Evolução DO Desempenho DE Revestimento Refratário para Linha DE Escória DE Panela DE AÇO NA Usiminas Ipatinga
Evolução DO Desempenho DE Revestimento Refratário para Linha DE Escória DE Panela DE AÇO NA Usiminas Ipatinga
Evolução DO Desempenho DE Revestimento Refratário para Linha DE Escória DE Panela DE AÇO NA Usiminas Ipatinga
Resumo
A partir de 2008, a Usiminas deu início a um conjunto de ações visando aumentar a
vida do revestimento refratário para panelas de aço e impulsionar o desenvolvimento
tecnológico nessa área. A limitação do revestimento era o desempenho dos tijolos
empregados na linha de escória. Nesse sentido, são apresentados e discutidos os
resultados de análises que evidenciam a evolução das principais propriedades de
tijolos MgO-C empregados nesta região. A sua caracterização permanente propiciou
a seleção daqueles com propriedades mais adequadas para fazer frente às variáveis
de processos, além de auxiliar os fabricantes de refratários para o desenvolvimento
desses materiais. Estes esforços proporcionaram o aumento médio da campanha do
revestimento de aproximadamente 6%, desde o início das ações em 2008, sem
aumento de custo.
Palavras-chave: MgO-C; Refratário; Panela de aço; Linha de escória.
Abstract
Since 2008, Usiminas has initiated a series of actions aiming to increase the life of
the refractory lining for the steel ladles and boost technological development in this
area. The limitation of the lining was the performance of the bricks used in the slag
line. In this sense, the results of tests that show the evolution of the main properties
of MgO-C bricks used in this area are presented and discussed. The permanent
characterization has permitted the selection of those with best suited properties for
the Usiminas process conditions, and assisted refractory suppliers in the
development of these materials. These efforts provided an average increase in the
lining campaign about 6%, since the beginning of the actions in 2008, without
increase the cost.
Keywords: MgO-C; Refractory; Steel ladle; Slag line.
1
Contribuição técnica ao 43º Seminário de Aciaria – Internacional, 20 a 23 de maio de 2012, Belo
Horizonte, MG, Brasil.
2
Membro da ABM; Engenheira de Materiais, MSc; Centro de Tecnologia Usiminas - Unidade de
Ipatinga, Usiminas; Ipatinga, MG.
3
Membro da ABM; Engenheiro Metalurgista, MSc; Gerência de Preparação e Abastecimento,
Usiminas; Ipatinga, MG.
4
Membro da ABM; Engenheiro Metalurgista; Gerência de Preparação e Abastecimento, Usiminas;
Ipatinga, MG.
179
1 INTRODUÇÃO
2 MATERIAL E MÉTODOS
180
2.3 Resistência ao Dano por Choque Térmico
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
181
(a) (b)
Figura 1. Fotomicrografia de um campo típico de amostras de tijolos de MgO-C para linha de escória
após coqueificação a 1.400°C, durante 5 horas, apontando a presença de agregados de MgO de alta
(1) e baixa densidade (2) referentes ao período de: (a) 2009; e (b) 2011.
182
(a)
(b) (c)
Figura 2. Fotomicrografia (a), ampliação do campo (1) e microanálise (c) do campo (5) de uma
amostra de tijolo de MgO-C para linha de escória após coqueificação a 500°C, durante 5 horas,
evidenciando Al metálico (2), MgO (3), grafita (4) e B4C (5).
183
(Equação 3) preencheu os poros entre as lamelas de grafita e recobriu a superfície
do carbono (Figura 3).
184
25,00
23,00
21,00
(MPa)
19,00
17,00
15,00
13,00
11,00
2009 2010 2011
Figura 4. Evolução da resistência mecânica a quente (), a 1.400°C, em atmosfera de nitrogênio,
após patamar de 30 minutos na temperatura de ensaio, de tijolos refratários MgO-C empregados na
linha de escória de panelas de aço.
2009 2011
1 cm
Figura 5. Seção longitudinal dos corpos-de-prova após teste de choque térmico em forno a indução
(2 ciclos térmicos: metal líquido 1.500°C-1.550°C durante 60 s fluxo de nitrogênio durante
10 minutos).
185
Esta tendência também pode ser observada através da Figura 6, na qual é
apresenta fotografia do aspecto do revestimento refratário da linha de escória de
panelas em 2009, evidenciando o lascamento dos tijolos e uma fotografia do
aspecto do revestimento empregado atualmente.
(a) (b)
Figura 6. Fotografia do aspecto do revestimento refratário da linha de escória de panelas de aço da
Usiminas (Ipatinga) evidenciando o (a) lascamento em 2009; e (b) o aspecto atual.
186
100
60
40
20
0
2009 2010 2011
Figura 7. Evolução do índice de oxidação, a 1.400°C, após patamar de 30 minutos na temperatura de
ensaio, de tijolos refratários MgO-C empregados na linha de escória de panelas de aço.
187
20,00
18,00
16,00
12,00
10,00
8,00
6,00
4,00
2009 2010 2011
Figura 8. Evolução do índice de desgaste, após ensaio de ataque por escória em forno rotativo, de
tijolos refratários MgO-C empregados na linha de escória de panelas de aço.
4 RESULTADOS INDUSTRIAIS
188
O aspecto visual do revestimento apresentado na Figura 6 aponta para melhoria de
um dos principais mecanismos de desgaste da linha de escória – lascamento dos
tijolos. Esta propriedade está associada à resistência mecânica e ao dano por
choque térmico.
Contudo, o desenvolvimento de refratários que contemplem o compromisso entre as
propriedades físicas (alta flexibilidade, elevada resistência mecânica e à erosão) e
químicas (elevada resistência à corrosão, incluindo a resistência à oxidação) não é
uma tarefa fácil. Há vários anos, a indústria de refratários tem concentrado esforços
de pesquisa e desenvolvimento nesse sentido. Porém, os esforços clássicos para
maximizar as propriedades físicas, normalmente produzem efeitos negativos nas
propriedades de natureza química e vice-versa.
O desafio para os fornecedores de refratário é buscar o equilíbrio entre estas
propriedades, uma vez que, com o aumento da resistência mecânica a quente, o
refratário apresentará uma estrutura mais rígida, possibilitando a maior propagação
de trincas e, consequentemente, redução da resistência ao dano por choque
térmico.
Desta forma, destaca-se o empenho dos fornecedores de refratários na busca do
ponto de equilíbrio entre estas propriedades. Os resultados indicaram o aumento da
resistência mecânica a quente dos materiais sem afetar negativamente a resistência
ao dano por choque térmico.
5 CONCLUSÕES
189
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190