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Atmosfera Padrão

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Desempenho de Voo Departamento de Ciências Aeroespaciais - Universidade da Beira Interior

Capítulo 2
Atmosfera Padrão
Desempenho de Voo – 10360
2º Ano/2º Semestre do Mestrado Integrado em Engenharia Aeronáutica

1 /40
Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019
Desempenho de Voo Departamento de Ciências Aeroespaciais - Universidade da Beira Interior

1. Introdução
Quer a propulsão quer a aerodinâmica do avião dependem das propriedades do
ar: temperatura, pressão e densidade do ar, viscosidade. Portanto, é essencial
conhecê-las para calcular o desempenho do avião.

Para o mesmo avião voar a uma altitude maior, onde a densidade do ar é


menor, com o mesmo ângulo de ataque, terá que voar mais depressa. Isso
implicará uma maior potência requerida. Por outro lado, o motor terá uma
potência menor. Logicamente isto terá uma influência importante no
desempenho de voo, limitando a altitude que o avião consegue atingir.

As características da atmosfera variam com a altitude, com a época do ano,


com a latitude, com as características geográficas do local e mesmo com a
hora do dia.

O movimento das massas de ar, as alterações sazonais, e até a hora do dia


produzem, grandes variações na distribuição destas propriedades na atmosfera
da Terra.
Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 2 /40
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1. Introdução
É necessário um padrão para as características do ar, em relação ao qual
possamos determinar e comparar o desempenho das aeronaves em função da
altitude.

o reconhecimento desta necessidade levou ao desenvolvimento de um


modelo de atmosfera de referência em que os valores das suas propriedades
(temperatura, pressão, densidade e viscosidade) em função da altitude
representam uma média de valores medidos durante muitos anos em várias
regiões da Terra a latitudes médias.

A atmosfera de referência mais comum é baseada nas condições das


latitudes médias do hemisfério norte e chama-se International Standard
Atmosphere (ISA).

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 3 /40


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2. Atmosfera

Vários modelos de atmosfera foram propostos.

De um modo geral, os modelos são idênticos até aos


32km de altitude.

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 4 /40


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2. Atmosfera

Os modelos de atmosfera mais conhecidos são:

• International Standard Atmosphere (ISA) (1975)

•US Standard Atmosphere (1976)

•“ICAO” Standard Atmosphere (1993)

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 5 /40


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2. Atmosfera
International Standard Atmosphere (ISA) publicado pela
International Organization for Standardization (ISO):
ISO 2533:1975. Este modelo é uma representação da
atmosfera terrestre desde a superfície da terra até 32km
de altitude

“ICAO” Standard Atmosphere (1993) da International Civil


Aviation Organization (ICAO). Este modelo é o mesmo da ISA
mas extende a gama de altitudes até 80km de altitude;

US Standard Atmosphere (1976) desenvolvido pela National


Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), pela National
Aeronautics and Space Administration (NASA) e pela United
States Air Force (USAF). Este modelo é uma representação da
atmosfera terrestre desde a superfície da terra até 1000km de
altitude.
Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 6 /40
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2.1. A Atmosfera Padrão (1)


Nestes modelos, a atmosfera é dividida em camadas com características
diferentes.

Para o estudo do desempenho das aeronaves, as camadas relevantes


são as duas mais próximas da superfície da Terra:

•Troposfera;

•Estratosfera.

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 7 /40


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2.1. A Atmosfera Padrão (1)


A primeira camada, a Troposfera, começa ao nível do mar e caracteriza-se por
uma diminuição linear da temperatura do ar em função da altitude. Ao nível
do mar a temperatura tem um valor de 288,15K e a 11.000m, o limite superior
da Troposfera, tem um valor de 216,65K.

Segue-se a Estratosfera. Começando aos 11000m, com uma


sub-camada chamada:
Tropopausa.
Aqui, a principal característica é a temperatura
constante de 216,65K desde os 11000m até aos
20.000m de altitude. Continua com uma subcamada
chamada de

seguida doutra sub-chamada:


Estratosfera baixa,
com um aumento linear de temperatura desde os
216,65K até aos 228,65K, entre os 20.000m e os
32.000m.

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 8 /40


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2.1. A Atmosfera Padrão (2)

IA (ICAO)

ISA (ISO)

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 9 /40


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2.1. Atmosfera Padrão (5)


A ISA é definida por um perfil de temperatura, consistindo em 3 segmentos
lineares cujos gradientes são dados em termos da altitude.

Camada Nome Altitude Altitude Gradiente de Temperatura Pressão


Geopotencial Geométrica Temperatura T (°C) Atmosférica
h (m) hG (m) (K/km) p (Pa)

0 Troposfera 0 0 −6.5 +15.0(288.15K) 101325


1 Tropopausa 11000 11019 +0.0 −56.5(216.65K) 22632
ISA
2 Estratosfera 20000 20063 +1.0 −56.5 5474,9
3 Estratosfera 32000 32162 +2.8 −44.5(228.65K) 868,02
4 Estratopausa 47000 47350 +0.0 −2.5 110,91
5 Mesosfera 51000 51413 −2.8 −2.5 66,939
6 Mesosfera 71000 71802 −2.0 −58.5 3,9564
7 Mesopausa 84852 86000 — −86.2 0,3734
Geopotencial significa que é num campo gravítico de aceleração constante

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 10 /40


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2.1. Atmosfera Padrão (6)

IA (ICAO)

ISA (ISO)

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 11 /40


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2.1. A Atmosfera Padrão (3)


Os parâmetros de referência da atmosfera ISA são as características do ar ao
nível do mar são:

• temperatura, T0 = 288,15K;
• pressão, p0 = 101325N/m2;
• densidade, r0 = 1,225kg/m3;
• viscosidade, m0 = 1,78938x10-5kg/(m.s);
• velocidade do som, a0 = 340,294m/s.
Outros valores de referência são constantes:

• aceleração da gravidade, g0 = 9,80665m/s2;


• constante do ar, R = 287,05307 m2/s2K;
• razão dos calores específicos, g = 1,4.

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 12 /40


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Razões dos Parâmetros


É comum definir a razão entre o valor de um parâmetro a uma dada altitude
pelo valor de referência ao nível do mar. Assim, para a pressão, para a
densidade e para a temperatura tem-se, respetivamente,

p

p0

r

r0
T

T0

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 13 /40


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2.1. Atmosfera Padrão (4)


A atmosfera é constituída por ar :

• 78% azoto;
• 22% oxigénio atmosférico (equivalente a 21% de oxigénio e 1% de outros gases
misturados),

que se assume estar em repouso em relação à Terra.

Assume-se, ainda, que o ar é um gás perfeito constituído por partículas neutras


em equilíbrio químico e livre de vapor de água, gotículas e partículas.

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 14 /40


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2.1. Atmosfera Padrão (4)


Assim, assumindo-se que:

• O ar é um gás ideal. Consequentemente, obedece à equação de estado:

p  rRT
• O ar é um fluído em repouso. Logo, aplica-se a equação fundamental da
hidrostática:
dp   rgdh

• Assume-se ainda, no modelo ISA, que o valor da aceleração gravítica é


constante:
g  g0
Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 15 /40
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3. Propriedades da Atmosfera
A partir das equações acima é possível determinar as propriedades da atmosfera
em cada uma das suas camadas para qualquer altitude, h:

• temperatura;

• pressão;

• densidade;

• viscosidade=f(T);

• velocidade do som=f(T).

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 16 /40


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3.1. Troposfera (1) - Temperatura


Na Troposfera, verifica-se que a temperatura apresenta uma variação linear com
a altitude. Assim,
T  T0  h
onde
dT

dh

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 17 /40


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3.1. Troposfera (1) - Pressão


A partir da equação da hidrostática, substituindo a densidade pela equação dos
gases perfeitos, e assumindo g=g0, tem-se:
 p 
dp   g 0  dh
 RT 
dp g0
  dh
p RT
dp g 0 dT dh
 
p RT dT
Substituindo dT/dh= para a temperatura em função da altitude, obtém-se

dp g 0 dT

p R T

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 18 /40


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3.1. Troposfera (2) - Pressão


Integrando desde o nível do mar até à altitude h tem-se,
g0
ln p  ln p0   ln T  ln T0 
R
ou g0

p T  R
   
p0  T0 

Substituindo para a temperatura em função da altitude obtém-se, finalmente, a


variação da pressão com a altitude
g0 g0
 
p  T0  h  R p  h  R
     1  
p0  T0  p0  T0 
Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 19 /40
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3.1. Troposfera (3) - Densidade


Da equação dos gases perfeitos tem-se
1
r p T 
  
r 0 p0  T0 

Substituindo para a razão das pressões obtém-se

g0
 1
r T  R
  
r 0  T0 

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 20 /40


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3.1. Troposfera (4) - Densidade


A função da densidade com a altitude fica
g0
 1
r  h  R
  1  
r 0  T0 
ou, equivalente, a altitude em função da razão de densidades:

R
T0   
h  g 0  R
 1
  

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 21 /40
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3.2. Estratosfera (1) 11 a 20km (Tropopausa)


Na Estratosfera a temperatura tem um valor constante até aos 20000m de
altitude. Assim, a equação de estado fica

p  rRT11k
onde T11k é a temperatura na Tropopausa (a 11000m de altitude).
A equação da hidrostática fica, então
dp g
  0 dh
p RT11k

que, após integração na Tropopausa até uma altitude h, fica


g0
ln p  ln p11k   (h  11000)
RT11k

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 22 /40


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3.2. Estratosfera (2) 11 a 20km (Tropopausa)


ou g0
p   h 11000 
e RT11 k

p11k
Como T é constante, então, a razão das densidades fica
r p

r11k p11k

O que em função da altitude toma a forma de


g0
r   h 11000 
e RT11 k

r11k
Os parâmetros de referência no início da Tropopausa (T11k, p11k e r11k) podem
ser calculados com o modelo da Troposfera com h=11000m.

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 23 /40


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3.2. Estratosfera (3) 20-32km


Na estratosfera baixa, entre os 20 e os 32km de altitude, devido à variação
linear da temperatura, as propriedades da atmosfera regem-se pelas mesmas
equações da Tropopausa, alterando-se apenas as constantes de referência
conforme consta na tabela do ponto 2.1.

T  T20km  estr (h  20000)


g0

 T  estr R
p  p20 km  
 T20 km 

p
r
RT
Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 24 /40
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3.3. Viscosidade
A viscosidade do ar resulta principalmente da difusão molecular que transfere momento
entre camadas do fluído.
De um modo aproximado, a viscosidade do ar é independente da pressão e aumenta com
a temperatura.

A fórmula de Sutherland pode ser usada para estimar a viscosidade dinâmica, m


3/ 2
Tref  C  T 
m  m ref  
T  C  Tref 

onde
m = viscosidade [Ns/m2] na temperatura T
mref = viscosidade de referência na temperatura Tref (mref = 1,716x10-5Ns/m2)
T = temperatura [K]
Tref = temperatura de referência (Tref = 273,15K)
C = constante de Sutherland (C = 110,4K)

Esta equação é válida para 0 < T < 555K com um erro, devido à variação de pressão, inferior a 10%
abaixo de 3.45 MPa.

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 25 /40


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3.4. Velocidade do som


A velocidade do som, obedece à equação:

a  gRT
Como referido:

R = 287,05307 m2/s2K;
g = 1,4.

Com a velocidade do som, calcula-se o número de Mach:

V
M
a
Onde V∞ é a velocidade do vento relativo.
Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 26 /40
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4. Definições de Altitude (1)


• Altitude geométrica, hG:

A altitude geométrica é a distância vertical verdadeira entre um ponto e o nível


médio da água do mar (amsl).

• Altitude geopotencial, h:

Esta é a altitude, num campo gravitacional constante, que daria a mesma energia
potencial que o ponto em consideração no campo gravitacional real (variável). A
altitude geopotencial é o valor utilizado para a aviação.

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 27 /40


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4. Definições de Altitude (1)


A relação entre a altitude geopotencial e a altitude geométrica pode ser obtida a
partir da equação fundamental da hidrostática nas duas formas

dp   rgdhG

dp   rg 0 dh

Igualando estas duas equações, obtém-se a variação da altitude geométrica em


função da variação da altitude geopotencial

g0
dhG  dh
g

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 28 /40


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4. Definições de Altitude (2)


Usando a relação da aceleração gravítica
2
 r 
g  g 0  0 
 r0  hG 
com, o raio médio da Terra, r0=6.371km.
Pode escrever-se a expressão anterior como
2
 r 
dh   0  dhG
 r0  hG 
Integrando, desde o nível do mar, onde ambas as altitudes, geométrica e
geopotencial, são zero, obtém-se uma expressão para a altitude geométrica
em função da altitude geopotencial
r0
hG  h
r0  h
Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 29 /40
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4. Definições de Altitude (3)

De forma equivalente, a expressão da altitude geopotencial em função da


altitude geométrica é:

r0
h hG
r0  hG

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 30 /40


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4. Definições de Altitude (3)


• Altitude absoluta, hA:

A altitude absoluta, utilizada para a órbita de satélites, é medida a partir do


centro da Terra logo é igual à soma do raio da Terra com a altitude geométrica

hA  r0  hG

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 31 /40


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4. Definições de Altitude (3)


• Altitude pressão, hp:
A altitude pressão é a altitude geopotencial na atmosfera padrão onde ocorre
uma dada pressão.

A atmosfera padrão define uma relação única entre pressão e altitude


geopotencial.
   R 
  
Na Troposfera: T0   p  0  
g
h      1
   p0  
 
A altitude geopotencial na atmosfera padrão pode ser considerada como uma
escala de pressão e é usada na definição de altitude pressão.

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 32 /40


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4. Definições de Altitude (4)


• Altitude densidade:
É a altitude na atmosfera padrão correspondente à densidade existente numa
dada altitude da atmosfera real. Na Troposfera:
 R
 
T0   r  g 0 R 
h      1
   r0  
 
• Altitude temperatura:
É a altitude na atmosfera padrão correspondente à temperatura existente numa
dada altitude da atmosfera real. Na troposfera:

T  T0
h

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5. Medição de Altitude (1)


Considerando uma coluna de ar com área transversal unitária tem-se, para
equilíbrio vertical, p+dp
dp  g0 rdh
h+dh
Usando a equação de estado obtém-se
dp g
  0 dh h
p RT p
Usando a representação da temperatura na Troposfera e integrando desde o
nível do mar até uma dada altitude obtém-se a expressão da razão de pressão já
analisada. Resolvendo em ordem à altitude obtém-se a altitude pressão em
função da pressão na altitude onde nos encontramos

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 34 /40


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5. Medição de Altitude (2) - Troposfera


R
  
 
hp  0    1
g0
T p
  p0  
 
Esta equação é a equação de calibração de um altímetro de pressão a usar
abaixo da Tropopausa. A pressão estática, p, é fornecida ao instrumento que por
sua vez indica a altitude pressão acima do nível em que a pressão é p0. Para ter
em conta variações locais da pressão ao nível do mar ou outra altitude de
referência, a pressão de referência do altímetro, p0, pode ser ser ajustada no
instrumento.

A expressão da altitude densidade em função da densidade é dada por


R
  
T0  r  g 0 R 
hr    1

  r0  
 

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5. Medição de Altitude (3) Tropopausa


Na Tropopausa, onde  = 0, a equação de calibração do altímetro é
RT11k  p 
h p  11000  ln  
g0  p11 
O altímetro é um dispositivo de medição de pressão calibrado em pés ou em
metros. Ele raramente indica altitude verdadeira e só no caso da pressão real ser
como a da ISA, na altitude do avião, isso aconteceria. Mesmo assim seria a
altitude geopotencial verdadeira!
A altitude em função da densidade na Tropopausa é dada por

RT11k  r 
hr  11000  ln  
g0  r11 

Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 36 /40


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5.1. Outras Escalas de Pressão (1)


A pressão de referência em que o altímetro indica altitude zero pode ser
ajustada. Em ensaios de voo, ou em voo de cruzeiro a média/alta altitude(em
níveis altitude de voo), a pressão ISA (101325Pa ou 1013mb) é escolhida
porque o desempenho é determinado nas condições da atmosfera padrão. No
entanto, podem ser usadas outras sub-escalas de pressão:

• Q.F.E. – pressão do aeródromo/aeroporto local para indicar altitude zero


no nível da pista;

• Q.N.H. – pressão para indicar altitude zero no nível do médio do mar


nesse momento.

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5.1. Outras Escalas de Pressão (2)

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6. Atmosferas de projeto (1)


A atmosfera padrão descreve apenas uma atmosfera sazonal e geográfica média
a uma latitude de aproximadamente 45ºN.
As aeronaves operam em todas as condições e, por isso, foram definidas
atmosferas árcticas e tropicais para permitir estimar o desempenho numa grande
gama de condições atmosféricas.
Os perfis das atmosferas de projeto são obtidos através da adição de um
incremento à temperatura padrão ao nível do mar. Por exemplo:

• Temperatura temperada/ártica máxima = ISA + 15K;


• Temperatura tropical máxima = ISA + 30K.

As temperaturas da Estratosfera baixa também são definidas, mas os


incrementos são diferentes. Para as atmosferas mais quentes, a taxa de variação
da temperatura com a altitude pressão é igual à da atmosfera padrão.
As atmosferas mais frias contêm segmentos adicionais a baixa altitude para ter
em conta as temperatura árticas muito baixas à superfície.
Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 39 /40
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6. Atmosferas de projeto (2)


A variação da temperatura com a altitude tem um efeito na altitude geopotencial
de cada camada da atmosfera pelo que a altitude pressão de cada camada de
uma atmosfera de projeto tem que ser igual mas a altitude geopotencial não.
Em qualquer atmosfera
dp g
  0 dh
p RT
Na atmosfera padrão, uma vez que h = hp,
dp g
  0 dh p
p RTstd
Logo
 T 
dh    dh p
 Tstd hp
As altitudes geopotenciais são, assim, relacionadas com a altitude pressão
através do perfil de temperatura.
Miguel Ângelo R. Silvestre & Pedro Gamboa- 2019 40 /40
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6. Atmosferas de projeto (3)

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