Untitled
Untitled
Untitled
JUAZEIRO - BA
2020
GONÇALO COELHO DE ALENCAR
JUAZEIRO - BA
2020
Alencar, Gonçalo Coelho de
A368e O emprego do Teodolito artesanal no estudo das razões
trigonométricas dirigido a estudantes do 9º ano do ensino fundamental
/ Gonçalo Coelho de Alencar. – Juazeiro - 2020
xii; 81 f: il. 29 cm.
CDD 510.07
FOLHA DE APROVAÇÃO
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________
Prof. Me. Fábio Henrique de Carvalho, PROFMAT/UNIVASF
_____________________________________________________________
Prof. Dr. Lino Marcos da Silva, PROFMAT/UNIVASF
_____________________________________________________________
Prof. Dr. Evanilson Landim Alves, LIC. MAT./UPE
Dedico a Deus, que me abençoa passo a passo nesta escada de conhecimentos,
que sua presença continue marcante em minha vida, mostrando-me o caminho do
amor, da credibilidade e da esperança de dias melhores.
A todos os amigos que, direta ou indiretamente, me apoiaram durante os momentos
de estudo.
AGRADECIMENTOS
A Deus, autor da vida, mistério que se faz acontecer na nossa existência, concedendo-
nos capacidade e inteligência.
A minha família, minha base, por todo o apoio e por toda a compreensão.
A todos aqueles que acreditaram na concretização de mais um sonho realizado.
Aos meus Professores do PROFMAT/UNIVASF, pela dedicação e paciência em
todo o curso e de modo especial ao meu orientador, Prof. Me. Fábio Henrique de
Carvalho, pelas sugestões apresentadas, por acreditar em mim, pela orientação e
pelos conhecimentos.
Aos colegas de curso, pela amizade.
A todos que, direta ou indiretamente, colaboraram para a realização desta pes-
quisa.
.
The present research addresses the theme The use of artisanal theodolite in the study
of trigonometric reasons for students in the 9th grade of elementary school. The study
aims to investigate the importance of making and using Theodolite as a facilitating re-
source in teaching and learning concepts of trigonometric ratios in the right triangle for
students. The research is characterized as an exploratory case study, with a predo-
minantly qualitative approach. It was held at the Pernambuco Military Police College
- Annex I, Petrolina-PE. The research participants were 60 (sixty) 9th grade students.
This study was developed through tests and practical activities carried out with parti-
cipating students who study at the teaching unit. During the period of development of
the work, under the guidance of the teacher, the students experienced, in the practice
of the school itself, the application of trigonometry by measuring the height of reques-
ted spaces. After the study of the subject, the construction and application of the
handmade Theodolite and, also, the analysis of the applied tests and practical activity,
positive results were obtained in the teaching of trigonometric relations in the right tri-
angle. In order to answer the research question, we analyze the students’ concepts
during the making of the theololite in the classroom and their solutions in practical ac-
tivity within the school space and in the written tests applied. We conclude that the
results were positive in the evolution of students’ knowledge of trigonometric ratios in
the right triangle.
Introdução 13
1 A TRAJETÓRIA METODOLÓGICA 16
1.3 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.3.1 Objetivo geral: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.3.2 Objetivos específicos: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.4 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2 REFERENCIAL TEÓRICO 21
5 CONCLUSÕES 66
REFERÊNCIAS 73
APÊNDICE A - TESTE 1 74
APÊNDICE C - TESTE 2 79
tações dos alunos em sala de aula e as sugestões para novos objetos de pesquisa.
16
Capítulo 1
A TRAJETÓRIA METODOLÓGICA
1.3 Objetivos
1.4 Justificativa
Por meio da confecção e utilização do Teodolito juntamente com uma turma cons-
tituída por alunos de 9o ano do Ensino Fundamental, além do que espera o senso co-
mum de reconhecer relevância do emprego de materiais manipuláveis nas didáticas
e práticas de ensino, nossa pretensão foi investigar e observar a evolução do desem-
penho dos estudantes nos cálculos e entendimento dos conceitos trigonométricos em
um triângulo retângulo.
A utilização do Teodolito em uma das turmas em detrimento do conhecimento
oriundo da teoria e cálculo manual sem qualquer suporte ou aparato lúdico, sendo
que na outra turma, sem a construção e aplicação do Teodolito demonstrou com cla-
reza, em caráter comparativo, que, de fato, a aplicação desse instrumento torna a
assimilação do conhecimento matemático e trigonométrico mais acessível e facilitado.
Espera-se que o Teodolito contribua de forma positiva para o fortalecimento dos pro-
cessos de ensino e de aprendizagem na turma onde a dinâmica foi aplicada.
Na literatura científica, estudos desenvolvidos por autores, a exemplo de Silva
et al. (2013), Dornelles et al. (2014), Santos e Carpes (2016), Costa Júnior et al.
(2017), dentre outros, apontaram as contribuições da introdução do Teodolito como
um recurso potencializador da aprendizagem no contexto escolar, entretanto poucos
são, de fato, as análises acerca do olhar mais atento para o Ensino Fundamental,
gerando um campo de investigação muito importante para a realização da presente
pesquisa.
21
Capítulo 2
REFERENCIAL TEÓRICO
Fonte: Autor
Fonte: Autor
→
−
ρ
Fonte: Autor
CX 0 = AX CD
AB
CX 0 = CD AX
AB
→
−
ρ
Fonte: Autor
X 0 Y 0 = CY 0 − CX 0
= kAY − kAX
= k(AY − AX)
= kXY
CX 0 = kAX
CY 0 = kAY
25
Então,
CX 0 = kAX
< kAY
= CY 0 .
X 0 Y 0 = CY 0 − CX 0
= kAY − KAX
= k(AY − AX)
= kXY
n.
Dizemos que duas poligonais fechadas são semelhantes, quando seus respecti-
vos segmentos têm a mesma razão de proporcionalidade, ou seja, significa que uma
figura difere ou não da outra, apenas em termos de tamanho, já que os seus segmen-
tos mantêm respectivamente a mesma proporção. Consequentemente, os triângulos
semelhantes são aqueles que têm uma relação de semelhança e, por conseguinte,
uma forma similar (Figura 2.5). Ao contrário de outras figuras, os triângulos semelhan-
tes dependem unicamente dos seus ângulos.
Fonte: Autor
X 0 Y 0 = ϕ(X)ϕ(Y ) = rXY,
Fonte: Autor
e
BC AC AB
EF
= DF
= DE
=k
Logo, o número real positivo k é chamado de razão de semelhança entre os
triângulos ABC e DEF nessa ordem. Note que a razão de semelhança entre os
1
triângulos DEF e ABC é K
de acordo com o conceito de proporcionalidade.
Para assegurar que dois triângulos são semelhantes, é necessário mostrar que
satisfazem a pelo menos um dos três critérios de semelhança (critério – LLL – lado,
lado, lado), (critério – ALA – ângulo, lado, ângulo) ou (critério – AA – ângulo, ângulo).
Porém, provaremos, aqui, o caso (AA – ângulo, ângulo), que será utilizado para de-
monstrar a semelhança no triângulo retângulo. Para tanto, consideremos provados os
demais casos, cujas demonstrações são também simples.
Teorema: (ângulo – ângulo – AA). Se dois triângulos ABC e N M P , tem-se
 u N̂ e B̂ u M̂ , então os triângulos são semelhantes. Observe os triângulos, ABC
e N M P , com dois ângulos congruentes; provaremos que são semelhantes.
Fonte: Autor
Tomemos o ponto E sobre AB, tal que AE = N M , por E vamos traçar EF q BC.
(Figura 2.8)
Figura 2.8 – Triângulos semelhantes com lados de medidas diferentes (caso – AA).
Fonte: Autor
Assim, AÊF u AB̂C (ângulo) correspondentes nas retas paralelas cortadas por
uma transversal). Logo, pelo caso ALA, tem-se que os triângulos AEF e N M P são
semelhantes, pois  u N̂ e como B̂ u M̂ implica dizer que AÊF u M̂ . Além disso,
AE = N M . Pela definição de congruência de triângulos, se 4 AEF u 4 N M P , então,
4AEF u 4N M P . Portanto, pela definição de semelhança de triângulo, segue que
os triângulos ABC e N M P também são semelhantes.
Fonte: Autor.
Com isso, podem-se definir as seguintes relações entre seus lados correspon-
dentes.
AC A1 C1 A 2 C2
BC
= BC1
= BC2
= ... = r1
BA BA1 BA2
BC
= BC1
= BC2
= ... = r2
AC A 1 C1 A 2 C2
BA
= BA1
= BA2
= ... = r3
Por meio dessas relações, percebe-se que r1 , r2 , r3 , dependem exclusivamente
da medida do ângulo e não do tamanho do triângulo.
A partir delas, podem-se nomear essas razões, já bem conhecidas na Matemá-
tica, da seguinte maneira:
AC A1 C1 A 2 C2
BC
= BC1
= BC2
= ... = r1 = senα
BA BA1 BA2
BC
= BC1
= BC2
= ... = r2 = cos α
AC A 1 C1 A 2 C2
BA
= BA1
= BA2
= ... = r3 = tan α
Assim, dado um triângulo ABC retângulo em A (Figura 2.9), chama-se de seno
do ângulo α, a razão entre o cateto oposto ao ângulo α “representado pelo segmento
AC", e a hipotenusa, “que é o maior lado do triângulo retângulo” representado por BC.
Cosseno do ângulo α é a razão formada entre o cateto adjacente a α, “representado
por AB"e a hipotenusa, já a tangente desse mesmo ângulo é dada pela razão entre o
cateto adjacente pelo cateto oposto ao ângulo.
A palavra trigonometria tem sua origem no grego trigonos (triângulo) mais me-
trum (medida). Tem como foco principal as relações entre os lados e ângulos de um
30
A história tradicional relata que um dos primeiros matemáticos gregos foi Tales
de Mileto, que viajou pela Grécia e pelo Egito e influenciou o desenvolvimento da
Matemática demonstrativa. Foi influenciado pelos conhecimentos dos egípcios, povos
que desenvolveram um rigoroso sistema de medição de terras e também conhecidos
pela adoção de métodos empíricos de calcular distâncias com cordas (BOYER, 1996).
Ao que parece, Tales teria medido a altura de objetos pequenos, de forma que
pudesse alcançar sua altura e observado a posição do Sol medindo o comprimento da
sombra dos objetos e deduzido que, no momento em que o comprimento da sombra
equivalesse à altura do objeto, o mesmo seria válido para a pirâmide. Santos (2012,
p.51) evidencia este pensamento afirmando que “Tales teria escrito a razão entre as
medidas do comprimento do objeto e da sombra projetada e, imediatamente, regis-
trado o comprimento da sombra projetada pela pirâmide e relacionado com a altura
desconhecida da pirâmide”. Tales, conhecendo a ideia de proporcionalidade, poderia
desenvolver corretamente os cálculos necessários.
Segundo historiadores, o grego Hiparco de Niceia (180 a.C – 125 a.C) foi o pri-
meiro a elaborar uma tabela, relacionando os lados e os ângulos de um triângulo
retângulo, equivalente à atual tabela das razões trigonométricas dos ângulos agudos
do triângulo retângulo, isso por volta do ano 140 a.C e, portanto, tornou-se um dos
fundadores da trigonometria (CELSO, 2015). Ainda de acordo com estudo, desde os
tempos de Hiparco aos tempos modernos, não existia registro de tabelas como as
31
Deve-se lembrar que desde os dias de Hiparco até os tempos modernos não
havia coisas como razões trigonométricas. Os Gregos, e depois deles os hin-
dus e os árabes, usavam linhas trigonométricas. Essas, a princípio, tiveram a
forma de cordas num círculo, e coube a Ptolomeu associar valores numéricos
(ou aproximações) às cordas (BOYER, 2001, p.113).
diferentes da ideia de seno de um ângulo. Sendo assim, esses conceitos foram de-
senvolvidos juntos e não foram associados primeiramente a ângulos.
Muitas das informações sobre a Matemática do Egito são obtidas, atualmente,
em pedras e papiros. Um desses documentos escrito por um escriba chamado Ah-
mes, conhecido como Papiro Rhind, é um texto matemático escrito na forma de manual
prático, datado de aproximadamente 1650 a.C. Nele, há algumas noções de trigono-
metria, conforme Boyer:
tes acentuam a falta de: “atenção às aulas, atenção nos cálculos, base na matéria,
interesse, tempo, treino e repetição, cumprir as tarefas de casa e acompanhamento
dos pais”.
Sendo assim, entendemos que a aprendizagem se constitui por meio de inter-
venções e ações. Diante disso, Vygotski (2003) ressalta o quanto é importante a
atuação dos demais membros do grupo social na intermediação entre indivíduo e cul-
tura, uma vez que o processo de ensino e de aprendizagem ocorre pela socialização
do conhecimento, ou seja, o indivíduo não é capaz de aprender sozinho a descobrir
suas soluções. Portanto, o professor é peça fundamental nesse processo. Sendo as-
sim, é importante que o educador, na sua prática pedagógica, considere o processo
histórico-cultural da criança, e o da própria Matemática.
Com isso, os desafios enfrentados pelos professores é saber o que os alunos sa-
bem para poderem avançar. Portanto, o professor precisa ensinar de forma individual,
o que na realidade em que se encontra a educação pública hoje com salas lotadas
é quase impossível. Além disso, deparam-se os professores com alunos repetentes,
que, muitas das vezes, estão sem estímulos para estudar e com a ausência da família
para acompanhar seus filhos no processo de ensino e de aprendizagem. A gestão es-
colar não percebe as dificuldades enfrentadas pelo professor em sala de aula, assim,
não desenvolve ações que possam contribuir nesse processo. A burocracia também é
um fator que, às vezes, faz com que o professor deixe de realizar uma ação que possa
facilitar a compreensão dos conteúdos para fazer todos os registros, que são exigidos.
A falta de formação continuada é outro fator preocupante, pois é necessário para
que o professor possa fazer articulação entre teoria e a prática e, que, muitas vezes,
não é oferecido por parte do poder público; a defasagem salarial também faz com
que o professor tenha que se sobrecarregar, trabalhando em duas ou mais escolas,
ficando sem tempo para pesquisar e preparar materiais que possam ajudar na sua
prática e isso tem afetado diretamente no processo de ensino e de aprendizagem.
Capítulo 3
Materiais utilizados
Para a construção do Teodolito artesanal, foi feita uma pesquisa do modelo mais
44
Para concluir a pesquisa, foi realizado um segundo teste sobre as razões trigono-
métricas no triângulo retângulo, a fim de verificar as contribuições dessa metodologia
no processo de ensino e de aprendizagem. Os resultados e as análises desses dados
estão apresentados no capítulo 4.
Assim, podemos destacar que esse tipo de metodologia permite ao aluno ao
trabalhar com situações ligadas à sua realidade; faz com que ele compreenda de fato
os conceitos matemáticos, pois, abordados de forma isolada, eles não se tornam um
instrumento capaz para resolver problemas nem para a aprendizagem nem para a
construção de novos conceitos.
pectiva, faz-se necessário uma discussão praticada de forma coletiva, fruto de debates
e da consistência de propósitos que envolvem conhecimentos sobre o assunto e bus-
car estabelecer relações entre o já conhecido e o novo.
51
Capítulo 4
Resultados – Alunos
O primeiro teste da pesquisa (Apêndice A), contendo 6(seis) questões, foi res-
pondido por 54 alunos, de duas turmas do 9o ano (D1 e D2) do Ensino Fundamental,
em duas aulas de 45 minutos cada. A realização do primeiro teste foi antes da apli-
cação da atividade prática. A seguir, são apresentados os resultados referentes ao
primeiro teste nas turmas avaliadas (Figura 4.1) e (Figura 4.2).
Nos gráficos apresentados nesta seção, o eixo horizontal refere-se ao total de
acertos, erros e questões em branco nos testes realizados, enquanto o eixo vertical
apresenta o número de alunos que obtiveram esses resultados.
52
De acordo com os dados obtidos neste primeiro teste por meio da pesquisa re-
alizada, verificou-se que não há um resultado satisfatório. No entanto, pela análise
desses dados, percebe-se que, na turma D1, 6(seis) alunos obtiveram 100% de apro-
veitamento, enquanto 1(um) aluno errou todas as questões. Por outro lado, a maio-
53
ria dos estudantes errou ou deixou em branco uma grande quantidade de questões.
Observa-se que a turma D2 apresenta um resultado inferior. Nessa turma, 18 alunos
obtiveram apenas um acerto e nenhum aluno conseguiu acertar 4 ou mais questões.
Esses resultados mostram a realidade dos alunos, que não tinham conhecimento
básico necessário no assunto abordado. Com isso, é imprescindível refletir sobre a co-
laboração estratégica que a Matemática exerce na formação dos educandos, sendo,
portanto, fundamental para a construção de mecanismos de ensino e de aprendiza-
gem que se constituem mais exitosos.
A Matemática, como disciplina que contribui para o exercício da cidadania, nem
sempre é trabalhada e concebida de maneira a produzir nos alunos a percepção de
associação do saber com a prática cotidiana, o que potencializa, consideravelmente, a
sua compreensão como significante apenas para a realização de exames e, também,
para a memorização de fórmulas e padrões lógicos pouco usuais.
Nesse sentido, considerando a importância da Matemática como um meio de
participação e atuação no contexto social e no exercício da cidadania, sabe-se que,
sob a ótica do baixo nível de desempenho e aprendizagem Matemática evidenciado no
viés da educação brasileira, torna-se preponderante idealizá-la como instrumento que
potencialize o desenvolvimento formal e social dos estudantes, munindo-os com os
conhecimentos necessários para transformá-los em agentes de mudança social e de
eficiente engajamento no cotidiano, assim, sempre que há um tipo de troca (relação)
existe aprendizagem, afirma (VYGOTSKY, 2003).
De modo especial, o ensino de trigonometria é abordado, muitas vezes, por al-
guns docentes de forma tradicionalista, onde há por parte do aluno uma aprendizagem
de forma mecanizada, utilizando-se da memorização, o que gera em muitos alunos
uma dificuldade maior de assimilação. Tal dificuldade está em relacionar as razões
trigonométricas no triângulo retângulo a situações do cotidiano do sujeito. Assim, da
maneira como muitos destes conhecimentos são apresentados e abordados em sala
de aula, utilizando de metodologias tradicionais, cria-se uma aversão a esta disciplina
tão importante do conhecimento (NUNES; MENDES, 2016).
54
duas turmas, para verificar a eficácia da metodologia não convencional, com o uso de
materiais manipuláveis (Teodolito artesanal).
Na conclusão desta atividade, fizemos o seguinte questionamento: “A atividade
prática com o uso do Teodolito ajudou a compreender melhor as razões trigonométri-
cas no triângulo retângulo?” a) Sim b) Não
Diante das respostas, podemos destacar que foi satisfatório o resultado, pois
dos 27 alunos participantes da atividade, 23 alunos responderam sim, justificando que
aplicação do Teodolito tinha facilitado a compreensão do conteúdo; 1 aluno disse que
não tinha visto nenhuma diferença, ou seja, que a atividade não contribuiu na sua
aprendizagem e 3 alunos deixaram em branco. Assim, consideramos que a atividade
desenvolvida contribuiu na aprendizagem dos alunos.
4.1.2.1 Exposição das soluções nas atividades com o uso do Teodolito artesanal
Figura 4.3 – Solução da atividade prática apresentada pelo grupo A. (1a solução
altura da caixa d’água e a segunda altura do pilar).
Figura 4.4 – Solução da atividade prática apresentada pelo grupo B. (1a solução
altura da caixa d’água e a segunda altura do pilar)
Figura 4.5 – Solução da atividade prática apresentada pelo grupo C. (1a solução
altura do pilar e a segunda altura da caixa d’água).
Figura 4.6 – Solução da atividade prática apresentada pelo grupo D. Esse grupo
apresentou duas maneiras diferentes para calcular a altura do pilar
mundo exterior, nem o sol, nem os clamores do homem. Porém, isso só é verdade
em parte.” (CARAÇA, 1975, p. 13). Desde a hora em que acordamos ao momento em
que vamos dormir, vivenciamos a Matemática em nossas vidas e utilizamos conceitos
matemáticos incorporados às nossas atividades diárias.
Foi possível constatar as contribuições deste trabalho por meio de comentários
feitos pelos estudantes, nos quais destacam que, apesar das dificuldades em assimilar
os conteúdos de Matemática, conseguiram realizar as atividades de forma prática e,
além disso, percebemos a empolgação dos alunos durante a realização da atividade,
desde a construção do Teodolito até a finalização da tarefa, bem como a interação
e a participação de todos na busca de solucionar e encontrar os resultados. Esses
resultados só foram possíveis devido ao empenho de cada um dos estudantes, por
terem engajado no projeto com responsabilidade e compromisso. O grau de satisfação
dos alunos pode ser observado nos comentários apresentados na (Figura 4.7).
Esta atividade proporcionou a participação dos alunos na compreensão dos con-
ceitos das razões trigonométricas, contribuindo, assim, com o ensino e a aprendiza-
gem, além de ser uma atividade diferenciada com o manuseio de objetos físicos, en-
volvendo situações práticas. Ao concluírem e apresentarem os resultados, surgiram
algumas dúvidas a respeito dos resultados encontrados por cada grupo, tais como:
por que a altura do pilar varia de resultado de um grupo para outro? Não era para ser
o mesmo?
Após esses questionamentos, foi explicado que essas diferenças mínimas vão
ocorrer e isso acontece devido a algumas medições, tais como: o modelo utilizado não
oferece um valor exato da medida do ângulo. Sendo assim, a altura que desejamos
encontrar é aproximada. Além disso, outros erros podem ter sido cometidos na coleta
da distância do objeto ao observador, ao aproximar a medida do ângulo e, até mesmo,
na medição da altura do observador.
Apesar dessas observações, o resultado esperado para a altura do pilar era entre
3 e 3,5 metros; para a altura da caixa d’água entre 8,5 e 9,5 metros e foi verificado
que a maioria dos grupos encontrou a resposta esperada.
Apresentaremos, a seguir, os comentários feitos por um dos grupos, destacando
a importância da realização da atividade prática.
62
O segundo teste da pesquisa (Apêndice C), contendo 5(cinco) questões, foi res-
pondido por 52 alunos, de duas turmas do 9o ano (D1 e D2) do Ensino Fundamental
II, em duas aulas de 45 minutos cada. Os resultados obtidos nesta etapa da pesquisa
serão apresentados e analisados a seguir:
Nas (Figuras 4.8 e 4.9), estão representados os resultados do segundo teste nas
turmas D1 e D2.
63
Capítulo 5
CONCLUSÕES
Esta pesquisa teve como objetivo investigar o uso do Teodolito artesanal como
recurso, que contribui no processo de ensino e de aprendizagem de conceitos ma-
temáticos, na resolução de situações problemas das razões trigonométricas. Desta-
camos a importância de nosso trabalho por ter motivado a elaboração e a execução
de uma ferramenta pedagógica eficaz, possibilitando construir novos saberes sem a
necessidades da memorização de fórmulas matemáticas.
Dessa forma, propusemos uma experiência em que os alunos puderam criar sig-
nificado entre o ensino das razões trigonométricas e situações do cotidiano. Com isso,
buscamos estimular a participação de todos na construção do conhecimento. Assim,
acredita-se que a utilização de materiais manipuláveis, nas aulas de Matemática, pos-
sibilita ao estudante o prazer pela descoberta e abstração de fórmulas matemáticas,
evitando a memorização desses conceitos e fórmulas, tornando o ensino mais criativo
e dinâmico.
Nesse sentido, o propósito do ensino é indicar estratégias que auxiliem o estu-
dante a encarar o mundo atual como cidadão participativo, reflexivo e autônomo, na
construção do seu próprio conhecimento.
No entanto, a prática, mais frequente, de estratégias metodológicas, consiste
em transmitir um conceito, procedimento ou técnica. Porém, os enfrentamentos aos
desafios enfrentados pelo professor não são tarefas simples, não podem ser feitas
solitariamente, mas muitos professores já estão trabalhando para mudar isso.
Acreditamos, assim, que nossos objetivos foram atingidos, uma vez que conse-
guimos obter êxito nas atividades após a aplicação do nosso objeto de estudo. Além
disso, ressaltamos que esta pesquisa facilitou o ensino e aprendizagem, por permitir
estabelecer uma relação entre o conteúdo estudado e a aplicação na prática.
Consideramos que a experiência se mostrou interessante para o ensino do tema
abordado, pela análise do trabalho no coletivo, estimulando os alunos a repensarem
sobre o uso no seu dia a dia.
67
Com base nos estudos realizados nesta pesquisa, estudo de caso exploratório
e de análise comparativa, com abordagem predominantemente qualitativa, considera-
mos que algumas outras contribuições científicas poderão contribuir com o trabalho de
69
profissionais da área que se interessarem por mais informações sobre o tema. Reco-
mendamos mais estudos e pesquisas sobre os conceitos das razões trigonométricas
no triângulo retângulo:
• Estudar novas metodologias para o ensino das relações trigonométricas no
triângulo retângulo;
• Estudar os segredos do triângulo retângulo por meio de aulas práticas;
• Estudar as operações para o manuseio do Teodolito.
70
REFERÊNCIAS
BOYER, Carl Benjamin. História da Matemática : 2a ed. Trad. Elza F. Gomide. São
Paulo: Edgard Blucher, 1996.
BOYER, Carl Benjamin. História da Matemática : 2a ed. Trad. Elza F. Gomide. São
Paulo: Edgard Blucher, 2001.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa : 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2008.
MUNIZ NETO, Antonio Caminha. Coleção PROFMAT: Rio de Janeiro: SBM, 2013.
APÊNDICE A - TESTE 1
Fonte: brainly.com.br
1o Atividade prática:
Cada grupo, deverá fazer o seguinte:
a) Posicione-se a uma distância qualquer do pilar de sustentação da cobertura do
pátio, use o Teodolito para determinar o ângulo de visão do topo do pilar e determine
sua altura.
b) Posicione-se a uma distância qualquer da caixa d’água e use o Teodolito para
determinar o ângulo de visão do topo da caixa d’água, afaste-se mais 4 metros do
ponto em que você estava para determinar o novo ângulo de visão e determine a
altura da caixa.
Questões feitas para saber a opinião dos alunos após a realização da atividade
prática.
A atividade prática com o uso do Teodolito ajudou a compreender melhor as
razões trigonométricas no triângulo retângulo? Por quê?
a) Sim
b) Não
Observação: Esta atividade só foi realizada com a turma D1, a fim de fazer a
comparação dos resultados nas duas turmas, antes e após o uso e após o uso do
Teodolito.
79
APÊNDICE C - TESTE 2
Fonte: brainly.com.br
Fonte: brainly.com.br
Fonte: PUCCAMP
Se ela caminhar 120 metros em linha reta, chegará ao ponto B, de onde poderá
ver o topo C do prédio sob um ângulo de 60. Quantos metros ela deverá se
afastar do ponto A, andando em linha reta no sentido de A para B, para que
possa enxergar o topo do prédio sob um ângulo 30?