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Importância Da Capacitação Interdisciplinar para o Docente de Arquitetura

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A IMPORTÂNCIA DA CAPACITAÇÃO INDERDISCIPLINAR PARA O DOCENTE

DE NÍVEL SUPERIOR EM ARQUITETURA E URBANISMO 1

FELIPE FERREIRA DA SILVA 2

RESUMO

O trabalho a seguir busca, a partir de uma análise no quadro atual do


ensino e da aprendizagem do curso de arquitetura e urbanismo, a
importância da capacitação interdisciplinar do docente deste curso,
uma vez que o cenário mudou no mundo inteiro em consequência da
pandemia do COVID-19, e fez com que várias disciplinas fossem
ministradas por meio do ensino remoto. A fundamentação teórica traz
uma reflexão do profissional docente de arquitetura e da pedagogia
aplicada aos componentes curriculares do curso, que é a formação
interdisciplinar. Os procedimentos metodológicos são pautados em
(RUIZ, 1996) e Santos e Parra Filho (2011). A pesquisa e análise dos
resultados tem-se através de um quadro com o programa curricular de
uma IES, dividido por séries, e relacionando as mesmas com a
interdisciplinaridade. Por fim, as conclusões se dão em sequência e
atingindo os objetivos e reforçando a importância da capacitação
interdisciplinar dos docentes de arquitetura e urbanismo.

PALAVRAS-CHAVE

Arquitetura; Docência; Interdisciplinaridade.

1
Artigo apresentado ao Curso de especialização em Docência no Ensino Superior do Centro Universitário
Maurício de Nassau, como requisito final para obtenção do grau, orientado pela Prof. MSc. Maria Selma
Barboza dos Santos. Licenciada em Letras, Esp. em Docência do Ensino, Pós-graduada em Administração
com Ênfase em Marketing. Mestre em Gestão e Políticas Universitárias para o Mercosul.
2

1 INTRODUÇÃO

A educação se transforma a cada instante, pode-se citar com muita ênfase e


tempestividade a adoção do modelo virtual altamente utilizado durante o período de
isolamento social imposto como medida preventiva a pandemia causada pelo vírus COVID-
19. Assim, com as aulas presenciais suspensas, foi necessária uma adaptação das escolas,
professores, alunos e até mesmo dos pais, e que por fim, veio a transformar o modelo
tradicional de educação no Brasil.

Este é apenas um dos vários exemplos de como a educação se transforma e como


ela se adapta as diversas realidades. Contudo, surge também as ressalvas, se esta educação
está tendo de fato qualidade e eficiência. Tal eficácia pode ficar comprometida quando não
possui inter-relações entre as disciplinas, sejam ou não, no contexto de distanciamento social.
Essa é uma preocupação constante a respeito da qualidade e capacitação interdisciplinar no
nível superior, neste trabalho, voltado especificamente ao docente de arquitetura e urbanismo.

Existe também as preocupações no nível superior, a qual as universidades são


responsáveis não apenas pela formação profissional, mas também a formar um indivíduo
pensante, capaz de não apenas responder uma demanda técnica, mas a vir somar socialmente.
Silva (1998) explica o quão complexa é a arquitetura, visto que a mesma é uma resposta de
uma infinidade de fatores, sendo eles culturais, psicológicos, ambientais, técnicos,
econômicos e por aí vai.

Com isto, a importância da interdisciplinaridade, sobretudo no campo da


arquitetura, decidiu-se que a limitar este estudo no que diz respeito a observação da
capacitação e formação dos docentes nos cursos superiores de arquitetura e urbanismo e suas
relações interdisciplinares, isto é, como as diversas disciplinas de campos de estudo diferentes
estabelecem relação para formar um profissional com uma atuação tão diversificada.

O docente de arquitetura e urbanismo atua na educação destes cidadãos, e foca-se


aqui a importância da capacitação interdisciplinar deste docente para atender um currículo e
projeto político pedagógico do curso, deve estar prevista essa interdisciplinaridade mas
também é essencial que o docente esteja igualmente capacitado.

2
Bacharel em Arquitetura e urbanismo pela UnP, discente em caráter especial no programa de pós graduação em
arquitetura e urbanismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Profissional autônomo
3

Diante desse cenário, indaga-se: qual a influência da capacitação interdisciplinar


dos docentes que atuam nos cursos de arquitetura e urbanismo?

Um docente naturalmente precisa estar sempre se reinventando e atualizando para


propor uma formação atualizada com a realidade contemporânea. Em arquitetura e urbanismo,
essa necessidade permanece, entretanto, Silva (1998) aponta que diferentes cenários vão gerar
diferentes respostas que irá depender da época, do cenário e dos protagonistas. Em virtude
disto, existe uma série de interligação entre as disciplinas do curso, e em cada área há uma
inter-relação e dependência das mesmas, sendo extremamente necessário que o docente tenha
essa capacidade.

Essa capacitação anteriormente citada, consolida a necessidade da


interdisciplinaridade tanto no projeto político pedagógico (PPP), grade curricular do curso e
sobretudo na formação do docente e seus planos para atender a ementa das disciplinas.

O objetivo geral deste trabalho é analisar a influência da educação


interdisciplinarizada na capacitação dos docentes que atuam nos cursos de arquitetura. E soma
aos seguintes objetivos específicos.

• Identificar e conceituar o ensino interdisciplinar.

• Refletir acerca dos benefícios da docência interdisciplinar no curso de


arquitetura e urbanismo.

• Mapear a relação interdisciplinar e multidisciplinar entre algumas disciplinas


de arquitetura e urbanismo.

A respeito dos procedimentos metodológicos, neste estudo optou-se por explorar


o método dedutivo, com técnica aplicada nesta pesquisa é nomeada de pesquisa explicativa,
que se deu através de uma pesquisa bibliográfica, e por fim, consiste em uma pesquisa quali-
quantitativa.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para dar início a essa conceituação teórica deste trabalho, é importante ter em mente
alguns conceitos básicos a respeito do tema educação, e esse termo por exemplo é
amplamente explorado por diversos autores e o mesmo se desmembra em vários outros

desde 2017. Felipeferreiraarquitetura@hotmail.com


4

caminhos, porém para efeito deste, nos manteremos nas definições de VEIGA (2011) e
ZOCOLLI (2012).
A dar início a essa discussão, faz-se necessário evidenciar o ambiente da educação, o
meio espaço-físico a qual esta pertence: o meio social ou grupo familiar e de maneira
equivalente, a instituição de ensino, podendo ser a escola ou universidade.

A escola é o lugar de concepção, realização e avaliação de


seu projeto educativo, uma vez que necessita organizar seu trabalho
pedagógico com base nos seus alunos. Nessa perspectiva é
fundamental que ela assuma suas responsabilidades, sem esperar que
as esferas administrativas superiores tomem essa iniciativa. (VEIGA,
2011, p. 13)

Como dito a cima, o ambiente físico escolar é fundamental, mas não se deve esquecer
do meio não formal. Ambos diferem quanto ao processo e as regras, mas são inteiramente
essenciais para o ensino, como destaca Kowaltowski (2011, p. 11);

É importante apontar o significado da educação não formal,


que apresenta inúmeras possibilidades contributivas a formação social
humana, pela promoção da sociabilidade (...) O ambiente físico
escolar é, por essência, local do desenvolvimento e do processo de
ensino e aprendizagem.

Nesta perspectiva introdutória, ainda é importante ressalvar que quando se fala em


educação, nada é simples, não se deve tomar como verdades absolutas e não considerar o
contexto social e histórico. (ZOCOLLI, 2012)

2.1 CONCEITOS E FUNÇÃO DA EDUCAÇÃO

Existem três agentes primordiais para a educação: As instituições - cabe aqui citar
escolas, universidades e seus respectivos docentes, corpo técnico etc. Os discentes, e por fim e
não menos importante, a sociedade.
De maneira muito direta, para Kowaltowski (2011), a escola pode ser definida como
instituição de ensino, um resultado histórico de evolução aplicada e a educação seria a
transmissão de valores e acúmulo de conhecimentos de determinado grupo.
As instituições de ensino superior (IES) têm uma função social diferente das escolas
de nível fundamental e médio, como aponta Zocolli (2012) pois as mesmas tem a
responsabilidade para com a sociedade e destaca-se inclusive problemas na própria educação.
Visto que as IES devem unir a tríade educacional: o ensino, a pesquisa e a extensão, além
claro, de democratizar o acesso a tais.
5

De maneira simplória é possível dizer que quem faz a educação, como principais
agentes, são os docentes e os discentes; são eles que estão envolvidos em um contato
sistemático e direto. Nóvoa (1995, p. 16) [sic.] “os professores têm uma presença cada vez
mais activa (e intensa) no terreno educacional”.

2.2 FORMAÇÃO INTERDISCIPLINAR

A dar início a este tópico, é extremamente importante conceituar o que seria


interdisciplinaridade, como aponta Paviani (2008) o termo é altamente usado e por ventura de
maneira equivocada, mas pode ser definida como teoria epistemológica ou proposta
metodológica.
Para Zocolli (2012, p. 16-17); “Os desafios para o ensino superior são grandes, por
isso a qualidade na formação inicial e na formação continuada dos professores (...) exige
sólida formação pedagógica inicial e na formação continuada.”
Atêm-se a partir daqui ao direcionamento ao ensino superior em arquitetura e
urbanismo, que são os eixos norteadores desta pesquisa.
Ao conceber um projeto de arquitetura, muitas áreas se interligam para obter êxito no
produto final, a qual está melhor exemplificado no tópico 2.3 que traz uma análise dessa
comunicação. Mas ainda é importante ressaltar a respeito da interdisciplinaridade em
arquitetura, por exemplo:

Assim, a discussão sobre a escola ideal não se restringe a um


único aspecto, seja de ordem arquitetônica, pedagógica ou social:
torna-se uma abordagem multidisciplinar, que inclua o aluno, o
professor, a área de conhecimento , as teorias pedagógicas, a
organização de grupos, o material de apoio e a escola (...)
(KOWALTOWSKI, 2011, p. 11-12).

Essa multidisciplinaridade que envolve todo e qualquer projeto existe que os


projetistas tenham um conhecimento interdisciplinar, ou seja, que as várias áreas que atuam
sobre ele, se comuniquem e relacionem para produzir este documento técnico.
Como tal, como explica Kowaltowski (2011), para projetar uma escola exige
conhecimentos em história (evolução das escolas), das ideias e propostas pedagógicas, do
clima que será inserido para então entrar na eficiência térmica, dos contextos sociais do grupo
beneficiado e aí por diante.
Nesta perspectiva, como poderia um professor de arquitetura e urbanismo lecionar
uma disciplina de maneira isolada, se a aplicação da mesma deverá entrar em consonância
com outras?
6

Foi a partir deste questionamento que se desenvolveu esta pesquisa, onde se observa
claramente uma interdependência entre a unidades que compõe as matrizes curriculares dos
cursos de arquitetura e urbanismo, instituídos pelo Ministério da educação - MEC.

2.3 ANÁLISE DOS COMPONENTES CURRICULARES

A graduação em arquitetura e urbanismo é um curso de nível superior com atribuição


de bacharelado, e conforme decreto do MEC, Resolução nº 6 de 2006 que estabelece uma
série de critérios a serem atendidos sob as Diretrizes curriculares nacionais para obterem
reconhecimento da instituição.

I- Objetivos gerais do curso (...).II- Condições objetivas de


oferta e a vocação do curso. III- Formas de realização da
interdisciplinaridade. IV- Modos de integração entre teoria e prática.
V- Formas de avaliação do ensino e aprendizagem. VI- Modos de
integração entre graduação e pós-graduação – quando houver. VII-
Incentivo a pesquisa (...). VIII- Regulamentação das atividades
relacionadas ao curso (...) IX- Concepção e composição das atividades
de estágio supervisionado (...) X- Concepção e composição das
atividades complementares. (MEC- Resolução nº 6. Art 3º. Grifo
nosso)

Como é visto, são diversos os requisitos para obter o reconhecimento, inclusive, já se


prevê desde este momento de concepção do projeto do curso, a interdisciplinaridade, sendo
não apenas um dever da instituição, mas também está atrelado ao docente.
No Artigo 5º da mesma resolução, também está descrito uma série de competências e
habilidades que o futuro arquiteto deverá possuir, mas como o discente vai possuir tais
habilidades se os docentes não estiverem devidamente preparados para repassar as numeradas
13 classificatórias?
Em um grande resumo, pode-se mencionar dentre as 13 classificatórias citadas
anteriormente: Conhecimentos antropológicos, sociológicos, econômicos, culturais,
desenvolvimento sustentável, preservação do meio ambiente, legislação específica,
arquitetônicos, urbanísticos, paisagístico, patrimônio e restauro, acessibilidade, históricos,
metodológicos, estruturais, resistência e comportamento dos materiais, elétricos, hidráulicos,
sanitários, acústicos, climáticos, lumínicos, desenhos e representações gráficas, informáticos e
topográficos.
O conhecimento interdisciplinar em arquitetura e urbanismo é visto como
indispensável, desde a concepção do projeto político pedagógico (PPP) até a emissão dos
certificados de conclusão de curso reconhecidos pelo MEC.
7

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste estudo, optou-se por explorar o método dedutivo, isto é, partindo de uma
exploração ou enunciados gerais e indo para um raciocínio mais específico, de conclusão
particular. (RUIZ, 1996)
A técnica aplicada a esta pesquisa é nomeada de pesquisa explicativa, tendo em vista
que foi estudada aqui uma forma de explicar e justificar as relações interdisciplinares do curso
de arquitetura e urbanismo, buscando evidenciar que a eficácia dessa educação tem muita
relação entre a multidisciplinariedade do curso e a forma que um arquiteto e urbanista deve
pensar.
Através de uma pesquisa bibliográfica, apontado como meio de investigação, foi
coletado referências que evidenciam que a qualidade da educação em arquitetura está
enraizada na forma como essas disciplinas conversam entre si. Para tal conhecimento, a
investigação bibliográfica foi fundamental, como aponta Santos e Parra Filho (2011, p. 83)
“qualquer que seja o campo a ser pesquisado, sempre será necessária uma pesquisa
bibliográfica, que proporciona um conhecimento prévio do estágio em que se encontra o
assunto.”
Consiste em uma pesquisa quali-quantitativa, pois partiu-se de um contexto plural da
docência em arquitetura e urbanismo e também há estudo de caso específico da análise dos
componentes curriculares do curso de arquitetura e urbanismo de uma instituição de ensino
superior.

4. ANÁLISES DOS RESULTADOS

A seguir, teve-se acesso aos componentes de uma instituição de ensino superior (IES)
do Rio Grande do Norte, vigente no ano de 2012, que está disposta da seguinte forma:

I- SÉRIE a) Pré-calculo. b) Construção do conhecimento


e metodologia científica. c) Leitura e produção
de texto. d) Sociedade, tecnologia e meio
ambiente. e) Desenho técnico. f) Introdução a
arquitetura e urbanismo.
II - SÉRIE a) Cálculo I. b) Ciências aplicada as exatas e
engenharias. c) Desenho básico para
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arquitetura. d) Representação gráfica


computacional. e) Introdução as estruturas. f)
Projeto de arquitetura; percepção do espaço.
III- SÉRIE a) Projeto de urbanismo: espaço coletivo. b)
Gerenciamento de projetos I. c) Conforto
térmico e eficiência energética. d) Criatividade e
visualização 3D. e) Conforto acústico e lumínico.
f) Estética e história da arte. g) expressão
gráfica aplicada a arquitetura e urbanismo.
IV- SÉRIE a) instalações prediais. b) Projeto de
arquitetura: Habitação. c) Representação
gráfica computacional II. d) Sociedade e
educação das relações étnico-raciais. e) História
da arquitetura: da antiguidade a revolução
industrial.
V- SÉRIE a) Projeto de urbanismo: morfologia urbana. b)
Projeto especial: arquitetura da paisagem. c)
projeto de urbanismo: intervenção em área de
interesse social. d) topografia e
geoprocessamento. e) Apresentação gráfica de
projetos.
VI- SÉRIE a) Materiais de construção. b) projeto de
arquitetura: acessibilidade. c) história da
arquitetura moderna. d) estruturas em
concreto. e) História da arquitetura brasileira.
VII- SÉRIE a) estágio supervisionado I. b) Projeto urbano:
desenho urbano. c) Projeto de arquitetura:
sistemas construtivos industrializados. d)
Projeto especial: arquitetura de interiores. e)
projeto especial: desenho do objeto.
VIII- SÉRIE a) Estágio supervisionado II. b) Estruturas em
madeira e metal. c) História da arquitetura
brasileira. d) Projeto de arquitetura: abordagem
bioclimática. e) projeto de arquitetura:
detalhamento. f) História da arquitetura
contemporânea.
IX- SÉRIE a) trabalho de conclusão de curso I. b) Estágio
supervisionado III. c)animação para maquetes
eletrônicas. d) canteiro e técnicas construtivas.
e) projeto de urbanismo: instrumentos de
controle. f) Projeto de requalificação do espaço
construído. g) tópicos especiais em arquitetura
I.
X- SÉRIE a) gerenciamento de projetos II. b) patrimônio e
restauro. c) Gestão e prática profissional. d)
Trabalho de conclusão de curso II. e) Tópicos
especiais em arquitetura II.

Ao analisar esta grade curricular do curso de arquitetura e urbanismo, é muito fácil


para um profissional da área identificar a relação que uma disciplina tem com a outra. Desta
forma, a seguir, os gráficos mostram um pouco mais dessa interdisciplinaridade. Na imagem a
seguir, observa-se alguns exemplos de interdisciplinaridade horizontal, isto é, aquela que
ocorre entre as disciplinas alocadas na mesma série/período.
9

Imagem 1 – relação interdisciplinar horizontal. (Produzida pelo autor)

Nota-se que existe uma interdependência do ensino uma da outra, ou seja, para
elaborar um projeto paisagístico, listado a direita da imagem, o profissional precisará reunir
conhecimento de arquitetura da paisagem, topografia e geoprocessamento, apresentação
gráfica, representação gráfica computacional, além de outros não listados como desenho
urbano, acessibilidade, históricos e assim por diante.
Para atuar com intervenção na área de interesse social, o projetista/pesquisador deverá
dispor de recursos intelectuais nas áreas de morfologia urbana, arquitetura da paisagem,
geoprocessamento e igualmente assim por diante. Ver-se que o ensino dessas disciplinas está
extremamente atrelada uma da outra e os professores devem coincidir seus programas e
cronogramas afim de obter o êxito na qualidade do ensino.
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Imagem 2 – relação interdisciplinar vertical. (Produzida pelo autor)

No quadro acima relatado (imagem 2), observa-se uma interdependência ainda mais
evidente e crucial para o ensino. A imagem traz exemplos recortados por áreas,
correlacionando-as com suas respectivas séries.
Esse escalonamento da locação das disciplinas e do conteúdo pragmático é crucial
para a efetiva educação, sobretudo, o docente que estiver lecionando uma disciplina alocada
na extremidade do círculo, deverá não apenas entender os conteúdos da disciplina mas agir
em consonância com as demais, além de identificar possíveis lacunas anteriores, saber
interligar esses conhecimentos para formar um profissional capacitado a de fato (re)pensar,
executar e enfim, trazer um benefício real a sociedade, afinal, este é o grande objetivo das
IES.
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5. CONCLUSÃO

Ao término desta pesquisa, foi possível mapear algumas das relações de


interdisciplinaridade que envolve um curso de arquitetura e urbanismo devidamente
reconhecido pelo MEC, desde sua concepção prevista no Art. 3º, inciso III da resolução 6ª do
MEC/2006.
Foi exposto também a matriz curricular de um curso de arquitetura e urbanismo,
evidenciando então a importância do docente se capacitar a ter uma formação interdisciplinar,
contínua e progressista.
Na revisão literária foi visto conceitos primordiais a entender a importância da
formação do docente, escola e sociedade como agentes plenos do ensino e aprendizagem
interdisciplinar. Contudo, foram atingidos os objetivos previstos deste estudo que
responderam bem quanto a problemática inicial.
Para que o docente de arquitetura e urbanismo, no ensino superior possa se sentir
empenhado na sua trajetória profissional, sugere-se em primeiro lugar que o corpo docente do
curso, incluindo a coordenação pedagógica, elaborem planos interdisciplinares, isto é, um
formato pedagógico que as disciplinas trabalhem juntos para que os discentes encontrem as
soluções esperadas e descritas na ementa de cada disciplina envolvida.
Dando exemplo ao que foi dito anteriormente, em um semestre onde os discentes
deverão estudar projetos de arquitetura educacional (escolas), o discente tenha que elaborar
um projeto que atenda não apenas a disciplina de projeto mas também a disciplina de
urbanismo estudando o impacto de vizinhança do seu empreendimento, a observação a
legislação de acessibilidade (NBR 9050), os cálculos envolvidos no dimensionamento de
alguma estrutura do seu projeto, e assim por diante. Dessa forma, atendendo no mínimo 4
disciplinas que estão interligadas.
Por fim, tendo em vista a importância da capacitação interdisciplinar do docente,
sugere-se ainda que a coordenação pedagógica junto da administração, possa incentivar o
desenvolvimento da carreira do docente, dando a ele oportunidades de aperfeiçoamento
dentro e fora da sua área de domínio, através de workshop’s, palestras, mesas redondas e até
incentivando a produção acadêmica dos mesmos. Dessa forma, o docente conseguiria
sobretudo uma melhor performance e efetividade educacional.
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TITULO, TITRE OU TITLE.

The matter of interdisciplinar training for architecture and urbanism’s


bachelor teachers.

RESUMEN, RÉSUME OU ABSTRACT.

The following work seeks, based on an analysis of the current


framework of teaching and learning in the architecture and urbanism
colleges, the matter of interdisciplinary training for the professors,
once the scenario has changed worldwide as a result of the COVID-19
pandemic, turning multiples class in remote learning. The theoretical
foundation brings a reflection of the professional teaching of
architecture and applied pedagogy in the curricular components of the
course, which is interdisciplinary training. The methodological
procedures are based on (RUIZ, 1996) and Santos and Parra Filho
(2011). The research and analysis of the results takes place through a
framework with the curriculum of a Universities colleges, divided by
series, and relating them to interdisciplinarity. Finally, the conclusions
are given in sequence, reaching the objectives and reinforcing the
importance of interdisciplinary training of architecture and urbanism’s
teachers.

PALABRAS-CLAVE, MOTS-CLÉS OU KEYWORDS.

Architecture; Matter; Interdisciplinary.


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REFERÊNCIAS

____MEC. Resolução 06 de 02 de fevereiro de 2006. Institui as diretrizes curriculares


nacionais do curso de graduação em arquitetura e urbanismo e dá outras providências.
Disponível em <
http://r1.ufrrj.br/graduacao/arquivos/docs_diretrizes/arq_rces06_06_resol.pdf> Acesso em:
09/10/2020 às 15:59 h.

KOWALTOWSKI, Doris C. C. K. Arquitetura escolar; o projeto do ambiente de ensino.


1ª ed. São Paulo. Editora Oficina de textos. 2011.

NÓVOA, Antônio. Profissão professor. 2ª ed. Lisboa, Porto editora. 1995.

PAVIANI, Jayme. Interdisciplinaridade: conceitos e distinções. 2ª Ed. Editora da


universidade de Caixias do Sul -Educs. 2008.

RUIZ, J. A. Metodologia científica. 4ª ed. São Paulo: Atlas 1996.

SANTOS. João Almeida dos; PARRA FILHO, Domingos. Metodologia Científica. 2ª


edição. São Paulo Cengage Learning. 2011.

SILVA, Evan. Introdução ao projeto arquitetônico. 2ª ed. Porto Alegre; Editora da


Universidade UFRGS. 1998.

VEIGA, Ilma Passos A. Educação Básica; Projeto político pedagógico. 6ª ed. Campinas;
Editora Papirus. 2011.

ZOCOLLI, Maralise M. de Souza. Educação superior brasileira: política e legislação. 1ª


ed. Curitiba. Editora Intersaberes, 2012.

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