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Lei Orgânica Do Munícipio de Divinópolis

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LEI ORGÂNICA DO MUNÍCIPIO DE DIVINÓPOLIS - MG

1ª REVISÃO GERAL ATUALIZADA E COMPILADA

1ª Promulgação - 1990

1ª Revisão Geral - 1998

PREÂMBULO

Nós, representantes do Povo de Divinópolis, reunidos na Câmara Municipal, animados pelo


compromisso de promover a liberdade, a igualdade, o desenvolvimento, a segurança, a justiça
e o bem-estar de todos, promulgamos, sob a proteção do Divino Espírito Santo, a seguinte Lei
Orgânica do Município de Divinópolis.

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º. O Município de Divinópolis integra, com autonomia político-administrativa e


financeira, o Estado de Minas Gerais e a República Federativa do Brasil.

Parágrafo único O Município se organiza e se rege por esta Lei Orgânica e pelas demais leis
que adotar, observados os princípios constitucionais da República e do Estado.

Art. 2º. A sede do Município é a cidade de Divinópolis.

Art. 3º. Todo poder emana do Povo, que o exerce diretamente ou por meio de representantes
por ele eleitos.

§ 1º A soberania popular é exercida:

I – indiretamente: pelo Prefeito e pelos Vereadores, todos eleitos em sufrágio universal e pelo
voto direto.

II – diretamente: nos termos da lei e, em especial, mediante:

a) iniciativa popular, na proposição de leis de interesse local, incluindo emendas à Lei Orgânica
do Município;

b) plebiscito, convocado pela Câmara Municipal, na forma como indicar a lei e nos termos do
Regimento Interno;

c) referendo, autorizado pela Câmara Municipal, nos termos do respectivo Regimento Interno
e quando o indicar a lei;

d) fiscalização dos atos e decisões do Governo Municipal, bem como da prestação de serviços
públicos, inclusive quando outorgados a concessionários;
e) acesso aos documentos públicos em geral e segundo regulamentação em lei especial;

f) participação nas audiências públicas promovidas por qualquer dos Poderes do Município,
conforme disposto, respectivamente, na lei ou no Regimento Interno.

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação, sindicato ou entidade civil regularmente


constituídos são parte legítima para denunciar à Câmara Municipal, ao Ministério Público ou
ao Tribunal de Contas atos e decisões de qualquer dos Poderes do Município que atentem
contra:

I – disposições constitucionais e de leis;

II – os princípios constitucionais da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da


publicidade e, ainda, os da razoabilidade e transparência;

III – o patrimônio público e os interesses legítimos, coletivos ou difusos.

§ 3º º Poderá a Câmara Municipal, antes de iniciado o respectivo processo de discussão e


votação, convocar plebiscito para efeito de manifestação popular antecipada sobre matérias
que envolvam:

I – obras e serviços de grande vulto, de que decorra considerável endividamento, que


impliquem em alteração substancial da cidade, especialmente nos seus aspectos urbanísticos,
ou que possam comprometer seu patrimônio histórico-cultural;

II – projetos de qualquer natureza, cuja execução possa comprometer o meio ambiente


ecologicamente equilibrado e oferecer riscos à saudável qualidade de vida dos munícipes;

III – discussão sobre normas inseridas no Plano Diretor e nos Códigos de Obras e de Posturas
Municipais.

§ 4º Quando se tratar de interesse específico no âmbito de bairro ou distrito, a iniciativa


popular poderá ser tomada por cinco por cento dos eleitores inscritos ali domiciliados, na
forma da Lei.

Art. 4º. Constituem objetivos fundamentais do Município, além dos previstos na Constituição
do Estado:

I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II – promover o bem comum a todos os munícipes;

III – erradicar a pobreza, o analfabetismo e a marginalização.

Art. 5º. São símbolos do Município a Bandeira, o Hino e o Brasão.

TÍTULO II

DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Art. 6º. O Município assegura, em seu território e nos limites de sua competência, os direitos e
garantias fundamentais que as Constituições da República e do Estado conferem aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País.

Art. 7º. Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo de 15 (quinze) dias
Art. 8º. O Município garante o exercício do direito de reunião e de outras liberdades
constitucionais, além da defesa da ordem pública, da segurança pessoal e dos patrimônios
público e privado.

Art. 9º. Ao Município é vedado:

I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento


ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada,
na forma da lei, a colaboração de interesse público;

II – recusar fé aos documentos públicos;

III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre os mesmos.

TÍTULO III

DO MUNICÍPIO

CAPÍTULO ÚNICO

Da Organização do Município

Seção I

Disposições Gerais

Art. 10. São poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo e o
Executivo

Seção II

Da Competência do Município

Art. 11. Ao Município compete prover tudo quanto diga respeito ao interesse local e,
especialmente:

I – elaborar o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual;

II – elaborar o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado;

III – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, nos termos da legislação específica;

IV – organizar o quadro e estabelecer o regime de seus servidores, ouvido o sindicato


representativo da categoria, que deverá encaminhar parecer opinativo circunstanciado
quando em ocasião de apresentação de proposições;

V – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços


públicos de interesse local, inclusive o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;

VI – dispor sobre a administração, utilização e alienação de seus bens;

VII – adquirir bens, inclusive mediante desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social;

VIII – instituir serviço especializado de fiscalização a pesos, medidas e condições sanitárias dos
gêneros alimentícios nos locais de venda;

IX – criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;


X – criar e organizar a Guarda Municipal, destinada à proteção de seus bens, serviços e
instalações, conforme dispuser a lei;

XI – fiscalizar a conservação, o transporte e o comércio de gêneros alimentícios destinados ao


abastecimento público;

XII – manter, sob sua exclusiva administração, os cemitérios e os serviços funerários públicos
e, sob sua fiscalização, os cemitérios e crematórios particulares e os serviços funerários por
eles mantidos, para prestação destes serviços exclusivamente aos seus clientes.

XIII – estabelecer normas de edificação, de loteamento, de arruamento e de zoneamento


urbano, bem como as limitações urbanísticas convenientes à ordenação de seu território;

XIV – fazer cessarem, no exercício do poder de polícia administrativa, as atividades que


violarem as normas de saúde, sossego, higiene, meio ambiente, segurança, funcionalidade,
estética, moralidade e outras de interesse da coletividade;

XV – estabelecer e impor penalidades por infração a leis e regulamentos;

XVI – legislar sobre apreensão e depósito de semoventes, materiais e móveis em geral, no


caso de transgressão a leis e demais atos municipais, bem como sobre a forma e as condições
de destinação das coisas apreendidas;

XVII – legislar sobre a erosão existente nos parcelamentos do solo urbano, visando ao
levantamento das áreas degradadas;

XVIII – zelar pela liberdade de consciência e de crença e pelo livre exercício de cultos
religiosos;

XIX – estimular a educação e as atividades esportivas e culturais;

XX – prestar assistência aos munícipes, nas emergências médico-hospitalares e de pronto-


socorro, por seus próprios serviços ou mediante convênio com instituições especializadas,
públicas ou privadas;

XXI – cuidar do amparo à maternidade, à infância, aos desvalidos, aos idosos e aos menores
carentes;

XXII – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber, bem como legislar sobre
assuntos de interesse local.

Seção III

Da Competência Comum

Art. 12. . É competência do Município, comum ao Estado e à União:

I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o
patrimônio público;

II – cuidar da saúde e assistência pública, bem como da proteção e garantia das pessoas
portadoras de deficiência;

III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de
valor histórico, artístico e cultural;

V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;

VI – proteger o meio ambiente, combater a poluição, em qualquer de suas formas, e preservar


as florestas, a fauna e a flora;

VII – fomentar as atividades agropecuárias, organizar o abastecimento alimentar e estimular,


particularmente, o melhor aproveitamento da terra;

VIII – promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições


habitacionais e de saneamento básico;

IX – registrar, acompanhar e fiscalizar a concessão do direito de pesquisa e exploração de


recursos hídricos e minerais em seu território;

X – estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito;

XI – combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização , promovendo a integração


social dos setores desfavorecidos.

Seção IV

Do Domínio Público

Art. 13. São bens municipais todas as coisas móveis e imóveis, direitos e ações que, a qualquer
título, pertençam ao Município.

Art. 14. Cabe ao Prefeito a administração dos bens municipais, respeitada a autonomia da
Câmara Municipal naqueles utilizados em seus serviços.

Parágrafo único É proibida a mudança de destinação, total ou parcial, de bem imóvel de uso
comum do Povo, sem prévia autorização legislativa, que será necessariamente precedida de
concordância do respectivo conselho comunitário.

Art. 15. Todos os bens municipais deverão ser cadastrados, zelados e tecnicamente
identificados, especialmente as edificações de interesse administrativo, as terras públicas e a
documentação dos serviços públicos.

Parágrafo único A identificação técnica dos bens do Município será atualizada no mínimo ao
final de cada gestão, garantindo-se a qualquer munícipe o acesso às informações contidas no
cadastro correspondente.

Art. 16. A alienação de bens municipais, subordinada à existência de interesse público


devidamente justificado, será sempre precedida de avaliação e obedecerá às seguintes
normas:

I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa e licitação nas modalidades


concorrência ou leilão, dispensando-se estas nos seguintes casos:

a) doação, constando da lei autorizativa e da respectiva escritura pública os encargos do


donatário, o prazo de seu cumprimento e a cláusula de retrocessão, sob pena de nulidade do
ato;
b) permuta por outro imóvel que atenda às finalidades precípuas da administração municipal,
observados os fatores localização e preço compatível com o valor de mercado, apurado à
época de sua avaliação;

c) dação em pagamento;

d) venda a outro órgão ou entidade da administração pública de qualquer esfera de governo;

II – quando móveis, dependerá de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:

a) doação;

b) permuta por outro bem que atenda às finalidades precípuas da administração municipal,
observados os fatores de utilidade e preço compatível com o valor de mercado, apurado à
época da respectiva avaliação;

c) venda de ações, que serão obrigatoriamente negociadas em bolsa, obedecida a legislação


específica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da administração


pública municipal, em virtude de suas finalidades institucionais;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da administração


pública, sem utilização previsível por quem deles disponha;

III – a venda de áreas urbanas remanescentes de obras públicas ou inaproveitáveis para


qualquer tipo de edificação, aos proprietários de imóveis lindeiros, depende apenas de
avaliação prévia e autorização legislativa;

IV – as áreas resultantes de modificação de alinhamento serão alienadas nas mesmas


condições do inciso anterior, quer sejam aproveitáveis ou não.

§ 1º O Município, preferencialmente à venda ou doação de seus bens imóveis, concederá


direito real de uso, mediante prévia autorização legislativa e licitação, na modalidade
concorrência, dispensada esta quando o uso se destinar a outro órgão ou entidade da
administração pública.

§ 2º A aquisição de bens imóveis, por compra ou permuta, dependerá de prévia avaliação e


autorização legislativa.

§ 3º Os imóveis doados pelo Município não poderão ser alienados ou transferidos, a qualquer
título, antes de 10 (dez) anos, devendo constar obrigatoriamente do ato translativo esta
condição, sob pena de nulidade, salvo nos procedimentos aplicáveis à Regularização Fundiária
Urbana (Reurb), na forma prevista na Lei Federal nº 13.465, de 11 de julho de 2017.”

Nota Explicativa • marcio • 17 Set 2020Vide Lei Federal nº 13.465, de 11


de julho de 2017

Art. 17. Nenhum contrato de concessão de uso, gratuito ou oneroso, de arrendamento ou de


aluguel de bem imóvel do Município poderá ser firmado sem prévia autorização legislativa e o
devido procedimento licitatório.
Parágrafo único Submetem-se ao disposto neste artigo as fundações, as autarquias e as
empresas públicas municipais.

Art. 18. A concessão e a permissão para a prestação de serviços públicos obedecerão ao


disposto na legislação específica.

Art. 19. A permissão de uso de qualquer bem público será disciplinada por decreto e poderá
ser feita a título precário.

Art. 20. A autorização de uso, que poderá incidir sobre qualquer bem público, será feita e
disciplinada por portaria para atividades ou usos específicos e transitórios.

Art. 21. É vedada a cessão gratuita a particulares, mesmo para serviços transitórios, de
máquinas e equipamentos do Município, ressalvados os casos previstos em lei.

Parágrafo único A violação do disposto neste artigo constitui infração político-administrativa.

Art. 22. Os critérios para a denominação dos próprios municipais serão regulamentados na
forma da lei, respeitados os princípios constitucionais pertinentes.

Seção V

Da Administração Pública

Art. 23. A administração pública direta e indireta do Município obedecerá aos princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, razoabilidade e transparência e aos
demais princípios constitucionais.

§ 1º Os atos administrativos de competência do Prefeito devem ser expedidos nos termos da


lei.

§ 2º A publicidade dos atos, programas, projetos, obras, serviços e campanhas da


administração pública direta ou indireta, fundações e órgãos controlados pelo poder público,
ainda que custeados por entidades privadas, deverá ter caráter educativo, informativo ou de
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades, servidores públicos ou partidos políticos.

§ 3º O não cumprimento do disposto neste artigo implicará em infração político-


administrativa.

Art. 24. Administração pública direta é aquela que compete a órgão de qualquer dos Poderes
do Município.

Art. 25. Administração pública indireta é a que compete:

I – a autarquia;

II – a sociedade de economia mista;

III – a empresa pública;

IV – a fundação pública

§ 1º Somente por lei específica poderão ser criadas empresas públicas, sociedade de
economia mista, autarquia ou fundação pública.
§ 2º Depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades
mencionadas no parágrafo anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa
privada.

Art. 26. É vedado ao Município subvencionar ou auxiliar, de qualquer modo, com recursos
pertencentes aos cofres públicos, quer pela imprensa escrita, pelo rádio ou televisão, por
serviços de alto-falante ou por qualquer outra forma ou meio de comunicação, propaganda
políticopartidária ou com fins estranhos à administração pública.

Art. 27. Os atos de improbidade administrativa importarão em suspensão dos direitos


políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos bens e no ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Art. 28. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Art. 29. Os cargos públicos da administração direta, indireta e fundacional serão criados por
lei, que fixará quantificação, denominação, vencimentos, condições de provimento e plano de
carreira.

Seção VI

Dos Serviços e Obras Públicas

Art. 30. Os serviços públicos e de utilidade pública de interesse local serão prestados
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão

§ 1º A concessão só será feita com autorização legislativa.

§ 2º A permissão de serviço de utilidade pública, sempre a título precário, será autorizada por
decreto, após edital de chamamento de interessados para a escolha do melhor pretendente,
procedendo-se as licitações com estrita observância da legislação federal e estadual
pertinentes.

§ 3º A lei disporá sobre:

I – o regime dos concessionários e permissionários;

II – a organização, o funcionamento e a fiscalização dos serviços;

III – os direitos dos usuários;

IV – a obrigação de manter o serviço adequado;

V – as reclamações relativas à prestação de serviços;

VI – o tratamento especial em favor do usuário de baixa renda

Seção VII

Dos Servidores Municipais

Art. 31. Os servidores públicos municipais serão regidos por estatuto próprio, observados os
limites e princípios constitucionais, sendo ouvido o sindicato representativo da categoria,
quando em ocasião de apresentação de proposições de lei, através de encaminhamento de
parecer opinativo circunstanciado.

TÍTULO IV

DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

CAPÍTULO I

Do Poder Legislativo

Seção I

Disposições Gerais

Art. 32. O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal, composta de 17 (dezessete)
Vereadores, representantes do povo, eleitos para um mandato de 04 (quatro) anos.

Parágrafo único Sobrevindo Emenda Constitucional que altere o Art. 29 da Constituição, de


modo a modificar a composição do “caput” deste artigo, a Justiça Eleitoral proverá a
observância das novas regras.

Nota Explicativa • marcio • 17 Set 2020Vide Art. 29 da Constituição


Federal

Seção II

Da Câmara Municipal

Art. 33. A posse dos Vereadores será no dia 1º (primeiro) de janeiro do ano subsequente ao da
eleição.

§ 1º No ato da posse, os Vereadores prestarão o seguinte juramento: “Prometo cumprir com


dignidade o mandato a mim confiado pelo Povo, observando fielmente os preceitos
constitucionais e legais, em especial a Lei Orgânica do Município, e trabalhando pelo
engrandecimento de Divinópolis.”

§ 2º No ato da posse, os Vereadores apresentarão por escrito a declaração de seus bens


patrimoniais.

Art. 34. A Câmara Municipal reunir-se-á, anualmente, em Sessão Legislativa Ordinária, de 15


(quinze) de janeiro a 15 (quinze) de julho e de 1º (primeiro) de agosto a 15 (quinze) de
dezembro.

§ 1º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de Diretrizes
Orçamentárias e nem será encerrada sem que se delibere sobre os projetos de Lei
Orçamentária Anual e do Plano Plurianual.

§ 2º A convocação de reunião extraordinária da Câmara Municipal far-se-á:

I – pelo Prefeito, em caso de urgência ou de interesse público relevante;

II – por seu Presidente, quando ocorrer intervenção no Município, para o compromisso e a


posse do Prefeito e do Vice-Prefeito e em caso de urgência ou de interesse público;

III – a requerimento de, no mínimo, um terço dos membros da Câmara.


§ 3º Na sessão legislativa extraordinária, a Câmara Municipal somente deliberará sobre
matéria objeto da convocação

§ 4º As reuniões comunitárias, solenes e especiais poderão ser realizadas em qualquer local


do Município, todas com competência de deliberação.

§ 5º Nos casos de calamidade pública ou de grave ocorrência, que impossibilitem o


funcionamento normal da Câmara em sua sede, a Mesa Diretora definirá outro local do
Município para suas atividades.

Art. 35. A Mesa Diretora da Câmara compõe-se de Presidente, Vice-Presidente, Primeiro e


Segundo Secretários, os quais se substituirão nesta ordem.

§ 1º Não se achando presentes os membros da Mesa, o Vereador mais idoso assumirá a


Presidência.

§ 2º A duração do mandato da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Divinópolis será aquele


definido em seu Regimento Interno.

§ 3º Qualquer componente da Mesa poderá ser destituído, pelo voto de dois terços dos
membros da Câmara Municipal, quando faltoso, omisso, ineficiente ou exorbite no
desempenho de suas atribuições, devendo o Regimento Interno da Câmara Municipal dispor
sobre o processo de destituição e sobre a substituição do membro destituído.

Art. 36. As reuniões da Câmara são públicas, salvo nos casos previstos no Regimento Interno.

Parágrafo único É assegurado o uso da palavra por qualquer cidadão ou por representantes
populares na Tribuna da Câmara, durante as reuniões, na forma e nos casos definidos no
Regimento Interno.

Art. 37. A Câmara realizará, anualmente, na forma regimental, no mínimo uma audiência
pública, com objetivo de prestar à população todos os esclarecimentos referentes às suas
atividades.

Parágrafo único Às audiências públicas será dada maior publicidade possível, com
antecedência de, no mínimo, 5 (cinco) dias.

Seção III

Dos Vereadores

Art. 38. O Vereador é inviolável por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e
na circunscrição do Município.

Art. 39. O Vereador não poderá:

I – desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo
quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os que sejam


demissíveis ad nutum, nas entidades constantes da alínea anterior;

II – desde a posse:
a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de
contrato com pessoa de direito público no Município, ou nela exercer função remunerada;

b) ocupar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado de que sejam demissíveis ad


nutum, nas entidades referidas no inciso anterior, alínea “a” ;

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere a
mencionada alínea “a” do inciso I;

d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo

Art. 40. Perderá o mandato o Vereador:

I – que infringir qualquer das disposições estabelecidas no artigo anterior;

II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

III – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na Constituição Federal;

VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado;

VII – que fixar residência fora do Município.

§ 1º São incompatíveis com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no Regimento
Interno, o abuso de prerrogativas asseguradas ao Vereador ou a percepção de vantagens
indevidas.

§ 2º Nos casos previstos nos incisos I, II, VI e VII deste artigo, a perda do mandato será
decidida pela Câmara de Vereadores, por votação nominal e maioria absoluta, mediante
provocação da Mesa Diretora ou de partido político representado na Casa, assegurada ampla
defesa.

§ 3º Nos casos previstos nos incisos III, IV e V, também deste artigo, a perda será declarada
pela Mesa Diretora, de ofício, ou mediante provocação de qualquer de seus membros ou de
partido político representado na Câmara, assegurada ampla defesa.

§ 4º A renúncia do Vereador submetido a processo que vise ou possa levar à perda do


mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de
que tratam os § § 2º e 3º.

Art. 41. Não perderá o mandato o Vereador:

I – investido em cargo comissionado de recrutamento amplo, seja na esfera federal, estadual


ou municipal;

II – licenciado por motivo de doença ou para tratar de interesse particular, sendo que, neste
último caso, a licença será sem remuneração e o prazo de afastamento não poderá exceder de
120 (cento e vinte) dias em cada sessão legislativa.

§ 1º O suplente do Vereador será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções


previstas neste artigo ou de licença superior a 120 (cento e vinte) dias.
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la, se faltarem
mais de 15 (quinze) meses para o término do mandato.

§ 3º Na hipótese do inciso I deste artigo, o Vereador poderá optar pela remuneração do


mandato

Seção IV

Das Comissões

Art. 42. A Câmara terá comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com
atribuições previstas no Regimento Interno ou no ato de que resultar sua criação

§ 1º As comissões parlamentares de inquérito, observada a legislação específica, no que


couber, terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciárias, além de outros
previstos no Regimento Interno.

§ 2º As comissões parlamentares de inquérito serão criadas a requerimento de, no mínimo,


um terço dos membros da Câmara Municipal, para apuração de fato determinado e por prazo
certo, e suas conclusões, se for o caso, serão encaminhadas ao Ministério Público ou à
autoridade competente para que promova a responsabilidade civil, criminal ou administrativa
dos infratores.

Art. 43. Durante o recesso, haverá uma Comissão Representativa da Câmara Municipal, eleita
na última reunião ordinária da sessão legislativa, com atribuições definidas no Regimento
Interno, refletindo sua composição, quanto possível, a proporcionalidade da representação
partidária

Seção V

Das Atribuições da Câmara Municipal

Art. 44. Cabe à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito, não exigida esta para o
especificado no artigo 45 (quarenta e cinco), dispor sobre todas as matérias de competência
do Município, especialmente:

I – plano diretor de desenvolvimento integrado;

II – plano plurianual e orçamentos anuais;

III – diretrizes orçamentárias;

IV – denominação dos próprios municipais;

V – instituição e arrecadação de tributos de sua competência, aplicação de suas rendas em


instituições oficiais e, inclusive, isenção, anistia fiscal e remissão de dívida;

VI – concessão e permissão de serviços públicos do Município;

VII – fixação e modificação dos efetivos da Guarda Municipal;

VIII – criação, transformação e extinção de cargo, emprego e função públicos na


administração direta, autárquica e fundacional e fixação da respectiva remuneração,
observados os parâmetros estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias;
IX – fixação do quadro de empregos das empresas púbicas, sociedades de economia mista e
demais entidades sob controle direto ou indireto do Município;

X – criação, estruturação e definição de atribuições das Secretarias Municipais e órgãos


equivalentes da administração pública;

XI – divisão territorial do Município, respeitadas a legislação federal e a estadual;

XII – bens do domínio público;

XIII – aquisição e alienação de bens imóveis do Município;

XIV – cancelamento da dívida ativa do Município, autorização de suspensão de sua cobrança e


de elevação de ônus e juros;

XV – transferência temporária da sede do Município;

XVI – matérias decorrentes da competência comum da União e do Estado e suplementação da


legislação federal e estadual no que couber;

XVII – autorizar a concessão de auxílios e subvenções;

XVIII – autorizar a concessão de direito real de uso de bens municipais;

XIX – deliberar sobre a obtenção e a concessão de empréstimos e operações de crédito, bem


como sobre a forma e os meios de pagamento.

Art. 45. Compete privativamente à Câmara Municipal:

I – eleger a Mesa Diretora e constituir as comissões;

II – elaborar o seu Regimento Interno;

III – dispor sobre sua organização, funcionamento e polícia;

IV – dispor sobre criação, transformação ou extinção de cargo, emprego e função e também


sobre a fixação da respectiva remuneração para a sua estrutura administrativa;

V – elaborar e aprovar as propostas de seu orçamento anual, do plano plurianual e das


diretrizes orçamentárias, encaminhando-as ao Executivo para inclusão nos respectivos
projetos de lei;

VI – aprovar crédito suplementar e especial ao orçamento de sua Secretaria;

VII – fixar os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito, dos Secretários Municipais e dos


Vereadores, respeitados os preceitos constitucionais.

VIII – dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito, bem como declarar extintos os seus mandatos
nos casos previstos em lei;

IX – conceder licença ao Prefeito, ao Vice-Prefeito e aos Vereadores para afastamento do


cargo;

X – autorizar o Prefeito e o Vice-Prefeito a se ausentarem do Município, do Estado ou do País,


quando a ausência exceder a 15 (quinze) dias;
XI – - processar e julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e os titulares dos cargos comissionados de
recrutamento amplo dos órgãos da administração direta e indireta, nas infrações político-
administrativas;

XII – destituir do cargo o Prefeito e o Vice-Prefeito após condenação por crime comum ou de
responsabilidade, ou por infração político-administrativa, e os titulares de cargos
comissionados de recrutamento amplo dos órgãos da administração direta e indireta, após
condenação por crime comum ou por infração político-administrativa;

XIII – proceder à tomada de contas do Prefeito não apresentadas dentro de 60 (sessenta) dias,
contados da abertura da sessão legislativa;

XIV – exercer a fiscalização da administração financeira e orçamentária do Município, com o


auxílio do Tribunal de Contas do Estado, e julgar as contas do Prefeito;

XV – autorizar previamente convênio intermunicipal para modificação de limites;

XVI – solicitar, pela maioria de seus membros, a intervenção estadual no Município;

XVII – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou
dos limites de delegação legislativa;

XVIII – fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;

XIX – dispor sobre os limites e condições para a concessão de garantia do Município em


operações de créditos;

XX – mudar, temporária ou definitivamente, a sua sede;

XXI – zelar pela preservação de sua competência legislativa e sustar os atos normativos do
Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentador;

XXII – criar comissão parlamentar de inquérito;

XXIII – conceder título de cidadão honorário e outras comendas previstas em lei;

XXIV – propor plebiscito ou referendo e dar encaminhamento, na forma da lei, às iniciativas


populares de lei e às proposições aprovadas em plebiscito ou referendo;

XXV – convocar plebiscito e autorizar a realização de referendo, na forma indicada em lei e no


Regimento Interno.

Seção VI

Do Processo Legislativo

Art. 46. O processo legislativo municipal compreende a elaboração de:

I – Emendas à Lei Orgânica do Município;

II – Leis Complementares;

III – Leis Ordinárias;

IV – Decretos Legislativos;

V – Resoluções.
§ 1º Lei Complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis
municipais.

§ 2º As proposições e documentos do processo legislativo poderão ser apresentadas e


tramitar de forma eletrônica.

§ 3º Caberá à Resolução editada pela Câmara Municipal dispor sobre o processo legislativo
eletrônico, o protocolo e a comunicação entre os Poderes Legislativo e Executivo e sobre a
assinatura digital das proposições e documentos na Câmara Municipal de Divinópolis,
observadas as disposições da legislação federal pertinente.

Subseção I

Das Emendas à Lei Orgânica

Art. 1º. A Lei Orgânica poderá ser emendada mediante proposta:

I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara de Vereadores;

II – do Prefeito Municipal;

III – dos cidadãos, com subscrição mínima de 5% (cinco por cento) dos eleitores do Município.

§ 1º A Lei Orgânica não poderá sofrer emendas na vigência de estado de sítio, estado de
defesa ou ainda no caso de o Município encontrar-se sob intervenção estadual.

§ 2º A proposta de emenda será dirigida à Mesa Diretora da Câmara Municipal e publicada,


podendo, a critério da Presidência ou por requerimento da maioria dos Vereadores, a
publicação efetuar-se por mais vezes.

§ 3º A proposta de emenda será discutida e votada em dois turnos, com interstício mínimo de
10 (dez) dias úteis, considerando-se aprovada se, em ambos, obtiver o voto favorável de no
mínimo dois terços dos membros da Câmara Municipal.

§ 4º São assegurados o encaminhamento e a sustentação de proposta de emenda popular por


representante de seus signatários, no prazo e forma previstos no Regimento Interno.

§ 5º A emenda à Lei Orgânica, será promulgada pela Mesa Diretora da Câmara, com o
respectivo número de ordem.

§ 6º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não


poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

§ 7º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I – os símbolos do Município;

II – o exercício da soberania popular, na forma prevista nesta Lei Orgânica

Subseção II

Das Leis

Art. 2º. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer Vereador ou
comissão da Câmara, ao Prefeito e aos cidadãos, na forma e nos termos desta Lei Orgânica,
observados os princípios constitucionais.
§ 1º O Projeto de Lei Complementar é aprovado por maioria dos membros da Câmara
Municipal, observados os demais termos da votação das leis ordinárias.

§ 2º Considera-se Lei Complementar, além das previstas nesta Lei Orgânica:

I – definição das atribuições do vice-prefeito;

II – código tributário e normas gerais em matéria tributária de âmbito local, observado o


disposto na Constituição Federal;

III – imposto sobre serviço de qualquer natureza, segundo critérios determinados pela
constituição federal e legislação federal;

IV – código de finanças públicas,observadas as disposições da legislação complementar


federal;

V – estatutos dos servidores públicos municipais; e

VI – fiscalização financeira da administração pública direta e indireta.

VII – Criação de Conselhos Municipais.

VII – a lei de prevenção contra incêndio;

Nota Explicativa • marcio • 28 Out 2020INCISO VII Revogado tacitamente


pela Emenda à Lei Orgânica nº 14, de 10 de março de 2009.

VIII – o Plano Diretor.

§ 3º São de iniciativa privativa do Prefeito Municipal as leis que disponham sobre:

I – criação da Guarda Municipal;

II – criação, extinção ou transformação de cargos, funções ou empregos públicos na


administração direta ou indireta, ouvido o sindicato representativo da categoria, que
encaminhará parecer opinativo circunstanciado da proposição;

III – fixação ou aumento de remuneração dos servidores;

IV – servidores públicos municipais, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e


aposentadoria, ouvido o sindicato representativo da categoria, que encaminhará parecer
opinativo circunstanciado da proposição;

V – organização administrativa, serviços públicos e matéria orçamentária;

VI – desafetação, alienação e concessão de bens imóveis municipais;

VII – obtenção e concessão de empréstimos e operações de crédito, bem como a forma e os


meios de pagamento;

VIII – concessão de auxílios e subvenções

IX – concessão de direito real de uso de bens municipais;

X – concessão administrativa;

XI – aquisição de bens imóveis, salvo quando se tratar de doação para o Município, sem
encargo.
Art. 3º. Não será admitido aumento da despesa prevista:

I – nos projetos de iniciativa exclusiva do Prefeito, ressalvado o disposto no artigo 88, § § 1º e


2º, desta Lei Orgânica;

II – nos projetos sobre a organização dos serviços administrativos da Câmara.

Art. 4º. O Prefeito poderá solicitar urgência para a apreciação de projetos de sua iniciativa.

§ 1º Caso a Câmara não se manifeste sobre o projeto dentro de 45 (quarenta e cinco) dias,
contados da data do pedido de urgência protocolado na Câmara, será ele incluído na ordem do
dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos, para que se ultime a votação.

§ 2º O prazo previsto no parágrafo anterior não se aplica a projeto que dependa de quorum
especial para aprovação, de Leis Complementares, de Leis Orçamentárias, de Códigos
Municipais ou equivalente e Estatuto dos Servidores Municipais, não corre nos períodos de
recesso parlamentar e nem quando estiver aguardando informações do Executivo Municipal.”

Art. 5º. Aprovado o projeto de lei, na forma regimental, será ele imediatamente enviado ao
Prefeito que, aquiescendo, o sancionará.

§ 1º Se o Prefeito considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao


interesse público, vetá-lo-à total ou parcialmente dentro de 15 (quinze) dias úteis, contados da
data do recebimento, e comunicará, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, ao Presidente da
Câmara os motivos do veto.

§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea.

§ 3º Decorrido o prazo de 15 (quinze) dias úteis, o silêncio do Prefeito importará sanção.

§ 4º O veto será apreciado dentro de 30 (trinta) dias, a contar de seu recebimento, só


podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Vereadores

§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado novamente ao Prefeito Municipal para
a promulgação.

§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na ordem
do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final.

§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de 48 (quarenta e oito) horas pelo Prefeito Municipal,
nos casos dos § § 3º e 5º, o Presidente da Câmara a promulgará e, se este não o fizer em igual
prazo, caberá ao Vice-Presidente fazê-lo.

Art. 6º. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de
novo projeto, na mesma sessão legislativa, ou mediante proposta da maioria absoluta dos
Vereadores, ou mediante subscrição de, no mínimo, 5% (cinco por cento) do eleitorado do
Município.

Art. 7º. Os projetos de resolução legislativa observarão, em sua tramitação, o que neste
sentido dispuser o Regimento Interno da Câmara.

Art. 8º. É vedada a delegação dos atos de competência exclusiva da Câmara.

CAPÍTULO I

Do Poder Executivo
Seção I

Disposições Gerais

Art. 9º. O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito Municipal, auxiliado pelos titulares dos
cargos comissionados de primeiro escalão, conforme definidos na estrutura administrativa do
Município.

Art. 10. O Prefeito Municipal e o Vice-Prefeito tomarão posse, em reunião solene de


instalação da Câmara Municipal, no dia 1º (primeiro) de janeiro do ano subsequente ao da
eleição, prestando o seguinte compromisso:

”Prometo manter, defender e cumprir a Constituição da República Federativa do Brasil, a


Constituição do Estado de Minas Gerais e a Lei Orgânica do Município, observar as leis,
promover o bem-estar geral do Povo e sustentar a integridade e a autonomia de Divinópolis.”

§ 1º Decorridos 10 (dez) dias da data fixada para a posse, se o Prefeito ou o VicePrefeito, salvo
por motivo de força maior, não tiverem assumido os respectivos cargos, os mesmos serão
declarados vagos.

§ 2º No ato da posse e ao término do mandato, o Prefeito e o Vice-Prefeito apresentarão, por


escrito, à Câmara Municipal, declaração de seus bens patrimoniais

Art. 11. O Prefeito e o Vice-Prefeito Municipal não poderão, sob pena de perda do cargo:

I – desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, em
operações no âmbito do Município, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

b) exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os que sejam demissíveis ad


nutum, nas entidades constantes da alínea anterior.

II – desde a posse:

a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de


contrato com pessoa de direito público no Município, ou nela exercer função remunerada;

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades referidas no
inciso I, alínea “a”;

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I,
alínea “a”;

d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Art. 12. O Vice-Prefeito substituirá o Prefeito Municipal, no caso de impedimento, e lhe


sucederá, no de vaga.

§ 1º O Vice-Prefeito não poderá recusar-se a substituir o Prefeito, sob pena de extinção do


mandato, salvo por impedimento legal.

§ 2º O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei, auxiliará o
Prefeito, sempre que por ele for convocado, em missões especiais.
Art. 13. No caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito, ou na vacância dos
respectivos cargos, será chamado ao exercício do Governo o Presidente da Câmara Municipal
ou seu substituto legal.

§ 1º O Presidente da Câmara, recusando-se, por qualquer motivo, a assumir o cargo de


Prefeito, renunciará incontinenti à Presidência.

§ 2º Vagando os cargos de Prefeito e de Vice-Prefeito, far-se-á eleição 90 (noventa) dias


depois de aberta a última vaga.

§ 3º Ocorrendo a vacância nos últimos 02 (dois) anos de mandato governamental, a eleição,


para ambos os cargos, será feita pela Câmara 30 (trinta) dias depois da última vaga, na forma
da lei complementar.

§ 4º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.

Seção II

Da Comissão de Transição

Art. 14. Proclamado oficialmente o resultado da eleição municipal, o Prefeito eleito poderá
indicar Comissão de Transição destinada a proceder ao levantamento das condições
administrativas do Município.

Parágrafo único O Prefeito Municipal em exercício não poderá impedir ou dificultar os


trabalhos da Comissão de Transição, devendo fornecer-lhe a documentação solicitada por
escrito.

Seção III

Das Atribuições do Prefeito Municipal

Art. 15. Ao Prefeito, como chefe da administração, compete dar cumprimento às deliberações
da Câmara, dirigir, fiscalizar e defender os interesses do Município, bem como adotar, de
acordo com a lei, todas as medidas administrativas de interesse público, sem exceder as
verbas orçamentárias.

Art. 16. Compete ao Prefeito, entre outras atribuições:

I – a iniciativa das leis na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica;

II – representar o Município em juízo e fora dele;

III – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis aprovadas pela Câmara e expedir os
regulamentos para sua fiel execução;

IV – vetar, no todo ou em parte, os projetos de lei aprovados pela Câmara;

V – decretar, nos termos da lei, a desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou


ainda por interesse social;

VI – expedir decretos, portarias e outros atos administrativos, dando-lhes a devida


publicidade;

VII – permitir ou autorizar o uso de bens municipais e a execução de serviços públicos por
terceiros, observado o disposto nesta Lei Orgânica e em legislação específica;
VIII – prover e extinguir os cargos públicos municipais e expedir os demais atos referentes à
situação funcional dos servidores, na forma da lei;

IX – enviar à Câmara os projetos de lei relativos ao Orçamento Anual, ao Plano Plurianual e às


Diretrizes Orçamentárias da administração direta e indireta;

X – encaminhar à Câmara, até 31 (trinta e um) de março, a prestação de contas, bem como os
balanços do exercício findo;

XI – encaminhar aos órgãos competentes os planos de aplicação e as prestações de contas


exigidas em lei;

XII – prestar à Câmara, por escrito, dentro de 15 (quinze) dias, informações pela mesma
solicitadas, salvo prorrogação, a seu pedido e por prazo determinado, em face da
complexidade da matéria ou da dificuldade de obtenção dos dados pleiteados nas respectivas
fontes;

XIII – prover os serviços e obras da administração pública;

XIV – superintender a arrecadação dos tributos, bem como a guarda e a aplicação da receita,
autorizando despesas e pagamentos dentro das disponibilidades orçamentárias do Município e
dos critérios votados pela Câmara;

XV – colocar à disposição da Câmara, dentro de 10 (dez) dias de sua requisição, as quantias


que devem ser despendidas de uma só vez e, até o dia 20 (vinte) de cada mês, os recursos
correspondentes às suas dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e
os especiais;

XVI – aplicar multas previstas em lei e em contratos, bem como revê-las quando impostas
irregularmente;

XVII – deliberar sobre requerimentos, reclamações ou representações que lhe forem dirigidos;

XVIII – oficializar, obedecidas as normas urbanísticas aplicáveis, os logradouros públicos,


mediante denominação aprovada pela Câmara;

XIX – convocar extraordinariamente a Câmara para deliberar sobre matéria de interesse


público relevante e urgente;

XX – aprovar projetos de edificação pública e planos de loteamento, arruamento e


zoneamento para fins urbanos;

XXI – organizar os serviços internos dos órgãos públicos criados por lei, sem exceder as verbas
preestabelecidas;

XXII – contrair empréstimos e realizar operações de crédito, mediante prévia autorização da


Câmara;

XXIII – organizar, dirigir, administrar, conservar e resguardar, nos termos da lei, os serviços
relativos ao patrimônio do Município;

XXIV – desenvolver o sistema viário do Município;

XXV – conceder auxílios, prêmios e subvenções, nos limites das respectivas verbas
orçamentárias e do plano de distribuição prévia, anualmente aprovados pela Câmara;
XXVI – providenciar o incremento do ensino;

XXVII – estabelecer a divisão administrativa do Município, de acordo com a lei;

XXVIII – solicitar o auxílio das autoridades policiais do Estado para garantia de cumprimento
de seus atos;

XXIX – publicar, até 30 (trinta) dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido
da execução orçamentária;

XXX – conceder audiência pública a representações da sociedade civil, nos termos da lei.

Art. 16-A. O Prefeito, eleito ou reeleito, apresentará o Programa de Metas de sua gestão, até
noventa dias após sua posse, que conterá as prioridades: as ações estratégicas, os indicadores
e metas quantitativas para cada um dos setores da Administração Pública Municipal da cidade,
observando, no mínimo, as diretrizes de sua campanha eleitoral e os objetivos, as diretrizes, as
ações estratégicas e as demais normas da Lei do Plano Diretor.

§ 1º O Programa de Metas será amplamente divulgado, por meio eletrônico, pela mídia
impressa, radiofônica e televisiva e publicado no Diário Oficial dos Municípios Mineiros no dia
imediatamente seguinte ao do término do prazo a que se refere o “caput” deste artigo.

§ 2º O Poder Executivo promoverá, dentro de trinta dias após o término do prazo a que se
refere este artigo, o debate público sobre o Programa de Metas mediante audiências públicas
gerais temáticas.

§ 3º O Poder Executivo divulgará semestralmente os indicadores de desempenho relativos à


execução dos diversos itens do Programa de Metas.

§ 4º O Prefeito poderá proceder a alterações programáticas no Programa de Metas sempre


em conformidade com a Lei do Plano Diretor, justificando-as por escrito e divulgando-as
amplamente pelos meios de comunicação previstos neste artigo.

§ 5º Os indicadores de desempenho serão elaborados e fixados conforme os seguintes


critérios:

a) promoção do desenvolvimento ambientalmente, socialmente e economicamente


sustentável;

b) inclusão social, com redução das desigualdades regionais e sociais;

c) atendimento das funções sociais da cidade com melhoria da qualidade de vida urbana;

d) promoção do cumprimento da função social da propriedade;

e) promoção e defesa dos direitos fundamentais individuais e sociais de toda pessoa humana;

f) promoção de meio ambiente ecologicamente equilibrado e combate à poluição sob todas as


suas formas;

g) universalização do atendimento dos serviços públicos municipais com observância das


condições de regularidade; continuidade; eficiência, rapidez e cortesia no atendimento ao
cidadão; segurança; atualidade com as melhores técnicas, métodos, processos e
equipamentos; e modicidade das tarifas e preços públicos que considerem diferentemente as
condições econômicas da população
h) promoção e fomentação da segurança pública municipal conforme pacto federativo da
segurança pública, dentro dos moldes do art. 40.A, I da Medida Provisória no 821, de 26 de
Fevereiro de 2018.

§ 6º Ao final de cada ano, o Prefeito divulgará o relatório da execução do Programa de Metas,


o qual será disponibilizado integralmente pelos meios de comunicação previstos neste artigo.

Seção IV

Da Perda e Extinção do Mandato

Art. 17. Perderá o mandato o Prefeito que assumir outro cargo ou função na administração
pública direta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto nos
preceitos constitucionais.

Art. 18. As incompatibilidades declaradas nesta Lei Orgânica para os Vereadores estender-se-
ão, no que forem aplicáveis, ao Prefeito Municipal e aos ocupantes de cargo comissionado de
recrutamento amplo.

Art. 19. Os crimes de responsabilidade são os definidos em lei federal.

§ 1º Nos crimes de responsabilidade, assim como nos comuns, o Prefeito será submetido a
processo e a julgamento perante o Tribunal de Justiça do Estado.

§ 2º O Prefeito será julgado pela prática de infrações político-administrativas, perante a


Câmara, em processo no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

Art. 20. Será declarado vago, pela Câmara Municipal, o cargo de Prefeito, quando:

I – ocorrer falecimento, renúncia ou condenação por crime funcional ou eleitoral;

II – deixar de tomar posse, salvo por motivo de força maior, dentro do prazo de 10 (dez) dias;

III – perder ou tiver suspensos os direitos políticos.

Seção V

Dos Auxiliares do Prefeito Municipal

Art. 21. São auxiliares do Prefeito os titulares dos cargos comissionados de livre nomeação e
exoneração, conforme definidos na estrutura administrativa do Município, e os dirigentes dos
órgãos da administração indireta.

Parágrafo único Os servidores a que se refere este artigo apresentarão, no ato da posse e ao
término do exercício das funções, a declaração de seus bens patrimoniais.

Art. 22. Lei Municipal disporá sobre as condições para o provimento de cargos e empregos de
direção nas autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, vedada
a nomeação ou a designações daqueles considerados inelegíveis para qualquer cargo nos
termos da legislação Federal.

Parágrafo único O Secretário Municipal será escolhido entre brasileiros maiores de 21 anos de
idade, no exercício dos direitos políticos, vedada a nomeação daqueles considerados
inelegíveis para qualquer cargo, nos termos da Legislação Federal. (Incluído pela Emenda à
LOM nº
Art. 23. Além das atribuições fixadas em lei, compete aos Secretários, Diretores e
equivalentes, por delegação do Prefeito:

I – subscrever atos e regulamentos referentes a seus órgãos;

II – expedir instruções para a boa execução das leis, decretos ou regulamentos;

III – apresentar ao Prefeito relatório anual dos serviços realizados pelos órgãos sob sua
direção;

IV – comparecer à Câmara Municipal, sempre que convocados pela mesma, para prestação de
esclarecimentos especificados.

§ 1º 1º Exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da


administração municipal, na área de sua competência, e referendar os atos e decretos
assinados pelo Prefeito Municipal.

§ 2º A infringência ao disposto no inciso IV deste artigo, sem justificativa, importa infração


político-administrativa.

Art. 24. Os Secretários e Diretores ou seus equivalentes são solidariamente responsáveis com
o Prefeito pelos atos que assinarem, ordenarem ou praticarem.

§ 1º Os Secretários Municipais e o Diretor Geral da Empresa Municipal de Obras Públicas -


EMOP deverão, anualmente, prestar contas da sua gestão perante a Câmara Municipal de
Divinópolis, demonstrando as atividades, projetos e outras ações desenvolvidas pelas
respectivas secretarias e pela Empresa Municipal de Obras Públicas.

§ 2º Para a prestação de contas de que trata o §1º deste artigo, os Secretários Municipais
poderão estar acompanhados de um técnico de sua secretaria para auxiliá-los.

§ 3º O descumprimento do disposto no § 1º deste artigo, injustificadamente, importará em


infração político-administrativa, nos termos previstos no §2º, do art. 69, desta Lei Orgânica
Municipal.

§ 4º Os Secretários Municipais deverão agendar para a segunda, quarta ou sexta-feira, com


antecedência mínima de 30 (trinta) dias, a data e horário das suas respectivas prestações de
contas.

Seção I

Da Fiscalização e do Controle

Art. 71. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do


Município será exercida pela Câmara Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas
de controle interno de cada Poder, sem prejuízo do disposto nesta Lei Orgânica.

§ 1º Prestarão contas qualquer pessoa física ou entidade pública que utilizem, arrecadem,
guardem, gerenciem ou administrem dinheiro, bens e valores públicos pelos quais o Município
responda, ou que, em nome deste, assumam obrigações de natureza pecuniária.

§ 2º O controle externo a cargo da Câmara Municipal, exercido com o auxílio do Tribunal de


Contas do Estado, compreenderá:
I – tomada e julgamento das contas do Prefeito, nos termos do artigo seguinte,
compreendendo as dos demais administradores e responsáveis por bens e valores públicos
municipais, inclusive as da Mesa da Câmara;

II – acompanhamento das atividades financeiras e orçamentárias do Município.

Art. 72. As contas do Prefeito, referentes a cada exercício financeiro, serão julgadas pela
Câmara, mediante parecer prévio do Tribunal de Contas do Estado.

§ 1º As decisões do Tribunal de Contas, que resultem em imputação de débito ou de multa,


terão eficácia de título executivo

§ 2º No primeiro e no último ano de mandato, o Prefeito enviará ao Tribunal de Contas do


Estado o inventário de todos os bens móveis e imóveis do Município.

Art. 73. O sistema de controle interno exercido pelo Executivo Municipal terá como finalidade,
dentre outras:

I – criar condições indispensáveis para assegurar a eficácia do controle externo e a


regularidade na realização da receita e da despesa;

II – acompanhar a execução de programas de trabalho e a aplicação orçamentária.

Art. 74. Para efeito do disposto nos artigos anteriores, o Prefeito deverá remeter à Câmara e
ao Tribunal de Contas do Estado, até 31 (trinta e um) de março de cada ano, as contas relativas
à gestão financeira municipal do exercício imediatamente anterior, tanto da administração
direta quanto da indireta.

Art. 75. As contas relativas à aplicação dos recursos recebidos da União e do Estado serão
prestadas pelo Prefeito na forma prevista em lei, sem prejuízo da sua inclusão na prestação de
contas referidas no artigo anterior.

Art. 76. Se o Poder Executivo não apresentar as contas municipais até 31 (trinta e um) de
março, a Câmara nomeará uma comissão para tomá-las, com acesso e poderes para examinar
a escrituração e os comprovantes da receita e da despesa do Município.

Art. 77. As contas municipais ficarão durante 60 (sessenta) dias, anualmente, à disposição de
qualquer contribuinte, para exame e apreciação, devendo ser dada ampla publicidade do local
onde se encontram, bem como das datas inicial e final do prazo para a consulta pelo
interessado.

§ 1º A disponibilidade de que trata este artigo não implicará o atraso do encaminhamento das
contas ao Tribunal de Contas do Estado no prazo legal.

§ 2º As impugnações quanto à legitimidade e à lisura das contas do Município deverão ser


feitas por escrito e protocoladas na Câmara Municipal, que sobre elas emitirá parecer.

TÍTULO I

DAS FINANÇAS PÚBLICAS

CAPÍTULO ÚNICO

Da Tributação

Seção I
Dos Tributos Municipais

Art. 78. Ao Município compete instituir:

I – imposto sobre:

a) imposto sobre:

b) transmissão de bens imóveis inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, por natureza ou
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
direitos à sua aquisição;

c) serviços de qualquer natureza, não compreendidos na competência do Estado, nos termos


da Constituição da República e da legislação complementar específica;

II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou potencial de


serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;

III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

§ 1º O imposto previsto na alínea “a” do inciso I poderá ser progressivo, nos termos de lei
municipal, de forma a assegurar o cumprimento da função social da propriedade.

§ 2º O imposto previsto na alínea “b” do inciso I não incide sobre a transmissão de bens ou
direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a
transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de
pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra
e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.

§ 3º As alíquotas dos impostos previstos na alínea “c” do inciso I deste artigo obedecerão aos
limites fixados em lei complementar federal.

§ 4º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração municipal identificar,
respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do mesmo.

Art. 79. Cabe ao Município instituir incentivos fiscais, na forma da lei.

Art. 80. A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos
impostos municipais que incidam sobre mercadorias e serviços, observadas a legislação federal
e a estadual sobre o consumo.

Seção II

Das Limitações do Poder de Tributar

Art. 81. A lei que instituir tributos municipais observará, no que couber, as limitações do
poder de tributar, respeitados os preceitos constitucionais.

Art. 82. Qualquer anistia ou remissão que envolvam matéria tributária ou previdenciária de
competência do Município só poderão ser concedidas mediante lei específica, de iniciativa do
Poder Executivo

Seção III
Da Participação do Município em Receitas Tributárias Federais e Estaduais

Art. 83. A participação do Município em receitas tributárias federais e estaduais obedecerá às


disposições constitucionais e de legislação específica.

Seção IV

Do Orçamento

Art. 84. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I – o Plano Plurianual;

II – as Diretrizes Orçamentárias;

III – o Orçamento Anual

§ 1º A lei que instituir o Plano Plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,


objetivos e metas da administração pública municipal para as despesas de capital e outras,
delas decorrentes, e para as relativas aos programas de duração continuada.

§ 2º A Lei de Diretrizes Orçamentárias, compatível com o Plano Plurianual, compreenderá as


metas e prioridades da administração pública municipal, incluindo as despesas de capital para
o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da Lei Orçamentária Anual e
disporá sobre as alterações na legislação tributária.

§ 3º É obrigatória a realização pelo Poder Executivo de Audiência Pública sobre Plano


Plurianual, a realizar-se na Câmara Municipal de Divinópolis, com o envio de convite a todas as
Associações de Bairros existentes na cidade.

Art. 85. A Lei Orçamentária Anual compreenderá:

I – o orçamento fiscal referente aos Poderes do Município e seus fundos, bem como aos
órgãos e entidades da administração, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder
público municipal

II – o orçamento de investimentos das empresas em que o Município, direta ou


indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.

Art. 86. A Lei Orçamentária Anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à
fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para a abertura de créditos
suplementares e a contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita,
nos termos da lei.

§ 1º As leis orçamentárias a que se refere este artigo deverão incorporar as prioridades e


ações estratégicas do Programa de Metas e da lei do Plano Diretor.

§ 2º As diretrizes do Programa de Metas serão incorporadas ao projeto de lei que visar à


instituição do plano plurianual dentro do prazo legal definido para a sua apresentação à
Câmara Municipal.

Art. 87. O Poder Executivo publicará, até 30 (trinta) dias após o encerramento de cada
bimestre, relatório resumido da execução orçamentária, devendo constar do demonstrativo,
no mínimo, o balancete das receitas e despesas da administração direta e indireta até o último
dia do bimestre objeto da análise financeira.
Art. 88. Os projetos de lei relativos ao Plano Plurianual, às Diretrizes Orçamentárias, ao
Orçamento Anual e aos créditos adicionais serão apreciados pela Câmara Municipal na forma
regimental.

§ 1º As emendas ao projeto da Lei Orçamentária Anual, ou a projeto que o modifique,


somente podem ser aprovadas caso:

I – sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias;

II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de


despesas, excluídas as que incidem sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;

b) serviço de dívidas;

III – sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões;

b) com os dispositivos do texto do projeto de lei

§ 2º As emendas ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias não poderão ser aprovadas


quando incompatíveis com o Plano Plurianual.

§ 3º O Prefeito poderá enviar mensagem à Câmara Municipal para propor modificações nos
projetos a que se refere este artigo, enquanto não emitido o parecer da Comissão de
Fiscalização Financeira e orçamentária da Câmara.

§ 4º Os projetos de lei do Plano Plurianual, das Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento


Anual serão enviados pelo Prefeito à Câmara Municipal nas seguintes datas:

I – do Plano Plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato
do Prefeito subsequente: até o dia 30 (trinta) de setembro do primeiro exercício financeiro e
devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;

II – das Diretrizes Orçamentárias: até o dia 15 (quinze) de maio de cada ano e devolvido para
sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa;

III – do Orçamento Anual: até 30 (trinta) de setembro de cada ano e devolvido para sanção até
o encerramento da sessão legislativa.

§ 5º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariarem o disposto
nesta Seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.

§ 6º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto da Lei


Orçamentária Anual, ficarem sem despesas só poderão ser utilizados, conforme o caso,
mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

Art. 88-A. As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de
1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto
encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a
ações e serviços públicos de saúde.
§ 1º É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o
caput deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento)
da receita corrente líquida realizada no exercício anterior.

§ 2º As programações orçamentárias previstas deste artigo não serão de execução obrigatória


nos casos dos impedimentos de ordem técnica.

§ 3º No caso de impedimento de ordem técnica, no empenho de despesa que integre a


programação, serão adotadas as seguintes medidas:

I – até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei orçamentária o Poder Executivo
enviará ao Poder Legislativo as justificativas do impedimento;

II – até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso I, o Poder Legislativo
indicará ao Poder Executivo o remanejamento da programação cujo impedimento seja
insuperável;

III – até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o prazo previsto no inciso II, o Poder
Executivo encaminhará projeto de lei sobre o remanejamento da programação cujo
impedimento seja insuperável;

IV – se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso
III, o Poder Legislativo não deliberar sobre o projeto, o remanejamento será implementado por
ato do Poder Executivo, nos termos previstos na lei orçamentária.

§ 4º Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que atenda


de forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da autoria."

TÍTULO II

DA ORDEM SOCIAL

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 89. A ordem social tem como base o primado do trabalho e como objetivos o bemestar e
a justiça social.

CAPÍTULO II

Da Saúde

Art. 90. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantida mediante políticas
econômicas e ambientais, que visem à prevenção e/ou eliminação do risco de doenças e
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção,
proteção e recuperação.

§ 1º 1º O direito à saúde implica, entre outras, a garantia de:

I – condições dignas de trabalho, saneamento, moradia, alimentação, educação, transporte e


lazer;

II – opção quanto ao tamanho da família.


§ 2º Assegurado o acesso às garantias relacionadas nos incisos I e II do parágrafo anterior,
caberá ao Executivo promover articulação entre os vários setores da administração com a área
de saúde.

Art. 91. Com a municipalização da saúde, as ações e serviços de saúde realizadas pelo
Município, Estado e União passam a integrar, em nível de Município, a rede nacional
regionalizada e hierarquicamente constituída do Sistema Único de Saúde.

Parágrafo único Fica assegurada a participação, em nível de decisão, do Conselho Municipal


de Saúde e dos representantes governamentais na formulação, gestão e controle da política
municipal e das ações de saúde.

Art. 92. As ações e serviços de saúde são de natureza pública, devendo o Município dispor,
nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle.

Parágrafo único Observadas, no que couber, a legislação federal e a estadual, o Município


instituirá o Código Municipal de Saúde.

Art. 93. As instituições privadas de saúde com sede no Município ficarão sob controle do setor
público nas questões de qualidade, de informação e de registros de atendimento, conforme o
Código Sanitário e as normas do Sistema Único de Saúde.

§ 1º As instituições privadas de saúde com sede no Município ficarão sob controle do setor
público nas questões de qualidade, de informação e de registros de atendimento, conforme o
Código Sanitário e as normas do Sistema Único de Saúde.

§ 2º A instalação de quaisquer novos serviços públicos de saúde deve ser discutida e aprovada
no âmbito do Conselho Municipal de Saúde.

§ 3º É vedada aos prestadores de serviços de assistência à saúde pública e aos conveniados


pelo Sistema Único de Saúde a cobrança aos usuários de valores complementares, salvo nos
casos previstos em lei.

Art. 94. É vedada a destinação de recursos públicos para auxílio ou subvenção a instituições
privadas com fins lucrativos, ressalvados os casos previstos em lei.

Art. 95. Os recursos próprios para as ações de saúde não poderão ser remanejados e terão
prioridade na suplementação orçamentária.

Art. 96. Compete ao Município, no âmbito do Sistema Único de Saúde e de acordo com as
diretrizes do Conselho Municipal de Saúde, além de outras atribuições previstas em Lei
Federal:

I – comando do Sistema Único de Saúde, no âmbito do Município

II – elaboração e atualização periódica da Lei de Diretrizes Municipais para a saúde, em


consonância com o Plano de Saúde;

III – elaboração e atualização da proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde para o


Município;

IV – compatibilização das normas técnicas do Município, do Ministério de Saúde e da


Secretaria de Estado de Saúde com a realidade municipal;
V – mplementação do sistema de informação sobre saúde, no âmbito municipal, em
articulação com o Estado e a União;

VI – planejamento e execução das ações de vigilância sanitária e epidemiológica, de saúde da


população e do controle nutricional de alimentos, bebidas, águas;

VII – execução, no âmbito do Município, dos programas e projetos estratégicos para realização
das prioridades nacionais, estaduais e municipais;

VIII – estabelecimento de plano de apoio às comissões internas de prevenção de acidentes e


de controle da saúde integral do trabalhador, de acordo com as diretrizes fixadas pelo
Conselho Municipal de Saúde;

IX – participação, após autorização legislativa, em consórcios intermunicipais de saúde,


quando houver indicação técnica e consenso das partes;

X – obrigatoriedade de fornecimento, por parte da empresa concessionária do serviço de água


do Município, de análise mensal do produto consumido pela população, devendo o
documento a ela relativo ficar à disposição de todos, que poderão ter acesso a essas
informações através de requerimento próprio;

XI – planejamento e execução das ações de controle do meio ambiente e do saneamento


básico no âmbito do Município, em articulação com os demais órgãos governamentais;

XII – formulação e implantação de medidas que atentem para a saúde integral da mulher, da
criança e das pessoas portadoras de deficiência física, mental e sensorial, para a assistência
geriátrica, bem como para uma assistência adequada à gestante nos períodos pré, péri e pós
natal objetivando prevenir a mortalidade e a morbidez infantil e materna;

XIII – garantia de implantação, desenvolvimento e manutenção regular do Programa de Saúde


da Família;

XIV – adoção de política de fiscalização e controle da infecção hospitalar e de endemias, bem


como medidas de higiene social que impeçam a propagação das doenças transmissíveis;

XV – desenvolvimento de política de recursos humanos que garanta os direitos do servidor


público relativos ao sistema de saúde;

XVI – estabelecimento de normas, fiscalização e controle para edificações, instalações,


estabelecimentos, atividades, procedimentos, produtos, substâncias e equipamentos que
interfiram, individual ou coletivamente, na saúde da população.

Art. 97. É de responsabilidade do Conselho Municipal de Saúde, no âmbito do Município,


vedado todo o tipo de comercialização, garantir ao Sistema Único de Saúde o cumprimento
das normas legais que dispuserem sobre condições e requisitos que facilitem:

I – a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e


tratamento;

II – a coleta, o processamento e a transfusão de sangue e seus derivados.

Art. 98. Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou serviços contratados


é vedado exercer cargo de chefia ou função de confiança no Sistema Único de Saúde.
Art. 99. O Sistema Único de Saúde será financiado pelo Fundo Municipal de Saúde, com
recursos do orçamento do Município, do Estado e da União.

CAPÍTULO III

Da Assistência Social

Art. 100. A assistência social é o conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da


sociedade civil, para garantir o atendimento às necessidades básicas do cidadão, devendo tais
ações observar os princípios e diretrizes conforme preceitos constitucionais e legislação
específica.

Art. 101. Cabe ao Município coordenar e executar o Plano Municipal de Assistência Social,
através do sistema municipal de assistência social, obedecendo aos critérios de
descentralização e de participação da sociedade e entidades afins.

Art. 102. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de
contribuição à seguridade social, e tem por objetivo:

I – a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;

II – o amparo às crianças e adolescentes carentes;

III – promover a integração no mercado de trabalho;

IV – a habilitação e a reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua


integração na vida comunitária.

Art. 103. No que se refere à assistência social, cabe ao Município suplementar a legislação
federal e a estadual no que couber, bem como legislar sobre assuntos de interesse local.

CAPÍTULO IV

Da Família, da Criança, do Adolescente e do Idoso

Art. 104. A família receberá especial proteção do Município.

§ 1º Entende-se por família a comunidade formada pelos pais, ou qualquer deles, e seus
descendentes.

§ 2º O Município propiciará recursos educacionais e científicos para o exercício do direito ao


planejamento familiar como livre decisão do casal.

§ 3º O Município assegurará a assistência à família, na pessoa de cada um de seus integrantes.

Art. 105. É dever da família, da sociedade e do Município promover ações que visem a
assegurar à criança, ao adolescente e ao idoso, com absoluta prioridade, o direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
a forma de negligência, marginalização, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.

Parágrafo único A garantia de absoluta prioridade compreende, por parte do poder público, a
preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas, em consonância com o
Estatuto da Criança e do Adolescent
Art. 106. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, enquanto que os
filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.

Parágrafo único Os programas de amparo ao idoso serão executados preferencialmente em


seus lares.

CAPÍTULO V

Das Pessoas Portadoras de Deficiência

Art. 107. Incumbe ao Município, no que se refere às pessoas portadoras de deficiência, o


disposto na Constituição Federal, em legislação específica e, ainda

I – cuidar da saúde, assistência pública, proteção e garantia;

II – assegurar o desenvolvimento integral, a segurança, a integração social e o bem-estar,


ouvidos os órgãos e entidades representativos;

III – conceder incentivos e deduções fiscais para aquisição de equipamentos necessários ao


exercício profissional, conforme dispuser a lei.

Art. 108. A lei disporá sobre normas de construção e adaptação de logradouros e edifícios
públicos e privados, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.

Nota Explicativa • marcio • 16 Set 2020Vide Lei Ordinária nº 5.059, de 22


de junho de 2001.

Parágrafo único O poder público garantirá ao portador de deficiência o atendimento


especializado no que se refere à educação física e a atividades desportivas, sobretudo no
âmbito escolar, e facilitará o seu acesso às áreas de lazer.

Art. 109. Ao portador de deficiência será assegurado o acesso ao transporte coletivo urbano e
rural, gratuitamente, garantindo sua segurança no embarque, trajeto e desembarque.

Parágrafo único Será assegurada ao portador de deficiência totalmente impossibilitado de


usar o transporte comum a frequência às escolas, através de modo especial de transporte, a
ser instituído e mantido pelo poder público municipal.

Art. 110. Fica o Município, nos termos da lei, autorizado a conceder incentivos fiscais às
empresas privadas que mantenham em seu quadro funcional portadores de deficiência.

CAPÍTULO VI

Da Educação

Art. 111. A educação e a habilitação para o trabalho social constituem direito de todos e dever
do poder público e da família, devendo ser promovidas e incentivadas com a colaboração da
sociedade, com vistas ao pleno desenvolvimento da pessoa, ao seu preparo para o exercício da
cidadania e à sua qualificação para o trabalho.

Parágrafo único O Município atuará prioritariamente no ensino fundamental e, em seguida,


na educação infantil.

Art. 112. O ensino público será ministrado com base nos seguintes princípios:

I – igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola;


II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o
sabe

III – pluralismo de ideias e concepções pedagógicas;

IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

V – ensino fundamental obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram o
acesso na idade própria;

VI – incentivo à participação da comunidade no processo educacional;

VII – preservação dos aspectos humanísticos e profissionalizantes do ensino médio;

VIII – expansão e manutenção de rede municipal de ensino, com dotação de pessoal, infra-
estrutura física e equipamentos adequados;

IX – respeito à liberdade e apreço à tolerância;

X – coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

XI – valorização do profissional da educação escolar;

XII – gestão democrática do ensino público, na forma da lei específica e da legislação dos
sistemas de ensino;

XIII – garantia de padrão de qualidade;

XIV – valorização da experiência extra-escolar;

XV – vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

Art. 113. O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, inclusive climáticas
e econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir o número de
horas letivas previsto em lei.

Art. 114. Os cargos comissionados de direção e equivalentes das escolas públicas serão
preenchidos através de eleições diretas, regulamentadas pelo Conselho Municipal de
Educação, por proposta da Secretaria Municipal de Educação observadas as disposições
estatutárias

Parágrafo único Não poderá assumir o cargo comissionado de Secretário Municipal de


Educação pessoa proprietária de empresa prestadora de serviço de educação no Município.

Art. 115. O poder público municipal elaborará o plano bienal, a ser aprovado pelo Conselho
Municipal de Educação, levando em conta os seguintes objetivos:

I – universalização do atendimento escolar, com prioridade para o ensino fundamental e, em


seguida, para a educação infantil;

II – melhoria da qualidade de ensino; III - capacitação continuada e aperfeiçoa

III – capacitação continuada e aperfeiçoamento dos que estão atuando na educação;

IV – erradicação do analfabetismo;

V – manutenção dos serviços de assistência educacional que assegurem condições de


eficiência escolar aos alunos, reduzindo a evasão;
VI – valorização de entidades que congreguem professores, pais e alunos, com o objetivo de
colaborar para o funcionamento eficiente de cada estabelecimento de ensino.

Art. 116. O Município aplicará obrigatoriamente, na manutenção e expansão do ensino


público municipal, a cada ano, recursos correspondentes a, no mínimo, 25% (vinte e cinco por
cento) da receita resultante de impostos e de transferências.

Art. 117. Os planos e projetos necessários à obtenção de auxílio financeiro federal e estadual
para programas de educação serão elaborados pela administração do ensino municipal, com
assistência técnica de órgão competente da administração pública e do Conselho Municipal de
Educação.

Parágrafo único É facultado ao Município prover, mediante convênio com entidades públicas,
faculdades e instituições privadas, atividades de pesquisa e estudos de interesse local de
natureza científica ou sócio-econômica.

Art. 118. Os recursos municipais destinados às escolas públicas poderão ser dirigidos, na
forma da lei, às escolas comunitárias, filantrópicas e confessionais que:

I – comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;

II – assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária ou filantrópica, ou


ao Município, no caso de encerramento de suas atividades;

III – prestem contas ao poder público dos recursos recebidos.

Art. 119. O dever do Município para com a educação será concretizado mediante a garantia
de:

I – assistência aos alunos com distúrbios, através de profissionais especializados;

II – mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada


um;

III – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando e ao espaço físico;

IV – atendimento gratuito à educação infantil de 0 (zero) a 5 (cinco) anos, inclusive nas


creches, com garantia de acesso ao ensino fundamental;

V – atendimento educacional especializado gratuito aos educandos portadores de


necessidades especiais, com garantia de recursos humanos capacitados e de material, além de
equipamentos adequados, preferencialmente na rede regular de ensino ou em centros criados
e mantidos pelos órgãos municipais;

VI – atendimento às crianças nas creches e na educação infantil, bem como no ensino


fundamental e viabilizando programas suplementares de material didático-escolar, transporte,
alimentação controlada por nutricionista e assistência à saúde;

VII – melhoria do padrão de qualidade do ensino, através de capacitação continuada e


periódica dos profissionais de educação, assegurando-lhes a gratuidade para a especialização,
conforme critérios estabelecidos pela Secretaria Municipal de Educação, e a manutenção e
funcionamento de bibliotecas;

VIII – fortalecimento do Colegiado de Direção Escolar, como órgão consultivo e deliberativo e


de assessoramento pedagógico da Secretaria Municipal de Educação, mediante a participação
da entidade dos trabalhadores de ensino municipal, observadas as diretrizes emanadas do
Conselho Municipal de Educação;

IX – obrigatoriedade do fornecimento gratuito de merenda escolar nas escolas municipais;

X – abertura à participação de todos os interessados no processo de tomada de decisões


educacionais, a fim de que as mesmas sejam efetivadas respeitando as decisões do colegiado
de direção escolar municipal e das associações do corpo docente e dos servidores.

XI – garantia de qualidade do ensino da suplência através de verbas específicas e/ou


proporcionais ao ensino regular;

XII – faculdade ao Município para, na educação infantil, poder celebrar convênios com
entidades não governamentais sem fins lucrativos, visando ampliar a oferta de vagas,
respeitada a legislação vigente.

Art. 120. O não oferecimento do ensino fundamental pelo poder público municipal, ou a sua
oferta irregular, importam responsabilidade da autoridade competente.

§ 1º Comprovada a falta de vaga no ensino fundamental, o aluno, por si, acompanhado de


seus pais ou responsáveis, ou por eles representado, notificará administrativamente o Chefe
do Executivo.

§ 2º A composição física da sala de aula deverá ter como critério a proporção de, no mínimo,
um metro quadrado por aluno.

§ 3º Os estabelecimentos municipais de ensino observarão os seguintes parâmetros na


composição de suas turmas:

I – educação infantil: 20 (vinte) a 25 (vinte e cinco) alunos;

II – 1º Ciclo (na faixa etária de 6, 7 e 8 anos de idade): 22 (vinte e dois) a 27 (vinte e sete)
alunos ;

III – 2º Ciclo ( na faixa etária de 9, 10 e 11 anos de idade): 28 (vinte e oito) a 33 (trinta e três)
alunos;

IV – 3º Ciclo( na faixa etária de 12, 13 e 14 anos de idade): 33 (trinta e três) a 38 (trinta e oito)
alunos;

V – ensino médio: 35 (trinta e cinco) a 40 (quarenta) alunos.

§ 4º Em casos especiais, os parâmetros a que se refere o § 3o deste artigo poderão ser


alterados visando à adequação entre o número de alunos e o professor, em função das
condições materiais do estabelecimento e da proporção de matrículas.

§ 5º O disposto no parágrafo anterior será definido conjuntamente pela Secretaria Municipal


de Educação, Conselho Municipal de Educação e os profissionais da escola envolvida.

Art. 121. A definição das matérias extracurriculares será de competência da escola e de toda
comunidade escolar, com aprovação do Conselho Municipal de Educação.

CAPÍTULO VII

Da Cultura
Art. 122. Cabe ao Município promover o desenvolvimento cultural de sua comunidade,
mediante:

I – oferecimento de estímulos concretos ao cultivo do artesanato, da ciência, das artes e das


letras;

II – cooperação com a comunidade, a União e o Estado na proteção dos locais e objetos


históricos e artísticos;

III – incentivo à promoção e à divulgação dos fatos históricos, dos valores humanos e das
tradições locais;

IV – zelo pelas obras de arte e outros bens históricos, arqueológicos, artísticos e paisagísticos,
competindo-lhe a iniciativa no sentido de resguardá-los da erosão, da destruição e da
descaracterização.

Parágrafo único O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá


o patrimônio artístico e histórico do Município, por meio de inventários, registros,
tombamento, desapropriação, vigilância e outras formas de acautelamento e preservação.

Art. 123. É facultado ao Município firmar convênio de intercâmbio e cooperação financeira


com entidades privadas, para criar e manter bibliotecas públicas.

Art. 124. O Município poderá, através de lei, conceder incentivos fiscais a entidades ou
associações que promovam ou ofereçam espaço às manifestações artesanais, artísticas,
culturais ou folclóricas.

Art. 125. É dever do Município:

I – empreender o levantamento científico e o registro da história do Município;

II – implantar política especial de proteção ao seu patrimônio cultural e natural;

III – preservar bens móveis e imóveis, de propriedade pública ou particular, em que for
constatada existência de valor histórico, arquitetônico, arqueológico, paisagístico,
bibliográfico, artístico ou ecológico.

Parágrafo único Os atos que envolvam conservação ou modificação do patrimônio


arquitetônico, histórico, artístico ou cultural do Município só se realizarão mediante prévia
autorização legislativa.

Art. 126. A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de fatos relevantes para a
cultura do Município.

Parágrafo único Fica assegurada a participação de artistas locais em eventos e festas de maior
notoriedade do Município, desde que a administração pública municipal tenha qualquer tipo
de participação na respectiva promoção, seja direta ou indiretamente.

Art. 127. O Município deverá constituir como patrimônio histórico-cultural, assegurando e


apoiando a preservação das linhas originais das seguintes, dentre outras edificações:

I – a Estação Ferroviária de Divinópolis;

II – o Espaço Cultural “Usina Gravatá”;

III – a Capela de Santa Cruz, à Rua Minas Gerais;


IV – a Igreja de Lava - Pés;

V – a Catedral do Divino Espírito Santo;

VI – o Santuário de Santo Antônio;

VII – o Sobrado conhecido como “Casarão“, à Praça Dom Cristiano;

VIII – o Cemitério de Santo Antônio dos Campos;

IX – a Usina Hidrelétrica do Gafanhoto;

X – a Usina Hidrelétrica próxima à Ponte Padre Libério Moreira;

XI – o Centro Redentor, à Rua Minas Gerais.

CAPÍTULO VIII

Do Meio Ambiente

Art. 128. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do Povo e essencial à sadia qualidade de vida, cabendo ao Município e à coletividade o
dever de defendê-lo e conservá-lo para as gerações presentes e futuras.

Parágrafo único Para assegurar a efetividade do direito a que se refere este artigo, incumbe ao
Município:

I – proteger o meio ambiente, garantindo o equilíbrio de todas as formas de vida em seu


habitat e entre todos os recursos naturais renováveis ou não;

II – fiscalizar, na ausência do agente competente específico do Estado, ou atuar


suplementarmente a este, quanto à exploração de produtos lenhosos, promovendo a
reposição do volume retirado no próprio Município;

III – levantar, mapear e inventariar coberturas vegetais nativas, áreas reflorestadas das bacias
e sub-bacias hidrográficas, bem como a rede de recursos hídricos do Município;

IV – criar mecanismos e programas específicos para recuperação das encostas, dos morros e
topos de serras, talvegues e margens dos recursos hídricos, bem como as suas nascentes, para
recomposição da mata ciliar e reflorestamento das bacias da região, especialmente as dos Rios
Itapecerica e Pará;

V – assegurar, nos termos da Constituição da República, a participação do Município no


resultado da exploração de recursos hídricos, para fins de geração de energia elétrica;

VI – assegurar a participação do Município nos processos de gerenciamento de bacias


hidrográficas em níveis regionais, estaduais e nacionais;

VII – prevenir, controlar, fiscalizar e autuar toda e qualquer forma de poluição, seja ela do ar,
da água, do solo, visual ou sonora;

VIII – garantir a preservação da cobertura vegetal do Município, propiciando assim a


conservação dos solos agrícolas;

IX – criar programas específicos para o monitoramento da qualidade do ar no Município;


X – atuar complementarmente às instâncias superiores na fiscalização da exploração de
recursos e produtos naturais.

Art. 129. O poder público manterá plano municipal de meio ambiente e recursos naturais, que
contemplará o conhecimento das características, da dimensão quantitativa e dos recursos dos
meios físico e biológico.

Parágrafo único O plano a que se refere este artigo definirá, ainda, o diagnóstico da utilização
dos recursos e as diretrizes para o seu melhor aproveitamento no processo de
desenvolvimento econômico-social, procurando sobretudo:

I – registrar e acompanhar a concessão do direito de pesquisa e exploração dos recursos


florestais, hídricos e minerais, bem como as escavações, exigindo-se a recomposição das áreas
afetadas;

II – fiscalizar a utilização e exploração da faixa de terreno da margem dos rios e córregos,


visando a proteger os cursos naturais de água;

III – implantar estações de tratamento do esgoto doméstico em todo o perímetro urbano da


sede do Município, bem como em seus distritos e nas comunidades mais destacadas do meio
rural

IV – adotar política de proteção, controle e conservação do meio ambiente, visando a


estabelecer normas para implantação, ampliação, operação ou reforma de atividades
industriais poluidoras;

V – estabelecer exigências, na forma da lei, para instalação de obras ou atividades


potencialmente causadoras de degradação do meio ambiente e de estudos ambientais
condizentes com o potencial poluidor, considerando-se a proporcionalidade da área do
empreendimento e o seu número de empregados;

VI – fixar as penalidades administrativas por danos cometidos contra o meio ambiente, bens e
acervos históricos e paisagísticos, bem como critérios para sua recomposição;

VII – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública


para a preservação do meio ambiente;

VIII – disciplinar, mediante lei, a incineração ou tratamento especial do lixo hospitalar e de


outros resíduos de alto risco;

IX – exercer efetiva fiscalização sobre a extração, captura, produção, transporte,


comercialização e consumo de espécies e subprodutos, no sentido de proteger a fauna e a
flora e de coibir os atos que coloquem em risco sua função ecológica, que provoquem a
extinção de espécies ou que submetam os animais a crueldades;

X – definir as formas de uso e ocupação do solo, através de planejamento que englobe


diagnóstico, análise técnica e indicação de diretrizes de gestão de espaço, respeitando a
conservação da qualidade ambiental;

XI – implantar e ampliar a vegetação em áreas urbanas, segundo critérios de especificidade


qualitativa definidos em lei;

XII – controlar e fiscalizar a produção e estocagem de substâncias, os equipamentos, o


transporte, a comercialização e a utilização de técnicas, métodos e instalações que importem
em risco, efetivo ou potencial, para a saudável qualidade de vida e do meio ambiente natural e
de trabalho, incluindo material geneticamente alterado pela ação humana, resíduos químicos
e fontes de radioatividade;

XIII – criar parques, reservas, estações ecológicas e outras unidades de conservação,


oferecendo-lhes especial proteção e infra-estrutura indispensável às suas finalidades;

XIV – aferir os níveis sonoros relativos às fontes poluidoras localizadas no Município, com
vistas a mantê-los dentro dos padrões científicos recomendáveis;

XV – definir os espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos,


sendo a alteração e a supressão autorizadas somente através de lei, vedada qualquer
utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;

XVI – monitorar a qualidade da água fornecida para o consumo público, verificando os índices
permissíveis de sua composição biológica e físico-química, bem como a sua potabilidade.

Art. 130. Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente é órgão colegiado
autônomo, consultivo, deliberativo e normativo, composto paritariamente por representantes
do Poder Executivo, entidades ambientalistas e representantes da sociedade civil, na forma da
lei.

Art. 131. Os recursos oriundos de multas administrativas, por atos lesivos ao meio ambiente, e
de taxas incidentes sobre a utilização dos recursos ambientais, bem como aqueles de custos de
indenização e análise de projetos para licenciamentos pelo órgão ambiental executivo, serão
destinados a um fundo para reparação de danos ao meio ambiente.

Parágrafo único A administração do fundo a que se refere este artigo será regulamentada em
lei

Art. 132. É vedada a instalação de atividades econômicas que interfiram, de forma prejudicial
ao meio ambiente, no equilíbrio ecológico do Município.

§ 1º Todas as empresas sediadas no Município que apresentem atividades poluidoras, ou


potencialmente poluidoras, quando notificadas pelo órgão ambiental executivo, terão um
prazo determinado para se equipem com dispositivo que anule as atividades poluidoras, nos
termos desta lei e demais legislações aplicáveis.

§ 2º Todas as indústrias siderúrgicas e outras com equivalente potencial poluidor no


Município ficam obrigadas a formar áreas verdes circundando seu parque industrial,
obedecidas as exigências do Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente e
do órgão ambiental executivo.

Art. 133. É obrigatória a recuperação da vegetação nativa das áreas protegidas por lei e todo
aquele que não respeitar as restrições ao seu desmatamento deverá recuperá-las .

Art. 134. É vedada a concessão de recursos públicos ou incentivos fiscais àqueles que
desrespeitarem as normas e os padrões de proteção ambiental.

Art. 135. Os efluentes líquidos e resíduos sólidos industriais produzidos no Município não
poderão ser despejados nos cursos de água, ou expostos ao meio ambiente, sem receberem o
prévio tratamento, de acordo com os padrões exigidos pela lei ou tecnologia adequada e a
devida licença do órgão ambiental.
Art. 136. Ao Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente ou órgão
equivalente competirá, respeitado o Código Tributário Municipal, dosar e julgar as penalidades
previstas na legislação ambiental do Município.

Art. 137. As empresas concessionárias ou permissionárias de serviços públicos e as


prestadoras de serviços deverão atender rigorosamente aos dispositivos de proteção
ambiental, ficando as infrações sujeitas a punição estabelecida em legislação específica.

Art. 138. O Município deverá estabelecer como espaços especialmente protegidos e


transformados em estações ecológicas todas as áreas verdes, nascentes e quedas-d’água,
pertencentes ou não ao Município, bem como as seguintes áreas:

I – área da extinta Usina de Álcool Motor de Minas Gerais: Espaço Cultural “Dr. Gravatá”;

II – Parque Ecológico “Prefeito Dr Sebastião Gomes Guimarães” ;

III – Parque Florestal do Gafanhoto;

IV – Chácaras Sambeca e suas adjacências, conhecidas como “Lago das Roseiras” e “Barragem
do Cajuru”.

Parágrafo único A definição da localização, delimitação, confrontação e dimensão de cada


área mencionada neste artigo será regulamentada em lei complementar.

CAPÍTULO IX

Do Esporte, do Lazer e do Turismo

Art. 139. O poder público garantirá, em parceria com a sociedade civil, outros órgãos
governamentais e as empresas, a promoção, o estímulo, a orientação, o apoio, a prática e a
difusão do esporte, do lazer e do turismo, visando sobretudo:

I – à autonomia das entidades e associações desportivas quanto a sua organização e


funcionamento;

II – ao tratamento diferenciado para o desporto profissional e não profissional;

III – à obrigatoriedade de reserva de áreas destinadas a praças e à prática do esporte e do


lazer nos projetos de urbanização e de unidades escolares;

IV – à recuperação de espaços públicos descaracterizados, relativamente à sua destinação


para as atividades mencionadas no inciso anterior.

Art. 140. O Município proporcionará meios de recreação sadia e construtiva à comunidade,


mediante:

I – manutenção de parques infantis, ciclovias, centros de juventude e de convivência


comunitária;

II – aproveitamento e adaptação de rios, praias, vales, colinas, montanhas, lagos, matas e


outros recursos naturais como locais de passeio e distração, preservando o meio ambiente.

Art. 141. O poder público adotará e incentivará o esporte, o lazer e o turismo e os


reconhecerá como forma de promoção social.
§ 1º Os órgãos municipais ligados ao esporte e ao lazer articular-se-ão com as atividades
culturais do Município, visando à implantação e ao desenvolvimento do turismo.

§ 2º O Município incentivará, mediante benefícios e na forma da lei, o investimento da


iniciativa privada no desporto, no lazer e no turismo.

§ 3º O poder público municipal divulgará, anualmente, o calendário dos eventos e festas de


maior notoriedade do Município.

Art. 142. O poder público realizará, anualmente, a copa rural de futebol de campo e as
olimpíadas comunitárias, nos termos da lei.

TÍTULO III

DA POLÍTICA URBANA, RURAL E ECONÔMICA

CAPÍTULO I

Da Política Urbana

Seção I

Da Política Urbana

Art. 143. O Município deverá organizar a sua administração e exercer sua atividade dentro de
um processo de planejamento permanente, atendendo às peculiaridades locais e aos
princípios técnicos de desenvolvimento integrado da comunidade.

Parágrafo único Considera-se processo de planejamento a definição de objetivos


determinados em função da realidade local, a preparação dos meios para atingi-los, o controle
de

Art. 144. sua aplicação e a avaliação dos resultados obtidos.

Art. 145. Para assegurar as funções sociais do Município e da propriedade, o poder público
usará, principalmente, os seguintes instrumentos:

I – imposto progressivo sobre o imóvel;

II – imposto progressivo sobre o imóvel;

III – discriminação de terras públicas, destinadas prioritariamente ao assentamento da


população de baixa renda;

IV – inventários, registros, vigilância e tombamento de imóveis;

V – contribuição de melhoria.

Art. 146. Compete ao Município o estabelecimento de diretrizes e normas relativas ao


desenvolvimento urbano no sentido de:

I – proceder à urbanização, à regularização fundiária e à titulação das áreas;

II – garantir a participação das entidades comunitárias no estudo, encaminhamento e solução


dos problemas, planos, programas e projetos;

III – regularizar os loteamentos irregulares, inclusive os clandestinos, abandonados ou não


titulados.
Art. 147. O Município, mediante lei específica para área incluída no Plano Diretor e nos termos
da lei federal, poderá exigir do proprietário do solo urbano não edificado, sub-utilizado ou não
utilizado que promova o seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I – parcelamento ou edificação compulsórios;

II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;

III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão


previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até 10 (dez) anos, em
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros leais.

Seção II

Do Plano Diretor

Art. 148. O Município elaborará o seu Plano Diretor nos limites da competência municipal e
das funções da vida coletiva, abrangendo habitação, trabalho, circulação, recreação, saúde,
educação, cultura, saneamento básico, segurança, lazer, meio ambiente e transporte.

Art. 149. O Plano Diretor é o instrumento básico do desenvolvimento e expansão urbana.

§ 1º Aprovado pela maioria dos membros da Câmara, o Plano Diretor contemplará entre
outras as seguintes metas e diretrizes:

I – ordenamento do território urbano e seu uso, ocupação e parcelamento;

II – aprovação e controle das construções;

III – preservação do meio ambiente;

IV – urbanização, regularização e titulação de áreas urbanas para a população carente;

V – reserva de áreas urbanas para implantação de projetos de interesse social;

VI – saneamento básico;

VII – controle das construções e edificações na zona rural, quando apresentarem


características urbanas, com a formação de núcleos habitacionais;

VIII – participação de entidades comunitárias no planejamento e no controle da execução dos


programas que lhes forem pertinentes.

§ 2º O Município promoverá, com o objetivo de impedir a ocupação desordenada do solo e a


formação de favelas:

I – parcelamento do solo para a população economicamente carente;

II – incentivo à construção de unidades e conjuntos habitacionais, constituindo centros e vilas;

III – formação de centros comunitários;

IV – criação de cooperativa habitacional, regulamentada em lei.

§ 3º A ocupação e a utilização de espaços em logradouros públicos por particulares, pela


iniciativa privada ou pelo poder público, para fins comerciais e os alusivos a acontecimentos ou
pessoas marcantes na vida das entidades ou do Município:
I – dependerão de lei específica, quando se tratar de obra física de caráter permanente, como
estátuas, bustos, marcos e monumentos;

II – serão regidas pelo Código de Posturas Municipais, sujeitas ainda à expedição de alvará
pelo Poder Executivo, quando se tratar de ocupação temporária, ou através de móveis e peças
susceptíveis de remoção.

Seção III

Do Transporte Público e do Sistema Viário

Art. 150. Incumbe ao Município, respeitadas a legislação federal e a estadual, planejar, delegar
e controlar a prestação de serviços públicos ou de utilidade pública relativos a transporte
coletivo e individual de passageiros, tráfego, trânsito e sistema viário municipal.

§ 1º Os serviços a que se refere este artigo, incluindo o de transporte escolar, serão prestados
diretamente ou sob regime de concessão, nos termos da lei.

§ 2º O poder público poderá criar organismo próprio com a incumbência de planejar,


organizar, coordenar, executar, fiscalizar e controlar o transporte coletivo e individual de
passageiros, além do tráfego, do trânsito e do sistema viário municipal, após lei autorizativa.

Art. 151. Os objetivos, diretrizes e metas da administração pública em atividades setoriais de


transporte coletivo serão estabelecidos na lei que instituir o Plano Plurianual, de forma
compatível com a política de desenvolvimento do Município, definida no Plano Diretor.

Art. 152. Lei municipal disporá sobre a organização, funcionamento e fiscalização dos serviços
de transporte coletivo e individual de passageiros e outros de sua competência, devendo ser
fixadas diretrizes de caracterização precisa e de proteção eficaz do interesse público e do
direito dos usuários.

Parágrafo único O Município assegura o direito ao transporte coletivo a todos os cidadãos e a


manutenção obrigatória de linhas noturnas em toda a área do perímetro urbano,
racionalmente distribuídas pelo órgão competente.

Art. 153. O planejamento dos serviços de transporte coletivo deve ser feito com a observância
dos seguintes princípios:

I – compatibilização entre transporte e uso do solo;

II – integração física, operacional e tarifária entre as diversas modalidades de transporte;

III – racionalização dos serviços;

IV – análise de alternativa mais eficiente para o sistema;

V – participação comunitária.

Parágrafo único O Município, ao traçar as diretrizes de ordenamento do transporte,


estabelecerá metas prioritárias de circulação de coletivos urbanos, que terão preferência em
relação às demais modalidades de transporte.

Art. 154. As tarifas do serviço de transporte coletivo e individual de passageiros e de


estacionamento público serão fixadas pelo Poder Executivo, ouvido o Conselho competente e
dando-se conhecimento à Câmara Municipal com 30 (trinta) dias de antecedência.
Nota Explicativa • marcio • 16 Set 2020EFEITOS SUSPENSOS PELA LIMINAR
CONCEDIDA EM ADIN Nº 341781-3

§ 1º O Poder Executivo deverá proceder ao cálculo da remuneração do serviço de transporte


de passageiros, com base em planilha de custos, contendo metodologia de cálculo, parâmetros
e coeficientes técnicos, em função das peculiaridades do sistema de trânsito e de transporte
no Município.

§ 2º As planilhas de custos serão atualizadas quando houver alteração no preço dos


componentes da estrutura necessária à operação do serviço.

§ 3º É assegurado ao Conselho competente, à Câmara Municipal e a qualquer cidadão o


acesso aos dados informadores da planilha de custos, bem como a elementos da metodologia
de cálculo, parâmetros e coeficientes técnicos.

Art. 155. O equilíbrio econômico-financeiro do serviço de transporte coletivo será assegurado


pela compensação entre a receita e o custo total do sistema.

§ 1º O cálculo das tarifas abrange o custo da produção de serviços e o de gerenciamento das


concessões e controle do tráfego, levando em consideração a expansão do serviço, a
manutenção de padrões mínimos de conforto, segurança e rapidez, bem como a justa
remuneração.

§ 2º A fixação de qualquer tipo de gratuidade de transporte coletivo só poderá ser feita


mediante lei que indique a fonte de recursos para custeá-la, salvo os casos definidos nesta Lei
Orgânica.

Art. 156. As vias integrantes do itinerário das linhas de transporte coletivo de passageiros
terão prioridade para pavimentação e conservação.

Art. 157. Novas tecnologias ou modificações, quanto ao sistema de transporte coletivo, que
atinjam diretamente o usuário, somente poderão ser implantadas após prévia aprovação do
Conselho Competente e autorização legislativa.

Art. 158. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos é garantida a gratuidade do transporte
coletivo urbano e rural.

Art. 159. O transporte coletivo e individual de passageiros poderá veicular propaganda


impressa de terceiros em seus veículos, em conformidade com a legislação específica.

Art. 160. O poder público municipal poderá subsidiar, em parte ou no todo, o transporte, na
ida e volta das escolas, para os estudantes da rede pública de ensino e para os estudantes
carentes, na forma da lei.

CAPÍTULO II

Da Política Rural

Art. 161. O Município adotará programas de desenvolvimento rural, compatibilizados com a


política agrícola da União e do Estado, destinados a fomentar a produção agropecuária,
organizar o abastecimento, fixar o homem no campo e prover a sua alimentação.

§ 1º Compete ao Município estabelecer diretrizes e normas no sentido de que sejam


preservadas as áreas de exploração agrícola e de pecuária, estimulando essas atividades
primárias.
§ 2º Os programas objetivam garantir tratamento especial à propriedade produtiva, para que
ela atinja a sua função social.

§ 3º O Município dispensará ao pequeno e médio produtor rural tratamento diferenciado, na


forma da lei.

§ 4º Compete ao Município a manutenção das estradas de acesso às comunidades rurais,


ainda que localizadas no interior de propriedades particulares, nos casos de relevante
interesse público.

Art. 162. O Município implantará centros de convivência, dotados de infra-estrutura e


equipamentos, garantindo o assentamento de famílias, com histórico e experiência no campo,
em área suficiente para atividades produtivas destinadas ao consumo doméstico e à
comercialização dos excedentes, além do atendimento nas áreas de saúde, lazer e educação,
esta com vistas à qualificação para o trabalho.

Parágrafo único Lei especial definirá a forma jurídica de legitimação da posse das áreas
destinadas pelo Município para ocupação pelo trabalhador rural.

CAPÍTULO III

Da Política Econômica e do Abastecimento

Seção I

Da Política Econômica

Art. 163. É dever e competência do Município:

I – defender, promover e divulgar os direitos do consumidor, educar para o consumo e


estimular a organização de associações voltadas para este fim;

II – adotar as medidas destinadas a fazer cessarem abusos do poder econômico, bem como
promover a fiscalização e o controle de qualidade, preços, pesos e medidas dos bens e serviços
produzidos e comercializados em seu território;

III – promover a eliminação de entraves burocráticos que embaracem o exercício e a defesa da


atividade econômica.

Art. 164. O Município procurará equipar, com recursos humanos e materiais, organismos
próprios para assistência ao consumidor, bem como garantir a aplicação do Código de Defesa
do Consumidor.

Art. 165. O Município dispensará à micro-empresa e à empresa de pequeno porte, assim


definidas em lei federal, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela
simplificação de suas obrigações administrativas.

Art. 166. A pessoa jurídica em débito com o sistema de seguridade social, como estabelecido
em lei federal, não poderá contratar com o poder público municipal nem dele receber
benefícios fiscais ou creditícios.

Seção II

Do Abastecimento
Art. 167. O Município, nos limites de sua competência e em cooperação com a União e o
Estado, organizará o abastecimento, objetivando melhorar as condições de acesso da
população, especialmente a de baixo poder aquisitivo, aos produtos alimentícios.

Parágrafo único Para assegurar a efetividade do disposto neste artigo, cabe ao poder público,
entre outras medidas:

I – planejar, implantar e executar programas de abastecimento alimentar, de forma integrada


com os programas especiais no âmbito federal, estadual e intermunicipal;

II – dimensionar a demanda, em qualidade, quantidade e teor nutritivo, dos produtos básicos


consumidos pelas famílias de baixa renda, bem como aqueles destinados à alimentação
escolar;

III – incentivar a melhoria do sistema de distribuição varejista em áreas de concentração de


consumidores de menor renda;

IV – articular-se com órgão ou entidade executora de política agrícola nacional ou regional


com vistas à distribuição de estoques governamentais, prioritariamente para programas de
abastecimento popular;

V – implantar e ampliar as instalações dos mercados atacadista e varejista, tais como galpões
comunitários, feiras cobertas e livres, garantindo preferencialmente o acesso aos produtores
rurais e aos pequenos varejistas;

VI – fomentar a Central Municipal de Compras Comunitárias, visando a estabelecer relação


direta entre as entidades associativas dos produtores e os consumidores;

VII – incentivar a criação e manutenção de granjas, sítios e chácaras destinados à produção


alimentar básica.

ATO DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS DA LEI ORGÂNICA DE DIVINÓPOLIS

Art. 1º. No prazo de 10 (dez) anos, a contar da data da promulgação da Lei Orgânica
Municipal, de 21 de março de 1990, as empresas atualmente denominadas Siderúrgica São
Marcos Ltda. e Companhia Mineira de Siderurgia, ou suas sucessoras ou arrendatárias,
instaladas no perímetro central da cidade, deverão reinstalar-se em outro local, apropriado,
nos termos permitidos em lei.

Parágrafo único Parágrafo único Até que se atinja o prazo estabelecido neste artigo, fica
vedada a reativação das aludidas empresas no local onde atualmente se encontram instaladas.

Art. 2º. A Câmara Municipal promoverá edição popular do texto integral da Lei Orgânica, que
será encaminhado gratuitamente às escolas, sindicatos, igrejas e a outras instituições
representativas da comunidade.

Divinópolis, 26 de maio de 1998


Vereador Geraldo Majela Maia do Amaral

Presidente da Câmara

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