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Santa Missa Parte Por Parte

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Santa Missa

parte por parte


LITURGIA
A palavra "liturgia" é uma palavra da língua grega:
LEITURGUIA de leiton-érgon que significa "ação do
povo", "serviço da parte do povo e em favor do
povo". Na tradição cristã, ele quer significar que o
povo de Deus toma parte na "obra de Deus". Pela
Liturgia, Cristo, nosso redentor e sumo sacerdote,
continua em sua Igreja, com ela e por ela, a obra de
nossa redenção.
"Liturgia é uma ação sagrada, através da qual, com
ritos, na Igreja e pela Igreja, se exerce e prolonga a
obra sacerdotal de Cristo, que tem por objetivos a
santificação dos homens e a glorificação de Deus" (SC
7).
Sinais sensíveis
Mediante sinais sensíveis e no modo
próprio de cada qual, significa-se e realiza-
se a santificação dos homens e é exercido o
culto público integral pelo corpo Místico de
Jesus Cristo, isto é, pela cabeça e pelos
membros. Portanto, qualquer celebração
litúrgica, enquanto obra de Cristo Sacerdote
e do seu corpo que é a Igreja, é ação
sagrada por excelência e nenhuma outra
ação da Igreja a iguala em eficácia com o
mesmo título e no mesmo grau.
1098. A assembleia deve preparar-se para o
encontro com o seu Senhor, ser «um povo
bem disposto» (15). Esta preparação dos
corações é obra comum do Espírito Santo e da
assembleia, particularmente dos seus
ministros. A graça do Espírito Santo procura
despertar a fé, a conversão do coração e a
adesão à vontade do Pai. Estas disposições
pressupõem-se para receber outras graças
oferecidas na própria celebração, e para os
frutos de vida nova que ela é destinada a
produzir em seguida.
1104. A liturgia cristã não se limita a recordar os
acontecimentos que nos salvaram: atualiza-os,
torna-os presentes. O mistério pascal de Cristo
celebra-se, não se repete; as celebrações é que se
repetem. Mas em cada uma delas sobrevém a
efusão do Espírito Santo, que atualiza o único
mistério.
1105. A epiclese («invocação sobre») é a
intercessão mediante a qual o sacerdote suplica
ao Pai que envie o Espírito santificador para que
as oferendas se tornem o corpo e o sangue de
Cristo e para que, recebendo-as, os fiéis se
tornem eles próprios uma oferenda viva para
Deus.
Para a celebração existe o rito. O que é um
rito ou ritual?
Rito ou ritual é a sucessão de
acontecimentos na celebração, de forma
litúrgica, são gestos e sinais cheios de
significados, grávidos de sentidos. A palavra
rito, varia do termo em latim Ritus, que
significa uma cerimônia repetida da mesma
forma, sempre.
O SACRAMENTO DA EUCARISTIA
]

1323. «O nosso Salvador instituiu na última


ceia, na noite em que foi entregue, o
sacrifício eucarístico do seu corpo e sangue,
para perpetuar pelo decorrer dos séculos,
até voltar, o sacrifício da cruz, confiando à
Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua
morte e ressurreição: sacramento de
piedade, sinal de unidade, vínculo de
caridade, banquete pascal em que se recebe
Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado
o penhor da glória futura»
1324. A Eucaristia é «fonte e cume de toda a
vida cristã» (146). «Os restantes sacramentos,
assim como todos os ministérios eclesiásticos e
obras de apostolado, estão vinculados com a
sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com
efeito, na santíssima Eucaristia está contido
todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o
próprio Cristo, nossa Páscoa» (147).

1326. Enfim, pela celebração eucarística,


unimo-nos desde já à Liturgia do céu e
antecipamos a vida eterna, quando «Deus for
tudo em todos» (1 Cor 15, 18 ).
Como se chama este sacramento?
Eucaristia, porque é ação de graças a
Deus.
Ceia do Senhor, porque se trata
da ceia que o Senhor comeu com os
discípulos na véspera da sua paixão e da
antecipação do banquete nupcial do
Cordeiro (151) na Jerusalém celeste.
Fração do Pão, porque este rito, próprio
da refeição dos judeus, foi utilizado por
Jesus quando abençoava e distribuía o
pão como chefe de família.
Assembleia eucarística : («sýnaxis»), porque
a Eucaristia é celebrada em assembleia de
fiéis, expressão visível da Igreja.
Memorial da paixão e ressurreição do Senhor.
Santo Sacrifício, porque atualiza o
único sacrifício de Cristo Salvador e inclui a
oferenda da Igreja; ou ainda santo Sacrifício
da Missa, «Sacrifício de louvor» (Heb 13, 15)
Sacrifício espiritual
(159) Sacrifício puro (160) e santo, pois
completa e ultrapassa todos os sacrifícios da
Antiga Aliança.
Santa e divina Liturgia, porque toda a liturgia
da Igreja encontra o seu centro e a sua
expressão mais densa na celebração deste
sacramento; no mesmo sentido se lhe chama
também celebração dos Santos Mistérios.
Comunhão, pois é por este sacramento que nos
unimos a Cristo, o qual nos torna participantes
do seu corpo e do seu sangue, para formarmos
um só corpo
Santa Missa: liturgia em que se realiza o
mistério da salvação termina com o envio dos
fiéis, para que vão cumprir a vontade de Deus
na sua vida quotidiana.
A Divisão da Missa
1. Ritos Iniciais
Canto de Abertura, Acolhida, Antífona de
Entrada, Ato Penitencial, Hino de Louvor e
Oração Coleta.
2. Rito da palavra
Primeira Leitura, Salmo Responsorial, Segunda
Leitura, Aclamação ao Evangelho, Proclamação
do Evangelho, Homilia, Profissão de Fé e
Oração da Comunidade.
3. Rito Sacramental
1ª Parte - Oferendas: Canto/Procissão das
Oferendas, Orai Irmãos e Irmãs, e Oração Sobre as
Oferendas;
2ª Parte - Oração Eucarística: Prefácio, Santo,
Consagração e Louvor Final;
3ª Parte - Comunhão: Pai Nosso, Abraço da Paz,
Cordeiro de Deus, Canto/Distribuição da Comunhão,
Interiorização, Antífona da Comunhão e Oração após
a Comunhão.
4. Ritos Finais
Mensagem, Comunicados da Comunidade, Canto de
Ação de Graças e Bênção Final.
RITOS INICIAIS
Instrução Geral ao Missal Romano, n.º 24:
“Os ritos iniciais ou as partes que precedem a liturgia da palavra, isto é, cântico de
entrada, saudação, ato penitencial, Senhor, Glória e oração da coleta, têm o caráter
de exórdio, introdução e preparação. Estes ritos têm por finalidade fazer com que os
fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão e se disponham para
ouvir atentamente a Palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia”.

Canto de Entrada
“Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com os ministros, começa o canto de
entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da
assembléia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a
procissão do sacerdote e dos ministros”(IGMR n.º 25)
Durante o canto de entrada percebemos alguns elementos que compõem o início da
missa:
a) O canto
Durante a missa, todas as músicas fazem parte de cada momento. Através da
música participamos da missa cantando. A música não é simplesmente
acompanhamento ou trilha musical da celebração: a música é também nossa forma
de louvarmos a Deus. Daí a importância da participação de toda assembléia durante
os cantos.
b) A procissão
O povo de Deus é um povo peregrino, que caminha rumo ao coração do Pai. Todas as
procissões têm esse sentido: caminho a se percorrer e objetivo a que se quer chegar.
A ordem da procissão de entrada é a seguinte: A Cruz Processional, os leitores,
MECEs, coroinhas e o celebrante.
c) O beijo no altar
Durante a missa, o pão e o vinho são consagrados no altar, ou seja, é no altar que
ocorre o mistério eucarístico. O presidente da celebração ao chegar beija o altar, que
representa Cristo, em sinal de carinho e reverência por tão sublime lugar.

Saudação
a) Sinal da Cruz
O presidente da celebração e a assembléia recordam-se por que estão celebrando a
missa. É, sobretudo pela graça de Deus, em resposta ao seu amor. Nenhum motivo
particular deve sobrepor-se à gratuidade. Pelo sinal da cruz nos lembramos que pela
cruz de Cristo nos aproximamos da Santíssima Trindade.
b) Saudação
Retirada na sua maioria dos cumprimentos de Paulo , o presidente da celebração e a
assembléia se saúdam. O encontro eucarístico é movido unicamente pelo amor de
Deus, mas também é encontro com os irmãos.
Ato Penitencial
Após saudar a assembléia presente, o sacerdote convida toda assembléia a,
em um momento de silêncio, reconhecer-se pecadora e necessitada da
misericórdia de Deus. Após o reconhecimento da necessidade da
misericórdia divina, o povo a pede em forma de ato de contrição: Confesso
a Deus Todo-Poderoso... Em forma de diálogo por versículos bíblicos: Tende
compaixão de nós... Ou em forma de ladainha: Senhor, que viestes salvar...
Após, segue-se a absolvição do sacerdote. Tal ato pode ser substituído pela
aspersão da água, que nos convida a rememorar-mos o nosso compromisso
assumido pelo batismo e através do simbolismo da água pedimos para
sermos purificados.

Hino de Louvor
Espécie de salmo composto pela Igreja, o glória é uma mistura de louvor e
súplica, em que a assembléia congregada no Espírito Santo, dirige-se ao Pai
e ao Cordeiro. É proclamado nos domingos - exceto os do tempo da
quaresma e do advento - e em celebrações especiais, de caráter mais
solene. Pode ser cantado, desde que mantenha a letra original e na íntegra.
Oração da Coleta
“Após o convite do celebrante, todos se conservam em silêncio por alguns instantes,
tomando consciência de que estão na presença de Deus e formulando interiormente
seus pedidos. Depois o sacerdote diz a oração que se costuma chamar de ‘coleta’, a
qual a assembléia dá o seu assentimento com o ‘Amém’ final” (IGMR n.º 32).
introduz a assembleia na celebração do dia, o desenrolar dessa oração é feita da
seguinte maneira:
- um convite à oração / - tempo de silêncio durante o qual cada um encomenda a
Deus as suas intenções / - a oração pronunciada pelo presidente: nela, o sacerdote
reúne, “coleta”, a oração de todos numa prece comum. Obedece à seguinte
estrutura:
- a invocação: Deus... / - a anamnsese ou ação de graças: que... - a
petição: concede... / - a afirmação da mediação de Criação: Por nosso senhor
Jesus Cristo...
Exemplo
- Ó Deus,
- que fizestes são Francisco de Assis assemelhar-se ao Cristo por uma vida de
humildade e pobreza,
- concedei que, trilhando o mesmo caminho, sigamos fielmente o vosso Filho, unindo-
nos convosco na perfeita alegria. - Por nosso Senhor Jesus Cristo...
A comunidade ratifica a oração rezada pelo presidente mediante a aclamação:
O Rito da Palavra é a segunda parte da missa, e também a
segunda mais importante, ficando atrás, somente do Rito
Sacramental, que é o auge de toda celebração.
Iniciamos esta parte sentados, numa posição cômoda que
facilita a instrução. Normalmente são feitas três leituras
extraídas da Bíblia: em geral um texto do Antigo
Testamento, um texto epistolar do Novo Testamento e um
texto do Evangelho de Jesus Cristo, respectivamente. Isto,
porém, não significa que será sempre assim; às vezes a 1ª
leitura cede espaço para um outro texto do Novo
Testamento, como o Apocalipse, e a 2ª leitura, para um
texto extraído dos Atos dos Apóstolos; é raro acontecer, mas
acontece... Fixo mesmo, apenas o Evangelho, que será
extraído do livro de Mateus, Marcos, Lucas ou João.
O ambão

A dignidade da Palavra de
Deus requer, na Igreja , um lugar
próprio para a sua proclamação...
Em princípio, esse lugar deve ser
uma simples estante, geralmente
do mesmo material do altar e da
sédia. Do ambão são proferidas as
leituras, o salmo responsorial e o
precônio pascal. Nele se podem
fazer, também, a homilia e a
oração universal ou oração dos
fiéis. O ambão é lugar da Palavra
de Deus.
1. Primeira Leitura
A primeira leitura costuma ser extraída do Antigo Testamento. Isto é
feito para demonstrar que já o Antigo Testamento previa a vinda de
Jesus e que Ele mesmo o cumpriu (cf. Mt 5,17). De fato, não poucas
vezes os evangelistas citam passagens do Antigo Testamento,
principalmente dos profetas, provando que Jesus era o Messias que
estava para vir.
O leitor deve ler o texto com calma e de forma clara. Por esse motivo,
não é recomendável escolher os leitores poucos instantes antes do
início da missa, principalmente pessoas que não têm o costume de
freqüentar aquela comunidade. Quando isso acontece e o "leitor", na
hora da leitura, começa a gaguejar, a cometer erros de leitura e de
português, podemos ter a certeza de que, quando ele disser: "Palavra
do Senhor", a resposta da comunidade, "Graças a Deus", não se
referirá aos frutos rendidos pela leitura, mas sim pelo alívio do
término de tamanha catástrofe!
2. Salmo Responsorial
O Salmo Responsorial também é retirado da Bíblia, quase sempre (em 99% dos
casos) do livro dos Salmos. Muitas comunidades recitam-no, mas o correto
mesmo é cantá-lo... Por isso uma ou outra comunidade possui, além do cantor,
um salmista, já que muitas vezes o salmo exige uma certa criatividade e
espontaneidade, uma vez que as traduções do hebraico (ou grego) para o
português nem sempre conseguem manter a métrica ou a beleza do original.

3. Segunda Leitura
Da mesma forma como a primeira leitura tem como costume usar textos do
Antigo Testamento, a segunda leitura tem como característica extrair textos do
Novo Testamento, das cartas escritas pelos apóstolos (Paulo, Tiago, Pedro, João e
Judas), mais notadamente as escritas por São Paulo.
Esta leitura tem, portanto, como objetivo, demonstrar o vivo ensinamento dos
Apóstolos dirigido às comunidades cristãs.
A segunda leitura deve ser encerrada de modo idêntico ao da primeira leitura,
com o leitor exclamando: "Palavra do Senhor!" e a comunidade respondendo
com: "Graças a Deus!“.
4. Canto De Aclamação Ao Evangelho
Com o início do canto de Aclamação a assembléia se põe de
pé, para aclamar o Santo Evangelho. O Canto de Aclamação
tem como característica distintiva a palavra "Aleluia", um
termo hebraico que significa "louvai o Senhor". Na verdade,
estamos felizes em poder ouvir as palavras de Jesus e estamos
saudando-O como fizeram as multidões quando Ele adentrou
Jerusalém no domingo de Ramos.
O Canto deve ser tirado do lecionário, pois se identifica com a
leitura do dia, por isso não se pode colocar qualquer música
como aclamação, não basta que tenha a palavra aleluia.
No tempo da Quaresma não se tem o Aleluia.
5. Evangelho
Antes da proclamação do Evangelho, se estiver sendo feito uso de
incenso, o sacerdote ou o diácono, incensará e logo a seguir a leitura
do Evangelho.
O texto do Evangelho é sempre retirado dos livros canônicos de
Mateus, Marcos, Lucas e João, e jamais pode ser omitido. Ao encerrar a
leitura do Evangelho, o sacerdote ou diácono profere a expressão:
"Palavra da Salvação!" e toda a comunidade glorifica ao Senhor,
dizendo: "Glória a vós, Senhor!". Neste momento, o sacerdote ou
diácono, em sinal de veneração à Palavra de Deus beija-a (rezando em
silêncio: "Pelas palavras do santo Evangelho sejam perdoados os
nossos pecados") e todo o povo pode voltar a se sentar.
6. Homilia
A homilia nos recorda o Sermão da Montanha, quando Jesus subiu
o Monte das Oliveiras para ensinar todo o povo reunido. Observe-
se que o altar já se encontra, em relação aos bancos onde estão os
fiéis, em ponto mais alto, aludindo claramente a esse episódio.
Da mesma forma como Jesus ensinava com autoridade, após sua
ascensão, a Igreja recebeu a incumbência de pregar a todos os
povos e ensinar-lhes a observar tudo aquilo que Cristo pregou. A
autoridade de Cristo foi, portanto, passada à Igreja.
A homilia é o momento em que o sacerdote, como homem de Deus,
traz para o presente aquela palavra pregada por Cristo há dois mil
anos. Neste momento, devemos dar ouvidos aos ensinamentos do
sacerdote, que são os mesmos ensinamentos de Cristo, pois foi o
próprio Cristo que disse: "Quem vos ouve, a mim ouve. Quem vos
rejeita, a mim rejeita" (Lc 10,16). Logo, toda a comunidade deve
prestar atenção às palavras do sacerdote.
7. Profissão De Fé (Credo)
Encerrada a homilia, todos ficam de pé para recitar o
Credo que é um resumo da fé católica, que nos distingue
das demais religiões. É como que um juramento público,
como nos lembra o Pe. Luiz Cechinatto.
Embora existam outros Credos católicos, expressando uma
única e mesma verdade de fé, durante a missa costuma-se
recitar o Símbolo dos Apóstolos, oriundo do séc. I, ou o
Símbolo Niceno-Constantinopolitano, do séc. IV. O
primeiro é mais curto, mais simples; o segundo, redigido
para eliminar certas heresias a respeito da divindade de
Cristo, é mais longo, mais completo. Na prática, usa-se o
segundo nas grandes solenidades da Igreja.
8. Oração Da Comunidade
Na oração universal ou oração dos fiéis, o povo responde de
certo modo à palavra de Deus acolhida na fé e exercendo a
sua função sacerdotal, eleva preces a Deus pela salvação de
todos. Convém que normalmente se faça esta oração nas
Missas com o povo, de tal sorte que se reze pela Santa
Igreja, pelos governantes, pelos que sofrem necessidades,
por todos os seres humanos e pela salvação do mundo
inteiro
As necessidades da Igreja

 As autoridades públicas.
 Os doentes, abandonados e desempregados.
 A paz e a salvação do mundo inteiro.
 As necessidades da Comunidade Local

O povo, de pé, exprime a sua súplica, seja por uma


invocação comum após as intenções proferidas, seja por
uma oração em silêncio.
RITO SACRAMENTAL
Na liturgia eucarística atingimos o ponto alto da celebração. Durante
ela a Igreja irá tornar presente o sacrifício que Cristo fez para nossa
salvação. Não se trata de outro sacrifício, mas sim de trazer à nossa
realidade a salvação que Deus nos deu. Durante esta parte a Igreja
eleva ao Pai, por Cristo, sua oferta e Cristo dá-se como oferta por nós
ao Pai, trazendo-nos graças e bênçãos para nossas vidas.
É durante a liturgia eucarística que podemos entender a missa como
uma ceia, pois afinal de contas nela podemos enxergar todos os
elementos que compõem uma: temos a mesa - mais propriamente a
mesa da Palavra e a mesa do Pão. Temos o pão e o vinho, ou seja, o
alimento sólido e líquido presentes em qualquer ceia. Tudo conforme
o espírito da ceia pascal judaica, em que Cristo instituiu a eucaristia.
E de fato, a Eucaristia no início da Igreja era celebrada em uma ceia
fraterna. Aos poucos foi sendo inserida a celebração da palavra de
Deus antes da ceia fraterna e da consagração. Já no século II a liturgia
da Missa apresentava o esquema que possui hoje em dia. A liturgia
eucarística divide-se em: apresentação das oferendas, oração
eucarística e rito da comunhão.
1. Apresentação das Oferendas
A liturgia eucarística divide-se em: apresentação das oferendas, oração
eucarística e rito da comunhão.
Analisemos inicialmente os elementos do ofertório: o pão o vinho e a água. O
que significam? De fato foram os elementos utilizados por Cristo na última ceia,
mas eles possuem todo um significado especial:
1) o pão e o vinho representam a vida do homem, o que ele é, uma vez que
ninguém vive sem comer nem beber;
2) representam também o que o homem faz, pois ninguém vai à roça colher
pão nem na fonte buscar vinho;
3) em Cristo o pão e o vinho adquirem um novo significado, tornando-se o
Corpo e o Sangue de Cristo. Como podemos ver, o que o homem é, e o que o
homem faz adquirem um novo sentido em Jesus Cristo.
E a água? Durante a apresentação das oferendas, o sacerdote mergulha
algumas gotas de água no vinho. E o porquê disso? Sabemos que no tempo de
Jesus os judeus bebiam vinho diluído em um pouco de água, e certamente
Cristo também devia fazê-lo, pois era verdadeiramente homem. Por outro lado,
a água quando misturada ao vinho adquire a cor e o sabor deste. Ora, as gotas
de água representam a humanidade que se transforma quando diluída em
Cristo.
Os tempos da preparação das oferendas:
a) Preparação do altar
“Em primeiro lugar prepara-se o altar ou a mesa do Senhor, que é o
centro de toda liturgia eucarística, colocando-se nele o corporal, o
purificatório, o cálice e o missal, a não ser que se prepare na
credência”(IGMR 49).
b) Procissão das oferendas
Neste momento, trazem-se os dons em forma de procissão.
Lembrando que o pão e o vinho representam o que é o homem e o
que ele faz, esta procissão deve revestir-se do sentimento de
doação, ao invés de ser apenas uma entrega da água e do vinho ao
sacerdote.
c) Apresentação das oferendas a Deus
O sacerdote apresenta a Deus as oferendas através da fórmula:
Bendito sejais... e o povo aclama: Bendito seja Deus para sempre...
d) A coleta do ofertório
Já nas sinagogas hebraicas, após a celebração da Palavra de Deus,
as pessoas costumavam deixar alguma oferta para auxiliar as
pessoas pobres. E de fato, este momento do ofertório só tem
sentido se reflete nossa atitude interior de dispormos os nossos
dons em favor do próximo. Aqui, o que importa não é a
quantidade, mas sim o nosso desejo de assim como Cristo, nos
darmos pelo próximo. Representa o nosso desejo de nos tornarmos
eucaristia.
e) O lavar as mãos
Após o sacerdote apresentar as oferendas ele lava suas mãos.
Antigamente, quando as pessoas traziam os elementos da
celebração de suas casas, este gesto tinha caráter utilitário, pois
após pegar os produtos do campo era necessário que lavasse as
mãos. Hoje em dia este gesto representa a atitude, por parte do
sacerdote, de tornar-se puro para celebrar dignamente a eucaristia.
f) O Orai Irmãos...
Agora o sacerdote convida toda assembléia a unir suas orações
à ação de graças do sacerdote.
O povo responde: Receba O Senhor....por tuas mãos padre este
sacrificio..
g) Oração sobre as Oferendas
Esta oração coleta os motivos da ação de graças e lança no que
segue, ou seja, a oração eucarística. Sempre muito rica, deve
ser acompanhada com muita atenção e confirmada com o
nosso amém!
2. A Oração Eucarística
É na oração eucarística em que atingimos o ponto alto da celebração.
Nela, através de Cristo que se dá por nós, mergulhamos no mistério da
Santíssima Trindade, mistério da nossa salvação:
“A oração eucarística é o centro e ápice de toda celebração, é prece de
ação de graças e santificação. O sacerdote convida o povo a elevar os
corações ao Senhor na oração e na ação de graças e o associa à prece
que dirige a Deus Pai por Jesus Cristo em nome de toda comunidade. O
sentido desta oração é que toda a assembléia se una com Cristo na
proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício”
(IGMR 54).
a) Prefácio
Após o diálogo introdutório, o prefácio possui a função de introduzir a
assembléia na grande ação de graças que se dá a partir deste ponto.
Existem inúmeros prefácios, abordando sobre os mais diversos temas:
a vida dos santos, Nossa Senhora, Páscoa etc.
b) O Santo
É a primeira grande aclamação da assembléia a Deus Pai em Jesus Cristo. O correto é que seja
sempre cantado, levando-se em conta a maior fidelidade possível à letra da oração original.
Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do Universo (Is 6, 3; Ap 4,8)
O céu e a terra proclamam a Vossa gloria (Is6, 3)
Hosana nas alturas (Mt 21, 9; Mc 11, 10)
Bendito O que vem
em nome do Senhor (Sl 118, 26; Mt 21,9; Mc 11, 9; Lc 19, 28)
Hosana nas alturas (Mt 21, 9; Mc 11, 10)
O que quer dizer Hosana: é uma transcrição que vem do hebráico que significa: “Dá a salvação”,
depois foi usada como aclamação de louvor.
Nas alturas é um louvor dirigido a Deus que habita no mais alto dos céus. É a exclamação perante
a infinita grandeza de Deus.
Bendito o que vem é uma aclamação messiânica: No novo testamento, o que vem é um
título messiânico.
Sinfonia da unidade, o Sanctus reúne num só louvor o universo cósmico, o mundo
angélico, os santos do céu e a Igreja da terra.
c) A invocação do Espírito Santo - EPICLESE
Através dele Cristo realizou sua ação quando presente na história e a
realiza nos tempos atuais. A Igreja nasce do espírito Santo, e este é
invocado sobre os dons, de modo que se convertam, para nós no
Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.. depois ora pela
comunidade para que,. Participando nos frutos da Eucarística, “seja
reunida pelo Espírito Santo, num só corpo”. A primeira epíclese
(invocação) chama-se consagrante; a segunda de comunhão. Por
meio de invocações especiais, a Igreja implora o poder do Espírito
Santo, para que os dons oferecidos pelos homens sejam
consagrados, isto é, se convertam no corpo e sangue de Cristo, e
para que a vítima imaculada, que vai ser recebida na comunhão,
opere a salvação daqueles que dela vão participar.
d) A consagração
Deve ser toda acompanhada por nós. É reprovável o hábito de
permanecer-se de cabeça baixa durante esse momento. Reprovável
ainda é qualquer tipo de manifestação quando o sacerdote ergue a
hóstia, pois este é um momento sublime e de profunda adoração.
Nesse momento o mistério do amor do Pai é renovado em nós.
Cristo dá-se por nós ao Pai trazendo graças para nossos corações.
Daí ser esse um momento de profundo silêncio.
e) Preces e intercessões
Reconhecendo a ação de Cristo pelo Espírito Santo em nós, a Igreja
pede a graça de abrir-se a ela, tornando-se uma só unidade. Pede
para que o papa e seus auxiliares sejam capazes de levar o Espírito
Santo a todos. Pede pelos fiéis que já se foram e pede a graça de, a
exemplo de Nossa Senhora e dos santos, os fiéis possam chegar ao
Reino para todos preparados pelo Pai.
f) Doxologia Final
É uma espécie de resumo de toda a oração eucarística, em que o
sacerdote tendo o Corpo e Sangue de Cristo em suas mãos louva ao
Pai e toda assembléia responde com um grande “amém”, que
confirma tudo aquilo que ela viveu. O sacerdote a diz sozinho.
“Na Eucaristia, o sacrifício de Cristo torna-se também o
sacrifício dos membros do seu corpo. A vida dos fiéis, seu louvor, o
seu sofrimento, a sua oração, o seu trabalho unem-se aos de Cristo
e à sua total oblação, adquirindo assim um novo valor” . O
sacrifício de Cristo presente sobre o altar proporciona a todas as
gerações de cristãos a possibilidade de se unirem à sua oblação.
Catecismo da Igreja Católica, 1368.

Ao pronunciar a doxologia, o sacerdote eleva o pão e o vinho num


gesto de oferenda que traduz, ao mesmo tempo, a história do
mundo e o seu destino último.
3. Rito da Comunhão
A oração eucarística representa a dimensão vertical da Missa, em
que nos unimos plenamente a Deus em Cristo. Após alcançarmos a
comunhão com Deus Pai, o desencadeamento natural dos fatos é o
encontro com os irmãos, uma vez que Cristo é único e é tudo em
todos. Este é o momento horizontal da Missa. Tem também esse
momento o intuito de preparar-nos ao banquete eucarístico.
a) O Pai-Nosso
É o desfecho natural da oração eucarística. Uma vez que unidos a
Cristo e por ele reconciliados com Deus, nada mais oportuno do que
dizer: Pai nosso... Esta oração deve ser rezada em grande exaltação,
se for cantada, deve seguir exatamente as palavras ditas por Cristo,
quando as ensinou aos discípulos. Após o Pai Nosso segue o seu
embolismo, ou seja, a continuação do último pensamento da
oração. Segue aqui uma observação: o único local em que não
dizemos “amém” ao final do Pai Nosso é na Missa, dada a
continuidade da oração expressa no embolismo.
b) Oração pela paz
Uma vez reconciliados em Cristo, pedimos que a paz se estenda a todas as
pessoas, presentes ou não, para que possam viver em plenitude o mistério de
Cristo. Pede-se também a Paz para a Igreja, para que, desse modo, possa
continuar sua missão. Esta oração é rezada somente pelo sacerdote.
c) O cumprimento da Paz
É um gesto simbólico, uma saudação pascal. Por ser um gesto simbólico não
há a necessidade em sair do local para cumprimentar a todos na Igreja. Se
todos tivessem em mente o simbolismo expresso nesse momento não seria
necessária a dispersão que o caracteriza na maioria dos casos.
d) O Cordeiro de Deus
O sacerdote e a assembléia se preparam em silêncio para a comunhão. Neste
momento o padre mergulha um pedaço do pão no vinho, representando a
união de Cristo presente por inteiro nas duas espécies. A seguir todos
reconhecem sua pequenez diante de Cristo e como o Centurião exclamam:
“Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma
só palavra e serei salvo.” Cristo não nos dá apenas sua palavra, mas dá-se por
amor a cada um de nós.
d) O Cordeiro de Deus
O sacerdote e a assembléia se preparam em silêncio para a comunhão. Neste
momento o padre mergulha um pedaço do pão no vinho, este ato tem alguns
significados:
Fermentum: um pedaço de pão consagrado na missa do Papa era levado aos
presbíteros das igrejas de Roma que em virtude do serviço que asseguravam
junto dos fiéis, não podiam estar presentes na missa papal. Manifestava-se,
desse modo, a unidade do presbiterium, isto é, a união dos sacerdotes de Roma
com o papa.
Sancta: pães consagrados que eram levados aos moribundos, mas quando estes
tornavam-se excessivamente duros, eram substituídos, então, para poderem ser
consumidos mais facilmente, eram amolecidos molhando-os no vinho
consagrado.
O pão e o vinho eucarísticos representam o Corpo e o Sangue de Cristo. No altar,
aparentemente separados, o que representam a morte de Cristo. Ao reuní-los,
então no cálice querer-se-ia significar a ressurreição que reunia “para sempre,
para a vida eterna, a alma e o corpo de Cristo”.
nesse instante o sacerdote pronuncia a seguinte oração: “Esta união do Corpo e
do Sangue de Jesus, o Cristo e Senhor nosso, que vamos receber, nos sirva para a
vida eterna
e) A comunhão
Sendo a celebração eucarística a ceia pascal, convém que, segundo
a ordem do Senhor, o seu Corpo e Sangue sejam recebidos como
alimento espiritual pelos fiéis devidamente preparados. Esta é a
finalidade da fração do pão e os outros ritos preparatórios, pelos
quais os fiéis são imediatamente encaminhados à Comunhão.
f) Oração após a comunhão
Infelizmente criou-se o mau costume em nossas assembléias de se
fazer essa oração após os avisos, como uma espécie de convite
apressado para se ir embora. Esta oração liga-se ainda a liturgia
eucarística, e é o seu fechamento, pedindo a Deus as graças
necessárias para se viver no dia-a-dia tudo que se manifestou
perante a assembléia durante a celebração.
Ritos Finais

“O rito de encerramento da Missa consta fundamentalmente de três


elementos: a saudação do sacerdote, a bênção, que em certos dias e
ocasiões é enriquecida e expressa pela oração sobre o povo, ou por
outra forma mais solene, e a própria despedida, em que se despede
a assembléia, afim de que todos voltem às suas atividades
louvando e bendizendo o Senhor com suas boas obras” (IGMR n.º
57).
b) Benção Final
Ritos Finais
Após, segue-se a bênção do sacerdote e a despedida. Para alguns liturgistas,
esse momento é um momento de envio, pois o sacerdote abençoa os fiéis
para que estes saiam pelo mundo louvando a Deus com palavras e gestos,
contribuindo assim para sua transformação. Vejamos o porquê disso.
c) Avisos
Sem demais delongas, este momento é o oportuno para dar-se avisos à
comunidade, bem como para as últimas orientações do presidente da
celebração.
d) Despedida
Passando a despedida para o latim ela soa da seguinte forma: “Ite, Missa est”.
Traduzindo-se para o português, soa algo como “Ide, tendes uma bênção e
uma missão a cumprir”, pois em latim, missa significa missão ou demissão,
como também pode significar bênção. Nesse sentido, eucaristia significa
bênção, o que não deixa de ser uma realidade, já que através da doação de
seu Filho, Deus abençoa toda a humanidade. De posse desta boa-graça dada
pelo Pai, os cristãos são re-enviados ao mundo para que se tornem eucaristia,
fonte de bênçãos para o próximo. Desse modo a Missa reassume todo seu
significado.

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