
6. Exerce uma actividade profissional? sim____, não____

7. Quais são as principais fontes de Alimento da família? Machamba [ ] Mar [ ] Rio [ ] ;


Mercado [ ] Todas [ ]
Questões 8-21 (ESTAS PERGUNTAS DEVERÃO SER FEITAS EM TODAS FAMÍLIAS. O
ENTREVISTADOR DEVE NOMEAR OS ÚLTIMOS 3 MESES PARA CONTEXTUALIZAR
MELHOR O ENTREVISTADO).
6. Nos últimos 3 meses, a (o) Sra (Sr) teve preocupação de que a comida na sua casa acabasse
antes que tivesse ou comprasse mais comida? SE SIM, COM QUE FREQUÊNCIA?

[ ] Em quase todos os dias; [ ] Em alguns dias.; [ ] Em apenas 1 ou 2 dias; [ ] Não sabe; []


não.

7. Nos últimos 3 meses, a comida acabou antes que a (o) Sra. (Sr.) tivesse dinheiro para comprar
mais? SE SIM, COM QUE FREQUÊNCIA?

[ ] Em quase todos os dias; [ ] Em alguns dias.; [ ] Em apenas 1 ou 2 dias; [ ] Não sabe

8. Nos últimos 3 meses, a(o) Sra. (Sr.) ficou sem dinheiro para ter uma alimentação saudável e
variada? SE SIM, COM QUE FREQUÊNCIA?

[ ] Em quase todos os dias; [ ] Em alguns dias.; [ ] Em apenas 1 ou 2 dias; [ ] Não sabe

33
6. Nos últimos 3 meses, a(o) Sra. (Sr.) ou algum adulto/família em sua casa diminuiu, alguma
vez, a quantidade de alimentos nas refeições ou falharam refeições, porque não havia dinheiro
suficiente para comprar a comida? SE SIM, COM QUE FREQUÊNCIA?

[ ] Em quase todos os dias; [ ] Em alguns dias.; [ ] Em apenas 1 ou 2 dias; [ ] Não sabe

7. Nos últimos 3 meses, a(o) Sra. (Sr.) alguma vez comeu menos do que achou que devia porque
não havia dinheiro o suficiente para comprar comida? SE SIM, COM QUE FREQUÊNCIA?

[ ] Em quase todos os dias; [ ] Em alguns dias.; [ ] Em apenas 1 ou 2 dias; [ ] Não sabe; [ ]


não.

8. Nos últimos 3 meses, o(a) Sr. (a) alguma vez sentiu fome mas não comeu (comeram) porque
não podia comprar comida suficiente? SE SIM, COM QUE FREQUÊNCIA?

[ ] Em quase todos os dias; [ ] Em alguns dias.; [ ] Em apenas 1 ou 2 dias; [ ] Não sabe; [ ]


não.

9. Nos últimos 3 meses, a(o) Sra(Sr) perdeu peso porque não tinha dinheiro suficiente para
comprar comida? SE SIM, COM QUE FREQUÊNCIA?

[ ] Em quase todos os dias; [ ] Em alguns dias.; [ ] Em apenas 1 ou 2 dias; [ ] Não sabe; [ ]


não.

10. Nos últimos 3 meses, a(o) Sra. (Sr.) ou qualquer outro adulto em sua casa ficou, alguma vez,
um dia inteiro sem comer ou, teve apenas uma refeição ao dia, porque não havia dinheiro para
a comida? SE SIM, COM QUE FREQUÊNCIA?

[ ] Em quase todos os dias; [ ] Em alguns dias.; [ ] Em apenas 1 ou 2 dias; [ ] Não sabe; [ ]


não.

Questões 16-21 (ESTAS PERGUNTAS DEVERÃO SER FEITAS EM FAMÍLIAS COM


MENORES DE 18 ANOS DE IDADE. O ENTREVISTADOR DEVE NOMEAR OS ÚLTIMOS 3
MESES PARA CONTEXTUALIZAR MELHOR O ENTREVISTADO).
11. Nos últimos 3 meses, a(o) Sra. (Sr.) teve que se basear em apenas alguns poucos tipos de
alimentos para alimentar a (s) sua (s) criança (s) menor (es) de 18 anos, porque o dinheiro
acabou? SE SIM, COM QUE FREQUÊNCIA?

[ ] Em quase todos os dias; [ ] Em alguns dias.; [ ] Em apenas 1 ou 2 dias; [ ] Não sabe; []


não.

12. Nos últimos 3 meses, a(o) Sra. (Sr.) não pôde oferecer a (s) sua (s) criança (s) menor (es) de
18 anos uma alimentação saudável e variada porque não tinha dinheiro? SE SIM, COM QUE
FREQUÊNCIA?

[ ] Em quase todos os dias; [ ] Em alguns dias.; [ ] Em apenas 1 ou 2 dias; [ ] Não sabe; []


não.

34
Apendice 2. Frequência de respostas positivas da Escala de Insegurança Alimentar

Durante os últimos 3 meses


Questão n%
Questões direccionadas aos maiores de 18 anos (n=108)
Nos últimos 3 meses, a (o) Sra (Sr) teve preocupação de que a comida na sua casa acabasse
1 antes que tivesse ou comprasse mais comida?
1 76 70
Nos últimos 3 meses, a comida acabou antes que a (o) Sra. (Sr.) tivesse dinheiro para
2 79 73
2 comprar mais?
Nos últimos 3 meses, a(o) Sra. (Sr.) ficou sem dinheiro para ter uma alimentação saudável
3 3 e variada? 80 74
Nos últimos 3 meses, a(o) Sra. (Sr.) ou algum adulto/família em sua casa diminuiu, alguma
4 4 vez, a quantidade de alimentos nas refeições ou falharam refeições, porque não havia 78 72
dinheiro suficiente para comprar a comida?

Nos últimos 3 meses, a(o) Sra. (Sr.) alguma vez comeu menos do que achou que devia
5 5 porque não havia dinheiro o suficiente para comprar comida? 72 67
Nos últimos 3 meses, o(a) Sr. (a) alguma vez sentiu fome, mas não comeu (comeram)
6 6 porque não podia comprar comida suficiente? 80 74
Nos últimos 3 meses, a(o) Sra(Sr) perdeu peso porque não tinha dinheiro suficiente para
7 comprar comida?
7 39 36
Nos últimos 3 meses, a(o) Sra. (Sr.) ou qualquer outro adulto em sua casa ficou, alguma
8 8 vez, um dia inteiro sem comer ou, teve apenas uma refeição ao dia, porque não havia
74 69
dinheiro para a comida?
Questões específicas para famílias com menores de 18 anos (n=87)

1
Nos últimos 3 meses, a(o) Sra. (Sr.) teve que se basear em apenas alguns poucos tipos de
9 alimentos para alimentar a (s) sua (s) criança (s) menor (es) de 18 anos, porque o dinheiro
81 93
acabou?
Nos últimos 3 meses, a(o) Sra. (Sr.) não pôde oferecer a (s) sua (s) criança (s) menor (es)
10 de 18 anos uma alimentação saudável e variada porque não tinha dinheiro? 83 95
Nos últimos 3 meses, a (s) sua (s) criança (s) menor (es) de 18 anos não comeu (comeram)
11 quantidade suficiente porque não havia dinheiro para comprar a comida? 76 87
Nos últimos 3 meses, a (s) sua (s) criança (s) menor (es) de 18 anos ficou (ficaram) sem
12 comer por um dia inteiro porque não havia dinheiro para comprar comida? 68 78
Nos últimos 3 meses, a(o) Sra. (Sr.) alguma vez diminuiu a quantidade de alimentos das
13 refeições de sua (s) criança (s) menor (es) de 18 anos porque não havia dinheiro suficiente 81 93
para comprar a comida?
Nos últimos 3 meses, alguma vez a(o) Sra(Sr) teve de saltar uma refeição da (s) sua (s)
14 criança (s) menor (es) de 18 anos porque não havia dinheiro para comprar comida? 80 92
Nos últimos 3 meses, a (s) sua (s) criança (s) menor (es) de 18 anos teve (tiveram) fome,
15
mas a(o) Sra. (Sr.) simplesmente não podia comprar mais comida? 80 92

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