Campus Arapiraca
Campus Arapiraca
Campus Arapiraca
CAMPUS ARAPIRACA
CURSO DE MATEMÁTICA LICENCIATURA
ARAPIRACA
2020
EDUARDO VIEIRA LEITE
ARAPIRACA
2020
É chegado ao fim um ciclo de muitas risadas,
choros, felicidades e frustrações. Sendo assim,
dedico este trabalho a todos que fizeram parte
desta etapa da minha vida.
AGRADECIMENTOS
The present research intends to investigate the application of a methodological proposal for the
learning of the Exponential Function from the Classical Didactic Engineering combined with
the Theory of the Semiotic Representation Records. The methodology employed allowed the
observation and recording of data collected through the sequence of classes or activities
designed and organized in a coherent way to a planning based on current methodologies of
Mathematical Education, originating from the so-called French Didactics. In this regard, to
achieve the research objective, a Didactic Sequence was carried out with 20 students of the Full
Mathematics Degree Course, of the first period, for 12 hours, in the classes of the Pre-Calculus
Discipline at the Federal University of Alagoas - Campus Arapiraca, located in the city of
Arapiraca-AL, in the year 2019. The research, exploratory and experimental, was permeated
by the theoretical assumptions of the Classical Didactic Engineering of Michèle Artigue (1988)
and for the studies of the Theory of the Semiotic Representation Records, we base the research
based on Raymond Duval (1993, 2009). The research is divided into four phases: Preliminary
analyzes; A priori design and analysis; Experimentation; Post-analysis and validation. From the
posterior analysis and validation, it was found that the Research Hypothesis was partially met,
but the Didactic Sequence contributed to the students' learning, as well as supporting the teacher
during his teaching practice providing other forms of learning and making your classes more
dynamic and participatory. It can be inferred that the use of this methodology enabled students
to understand the Exponential Function and its mobilization, through conversions and
treatments of different records of representation of the mathematical object, helped students in
meaningful learning of this content.
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 14
2 ANÁLISES PRELIMINARES ................................................................................. 17
2.1 ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DA SEMIÓTICA ............................................ 17
2.1.1 O Significado e a Origem do termo Semiótica a partir da concepção
de Santaella ................................................................................................................ 17
2.1.2 O Estudo da Semiótica do século IV A.C. ao século XX ........................................ 17
2.1.3 A Semiótica de Peirce ................................................................................................. 19
2.1.4 A Semiologia na Perspectiva de Saussure ................................................................. 19
2.2 TEORIA DOS REGISTROS DE REPRESENTAÇÃO SEMIÓTICA NA
PERSPECTIVA DE RAYMOND DUVAL ................................................................. 20
2.3 ANÁLISE HISTÓRICA .............................................................................................. 24
2.3.1 História da Função ..................................................................................................... 24
2.3.2 Uma breve Explanação sobre as Origens das Funções Exponenciais .................... 28
2.3.3 Apresentação da Função Exponencial ..................................................................... 30
2.4 ANÁLISE DE ENSINO USUAL ................................................................................ 32
2.4.1 Uso da Tecnologia na Aprendizagem ........................................................................ 38
2.4.2 Conhecimentos Prévios no Processo de Aprender Significativamente ................. 39
2.5 ANÁLISE DAS CONCEPÇÕES DOS ALUNOS ...................................................... 40
2.5.1 Dificuldades no Ensino da Matemática dando enfoque no conteúdo
de Funções Exponenciais .......................................................................................... 41
2.6 HIPÓTESE .................................................................................................................. 43
2.6.1 Objetivos Específicos ................................................................................................. 43
3 CONCEPÇÕES E ANÁLISE A PRIORI ................................................................ 45
3.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS DE PESQUISA .......................................... 47
3.2 DESENHO DO PROJETO ......................................................................................... 49
3.3 CONSTRUÇÃO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA ....................................................... 50
3.4 CONSTRUÇÃO DO PROTOCOLO DIAGNÓSTICO 1 ........................................... 51
3.4.1 Possíveis Distorções do Protocolo Diagnóstico 1 ..................................................... 53
4 EXPERIMENTAÇÃO ............................................................................................... 55
4.1 DESCRIÇÃO DO 1º MOMENTO .............................................................................. 55
4.2 CONSTRUÇÃO DO PROTOCOLO DIAGNÓSTICO 2 ........................................... 57
4.2.1 Possíveis Distorções do Protocolo Diagnóstico 2 ...................................................... 59
4.3 DESCRIÇÃO DO 2º MOMENTO ............................................................................... 60
4.4 CONSTRUÇÃO DO PROTOCOLO DIAGNÓSTICO 3 ............................................ 61
4.4.1 Possíveis Distorções do Protocolo Diagnóstico 3 ...................................................... 62
4.5 DESCRIÇÃO DO 3º MOMENTO ............................................................................... 63
4.6 CONSTRUÇÃO DO PROTOCOLO DIAGNÓSTICO 4 ............................................ 63
4.6.1 Possíveis Distorções do Protocolo Diagnóstico 4 ...................................................... 65
4.7 DESCRIÇÃO DO 4º MOMENTO ............................................................................... 66
5 ANÁLISE A POSTERIORI E VALIDAÇÃO ........................................................... 67
5.1 ANÁLISE DO 1º MOMENTO ..................................................................................... 67
5.2 ANÁLISE DO 2º MOMENTO ..................................................................................... 75
5.3 ANÁLISE DO 3º MOMENTO ..................................................................................... 79
5.4 ANÁLISE DO 4º MOMENTO ..................................................................................... 85
5.5 VALIDAÇÃO ............................................................................................................... 89
6 OS POSSÍVEIS RUMOS DA PESQUISA ................................................................ 92
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 94
APÊNDICE A – Protocolo Diagnóstico 1 ..................................................................... 98
APÊNDICE B – Protocolo Diagnóstico 2 ..................................................................... 99
APÊNDICE C – Protocolo Diagnóstico 3 ................................................................... 100
APÊNDICE D – Protocolo Diagnóstico 4 ................................................................... 101
14
1 INTRODUÇÃO
A pesquisa está estruturada nos princípios da EDC, no qual cada etapa da Engenharia
será evidenciada, a saber: seção 2 – Análises Preliminares; seção 3 – Concepção e Análises a
Priori; seção 4 – Experimentação e seção 5 – Análises a Posteriori e Validação.
Na segunda seção, seguindo esses pressupostos, temos as Análises Preliminares no qual
é realizada uma análise com o objetivo de verificar como o conteúdo é abordado atualmente
pelos professores em sala de aula. O objetivo desta seção consiste em obter o máximo de
informações pertinentes a pesquisa, para propor uma nova intervenção em sala de aula no qual
o professor possa aperfeiçoar e ou reorganizá-lo, tornando o estudo mais satisfatório.
Na terceira seção, intitulada Concepções e Análises a Priori, foi construída uma
Sequência Didática (SD), onde serão envolvidas as Variáveis Macrodidáticas e Microdidáticas
permeando os diversos tipos de tarefas de Funções Exponenciais, e esta seção também
evidencia o primeiro Protocolo Diagnóstico1 (PD) no qual é utilizado como elemento norteador
dos próximos protocolos da pesquisa.
Na quarta seção coloca-se em prática a SD elaborada e continua sua construção e
aperfeiçoamento, visando sempre as anotações feitas pelo pesquisador, com um diário de
campo, auxiliando no entendimento de cada momento da sequência e sempre trazendo à tona
os fundamentos teóricos que permeiam a pesquisa. Essa fase é a Experimentação dividida em
quatro momentos com subdivisões em seis encontros de duração de duas horas cada. Nestes
encontros aplicamos os PDs e realizamos discussões sobre as resoluções e os principais
distúrbios2 percebidos nessas resoluções, onde o aluno pode comparar os diversos caminhos
para resolver as problemáticas apresentadas.
Na quinta seção, têm-se as Análises a Posteriori e a Validação. Nessa fase se percebe
os confrontos entre o que era esperado e o que se encontrou nos resultados obtidos com a coleta
dos dados. As resoluções das questões são analisadas uma a uma buscando compreender a
aprendizagem dos discentes ao longo dos PDs. E na Validação verificamos se a hipótese e os
1
O protocolo diagnóstico 1, aplicado no dia 08 de julho de 2019 está no apêndice A, desta pesquisa.
2
Nesta pesquisa distúrbio tem o sentido de erro na resolução.
16
objetivos da pesquisa foram alcançados. Esse pontapé é crucial para os novos rumos da
pesquisa, fazendo o pesquisador decidir sobre retomar as fases iniciais.
Com isso o trabalho foi construído sob a sombra da EDC, abarcando também alguns
outros artifícios que contribuíram de forma significativa. A última seção “Os Possíveis Rumos
da Pesquisa”, mostra quais os anseios que o pesquisador obteve ao final do percurso, pensando
acerca das reformulações e novos direcionadores para trabalhos futuros.
17
2 ANÁLISES PRELIMINARES
Segundo Santaella (2002) a Semiótica é expressa como “a ciência dos signos”, mas
lembra que essa definição pode causar alguns equívocos ao interpretar os signos como signos
do zodíaco, quando na verdade representa signo como linguagem, que também não deve ser
confundida com língua.
A língua materna que utilizamos para falar e para escrever exerce uma influência tão
natural e evidente sobre nós, que acabamos deixando passar despercebido o fato desta não ser a
única forma de comunicação e expressão que utilizamos. Santaella (2002), p.10, afirma que
estamos cercados por “uma rede intrincada e plural de linguagem” e nos comunicamos por meio
de imagens, gráficos, sinais, setas, números, luzes, objetos, sons musicais, gestos, expressões,
cheiro e tato, por meio do olhar, do sentir e do apalpar.
Portanto, ao definir a Semiótica como ciência geral de todas as linguagens, o que se
pretende é definir a Semiótica como a “ciência que tem por objeto de investigação todas as
linguagens possíveis, ou seja, que tem por objetivo o exame dos modos de constituição de todo
e qualquer fenômeno como fenômeno de produção de significado e sentido” (SANTAELLA,
2002, p. 13).
Diferentemente do que se possa pensar, os estudos referentes a teoria dos signos não é
algo recente. Filósofos do período greco-romano, de acordo com Nöth (2008), já tratavam de
alguns aspectos dessa teoria. Entre esses filósofos cita-se Platão (427 a.C. - 347 a.C.), Aristóteles
(384 a.C. - 322 a.C.), os Estóicos (300 a.C. – 200 d.C.), os Epicuristas (300 a.C.) e Aurélio
Agostinho (354 d.C. – 430 d.C.).
18
Na Idade Média a Semiótica desenvolveu-se “no âmbito da teologia e do trívio das artes
liberais: gramática, retórica e dialética” (NÖTH, 2008, p. 34). Nesse período a teoria dos signos
era tema para muitos escolásticos, entre os quais se destacam Roger Bacon (1215-1294), John
Duns Scot (1266-1308) e William de Ockham (1290-1349). Esses teóricos do signo fizeram
parte de leituras assíduas de Peirce (NÖTH, 2008), que vamos evidencia-lo na próxima
subseção.
Nos séculos XVII e XVIII, de acordo com Nöth (2008), a Semiótica desenvolveu-se
ligada a três grandes correntes filosóficas: o racionalismo, o empirismo e o iluminismo.
Em relação a Semiótica desenvolvida no campo do iluminismo destacam-se algumas
características do iluminismo francês e iluminismo alemão. No iluminismo francês destaca-se
os nomes de Etienne Bonnot de Condilac (1715-1780), com importantes contribuições para o
futuro da Semiótica, do enciclopedista Diderot (1713-1784) e do ideólogo Marie-Josef
Degérando (1772-1842). No iluminismo alemão a Semiótica teve início com a teoria dos signos
de Christian Wolff (1679-1754), Johan Heinrich Lambert (1728-1777) também apresentou
contribuições para a Semiótica desse período, assim como Gottfried Herder (1744-1803)
(NÖTH, 2008).
Nöth (2008) coloca que, no século XIX, as noções centrais da Semiótica são símbolo e
imagem. Um dos nomes a se destacar no estudo da Semiótica desse período é o de Georg
Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), por ser um dos que “definiram as fronteiras Semióticas
introduzindo distinções entre signos e símbolos” (NÖTH, 2008, p.55). Hegel, segundo Nöth
(2008), fez uma distinção entre símbolos e signos, na qual símbolos seria uma manifestação
própria de seu conteúdo, enquanto que nos demais signos o conteúdo perceptível, não teria
relação nenhuma com o conteúdo significado.
Nas relações pessoais no cotidiano, os signos ocorrem naturalmente. Por exemplo, uma
pessoa perdida numa floresta pode interpretar um filete de fumaça no horizonte como indício de
fogo e de possível habitação humana. Isso claramente é um signo. Se o fogo foi aceso com a
intenção de produzir fumaça como um signo para outra pessoa, então torna-se um símbolo.
O caráter simbólico fica mais claro quando supomos que o intérprete e o produtor do
fogo resolveram por combinação prévia que diferentes qualidades, formas, etc. de fumaça teriam
significados especiais; com isso, ela se transforma num registro de representação, que pode ser
utilizado por ambas as partes. O arranjo prévio pode envolver duas pessoas ou pode estar
implícito na cultura de um grande número de indivíduos.
19
desses cursos, apenas seis alunos se matricularam, no segundo foram 11 alunos e, no terceiro,
12 alunos. Muitos manuscritos desses cursos foram destruídos pelo próprio autor. Com isso, a
publicação do livro “Curso de Linguística Geral” de Saussure, por Charles Bally, Albert
Sechehaye e Albert Riedlinger, em 1916, só foi possível a partir de anotações de sete de seus
estudantes.
É possível perceber que a preocupação de Saussure era de fundar uma ciência da
linguagem verbal, e não algo mais amplo que a Linguística. Mas para isso ele sentiu a
necessidade de uma ciência mais abrangente, a qual ele batizou de Semiologia. O objeto da
semiologia seria o estudo de todos os sistemas de signo da vida social (SANTAELLA, 2002).
A semiologia, para Saussure, seria apenas o projeto de uma futura ciência dos sistemas
sígnicos. Esta ciência seria um ramo da Psicologia Social, que estaria inserida na Psicologia
Geral. E a linguística, que era seu propósito inicial, seria um dos ramos da semiologia (NÖTH,
2005). Para a elaboração das leis dessa nova ciência denominada Semiologia, seria necessário,
então, utilizar a Linguística, que Saussure considerava uma ciência bastante avançada, como um
guia heurístico, fazendo o caminho inverso ao grau de abrangência dos campos.
De acordo com Nöth (2005), Saussure elaborou um modelo sígnico apenas com a
finalidade de analisar a natureza do signo linguístico, o qual também foi transferido para signos
não-linguísticos. Nöth (2005, p.28) aponta como aspectos fundamentais da teoria saussureana
do signo a “estrutura bilateral, sua concepção mentalista, a exclusão da referência e a concepção
estrutural da significação”.
Raymond Duval (2011) considera que a grande contribuição de Saussure está na
consideração de que os signos são constituídos por suas relações de oposição aos outros no
interior de um sistema. Com isso afirma-se que é apenas no interior de um sistema semiótico
que alguma coisa pode funcionar como signo e torna possível entender as seguintes distinções:
“signo e sua ocorrência, um signo e o objeto ao qual ele se refere, o significante e o significado”
(DUVAL, 2011, p.31). Na próxima subseção temos o aprofundamento teórico dos registros de
representação Semiótica na visão do Raymond Duval, trazendo a luz da literatura conceitos
relevantes a pesquisa.
então, essencial como forma sob a qual uma informação pode ser descrita e considerada em um
sistema de tratamento”.
A Teoria de Registros de Representações Semióticas entende-se como sendo o emprego
de signos (gráficos, figuras, fórmulas, escrita), pertencentes a um sistema de representação, cuja
a construção do conhecimento acontece mediante a conversão estabelecida entre duas ou mais
formas distintas de registro de representação.
Assim, as representações Semióticas, ou seja, as produções constituídas pelo emprego
de regras de sinais, parecem apenas ser meios de que o indivíduo dispõe para exteriorizar suas
representações mentais, pois segundo Duval (2009) muitos trabalhos psicológicos e didáticos
partem implicitamente das semiósis e noésis.
Segundo Duval (2009), “semiósis” (representação) é a apreensão ou a produção de uma
representação e “noésis” (conceitualização) é a apreensão conceitual de um objeto. Duval
(2009, p. 17) afirma que “[...] Não há noésis sem semiósis, é a semiósis que determina as
condições de possibilidade e de exercício da noésis.”. Conclui-se então que a conceitualização
só ocorrerá após a representação e a apreensão dos objetos matemáticos só será possível após
o sujeito ter coordenado vários tipos de representação.
Vale ressaltar que a ordem na qual a conversão é realizada deve ser considerada, a
conversão do registro algébrico para o registro geométrico é uma transformação de registro
diferente da conversão do registro geométrico para o registro algébrico. Pois é necessário fazer
articulações entre as variáveis cognitivas que podem ser específicas do funcionamento de cada
um dos sistemas de registros.
São essas variáveis que permitem determinar quais as unidades de significado
pertinentes que devem ser levadas em consideração em cada registro. Para analisar a atividade
cognitiva na realização de conversões, Duval (2003) coloca também a relação entre a natureza
dos diferentes registros de representação semiótica.
Segundo Duval (1993), essas representações Semióticas são externas e conscientes do
sujeito, ou seja, elas representam a compreensão manifestada sobre um objeto, o qual pode ser
tratado de diversas formas. A correspondência existente entre as várias formas de tratamento
de um objeto, ou seja, entre as várias formas de registro de representação, indica a
funcionalidade do pensamento humano no sentido de mostrar a compreensão acerca do objeto
estudado. Duval (2009) orienta que:
Todo tipo de expressão tem sua forma particular de representação repleta de significados
e, sendo a educação um processo intermediado por uma comunicação, seja através do diálogo,
gestos ou por meio da escrita. Na subseção seguinte, tem-se a assimilação do conteúdo numa
perspectiva Histórica, e também conceituações sobre a Função Exponencial.
grandezas diferentes levando a conclusão de que essa relação gerava uma progressão aritmética
de segunda ordem. Após eles, e já no século XVI, outros importantes nomes como François
Viète, Descartes e Fermat em um primeiro momento e, posteriormente, Newton e Leibniz
trouxeram avanços significativos no campo da Álgebra. Nicolau Oresme, no século XIV, com
o que propõe em sua chamada Teoria de Latitude de Formas, desenvolve o que hoje é
considerada a representação gráfica de uma função: começou a se questionar sobre a
possibilidade de traçar uma figura da maneira como as coisas variam e foi o descobridor da
curvatura da luz através da refração atmosférica, muito embora o crédito a esse feito não tenha
sido dado a ele (BOYER; MERZBACH, 2012).
Foi Nicolau Oresme, que percebeu o princípio fundamental de representar uma função
variável como uma curva. Foi ele, quem pela primeira vez, representou uma quantidade variável
por meio de um sistema de coordenadas gráficas. Latitude e longitude, usadas por ele, hoje são
equivalentes à ordenada e à abscissa e, de fato, ainda que sua forma de apresentar as funções
fosse primitiva, caracterizou-se como um importante passo para a evolução do conceito de
função e contribuiu em muito para o renascimento da matemática e mesmo para a evolução de
outras ciências (BOYER; MERZBACH, 2012).
Seguindo pela cronologia, entre Nicolau Oresme e Galileu está François Viète (1540 –
1617), também conhecido como Franciscus Vieta, um matemático francês que, com seus
trabalhos relacionados à cosmologia e astronomia, desenvolveu o simbolismo algébrico
contribuindo para o avanço da Álgebra e sua diferenciação em relação à Aritmética (EVES,
2004).
Galileu Galilei, traz as relações funcionais expressas por palavras e na linguagem das
proporções. Utilizando-se da matemática para modelar os fenômenos da natureza e suas
variáveis dependentes, acaba criando relações entre as quantidades e medidas dos fenômenos
observáveis introduzindo tais medidas em representações gráficas e criando a noção de
variáveis dependentes. O estudo do movimento realizado por Galileu foi, portanto o que gerou
os conceitos de relação entre variáveis, assim como também o de função, muito embora este
não tenha sido de fato formalizado por ele (EVES, 2004).
As bases do que se chama hoje de Geometria Analítica foram desenvolvidas por outros
grandes nomes da matemática: René Descartes (1596 – 1650) e Pierre de Fermat (1601 – 1665).
Estes, utilizando das descobertas do século XVI e aplicando recursos da nova álgebra à
geometria, foram quem apresentaram o método analítico para ser introduzido no trabalho das
funções. A partir deles, para analisar as relações entre as variáveis conectadas com uma curva,
foram utilizadas equações (BOYER; MERZBACH, 2012).
26
De fato, foi Descartes quem primeiro afirmou essa descrição e desde então o método
analítico de tratar as funções jamais deixou de ser utilizado. Com explicações detalhadas sobre
geometria algébrica, ele proporcionou um avanço em relação à geometria grega, pois em seus
estudos abandona o princípio de homogeneidade para focar na preservação do sentido
geométrico. Todavia, a análise cartesiana era centrada basicamente nas curvas, e estas eram
vistas apenas como uma materialização da relação x e y e não necessariamente como um gráfico
de função y = f(x) (SÁ; SOUZA; SILVA, 2003).
Ao longo do século XVII, muitos outros teóricos matemáticos trouxeram contribuições
à análise cartesiana e descobriram como desenvolver funções em séries infinitas, possibilitando
a representação analítica de todas as relações funcionais conhecidas na época. Uma descoberta,
de fato, importantíssima para o avanço do conceito funcional e para toda história da matemática,
porventura, das ciências em geral.
Fermat também contribuiu muito para a criação da Geometria Analítica ao afirmar que,
sempre que numa equação final encontrarem-se duas quantidades incógnitas, se terá um lugar
geométrico que pode ser uma reta ou uma curva. O desenvolvimento da Geometria Analítica
foi um feito importante e que possibilitou também a teorização do Cálculo, em tese, de mérito
de Isaac Newton (1642 – 1727) e Gottfried Wilhem Leibniz (1646 – 1716). Ambos, em seus
estudos, trouxeram também contribuições sobre os estudos das funções, tanto que a origem da
noção de função confunde-se com os primórdios do cálculo infinitesimal (BOYER;
MERZBACH, 2012).
Newton foi quem introduziu o termo “variável independente”, e mostrou que uma
função poderia ser descrita como uma série de potência. Com seu método de fluxos, em que
uma curva é gerada pelo movimento contínuo de um ponto, possibilitou que a abscissa e a
ordenada de um ponto gerador passassem a serem quantidades variáveis. Newton, então se
aproxima do sentido atual de funções com a utilização de termos como “relatia quantias” para
designar variáveis dependentes e “genita” para designar quantidade obtida a partir de outras
por intermédio de operações aritméticas (EVES, 2004).
Leibniz também introduziu os termos constantes, variável e parâmetro, e foi ele o
primeiro a, efetivamente, usar o termo função para designar quantidades geométricas que
dependiam de um ponto e uma curva, termo que denotava quase o mesmo sentido utilizado nos
tempos atuais. Leibniz, ao lado de Newton, tem como maior contribuição, todavia, o cálculo
diferencial e integral, aos quais também contribui, posteriormente, Jakob Bernoulli (1654 –
1705) e Johan Bernoulli (1667 – 1748) (SÁ; SOUZA; SILVA, 2003).
27
Muito embora todos os nomes citados até aqui tenham trazido importantes e
significativas contribuições para o conceito de função e para a história da evolução da própria
matemática enquanto ciência, pode-se atrever-se a dizer que nenhum outro matemático
contribuiu tanto para essa evolução quanto Leonhard Euler (1707 – 1793).
Na história da matemática, a noção de função já havia deixado as representações
geométricas e mecânicas típicas da idade média, para serem representadas por expressões
analíticas, característica principal da fase moderna. Foi Leonhard Euler quem fez a distinção
entre função algébrica e transcendente, e apresentou pela primeira vez a notação f(x) usada para
uma função de x. Foi também ele o primeiro a tratar com logaritmos usando a forma
exponencial e a trazer as notações sen, cos, tg, cotg, sec e cossec, de maneira próxima à que
hoje é utilizada.
De fato, o conceito de função não se originou com Euler, mas, sem dúvidas, ele foi o
responsável por tratar o cálculo como uma teoria formal de funções. Dessa maneira, a ideia de
função (assim como de outros conceitos), precisou ser definida. Benhard Bolzano (1781 –
1848) foi o pioneiro nessa formalização e após o seu trabalho, outros matemáticos como August
Louis Cauchy (1789 – 1857), Georg Cantor (1845 – 1918) e Peter Gustav Lejune Dirichlet
(1805 – 1859), também contribuíram (BOYER; MERZBACH, 2012).
Especialmente os trabalhos de Dirichlet acabaram por influenciar dois outros
importantes nomes da matemática, os alemães Richard Dedekind (1831 – 1916) e Riemann
(1826 – 1866), que apresentaram o conceito de função sob a seguinte caracterização: Uma
aplicação de um sistema X é uma lei, que associa a cada elemento x de X uma certa coisa, que
é chamada imagem x e que escrevemos F(x) onde o domínio e o contradomínio podem ser
qualquer conjunto, não somente de números, mas de matrizes, vetores e mesmo de funções
(BOYER; MERZBACH, 2012).
Riemann trabalhou com representações de funções de séries de Fourier. Fazendo a
expansão do conceito de integral estabelecido por Cauchy, fez surgir um outro conceito que
pudesse ser aplicado também em funções descontínuas, originando o conceito de integral de
Riemann. Entretanto, ainda assim, para se chegar ao conceito de função que temos hoje, outras
teorias, como a Teoria de Conjunto de Georg Cantor e, outros conceitos como o de variável
dependente, variável independente, continuidade, domínio e contradomínio, funções analíticas
e tantos outros, também tiveram que ser desenvolvidos (BOYER; MERZBACH, 2012).
Segundo Roque (2012), a definição formal de função, atualmente oferecida na
academia, segue o padrão bourbakista, sendo Bourbaki um pseudônimo adotado por uma
coligação de matemáticos franceses dos anos 1930 cujo objetivo era elaborar livros
28
contemporâneos sobre todos os ramos da matemática. Segundo Roque (2012) a função era
definida como:
Sejam E e F dois conjuntos, que podem ser distintos ou não. Uma relação entre
um elemento variável x de E e um elemento variável y de F é dita uma relação
funcional se, para todo x pertencente a E, existe um único y pertencente a F
que possui a relação dada com x. Damos o nome função à operação que
associa, desse modo, a todo elemento x pertencente a E, o elemento y
pertencente a F que possui a relação dada com x ; y será dito o valor da função
no elemento x (ROQUE, 2012, p. 474).
Todavia, a evolução apresentada até aqui nos permitiu chegar ao que hoje é conhecido
como função. Em tese, inúmeras são as formas de se conceituar, mas em essência, o que não se
perde é que função é uma regra que indica como associar cada elemento de um conjunto,
chamado domínio, a um único elemento de outro conjunto, chamado contradomínio.
trabalhos em diversas áreas de conhecimentos nos séculos que se seguiram. Uma das grandes
constatações de suas descobertas que aqui citamos como colaborativas a posterior conceituação
da Função Exponencial foi a utilização de um sistema sexagesimal, cuja origem é incerta.
Esse sistema pode ser encontrado exposto em algumas tabelas de argila babilônica em
que eles registravam suas escalas. Em muitas dessas tabelas pode-se ver a aparição de potências
sucessivas de um dado número e que, segundo Boyer e Merzbach (2012), em muito se
assemelham às tabelas atuais de logaritmos. Ainda segundo esses autores, foram encontradas
tabelas exponenciais em que se pode observar as dez primeiras potências para diferentes bases.
Pode se dizer que existiam algumas lacunas entre valores nas tabelas exponenciais
babilônicas, o que era resolvido por eles através do chamado método de interpolação linear, por
meio do qual interpolavam partes proporcionais para conseguir obter valores intermediários
aproximados. Naturalmente que a denominação dada aos seus cálculos só ocorreu séculos
depois, embora isso não diminua a importância da existência deles para a evolução da
matemática.
O conceito de Função Exponencial, que é dependente também do conceito de potência,
está intimamente ligado, portanto, ao conceito de logaritmo. Nesse quesito pode-se afirmar que
foi apenas no século XVI e XVII, a partir dos trabalhos de John Napier (1550 – 1617), que o
nome logaritmo começou a fazer parte do universo dos estudiosos e cientistas. À título de
curiosidade, consta que um dos primeiros matemáticos a utilizar as construções teóricas de
Napier foi Johannes Kepler (1571 – 1630) no cálculo das órbitas planetárias. De fato, estes
eram contemporâneos em uma época que, como vimos, era de intensas produções científicas e
mesmo culturais (BOYER; MERZBACH, 2012).
O desenvolvimento científico e tecnológico da época fazia surgir uma problemática de
cunho prático relacionado às grandes quantidades de dados numéricos e os cálculos envolvendo
números grandes. Dessa maneira, era necessária uma resolutiva que facilitasse tal atividade.
Foi com essa motivação que Napier começou seus estudos sobre logaritmos.
Naturalmente que Napier obteve inspiração em trabalhos anteriores a ele, como nas
tabelas da antiguidade já citadas (babilônios e gregos) e sobretudo em Arquimedes, por volta
de 287 – 212 A.C, e nos trabalhos de Stifel (1487 – 1567). Ambos, Arquimedes e Stifel
trabalhavam com potências sucessivas de um dado número. Sobretudo Stifel estabeleceu uma
relação entre a progressão geométrica e os expoentes dos respectivos termos. O que Napier fez
foi aproveitar-se dessas e outras ideias da época para criar algo que pudesse transformar
operações mais complicadas da época em operações mais simples. E para isso, acreditava bastar
tabelas com valores já calculados de referência (BOYER; MERZBACH, 2012).
30
Dessa maneira, para montar suas tabelas ele pensou nos logaritmos como valores de
uma sequência geométrica, escrevendo os expoentes de maneira a formar uma faixa contínua
de valores. Todavia, Napier não tinha em mente o conceito de base de logaritmo que hoje temos,
o que faz com que seus estudos sejam substancialmente diferentes dos logaritmos com os quais
hoje trabalha-se habitualmente.
Segundo Boyer e Merzbach (2012) o conceito de função logarítmica está implícito na
definição de Napier assim como em todo seu trabalho sobre logaritmos, mas a falta de simetria
com os modelos atuais de logaritmos não diminui em nada a importância dos estudos desse
teórico para a evolução desse conceito, pois foi com as invenções de Napier, especialmente na
publicação de um trabalho intitulado Mirifici logarithmorum canonis descripitio, que o termo
foi difundido e rapidamente aceito e utilizado por toda Europa e, posteriormente, em todo
mundo.
Obviamente que após Napier inúmeros matemáticos se debruçaram aos estudos dos
logaritmos e, com a evolução do conceito de função, das Funções Exponenciais. Todavia pelo
caráter histórico e original de sua criação, Napier tornou-se o mais notável e importante nome
no que tange às origens dos logaritmos.
Paralelo e posteriormente, o atravessamento do conceito de logaritmo na própria
evolução do conceito de função fez com que se chegasse ao que hoje tem-se por Função
Exponencial, já citada ao longo desse trabalho e tema principal de sua abordagem.
Esse fato torna ainda mais relevante o estudo dessas funções no Ensino Médio e ressalta
seu papel na interdisciplinaridade da Matemática com outras matérias. É uma oportunidade
para se convencer que o ensino e a aprendizagem podem ganhar mais e melhor sentido com
esse estudo, pois cria a oportunidade na qual o aluno percebe a importância do conteúdo a ser
trabalhado, o que faz da contextualização uma importante ferramenta de ensino para resolver
problemas reais. Sobre as características da função denotamos:
Definição: Dado 𝑎 ∈ ℝ, 0 < 𝑎 ≠ 1, chamamos de Função Exponencial de base 𝑎 e
função
𝑓∶ ℝ → ℝ
𝑥 ⟼ 𝑓(𝑥) = 𝑎 𝑥
Propriedades:
i. Na função 𝑓(𝑥) = 𝑎 𝑥 , temos:
𝑥 = 0 ⇒ 𝑓(0) = 𝑎0 = 1
Isto é, o par ordenado (0,1) pertence a função ∀ 𝑎 ∈ ℝ+ - {1}. Isto significa que toda
Função Exponencial tem interseção com o eixo y em (0,1), como observar-se na Figura 1.
ii. Como constatado na Figura 1, a função 𝑓(𝑥) = 𝑎 𝑥 é crescente se, e somente se, 𝑎 > 1.
iii. A função 𝑓(𝑥) = 𝑎 𝑥 é descendente se, e somente se, 0 < 𝑎 < 1. Observado na Figura 1.
iv. A função 𝑓(𝑥) = 𝑎 𝑥 , 0 < 𝑎 ≠ 1, é injetora.
v. Imagem da função: Se 𝑎 ∈ ℝ+ , então 𝑎 𝑥 > 0 ∀ 𝑥 ∈ ℝ. Então, tem-se que: 𝐼𝑚 = ℝ+
32
Como o conteúdo de Funções Exponenciais, visto nessa subseção, é tratado nos livros
didáticos à luz da literatura em consonância com a TRRS, é o que evidencia a próxima subseção.
Como o livro didático é considerado um apoio na formação dos alunos, nesta etapa da
EDC foi elaborada uma análise em três livros recomendados pelo Guia de Livros Didáticos de
2019 de acordo com o Programa Nacional do Livro e do Material Didático PNLD, no qual
analisamos de que forma é abordado o ensino usual de Funções Exponenciais, mediante os
indicadores a saber:
No final do capítulo encontra-se o tópico contexto (Figura 3), que aborda o conteúdo de
Radioatividade, para exemplificar a Função Exponencial no contexto do decaimento radioativo,
explicando como estimar a idade de fosseis e logo após estão questões pertinentes ao texto.
Observando os exercícios no decorrer dos tópicos eles quase não apresentam aplicações práticas
3
O Programa de Residência Pedagógica é uma das ações que integram a Política Nacional de Formação de
Professores e tem por objetivo induzir o aperfeiçoamento do estágio curricular supervisionado nos Cursos de
Licenciatura, promovendo a imersão do licenciando na escola de Educação Básica, a partir da segunda metade de
seu Curso.
34
ligadas à Função Exponencial, focam mais na resolução algébrica do que na geométrica, não
articulando as representações, contrariamente ao que é sugerido por Raymond Duval na Teoria
dos Registros de Representação Semiótica.
No terceiro livro, assim como nos livros anteriores, inicia o conteúdo de Função
Exponencial logo após uma revisão de potenciação e radiciação, trazendo a notação cientifica
apenas em um tópico denominado: “Toque Ideias” (Figura 6).
Cabe destacar o fato que dois dos três autores sugerem o uso do computador como uma
possibilidade de recursos para se trabalhar em sala de aula. Tais ambientes de aprendizagem
podem estimular o aluno e apresentam uma grande vantagem para as construções de gráficos,
pois podem facilitar a visualização geométrica da função utilizada no exercício. Assim “A
questão da coordenação dos registros e os fatores suscetíveis de favorecer esta coordenação
aparecem então como questões centrais para as aprendizagens intelectuais” (DUVAL 2009,
p.39).
A escolha e a utilização do livro didático são tarefas importantes. Compete ao professor
selecionar o livro didático mais adequado, porém ele não deve se basear para preparar sua aula
unicamente no livro selecionado, mas pode utilizar outros recursos didáticos, como o
computador, criando atividades para este fim, explorando conceitos matemáticos de forma a
não fragmentar o conteúdo e, sim, os relacionando.
Vale ressaltar que estes livros analisados foram utilizados como inspiração na
elaboração dos protocolos diagnósticos, pelo que evidenciou os indicadores. Destaca-se no
quadro abaixo as questões e os livros que referenciaram as inspirações dos Protocolos
diagnósticos.
38
No quadro acima destacam os objetivos das questões, ou seja, o que o pesquisador busca
ao propor determinada questão ao discente.
2.6 HIPÓTESE
i. Elaborar uma Sequência Didática que a partir da Engenharia Didática combinada com a
Teoria dos Registros de Representação Semiótica (TRRS), busque auxiliar a
aprendizagem da Função Exponencial;
ii. Analisar as possíveis distorções dos discentes ao realizar tratamentos e conversões nos
registros geométrico e algébrico, ressaltando a importância em articular tais registros no
papel e com uso do software GeoGebra.
Após estudos realizados sobre a TRRS e as Funções Exponenciais, no que diz respeito a
sua evolução ao longo dos anos, sobre como esse conteúdo é tratado nos livros didáticos e as
dificuldades dos alunos, elaboramos uma Sequência Didática com algumas atividades.
A proposta tem como um dos objetivos abordar o estudo das Funções Exponenciais de
uma maneira diferente da tradicional (aula expositiva com quadro e giz); durante a sua aplicação,
objetivamos fazer com que os alunos se engajassem na resolução das atividades propostas,
procurando tornar a aprendizagem de Funções Exponenciais mais significativa.
As primeiras escolhas para a construção da atividade, diz respeito às variáveis globais,
ou seja, aquelas que se referem à organização global da Engenharia Didática. Estas escolhas são
descritas a seguir:
Nossa escolha como referencial teórico foi a utilização dos Registros de Representação
Semiótica de Raymundo Duval para a construção da sequência de atividades desta pesquisa.
Como dito na subseção 2.1 deste trabalho, as Representações Semióticas são indispensáveis para
a comunicação, pois não existe conhecimento que possa ser mobilizado sem a utilização de um
registro de representação. Os protocolos da pesquisa contemplam a articulação de registros
algébricos e geométricos, pois de acordo com Duval (2009), devemos articular pelos menos dois
registros para não confundir o objeto com a sua representação.
aspecto da estrutura cognitiva e sim com conhecimentos relevantes, os quais são denominados
de subsunçores 4 . É através da interação que o conhecimento prévio se diferencia, devido a
somatória dos significados e conhecimentos novos, a modificação do conhecimento é particular
de cada aluno.
O conhecimento prévio auxilia na organização, incorporação, compreensão e fixação das
novas informações, desempenhando assim, uma “ancoragem” com os subsunçores, já existentes
na estrutura cognitiva. Sendo assim, novos conceitos podem ser aprendidos à medida que haja
outros conceitos relevantes, adequadamente claro e disponível na estrutura cognitiva do
indivíduo, estes conceitos relevantes funcionarão como pontos de ancoragem para os novos
conceitos.
Uma característica presente na proposta de ensino são as atividades que deverão ser
realizadas em duplas. Acreditamos que os alunos trabalhando em grupos, além de mudar as
características de uma aula tradicional, na qual os alunos copiam a matéria e fazem exercícios,
podem trocar informações, escolher, avaliar e decidir, promovendo o debate e as discussões
sobre o conteúdo, ampliando suas capacidades de ouvir e respeitar posições diferentes.
4
São conceitos já presentes na estrutura cognitiva e que “recebem” as novas informações, interagem com elas e
dão a ela significado, modificando-a ou armazenando-a de modo organizado (SILVA, 2018, p.62).
47
aos processos de aprendizagem, oferecendo algumas vantagens, entre elas a de explorar uma
grande variedade de experimentos em pouco tempo, diferentemente do uso de quadro negro e
giz, pois esse caráter estático por vezes pode dificultar a construção do significado” (GRAVINA;
SANTAROSA, 2008, p.9).
Nesse sentido, buscou-se construir uma sequência de ações para ser aplicadas em seis
encontros que possibilitasse aos alunos compreender alguns conceitos de Funções Exponenciais,
sabendo exemplificar e justificar os procedimentos realizados nas construções, estabelecendo,
nestas construções conversões e tratamentos nas relações algébricas e geométricas.
No tocante as variáveis microdidáticas em cada momento da Sequência Didática,
destaca-se o quadro abaixo:
i. Identificação do curso:
48
Curso: Matemática
Código: 102152
Modalidade: Licenciatura - Presencial
Título oferecido: Licenciado em Matemática
Nome da Mantida: Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Campus: Arapiraca
Município Sede: Arapiraca
Estado: Alagoas
Região: Nordeste
Endereço de funcionamento do curso: Universidade Federal de Alagoas – Campus Arapiraca.
Av. Manoel Severino Barbosa s\n – Bairro Bom Sucesso – Arapiraca CEP 57.309-005.
Portal eletrônico do curso: www.ufal.edu.br/arapiraca/graduacao/matematica
Por meio das análises a priori, pode-se perceber a falta de maturidade no ambiente
acadêmico decorrente dos sujeitos da pesquisa serem do primeiro período, estes ainda não
estavam acostumados ao ritmo e exigência impostos no Curso de Matemática. Esse é fator
fundamental no momento do debate (momento das resoluções), no qual a sequência de situação
problema será desenvolvida.
A pesquisa foi norteada pela Engenharia Didática Clássica, baseada nos estudos da
pesquisadora francesa Michèle Artigue. Enquanto metodologia pode-se acentuar como sendo
um diferencial na Engenharia Didática a pesquisa experimental, que para sua validação faz
análises a priori e a posteriori.
Na primeira etapa, a Análise Preliminar, o professor pesquisador foi incumbido de fazer
inferências sobre todo o quadro teórico que envolve o objeto a ser trabalhado, além de destacar
as concepções prévias dos sujeitos envolvidos e a compreensão da realidade pesquisada
(CANINDÉ, 2006). Para Artigue (1988):
Nas referidas fases, foram analisados os seguintes aspectos: estudar a gênese histórica do
saber em estudo; como ele se manifesta hoje e ontem; suas funcionalidades matemáticas e
obstáculos epistemológicos envolvendo o conceito em questão (ALMOULOUD, 2007). Além
desses, pode-se analisar os conhecimentos prévios dos alunos, analisar o ensino usual e seus
efeitos, considerando sempre as hipóteses da pesquisa.
50
A intervenção didática, subsidiada dentro dos construtos teóricos anteriores, tem a partir
dessa fase, a intencionalidade de prever alguns comportamentos (resultados), sugerindo
hipóteses em cada momento desenvolvido. Dentro do que foi pressuposto por Almouloud
(2007), se faz necessário o registro desses resultados esperados, para a confrontação e análise
das dificuldades nas tarefas.
A Sequência Didática está ancorada em quatro momentos, com duração de duas horas
cada, como se observa no Quadro 5: momentos de aplicação de protocolos diagnósticos, debates
e uso do software durante o período de aplicação.
O protocolo diagnóstico contém sete questões, com inspiração dos 3 livros Didáticos a
saber: # Contato Matemática, Matemática Contexto & Aplicações e Matemática Ciência e
Aplicações. Os critérios utilizados para a escolha dessas questões estão na subseção 2.4, vale
ressaltar que os próximos protocolos foram construídos de acordo com a Sequência Didática.
Figura 7 – Questão 1
1) Construa o gráfico da Função Exponencial:
1 𝑥−1
a) 𝑓: ℝ → ℝ∗+ dada por 𝑓(𝑥) = (4)
Fonte: adaptado de Souza (2016, p.146).
Figura 8 – Questão 2
Figura 9 – Questão 3
1 𝑥
3) Dado o gráfico da função 𝑓(𝑥) = (4) , use transformações para obter o gráfico da
1 𝑥−1
Função Exponencial 𝑓(𝑥) = (4) −3
Figura 10 – Questão 4
Figura 11 – Questão 5
b) 2𝑥+2 + 2𝑥−1 = 18
Fonte: Dante (2016, p.165).
Figura 12 – Questão 6
Figura 13 – Questão 7
7) Suponha que você receba uma oferta para trabalhar por apenas um mês. Qual das seguintes
formas de pagamento você prefere? E Justifique sua preferência:
I. Um milhão e duzentos mil dólares no final do mês.
II. Um centavo de dólar no primeiro dia do mês, dois centavos no segundo dia, quatro
centavos no terceiro dia, e, em geral, 2𝑛−1 centavos de dólar no n-ésimo dia.
Fonte: adaptado de Souza (2016, p.153).
Vale destacar a possibilidade dos discentes não resolverem ou não tentarem resolver as
questões propostas, neste caso o pesquisador deve investigar estes possíveis casos, buscando
entender a causa deste fato. Na próxima seção destaca-se os detalhes da execução do 1º momento
e a partir dele, a construção e descrição dos próximos três momentos.
55
4 EXPERIMENTAÇÃO
questão do protocolo 1 no quadro, com a intenção de mostrar aos demais colegas as formas de
resolução que foram elaboradas e o pesquisador durante a resolução fica apontando os distúrbios
que os sujeitos apresentaram.
Figura 15 – Questão 8
Figura 16 – Questão 9
Figura 17 – Questão 10
Figura 18 – Questão 11
Justifique:
Figura 19 – Questão 12
Vale destacar a possibilidade dos discentes não resolverem ou não tentarem resolver as
questões propostas. Nesta perspectiva, o pesquisador deve investigar estes possíveis casos,
buscando entender a causa deste fato.
60
Figura 21 – Questão 13
Figura 22 – Questão 14
14) Faça em uma mesma tela os gráficos das funções dadas. Como estão relacionados
esses gráficos?
𝑦 = 2𝑥 , 𝑦 = 𝑒 𝑥 , 𝑦 = 5𝑥 , 𝑦 = 20𝑥
Fonte: adaptado de Souza (2016, p.147).
Figura 23 – Questão 15
15) Compare as funções 𝑓(𝑥) = 𝑥 5 e 𝑔(𝑥) = 5𝑥 por meio de seus gráficos. Encontre
todos os pontos de intersecção dos gráficos corretos até uma casa decimal. Para
grandes valores de x, qual função cresce mais rapidamente?
Fonte: adaptado de Dante (2016, p.166).
Figura 24 – Questão 16
1
16) Trace o gráfico de diversos membros da família de funções 𝑓(𝑥) = 1+𝑎∙𝑒 𝑏𝑥 em que 𝑎 > 0.
Como o gráfico muda conforme 𝑏 varia? Como ele muda conforme 𝑎 varia?
Vale destacar a possibilidade dos discentes não resolverem ou não tentarem resolver as
questões propostas. Nesta perspectiva o pesquisador deve investigar estes possíveis casos,
buscando entender a causa deste fato.
Este protocolo é composto por cinco questões. O protocolo foi construído com base nos
achados dos momentos anteriores, no qual o nível de dificuldade das questões é semelhante ao
protocolo 1, apenas diminuímos a quantidade de questões e de itens por questão. Desta forma,
ao final da pesquisa pode-se comparar o desempenho dos discentes nesses protocolos.
Figura 25 – Questão 17
Figura 26 – Questão 18
Figura 27 – Questão 19
a) 3𝑥−2 + 3𝑥+1 = 84
b) 4 ∙ 2𝑥 + 2𝑥−1 = 72
Fonte: Dante (2016, p.165).
Figura 28 – Questão 20
Figura 29 – Questão 21
21) Compare as funções 𝑓(𝑥) = 𝑥 3 e 𝑔(𝑥) = 3𝑥 por meio de seus gráficos. Encontre todos
os pontos de intersecção dos gráficos corretos até uma casa decimal. Para grandes valores
de x, qual função cresce mais rapidamente?
Fonte: adaptado de Dante (2016, p.166).
Vale destacar a possibilidade dos discentes não resolverem ou não tentarem resolver as
questões propostas. Nesta perspectiva o pesquisador deve investigar estes possíveis casos,
buscando entender a causa deste fato.
Nesta subseção tem-se a análise a Posteriori sobre o primeiro momento, que contém o
protocolo diagnóstico 1 e a discussão das resoluções. Vale ressaltar que os dados da pesquisa
permeiam desde a conversão entre registros algébricos e geométricos até o tratamento em um
mesmo registro, buscando nos discentes, nas palavras de Duval (2009), objetivar um objeto,
conceito ou informação:
Pode-se perceber que este sujeito compreende a conversão do registro algébrico para o
registro geométrico, e pela observação feita ao lado do gráfico, o sujeito 2 por meio dos seus
conhecimentos prévios sobre a Função Exponencial, apresentou uma característica desta
função.
Ao analisar a Questão 2 percebe-se que 8 sujeitos responderam corretamente este
exercício. Destaca-se a técnica de resolução desses discentes, pois nota-se que estes utilizaram
os pontos (1,3) e (0,6) substituindo na lei de formação 𝑓(𝑥) = 𝑏 ∙ 𝑎 𝑥 . Como observa-se na
resposta do sujeito 3.
69
Ao analisar esta questão acima, percebe-se que apenas 6 sujeitos resolveram o tratamento
no registro geométrico, demonstrando dificuldade em realiza transformações na representação
gráfica. Na Figura 33 destaca-se que o sujeito 4 utilizou a resolução da primeira questão 𝑓(𝑥) =
1 𝑥−1 1 𝑥−1
(4) e moveu a função da questão quatro 𝑓(𝑥) = (4) − 3 , 3 unidades para baixo,
Na resolução do item a) do sujeito 14, ele interpretou o enunciado, resolvendo por meio
da aritmética e convertendo horas em minutos, obtendo êxito neste item. No item b) utilizando
regra de 3 o discente encontra que o tempo (o expoente desta função) é dividido por 2/3, e pela
71
resposta do item a) ele percebe que a base da Função Exponencial é 3 e que está sendo
multiplicada por 500.
Na análise da Questão 5 percebe-se que apenas quatro sujeitos obtiveram êxito na
resolução, destaca-se as resoluções dos sujeitos 4 e 2, pois apresenta um domínio na
manipulação algébrica para encontrar o valor da incógnita x no qual, estes utilizam o
conhecimento prévio adquirido no Ensino Médio sobre Equações Exponenciais. Mas observa-
se que o sujeito 2 mesmo não sabendo resolver algebricamente o item b) por tentativas e erros
o discente encontrou o valor da incógnita x.
Como pode-se observar na Figura 38, que os sujeitos não compreenderam totalmente a
conversão de registro, não obtendo êxito na resolução das questões. Na Questão 1 o discente não
73
construiu uma tabela, realizando os cálculos mentais, no qual errou os valores de 𝑓(0). Na
Questão 6 o discente não compreendeu que o antibiótico decaia pela metade a cada 3 horas.
Logo o discente entendeu erroneamente que as 50 mg do antibiótico seriam divididas por 3
horas.
Sujeito 2
5
FRA – Falha no Registro Algébrico; FRG – Falha no Registro Geométrico; FIRLN – Falha na Interpretação do
Registro Língua Natural; QNR – Questão Não Resolvida.
74
Sujeito 4
Sujeito 14 QNR
Sujeito 16 QNR
melhor representa o crescimento das populações das cidades X e Y. Além de colocar a lei de
formação destas funções.
Analisando as resoluções da Questão 11, verifica-se que 11 sujeitos obtiveram êxito na
resolução dentre os 16 sujeitos que participaram do Protocolo Diagnóstico 2.
Com base nas resoluções da Questão 12 pelos sujeitos 4 e 10, observa-se métodos
distintos nas respostas, o sujeito 4 optou por uma substituição e o sujeito 10 por colocar o termo
semelhante em evidência, ambos obtiveram êxito na questão.
No Quadro 11 pode-se observar as questões não resolvidas e os distúrbios encontrados
durante a análise do Protocolo Diagnóstico 2. Ressalta-se que, nas células em branco, não foi
encontrado distúrbios na questão, ou seja, o discente obteve êxito na resolução.
Sujeito 1
Sujeito 2
Sujeito 3
Sujeito 4
Sujeito 5 _ _ _ _ _
Sujeito 6 FRG QNR
Sujeito 7 FRG FRA FIRLN QNR QNR
Sujeito 8 _ _ _ _ _
Sujeito 9 FRG FIRLN FRA FRA
Sujeito 10
Sujeito 11 _ _ _ _ _
Sujeito 12 FRG FRA FRA
Sujeito 13 _ _ _ _ _
Sujeito 14
Sujeito 15 QNR QNR QNR FRA
Sujeito 16 QNR FRA
Sujeito 17 FRG QNR FIRLN
Sujeito 18 FIRLN
Sujeito 19 FRA FIRLN FRA FRA
Sujeito 20 FRG QNR QNR QNR QNR
Fonte: dados da pesquisa (2019).
6
FRA – Falha no Registro Algébrico; FRG – Falha no Registro Geométrico; FIRLN – Falha na Interpretação do
Registro Língua Natural; QNR – Questão Não Resolvida.
79
Sujeito 1
Dupla 1
Sujeito 10
Sujeito 16
Dupla 2 QNR
Sujeito 15
Sujeito 3
Dupla 3 FRG
Sujeito 13
Sujeito 4
Dupla 4
Sujeito 9
Sujeito 19
Dupla 5 FRG
Sujeito 11
Sujeito 2
Dupla 6
Sujeito 14
Sujeito 8
Dupla 7 FRG FRG
Sujeito 12
Dupla 8 Sujeito 20 FRG QNR
7
FRG – Falha no Registro Geométrico; QNR – Questão Não Resolvida.
85
Sujeito 17
Sujeito 5 _ _ _ _
Sujeito 6 _ _ _ _
Sujeito 7 _ _ _ _
Sujeito 18 _ _ _ _
Fonte: dados da pesquisa (2019).
Na Questão 17, o sujeito 14 mostra uma resolução mais organizada detalhando cada
passo da construção, algo que foi comentado durante os debates de resoluções. Destaca-se que
treze sujeitos obtiveram êxito nessa questão. Os mesmos compreenderam bem a conversão do
registro algébrico para o registro geométrico.
Observa-se uma redação matemática na Questão 18, bem construída comparando com
a primeira resolução do sujeito 10 no Protocolo 1 em uma questão semelhante. Ressalta-se que
dose sujeitos obtiveram êxito na resolução.
86
Na análise da Questão 19, uma questão semelhante ao que foi elaborada no Protocolo
Diagnóstico 1, sobressaí o sujeito 15 que participou de todos os momentos anteriores da
Sequência Didática, e nesta atividade respondeu corretamente esta questão que tinha deixado
em branco no Protocolo anterior, naquele momento alegando não saber como resolver.
Com base no Protocolo Diagnóstico 4 é visível uma evolução no rendimento dos sujeitos
da pesquisa, não apenas pelas respostas, mas também no decorrer da Sequência Didática, ou
seja, em cada encontro realizado com a turma percebe-se essa evolução.
No Quadro 13 pode-se observar as questões não resolvidas e os distúrbios encontrados
durante a análise do Protocolo Diagnóstico 4. Ressalta-se que, nas células em branco, não foi
encontrado distúrbios na questão, ou seja, o discente obteve êxito na resolução.
Sujeito 6 _ _ _ _ _
Sujeito 7 _ _ _ _ _
Sujeito 14
Sujeito 15
Sujeito 16 FRG QNR
Sujeito 17 QNR QNR QNR
Sujeito 18
Sujeito 19 FRA QNR
Sujeito 20 FRG FRA QNR
Fonte: dados da pesquisa (2019).
8
FRA – Falha no Registro Algébrico; FRG – Falha no Registro Geométrico; QNR – Questão Não Resolvida.
89
5.5 VALIDAÇÃO
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Questão 1
Questão 2
Questão 3
Questão 4
Questão 5
Questão 6
Questão 7
Questão 8
Questão 9
Questão 11
Questão 10
Questão 12
Questão 13
Questão 14
Questão 15
Questão 16
Questão 17
Questão 18
Questão 19
Questão 20
Questão 21
ACERTOS DISTÚRBIOS
50,00%
45,00%
40,00%
35,00%
30,00%
25,00%
20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
FRA FRG FIRLN QNR FRA FRG FIRLN QNR FRA FRG FIRLN QNR FRA FRG FIRLN QNR
PD1 PD2 PD3 PD4
9
FRA – Falha no Registro Algébrico; FRG – Falha no Registro Geométrico; FIRLN – Falha na Interpretação do
Registro Língua Natural; QNR – Questão Não Resolvida.
91
De uma maneira geral, pode-se validar a Sequência Didática, pois esta contribuiu para
os discentes converter registros algébricos e geométricos e realizar os tratamentos, além de
melhorar o entendimento com relação as Funções Exponenciais.
A hipótese foi parcialmente confirmada, na medida em que tais limitações durante a
aplicação da Sequência Didática não invalidam a Engenharia, pelo contrário, contribuem de uma
maneira favorável, uma vez que os professores devem procurar constantemente novos métodos
e recursos de pesquisa para o Ensino de Matemática Significativo. Dessa forma, afirma-se que
a proposta do Ensino de Funções Exponenciais fundamentada na Teoria dos Registros de
Representação Semiótica foi válida contribuindo para uma melhora qualitativa na aprendizagem
dos discentes do primeiro período do Curso de Matemática Licenciatura da UFAL – Campus
Arapiraca.
92
REFERÊNCIAS
AUSUBEL, David P.; NOVAK, Joseph D.; HANESIAN, Helen. Psicologia Educacional.
Trad. De Eva Nick e outros. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980.
DANTE, Luiz Roberto. Matemática: Contexto e Aplicação. Volume 1. 3 ed. São Paulo:
Ática, 2016.
95
DUVAL, Raymond. Semiósis e o Pensamento Humano. São Paulo: Livraria da Física, 2009.
IEZZI, Gelson Et Al. Matemática: Ciência e aplicações. Volume 1. 9 ed. São Paulo: Saraiva,
2016.
LIMA, Elon Lages. et al. A Matemática no Ensino Médio: volume 1. 8. ed. Rio de Janeiro:
SBM, 2005.
LIMA, Rivaneide Antônia de, Dificuldades dos alunos no estudo da função afim -
Universidade Regional de Blumenau. Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências
Naturais e Matemática. Baier, Tânia, 1953.
NÖTH, W. Panorama da semiótica: de Platão a Peirce. 4. ed. São Paulo: Annablume, 2008.
96
PAIS. Luiz Carlos. Didática da Matemática: uma análise da influência francesa. 2 ed. Belo
Horizonte: Autêntica, 2002.
PEIRCE, C. S. Semiótica. Tradução de José Teixeira Coelho Neto. São Paulo: Perspectiva,
1977.
PIRES, Ana Maria Maceira. Um trabalho com universitários que apresentam dificuldades
persistentes em matemática. 2004. 93 f. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática) -
Instituto de Geociências e Ciências Exatas. Universidade Estadual Paulista, 2004.
ROQUE, Tatiana. História de Matemática: uma visão crítica, desfazendo mitos e lendas.
Rio de Janeiro: Zalar, 2012.
SILVA, Cristiano Marinho da. A plataforma Khan Academy no ensino superior: cenários
de aprendizagem e ressignificações dos licenciandos em matemática. 2018. 237 f.
Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática) - Universidade Federal de
Sergipe, São Cristóvão, SE, 2018.
SOUZA, Joamir Roberto de; GARCIA, Jacqueline da Silva Ribeiro. Contato matemática.
Volume 1. São Paulo: FTD, 2016.