Resposta e Pronúncia
Resposta e Pronúncia
Resposta e Pronúncia
1 – RESPOSTA DO RÉU:
Desse modo, percebe-se que a resposta do réu é o primeiro momento em que a defesa
técnica atuará no processo criminal. Além disso, vale salientar que nos casos em que a
citação ocorre por edital, ocorre a suspensão do processo no que se refere ao prazo
prescricional, ficando nesse estado de suspensão até que o acusado ou seu defensor se
manifestem.
Ainda deve-se dar relevância ao artigo 396-A do Código de Processo Penal, visto que o
mesmo elenca tudo o que pode ser arguido pelo advogado na resposta à acusação, sob
pena de preclusão, como, por exemplo, a apresentação de documentos, a alegação de
nulidades, o arrolamento de testemunhas e o protesto pela produção das provas
pretendidas. Assim sendo, tais possibilidades de defesa estarão preclusas caso não sejam
alegadas na resposta do réu, não podendo ser arguidas em momento posterior, de modo
que a defesa do réu ficará prejudicada ao não poder produzir determinada prova a seu
favor, por exemplo.
Por fim, salienta-se que a resposta à acusação não é o momento oportuno para se pleitear
a absolvição do acusado por falta de provas ou para discorrer sobre atenuantes ou causas
de diminuição da pena, pois o juiz não proferirá decisão de mérito neste momento
processual, de acordo com o artigo 386 do código de processo penal. Entretanto, ainda é
possível pleitear nessa fase do processo, conforme já dito anteriormente, a absolvição
sumária do réu ou a rejeição da denúncia.
2 – DECISÃO DE PRONÚNCIA:
Além disso, de acordo com o parágrafo primeiro do artigo 413 do código de processo penal,
o conteúdo da decisão de pronúncia deverá ser sucinto, limitando-se à indicação da
materialidade e dos indícios de autoria, visando não influenciar na convicção e no
entendimento dos jurados convocados. Há também o fato de que a decisão de pronúncia
limita a atuação da acusação a seus termos e se configura como base dos quesitos.
A decisão de pronúncia possui natureza interlocutória mista não terminativa, pois põe fim
apenas ao juízo preliminar de admissibilidade, encaminhando o processo ao tribunal do júri,
onde será julgado o mérito. Vale ressaltar que a pronúncia possui como estrutura a
presença do relatório, da fundamentação e do dispositivo e gera apenas coisa julgada
formal, pois o crime ainda pode ser desclassificado no posterior júri popular (não gera coisa
julgada material).
De acordo com o artigo 581, inciso IV, do código de processo penal, o recurso cabível para
reformar a decisão de pronúncia é o recurso em sentido estrito, sendo que tal recurso é o
adequado porque a decisão de pronúncia é uma decisão interlocutória que não põe fim ao
processo, representando apenas um juízo de admissibilidade.
Na pronúncia, prevalece o princípio chamado in dubio pro societate em casos de dúvida em
relação aos indícios suficientes de autoria e materialidade do crime em questão, ou seja, o
juiz deve sempre decidir em favor da sociedade nesses casos, pronunciando o réu. Desse
modo, há uma série de críticas por parte da doutrina em relação ao uso desse princípio, pois
o mesmo não seria resguardado pela constituição federal de 1988, sendo incompatível com
as garantias constitucionais previstas na carta magna brasileira, como, por exemplo, ao
violar o princípio da presunção de inocência. Assim sendo, é inadmissível que se decida em
desfavor do acusado em casos em que não existam indícios suficientes de autoria e
materialidade.
Uma vez que a pronúncia tenha precluído, caso ocorra o surgimento de uma questão
superveniente no sentido de alterar a capitulação da pronúncia, há o aditamento da
denúncia e, posteriormente, uma nova decisão do juiz, nos termos do artigo 421, parágrafo
primeiro e segundo, do código de processo penal.