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LEI 3921 02 - Assédio Moral

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O Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, em conformidade com o que dispe o 5 combinado com o 7 do artigo 115 da Constituio

io Estadual, promulga a Lei n 3921, de 23 de agosto de 2002, oriunda do Projeto de Lei n 2807, de 2001. LEI N 3921, DE 23 DE AGOSTO DE 2002. * VEDA O ASSDIO MORAL NO TRABALHO, NO MBITO DOS RGOS, REPARTIES OU ENTIDADES DA ADMINISTRAO CENTRALIZADA, AUTARQUIAS, FUNDAES, EMPRESAS PBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA, DO PODER LEGISLATIVO, EXECUTIVO OU JUDICIRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, INCLUSIVE CONCESSIONRIAS E PERMISSIONRIAS DE SERVIOS ESTADUAIS DE UTILIDADE OU INTERESSE PBLICO, E D OUTRAS PROVIDNCIAS. A ASSEMBLIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO D E C R E T A: Art. 1 - Fica vedada, no mbito dos rgos, reparties ou entidades da administrao centralizada, autarquias, fundaes, empresas pblicas ou sociedades de economia mista, do Poder Legislativo, Executivo ou Judicirio, inclusive concessionrias ou permissionrias de servios estaduais de utilidade ou interesse pblico, o exerccio de qualquer ato, atitude ou postura que se possa caracterizar como assdio moral no trabalho, por parte de superior hierrquico, contra funcionrio, servidor ou empregado e que implique em violao da dignidade desse ou sujeitando-o a condies de trabalho humilhantes e degradantes. Art. 2 - Considera-se assdio moral no trabalho, para os fins do que trata a presente Lei, a exposio do funcionrio, servidor ou empregado a situao humilhante ou constrangedora, ou qualquer ao, ou palavra gesto, praticada de modo repetitivo e prolongado, durante o expediente do rgo ou entidade, e, por agente, delegado, chefe ou supervisor hierrquico ou qualquer representante que, no exerccio de suas funes, abusando da autoridade que lhe foi conferida, tenha por objetivo ou efeito atingir a autoestima e a autodeterminao do subordinado, com danos ao ambiente de trabalho, aos servios prestados ao pblico e ao prprio usurio, bem como, obstaculizar a evoluo da carreira ou a estabilidade funcional do servidor constrangido. Pargrafo nico - O assdio moral no trabalho, no mbito da administrao pblica estadual e das entidades colaboradoras, caracteriza-se, tambm, nas relaes funcionais escales hierrquicos, pelas seguintes circunstncias: I - determinar o cumprimento de atribuies estranhas ou atividades incompatveis com o cargo do servidor ou em condies e prazos inexeqveis; II - designar para funes triviais, o exercente de funes tcnicas, especializadas ou aquelas para as quais, de qualquer forma, sejam exigidos treinamento e conhecimento especficos; III - apropriar-se do crdito de idias, propostas, projetos ou de qualquer trabalho de outrem; IV - torturar psicologicamente, desprezar, ignorar ou humilhar o servidor, isolando-o de contatos com seus colegas e superiores hierrquicos ou com outras pessoas com as quais se relacione funcionalmente ; V - sonegar de informaes que sejam necessrios ao desempenho das funes ou teis vida funcional do servidor; VI - divulgar rumores e comentrios maliciosos, bem como crticas reiteradas, ou

subestimar esforos, que atinjam a sade mental do servidor; e VII - na exposio do servidor ou do funcionrio a efeitos fsicos ou mentais adversos, em prejuzo de seu desenvolvimento pessoal e profissional. Art. 3 - Todo ato resultante de assdio moral no trabalho nulo de pleno direito. Art. 4 - O assdio moral no trabalho praticado por agente, que exera funo de autoridade, nos termos desta Lei, infrao grave e sujeitar o infrator s seguintes penalidades: I - advertncia; II - suspenso; e/ou III - demisso; 1 - Na aplicao das penalidades, sero considerados os danos para a Administrao, ficando o servidor obrigado a permanecer em servio 2 - A advertncia ser aplicada por escrito, nos casos em que no se justifique imposio de penalidade mais grave, podendo ser convertida em freqncia obrigatria a programa de aprimoramento, e melhoria do comportamento funcional, com infrator o compelido a dele participar regularmente, permanecendo em servio. 3 - A suspenso ser aplicada em caso de reincidncia de faltas punidas com advertncia. 4 - Quando houver convenincia para o servio, a penalidade de suspenso poder ser convertida em multa, em montante ou percentual calculado por dia, base dos vencimentos ou remunerao, nos termos das normas especficas de cada rgo ou entidade, sujeitando o infrator a receber informaes, atribuies, tarefas e outras atividades. 5 - A demisso ser aplicada em caso de reincidncia das faltas punidas com suspenso, nos termos regulamentares e mediante processo administrativo prprio. Art. 5 - Por provocao da parte ofendida, ou de ofcio pela autoridade que tiver conhecimento da prtica de assdio moral no trabalho, ser promovida sua imediata apurao, mediante sindicncia ou processo administrativo. Pargrafo nico - Nenhum servidor ou funcionrio poder sofrer qualquer espcie de constrangimento ou ser sancionado por ter testemunhado atitude definidas nesta Lei ou por t-las relatado. Art. 6 - Fica assegurado ao servidor ou funcionrio acusado da prtica de assdio moral no trabalho o direito de ampla defesa das acusaes que lhe forem imputadas, nos termos das normas especficas de cada rgo ou entidade, sob pena de nulidade. Art. 7 - Os rgos ou entidades da administrao pblica estadual, bem como, concessionrias ou permissionrias, na pessoa de seus representantes legais, ficam obrigados a tomar as medidas necessrias para prevenir o assdio moral no trabalho, conforme definido na presente Lei. Pargrafo nico - Para os fins de que trata este artigo, sero adotadas, dentre outras, as seguintes medidas:

I - o planejamento e a organizao do trabalho conduzir, em beneficio do servidor, contemplando, entre outros, os seguintes pressupostos: a) - considerar sua autodeterminao e possibilitar o exerccio de suas responsabilidades funcional e profissional; b) - dar-lhe possibilidade de variao de atribuies, atividades ou tarefas funcionais; c) - assegurar-lhe a oportunidade de contatos com os superiores hierrquicos, colegas e servidores, ligando tarefas individuais de trabalho e oferecendo informaes sobre exigncias do servio e resultados; d) - garantir-lhe a dignidade pessoal e funcional; e II - na medida do no possvel, o trabalho pouco diversificado e repetitivo ser evitado, protegendo o servidor no caso de variao de ritmo de execuo; e III - as condies de trabalho garantia de oportunidades de desenvolvimento funcional e profissional, no servio ou atravs de cursos profissionalizantes. Art. 8 - A receita proveniente das multas impostas e arrecadadas nos termos do artigo 4. desta Lei ser revertida e aplicada exclusivamente em programa de aprimoramento e aperfeioamento funcional do servidores. Art. 9 - Esta Lei ser regulamentada pelo Executivo no prazo de 60 (sessenta) dias. Art. 10 - As despesas decorrentes da execuo oramentria da presente Lei correro por conta das dotaes prprias do oramento, suplementadas se necessrio. Art. 11 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao Art. 12 - Ficam revogadas as disposies em contrrio. Assemblia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, em 23 de agosto de 2002. DEPUTADO SRGIO CABRAL Presidente

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