Mariologia 1
Mariologia 1
Mariologia 1
MARIOLOGIA
Cursos: Graduação
Disciplina: Mariologia
Versão: jul./2013
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Ementa––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Maria na história da salvação e o mistério da encarnação redentora. Maria na Bí-
blia. Maria na história da Igreja. Os dogmas marianos. Maria na devoção popular.
Notas sobre Maria no contexto "ecumênico".
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1. INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo ao estudo da disciplina Mariologia, dispo-
nibilizada para você em ambiente virtual (Educação a Distância)!
A Mariologia é o estudo teológico sobre a pessoa da Virgem
Maria e pertence às grandes disciplinas do curso de Teologia.
Falar da Virgem Maria é falar sobre um tema que é muito
caro à mentalidade cristã e, sobretudo, à religiosidade popular na
qual Nossa Senhora é cultuada por uma infinidade de orações, pelo
rosário, por novenas, peregrinações a santuários marianos etc.
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são vistos por meio de sua relação com o Novo Testamento; são,
portanto, textos mariológicos acomodados.
Quanto ao Novo Testamento, encontramos em Paulo a pri-
meira citação mariológica. Trata-se do texto de Gl 4,4: “Quando,
porém, chegou a plenitude do tempo, enviou Deus o seu Filho,
nascido de uma mulher, nascido sob a Lei...”.
Esse texto tem sido muito estudado e discutido pelos teólo-
gos e mariólogos, mas o importante a ser considerado não é o que
Paulo deixou de falar, mas o que ele falou explicitamente no texto.
Ele ligou não somente o Filho de Deus preexistente com a história
do mundo e da salvação, como também a mãe desse mesmo Filho.
Mais significativo ainda é o fato de que Paulo, com o seu
conhecimento claro da preexistência e da divindade de Cristo e
igualmente da realidade do seu nascimento terrestre, apresentou
as duas premissas, das quais decorre, com lógica concludente, o
dogma fundamental de toda a doutrina marial: a maternidade di-
vina dessa “mulher”.
Nesse sentido, Gl 4,4 é dogmaticamente a afirmação mario-
lógica mais importante do Novo Testamento, embora muitos teólo-
gos do passado e de hoje ainda não tenham chegado à consciência
do seu peso. O Apóstolo dos gentios começa a ligação da Mariolo-
gia com a Cristologia mediante o testemunho da maternidade di-
vina de Maria e por meio do início de uma visão histórico‑salvífica
do seu significado.
Quanto aos Evangelhos, cujos textos mariológicos serão es-
tudados em detalhes, é preciso considerar, em relação à figura de
Maria, aquilo que se atribui ao conjunto da escrita evangélica, ou
seja, nos evangelhos, encontramo‑nos no nível definitivo da narra-
ção, e não no nível dos acontecimentos históricos. Porém, o nível
da redação (nível definitivo da narração) é, ao mesmo tempo, o lu-
gar da interpretação respectiva das tradições e dos acontecimen-
tos históricos por meio dos evangelistas.
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Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de
conhecimento dos temas tratados na disciplina Mariologia. Veja, a
seguir, a definição dos principais conceitos desta disciplina:
1) Antigo Testamento e Maria: no Antigo Testamento, Ma-
ria não é nomeada diretamente, porém é importante
que a figura dela tenha sido esboçada ao se falar da mãe
do Rei Messias. Cf. CAZELLES, H. In: Dicionário de Ma-
riologia. Porto/Aparecida: Perpétuo Socorro/Santuário,
s.d. p. 13.
2) Anunciação: o anúncio a Maria descrito em Lc 1,26-38
tem feito parte importante na reflexão cristã sobre Ma-
ria na liturgia, na teologia e na exegese como normativa
para a compreensão do mistério de Maria. A estrutura
Mariologia
Teologia Marial
Fé e Religiosidade Liturgia
Aparições
Popular Marianas
Fundamentos
Patrística
Bíblicos Dogmáticos
Antigo Novo
Testamento Testamento
Concílios Magistério e
Cristológicos Sensus
Fidelium
Espiritualidade Culto Marial Liturgia
Orações
Lex orandi lex
Encarnada Devoções
credendi
Santuários:
Promessas romarias e
peregrinações
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem
ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertati-
vas.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como
relacioná-las com o aprofundamento dos conceitos da Mariologia,
pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim,
mediante a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado,
você estará se preparando para a avaliação final, que será disser-
tativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar
seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua
prática profissional.
Você encontrará, ainda, no final de cada unidade, um gabari-
to, que lhe permitirá conferir as suas respostas sobre as questões
autoavaliativas de múltipla escolha.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
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Dicas (motivacionais)
É importante que você se atente às explicações teóricas, prá-
ticas e científicas que estão presentes nos meios de comunicação,
bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao
compartilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permi-
te-se descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e
a notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portan-
to, uma capacidade que nos impele à maturidade.
Você, como aluno dos Cursos de Graduação na modalidade
EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente.
Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor
presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri-
mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades
nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discu-
ta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoau-
las.
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALFARO J. Maria, a bem-aventurada que acreditou. São Paulo: Loyola, 1986.
AUTRAN, A. M. A humilde Virgem Maria. São Paulo: Loyola, 1982.
______. Maria na Bíblia. São Paulo: Ave Maria, 1992.
BARON, E. La Asunción corporal de María vista desde la antropologia. Eph.Mar. n. 35, p.
9-35, 1985.
BARTMANN B. Teologia Dogmática. São Paulo: Paulinas, 1964.
BOFF, C. Nossa Senhora e Iemanjá. Maria na cultura brasileira. Petrópolis: Vozes, 1995.
BOFF, L. O rosto materno de Deus. Ensaio interdisciplinar sobre o feminino e suas formas
religiosas. Petrópolis: Vozes, 1979.
______. A Ave Maria. O feminino e o Espírito Santo. Petrópolis: Vozes, 1982.
BROWN, R. E. (Org.). Maria no Novo Testamento. São Paulo: Paulinas, 1985.
CALIMAN, O. (Org.). Teologia e devoção mariana no Brasil. São Paulo: INP/Paulinas, 1989.
COYLE, K. Maria na tradição cristã a partir de uma perspectiva contemporânea. São
Paulo: Paulus, 2000.
DE FIORES, S.; MEO, S. (Orgs.). Dicionário de Mariologia. São Paulo: Paulus, 1995.
DORADO, A. G. Mariologia Popular Latino-Americana. Da Maria Conquistadora à Maria
Libertadora. São Paulo: Loyola, 1992.
FERNANDEZ, D. La crisis de la teologia del pecado original afecta al dogma de la
Concepcion Imaculada?. Eph.Mar, n. 35, p. 227-297, 1985.
______. Maria pobre - Realidad sociológica y concepto religioso de la pobreza de María.
Eph.Mar. n. 40, p. 63-76, 1990.
FORTE, B. Maria, a mulher ícone do mistério. Ensaio de mariologia simbólico-narrativa.
São Paulo: Paulinas, 1991.
GEBARA, I.; BINGEMER, M. C. L. Maria, Mãe de Deus e Mãe dos pobres. Um ensaio a
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4. E-REFERÊNCIA
EPHEMERIDES MARIOLOGICAE. Revista científica de mariología. Disponível em: <http://
ephemeridesmariologicae.com/index.php?option=com_content&view=article&id=46
:revista-qephemerides-mariologicaeq-&catid=43:la-revista&Itemid=53>. Acesso em: 7
fev. 2012.
Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
EAD
Maria na História da
Salvação e o Mistério
da Encarnação
Redentora 1
1. OBJETIVOS
• Conhecer a importância de Maria na história da salvação.
• Compreender o mistério da encarnação redentora.
• Identificar a relação entre Maria e o mistério da encarna-
ção redentora.
2. CONTEÚDO
• Maria na história da salvação.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta primeira unidade, convidamos você a refletir sobre
Maria e sua importância na história da salvação, bem como sobre
o mistério da encarnação redentora.
Está preparado? Então, vamos lá!
5. MARIA NA HISTÓRIA
Maria é celebrada na Igreja no contexto da história da salva-
ção, de modo que ela não é vista como uma figura isolada. Como
grandes expoentes dessa Teologia, devemos citar não só os pri-
meiros Santos Padres Ireneu, Justino, dentre outros, mas também
Santo Agostinho, cuja tradição foi relançada pelo Vaticano II. Em
contrapartida, a liturgia contempla Maria dentro do mistério da
história e da Igreja, considerando-a como um de seus elementos
estruturais e determinantes.
Ao situarmos Maria na história da salvação, exige-se, inicial-
mente, levar em consideração algumas objeções apresentadas
pelo racionalismo crítico da história. Autores como K. Popper e H.
de que sois filhos é que Deus enviou aos nossos corações o Espírito
do seu Filho, que clama: "Abá, Pai!". Portanto, já não és mais es-
cravo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro; tudo isso, por
graça de Deus (Gl 4, 4-7).
6. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar
as questões a seguir, que tratam da temática desenvolvida nesta
unidade.
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em
responder a essas questões, procure revisar os conteúdos estuda-
dos para sanar as suas dúvidas. Esse é o momento ideal para que
você faça uma revisão desta unidade. Lembre-se de que, na Edu-
cação a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma
cooperativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas desco-
bertas com os seus colegas.
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Quais são as críticas formuladas pelo racionalismo crítico da história, que
nega a existência de unidade na história e muito menos uma história da
salvação?
7. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, conhecemos a história de Maria: a mulher
virgem-mãe.
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GARCIA PAREDES, J. C. R. . Maria, a mulher do Reino de Deus. Tradução de Attilio Cancian.
São Paulo: Ave Maria, 1984. Tradução de: Maria seducida por el reino de Dios.
______. Mariología. Madrid: BAC, 1995.
______. Mariologia. Síntese bíblica, histórica e sistemática. São Paulo: Ave Maria, 2011.
JOÃO PAULO II. Carta encíclica: “Redemptoris Mater”. São Paulo: Edições Loyola, 1987.
LAURENTIN, R. Court traité sur la Vierge Marie: cinquième édition, refondue à la suíte du
concile. Paris: Lethielleux, 1967.
POZO, C. Maria, nueva Eva. Madrid: BAC, 2005.