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Análise de Escala e Equações Reduzidas

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FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH

MÓDULO I – Aula 3 - Jan/2006 Prof. Eugênio AULA 3

1. Análise de Escala das Eq. Transporte. e


seus grupos Adimensionais

2. Equações de Transporte Reduzidas


FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
MÓDULO I – Aula 3 - Jan/2006 Prof. Eugênio

Parte I

Análise de Escala das Eq. Transporte. e


seus grupos Adimensionais

1
Preliminares
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
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• Em engenharia não se diz se uma grandeza é


‘grande’ ou ‘pequena’ sem estabelecer uma
comparação com uma grandeza de referência.

• É a comparação com um padrão que estabelece a


grandeza de uma propriedade.

• Este conceito também pode ser levado ao estudo


da relevância de cada termo da Eq Transporte.

Preliminares
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
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• A importância de um termo da EDP em detrimento


de outro é estabelecida pela análise de escala do
fenômeno.

• É por meio da análise de escala que são


estabelecidos os grupos adimensionais.

• Ela é a ferramenta de análise que permite obter a


maior quantidade de informação pela menor
‘unidade’ de esforço intelectual!

2
Análise de Escala
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH • A análise de escala não resolve a EDP, sua
MÓDULO I – Aula 3 - Jan/2006 Prof. Eugênio finalidade é estimar a ordem de magnitude de cada
termo e se for o caso, simplificá-la ou não.
• Ela será introduzida por meio de um simples
exemplo na área de condução térmica.
• Uma placa de espessura D está
inicialmente a temperatura T0.
• No instante t =0 a temp de sua
superfície passa a ser T∞ =
T0+∆T.
• Deseja-se ‘estimar’ o tempo
necessário para que a frente
térmica atinja o centro da placa,
i.e., quando o plano central
‘sente’ o fluxo de calor imposto
na superfície.

• Dada a simetria vamos focar o problema na metade


da espessura, D/2, e utilizar a eq Energia para
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condução pura 1D:


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∂T ∂ 2T
ρC P =k 2
∂t ∂x
• O lado esquerdo e direito expressam um balanço
entre o fluxo de calor e a energia acumulada na
célula. Vamos estimar a ordem de magnitude de
cada termo:
∂T ρC P ∆T ∂  ∂T  k∆T
ρC P ≈ e k  ≈
∂t t ∂x  ∂x  (D 2 )2

• Como a EDP só possui 2 termos, ambos devem


possuir a mesma ordem de magnitude, logo o
tempo é estimado igualando os dois termos
(D 2)2 k
t≈ onde α =
α ρC p

3
Algumas Regras Análise Escala
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
1. Sempre defina a extensão espacial da região
onde será realizada a análise, defina uma
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dimensão característica! As vezes a extensão


não é conhecida, p. ex.: espessura da camada
limite. Neste caso ela será a variável a ser
determinada, denomine-a por δ.

2. Se a EDP tiver dois termos, eles deverão ter a


mesma ordem de magnitude.

3. Se a EDP tiver mais termos nem sempre todos


eles são dominantes ou representativos, neste
caso retenha na EDP somente os significativos.

Algumas Regras Análise Escala: Notação


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Símbolos:
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~ é da mesma ordem de magnitude de...


O(a) ordem de magnitude da grandeza ‘a’.

Simples Regras:

c=a+b se O(a) > O(b) então O(c)~O(a)


c=a+b se O(a) ~ O(b) então O(c)~O(a) ou O(b)
c=a.b então O(c)~O(a).O(b)
c=a/b então O(c)~O(a)/O(b)

4
Equação da Massa
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH • O emprego da análise de escala na Eq Massa
revela quando podemos considerá-la como
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incompressível, mesmo trabalhando com gases.


• A equação faz um balanço de massa e pode ser
expressa ma forma:
r 1 Dρ
∇⋅V = −
ρ Dt

• O lado esquerdo deve ser igual ao lado direito,


portanto ambos os termos possuem a mesma
ordem de magnitude!
• Note que para fluidos incompressíveis (líquidos)
ela reduz para ∇.V =0, mas para gases e vapores,
∇.V ≠0.

Equação da Massa (fluido compressível)


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• A variação da pressão com a


densidade define a velocidade de ∂P ∂ρ S = c 2
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propagação do som:
1. a escala da velocidade, → V ~ V0
2. do comprimento → X~ L
3. da pressão (inercial) → P - P0 ~ ρ V 02
4. do tempo (inercial) → t ~ L V0

r 2
1 Dρ 1 1 DP  V0   V0  2  V0 
∇⋅V = − ≅ 2
~     = Ma ⋅  
ρ Dt ρ c Dt  c   L   L 

• Note que divV é da ordem de grandeza de Mach


ao quadrado. Para Ma → 0, divV → 0.
Tipicamente escoamentos com Ma < 0.3 são
tratados como incompressíveis

5
Eq Navier Stokes
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• A Eq. NS é uma expressão da 2a Lei de Newton: a variação
Q. Mov é igual a soma das forças externas.
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• O balanço das forças é estabelecido por quatro parcelas:


Inércia, Pressão (agente externo), Tensão e Força de
Campo.

∂V ∂Vi ∂P ∂   ∂V ∂V j  2 r
ρ i + ρVj = − + ⋅ µ  i +  − µ∇ ⋅ V  + ρg i
∂t ∂x j ∂x i ∂x j   ∂x j ∂x i  3  {
144 42444 3 123
FONTE
1 44444244444 3
INÉRCIA FORÇA
TRANS. & CONVEC. PRESSÃO TENSÃO VISCOSA CAMPO

• Esta forma geral aplica-se para um escoamento 3D


compressível de um fluido Newtoniano com propriedades
variáveis (não está incluso o tensor turbulento).
• Dependendo do fenômeno a ser modelado a importância
relativa de cada termo no balanço pode mudar...

Tensão Viscosa
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• A tensão viscosa é composta por dois termos: um devido ao


tensor deformação e outro devido dilatação volumétrica.
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• Se deseja saber em quais condições cada parcela é


relevante:

  ∂V ∂V j  2 r
µ  i +  − µ∇ ⋅ V  ~ O µV0  − O µV0 ⋅ Ma 2  ou
 
  ∂x j ∂x i  3   L   L 

  ∂V ∂V j  2 r
µ  i +
 ∂x ∂x i  3
(
 − µ∇ ⋅ V  ~  µV0  ⋅ O 1 − Ma 2 )
 
L 
  j

• Para escoamentos subsônicos com Ma → 0, o termo de


compressibilidade fica muito pequeno em relação a unidade
e o tensor de tensão pode ser aproximado por :

 ∂V ∂V j 
µ i + 
 ∂ x j ∂x i 
 

6
Termo Inercial:
Fenômenos Periódicos & n. Strouhal
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• O termo inercial possui 2 parcelas: transiente e
convectiva.
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• Fenômenos transientes: periódicos ou de partida até


atingir regime permanente. Consideremos fenômenos
periódicos com freqüência característica ω.
• Uma comparação da ordem de magnitude entre os
termos transiente e convectivo pode ser
estabelecida:

∂Vi ∂Vi  ρV 2 
ρ + ρVj ~ O(ρV0 ⋅ ω) + O 0  ou
∂t ∂x j  L 
 ρV 2   L ⋅ ω   ρV 2 
~  0  ⋅ O + 1  =  0 O(St + 1)
 L   V0   L 

Número de Strouhal (St = ωL/V0)


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• St expressa a razão entre as escalas de tempo


periódica e convectiva (se preferir a razão entre as
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acelerações periódica e convectiva)

Acel. Periódica
=
[∂u ∂t ] ≈ (V0 ω) = Lω = St
Acel. Convectiva [u ∂u ∂x] V02 L (
V0 )
• O adimensional Strouhal (St) expressa a
importância relativa do termo transiente no termo
Inercial:
∂Vi ∂Vi ∂Vi
ρ + ρVj ≅ ρVj se St → 0
∂t ∂x j ∂x j

∂Vi ∂Vi ∂V
ρ + ρVj ≅ ρ i e St >> 1
∂t ∂x j ∂t

7
Eq Navier Stokes, Ma→0 & St→0
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH • Traduzindo: Eq NS para um fluido incompressível e
MÓDULO I – Aula 3 - Jan/2006 Prof. Eugênio regime permanente!
∂Vi ∂P ∂   ∂Vi ∂Vj  
ρVj =− + ⋅ µ +  + ρg i
∂x j ∂x i ∂x j   ∂x j ∂x i  
 
• Por meio das escalas, V0, L, ρV02 chega-se às variáveis
adimensionais V*, X*, P* e t*

1. velocidade, → V = V * V0
2. comprimento → X i = X *i L
3. pressão (inercial) → P − P0 = P * ρ V 02
4. tempo (inercial) → t = t * (L V 0 )
• Note que as variáveis V*, X*, P* e t* possuem ordem de
magnitude unitária O(1) uma vez que a variável
dimensional e a sua escala são apropriadas.

Eq NS Adimensional, Ma→0 & St→0


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• Substituindo as variáveis dimensionais pelas


adimensionais e suas respectivas escalas
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 ρV02  * ∂Vi*  ρV02  ∂P  µV0  ∂  ∂V * ∂Vj*  



 L 
 Vj = −  
 L  ⋅ ∂x* +  L2  ∂x* ⋅  i +   + ρgg *
i
∂x*j 
 j∂ x ∂ x 
i 
    i   j  
Comparando o termo convectivo com os demais:

∂Vi* ∂P  1  ∂  ∂Vi*   1  *
Vj* =− +    + g
∂x*j *
∂x i  Re L *
 ∂x j  ∂x j   Fr  i
 

onde ReL e Fr são, respectivamente, Reynolds e Froude:


ρV0 L gL
Re L = e Fr =
µ V02
Esta representação vale para ρ e µ constante, do contrário teríamos que
definir µ =µ∗µ0, e deixar µ no dentro do operador. Quando µ constante, a
ordem das derivadas pode ser trocada e utilizando a ∇V=0 podemos
simplificar o tensor

8
Os Grupos Re e Fr
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• ReL expressa a razão entre as forças inerciais e


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forças viscosas:

Força Inércia ρDV / dt


= ≈
(
ρ V02 L
=
ρV0 L )
= Re
Força Viscosa µ∇ 2 V (
µ V0 L 2 µ )
• Froude expressa a razão entre as forças de
campo e forças inerciais:

Força Campo ρg ρg gL
= ≈ = 2 = Fr
(
2
Força Inércia ρDV / dt ρ V0 L V0 )

Eq NS na Forma Adimensional
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 D V*  =  1  2 *  1  *
  − ∇p *  ∇ V  g
 Dt   FrL
   Re L  
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Termo Força Termo Força


Inercial Pressão Viscoso Campo

• A semelhança dinâmica entre as equações de


transporte é visualizada por meio da sua forma
adimensional. Escoamentos dinamicamente
semelhantes são governados por equações de Q.M. e
condições de contorno semelhantes!

• A importância ou dominância dos termos viscoso e


convectivo depende da ordem de magnitude de Re do
escoamento.

9
Classificação do Escoamento
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• O Parâmetro Re é a medida da importância
relativa entre os termos convectivos e viscosos.

• O primeiro introduz toda não linearidade nas Eq.


NS enquanto que o 2o é um termo difusivo e
linear que tende a suavizar gradientes.

• A porcentagem com que de cada um desses


mecanismos participa do balanço na Eq. NS
muda completamente o tipo de escoamento por
isto costuma-se classificar as Eq. NS em função
da ordem de magnitude de Re.

Classificação do Escoamento
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 D V*  =  1  2 *  1  *
  − ∇p *  ∇ V  g
 Dt   FrL
   Re L  
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Termo Força Termo Força


Inercial Pressão Viscoso Campo

Re << 1 escoamentos dominados pelas forças


viscosas: balanço entre Pressão e Termo Viscoso.

Re ~ 1 todos os termos são igualmente


importantes na Eq. NS.

Re >> 1 escoamentos dominados pelas forças


inerciais: balanço entre Inércia e Pressão no
núcleo do escoamento, perto das paredes
existência de Camada Limite.

10
Influência de Re no Escoamento
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MÓDULO I – Aula 3 - Jan/2006 Prof. Eugênio • A medida que Re varia de zero a um número
grande o escoamento, que era governado pelas
termos Viscosos, passa a ser dominado pelas
termos Inerciais.

• Esta mudança pode ser percebida no


escoamento ao redor de um cilindro.

• A medida que o Re varia de 10-1 a 106 nota-se:


– variação no coeficiente de arrasto (quantitativo)
– Variação no campo do escoamento (qualitativo)
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11
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
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Escoamentos com ReL << 1


‘Creeping Flows’ ou ‘Stokes Flow’
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0
=  1  *
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 
(ReL ) DV *  − ∇p* 2
∇ V *  g
 Dt   FrL 
Termo Força Termo Força
Inercial Pressão Viscoso Campo

• São escoamentos ‘lentos’, Re << 1, o balanço de


forças se dá entre o termo de pressão e o viscoso.

• A escala característica para pressão não é a escala


inercial, ρV02 mas uma escala viscosa definida por:
p*=(p-p0)/(µV0/L).

12
Escoamentos com ReL << 1
‘Creeping Flows’ ou ‘Stokes Flow’
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
• A Eq N-S para ReL << 1 reduz para:
r
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∇p = µ∇ 2 V
• Esta é uma Eq Elíptica, semelhante a Eq. Poisson,
com comportamento LINEAR, sua principal
característica!
• A pressão é a força motriz externa, sem ela não há
escoamento.
• Note também que ela se aplica para escoamentos
desenvolvidos em dutos de seção constante.
• No PHOENICS ela é implementada desativando os
termos convectivos nas Eq de velocidade.
• Na figura arrasto cilindro corresponde a faixa de Re
variando em 0.1 < ReL < 1.

Escoamento com ReL ~ 1


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• Se ReL tiver ordem unitária, todos os termos da


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Eq. N-S são da mesma ordem de grandeza.

• Isto significa que nenhum deles pode ser


desprezado e o balanço de forças se dá entre os
termos convectivos, pressão e viscoso, i.e. , não
há simplificações ou exclusão de termos

• Na figura arrasto cilindro corresponde a faixa de


Re variando em 1 < ReL < 1000.

13
Escoamentos com ReL >> 1
‘Euler & Camada Limite
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0
=  1  2 *  1  *
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 D V*  − ∇p *  ∇ V  g
 
 Dt   Re L   FrL 
 
Termo Força Termo Força
Inercial Pressão Viscoso Campo

• Para ReL >> 1 a contribuição dos termos viscosos é


muito pequena. O balanço de forças se dá entre os
termos convectivos e pressão. Resulta na equação
de Euler:

+
( )
∂ (ρVi ) ∂ ρVj Vi
⋅=−
∂P
∂t ∂x j ∂x i

Escoamentos com ReL >> 1


‘Euler & Camada Limite
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• A Eq Euler é uma boa aproximação de


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escoamentos que não estão próximos de parede


nem em ‘shear layers’ (jatos e esteiras).
• No séc XVIII ela foi motivo de um paradoxo: não se
sabia pq ela não previa o arrasto numa esfera se
ela descrevia corretamente suas linhas de
corrente!
• Prandtl, no começo do séc XX, iniciou estudos de
escoamento próximo à parede e observou a
existência de uma ‘Camada Limite’.
• Uma ‘pequena região’ onde os efeitos viscosos,
originalmente negligenciados, são importantes e
resultam na esperada força de arrasto!

14
Escoamentos com ReL >> 1
‘Camada Limite & Euler’ Região onde os
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efeitos viscosos são
desprezíveis, a Eq.
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Euler é válida, fora


da Camada Limite
δ

Região onde os efeitos


viscosos não são
L
desprezíveis, a Eq.
Euler não é válida,
dentro da Camada
Limite

Camada Limite
• A camada limite hidrodinâmica é uma pequena
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região próxima a parede ou ‘shear layer’ onde existe


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um forte gradiente de velocidades.


• É nesta região que faz a ‘ponte’ entre a parede e o
escoamento externo, Euler. Dentro da C.L. os
efeitos viscosos são igualmente importantes.

δ 1
~
L Re L

15
Eqs. da Camada Limite
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH  ∂u ∂u ∂u  ∂p  ∂ 2u 
momento x → ρ +u +v  = − + µ 2 
 ∂t ∂x ∂y  ∂x 2∂y 
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14 43
dτ dy
momento y → 0 = − ∂p ∂y

• X e Y representam as direções paralela e normal à


superfície do corpo.
• Como sua espessura é muito pequena, δ/L << 1, pode-se
mostrar que du/dy >> du/dx.
• Isto faz que a Eq. Direção X seja parabólica e que a Eq.
Direção Y informe apenas que não há grad p normal `a C.L.
(Prandtl 1905)
• As Eqs Camada Limite e Euler serão melhor
discutidas na parte II desta aula.

Eq Transporte Temperatura, T
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• O balanço de energia se dá pela interação de quatros termos:


transporte, difusão, trabalho pressão e dissipação. Além disto
há um quinto termo que representa outras fontes de energia e
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não será considerado na análise.

∂T ∂T ∂  ∂T  DP
ρC P + ρC P Vi =  k  + β T + µφ + q ′′′
∂t ∂x i ∂x i  ∂x i  Dt

• Por meio das escalas, V0, L, ρV02 , T0 chega-se às variáveis


adimensionais V*, X*, P* , T* e t*
1. velocidade, → V = V * V0
2. comprimento → X i = X *i L
3. pressão (inercial) → P − P0 = P * ρ V 02
4. temperatura → T = T * T0
5. tempo (inercial) → t = t * (L V 0 )

T0 é a temp referência, por exemplo a temp de estagnação: T0 = T +V02/2Cp

16
Eq Temp: Forma Adimensional
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
MÓDULO I – Aula 3 - Jan/2006 Prof. Eugênio • Substituindo as variáveis dimensionais pelas
adimensionais e suas respectivas escalas
2
 ρC P V T0  ∂T* ∂T   kT  ∂  ∂T *   3 * V 
 0  + Vi* *  =  20  *   + (β T ) ρV0  DP + µ 0  φ*
 L 
 ∂t *
∂x i   L  ∂x i  ∂x *   L  Dt *  L 
   i     

Comparando o termo convectivo com os demais:

 ∂T * ∂T   1  ∂  ∂T *  *
 + Vi* *  =     + Ec(β T ) DP + Ec φ*
 ∂t * ∂x i   Re L Pr  ∂x*i  ∂x *  Dt * Re
  i 

• Ec é o no Eckert: Ec = V02 C P T0

• O produto RePr também é conhecido como


número de Peclet, Pe

No Eckert
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• O n. Eckert constitui uma das escalas importantes


para o trabalho de compressão e para função
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dissipação.
• Se considerarmos as relações para gás ideal:
γR Cp
CP = γ= e c 2 = γRT
γ −1 Cv

• e substituindo-as na definição de Eckert:

V02
Ec = ≡ ( γ − 1)Ma 2 onde Ma = V0 γRT
C P T0

• Note que Eckert também denota


compressibilidade!

17
Eq Adimensional Temperatura
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH • Considerando gás ideal, (βT ≡ 1) o transporte da
MÓDULO I – Aula 3 - Jan/2006 Prof. Eugênio temperatura fica sendo governado pelos
adimensionais Re, Pr e Ma
DT*  1  2 * DP* ( γ − 1)Ma 2 *
=  ∇ T + ( γ − 1)Ma 2 + φ
Dt *  Re L Pr  Dt * Re L

• O trabalho de compressão pode deixar de ser um


termo relevante desde que Ma → 0. Para fluidos
incompressíveis ele não existe.
• A função dissipação é uma função de Ma2/ReL, para
fluidos compressíveis ela deixa de existir para Ma
→ 0. Para líquidos com alta viscosidade (óleos p.
ex.) o Re pode ser baixo o suficiente para que faça
o termo que multiplica φ grande o suficiente para
não ser desprezado!

Eq Adimensional Concentração
• O transporte de um escalar, concentração de um
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componente, possui escalas similares àquelas


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empregadas na equação da Temperatura.


• A diferença reside no coeficiente de difusão, D.
Neste caso a equação para wm fica:

Dw *m  1  2 * *
*
=  ∇ w m + Ψm
Dt Re
 L S cm 

• onde Scm = ν/D é o n. Schimdt. Note que a Eq


concentração é similar a Eq Temp para Ma→0

DT*  1  2 *
=  ∇ T + q ′′′*
Dt *  Re L Pr 

18
Notas Finais da Parte I
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH As principais idéias vistas nesta seção foram:
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1. Por meio de escalas convenientes para cada variável
é possível escrever as Eq Transporte na forma
adimensional.
2. Cada variável adimensional ϕ possui magnitude
unitária ϕ ~ O(1).
3. Cada variável ϕ vem multiplicada por um coeficiente
(grupo adimensional: Re, Pr, Ma, Ec, Fr, Scm etc)
4. Esta forma adimensional das Eq Transporte permite
estabelecer ‘similaridade’ entre equações e
fenômenos e,
5. Decidir quais termos das Eqs. são relevantes para
modelar um fenômeno específico dependendo do
valor que Re, Pr, Ma, Ec, Scm e Fr assumem.
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
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Parte II

Equações de Euler, Potencial e


Aproximações da Camada Limite

19
Conceito de Vorticidade
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
• Vorticidade é um conceito cinemático que
expressa a rotação que um elemento de fluido
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faz com relação a sua vizinhança.

• Vorticidade é um conceito local, i.e. , associado a


um ponto. Ela é de natureza vetorial e definida
por: r
r
ω = ∇ × V → ω = 2Ω Ω Ω
• Onde ∇x é o operador ‘rotacional’
∂Vk
ω i = ε ijk
∂x j

r  ∂V ∂V2   ∂V ∂V3   ∂V ∂V1 


ω =  3 − e1 +  1 − e 2 +  2 − e 3
 ∂x 2 ∂x 3   ∂x 3 ∂x 1   ∂ x 1 ∂x 2 

Redução da Eq NS
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH

• A Eq NS (µ cte.) com seus termos inercial, viscoso


e pressão:
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r
∂V r
∂t
( s
) 1 r r
+ V ⋅ ∇ V = − ∇P + ν∇ 2 V + g
ρ
• Os termos viscosos podem ser suprimidos num
regime Re>>1, neste caso ν = 0;
r
∂V r
∂t
s
( 1
)r
+ V ⋅ ∇ V = − ∇P + g
ρ
• A Eq resultante é conhecida como Eq Euler.
• Jogar fora termos de ordem mais elevada numa
EDP pode ter sérias conseqüências! Veja que o n.
de C.C. que Euler atende é menor que NS.
• Note também que NS tem caráter elíptico
enquanto que Euler elíptico-hiperbólico.

20
Eq Euler
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
MÓDULO I – Aula 3 - Jan/2006 Prof. Eugênio • A Eq Euler é válida para escoamentos
compressíveis ou incompressíveis,
r
∂V r
∂t
( )s 1 r
+ V ⋅ ∇ V = − ∇P + g
ρ
• Empregando a identidade, r
( s
) (2
) r r
o lado esquerdo da Eq fica: V ⋅ ∇ V = ∇ ⋅ V 2 − V × ω

r
∂V  V2 P  r r
+∇⋅ + + gz = V × ω
∂t  2 ρ 

• O escoamento representado por Euler não tem a


ação de termos viscosos mas pode possuir
vorticidade!

Uma Simplificação de Euler → Bernoulli


FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH

• Na hipótese de escoamento irrotacional e regime


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permanente,
 V2 P 
∇⋅ + + gz = 0
 2 ρ 
• Isto implica que a soma dos termos mecânicos
seja constante, também conhecida como Eq
Bernoulli:
V2 P
+ + gz = constante
2 ρ

• Ela é uma relação única pq relaciona de modo


simples pressão, velocidade e altura.

21
Escoamento com µ = 0 e Irrotacional
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
• O fato de ω = 0 e da identidade vetorial: rotacional
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do gradiente de ϕ ser também nulo:


r r r
ω = ∇ × V → ω = ∇ × ∇ϕ ≡ 0
• permite representar o campo de velocidades por
meio de uma função potencial, ϕ tal que:
r ∂ϕ ∂ϕ ∂ϕ
V = ∇ϕ → U= ;V= e W=
∂x ∂y ∂z

r
• Observe que: ∇ ⋅ V = 0 → ∇ ⋅ ∇ϕ = ∇ 2 ϕ = 0

• A definição V = ∇ϕ satisfaz a equação da massa


desde que ϕ satisfaça a equação de Laplace!

Condição Contorno
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH

• V não é resolvido, mas sim seu potencial, ϕ.


• ϕ vem de uma equação elíptica, sendo necessário
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informação em todo o contorno que podem ser de


duas espécies:
1. Dirichlet ou valor de ϕ no contorno.
2. Neuman ou valor do grad ϕ, normal na fronteira.

ϕ ou dϕ/dy
especificados
especificados

especificados
ϕ ou dϕ/dx

ϕ ou dϕ/dx

∇ 2ϕ = 0
Y

ϕ ou dϕ/dy especificados
X

22
Conseqüência Condição Contorno
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
• Considere um corpo sólido. Neste caso somente
pode-se especificar a velocidade normal ao corpo.
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• Se o sólido for impermeável, então, dV/dn = 0.


• Não se pode impor nenhuma condição para a
velocidade tangencial ao corpo. Consequentemente
o escoamento potencial não satisfaz a condição de
aderência junto a uma superfície sólida.

r ∂ϕ ∂n = 0
n

Conseqüência Condição Contorno


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• Para um fluido Newtoniano o tensor da tensão é


expresso por meio do tensor das deformações: T
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= 2µS
• O tensor de deformação do escoamento potencial
não é nulo, isto é,

S=
2
[
1 r r
∇V + ∇V T ≠ 0]
• Apesar de S ≠ 0, T = 0 p/ escoamento potencial.
• De fato se diz que simula um escoamento com
ausência de viscosidade. Não é possível
especificar uma velocidade paralela ao contorno.

23
Campo de Pressão & Bernoulli
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
• Uma vez resolvido o campo potencial ϕ, pode-se
determinar o campo de velocidades fazendo-se o
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gradiente de ϕ,

r ∂ϕ ∂ϕ ∂ϕ
V = ∇ϕ → U= ; V= e W=
∂x ∂y ∂z
e também o campo de pressões empregando-se
Bernoulli,
V2 P
+ + gz = const
2 ρ
r r
onde V2 representa o produto escalar V2 = V ⋅ V

Existe Escoamento Potencial?


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• Sim. Normalmente escoamentos externos, em regiões


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afastadas da parede onde a vorticidade não se


difundiu das paredes par o fluido. Quando estas
condições prevalecem, o modelo potencial faz uma
boa representação do escoamento.
• Aplicações aeronáuticas: asas e fuselagens são
frequentemente modeladas por meio de escoamento
potencial para se obter a distribuição de pressão.
• Escoamentos com fortes transientes onde os termos
viscosos são muito menores que os transientes:
impacto de corpos em um líquido (splashes), corte de
metais por jato de água, ...

24
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
MÓDULO I – Aula 3 - Jan/2006 Prof. Eugênio MÓDULO I – Aula 3 - Jan/2006 Prof. Eugênio
limite (sem separação)
Onde ocorre escoamento irrotacional?
Tipicamente em escoamentos externos sendo
correspondente a parte externa de uma camada

25
Comprovação Existência Escoamento Potencial
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH

Escoamento
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Região sem vorticidade, Potencial


escoamento potencial.
Zoom

Camada
Limite

Região com vorticidade, efeitos


viscosos importantes.

• A medida que se aproxima da


parede surge uma região
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Escoamento
denominada por Camada Limite Potencial
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que faz um ‘casamento’ ou


‘ponte’, se preferir, entre o
escoamento externo (Euler ou
Potencial) com o fato físico de que
na parede o fluido está aderido a
ela (não – deslizamento). Camada
• É importante ressaltar que este Limite
fenômeno ocorre somente para Re
elevado.
• Dada a pequena dimensão desta região com
relação a dimensão do corpo, as Eqs. Transporte
(movimento, escalares) podem ser reduzidas ou
simplificadas

26
N. Reynolds e seu Efeito no Escoamento
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
Uext
Uext
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L Re >> 1

Re ~ 1
Região onde predominam
efeitos viscosos ρVL [TermosInerciais]
Re = =
com presença de µ [TermosViscosos]
gradientes de velocidade

Características da Camada Limite


• Região Externa: os efeitos viscosos são desprezíveis,
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escoamento pode ser modelado por Euler ou Potencial.


• Região Interna: os efeitos viscosos e os de inércia são
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igualmente importantes. Há atrito na parede. Bernoulli não


pode se usado.
• y = δ(x) há um ‘casamento’ entre a região externa e a interna.
Ambas soluções devem coincidir para y = δ(x)

27
Escalas da Camada Limite
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
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• A Camada Limite possui duas escalas de


comprimento:
1. paralela direção do escoamento, L e
2. transversal direção ao escoamento, δ.

• A marca registrada da C.L. é: δ/L << 1 ®

• A partir desta razão pode-se construir a análise


de escala e chegar às Eq. C.L.

Equação da Massa
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH

• A direção X é paralela ao escoamento, possui


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comprimento característico L e velocidade


característica U0 (a velocidade externa)
• A direção Y é transversal ao escoamento, possui
comprimento característico δ.
• Da Eq Massa:

∂u ∂v U0 V δ
+ =0 ~ 0 → V0 ~   U 0
∂x ∂y L δ  
L

• Encontra-se que a velocidade transversal ao


escoamento é δ/L menor que a velocidade
paralela ao escoamento!

28
Eq Q. Movimento na Dir. do Escoamento, X
Termo Inercial
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
MÓDULO I – Aula 3 - Jan/2006 Prof. Eugênio • Os 3 termos inerciais possuem a mesma ordem
de grandeza e portanto são retidos na Eq
Transporte
 ∂u ∂u ∂u   U0  U δ U0   U 02 
ρ +u +v  ~ O ρ  + O ρU 0 0  + O ρU 0  ~ O ρ 
  L 
 ∂t ∂x ∂y   L U0   L   L δ   

• A pressão possui uma escala inercial e sua


ordem de magnitude é a mesma dos termos
inerciais:

∂P  U2 
~ O ρ 0 
∂x  L 

Eq Q. Movimento na Dir. do Escoamento, X


Termo da Tensão
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH

• A tensão possui dois termos, observando que as


diferentes escalas para X e Y,
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 ∂τ ∂τ yx   1 1  τ
∇ ⋅ τ =  xx +  ~ τ w O  + O   ~ O w 
 ∂x ∂y   L  δ   δ 
• O resultado acima vale para C.L. laminar ou
turbulenta. Considerando C.L. laminar, a tensão e a
velocidade são relacionadas por:

 ∂ 2u ∂ 2u  ∂ 2u  U 
∇ ⋅ τ = µ 2 + 2  ≅ µ 2 ~ O µ 20 
 ∂x ∂y  ∂y  δ 

• O gradiente de velocidade é muito maior na


direção transversal do que na direção do
escoamento. Pode-se dizer que o escoamento
varia lentamente em X e rapidamente em Y.

29
Escalas X e Y na C.L.
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
• Na C.L. o termo viscoso tem que ter a mesma
ordem de magnitude dos termos inerciais, caso
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contrário não poderia ser satisfeita a condição de


não-deslizamento.
• A razão entre as escalas Y e X é:
 U2   U  δ 1
O ρ 0  ~ O µ 20  → ~
 L   δ  L Re L

• Note que quanto maior Re menor é δ/L! A


proporcionalidade com o inverso da raiz é outra
marca registrada da C.L. laminar!

A Eqs da Camada Limite 2D


FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH

• Na C. L. a equação da massa tem que ser


satisfeita:
∂ u ∂v
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+ =0
∂x ∂y
• A Eq da Camada Limite Hidrodinâmica na
direção X é:

 ∂u ∂u  ∂ 
ρ +u
∂u
+v  = −
∂p
+  (µ + µ T ) ∂u 
 ∂t ∂x ∂y  ∂x ∂y  ∂y 

• Na direção y todos os termos são (δ/L) ordens de


magnitude menor daqueles da dir X portanto
pode-se ‘desprezar’ esta eq no balanço e afimar
que ‘na C.L. não há gradiente de pressão
transversal’, ∂p/ ∂ y = 0

30
Conseqüência de ∂τ/∂y >> ∂τ/∂x
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH  ∂u ∂u  ∂ 
ρ +u
∂u
+v  = −
∂p
+  (µ + µ T ) ∂u 
 ∂t ∂x ∂y  ∂x ∂y  ∂y 
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• Ao jogar fora um termo de maior ordem da EDP


estamos:
1. reduzindo a ordem da EDP, isto é, ela não será capaz
de atender a duas C.C. na dir X, agora somente uma.
2. U necessita de 2 C.C. em y. Não se pode impor para U
nenhuma C.C. a jusante, U satisfaz somente 1 C.C. a
montante.
3. V necessita de somente 1 C.C. em y . V perdeu sua eq
movimento, ele satisfaz somente continuidade.
4. A EDP que era elíptica passa a ser parabólica, não há
difusão na direção X, a constribuição em X virá
somente do termo convectivo.
5. O domínio é aberto em x por onde a solução marcha

Características e Aplicações
de Escoamentos Parabólicos
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH

1. Ocorrem com uma direção predominante ‘one-


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way flows’,
2. o vetor velocidade não muda de sinal, não há
recirculação na direção principal nem efeitos de
difusão.

Estas condições ocorrem com freqüência em:


– Camada Limite, Shear Layers, jatos, esteiras de
corpos, escoamento desenvolvido em
tubulações, plumas térmicas ou de
contaminantes, entre outros casos aplicados.

31
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
MÓDULO I – Aula 3 - Jan/2006 Prof. Eugênio MÓDULO I – Aula 3 - Jan/2006 Prof. Eugênio

uma direção predominante


uma direção predominante

ESCOAMENTO PARABÓLICO
ESCOAMENTO PARABÓLICO

32
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
MÓDULO I – Aula 3 - Jan/2006 Prof. Eugênio MÓDULO I – Aula 3 - Jan/2006 Prof. Eugênio

recirculação presente,
recirculação presente,

ESCOAMENTO ELÍPTICO:
ESCOAMENTO ELÍPTICO:

mais de uma direção predominante


mais de uma direção predominante

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Separação do Escoamento e Camada Limite
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH • No ponto de separação δ/L ~O(1), portanto as
MÓDULO I – Aula 3 - Jan/2006 Prof. Eugênio aproximações da C.L. não são válidas, o
escoamento é Elípitico!

separação

Separação do Escoamento
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
MÓDULO I – Aula 3 - Jan/2006 Prof. Eugênio

descolamento recolamento
descolamento

34
Separação na C.L. numa Esfera
• Escoamento de água
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH com Re 15000 em
esfera.
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• Figura superior:
ocorre uma C.L.
laminar até no ponto de
separação ~ 82 graus.

• Figura inferior: com o


auxílio de um fio (trip
wire) a C.L. laminar
transiciona para
turbulenta e o ponto de
separação se desloca
para ~ 120 graus.
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
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35
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
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Equações da Camada Limite Compressível,


Transiente e 2D
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH

∂p ∂y = 0
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 ∂ρu ∂ρuu ∂ρvu  ∂p ∂  ∂u 


 ∂t + ∂x + ∂y  = − ∂x + ∂y (ρν + ρν T ) ∂y 
   
2
 ∂ρh ∂ρhu ∂ρhv   ∂p ∂p ∂p  ∂  ρν ρν T  ∂h   ∂u 
 + +  = − +u +v  +  +   + ρν 
 ∂t ∂x ∂y  1∂4
t ∂x
4424443
∂y ∂y  Pr PrT  ∂y  1∂2
y
3
DP / Dt φ

 ∂ρw m ∂ρw m u ∂ρw m v  ∂  ρν ρν T  ∂w m 


 + +  =  +   + Ψm
 ∂ t ∂ x ∂ y  ∂ y  Pr PrT  ∂y 

y
x

36
Referências
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• Bejan, A., “Convective Heat Transfer”, John Wiley, 2nd ed, (1995)
• White, F.M., “Viscous Flow”, McGraw Hill 2nd ed, (1991)
• Eckert E.R.G and Drake, R.M., “Analysis of Heat and Mass
Transfer”, McGraw Hill (1972)
• Tennekes, H. and Lumley, J.L., “A First Course in Turbulence”, MIT
Press, (1972)
FENÔMENOS DE TRANSPORTE – CHEMTECH
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FIM

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