Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Monografia Final Filomena

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 49

UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LICENCIATURA EM HISTÓRIA POLÍTICA GESTÃO PÚBLICA

FILOMENA DOMINGOS LUCIANO

O IMPACTO DO COMÉRCIO INFORMAL NA VILA SEDE-


MORRUMBALA, PERÍODO DE 2020- 2022

Quelimane
2023
FILOMENA DOMINGOS LUCIANO

O IMPACTO DO COMÉRCIO INFORMAL NA VILA SEDE-


MORRUMBALA, PERÍODO DE 2020- 2022

Monografia Científica apresentada ao Curso de


Licenciatura em História Politica e Gestão
Pública da Faculdade de Educação, como
requisito para obtenção do título de Licenciada
em História Política Gestão e Pública.

Orientador: Dr. Janotas do Rosário Nativo.

Quelimane
2023
Filomena Domingos Luciano

O IMPACTO DO COMÉRCIO INFORMAL NA VILA SEDE-


MORRUMBALA, PERÍODO DE 2020- 2022

Monografia apresentada ao Departamento de Ensino Secundário como requisito de obtenção de


título Licenciado em História Politica e Gestão Pública.

Júri

O Supervisor

____________________________________________

O Presidente
____________________________________________

O oponente
____________________________________________

Quelimane, aos____de_________de 2023


Sumário Pág

Dedicatória...........................................................................................................................................Iii

Agradecimentos....................................................................................................................................Iv

Epigrafe.................................................................................................................................................V

Resumo................................................................................................................................................Vi

Abstract...............................................................................................................................................Vii

Lista de Gráficos................................................................................................................................Viii

0. Introdução..........................................................................................................................................9

0.1. Delimitação da Pesquisa...............................................................................................................10

0.2. Problematização............................................................................................................................10

0.3. Justificativa...................................................................................................................................10

0.4. Objectivos.....................................................................................................................................11

0.4.1. Geral..........................................................................................................................................11

0.4.2. Específicos.................................................................................................................................11

0.5. Hipótese........................................................................................................................................11

CAPITULO I: FUNDAMENTACAO TEORICA..........................................................................12

1.1. Conceitos Básicos.........................................................................................................................12

1.1.1. Génese de Comércio..................................................................................................................12

1.2. O Surgimento do Sector Informal.................................................................................................13

1.3. Comércio Informal ou Sector Informal........................................................................................13

1.4. Sector Informal.............................................................................................................................15

1.5. Ambiente do Comércio Informal..................................................................................................16

1.6. Práticas do Comércio Informal.....................................................................................................16

1.6.1. Necessidades do Comércio Informal.........................................................................................17

1.6.2. Vantagens do Sector Informal...................................................................................................18

1.7. Natureza do Sector Informal.........................................................................................................18


1.9. Impacto do Sector Informal..........................................................................................................19

1.9.1. Composição do Sector Informal................................................................................................20

1.10. Tipo de Comércio.......................................................................................................................21

1.6. Características do Sector Informal................................................................................................22

1.7. A Importância das Actividades do Sector Informal.....................................................................23

1.8. Consequências do Comércio Informal..........................................................................................24

CAPITULO II – METODOLÓGIA DO TRABALHO.......................................................................26

2.1. Tipo de Pesquisa...........................................................................................................................26

2.2. Instrumentos de Colecta de Dados...............................................................................................27

2.3. Universo e Amostra......................................................................................................................28

2.4. Procedimentos de Análise de Dados.............................................................................................28

CAPITULO III: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS......29

3.1. Breve Caracterização dos Comerciantes Informais......................................................................29

3.2. Principais Motivações da Prática do Comércio Informal na Vila do Distrito de Morrumbala....30

3.3. Impacto do Comércio Informal na Vila Sede do Distrito de Morrumbala...................................32

3.4. Discussão dos Resultados.............................................................................................................33

CONCLUSÃO.....................................................................................................................................36

Sugestões.............................................................................................................................................36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................38

Anexos.................................................................................................................................................42

Apêndices............................................................................................................................................43
iii

Dedicatória

Dedico este trabalho a minha mãe Anabela


Agostinho Ezembro, que me ensinou o caminho
da Escola e sempre me apoiou moralmente
durante a minha formação.
iv

Agradecimentos
Agradeço, em primeiro lugar, a Deus que me deu saúde e força para a realização deste
trabalho, aos meus pais, que me criaram num ambiente harmonioso e incentivaram-me a
aprender continuamente.

Gostaria de expressar os meus sentimentos de gratidão ao meu supervisor, Dr. Janotas do


Rosário Nativo, por ter acreditado em mim, pela orientação científica sábia e pelos conselhos
e acompanhamento durante os meus estudos e na elaboração desta Monografia.

Os meus agradecimentos vão também para a Universidade Licungo através dos docentes
do curso de Licenciatura em História Política e Gestão Pública;

Endereço o meu intenso agradecimento à minha querida irmã Arlinda Casanova por ter
desempenhado o papel importante na minha vida, dedicando-se ao trabalho árduo para
garantir as condições mínimas para minha sobrevivência enquanto estudante universitário.

Ao meu marido Lucas Diniz Nohio que além de companheiro foi um grande incentivo
nesta caminhada estudantil, meu muito obrigado, te amo.

Ao meu querido filho que tantas saudades dele passei por causa de algo justo, obrigado
pela paciência;

À toda minha família, pelo apoio e confiança durante esta longa e dura batalha;

Agradecer aos meus colegas de turma em especial Vanulde José Moniz que foi
verdadeira irmã, minha companheira de batalha. Obrigado por estar sempre junto de mim na
alegria e na tristeza, nas discussões científicas e até nos momentos de distracção;

Aos Comerciantes autónomos (donos do estabelecimento) e Funcionários (não


registados, que trabalham no estabelecimento) pelos quais sem a sua contribuição, esta
pesquisa não teria razão de ser;

Tecer grande consideração e agradecimento a todos que directa ou indirectamente me


apoiaram na execução deste trabalho, na busca de soluções em momentos de queda e de
procura.
v

Epigrafe

“A tarefa não é contemplar o que ninguém ainda


contemplou, mas meditar como ninguém ainda meditou
sobre o que todo mundo tem diante dos olhosˮ.

Schopenhauer, (1788-1860)
vi

Resumo
Luciano, Filomena. (2023). O Impacto do Comércio Informal na Vila Sede -
Morrumbala, Período de 2018- 2020. (Monografia). Universidade Licungo, Faculdade de
Educação FE, Quelimane, Moçambique.

A presente pesquisa objectiva analisar o impacto do comércio informal na vila Sede –


Morrumbala. A pesquisa foi desenvolvida num contexto em que devido a falta de emprego a
maioria da população da vila Sede de Morrumbala em especial e no país em geral recorre ao
comércio informal como fonte de arrecadamento de sustento nas famílias Moçambicanas em
geral em Morrumbala em especial, tem sido alavanca de desenvolvimento da vila. Neste
estudo escolheu-se a pesquisa qualitativa, e quanto as técnicas de abordagem recorreu-se a
pesquisa bibliográfica. Para recolha de dados recorreu-se à entrevista, a observação e o
questionário. O estudo concluiu que verificou-se que igualmente com as várias partes do País
a maioria dos comerciantes informais são jovens que não tiveram a oportunidade de continuar
com os seus estudos, seja para ingressar o nível superior ou técnico profissional, optando pelo
comércio informal como forma de vencer a pobreza e sustentar as suas famílias. Percebemos
também que no comércio informal as mulheres encontram alternativas para o trabalho, pois,
durante o inquérito para este estudo foi possível observar que alguns vendedores, em muitos
casos mulheres que exercem a actividade há algum tempo, possuem carros pessoais para o
transporte da sua mercadoria, o que dá visibilidade à sua prosperidade e estatuto
comparativamente com os outros agentes que operam no mesmo mercado.

Palavras-chave: Impacto. Comércio Informal. Vila de Morrumbala.


vii

Abstract

Luciano, Philomena. (2023). The Impact of Informal Trade in Vila Sede -


Morrumbala, Period 2018-2020. (Monograph). Licungo University, Faculty of Education
FE, Quelimane, Mozambique.

This research aims to analyze the impact of informal trade in Vila Sede – Morrumbala.
The research was carried out in a context where, due to the lack of employment, the majority
of the population of the village Sede de Morrumbala in particular and in the country in
general resort to informal trade as a source of income for Mozambican families in general and
in Morrumbala in particular, it has been a lever for the development of the village. In this
study, qualitative research was chosen, and in terms of approach techniques, bibliographical
research was used. For data collection, interviews, observation and questionnaires were used.
The study concluded that it was found that, similarly to the various parts of the country, the
majority of informal traders are young people who did not have the opportunity to continue
with their studies, either to enter higher education or professional technical, opting for
informal trade as a way to overcome poverty and support their families. We also noticed that
in informal trade women find alternatives for work, since during the survey for this study it
was possible to observe that some vendors, in many cases women who have been in the
business for some time, have personal cars to transport their goods, which gives visibility to
their prosperity and status compared to other agents operating in the same market.

Keywords: Impact. Informal Trade. Village of Morrumbala.


viii

Lista de Gráficos
Gráfico 1 – Idade dos comerciantes informais inqueridos
29
Gráfico 2 – Tempo de permanência no comércio informal
..................................................................................................................................................................
30
Gráfico 3 – Causas da Prática do Comércio Informal na vila de Morrumbala
31
Gráfico 4 – Origem do Capital Inicial Para a Abertura do Negócio
32
Gráfico 5 – Principais realizações resultantes do negócio
33
9

0. INTRODUÇÃO
O sector informal tem vindo a crescer na África Sub-Sahariana, empregando uma percentagem
elevada da População Economicamente Activa. Evidências sugerem que o sector informal é maior
na África Sub-Sahariana do que em outras partes do mundo em desenvolvimento, pois ocupa 60-
80% do total do emprego não-agrícola (Charmes, 2000).

Em Moçambique o sector informal teve maior crescimento nos anos 90 devido a maior
aglomeração dos cidadãos nas cidades, vindos das zonas urbanas devido a guerra dos 16 anos que
assolou este país, até que culminou com a assinatura da paz em 1992. Chivangue (2012) afirma que
esta situação fez com que o Estado se tornasse incapaz de empregar o elevado número desses
moçambicanos deslocados, agudizando se a crise económica por falta de rendimento das camadas
crescentes.

Nessa incapacidade da economia formal esta no genesis do surgimento do comércio informal,


ou seja, pode – se dizer que o sector informal surge como estratégia de sobrevivência dos pobres em
resposta a insuficiência do comércio formal ou da economia formal. Alem dessa incapacidade ou
insuficiência da economia informal, as desigualdades sociais, os desequilíbrios, as distorções ou
rotura do mercado ou das políticas desajustadas levaram a florescer o sector informal em
Moçambique.

Entretanto, este trabalho tem como tema “O Impacto do Comércio Informal na Vila Sede-
Morrumbala, 2018- 2020ˮ objectivando analisar o impacto do comércio informal na vila Sede –
Morrumbala. Para o alcance deste fim, tivemos em conta os objectivos específicos tais como:
conceituar o comércio informal ou sector informal, Identificar as causas do surgimento do sector
informal na vila sede - Morrumbala; por fim propor estratégias para a melhoria do sector informal na
vila sede - Morrumbala.

Este trabalho está estruturado da seguinte maneira: além das notas introdutórias, o trabalho
encontra-se estruturado em três capítulos: no primeiro capítulo encontramos o enquadramento
teórico ou conceptual onde foram apresentados conceitos básicos em relação a temática, no segundo
capítulo foi composto por procedimentos metodológico que foram usadas para a realização da
pesquisa, e no terceiro esta patente a apresentação, analise e discussão dos dados, conclusões e
sugestões, referências bibliográficas e elementos pós-textuais.
10

0.1. Delimitação da pesquisa


A pesquisa ora em desenvolvimento com a temática O Impacto do Comércio Informal,
foi realizado na vila sede do distrito de Morrumbala, Província da Zambézia. A pesquisa
desenvolveu no período compreendido entre 2021 á 2022, numa perspectiva temporal
considerado suficiente para obter constatações válidas, inerentes ao fenómeno em estudo.

0.2. Problematização
Em Moçambique, nos últimos anos assiste-se a um aumento de vendedores informais.
Uns têm ocupado no dia-a-dia os passeios das cidades, circulando pelas cidades carregados de
diversa mercadoria para a venda. Estes factos preocupam as autoridades do Governo, pois,
impedem a normal circulação dos peões, aumentam a quantidade de lixo, criam condições
para o surgimento da criminalidade na via pública e estragam a beleza da Urbe.

De acordo com o Ministério do Trabalho (2006), o desemprego e a fraca qualificação da


mão-de-obra têm implicações económicas e sociais negativas, dado o facto de a economia ser
dependente da utilização de novas tecnologias. Por falta de qualificação dificulta a ocupação
dos postos de trabalho criados, o que consequentemente favorece a manutenção de altas taxas
de desemprego.

Diante desse contexto, esses trabalhadores buscam, através do comércio informal, um


meio de garantir sua subsistência, assim como formas de melhorias na sua renda, ou que
almejam serem donos de seu próprio negócio, ou mesmo alguma actividade para
desempenhar. A falta de emprego a maioria da população da vila Sede de Morrumbala em
especial e no país em geral recorre ao comércio informal como fonte de arrecadamento de
sustento nas famílias Moçambicanas em geral em Morrumbala em especial. Dai que surge a
seguinte questão de pesquisa:

Qual é o impacto do comércio informal na vila – Sede de Morrumbala?

0.3. Justificativa
A presente pesquisa se fez necessária, uma vez que o comércio informal, assim como as
actividades nele desenvolvidas, não deixa de ser um trabalho digno como outro qualquer
presente na formalidade. Nos últimos tempos tem sido frequente observar se campanhas e
11

planos de acção relacionados com a problemática de falta de emprego em Moçambique no


geral em Morrumbala em especial.
Sendo assim, é importante mostrar que o comércio informal contribui com o sustento da
maioria das famílias que trabalham nesse ramo e também colabora com o desenvolvimento
da sociedade, quando considerado que, a partir do momento que um indivíduo passa a
trabalhar, mesmo que na informalidade, ele deixa de fazer parte dos números de pessoas
desempregadas ou desocupadas.

O presente estudo servirá de base para futuros estudos nas áreas afim bem como fornecerá um
entendimento académico, que servirá de referência e contributo nas universidades que administraram
cursos relacionados com a temática, onde se fala do desenvolvimento da economia moçambicana.
Esta pesquisa também poderá contribuir para os que exercem a actividade informal na compreensão
da contribuição a ter na redução da pobreza, e delinear formas na capacitação dos mesmos.

0.4. Objectivos
0.4.1. Geral
 Analisar o impacto do comércio informal na vila Sede – Morrumbala

0.4.2. Específicos
 Conceituar o comercio informal ou sector informal,
 Identificar as causas do surgimento do sector informal na vila sede - Morrumbala;
 Demonstrar as principais realizações resultantes do comércio informal;
 Propor estratégias para a melhoria do sector informal na vila sede - Morrumbala.

0.5. Hipótese
H1: O Comércio informal constitui uma alternativa viável para a redução da pobreza no
distrito de Morrumbala
H2: O comércio informal além de reduzir a pobreza aumenta sonegação fiscal no
distrito de Morrumbala
12

CAPITULO I: FUNDAMENTACAO TEORICA


O presente capítulo desenvolve o quadro teórico através da revisão de literatura que serviu de
suporte á reflexão “Impacto do Comércio Informal na Vila Sede- Morrumbala, 2018- 2020ˮ. A
revisão de literatura forneceu dados que ajudaram a perceber a temática em causa.

1.1. Conceitos Básicos


1.1.1. Génese de comércio
Historicamente, tem-se o conhecimento que o processo de trocas de produtos foi o
início do desenvolvimento da actividade comercial nas civilizações que se desenvolviam na
antiguidade. E por ser muito antiga, sendo datada desde a antiguidade e praticada em diversos
locais do mundo, por vários povos e civilizações, torna-se bastante difícil definir a partir de
qual momento começou ou foi inventada a actividade comercial.

Segundo Nogueira (2015), o comércio surgiu a partir dos processos de trocas na


antiguidade, quando determinados grupos trocavam suas produções por outras.

O fato é que o surgimento e o crescimento da actividade comercial estão directamente


relacionados ao surgimento e ao grau de prosperidade das próprias cidades, daí ser
caracterizada como uma actividade tipicamente urbana, e logo um importante segmento da
economia, basicamente no mundo todo.

“O comércio permitiu e colaborou com o desenvolvimento da sociedade, ajudando no


desenvolvimento de tecnologias, criação de ferrovias, estradas, portos, pontes e etc. Hoje em
dia, o comércio tem diversas maneiras de vender os produtos: na própria loja, à distância, pela
internet etc. Nos dias actuais, os comerciantes procuram proporcionar aos clientes o maior
conforto possível para que eles façam as suas compras” (Coutinho, 2014).

De acordo com Paschoal et al (2013) a informalidade e as nuances de sua definição


devem ser entendidas nos tempos de globalização, a partir da dinâmica da economia global. É
nesse contexto que as relações de trabalho dentro e fora da formalidade muda, e os desafios
da globalização exigem da Organização Internacional do Trabalho uma resposta que garanta,
acima de tudo, condições decentes de trabalho.
13

1.2. O surgimento do sector informal


De acordo com Coutinho (2014), antigamente, nas primeiras civilizações e
comunidades, a maioria das pessoas vivia e sobrevivia da agricultura, pesca e da pecuária, e
cultivava ou gerava apenas um produto específico. Sendo assim, o comércio era considerado
local, pois era realizado apenas entre as pessoas de uma mesma civilização.

Diante disso, revela-se uma necessidade da troca, e logo surge o sistema de trocas, o
qual se tornou essencial para que todas as pessoas conseguissem atender às suas necessidades
básicas e terem disponíveis os produtos que desejavam. O desenvolvimento do sistema de
trocas foi fundamental para que as pessoas tivessem a oportunidade de obterem outro tipo de
produto que elas não cultivavam (Coutinho, 2014).

Esse sistema permitiu “que as pessoas não sofressem com o desperdício das suas
mercadorias e ainda obtivessem outras, cultivadas ou criadas por famílias diferentes”.
Durante a troca, não existia uma quantidade pré-determinada de produtos, e a barganha era
essencial, pois como as trocas eram directas e sem preços específicos, barganhar era a forma
de se conseguir um bom negócio (Nogueira, 2015).

Segundo Chivava (1998), em Moçambique o impulso ao desenvolvimento de


actividades informais dá-se em 1978 com a implementação do programa de reabilitação
económica (PRE). As actividades do sector informal são consequência directa de altos níveis
de impostos e de restrições sobre os negócios dos agentes económicos a busca por meio para
o sustento próprio com vista acabar a fome.

1.3. Comércio informal ou sector informal


Não existe uma definição única e nem de consenso, para a designação do sector
informal e o problema não tem a ver só com o significado da expressão sector informal, mas
também com a escolha da expressão que melhor traduz este fenómeno.

O termo “sector informal” foi usado pela primeira vez em Gana por Keith Hart na
Conference on Urban Unemployment Studies (IDS-University of Sussex) em Setembro de
1971. Este texto apenas foi publicado em 1973. Mas, foi no Quénia que o termo sector
informal se popularizou através da Missão da OIT ao Quénia em 1972 (Barbosa, 2009; King,
1996).
14

Para Noronha (2003) a utilização dos conceitos “formal” e “informal” não é clara, assim
como não há coesão sobre o papel da legislação nos contratos de trabalho. Este autor sugere o
uso do conceito “informalidade”, cujo significado depende sobretudo da compreensão do
conceito “formalidade” predominante em cada país, região, sector ou categoria profissional.

O sector informal define-se como “um variado leque de actividades orientadas para o
mercado e realizadas com uma lógica de sobrevivência pelas populações que habitam os
centros urbanos dos países em desenvolvimento” (Lopes, 1999, p.3).

Na mesma lógica da definição anterior, Queiroz (2009) considera sector informal a


actividade orientada para o mercado com o principal objectivo de criar emprego e rendimento
para as pessoas nela envolvida e para os seus agregados familiares, com uma lógica de
sobrevivência. O não registo da sua actividade é uma característica do sector informal e não
um critério para defini-lo.

Bowen (2000) apresenta uma definição diferente de Lopes (1999) & Queiroz (2009),
pois utiliza o conceito do sector informal para referir os indivíduos que participam numa
actividade comercial, sem possuir licença legal para o seu exercício, e cuja actividade não é
directamente taxada, e portanto não é reportada oficialmente e no geral, não está abrangida
pelo pagamento de taxas específicas às autoridades municipais.

Para OIT (2006) o sector informal pode ser definido como “um conjunto de unidades
empenhadas na produção de bens ou serviços, tendo como principal objectivo a criação de
empregos e de rendimentos para as pessoas nelas envolvidas”. Estas actividades funcionam
normalmente com um fraco nível de organização, com pouca ou nenhuma divisão entre
trabalho e capital, enquanto factores de produção, e operam em escala reduzida. As relações
de trabalho quando existem baseiam-se, na maior parte das vezes, no emprego ocasional, no
parentesco, e nas relações pessoais e sociais, mais do que em acordos contratuais formais.

Nesta vertente, segundo a visão do OIT ainda que qualquer negócio/empresa não
matriculado junto do governo nacional/local pertence ao sector informal; não se incluem as
actividades ilícitas (contrabando, roubo, tráfico de droga, etc.) e compreende essencialmente,
as chamadas actividades de sobrevivência, abrangendo as pequenas empresas, as
microempresas, os trabalhadores independentes e o auto-emprego.
15

Face aos argumentos acima apresentados, pode afirmar-se que o aspecto informal deste
sector reside no facto de possuir características próprias no exercício das suas actividades que
fazem com que seja diferente do sector dito formal (como por exemplo a falta de infra-
estruturas físicas para o exercício da actividade, empresas com organização individual ou
familiar, livre e flexível). Este sector não deve ser marginalizado e nem colocado fora do
sistema económico do país, visto que é um sector muito importante para o desenvolvimento
do país e o combate a pobreza.

1.4. Sector Informal


A informalidade não é um fenómeno social novo. A título de exemplo, temos actores
como Marx, no século XIX, revela este sector como uma “super população excedente
estagnada”. Segundo Castel (1994), define o sector informal como sendo um sector de
produção de bens e serviços destinados no mercado, legal ou ilegal, que escapa da detenção
das estimativas oficiais e de produto interno bruto.

De acordo com Cacciamali (1983) para facilitar o entendimento do conceito informal,


considera se as formas. A primeira define como informal aqueles trabalhadores sem contrato
de trabalho sendo fora da legislação trabalhista. A segunda designa o sector informal por
resíduo do sector formal, onde se considera informal tudo que não se enquadra na economia
formal.

Numa visão mais moçambicana, o sector informal pode ser visto como um conjunto de
métodos de sobrevivência com um desenvolvimento de um complexo de actividades não
formais.

“O Instituto Nacional de Estatística (INE) define o sector informal em Moçambique


como sendo todas as actividades não registadas, ou registadas apenas no Município, ou junto
a administração Distrital ou local, não possuindo, portanto, a autorização por parte das
autoridades fiscais para exercício da sua actividade e empregando não mais de 10
trabalhadores” (Tembe, 2009, p. 92).

A Organização Mundial dos Trabalhares (OIT-1991) considera o sector informal como


sendo o conjunto de unidades de pequena escala que produzem e distribuem bens e serviços e
é composto essencialmente por produtos independentes e que operam por conta própria e,
16

empregando mão-de-obra familiar e/ou poucos trabalhadores, funcionando com reduzida e


baixa produtividade, tendo receitas bastantes irregulares.

O sector informal desenvolve várias actividades e compreende uma variedade de


carpinteiros, pedreiros, alfaiates, negociantes, artesões, bem como cozinheiros e motoristas de
Taxi, todos informais, e transforma os empreendedores em pequenos empresários informais,
criativos na medida em que a sua actividade vai crescendo, sendo que a maior parte das
actividades do sector informal são economicamente eficiente e lucrativo, apesar de pequenas
na escala e limitadas por tecnologias simples, pouco capital e falta de vínculo com o sector
formal.

Pode se entender ainda do sector informal Segundo envolve conjunto das actividades à
margem da lei, com níveis de produção e organizacionais baixos com finalidade de geração
de auto-emprego para sobrevivência familiar, geralmente não licenciadas, caracterizadas pela
fácil entrada, propriedade familiar, uso de recursos locais e tecnologia de trabalho intensivo
que não requerem conhecimentos educacionais formais.

1.5. Ambiente do Comércio Informal


O mercado é o lugar público onde negociantes expõem e vendem seus produtos. E
segundo Francisco (2017), o mercado surgiu como um espaço físico na antiguidade antes da
invenção do dinheiro. Sendo assim, independentemente da existência do dinheiro, é a oferta e
a procura por mercadorias ou serviços que permite a existência do comércio.

Logo, o comércio é dito formal quando sua actividade comercial se realiza através de
empresa juridicamente constituída para tal fim, com registo, razão social e endereço
definidos, caso contrário diz-se comércio informal, quando a sua actividade e realizada sem
que haja registos oficiais.

Assim, pode-se dizer que o ambiente do comércio informal se dá através das feiras e
mercados livres, também denominados públicos, das ruas e praças, nos quais os ambulantes
expõem suas mercadorias, e das muitas lojas que ficam às margens desses pontos comerciais
ou até distantes deles, mas que apesar de possuírem uma estrutura mais adequada, para ser
um comércio formal, acabam funcionando também na informalidade.
17

1.6. Práticas do Comércio Informal


Importa referir que uma das razões da informalidade é o fato de que cada agente procura
o melhor para si, mesmo que isso signifique o não cumprimento das normas trabalhistas.

Muitos trabalhadores, empresas e famílias escolhem o seu melhor nível de


envolvimento com as normas e instituições públicas, dependendo de sua avaliação dos
benefícios líquidos associados à informalidade e do esforço e capacidade do Estado para fazer
cumprir as leis. Ou seja, eles fazem análises implícitas do custo/benefício de ultrapassar a
importante margem para a formalidade e frequentemente desejam não fazê-lo (Perry et al,
2007).

Porém, vale salientar que, nem todos os comerciantes que trabalham na informalidade
entraram nesse ramo em busca de se beneficiar com práticas ilegais. Muitos se viram na
oportunidade de conseguir manter suas famílias com um trabalho que, para eles, é digno e
que, no momento em que mais precisavam, esses lhes seriam propícios.

Há também os aposentados, que escolhem a informalidade pelo fato de não aceitarem


ficar desocupados após cessarem suas carreiras profissionais. E porque não mencionar as
pessoas que querem ter seu próprio negócio e que, como “ponta pé” inicial, começam nessa
actividade como um simples vendedor de qualquer que seja o produto ou serviço, até, de fato,
descobrirem com o que querem empreender.

1.6.1. Necessidades do Comércio Informal


Para Mendes & Cavedon (2013):
“O comércio popular costuma ser percebido de maneira negativa dentro do
contexto urbano. Todavia, nem sempre essa óptica se mostra como sendo
verdadeira, posto que o comércio popular pode suprir lacunas existentes, seja
em relação à gama diversificada de produtos a serem oferecidos, seja em razão
da oferta de mercadorias ocorrer a preços mais acessíveis a determinadas
camadas da população. Desconsiderar esses aspectos é olhar de maneira
absoluta e estigmatizante para um comércio que, a despeito de qualquer
crítica, vem se mantendo e atendendo a demanda da população (p.46) ”.

O comércio informal necessita de bases que sirvam de apoio e que tenham como
objectivo formalizar o comerciante, mas sem limitar tanto o seu negócio. Leis flexíveis que
18

assegurem o trabalhador de acordo com suas necessidades e interesses, mesmo ele


trabalhando na informalidade.

De acordo com Evans (2015), muitos preferem a informalidade por falta de informação,
mas muitos também rejeitam porque se formalizar, apesar de ser opção, limita o ganho e isso
acaba sendo um incentivo à informalidade. Os comerciantes se queixam de o faturamento ter
de ser limitado, caso eles resolvam se formalizar, e acabam preferindo ficar trabalhando sem
os benefícios oferecidos pela formalização.

Porem, nem todos os trabalhadores recorrem à informalidade para complementar a


renda familiar, mas a maioria absoluta sobrevive integralmente da prática informal.

1.6.2. Vantagens do Sector Informal


Sem ignorar os muitos pontos negativos do sector informal, com esta parte desta
monografia, pretende se mostrar algumas características positivas que podem incentivar o
investimento público neste sector.

De acordo com Ernst &Young, (2004), em momentos de crise económica, política,


social e principalmente de subdesenvolvimento económico, a existência e desenvolvimento
de redes informais de comercio, solidariedade são frequentes, constituindo respostas as
necessidades das populações, pelo que não devem ser reprimidas, pois, desempenham um
papel estabilizador da sociedade.

Segundo Mosca (2010) o sector informal contribui para a redução da pobreza, geração
de auto-emprego, criação de rendimentos e acalma eventuais manifestações e revoltas.
Defende ainda que este sector altera o papel da mulher na sociedade e na economia, pois, é a
partir do comércio informal que as mulheres começaram a assumir um papel activo e directo
na integração do mercado.

1.7. Natureza do Sector Informal


A literatura testemunha duas abordagens no estudo da economia informal. A primeira é
de carácter puramente económica e ligada às teorias do mercado de trabalho e a segunda é de
natureza socioeconómica e prende-se com os determinantes institucionais e políticos que
configuram este fenómeno.
19

Segundo Chivangue (2012), é preciso fazer uma distinção conceptual, dentro da


economia informal legítima, entre aquelas actividades ligadas à mera sobrevivência das que
possuem um grande potencial para influenciar positivamente o crescimento. No primeiro
encontram-se agentes com rendimento abaixo do salário mínimo. A pobreza e o desespero
pela manutenção da vida constituem o principal motivo para a existência de tal actividade. A
segunda categoria constituída por micro empresas de pequenos negócios muitas vezes
envolve apenas o proprietário e alguns membros da família.

Na perspectiva do Byiers (2009) estas micro-firmas não gozam de qualquer espécie de


licenciamento e funcionam na forma rudimentar. São estas que têm potencial de florescer e
passar a grandes empresas formais.

“A economia informal resulta de impostos elevados e péssimo bem-estar social,


acrescentando que se trata de um mercado secundário onde ocorrem transacções que
poderiam ser possíveis no formal, mas seriam taxadas, situação que gera a necessidade de
praticar essas operações longe do alcance da lei.” (Chivangue, 2012).

O argumento deste autor é consistente segundo o qual muitos proprietários de empresas


informais operam de forma semi-legal ou ilegal devido ao ambiente regulatório que é muito
punitivo, desajustado ou simplesmente não existente.

Existe também a perspectiva que associam o surgimento do sector informal ao aumento


da população urbana e da consequente procura pelo emprego, bens e serviços que crescem
mais rapidamente do que a média nacional, a ponto de o mercado laboral formal não
conseguir absorve-los. Além do mais, os anos de ajustamento estrutural e correspondente
redução do emprego na função pública diminuíram as oportunidades nas áreas urbanas, sendo
o sector informal que compensa as falhas do formal.

Na perspectiva de Tokman (2007), a pressão exercida pela força de trabalho


excedentária na procura de emprego, quando este em termos de sector moderno é escasso,
constitui a hipótese explicativa do surgimento do sector informal. Este autor argumenta que o
resultado acaba por ser uma busca de soluções de baixa produtividade e rendimento através
da produção e venda de qualquer coisa que permita aos desempregados sobreviverem.
Acrescenta ser a lógica de sobrevivência o principal factor que leva ao desenvolvimento de
actividades informais.
20

1.9. Impacto do sector informal


Em momentos de crise económica, política, social e principalmente de
subdesenvolvimento económico, a existência e desenvolvimento de redes informais de
comercio, solidariedade são frequentes, constituindo respostas as necessidades das
populações, pelo que não devem ser reprimidas pois, desempenham um papel estabilizador da
sociedade, (Ernst & Young, 2004, p170).

Segundo Mosca (2010,p.85) o Sector Informal contribui para a redução da pobreza,


geração de auto-emprego, criação de rendimentos e acalma eventuais manifestações e
revoltas. O comércio informal apresenta um papel importante na medida em que oferece
algum trabalho para as camadas mais desfavorecidas que não pode ser disponibilizado pelo
mercado formal.

Por outro lado, executa também um papel preponderante na provisão de bens e serviço.
É um forte gerador de construção e expansão de mercados, expansão do comércio, gestão de
recursos naturais, combate ao desemprego e criação de postes de trabalho, fortalecendo as
comunidades e famílias.

Nesta vertente, deu-nos a entender que a economia formal permite o comércio informal,
pela importância que desse sector para o crescimento económico. O comércio informal reduz
a pobreza, gera o auto – emprego e cria rendimentos que, em muitas situações, beneficiam a
população praticadora desta actividade.

Piepoli 2006 citado por Mosca, 2010, p.85 defende que este sector altera o papel da
mulher na sociedade e na economia, pois, é a partir do comércio informal que as mulheres
começaram a assumir um papel activo e directo na integração do mercado.

Por outro lado, o comércio informal possui estratégias mais flexíveis e adaptadas aos
consumidores de rendimento baixo. Assim, pode-se dizer que o comércio informal é um
sustentáculo daqueles que não tem emprego ou tem rendimentos baixos.

O sector informal na produção e comercialização tem desempenhado um papel


importante no actual estágio de desenvolvimento da sociedade moçambicana, intervêm na
oferta de bens e serviços adequados aos rendimentos e ao poder de compra de vasta camada
da população desfavorecida (Lopes, 1999).
21

Segundo Abreu (2000), o sector informal pesa em mais de um terço na economia e é o


mais dinâmico na economia Moçambicana. Também dizer que o comércio informal cria o
desenvolvimento da vila sede de Morrumbala na aquisição de bens material, a evolução das
rodovias e da vida da comunidade.

1.9.1. Composição do Sector Informal


O sector informal é composto por unidades económicas que funcionam fora do quadro
administrativo, legal ou estatística. Em Moçambique trata se mais de: Vendedores ambulantes
de todos tipos de mercadorias, produtores e vendedores de bebidas caseiras, carregadores de
mercadorias, sapateiros, a indústria domesticam, pequenas oficinas e carpintarias não
licenciadas, transportadores piratas, etc.).

A sobrevivência destas economias assenta em alguns casos em relações familiares ou de


proximidades e em laços de sideralidade e de cooperação, e outras situações em circuitos nem
sempre transparentes (Piepol, 2006)ˮ. Nesta vertente, a geração de riqueza é limitada pela
escala e tipo de actividades é, consequentemente, a poupança e o investimento são
insuficientemente para a reprodução ampliada do capital desenvolvimento. As relações
sociais estabelecidas baseiam-se na confiança, são pouco e nada profissionalizadas, e as
regras não são normalizadas.

Por outro lado, o comércio informal possui estratégias mais flexíveis e adaptadas aos
consumidores de rendimentos baixos (venda de cigarros não de maços, de montinhos de bens
alimentares e não ao peso, etc.), o que implica a segmentação do mercado do lado de procura
e da oferta (Nzatuzola, 2006). Estas actividades estão mais próximas das pessoas e estruturam
redes sociais de interesses que ultrapassam os tradicionais, elementos de afinidades entre os
cidadãos como seja as identidades étnicas, linguísticas ou outras.

Só nestes poucos exemplos nota-se que grande parte da população moçambicana está
envolvida nestas actividades o facto é que um número elevado de agentes económicos cria
uma fonte de emprego constituído desta forma a consequência mais importante e positiva do
sector informal. Tanto nas cidades como no meio rural o comércio informal alimenta-se dos
canais de distribuição formais e são estes últimos agentes os principais beneficiários, seja por
razões de escala, seja por serem também em muitos casos, agentes informais articulando as
22

duas economias, possuírem maior capacidade negocial e dominarem as diversas fases dos
circuitos comercias.

1.10. Tipo de comércio


O comércio é a actividade que movimenta diferentes produtos, com uma finalidade
lucrativa. É toda acção que tem como objectivo principal a compra e revenda de mercadorias.
Comércio é, portanto, “o conjunto de actividades necessárias para tornar um produto
disponível aos consumidores, em determinado lugar, no tempo solicitado e em quantidades e
preços especificados” (Francisco, 2016).

Na visão de Tomas, (2017), o comércio é uma actividade que está relacionada à


distribuição de produtos no mercado interno e externo. Ou seja, existem diversos tipos de
comércio que movimentam a economia e empregam muitas pessoas no Moçambique e no
mundo. Portanto, o comércio pode estar relacionado com a economia formal que é firma
registada dentro da lei ou à economia informal, que são firmas sem registos que não pagam
impostos”

A actividade comercial se subdivide, ainda, em duas partes distintas: o comércio


atacadista e o comércio informal. O primeiro funciona basicamente como centro de
distribuição de mercadorias para o próprio comércio informal, ou seja, vende um mesmo
produto em grandes quantidades. Nesse caso, o comerciante reduz o preço das mercadorias
como forma de premiar o comprador, em razão do tamanho da venda. Já o segundo tem como
finalidade específica fornecer ao público consumidor em geral os produtos necessários,
sendo, nesse tipo de comércio, vendidos os produtos em pequenas quantidades e, portanto,
sem a diminuição do preço (Francisco, 2016).

1.6. Características do sector informal


O sector informal é, hoje, um conjunto de operadores dinâmicos e economicamente
agressivos que buscando a sua sobrevivência, têm ocupado e proporcionado rendimentos
alternativos a muitas famílias em países em desenvolvimento. Segundo Chichava (1998) e
Amaral (2005), o sector informal em geral apresenta as seguintes características:

 Para o início das actividades conta apenas a iniciativa pessoal;


 È uma organização individual ou familiar, livre e flexível;
23

 É de fácil entrada e integração, mas com muitos riscos de se extinguir;


 As instalações geralmente são inexistentes;
 Emprega mão-de-obra barata, jovem e com predominância do sexo feminino em certas
actividades como a venda de produtos, hortícolas, vegetais, e outros produtos agrícolas;
 Comercializa uma vasta gama de produtos e presta serviços diversos que não envolvem
grande tecnologia ou equipamento;
 A formação profissional é reduzida ou inexistente, privilegiando-se as práticas de
aprendizagem no processo de trabalho;
 Usa insumos conseguidos nas unidades do sector formal e às vezes, abastece também o sector
formal;
 O salário e vínculo contratual são celebrados entre pessoas, sem vínculo contratual;
 O crédito é concedido por pessoas singulares ou familiares e pelo recurso a associações de
poupanças e crédito;
 A margem de lucros é elevada por unidade, mas pequena por volume.
Ainda de acordo com Chichava (1998), em Moçambique a mão-de-obra envolvida no
sector informal compreende:
 Desempregados e sub-empregados do sector formal da economia;
 Desempregados provenientes das zonas rurais;
 Funcionários do Estado e operários do sector formal usando seus familiares ou trabalhadores
para complemento dos seus rendimentos;
 Proprietários do sector formal à busca de maiores receitas e fuga ao fisco;
 Jovens recém-formados aos vários níveis (médio e superior) que não encontram emprego; no
sector formal ou que não se contentam com os salários do Aparelho do Estado.

O sector informal tem dois tipos de trabalhadores: “os assalariados e os não


assalariados” que geralmente são familiares não pagos regularmente, mas a quem lhes são
concedidas certas condições, como alojamento, alimentação e alguns subsídios (PNUD, 2001,
p.84).

Acredita-se que a maior parte da força de trabalho ocupada no comércio informal é do


sexo feminino. Segundo Cruz e Silva (2005), os dados da Associação dos Operadores e
24

Trabalhadores do Sector Informal sobre o sector informal em Moçambique e continente


africano revelaram que a maior parte dos agentes informais são mulheres.

As mulheres fazem parte dos primeiros grupos que dinamizaram a criação e o


desenvolvimento do sector informal, e continuam a representar a maior população de
indivíduos que operam neste sector”. Os estudos feitos por Lopes (1999) & Ardeni (2001)
também chegaram a mesma conclusão.

O sector informal inclui actividades económicas, tais como “bancos informais” que
recolhem pequenas poupanças e fazem empréstimos por segmentos da população que não têm
acesso ao crédito bancário (Nazaré, 2006).

1.7. A Importância das actividades do sector informal


De acordo com o site www.academia.edu o Comércio Informal joga um papel de relevo aos vários
níveis: Emprego, Rendimento, Impulsionamento e Geração do Consumo, Abastecimento do
Mercado:

a) Ao nível do emprego tem-se que devido a massificação da sua prática, ela permite com que
milhares de habitantes que não possuem um emprego possam através dela minimizar a sua
condição de vida. Mais de metade da população activa não possui emprego, a maioria das
quais nunca teve sequer um emprego e outras tantas que perderam seu emprego; uma
alternativa que tem encontrado para minimizar sua condição de vida é através das actividades
informais geradoras de rendimento. Segundo dados preliminares a que o Jornal Notícias
edição de Sexta-feira dia 28 de Abril apresenta sobre o inquérito levado a cabo pelo Instituto
Nacional de Estatísticas (INE), refere que o sector informal emprega mais de 87% dos cerca
de 14.401.500 indivíduos com idade superior a sete anos

b) Quanto ao rendimento, esta é muitas vezes assegurada através da venda dos resultados da
prática das actividades comercias que são realizadas muitas vezes para o auto-sustento e que
o seu excedente serve de produto de venda para consumidores interessados; noutros casos, as
actividades informais são realizadas exclusivamente para fins comercias, o que pressupõe a
produção de certos produtos, bem como sua compra para fins comerciais como forma de
obter daí alguns dividendos que permitam a sobrevivência dos seus praticantes e suas
famílias.
25

c) Ao nível da impulsionação e geração do consumo, sendo uma forma alternativa de compra


dos consumidores, principalmente os de baixo rendimento que são a sua maioria, vêm nela
uma saída acessível para o consumo. E esses produtos, ao invés de serem vendidos em quilos
por exemplo, usam-se medidas já padronizadas remetendo-se a pequenas quantidades de três
ou cinco unidades de cada um dos produtos.

d) Ao nível do abastecimento do mercado, a actividade informal tem sido solução para certas
situações de escassez de alguns produtos de consumo e não só, quer se trate de situações de
escassez premeditada (especulação) quer de trate de situações de escassez real. Nestes casos,
ela serva tanto para o abastecimento do mercado consumidor como para os próprios formais
que por sua vez comercializam aos consumidores finais.

1.8. Consequências do Comércio Informal


De acordo com Ribeiro (2000) uma das grandes consequências do comércio informal é
o facto de esse levar a uma redução na receita tributária e, consequentemente a uma menor
quantidade e qualidade de bens e serviços público colocados a disposição da sociedade.
Assim, poderia ocorrer uma redução do crescimento económico, sob a premissa de uma carga
tributaria maior que a óptima e uma fraca obediência as instituições estatais.

Já Adam et al (1985 citados por Ribeiro 2000) descobrem uma correlação positiva entre
o crescimento do Comércio Informal e a oficial, supondo um baixo custo para a entrada da
informalidade devido a uma baixa coercividade. Nesse caso observa-se que sobre uma
política expansionista, há um estímulo de crescimento para ambos os comércios.

Assim segundo Ribeiro (2000) em países em desenvolvimento, o comércio informal


pode apresentar um padrão de evolução pro-cíclico, pois do produto da renda pode permitir
que a parcela mais pobre da população perceba maneiras de produzir bens e serviços capazes
de gerar rendas.
26

CAPITULO II – METODOLÓGIA DO TRABALHO


Neste capítulo foram apresentados metodologias e instrumento de colecta de dados que
foram usados para se familiarizar esta pesquisa no âmbito científico como um trabalho que
possui impactos socioeconómicos, pelo facto de abordar uma temática relacionada com um
dos maiores sectores do comércio.

2.1. Tipo de Pesquisa


 Quanto aos Objectivos
Para o presente trabalho, recorreu-se a pesquisa Explicativa. Segundo Gil (2001, p.20)
este tipo de pesquisa tem como objectivo principal analisar um facto, fenómeno ou uma
ocorrência. Assim sendo esta pesquisa teve como objectivo analisar o impacto do comércio
informal na Vila Sede do Distrito de Morrumbala e explicar as causas do fluxo de comercio
informal neste distrito.

 Quanto a abordagem
27

Neste trabalho, foi adoptada a abordagem quantitativa tendo em conta que a


investigação foi desenvolvida usando a base de dados recolhida pelo INE e permite
estabelecer relações entre variáveis. Especificamente para este trabalho, a abordagem
quantitativa tem a fragilidade de não poder responder “como” e “porquê” é que os vendedores
informais entram para esta actividade, em que contexto específico se encontravam, quando
iniciaram a actividade e aquando da entrevista em que situação ou contexto social se
encontravam.

 Quanto os procedimentos técnicos


Para o desenvolvimento de uma pesquisa, importante a realização de uma revisão
bibliográfica. Assim sendo, o presente estudo teve como ponto inicial, a uma revisão
bibliográfica sobre o impacto do comércio informal. Esta tarefa possibilitou o investigador a
seleccionar uma abordagem adequada e adaptada sobre a implementação ou execução da
pesquisa.

Segundo Marconi e Lakatos (2003), avançam que a pesquisa bibliográfica oferece


“meios para explorar saberes e tem por objectivo permitir os reforços paralelos na análise das
pesquisas ou tratamento das informações”.

Contudo, a pesquisa bibliográfica não pode ser uma repetição do que já foi dito ou
escrito sobre qualquer assunto que seja, mas algo que oferece abordagens para conclusões
inovadoras. Assim sendo para o desenvolvimento dessa pesquisa, não serão usadas hipóteses
e nem meios ou cálculos estatísticos, por conseguinte, usamos uma abordagem qualitativa
para o desenvolvimento do estudo.

2.2. Instrumentos de Colecta de Dados


Portanto, tendo em conta o tipo de pesquisa, para o presente trabalho foi usado a
entrevista para facilitar a colecta de dados. Este instrumento ajudou a autora a aproximar a
sua relação com os participantes da pesquisa e a obter dados pautados nos objectivos da
pesquisa.

 Questionário
O questionário é uma forma de recolha de dados que consiste em dirigir perguntas aos
demais intervenientes da pesquisa com vista a obter informações conducentes a redacção do
28

trabalho, com isso neste método de recolha de dados, o pesquisador tratará de elaborar
perguntas de que serão dirigidas aos demais intervenientes da pesquisa, importa referir que os
questionários se deferem da entrevista pelo facto deste não necessariamente exigem a
presença total do pesquisador, isto é, o pesquisador não fica frente a frente com o
questionário, Serra (2004).

 Observação directa
Segundo Serra (2004), a observação directa consiste na análise minuciosa dos
intervenientes da pesquisa. A pesquisa que tem como objectivo de estudo o impacto do
comércio informal na vila sede de Morrumbala, o pesquisador na sua abordagem de recolha
de dados pela observação directa de observar os diferentes materiais usados no comércio,
antes porém, este por tratar por via de observação directa identificar a matéria em estudo.

Para Lakatos e Marconi (2003) a “observação é uma técnica de colecta de dados para
conseguir informações e utilizar o sentido de obtenção de determinados aspectos da
realidade. É um elemento básico de investigação científica, utilizado na pesquisa de campo”.
Isto é, esta é uma técnica fundamental para realização de uma pesquisa.

 Consulta Bibliográfica
De acordo com Lakatos & Marconi (1991), a consulta bibliográfica teve como
finalidade de colocar o (a) pesquisador (a) em contacto directo com tudo o que foi escrito,
dito ou filmado sobre determinado assunto. A pesquisa bibliográfica orientará a pesquisa
dando bases para a elaboração do trabalho a partir de diversos paradigmas em volta do tema
em estudo”. Portanto, o uso deste instrumento consistiu em conhecer as diferentes
contribuições dos autores que sustentaram o tema em pesquisa baseando em várias
abordagens sobre o assunto em estudo.

2.3. Universo e Amostra


 População
De acordo com Marconi e Lakatos (2010, p.108) Universo Populacional é o conjunto de
seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum.
Neste contexto, para a presente pesquisa, considerar-se-á de universo populacional, todos os
978 comerciantes informais da vila Sede do distrito de Morrumbala.
29

 Amostra
A amostra do presente estudo, ou seja, o Sujeito de Pesquisa, será constituída através de
100 trabalhadores informais que actuam na vila sede - Morrumbala. Dentre eles, podemos
destacar as seguintes ocupações: Comerciantes autónomos (donos do estabelecimento); e
Funcionários (não registados, que trabalham no estabelecimento). Para a escolha da amostra
foi usada a técnica de amostragem aleatória simples, que consiste em escolher de uma forma
aleatória e sem cálculos, os elementos de uma determinada população.

2.4. Procedimentos de análise de dados


A partir das respostas dos participantes da pesquisa e do quadro teórico-conceptual do
estudo, optou-se pelos pacotes SPSS e Excel. Para os dados recolhidos através do
questionário, utilizou-se o SPSS e o Excel foi usado para os Comerciantes autónomos (donos
do estabelecimento); e Funcionários (não registados, que trabalham no estabelecimento. A
validação dos resultados foi feita através de analise de conteúdo que auxiliou o estudo.

CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS


RESULTADOS
Neste capítulo faz-se a apresentação dos dados colhidos através da entrevista feita aos
comerciantes informais que desempenham as suas actividades no mercado central da vila
Sede do Distrito de Morrumbala, seguidos de sua análise e interpretação.

3.1. Breve caracterização dos comerciantes informais


Dos resultados colhidos nos dados do nosso inquérito verificamos que maior parte das
pessoas que praticam o comércio informal no Mercado Central do Distrito de Morrumbala
30

são mulheres com uma percentagem maioritária de 66,70% dos inqueridos. Estes resultados
vão de acordo com o argumento de Piepoli (2006 citado por Mosca, 2010) quando defendeu a
tese de que o comércio informal altera o papel da mulher na sociedade e na economia, pois, é
a partir do comércio informal que as mulheres começaram a assumir um papel activo e
directo na integração do mercado.

No mercado central da vila do distrito de Morrumbala, as mulheres, algumas como


pioneira na venda de refeições para pessoas de baixa renda, de hortícolas e de pescados, e
outras empolgadas na venda de roupas e calçados, longe de casa lutam pela sobrevivência das
suas famílias desempenhando outros papéis na sociedade moçambicana opostos aos ditos
tradicionais.

O nosso estudo constatou que 7% dos inqueridos perfazendo a minoria absoluta se


encontram na faixa etária de 16 a 20 anos de idade, 82% perfazendo a maioria se encontram
na faixa etária dos 21 a 40 anos idade, e os restantes 11% se encontram na faixa etária acima
dos 40 anos de idade. Estes dados deixam sem sombra alguma de dúvida que os comerciantes
informais da vila sede do distrito de Morrumbala são na sua maioria jovens com idade activa
para a prática do comércio assim como para ingressar em actividades laborais regulamentadas
com destaque para a função pública.

Gráfico 1 – Idade dos comerciantes informais inqueridos


11% 7%

16 a 20 anos de idade
21 a 40 anos idade
acima dos 40 anos de
idade
82%

Fonte: Autora (2023)


Questionados sobre o nível de escolaridade dos comerciantes ilegais, constatamos que
na sua maioria com uma percentagem de 72% concluíram a 10ª classe do ensino secundário
geral, sendo que alguns destes com uma percentagem de 5% não chegaram a concluir o
ensino primário e outros com uma percentagem de 23% é que concluíram a 7ª classe do
ensino primário.
31

Segundo Baptista (2013) há renitência no sector informal para esta população por falta
de outras actividades a desempenhar e o nível de escolaridade determina o modo de vida para
satisfazer as suas necessidades. Diz ainda que o nível de escolaridade é o garante da
especialização e profissionalização da mão-de-obra que poderá satisfazer as comunidades
para o bem-estar social das mesmas.

Questionados sobre o tempo de permanência no ramo de actividade, na sua maioria os


comerciantes informais responderam estão neste ramo a mais de 10 anos, outros salientaram
que estão neste ramo de actividade desde pequenos e que viram a sua adolescência e
juventude passar na prática do comércio informal, pois, 64% dos comerciantes informais
inqueridos está acima de 10 anos, 23% dos inqueridos está neste ramo de actividade no
período de 5 a 10 anos e os restantes 13% estão neste ramo no período compreendido de 1 a
cinco anos.

Gráfico 2 – Tempo de permanência no comércio informal

13%

23% 1 a 5 anos
5 a 10 anos
Mas de 10 anos
64%

Fonte: Autora (2023)

3.2. Principais Motivações da Prática do Comércio Informal na Vila do Distrito de


Morrumbala

Na que concerne a componente causa motivacional para a prática do comércio informal,


os nossos inqueridos apresentaram causas diferentes sendo que uns principalmente os jovens
com uma percentagem maioritária de 46% mencionaram a falta de emprego no aparelho do
estado, outros mais velhos com uma percentagem de 34% optaram por este negocio como
forma de aplicar o seu capital resultante da venda dos seus produtos agrícolas e outros com
uma percentagem 20% foram movidos pela ambição de ser rico e não depender de ninguém.
32

Gráfico 3 – Causas da Prática do Comércio Informal na vila de Morrumbala

20%

46% Falta de emprego


Aplicar dinheiro resul-
tante da machanba
Ser rico e não depender de
ninguém
34%

Fonte: Autora (2023)

Questionados sobre o nível de satisfação em relação a actividade que desempenham


maior parte dos comerciantes se mostra satisfeito com o seu negócio e uma minoria está
insatisfeita com o seu negócio.

Perguntamos também aos comerciantes informais se possuem outra fonte de renda que
subsidiasse o seu negócio e muitos destes responderam que investem anualmente em grandes
extensões de machambas de produtos comerciais com destaque na cultura do milho de
gergelim e horticulturas como o tomate, a batata e a couve. Outra parte dos comerciantes
responderam que possuem viaturas de caixa aberta que se dedicam ao transporte de carga e
passageiros. Os outros possuem residências de aluguer sendo que outros comerciantes
responderam que não possuem outra fonte de rendimento.

Também perguntamos aos comerciantes informais sobre a origem do capital inicial para
a abertura do negócio, eis que 51% dos inqueridos responderam que o valor inicial resultou
de poupança pessoal dos ganhos advindos da machambas; 22% responderam que o capital
inicial lhes foi doado por um familiar como estratégia de expandir o negócio da família, 16%
informaram que recorreram a empréstimos bancários e os restantes 11% responderam que
tiveram apoio do governo a partir do fundo de apoio a iniciativas juvenis.

Gráfico 4 – Origem do Capital Inicial Para a Abertura do Negócio


33

11%

22% Poupança pessoal


51% Empréstimo bancário
Doação de familiares
Ajuda de governo
16%

Fonte: Autora (2023)

Ainda para percebem o impacto do comércio informal na vila sede do distrito de


Morrumbala, questionamos aos comerciantes se aconselhariam o tipo de negócio a alguém,
eis que responderam todos responderam que aconselhariam a prática do comércio informal,
pois na opinião destes, esta actividade reduz a pobreza mental e financeira. Explicaram
também como exemplos indicando outros comerciantes informais que já se estabeleceram
financeiramente e construíram as suas vidas apenas com os lucros resultantes dos seus
negócios.

A resposta positiva na recomendação é notória, pois, num momento em que o aparelho


do estado enfrenta grandes dificuldades nº7 a abertura de vagas de emprego, na vila de
Morrumbala é notório observar que existem os chamados patrões do seu próprio negócio que
já não pensam em trabalhar para outros devido a sua rentabilidade que é maior. Na sua
actividade empregam, na maior parte, de um à seis trabalhadores nas suas bancas, e isso
mostra que o sector informal abre espaço de empregabilidade de pessoas oriundas das zonas
urbanas e rurais.

3.3. Impacto do Comércio Informal na Vila Sede do Distrito de Morrumbala


Na busca de perceber o impacto do comércio informal na vila do Distrito de
Morrumbala, procuramos saber se os mesmos reconhecem o impacto desta actividade nas
suas vidas seja ele negativo ou positivo. Também procuramos saber se esta actividade tornou
as suas vidas mais facilitadas, pedimos exemplos concretos de realizações oriundos do
comércio informal e questionamos também sobre a possibilidade de abandonar o comércio
informal para um emprego mais regrado.
34

No que concerne ao impacto do comércio informal todos foram unânimes em responder


que o comércio informal gerou um impacto positivo nas suas vidas razão também afirmaram
em 100% que graças ao comércio informa as suas vidas tornaram-se mais facilitada.

Solicitados a mencionar as principais realizações resultantes dos seus negócios maior


parte dos inqueridos com uma percentagem representativa de 40% usou o lucro proveniente
do comercio informal na construção de moradias, 36% investiu na escolaridade dos seus
filhos, 13% aplicaram os seus lucros para ampliar a sua produção agrícola e os restantes 11%
aplicaram os seus lucros na compra de viatura.

Gráfico 5 – Principais realizações resultantes do negócio

11%
13%
40% Construção de moradias
Investimento na escolaridade
dos filhos
Ampliação da produção
agrícola
Compra de viatura
36%

Fonte: Autora (2023)

Ainda na análise do impacto do comércio informal, questionamos aos inqueridos sobre


a possibilidade de ingressar na função pública, eis que enquanto a maioria destes com uma
percentagem de 67% não mostraram vontade de ingressar na função pública apresentando
vários argumentos: outros comentaram que já estão acomodados com o seu negócio e a
função pública só irá atrapalhar os seus negócios, pois, terão que dedicar maior parte do seu
tempo ao estado.

Outros comentaram que estão muito bem posicionados economicamente quando


comparados com os funcionários públicos; e outros ainda argumentaram que actualmente eles
são os patrões, possuem trabalhadores entram nas suas lojas a qualquer momento e saem sem
ter que prestar contas a ninguém. Porém, 33% dos inqueridos mostrou a possibilidade de
ingressar na função pública e justificaram-se dizendo que o negócio só é bom quando os seus
35

donos estão saudáveis, já no estado o funcionário recebe mesmo estando doente e existe
garantia de segurança social, coisa que não existe no comércio informal.

3.4. Discussão dos Resultados


No que concerne a caracterização dos comerciantes informais na vila sede do distrito de
Morrumbala, verificou-se que igualmente com as várias partes do pais a maioria dos
comerciantes informais são jovens que não tiveram a oportunidade de continuar com os seus
estudos, seja para ingressar o nível superior ou técnico profissional, optando pelo comércio
informal como forma de vencer a pobreza e sustentar as suas famílias.

Percebemos também que no comércio informal as mulheres encontram alternativas para


o trabalho, pois, durante o inquérito para este estudo foi possível observar que alguns
vendedores, em muitos casos mulheres que exercem a actividade há algum tempo, possuem
carros pessoais para o transporte da sua mercadoria, ostentam colares, brincos e pulseiras de
ouro, o que dá visibilidade à sua prosperidade e estatuto comparativamente com os outros
agentes que operam no mesmo mercado.

Na sua actividade empregam, na maior parte, de um à seis trabalhadores nas suas


bancas, e isso mostra que o sector informal abre espaço de empregabilidade de pessoas
oriundas das zonas urbanas e rurais. Segundo Mosca (2010,p.85) o Sector Informal contribui
para a redução da pobreza, geração de auto-emprego, criação de rendimentos e acalma
eventuais manifestações e revoltas, sendo deste modo a forma de contribuição do sector
informal na redução da pobreza é criando emprego de modo que as pessoas tenham uma
ocupação e terem um rendimento mensal.

Este sector contribui muito para os cidadãos, alguns do sector formal têm as suas rendas
aumentadas devido a prática desta actividade que lhes permite duplicar ou triplicar os seus
ganhos mensais. O que se observa ainda é que, com os valores ganhos na actividade informal
estes usam para as despesas caseiras, pagamento de escolas dos seus educandos e construção
de casas de alvenaria é o desejo de todos. Isto mostra duma maneira parcial se não maior, do
abandono das casas precárias às melhoradas, tornando um desenvolvimento ou mudanças no
bairro, no que diz respeito ao alojamento.
36

Durante a investigação desta monografia foi possível demonstrar que o comercio


informal possui um impacto positivo na vila do distrito de Morrumbala, pois, na maioria dos
casos os pequenos empresários tem uma vida superior a quem trabalha no aparelho do estado
e que depende da sua mensalidade, por vezes esta diferença cria inveja entre os moradores
colocando-se na balança da vida entre eles, e são acusados do uso da magia negra para
florescer na vida.

Porque graças ao comércio informal, os cidadãos conseguem alguns atingirem os seus


sonhos, depois das necessidades básicas outros pensam em auto-realização, até mesmo
prosperar para negócios maiores. Sendo assim é notório nos bairros da vila do distrito de
Morrumbala a existência de edificações convencionais e luxuosas pertencentes aos
comerciantes informais. Alguns preferem investir em bens de luxo da actualidade, os seus
filhos a passearem de motorizadas com altos telefones que até um formal médio não tem, a
nível do bairro mostrando o poderio dos seus pais.
37

CONCLUSÃO
Depois de uma pesquisa concernente à “Análise do Impacto do Comércio Informal na
Vila Sede do distrito de Morrumbalaˮ, de acordo com as metodologias presentes no terceiro
capítulo e os conteúdos do marco teórico patentes no segundo capítulo conclui-se o seguinte:

O sector informal contribui para a redução da pobreza, geração de auto-emprego,


criação de rendimentos e acalma eventuais manifestações e revoltas, sendo deste modo a
forma de contribuição do sector informal na redução da pobreza é criando emprego de modo
que as pessoas tenham uma ocupação e terem um rendimento mensal.

Ficou claro nesta pesquisa que o comércio informal é a que mais contribui para redução
da pobreza no caso de Moçambique, porque permite as famílias o negócio de produtos vindo
das machambas e outros produtos comprados nas lojas assim como países vizinhos. Graças ao
comércio informal, os cidadãos conseguem alguns atingirem os seus sonhos, depois das
necessidades básicas outros pensam em auto-realização, até mesmo prosperar para negócios
maiores.

Sendo assim é notório nos bairros da vila do distrito de Morrumbala a existência de


edificações convencionais e luxuosas pertencentes aos comerciantes informais. Alguns
preferem investir em bens de luxo da actualidade, os seus filhos a passearem de motorizadas
com altos telefones que até um formal médio não tem, a nível do bairro mostrando o poderio
dos seus pais.

A actividade informal funciona como uma alternativa de sustento para muitas famílias
moçambicanas, reflectido nas fortes relações de inter-ajuda entre as famílias. É notório o
facto de esta actividade envolver principalmente famílias nas transacções de compra e venda
de bens e serviços, garantindo que muitas famílias se alimentem e sobrevivam no país. O
comércio informal também cria uma certa estabilidade social e alivia a tensão social causada
pela falta de emprego nas cidades.

Sugestões

 Que o estado crie um programa de segurança social e/ou seguro de vida básico e favorável
aos comerciantes ilegais como forma de motivar acções de auto-emprego.
38

 Sugere-se também a banca reduza as taxas para aqueles que pretendam ingressar no comércio
informal como forma de impulsionar esta actividade económica.
 Que se faça uma avaliação daquilo que poderá ser a contribuição deste sector para os cofres
nacionais e tomar as medidas necessárias para fiscalizar as actividades e assim colher
impostos e taxas que vão por um lado permitir um aumento do rendimento fiscal do governo
para reforçar o seu défice interno, bem como contribuir para melhorar as suas actividades no
âmbito de realização de despesas isso na sua aplicação e realização para o aumento do bem-
estar do povo.
 Sugerimos o cumprimento da postura e dever urbano por parte dos vendedores de modo a
respeitarem e cumprirem as regras impostas para o exercício do comércio informal
contribuindo assim para a manutenção de um clima e ambiente de entendimento que
beneficie a todos e as gerações vindouras.
39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Amaral, I. (2005). Importância do sector informal da Economia Urbana em países
da África Subsariana. Finisterra. Vol.XL.N. 79,53-72.

Ardeni, C. (2001). As características do emprego e da força de trabalho nas cidades


de Inhambane e Maxixe. Centro de Estudos de População. Universidade Eduardo
Mondlane. Maputo.

Baptista, S. S .J (2013). O contributo do sector informal para a renda familiar na


comunidade de kuachena.Tete. Universidade Católica de Moçambique.Trabalho de
dessertação Mestrado em Gestão de Desenvolvimento.

Barbosa, A. de F. (2009). De “sector” para “economia informal”: Aventuras e


desventuras de um conceito. Pesquisa de pós-doutorado. Campinas, Instituto de Economia
da UNICAMP.

Bowen, N. (2000). Traders and Livelihood Startegies in Post-Conflict Zambezia


Province, Mozambique. Tese de Doutoramento. London School of Economics and Political
Science.

Byiers, B. ( 2009). Informality in Mozambique: characteristics, performance and


policy issues. Nathan Associates Inc. USAID.

Cacciamali, M. C.(1983). Sector informal urbano e formas de participação na


produção. São paulo: Instituto de pesquisas economicas.

Castel, R. (1994). Indigência à exclusão, a desfiliação. Precariedade do trabalho e


vulnerabilidade relacional. In: Lancetti, A.(org.). Saúde loucura, 4, são Paulo:Husitec.

Charmes, J. (2000). The Contribution of Informal Sector to GDP in Developing


Countries: Assessment, Estimates, Methods, Orientations for lhe Future, Paper
presented at lhe Fourlh Meeting of lhe Expert Group on Informal Sector Statistica
(Delhi Group), Geneva.

Chichava, J. A. (1998). O Sector Informal e as Economias Locais. Texto de


Discussão Nº 8. Maputo: Ministério da Administração Estatal.
40

Chivangue, A. A. (2012). Análise das lógicas e práticas do comércio informal.


Trabalho de Dessertação de Mestrado em Desenvolvimento e Cooperação
Internacional.Lisboa: Instituto Superior de Economia e Gestão.

Coutinho, F, (2014). Estudo do Sector Informal em Moçambique (Maputo e Sofala),


Unidade de Reprodução da Pobreza, Ministério do Plano e finanças.

Dalva, A. P. & Nhalivio, M. C.(2009). A contribuição do sector informal na


Economia Moçambicana: utilidade e medição no sistema de contas Nacionais. Sector
informal em Moçambique. INE: Maputo.

Ernst I. & Young. G. (2004). Tributação de pequenas actividades Empresariais:


com especial incidência para o sector informal. Draft para proposta de introdução de um
regime de tributação. Maputo.

Francisco, A. (2006). Impacto da Economia Informal na Protecção Social, pobreza


e exclusão: A dimensão oculta da informalidade em Moçambique. Cruzeiro do Sul –
Instituto de Investigação para o Desenvolvimento José Negrão. Maputo.

IBGE. Economia Informal Urbana. Rio de Janeiro. 2005

Instituto Nacional de Estatística. (2006). O sector informal em Moçambique,


resultados do primeiro inquérito nacional (2005). Maputo: INE e Cooperação Italiana.

Lakatos, E. M. & Marconi, M. de A; (1991). Fundamentos de metodologia científica.


ed. - São Paulo.

Lakatos, E. M. & Marconi, M. de A; (2010). Fundamentos de metodologia científica.


ed. - São Paulo.

Lopes, C. M. M. (2001). O Sector Informal e o Desenvolvimento: Estudo de caso em


Luanda. Comunicação apresentada ao II Congresso de Estudios Africanos En El
Mundo Ibérico – Á f r i c a H a c i a E l S i g l o X X I , M a d r i d . D i s p o n í v e l em:
<http://www.multiculturas.com/angolanos/carlos_lopes_sector_informal.htm>. Acesso em:
15 de Julho de 2023.
41

Lopes, Carlos. (2004). Informalidade e Desenvolvimento: Algumas Pistas para


Reflexão, Congresso Internacional África Camina, Barcelona, 1215 Janeiro 2004.

Minayo, M. C. de S. (2003). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 22. ed. Rio
de Janeiro:

Ministério do Trabalho. (2006). Estratégia de Emprego e Formação Profissional em


Moçambique 2006 – 2015. Maputo.

Ministério do Trabalho. (2009). Boletim de Estatísticas do Trabalho. Direcção de


Planificação e Estatísticas de Trabalho. Maputo.

Mosca, J. (2010). “Pobreza “economia informal,” informalidades e


desenvolvimento.”In pobreza, Desigualdades e Vulnerabilidade em Moçambique, eds. De
Brito, Luis, Carlos Nuno Castel-Branco, Sérgio Chichava, & António Francisco. Maputo:
IESE, 83-98.

Noronha, G. E. (2003). “Informal”, Ilegal, Injusto. Percepções do mercado de


trabalho no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, Vol. 18, nº 53, São Paulo.

Nzatuzola, J. (1998). O Desemprego tem cura? Editora Markon Books. São Paulo.

Oliveira, J. de D. (2009). Trabalhadores por conta própria: o trabalho dos


vendedores ambulantes da passarela do Natal shopping e do Via Direta. Dissertação de
Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Organização Internacional do Trabalho (OIT). (2006). A OIT e a Economia Informal.


Lisboa.

Pastore, José. (1998). O Desemprego tem cura? Editora Markon Books. São Paulo

Piepol, M. (1999). O trabalho sob fogo cruzado. Hucitec. São Paulo.

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). (2001). Moçambique -


Mulher, género e desenvolvimento humano: Uma agenda para o futuro. Relatório
Nacional do Desenvolvimento Humano. Maputo.
42

Queiroz, A. F. (2009). Economia Informal e Sistema Produtivo Capitalista –


Economia. Blong destinado a apoio didáctico aos estudantes. Disponível em: http://
professorfranciscoquerooiz.blonspot.com. Acesso em: 15 de Julho de 2023

Serra, W. (2004). Social Reseach Metods: Qualitative and quantitative approaches.


Allyn & Bacon. St. Martins Press. United States of América.

Silva, T. (2005). A organização dos trabalhadores do sector informal dos mercados


de Maputo e sua acção na promoção de melhores condições de vida e trabalho. Papel da
associação dos operadores e trabalhadores do sector informal. Bureau Internacional do
Trabalho. Genebra.

Tomas, J. A. C. (1998). O Sector Informal e as Economias Locais. Programa de


Reforma dos Órgãos Locais. Série: Textos de Discussão. Número 8. Ministério da
Administração Estatal. Maputo.
43

Anexos
44

Apêndices
Apêndice 1 – Guião de Entrevista dirigido aos Comerciantes Informais

O presente guião de entrevista dirige-se aos comerciantes informais que exercem as suas actividades
no distrito de Morrumbala com objectivos de colher informações que culminarão com a produção de
uma monografia científica intitulada Impacto de Comercio Informal na Vila – Sede do Distrito de
Morrumbala (2018 – 2020).
Por favor, responda claramente as questões que lhe serão colocadas e não se preocupe, pois, os dados
aqui recolhidos serão conservados apenas para os fins acima referenciados.

1. Sexo? Masculino ( ) Feminino ( )

2. Qual é a tua Idade? ____ Anos


3. Qual é o seu nível académico? _______________
4. A quanto tempo opera neste ramo de negócio? ______________
5. O que o motivou a ingressar neste tipo de comércio?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
6. Estas satisfeito com a atividade de desempenhas?
Sim ( ) Não ( )
7. Tens outra fonte de renda?
Sim ( ) Não ( )
8. Se sim, qual?
__________________________________________________________________________________
9. Qual foi a fonte de capital usada para iniciar esta actividade comercial?
Poupança Pessoal ( ) Empréstimo Bancário ( ) Doação ( ) Ajuda do Governo ( )
10. Na sua opinião, este tipo de negócio é aconselhável?
Sim ( ) Não ( )
11. Qual é o impacto desta actividade comercial na sua vida?
Positivo ( ) Negativo ( )
12. Graças a este negócio a sua vida tornou-se mais facilitada?
Sim ( ) Não ( )
13. Mencione as 3 principais realizações resultantes deste negócio?
__________________________________________________________________________________________

1. Se tivesse uma oportunidade de trabalhar na Função Pública, aceitaria? Porque?


__________________________________________________________________________________________

Sugestões:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Fim. Obrigada Pela Atenção Dispensada!
Apêndice 2 – Guião de Entrevista dirigido ao Director das Actividades Económicas

1 - Já ouviu falar do Comércio informal?

a) – Sim ( ); b) – ( Não )

2 - O Distrito tem Morrumbala pratica – se o comércio informal?

a) – Sim ( ); b) – Não ( ).

3 – O comercio informal traz beneficio para a população da Vila – Sede de Morrumbala?

a) – Sim ( ); b) - (Não).

4 – Conhece um praticante do comercio informal bem sucedido?

a) – Sim ( ); b) Não ( )

5 – O comércio informal tem impacto no desenvolvimento da vila?

a) - Sim ( ); b) – Não ( ).

6 - Os praticantes do comercio informal tem locais preferidos?

a) – Sim ( ); b) - Não ( ).

7 – A falta de emprego motiva a praticar o comércio informal?

a) – Sim ( ); b) – Não ( ).

8 – Os praticantes do comércio informal têm outras fontes de renda?

a) - Sim ( ); b) - Não ( ).

9 - O desenvolvimento da Vila tem a ver com o comercio informal?

a) - Sim ( ); b - Não ( ).

10 – As Actividades Económicas têm a estatística de quantos são os comerciantes informais?

a) - Sim ( ); b) – Não ( ).

Fim. Obrigada Pela Atenção Dispensada!

Você também pode gostar