Monografia Final Filomena
Monografia Final Filomena
Monografia Final Filomena
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Quelimane
2023
FILOMENA DOMINGOS LUCIANO
Quelimane
2023
Filomena Domingos Luciano
Júri
O Supervisor
____________________________________________
O Presidente
____________________________________________
O oponente
____________________________________________
Dedicatória...........................................................................................................................................Iii
Agradecimentos....................................................................................................................................Iv
Epigrafe.................................................................................................................................................V
Resumo................................................................................................................................................Vi
Abstract...............................................................................................................................................Vii
Lista de Gráficos................................................................................................................................Viii
0. Introdução..........................................................................................................................................9
0.2. Problematização............................................................................................................................10
0.3. Justificativa...................................................................................................................................10
0.4. Objectivos.....................................................................................................................................11
0.4.1. Geral..........................................................................................................................................11
0.4.2. Específicos.................................................................................................................................11
0.5. Hipótese........................................................................................................................................11
CONCLUSÃO.....................................................................................................................................36
Sugestões.............................................................................................................................................36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................38
Anexos.................................................................................................................................................42
Apêndices............................................................................................................................................43
iii
Dedicatória
Agradecimentos
Agradeço, em primeiro lugar, a Deus que me deu saúde e força para a realização deste
trabalho, aos meus pais, que me criaram num ambiente harmonioso e incentivaram-me a
aprender continuamente.
Os meus agradecimentos vão também para a Universidade Licungo através dos docentes
do curso de Licenciatura em História Política e Gestão Pública;
Endereço o meu intenso agradecimento à minha querida irmã Arlinda Casanova por ter
desempenhado o papel importante na minha vida, dedicando-se ao trabalho árduo para
garantir as condições mínimas para minha sobrevivência enquanto estudante universitário.
Ao meu marido Lucas Diniz Nohio que além de companheiro foi um grande incentivo
nesta caminhada estudantil, meu muito obrigado, te amo.
Ao meu querido filho que tantas saudades dele passei por causa de algo justo, obrigado
pela paciência;
À toda minha família, pelo apoio e confiança durante esta longa e dura batalha;
Agradecer aos meus colegas de turma em especial Vanulde José Moniz que foi
verdadeira irmã, minha companheira de batalha. Obrigado por estar sempre junto de mim na
alegria e na tristeza, nas discussões científicas e até nos momentos de distracção;
Epigrafe
Schopenhauer, (1788-1860)
vi
Resumo
Luciano, Filomena. (2023). O Impacto do Comércio Informal na Vila Sede -
Morrumbala, Período de 2018- 2020. (Monografia). Universidade Licungo, Faculdade de
Educação FE, Quelimane, Moçambique.
Abstract
This research aims to analyze the impact of informal trade in Vila Sede – Morrumbala.
The research was carried out in a context where, due to the lack of employment, the majority
of the population of the village Sede de Morrumbala in particular and in the country in
general resort to informal trade as a source of income for Mozambican families in general and
in Morrumbala in particular, it has been a lever for the development of the village. In this
study, qualitative research was chosen, and in terms of approach techniques, bibliographical
research was used. For data collection, interviews, observation and questionnaires were used.
The study concluded that it was found that, similarly to the various parts of the country, the
majority of informal traders are young people who did not have the opportunity to continue
with their studies, either to enter higher education or professional technical, opting for
informal trade as a way to overcome poverty and support their families. We also noticed that
in informal trade women find alternatives for work, since during the survey for this study it
was possible to observe that some vendors, in many cases women who have been in the
business for some time, have personal cars to transport their goods, which gives visibility to
their prosperity and status compared to other agents operating in the same market.
Lista de Gráficos
Gráfico 1 – Idade dos comerciantes informais inqueridos
29
Gráfico 2 – Tempo de permanência no comércio informal
..................................................................................................................................................................
30
Gráfico 3 – Causas da Prática do Comércio Informal na vila de Morrumbala
31
Gráfico 4 – Origem do Capital Inicial Para a Abertura do Negócio
32
Gráfico 5 – Principais realizações resultantes do negócio
33
9
0. INTRODUÇÃO
O sector informal tem vindo a crescer na África Sub-Sahariana, empregando uma percentagem
elevada da População Economicamente Activa. Evidências sugerem que o sector informal é maior
na África Sub-Sahariana do que em outras partes do mundo em desenvolvimento, pois ocupa 60-
80% do total do emprego não-agrícola (Charmes, 2000).
Em Moçambique o sector informal teve maior crescimento nos anos 90 devido a maior
aglomeração dos cidadãos nas cidades, vindos das zonas urbanas devido a guerra dos 16 anos que
assolou este país, até que culminou com a assinatura da paz em 1992. Chivangue (2012) afirma que
esta situação fez com que o Estado se tornasse incapaz de empregar o elevado número desses
moçambicanos deslocados, agudizando se a crise económica por falta de rendimento das camadas
crescentes.
Entretanto, este trabalho tem como tema “O Impacto do Comércio Informal na Vila Sede-
Morrumbala, 2018- 2020ˮ objectivando analisar o impacto do comércio informal na vila Sede –
Morrumbala. Para o alcance deste fim, tivemos em conta os objectivos específicos tais como:
conceituar o comércio informal ou sector informal, Identificar as causas do surgimento do sector
informal na vila sede - Morrumbala; por fim propor estratégias para a melhoria do sector informal na
vila sede - Morrumbala.
Este trabalho está estruturado da seguinte maneira: além das notas introdutórias, o trabalho
encontra-se estruturado em três capítulos: no primeiro capítulo encontramos o enquadramento
teórico ou conceptual onde foram apresentados conceitos básicos em relação a temática, no segundo
capítulo foi composto por procedimentos metodológico que foram usadas para a realização da
pesquisa, e no terceiro esta patente a apresentação, analise e discussão dos dados, conclusões e
sugestões, referências bibliográficas e elementos pós-textuais.
10
0.2. Problematização
Em Moçambique, nos últimos anos assiste-se a um aumento de vendedores informais.
Uns têm ocupado no dia-a-dia os passeios das cidades, circulando pelas cidades carregados de
diversa mercadoria para a venda. Estes factos preocupam as autoridades do Governo, pois,
impedem a normal circulação dos peões, aumentam a quantidade de lixo, criam condições
para o surgimento da criminalidade na via pública e estragam a beleza da Urbe.
0.3. Justificativa
A presente pesquisa se fez necessária, uma vez que o comércio informal, assim como as
actividades nele desenvolvidas, não deixa de ser um trabalho digno como outro qualquer
presente na formalidade. Nos últimos tempos tem sido frequente observar se campanhas e
11
O presente estudo servirá de base para futuros estudos nas áreas afim bem como fornecerá um
entendimento académico, que servirá de referência e contributo nas universidades que administraram
cursos relacionados com a temática, onde se fala do desenvolvimento da economia moçambicana.
Esta pesquisa também poderá contribuir para os que exercem a actividade informal na compreensão
da contribuição a ter na redução da pobreza, e delinear formas na capacitação dos mesmos.
0.4. Objectivos
0.4.1. Geral
Analisar o impacto do comércio informal na vila Sede – Morrumbala
0.4.2. Específicos
Conceituar o comercio informal ou sector informal,
Identificar as causas do surgimento do sector informal na vila sede - Morrumbala;
Demonstrar as principais realizações resultantes do comércio informal;
Propor estratégias para a melhoria do sector informal na vila sede - Morrumbala.
0.5. Hipótese
H1: O Comércio informal constitui uma alternativa viável para a redução da pobreza no
distrito de Morrumbala
H2: O comércio informal além de reduzir a pobreza aumenta sonegação fiscal no
distrito de Morrumbala
12
Diante disso, revela-se uma necessidade da troca, e logo surge o sistema de trocas, o
qual se tornou essencial para que todas as pessoas conseguissem atender às suas necessidades
básicas e terem disponíveis os produtos que desejavam. O desenvolvimento do sistema de
trocas foi fundamental para que as pessoas tivessem a oportunidade de obterem outro tipo de
produto que elas não cultivavam (Coutinho, 2014).
Esse sistema permitiu “que as pessoas não sofressem com o desperdício das suas
mercadorias e ainda obtivessem outras, cultivadas ou criadas por famílias diferentes”.
Durante a troca, não existia uma quantidade pré-determinada de produtos, e a barganha era
essencial, pois como as trocas eram directas e sem preços específicos, barganhar era a forma
de se conseguir um bom negócio (Nogueira, 2015).
O termo “sector informal” foi usado pela primeira vez em Gana por Keith Hart na
Conference on Urban Unemployment Studies (IDS-University of Sussex) em Setembro de
1971. Este texto apenas foi publicado em 1973. Mas, foi no Quénia que o termo sector
informal se popularizou através da Missão da OIT ao Quénia em 1972 (Barbosa, 2009; King,
1996).
14
Para Noronha (2003) a utilização dos conceitos “formal” e “informal” não é clara, assim
como não há coesão sobre o papel da legislação nos contratos de trabalho. Este autor sugere o
uso do conceito “informalidade”, cujo significado depende sobretudo da compreensão do
conceito “formalidade” predominante em cada país, região, sector ou categoria profissional.
O sector informal define-se como “um variado leque de actividades orientadas para o
mercado e realizadas com uma lógica de sobrevivência pelas populações que habitam os
centros urbanos dos países em desenvolvimento” (Lopes, 1999, p.3).
Bowen (2000) apresenta uma definição diferente de Lopes (1999) & Queiroz (2009),
pois utiliza o conceito do sector informal para referir os indivíduos que participam numa
actividade comercial, sem possuir licença legal para o seu exercício, e cuja actividade não é
directamente taxada, e portanto não é reportada oficialmente e no geral, não está abrangida
pelo pagamento de taxas específicas às autoridades municipais.
Para OIT (2006) o sector informal pode ser definido como “um conjunto de unidades
empenhadas na produção de bens ou serviços, tendo como principal objectivo a criação de
empregos e de rendimentos para as pessoas nelas envolvidas”. Estas actividades funcionam
normalmente com um fraco nível de organização, com pouca ou nenhuma divisão entre
trabalho e capital, enquanto factores de produção, e operam em escala reduzida. As relações
de trabalho quando existem baseiam-se, na maior parte das vezes, no emprego ocasional, no
parentesco, e nas relações pessoais e sociais, mais do que em acordos contratuais formais.
Nesta vertente, segundo a visão do OIT ainda que qualquer negócio/empresa não
matriculado junto do governo nacional/local pertence ao sector informal; não se incluem as
actividades ilícitas (contrabando, roubo, tráfico de droga, etc.) e compreende essencialmente,
as chamadas actividades de sobrevivência, abrangendo as pequenas empresas, as
microempresas, os trabalhadores independentes e o auto-emprego.
15
Face aos argumentos acima apresentados, pode afirmar-se que o aspecto informal deste
sector reside no facto de possuir características próprias no exercício das suas actividades que
fazem com que seja diferente do sector dito formal (como por exemplo a falta de infra-
estruturas físicas para o exercício da actividade, empresas com organização individual ou
familiar, livre e flexível). Este sector não deve ser marginalizado e nem colocado fora do
sistema económico do país, visto que é um sector muito importante para o desenvolvimento
do país e o combate a pobreza.
Numa visão mais moçambicana, o sector informal pode ser visto como um conjunto de
métodos de sobrevivência com um desenvolvimento de um complexo de actividades não
formais.
Pode se entender ainda do sector informal Segundo envolve conjunto das actividades à
margem da lei, com níveis de produção e organizacionais baixos com finalidade de geração
de auto-emprego para sobrevivência familiar, geralmente não licenciadas, caracterizadas pela
fácil entrada, propriedade familiar, uso de recursos locais e tecnologia de trabalho intensivo
que não requerem conhecimentos educacionais formais.
Logo, o comércio é dito formal quando sua actividade comercial se realiza através de
empresa juridicamente constituída para tal fim, com registo, razão social e endereço
definidos, caso contrário diz-se comércio informal, quando a sua actividade e realizada sem
que haja registos oficiais.
Assim, pode-se dizer que o ambiente do comércio informal se dá através das feiras e
mercados livres, também denominados públicos, das ruas e praças, nos quais os ambulantes
expõem suas mercadorias, e das muitas lojas que ficam às margens desses pontos comerciais
ou até distantes deles, mas que apesar de possuírem uma estrutura mais adequada, para ser
um comércio formal, acabam funcionando também na informalidade.
17
Porém, vale salientar que, nem todos os comerciantes que trabalham na informalidade
entraram nesse ramo em busca de se beneficiar com práticas ilegais. Muitos se viram na
oportunidade de conseguir manter suas famílias com um trabalho que, para eles, é digno e
que, no momento em que mais precisavam, esses lhes seriam propícios.
O comércio informal necessita de bases que sirvam de apoio e que tenham como
objectivo formalizar o comerciante, mas sem limitar tanto o seu negócio. Leis flexíveis que
18
De acordo com Evans (2015), muitos preferem a informalidade por falta de informação,
mas muitos também rejeitam porque se formalizar, apesar de ser opção, limita o ganho e isso
acaba sendo um incentivo à informalidade. Os comerciantes se queixam de o faturamento ter
de ser limitado, caso eles resolvam se formalizar, e acabam preferindo ficar trabalhando sem
os benefícios oferecidos pela formalização.
Segundo Mosca (2010) o sector informal contribui para a redução da pobreza, geração
de auto-emprego, criação de rendimentos e acalma eventuais manifestações e revoltas.
Defende ainda que este sector altera o papel da mulher na sociedade e na economia, pois, é a
partir do comércio informal que as mulheres começaram a assumir um papel activo e directo
na integração do mercado.
Por outro lado, executa também um papel preponderante na provisão de bens e serviço.
É um forte gerador de construção e expansão de mercados, expansão do comércio, gestão de
recursos naturais, combate ao desemprego e criação de postes de trabalho, fortalecendo as
comunidades e famílias.
Nesta vertente, deu-nos a entender que a economia formal permite o comércio informal,
pela importância que desse sector para o crescimento económico. O comércio informal reduz
a pobreza, gera o auto – emprego e cria rendimentos que, em muitas situações, beneficiam a
população praticadora desta actividade.
Piepoli 2006 citado por Mosca, 2010, p.85 defende que este sector altera o papel da
mulher na sociedade e na economia, pois, é a partir do comércio informal que as mulheres
começaram a assumir um papel activo e directo na integração do mercado.
Por outro lado, o comércio informal possui estratégias mais flexíveis e adaptadas aos
consumidores de rendimento baixo. Assim, pode-se dizer que o comércio informal é um
sustentáculo daqueles que não tem emprego ou tem rendimentos baixos.
Por outro lado, o comércio informal possui estratégias mais flexíveis e adaptadas aos
consumidores de rendimentos baixos (venda de cigarros não de maços, de montinhos de bens
alimentares e não ao peso, etc.), o que implica a segmentação do mercado do lado de procura
e da oferta (Nzatuzola, 2006). Estas actividades estão mais próximas das pessoas e estruturam
redes sociais de interesses que ultrapassam os tradicionais, elementos de afinidades entre os
cidadãos como seja as identidades étnicas, linguísticas ou outras.
Só nestes poucos exemplos nota-se que grande parte da população moçambicana está
envolvida nestas actividades o facto é que um número elevado de agentes económicos cria
uma fonte de emprego constituído desta forma a consequência mais importante e positiva do
sector informal. Tanto nas cidades como no meio rural o comércio informal alimenta-se dos
canais de distribuição formais e são estes últimos agentes os principais beneficiários, seja por
razões de escala, seja por serem também em muitos casos, agentes informais articulando as
22
duas economias, possuírem maior capacidade negocial e dominarem as diversas fases dos
circuitos comercias.
O sector informal inclui actividades económicas, tais como “bancos informais” que
recolhem pequenas poupanças e fazem empréstimos por segmentos da população que não têm
acesso ao crédito bancário (Nazaré, 2006).
a) Ao nível do emprego tem-se que devido a massificação da sua prática, ela permite com que
milhares de habitantes que não possuem um emprego possam através dela minimizar a sua
condição de vida. Mais de metade da população activa não possui emprego, a maioria das
quais nunca teve sequer um emprego e outras tantas que perderam seu emprego; uma
alternativa que tem encontrado para minimizar sua condição de vida é através das actividades
informais geradoras de rendimento. Segundo dados preliminares a que o Jornal Notícias
edição de Sexta-feira dia 28 de Abril apresenta sobre o inquérito levado a cabo pelo Instituto
Nacional de Estatísticas (INE), refere que o sector informal emprega mais de 87% dos cerca
de 14.401.500 indivíduos com idade superior a sete anos
b) Quanto ao rendimento, esta é muitas vezes assegurada através da venda dos resultados da
prática das actividades comercias que são realizadas muitas vezes para o auto-sustento e que
o seu excedente serve de produto de venda para consumidores interessados; noutros casos, as
actividades informais são realizadas exclusivamente para fins comercias, o que pressupõe a
produção de certos produtos, bem como sua compra para fins comerciais como forma de
obter daí alguns dividendos que permitam a sobrevivência dos seus praticantes e suas
famílias.
25
d) Ao nível do abastecimento do mercado, a actividade informal tem sido solução para certas
situações de escassez de alguns produtos de consumo e não só, quer se trate de situações de
escassez premeditada (especulação) quer de trate de situações de escassez real. Nestes casos,
ela serva tanto para o abastecimento do mercado consumidor como para os próprios formais
que por sua vez comercializam aos consumidores finais.
Já Adam et al (1985 citados por Ribeiro 2000) descobrem uma correlação positiva entre
o crescimento do Comércio Informal e a oficial, supondo um baixo custo para a entrada da
informalidade devido a uma baixa coercividade. Nesse caso observa-se que sobre uma
política expansionista, há um estímulo de crescimento para ambos os comércios.
Quanto a abordagem
27
Contudo, a pesquisa bibliográfica não pode ser uma repetição do que já foi dito ou
escrito sobre qualquer assunto que seja, mas algo que oferece abordagens para conclusões
inovadoras. Assim sendo para o desenvolvimento dessa pesquisa, não serão usadas hipóteses
e nem meios ou cálculos estatísticos, por conseguinte, usamos uma abordagem qualitativa
para o desenvolvimento do estudo.
Questionário
O questionário é uma forma de recolha de dados que consiste em dirigir perguntas aos
demais intervenientes da pesquisa com vista a obter informações conducentes a redacção do
28
trabalho, com isso neste método de recolha de dados, o pesquisador tratará de elaborar
perguntas de que serão dirigidas aos demais intervenientes da pesquisa, importa referir que os
questionários se deferem da entrevista pelo facto deste não necessariamente exigem a
presença total do pesquisador, isto é, o pesquisador não fica frente a frente com o
questionário, Serra (2004).
Observação directa
Segundo Serra (2004), a observação directa consiste na análise minuciosa dos
intervenientes da pesquisa. A pesquisa que tem como objectivo de estudo o impacto do
comércio informal na vila sede de Morrumbala, o pesquisador na sua abordagem de recolha
de dados pela observação directa de observar os diferentes materiais usados no comércio,
antes porém, este por tratar por via de observação directa identificar a matéria em estudo.
Para Lakatos e Marconi (2003) a “observação é uma técnica de colecta de dados para
conseguir informações e utilizar o sentido de obtenção de determinados aspectos da
realidade. É um elemento básico de investigação científica, utilizado na pesquisa de campo”.
Isto é, esta é uma técnica fundamental para realização de uma pesquisa.
Consulta Bibliográfica
De acordo com Lakatos & Marconi (1991), a consulta bibliográfica teve como
finalidade de colocar o (a) pesquisador (a) em contacto directo com tudo o que foi escrito,
dito ou filmado sobre determinado assunto. A pesquisa bibliográfica orientará a pesquisa
dando bases para a elaboração do trabalho a partir de diversos paradigmas em volta do tema
em estudo”. Portanto, o uso deste instrumento consistiu em conhecer as diferentes
contribuições dos autores que sustentaram o tema em pesquisa baseando em várias
abordagens sobre o assunto em estudo.
Amostra
A amostra do presente estudo, ou seja, o Sujeito de Pesquisa, será constituída através de
100 trabalhadores informais que actuam na vila sede - Morrumbala. Dentre eles, podemos
destacar as seguintes ocupações: Comerciantes autónomos (donos do estabelecimento); e
Funcionários (não registados, que trabalham no estabelecimento). Para a escolha da amostra
foi usada a técnica de amostragem aleatória simples, que consiste em escolher de uma forma
aleatória e sem cálculos, os elementos de uma determinada população.
são mulheres com uma percentagem maioritária de 66,70% dos inqueridos. Estes resultados
vão de acordo com o argumento de Piepoli (2006 citado por Mosca, 2010) quando defendeu a
tese de que o comércio informal altera o papel da mulher na sociedade e na economia, pois, é
a partir do comércio informal que as mulheres começaram a assumir um papel activo e
directo na integração do mercado.
16 a 20 anos de idade
21 a 40 anos idade
acima dos 40 anos de
idade
82%
Segundo Baptista (2013) há renitência no sector informal para esta população por falta
de outras actividades a desempenhar e o nível de escolaridade determina o modo de vida para
satisfazer as suas necessidades. Diz ainda que o nível de escolaridade é o garante da
especialização e profissionalização da mão-de-obra que poderá satisfazer as comunidades
para o bem-estar social das mesmas.
13%
23% 1 a 5 anos
5 a 10 anos
Mas de 10 anos
64%
20%
Perguntamos também aos comerciantes informais se possuem outra fonte de renda que
subsidiasse o seu negócio e muitos destes responderam que investem anualmente em grandes
extensões de machambas de produtos comerciais com destaque na cultura do milho de
gergelim e horticulturas como o tomate, a batata e a couve. Outra parte dos comerciantes
responderam que possuem viaturas de caixa aberta que se dedicam ao transporte de carga e
passageiros. Os outros possuem residências de aluguer sendo que outros comerciantes
responderam que não possuem outra fonte de rendimento.
Também perguntamos aos comerciantes informais sobre a origem do capital inicial para
a abertura do negócio, eis que 51% dos inqueridos responderam que o valor inicial resultou
de poupança pessoal dos ganhos advindos da machambas; 22% responderam que o capital
inicial lhes foi doado por um familiar como estratégia de expandir o negócio da família, 16%
informaram que recorreram a empréstimos bancários e os restantes 11% responderam que
tiveram apoio do governo a partir do fundo de apoio a iniciativas juvenis.
11%
11%
13%
40% Construção de moradias
Investimento na escolaridade
dos filhos
Ampliação da produção
agrícola
Compra de viatura
36%
donos estão saudáveis, já no estado o funcionário recebe mesmo estando doente e existe
garantia de segurança social, coisa que não existe no comércio informal.
Este sector contribui muito para os cidadãos, alguns do sector formal têm as suas rendas
aumentadas devido a prática desta actividade que lhes permite duplicar ou triplicar os seus
ganhos mensais. O que se observa ainda é que, com os valores ganhos na actividade informal
estes usam para as despesas caseiras, pagamento de escolas dos seus educandos e construção
de casas de alvenaria é o desejo de todos. Isto mostra duma maneira parcial se não maior, do
abandono das casas precárias às melhoradas, tornando um desenvolvimento ou mudanças no
bairro, no que diz respeito ao alojamento.
36
CONCLUSÃO
Depois de uma pesquisa concernente à “Análise do Impacto do Comércio Informal na
Vila Sede do distrito de Morrumbalaˮ, de acordo com as metodologias presentes no terceiro
capítulo e os conteúdos do marco teórico patentes no segundo capítulo conclui-se o seguinte:
Ficou claro nesta pesquisa que o comércio informal é a que mais contribui para redução
da pobreza no caso de Moçambique, porque permite as famílias o negócio de produtos vindo
das machambas e outros produtos comprados nas lojas assim como países vizinhos. Graças ao
comércio informal, os cidadãos conseguem alguns atingirem os seus sonhos, depois das
necessidades básicas outros pensam em auto-realização, até mesmo prosperar para negócios
maiores.
A actividade informal funciona como uma alternativa de sustento para muitas famílias
moçambicanas, reflectido nas fortes relações de inter-ajuda entre as famílias. É notório o
facto de esta actividade envolver principalmente famílias nas transacções de compra e venda
de bens e serviços, garantindo que muitas famílias se alimentem e sobrevivam no país. O
comércio informal também cria uma certa estabilidade social e alivia a tensão social causada
pela falta de emprego nas cidades.
Sugestões
Que o estado crie um programa de segurança social e/ou seguro de vida básico e favorável
aos comerciantes ilegais como forma de motivar acções de auto-emprego.
38
Sugere-se também a banca reduza as taxas para aqueles que pretendam ingressar no comércio
informal como forma de impulsionar esta actividade económica.
Que se faça uma avaliação daquilo que poderá ser a contribuição deste sector para os cofres
nacionais e tomar as medidas necessárias para fiscalizar as actividades e assim colher
impostos e taxas que vão por um lado permitir um aumento do rendimento fiscal do governo
para reforçar o seu défice interno, bem como contribuir para melhorar as suas actividades no
âmbito de realização de despesas isso na sua aplicação e realização para o aumento do bem-
estar do povo.
Sugerimos o cumprimento da postura e dever urbano por parte dos vendedores de modo a
respeitarem e cumprirem as regras impostas para o exercício do comércio informal
contribuindo assim para a manutenção de um clima e ambiente de entendimento que
beneficie a todos e as gerações vindouras.
39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Amaral, I. (2005). Importância do sector informal da Economia Urbana em países
da África Subsariana. Finisterra. Vol.XL.N. 79,53-72.
Minayo, M. C. de S. (2003). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 22. ed. Rio
de Janeiro:
Nzatuzola, J. (1998). O Desemprego tem cura? Editora Markon Books. São Paulo.
Pastore, José. (1998). O Desemprego tem cura? Editora Markon Books. São Paulo
Anexos
44
Apêndices
Apêndice 1 – Guião de Entrevista dirigido aos Comerciantes Informais
O presente guião de entrevista dirige-se aos comerciantes informais que exercem as suas actividades
no distrito de Morrumbala com objectivos de colher informações que culminarão com a produção de
uma monografia científica intitulada Impacto de Comercio Informal na Vila – Sede do Distrito de
Morrumbala (2018 – 2020).
Por favor, responda claramente as questões que lhe serão colocadas e não se preocupe, pois, os dados
aqui recolhidos serão conservados apenas para os fins acima referenciados.
Sugestões:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Fim. Obrigada Pela Atenção Dispensada!
Apêndice 2 – Guião de Entrevista dirigido ao Director das Actividades Económicas
a) – Sim ( ); b) – ( Não )
a) – Sim ( ); b) – Não ( ).
a) – Sim ( ); b) - (Não).
a) – Sim ( ); b) Não ( )
a) - Sim ( ); b) – Não ( ).
a) – Sim ( ); b) - Não ( ).
a) – Sim ( ); b) – Não ( ).
a) - Sim ( ); b) - Não ( ).
a) - Sim ( ); b - Não ( ).
a) - Sim ( ); b) – Não ( ).