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Esclerose Múltipla

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ESCLEROSE

MÚLTIPLA

Dra Laís Moreira Medeiros


Uncisal - FAMED
ESCLEROSE MÚLTIPLA

✓ Doença autoimune que acomete o SNC, mais


especificamente a substância branca, causando
desmielinização e inflamação.
✓ Mulheres e adultos jovens na faixa de 18-55 anos de
idade
✓ Raça branca
✓ 2,5 milhões de pessoas no mundo
✓ Taxa de prevalência no Brasil é de 15 :100.000
habitantes
FISIOPATOLOGIA

➡ Doença autoimune
pouco definida
➡ Condição complexa e
heterogênea
➡ Doença de evolução
progressiva e
imprevisível
ESCLEROSE MÚLTIPLA

Reação imune celular Expansão clonal dos


mediada por células T linfócitos T
que são ativados fora do Produção de citocinas
SNC por algum insulto Ativação Expressão de selectinas,
ambiental desconhecido periférica dos interinas e outras
linfócitos T
moléculas de adesão

Quimioatração
Ruptura da BHE
Passagem dos
Remielinização
linfócitos T
reativos

Reativação dos
Linfócitos T
As células T reativadas Desmielinização
formam o complexo Dano axonal
Em síntese, a EM é uma
trimolecular doença heterogênea na
A reativação linfocitárir sua fisiopatogenia e até
promove estresse oxidativo hoje não se conhece seus
marcadores biológicos!
ESCLEROSE MÚLTIPLA

FATORES GENÉTICOS

✓Famílias com alta incidência da doença


✓Parentes de primeiro grau - 20x
✓Mesmo risco pais, irmãos
✓Improvável um único gene associado
✓Transmissão poligênica?
FATORES AMBIENTAIS

✦ Migração: A EM é uma doença relativamente comum na Europa, Estados


Unidos, Canadá, Nova Zelândia e em partes da Austrália.
✦ Vacinação

✦ Exposição à luz solar: Em locais de baixa exposição solar há maior


incidência de EM, o que poderia estar relacionado a baixa produção de
vitamina D interferindo com a atividade imunológica.
✦ Exposição a fatores estressores

✦ Agentes infecciosos: EBV afeta cerca de 95% da população adulta,


tornando difícil estabelecer a relação do EBV com EM

✦Tabagismo: A incidência de EM nas mulheres tabagistas (acima de 15


cigarros/ dia) é 1,8 maior que em mulheres não fumantes.
ESCLEROSE MÚLTIPLA

FORMAS CLÍNICAS

Remitente- A forma mais comum é a EM-RR,


representando 85% de todos os
recorrente (EM-RR)
casos no início de sua
apresentação.
Primariamente
progressiva (EM-PP) As formas EM-PP e EM-PP com
surto perfazem 10%-15% de todos
Primariamente os casos
progressiva com A forma EM-SP é uma evolução
surto (EM-PP com natural da forma EM-RR em 50%
surto) dos casos após 10 anos do
diagnóstico (em casos sem
Secundariamente tratamento – história natural).
progressiva (EM-SP)
ESCLEROSE MÚLTIPLA

Remitente-recorrente (EM-RR) Primariamente progressiva (EM-PP)

Primariamente progressiva com Secundariamente progressiva


surto (EM-PP com surto) (EM-SP)
ESCLEROSE MÚLTIPLA

Manifestação clínica

1. Se manifesta, na maior parte das vezes, por surtos ou ataques


agudos, podendo entrar em remissão de forma espontânea ou
com o uso de corticosteroides EV

2. Variedade topográfica dos sintomas e sinais neurológicos


recorrentes

3. Caráter evolutivo variável

4. Manifestações clínicas sucessivas

5. Duração mínima de 24h, ausência de febre (pseudo-surto)

6. Atualmente não existe nenhum marcador biológico que


permita identificar a doença e prever sua evolução clínica.
ESCLEROSE MÚLTIPLA

Sintomas mais comuns

Neurite óptica

Paresia ou parestesia de membros

Disfunções da coordenação e equilíbrio

Mielites, disfunções esfincterianas, Sinal de Lhermitte

Sintomas de tronco

Disfunções cognitivo-comportamentais, de forma isolada


ou em combinação.
ESCLEROSE MÚLTIPLA

Neurite óptica

1. Dor ocular

2. Anormalidades na visão de sombras e cores

3. Perda subaguda de visão

4. Idade entre 20 - 55 anos

5. Escotomas central ou para central

6. Pode ocorrer: edema de papila, perda visão bilateral, uveíte


posterior

7. Bom prognóstico: recuperação completa em >50% dos casos


ESCLEROSE MÚLTIPLA
ESCLEROSE MÚLTIPLA

Diagnóstico

CLÍNICO: história + sintomas + achados radiológicos


Sinais e sintomas variáveis e extenso diagnóstico diferencial

Disseminação no Disseminação Disseminação


tempo anatômica espacial /
Ter apresentado Evidência clínica ao temporal a RM
pelo menos dois exame neurológico Critérios de
episódios de alt. de pelo menos duas Barkhoff
neurológica áreas distintas de
consistente com comprometimento de Critérios de
doença subst. branca e/ou McDonald
desmielinizante RM e/ou PEV revisados (2010)
ESCLEROSE MÚLTIPLA

Critérios de McDonald revisados (2010)


ESCLEROSE MÚLTIPLA

RM: lesões justacorticais (Axial Flair),


periventriculares e no corpo caloso (Sagital Flair)
ESCLEROSE MÚLTIPLA

“Dawson fingers “
James Walker Dawson em 1916
ESCLEROSE MÚLTIPLA

RM: lesões infratentorial (Axial Flair) e em


mediula (Sagital T2)
ESCLEROSE MÚLTIPLA

RM: lesões com realce ao contraste em T1 -> atividade de doença


ESCLEROSE MÚLTIPLA

RM: atrofia cortical + “black holes” (buracos negros)


em T1 sem contraste fase crônica da doença
ESCLEROSE MÚLTIPLA
ESCLEROSE MÚLTIPLA

Diagnóstico diferencial

Tumor medular, espodiloartrose cervical,


Compressivas
malformação de Arnold Chiari

Inflamatórias Sarcoidose, vasculite SNC

Colagenoses LES, Sd. Sjogren

Infecciosas HTLV, HIV, Sífilis

Metabólicas Def. VitB12 e Vit E

Paraplegia espástica hereditária, ataxia


Hereditárias
de friedreich, leucodistrofia

Vasculares AVC, CADASIL

Degenerativas ELA

Paraneoplásica Mielopatia, degeneração cerebelares


ESCLEROSE MÚLTIPLA

Diagnóstico diferencial

1. Deficiência de vitamina B12, neurolues ou infecção pelo HIV


apresentam quadros radiológicos semelhantes aos de EM, em
alguns casos.

2. O exame do líquor será exigido apenas no sentido de afastar


outras doenças quando houver dúvida diagnóstica (por exemplo,
suspeita de neurolues, ou seja, VDRL positivo no sangue e
manifestação neurológica).
ESCLEROSE MÚLTIPLA

Escala EDSS

1. O EDSS (Expanded Disability Status Scale) é a escala mais


difundida para avaliação de EM. Possui vinte itens com escores que
variam de 0 a 10, com pontuação que aumenta meio ponto
conforme o grau de incapacidade do paciente.

2. Quantifica a incapacidade em 8 Sist. funcionais


3. É utilizada para o estadiamento da doença e para monitorizar o
seguimento do paciente.
ESCLEROSE MÚLTIPLA
ESCLEROSE MÚLTIPLA

Tratamento

Surto Modificadores de Sintomático


doença
Acelerar a melhora Fadiga, perda de força,
dos sintomas Diminuir a incidência de surtos, reduzir lentificação da marcha,
a incapacidade neurológica futura alterações urinárias,
Metilprednisolona 1 alterações de hábito
g endovenoso dia, O uso precoce modificou a história intestinal, dificuldades de
por 3 a 5 dias natural da doença, não só reduzindo o coordenação, tremor,
consecutivos número de surtos e atrasando a chegada
da incapacidade, mas bloqueando a
progressão da doença em alguns
pacientes
ESCLEROSE MÚLTIPLA

Tratamento

1. O tratamento é preconizado apenas para as formas EM-RR e EM-


SP, pois não há evidência de benefício para as demais.

2. O tratamento inicial deve ser feito com uma das opções dentre o
glatirâmer e as betainterferonas (1a ou 1b), que são igualmente
eficazes no controle das recidivas.

3. Deve ser acompanhado por especialista


ESCLEROSE MÚLTIPLA

Medicamentos
Nome
Medicamento Dose Frequência Via Efeitos colaterais
comercial

22mcg 3x sem Sint. gripais após aplicação,


Interferon beta 1a Rebif SC
44mcg 3x sem reação local, alt. hepática

Sint. gripais após aplicação,


Interferon beta 1a Avonex 30 mcg Semanal IM
reação local, alt. hepática

Dias Sint. gripais após aplicação,


Interferon beta 1b Betaferon 250mcg SC
alternados reação local, alt. hepática

Acetato de Reações locais, palpitação,


Copaxone 20mg Diária SC
glatirames reação alérgica

Cefaléia, tosse, diarréia,


Fingolimode Gilenya 0,5mg Diária Oral
bradicardia, BAV

Natalizumab Tysabri 300mg Mensal EV Alergia, LEMP


ESCLEROSE MÚLTIPLA

Formas variantes EM

1. Síndrome radiológica isolada

2. Síndrome clínica isolada

3. Formas tumefativas ou pseudotumorais

4. Outras doenças desmielinizantes: ADEM (Encefalomielite


aguda disseminada)
Encefalomielite aguda disseminada ADEM

1. Curso classicamente monofásico

2. Polissintomática com sinais dispersos de disfunção multifocal, de


aparecimento simultâneo e súbito.

3. Encefalopatia

4. Muito frequente em crianças


5. Geralmente é precedida por um episódio infeccioso inespecífico
com inflamação
Neuromielite Óptica - DEVIC

1. Doença neurológica que sofreu a maior mudança em seu


entendimento fisiopatológico nos últimos anos

2. Classificada previamente como uma forma variante da esclerose


múltipla

3. Grupo das canalopatias imunomediadas


4. Primeira canalopatia conhecida que afeta o funcionamento da
aquaporina-4 (AQP4) no sistema nervoso central (SNC)

5. Mediação humoral da NMO via autoanticorpos da classe IgG


NEUROMIELITE OPTICA

Neuromielite Óptica - DEVIC

1. Menor prevalência que a EM

2. Mais frequente em asiáticos e afrodescendentes

3. Apresentação clínica semelhante a EM: neurite óptica e sintomas de


mielite
NEUROMIELITE OPTICA

Diagnóstico

1. RM na NO aguda evidencia captação de contraste na porção pré-


quiasmática do nervo óptico em 94% dos casos e hipersinal em T2
em 84%. Na fase de remissão há aumento do sinal do nervo óptico
em T2 em 20% dos casos

2. Lesão medular indicativa da NMO é tipicamente centromedular e


se estende por três ou mais corpos vertebrais, frequentemente
hiperintensa em T2 e hipointensa em T1.

3. Na fase aguda há captação de gadolínio e o edema com


alargamento medular é comum. As lesões cervicais podem se
estender até as porções inferiores do bulbo. Na fase crônica, atrofia
da medula e cavitação central podem ser encontradas
NEUROMIELITE OPTICA

Diagnóstico

1. Imagem cerebral que apoia o diagnóstico da NMO é normal nas


fases iniciais, embora lesões da substância branca pouco específicas
possam ser observadas nas áreas com grande expressão de AQP4
como região periependimária, hipotálamo e tronco encefálico

2. Sensibilidade e a especificidade do teste para detecção da AQP4


sérica variam de acordo com o método utilizado

3. Imunofluorescência indireta: sensibilidade de 60% a 86% e


especificidade de 79% a 100%
NEUROMIELITE OPTICA

Diagnóstico

1. Na fase aguda:
(i) pleocitose, que pode ser maior que 50 células/mm3 em 13 a
35%, habitualmente às custas de linfomononucleares em 14 a 79%
dos pacientes. A presença de neutrófilos e eosinófilos pode ser
encontrada;

(ii) hiperproteinorraquia está pre- sente em 46 a 75% dos casos. A


presença de bandas oligoclonais (BOC) tem sido descrita em até
37% e, diferentemente da EM, pode ser transitória.

2. Na fase crônica: achados semelhantes ou normal


NEUROMIELITE OPTICA

Tratamento

1. Fase aguda: pulsoterapia, plasmaférese, ciclofosfamida

2. Fase crônica: imunossupressão (corticóide, azatioprina, rituximab,


metrotexate)

➡ OBS: O uso de imunomoduladores utilizados na EM não está


indicado na NMO. Há relatos de piora e exacerbações em pacientes
portadores de NMO tratados com beta interferon
NEUROMIELITE OPTICA

Prognóstico

1. Está associado à gravidade e a frequência de recorrência dos even-


tos

2. Cerca de 50% dos pacientes são incapazes de deambular sem


auxílio ou apresentam perda visual total em pelo menos um dos
olhos após cinco anos do início da doença

3. Altas taxas de mortalidade - insuficiência respiratória


Obrigada!

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