223 2012 PDF
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gadas nos termos do n.º 11 do artigo 10.º do Decreto-Lei palácios e monumentos afetos à DGPC com outras entida-
n.º 86-A/2011, de 12 de julho, manda o Governo, pelo des, públicas e privadas, nacionais e estrangeiras;
Ministro de Estado e das Finanças e pelo Secretário de c) Assegurar, em articulação com o Departamento de
Estado da Cultura, o seguinte: Estudos, Projetos, Obras e Fiscalização (DEPOF), a re-
novação e requalificação das instalações e a aquisição
Artigo 1.º de equipamentos para os palácios e monumentos afetos
à DGPC;
Estrutura nuclear da Direção-Geral do Património Cultural
d) Promover e desenvolver, em articulação com o Depar-
1 — Integram a estrutura nuclear dos serviços centrais tamento de Museus, Conservação e Credenciação (DMCC)
da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) as se- e com o DEPOF, projetos internacionais, designadamente
guintes unidades orgânicas: junto dos países de língua oficial portuguesa, de inter-
câmbio de saberes e práticas entre profissionais das áreas
a) O Departamento dos Bens Culturais;
disciplinares no âmbito das competências da DGPC;
b) O Departamento de Museus, Conservação e Cre-
e) Pronunciar-se, no âmbito das competências do De-
denciação;
partamento, sobre o interesse cultural de atividades ou
c) O Departamento de Estudos, Projetos, Obras e Fis-
sobre a utilidade pública de entidades com intervenção
calização;
no setor da DGPC;
d) O Departamento de Planeamento, Gestão e Con-
f) Propor normas e orientações técnicas para a salva-
trolo.
guarda, conservação e valorização de monumentos, con-
juntos, sítios, bens imóveis classificados ou em vias de
2 — Integram a estrutura nuclear da DGPC os seguintes classificação, bem como dos imóveis situados em zonas
serviços dependentes: de proteção;
a) Museu Nacional de Arte Antiga; g) Pronunciar-se sobre as alterações da legislação no do-
b) Convento de Cristo; mínio do património arquitetónico e arqueológico e propor
c) Mosteiro de Alcobaça; normas e orientações técnicas para as suas práticas;
d) Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém; h) Promover, em articulação com o DEPOF, o plano
e) Mosteiro de Santa Maria da Vitória (Batalha); regional de intervenções prioritárias em matéria de estudo
f) Palácio Nacional da Ajuda; e salvaguarda do património arquitetónico e arqueológico
g) Palácio Nacional de Mafra; classificado, bem como os programas e projetos anuais e
h) Palácio Nacional de Queluz; plurianuais para a sua conservação, restauro e valorização,
i) Palácio Nacional de Sintra; assegurando a respetiva promoção e execução nos imóveis
j) Museu do Chiado/Museu Nacional de Arte Contem- afetos à DGPC na circunscrição territorial que corresponde
porânea/Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves; ao nível II da Nomenclatura das Unidades Territoriais para
k) Museu Nacional de Arqueologia; Fins Estatísticos (NUTS), estabelecida pelo Decreto-Lei
l) Museu Nacional do Azulejo; n.º 46/89, de 15 de fevereiro, para o território continental
m) Museu Nacional dos Coches e anexo em Vila Vi- de Lisboa e Vale do Tejo;
çosa; i) Propor a suspensão ou o embargo administrativo de
n) Museu Nacional de Etnologia/Museu de Arte Po- trabalhos licenciados ou efetuados em desconformidade
pular; com a lei ou em desrespeito pelo respetivo ato permissivo,
o) Museu Nacional de Machado de Castro; bem como propor a sua demolição total ou parcial se for
p) Museu Nacional de Soares dos Reis; caso disso;
q) Museu Nacional do Teatro; j) Prestar serviços de consultoria ou de apoio técnico,
r) Museu Nacional do Traje. tanto a entidades públicas como privadas, referente ao patri-
mónio classificado e em vias de classificação, bem como ao
3 — Os departamentos e os serviços dependentes enun- património cultural de origem portuguesa, designadamente
ciados no número anterior são dirigidos, respetivamente, às ações de salvaguarda do património cultural;
por diretores de serviços e diretores, cargos de direção k) Participar na preparação e execução de acordos cultu-
intermédia do 1.º grau. rais no domínio das atribuições da DGPC, em articulação
com o Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação
Artigo 2.º Culturais (GEPAC), no caso de acordos internacionais.
Departamento de Bens Culturais
2 — São competências do DBC, na área do património
1 — Ao Departamento de Bens Culturais, abreviada- arquitetónico:
mente designado por DBC, compete:
a) Coordenar os procedimentos de licenciamento e au-
a) Monitorizar a aplicação das convenções internacio- torização de realização de obras em bens imóveis clas-
nais no âmbito das áreas das atribuições e competências sificados ou em vias de classificação, na circunscrição
da DGPC, nomeadamente da UNESCO e do Conselho territorial da NUTS II de Lisboa e Vale do Tejo, bem como
da Europa, e em particular a Convenção para a Proteção os instruídos pelas direções regionais de cultura (DRC) nas
do Património Mundial, Cultural e Natural, através da suas circunscrições territoriais;
aplicação das suas orientações técnicas; b) Coordenar os procedimentos de licenciamento e au-
b) Assegurar a implementação dos planos anuais de torização de realização de obras nas zonas de proteção
atividades dos palácios e dos monumentos inscritos na de imóveis classificados ou em vias de classificação na
lista do património mundial afetos à DGPC, organizando circunscrição territorial da NUTS II de Lisboa e Vale do
e tratando a respetiva informação, bem como dinamizar e Tejo, ou dos instruídos pelas DRC no caso dos imóveis
acompanhar a execução de atividades de cooperação dos afetos à DGPC;
3878 Diário da República, 1.ª série — N.º 142 — 24 de julho de 2012
c) Pronunciar-se sobre planos, projetos, trabalhos e dos conhecimentos sobre o património cultural náutico e
ações de iniciativa de entidades, públicas ou privadas, subaquático.
no âmbito do ordenamento do território, do ambiente,
do planeamento urbanístico, do fomento turístico e de 4 — São competências do DBC, na área dos bens imóveis:
obras públicas, bem como promover ou participar na
elaboração desses planos e projetos, nomeadamente nos a) Propor e promover, na circunscrição territorial da
planos de pormenor de salvaguarda e propor formas de NUTS II de Lisboa e Vale do Tejo, a classificação ou a
articulação da DGPC com as entidades competentes da inventariação de bens culturais imóveis, bem como a de-
área da administração do território e do ambiente para finição ou redefinição das zonas especiais de proteção, e
a salvaguarda do património cultural arquitetónico e ar- coordenar os procedimentos nas restantes circunscrições
queológico; territoriais do continente, bem como propor a conversão
d) Pronunciar-se sobre a expropriação ou sobre o exer- de anteriores procedimentos, nomeadamente a desclassi-
cício do direito de preferência por parte do Estado sobre ficação;
bens imóveis classificados ou em vias de classificação, b) Sistematizar, desenvolver, organizar e manter atuali-
bem como sobre os situados nas zonas de proteção loca- zado o Inventário Geral do Património Cultural no âmbito
lizadas na circunscrição territorial da NUTS II de Lisboa das competências da DGPC, bem como os inventários já
e Vale do Tejo; existentes, designadamente o inventário respeitante aos
e) Propor, em articulação com o DEPOF e com as DRC, imóveis classificados, em articulação com o Sistema de
orientações e medidas preventivas visando a conservação pre- Informação para o Património Arquitetónico (SIPA) e o
ventiva do património cultural arquitetónico e arqueológico. sistema de informação relativos às bases de dados geor-
referenciadas;
3 — São competências do DBC, na área do património c) Assegurar os registos patrimoniais de classificação
arqueológico: e de inventário.
a) Estudar e propor a definição de normas a que deve 5 — São competências do DBC, na área dos bens móveis:
obedecer o impacte arqueológico de obras, públicas ou
privadas, em meio terrestre ou subaquático, que envolvam a) Instruir os processos de classificação e desclassi-
remoção ou revolvimento substancial de terras e as inter- ficação de bens culturais móveis, nos termos da lei, e
venções arqueológicas necessárias em empreendimentos, pronunciar-se sobre as propostas de classificação ou de
públicos ou privados, que envolvam significativas trans- inventariação de bens culturais móveis que não integrem
formações da topografia ou paisagem, bem como do leito o acervo dos museus e serviços dependentes da DGPC;
ou subsolo de águas interiores ou territoriais, para garantir b) Organizar e manter atualizado o sistema de informa-
medidas minimizadoras e de salvamento; ção dos bens culturais móveis, classificados ou em vias de
b) Propor a criação de parques ou reservas arqueológicas classificação, e proceder à disponibilização dessa informa-
de proteção e assegurar a sua fiscalização; ção, assegurando o respeito pelos direitos consagrados na
c) Propor a autorização, fiscalizar tecnicamente e acom- Constituição e estabelecidos em matéria de proteção de
panhar a realização dos trabalhos arqueológicos no subsolo dados pessoais;
ou no meio aquático e submeter a aprovação os respetivos c) Assegurar os serviços de inspeção de bens culturais
relatórios; móveis classificados e propor as medidas necessárias à
d) Credenciar, nos termos a definir em diploma próprio, salvaguarda de bens culturais móveis, classificados ou em
entidades empresariais que exerçam a sua atividade no vias de classificação, e adotar as providências previstas
domínio da arqueologia; na lei, de forma a assegurar a sua adequada proteção e
e) Promover a avaliação de bens provenientes de tra- salvaguarda;
balhos arqueológicos ou achados fortuitos, bem como as d) Pronunciar-se sobre pedidos de expedição e expor-
medidas necessárias à sua conservação e propor o seu local tação, temporária ou definitiva, de bens culturais móveis
de recolha e depósito provisório; e acompanhar a importação e admissão de bens culturais
f) Acompanhar o depósito de bens arqueológicos e pre- móveis, nos termos da lei, tendo em vista a salvaguarda e
caver a respetiva inventariação e classificação, promo- valorização do património cultural móvel e a prevenção
vendo a constituição de uma rede nacional de depósitos de do tráfico ilícito de bens culturais;
bens provenientes de trabalhos arqueológicos ou achados e) Pronunciar-se sobre propostas de aquisição de pa-
fortuitos e propor as incorporações definitivas, em articu- trimónio cultural móvel e sobre o exercício do direito de
lação com a Divisão de Museus e Certificação; preferência do Estado, em caso de venda ou dação em
g) Pronunciar-se sobre os programas de atividades dos pagamento de bens culturais móveis;
museus e sítios arqueológicos e assegurar a respetiva arti- f) Acompanhar as matérias relativas à restituição de
culação, no âmbito da valorização e da divulgação; bens culturais móveis entre Estados da União Europeia
h) Promover a salvaguarda, estudo e valorização dos ou de outros Estados em condições de reciprocidade e,
bens arqueológicos náuticos e subaquáticos, móveis e imó- nesse âmbito, pronunciar-se sobre pedidos de restituição,
veis, classificados ou em vias de classificação, bem como nos termos da lei.
os não classificados, situados ou não em reservas arque-
ológicas de proteção, designadamente através de ações e 6 — São competências do DBC, na área dos bens ima-
programas a desenvolver por imperativos de emergência, teriais:
de ordem preventiva e de acompanhamento, ou com vista
à verificação, conservação, monitorização, caracterização a) Realizar a inventariação sistemática e atualizada dos
e avaliação de descobertas fortuitas, oficialmente declara- bens que integram o património cultural imaterial, subme-
das ou não, ou ainda através de projetos fundamentados tendo superiormente o registo patrimonial de inventário
no seu manifesto e prioritário interesse para o avanço dos bens imateriais objeto de proteção legal;
Diário da República, 1.ª série — N.º 142 — 24 de julho de 2012 3879
Artigo 6.º
Serviços dependentes MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO MAR,
1 — Aos museus compete prosseguir as funções museo- DO AMBIENTE E DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
lógicas de estudo e investigação, incorporação, inventário
e documentação, conservação, segurança, interpretação e Decreto-Lei n.º 159/2012
exposição e educação definidas na Lei-Quadro dos Museus
de 24 de julho
Portugueses.
2 — Aos palácios nacionais e monumentos Património A zona costeira assume uma crescente importância estra-
da Humanidade compete salvaguardar, valorizar, recolher, tégica em termos ambientais, económicos, sociais, culturais
investigar e colocar à fruição pública os testemunhos que, e recreativos. O aproveitamento das suas potencialidades
pela sua importância civilizacional, histórica, cultural, e a resolução dos inerentes conflitos de interesses têm
artística e estética, assumem particular relevância para a grande relevo no âmbito de uma política de desenvolvi-
afirmação da identidade nacional. mento sustentável, que se pretende apoiada numa gestão