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Boletim Desigualdade-Nas-Metropoles 13

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BOLETIM

DESIGUALDADE NAS METRÓPOLES nº 13


Edição especial: dados anuais (2012 - 2022)
SALATA, Andre Ricardo.,
RIBEIRO, Marcelo Gomes.

Boletim Desigualdade nas Metrópoles. Porto


Alegre/RS, n. 13, 2023

Disponível em:
<https://www.observatoriodasmetropoles.net.br/>
<http://www.pucrs.br/datasocial>

*As manifestações expressas neste documento representam exclusiva-


mente a opinião de seus autores, e não, necessariamente, a posição das
instituições envolvidas no projeto.

FICHA TÉCNICA
Pesquisadores responsáveis
Prof. Dr. Andre Ricardo Salata
Professor de Sociologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
Pesquisador do Núcleo RS do Observatório das Metrópoles
Pesquisador da Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL)

Prof. Dr. Marcelo Gomes Ribeiro


Professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR) da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ)
Coordenador do Núcleo RJ do Observatório das Metrópoles

Membros da equipe de pesquisa


Paula Guedes Martins Ferreira
Pesquisadora bolsista do Núcleo RJ do Observatório das Metrópoles
Roberta Presser Potrick Eberhardt
Assistente de Pesquisa voluntária do PUCRS Data Social

Instituições envolvidas
Observatório das Metrópoles (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – INCT)
PUCRS-Data Social: laboratório de desigualdades, pobreza e mercado de trabalho.
Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL)

Fomento
Fundação PORTICUS
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

Agradecimentos
Data Zoom (http://www.econ.puc-rio.br/datazoom/)

Contatos (Assessoria de Comunicação e Marketing)


PUCRS (ASCOM) Comunicação Observatório das Metrópoles
imprensa@pucrs.br / ascom@pucrs.br comunicacao@observatoriodasmetropoles.net
(51) 3320-3503 / (51) 3320-3603
DESTAQUES DESTA EDIÇÃO

1
Entre 2021 e 2022, mais de 3,4 milhões de brasileiros residentes
nas metrópoles brasileiras saíram da situação de pobreza. Mesmo
assim, ainda havia 22,7 milhões de pessoas no conjunto das Regiões
Metropolitanas nessa situação. Esse contingente representa 27% da
população metropolitana (mais de ¼) e corresponde a um aumento de
4,3 milhões de pessoas em relação a 2014, quando aquele contingente
representava 23,4% da população – o menor patamar registrado na série
histórica.

2
Nas regiões metropolitanas do Norte e Nordeste, com exceção de Aracaju,
o percentual de pessoas em situação de pobreza superou um terço da
população e chegou a ultrapassar 40% nas regiões metropolitanas de
Manaus, Macapá, Grande São Luís, João Pessoa, Recife e Maceió.

3
A extrema pobreza, em 2022, também voltou a registrar valores
próximos àqueles anteriores à pandemia e atingiu 3,9 milhões de pessoas
no conjunto das Regiões Metropolitanas, o que representou 4,7% da
população. Mais de um terço das pessoas nessa situação [1,5 milhões]
entraram nesta situação nos últimos 8 anos, desde 2014.

4
A desigualdade de renda, expressa pelo Coeficiente de Gini, caiu no
último ano, atingindo 0,545 para o conjunto das Regiões Metropolitanas.
Esse é o menor valor desde 2016.

3
DESTAQUES DESTA EDIÇÃO

5
A razão de rendimento entre os 10% do topo e os 40% da base da
distribuição de renda – outra medida da desigualdade de renda – chegou
a 16,7. Isso indica que os 10% mais ricos ganhavam, em média, 16,7 vezes
mais do que os 40% mais pobres. Embora ainda muito alta, se trata da
menor razão nos últimos 6 anos, isto é, desde 2016.

6
O rendimento médio para o conjunto das Regiões Metropolitanas,
em 2022, voltou a subir depois da abrupta queda registrada em 2021,
alcançando R$1.984. Para o estrato dos 40% mais pobres o rendimento
médio também voltou a subir e foi registrado o valor de R$510,66.

7
Na comparação entre 2012 e 2022, os estratos de renda mais ricos e
mais pobres apresentaram redução do seu nível de rendimento médio. O
estrato dos 10% mais ricos teve queda de 0,2% em 10 anos e os 40% mais
pobres teve queda de 0,8%.

4
5
01 APRESENTAÇÃO
O Brasil é reconhecidamente um país desigual e há do Rio de Janeiro. Diferentemente, a desigualdade
décadas figura entre as nações com pior distribuição de entre moradores da região Norte e da região Sul
rendimentos do planeta. Hoje sabemos dos inúmeros do país é conhecida, mas não faz parte do cotidiano
efeitos negativos de um elevado nível de desigualdades, dos moradores de Porto Alegre. Do ponto de vista
tais como o esgarçamento do tecido social, o desperdício sociológico, portanto, é muito pertinente analisar
de talentos, o enfraquecimento das instituições as desigualdades a partir de recortes menores que o
democráticas e a redução da capacidade de crescimento conjunto do país.
econômico – como recentemente reconhecido por Atualmente quase 40% da população brasileira, ou
instituições como o FMI1 e o Banco Mundial. Não à mais de 80 milhões de pessoas, vivem em alguma
toa, nos últimos anos o tema das desigualdades, e seu das Regiões Metropolitanas do país2. E podemos
crescimento em muitos países, ampliou seu alcance no afirmar que o protagonismo político, econômico e
debate público. social de tais regiões supera, com folga, seu relevante
Em um país com as dimensões do Brasil, podemos peso demográfico, fazendo-as unidades de análise
analisar as desigualdades a partir de inúmeros recortes essenciais. Ao mesmo tempo, no interior de cada região
geográficos. Normalmente tratamos da desigualdade no metropolitana encontramos municípios altamente
conjunto do país, o que reflete tanto as disparidades no integrados do ponto de vista econômico e social,
interior de cada região geográfica, estado ou município, tornando limitadas quaisquer análises que procurem
quanto as enormes distâncias socioeconômicas entre os tratar da dinâmica de cada um deles em separado, como
mesmos, entre outros aspectos. Longe dos laboratórios entidades isoladas.
de dados, aos cidadãos em seu cotidiano, algumas A despeito de seu protagonismo econômico, social e
destas disparidades são mais visíveis do que outras. político, as Regiões Metropolitanas vêm enfrentando
Por exemplo, a distância socioeconômica que separa enormes desafios, como a questão da violência urbana,
os moradores da Rocinha – conhecida favela, alçada das condições de moradia, do acesso e qualidade dos
a status de bairro, no município do Rio de Janeiro – serviços públicos e, de um modo geral, das barreiras para
dos moradores do Leblon – localizado numa das zonas o exercício pleno da cidadania por parcela considerável
mais nobres do mesmo município – sem dúvida não de seus habitantes. Como elemento constituinte e
passa despercebida aos olhos dos moradores da cidade

1 Fundo Monetário Internacional. 2 Ver notas metodológicas, abaixo.


6
basilar desse quadro, e que atravessa os diferentes mais amplo, prezamos por uma linguagem menos
desafios acima mencionados, temos o elevado grau de técnica, com foco em informações gráficas e um estilo
desigualdades no interior destas regiões. sucinto e direto de comunicação.
O Boletim – Desigualdade nas Metrópoles tem como objetivo
produzir um conjunto de informações relevantes
acerca das desigualdades de rendimentos no interior
das Regiões Metropolitanas do país. E, como fim
último desta publicação, esperamos que os dados aqui
reunidos colaborem para um debate público mais bem
informado a respeito da grave situação das metrópoles
brasileiras no que concerne às desigualdades sociais.
Para tanto, fazemos uso dos microdados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
(PNADc), do IBGE, em especial de sua divulgação
trimestral. À cada trimestre, então, os dados serão
atualizados e divulgados em novos boletins. De modo
complementar, a partir dos dados da divulgação anual
do IBGE, que trazem informações mais completas –
por exemplo, outros rendimentos que não do trabalho
–, produziremos e divulgaremos boletins anuais
especiais, com o mesmo objetivo3.
Este trabalho é fruto de uma colaboração entre três
instituições: INCT Observatório das Metrópoles, o
PUCRS-Data Social, e a Rede de Observatórios da
Dívida Social na América Latina (RedODSAL). Em
nossos boletins, e com o intuito de atingir um público

3 Ver notas metodológicas, abaixo.


7
8
Notas Metodológicas

Nesta edição trabalhamos com os dados da divulgação anual das PNADs


Contínuas – IBGE (acumulados na 1ª visita até 2015, e acumulados na 5ª visita

1
a partir de 2016), cobrindo o período de 2012 até 2022. A vantagem dos dados
anuais é que estes nos permitem ter acesso a outras fontes de renda que não
os rendimentos do trabalho, incluindo, por exemplo, aposentadorias, seguro-
desemprego, benefício de prestação continuada (BPC), Bolsa-Família, Auxílio
Emergencial e Auxílio Brasil, entre outras fontes. Desse modo, ao contrário do
que ocorre com a divulgação trimestral dos dados da PNADc, que costumamos
utilizar em nossos boletins, podemos tratar da renda mensal total dos
domicílios.

2
Os dados de rendimentos dizem respeito ao rendimento domiciliar per capita
mensal (habitual de todos os trabalhos e efetivo de outras fontes), excluindo
o rendimento das pessoas cuja condição na unidade domiciliar fosse de
pensionista, empregado doméstico ou parente do empregado doméstico.

Trabalhamos com todas as Regiões Metropolitanas para as quais temos dados


representativos nas PNADs contínuas, produzidas pelo IBGE. No total temos
um conjunto de 20 Regiões Metropolitanas (Manaus, Belém, Macapá, Grande
São Luís, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Maceió, Aracaju, Salvador, Belo
Horizonte, Grande Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Florianópolis,

3
Porto Alegre, Vale do Rio Cuiabá e Goiânia), além do Distrito Federal e da
Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina.
Apesar dessas duas últimas localidades não serem denominadas de região
metropolitana, que tem um sentido institucional específico no Brasil desde a
Constituição Federal de 1988, quando tratadas em termos genéricos vamos nos
referir a elas como Regiões Metropolitanas. Além disso, mesmo reconhecendo
que no Brasil nem todas as Regiões Metropolitanas são, de fato, metrópoles do
ponto de vista da compreensão da geografia, vamos utilizar as denominações
de metrópole e região metropolitana como sinônimos a fim de tornar o texto
com uma linguagem mais fluída. Ainda, ao fazer uso das informações para todas
estas localidades, não podemos recuar nossas análises para o período anterior
ao ano de 2012, antes do surgimento das PNADs contínuas, e para o qual
apenas um conjunto muito menor de Regiões Metropolitanas era considerado
9 pelo IBGE.
02 COEFICIENTE DE GINI
O coeficiente de Gini mede o grau de distribuição de Na figura 2, estão expostos os resultados do coeficiente
rendimentos entre os indivíduos de uma população, de Gini para as Regiões Metropolitanas do país, entre
variando de zero a um. O valor zero representa a os anos de 2019 (último ano antes da pandemia) e
situação de completa igualdade, em que todos teriam a 2022 (último ano com dados completos). Observa-
mesma renda, e o valor um representa uma situação de se que na grande maioria das Regiões Metropolitanas
completa desigualdade, em que uma só pessoa deteria houve uma importante redução da desigualdade de
toda a renda. Dessa forma, é possível comparar a renda no período de 3 anos. As exceções, isto é, regiões
desigualdade de renda entre dois momentos ou locais a em que houve aumento da desigualdade, foram as
partir desse coeficiente. Regiões Metropolitanas de Macapá, Natal, Salvador e
Na figura 1, temos a evolução da média do coeficiente Florianópolis. Em 2022, as metrópoles que registraram
de Gini para o conjunto das Regiões Metropolitanas os maiores coeficientes de Gini e, portanto, maior
do Brasil do início da série história, em 2012, até o desigualdade de renda, foram as Regiões Metropolitanas
ano mais recente, em 2022. O que se percebe é que de Salvador (0,579), Belém (0,561), Natal (0,555), Rio de
entre 2012 e 2014 a desigualdade de renda medida Janeiro (0,553) e São Paulo (0,544). No outro extremo,
por esse coeficiente passa por uma constante e leve as metrópoles com menores coeficientes de Gini, em
redução, atingindo o menor valor da série, 0,538, em ordem decrescente, foram as Regiões Metropolitanas de
2014. Após um período de estabilidade entre 2014 e Porto Alegre (0,495), Curitiba (0,495), Goiânia (0,485),
2015, esse valor tem um crescimento elevado no ano Vale do Rio Cuiabá (0,481) e Florianópolis (0,457).
seguinte e atinge um ápice em 2017. A partir de então,
volta a cair, com uma queda mais aguda em 2020 – em
função das políticas emergenciais de transferência de
renda adotadas durante a pandemia de COVID-19.
Em 2021, com o enfraquecimento daquelas políticas,
a desigualdade de renda aumenta de forma elevada e
atinge o maior valor da série histórica, 0,565. No ano
seguinte, em 2022, no entanto, a desigualdade volta a
cair, e o Gini atinge 0,545, o menor valor desde 2016.
Os dados específicos para cada uma das metrópoles
estão expostos no anexo, na tabela 1A.
10
FIGURA 1: Evolução do coeficiente de Gini* - Conjunto das Regiões Metropolitanas do Brasil
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE). Tabulação própria.
Nota: (*) Calculado a partir da renda domiciliar per capita (valores constantes, 2022 / IPCA).

11
FIGURA 2: Coeficiente de Gini* - Regiões Metropolitanas do Brasil
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE). Tabulação própria.
Nota: (*) Calculado a partir da renda domiciliar per capita (valores constantes, 2022 / IPCA).

12
13
03 ESTRATOS DE RENDIMENTO
Nesta seção, são apresentados a média e a variação da renda, alcançando R$1.984, mas que permanece
recente dos rendimentos de três estratos de renda: os inferior aos valores registrados antes da pandemia. Os
40% da base da distribuição de renda, considerados os dados específicos para cada uma das metrópoles estão
mais pobres, os 50% intermediários e os 10% do topo expostos no anexo, na tabela 2A.
da distribuição, considerados os mais ricos. Além disso, Na figura 4, estão expostos os resultados da média de
apresentamos também a razão entre os rendimentos rendimentos, entre 2019 e 2022, para cada uma das
do estrato dos mais ricos e dos mais pobres. Essas Regiões Metropolitanas do país. O comportamento
informações buscam complementar aquelas verificadas da maioria delas foi de ligeira queda da média de
a partir do coeficiente de Gini, apresentadas na seção rendimentos no período, semelhante ao resultado
anterior. O coeficiente de Gini tem a vantagem de para o seu conjunto. As exceções foram as Regiões
resumir toda a desigualdade da distribuição em um Metropolitanas de Macapá, Teresina, Natal, Maceió
único valor. Porém, como índice sintético não permite e Aracaju, que apresentaram ligeiro aumento dos
avaliar quais estratos ganharam ou perderam ao longo rendimentos no período. Em 2022, as Regiões
do período analisado. Além disso, por ser o Gini mais Metropolitanas com os menores rendimentos
sensível às mudanças no meio da distribuição, é indicado médios, em ordem crescente, foram Grande São Luís
complementar a análise com as razões de renda entre os (R$1.123), Manaus (R$1.139), Recife (R$1.210), João
estratos superiores e inferiores – medida mais sensível à Pessoa (R$1.251) e Maceió (R$1.281). Já as Regiões
desigualdade entre os extremos da pirâmide social, que Metropolitanas com maiores rendimentos médios,
caracteriza o fenômeno no Brasil. em ordem crescente, foram Curitiba (R$2.206), Porto
Na figura 3, está plotada a evolução da média Alegre (R$2.257), São Paulo (R$2.399), Florianópolis
de rendimentos para o conjunto das Regiões (R$2.640) e o Distrito Federal (R$2.799).
Metropolitanas. O rendimento médio cresceu entre Na figura 5, está exposto o rendimento médio segundo
2012 e 2014, a partir desse período sofreu uma queda os estratos de renda mencionados, para o conjunto das
brusca, chegando a R$1.932, em 2016. A partir disso, Regiões Metropolitanas, entre 2019 e 2022. Observamos,
houve um crescimento até 2019, quando atingiu primeiro, um movimento de queda das médias – com
o valor de R$2.124. Então, o rendimento voltou a intensidades distintas –, para todos os estratos, entre
sofrer quedas acentuadas e sucessivas em 2020 e 2021, 2019 e 2021. E, em seguida, uma tendência de elevação
alcançando o menor valo da série história: R$1.862. da renda, também para todos os estratos, entre 2021
No ano mais recente, em 2022, houve uma elevação e 2022. Ou seja, 2022 é o primeiro ano, desde o início
14
FIGURA 3: Evolução da média de rendimentos* - Conjunto das Regiões Metropolitanas do Brasil
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE). Tabulação própria.
Nota: (*) Calculado a partir da renda domiciliar per capita (valores constantes, 2022 / IPCA).

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FIGURA 4: Média da renda domiciliar per capita* - Regiões Metropolitanas do Brasil
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE). Tabulação própria.
Nota: (*) Calculado a partir da renda domiciliar per capita (valores constantes, 2022 / IPCA).

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FIGURA 5: Rendimento médio, por estrato de renda – Conjunto das Regiões Metropolitanas do Brasil.
Fonte:Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE). Tabulação própria.
Nota: (*) Calculado a partir da renda domiciliar per capita (valores constantes, 2022 / IPCA).

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da pandemia, onde verificamos aumento da renda para conseguiu registrar variação positiva em relação a 2012,
todas as camadas socioeconômicas. Além disso, a figura sendo que nenhum deles conseguiu recuperação efetiva
5 nos permite enxergar claramente a enorme distância em relação a 2019 - ano imediatamente anterior à
que separa o topo da base da pirâmide social em nossas Pandemia da COVID-19.
metrópoles. Na figura 7, está exposta a evolução da média de
Na figura 6, por sua vez, está plotada a variação rendimentos dos 40% mais pobres em cada ano ao
percentual do rendimento médio para cada ano em longo da série histórica. O que se percebe é um processo
relação ao começo da série histórica (2012), segundo semelhante ao indicado na figura anterior, onde se
os estratos de renda, o que permite verificar os ganhos registrou o ápice do rendimento desse conjunto da
ou perdas relativas do rendimento médio por estrato população em 2014, chegando a R$565. Entre 2014 e
de renda. Entre 2013 e 2014, a variação do rendimento 2016, então, ocorreu queda desse rendimento, seguido
foi positiva e crescente para todos os estratos de renda, por um período de relativa estabilidade até 2020.
sendo maior para o estrato mais pobre. Entre 2015 Percebe-se forte queda no rendimento entre 2020 e
e 2016, o rendimento médio de todos os estratos se 2021, ano em que esse valor atingiu o mais baixo da
reduzem. Os estratos mais ricos e intermediários de série histórica: R$434. Em 2022, houve recuperação
renda elevam seu rendimento médio em 2017, e se nesta média, que alcançou R$510, valor um pouco mais
mantêm naquele patamar até 2019. O estrato mais elevado em relação a 2020, mas inferior ao registrado
pobre mantém praticamente o mesmo patamar de em 2019, ano imediatamente anterior à Pandemia, e em
2016 até o ano de 2019, com pequenas oscilações. A 2012, primeiro ano da série histórica.
partir daí, todos os estratos de rendimento reduzem Na figura 8, está exposta a variação de rendimento dos
seu rendimento médio em 2020 - apesar de os estratos mais pobres, entre 2019 e 2022, para cada uma das
intermediários e os mais ricos ainda registrarem Regiões Metropolitanas. Em 2022, os rendimentos mais
variações positivas em relação a 2012. Em 2021, a baixos para a população mais pobre foram registrados,
redução do rendimento médio continuou de forma em ordem decrescente, nas Regiões Metropolitanas
abrupta para todos os estratos de renda, tendo de Manaus (R$362), Salvador (R$347), João Pessoa
todos eles registrado variações negativas em relação (R$345), Grande São Luís (R$343) e Recife (R$327).
ao primeiro ano da série histórica. No ano de 2022, Já os rendimentos mais altos entre o estrato dos 40 %
houve elevação do rendimento médio para todos os mais pobres foram registrados, em ordem crescente,
estratos de renda, mas somente o estrato intermediário

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FIGURA 6: Variação (%) do rendimento médio em relação ao ano de 2012 por estrato de renda – Conjunto das
Regiões Metropolitanas do Brasil.
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE). Tabulação própria.
Nota: (*) Calculado a partir da renda domiciliar per capita (valores constantes, 2022 / IPCA).

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FIGURA 7: Média de rendimentos* dos 40% mais pobres – Conjunto das Regiões Metropolitanas do Brasil
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE). Tabulação própria.
Nota: (*) Calculado a partir da renda domiciliar per capita (valores constantes, 2022 / IPCA).

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FIGURA 8: Média de rendimentos* dos 40% mais pobres – Regiões Metropolitanas do Brasil
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE). Tabulação própria.
Nota: (*) Calculado a partir da renda domiciliar per capita (valores constantes, 2022 / IPCA).

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nas Regiões Metropolitanas de Goiânia (R$633), Janeiro (17,4), Natal (17,8), Belém (18,0) e Salvador
Curitiba (R$683), Distrito Federal (R$694), Porto (20,8). No outro oposto, as metrópoles em que foram
Alegre (R$697) e Florianópolis (R$911). registradas menores desigualdades de renda indicadas
Na figura 9, está plotada a evolução da razão de pela razão de rendimentos, em ordem decrescente,
rendimento, outro indicador de desigualdade de renda, foram as Regiões Metropolitanas de Porto Alegre
entre o estrato mais rico (10% do topo da distribuição) (12,3), Curitiba (12,3), Goiânia (11,7), Vale do Rio
e o estrato mais pobre (40% da base da distribuição), Cuiabá (11,5) e Florianópolis (9,9).
para o conjunto das Regiões Metropolitanas. A razão
de rendimentos tem comportamento semelhante ao
do coeficiente de Gini, exposto na figura 1, com uma
leve redução entre 2012 e 2015, seguida do crescimento
das desigualdades até 2017. Entre esse ano e 2019, a
desigualdade praticamente se manteve no mesmo
patamar, quando voltou se reduzir, em 2020, mas
novamente se elevando em 2021, atingindo o maior
patamar da razão de rendimento da série histórica. Em
2022, a queda da razão de rendimento foi significativa,
e permitiu que nos aproximássemos da razão obtida em
2012.
Na figura 10, está exposta a comparação entre a razão
de rendimento registrada em 2019 e 2022 para cada
uma das Regiões Metropolitanas. Na maioria delas
se registrou queda desse indicador, com exceção das
Regiões Metropolitanas de Macapá, Natal, Salvador
e Florianópolis, onde foram registradas elevações
nesta razão. Em 2022, as Regiões Metropolitanas
onde se registaram as maiores razões de rendimentos,
em ordem crescente, foram São Paulo (16,5), Rio de

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FIGURA 9: Razão de rendimentos* entre os 10% do topo e os 40% da base da distribuição - Conjunto das Regiões
Metropolitanas
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE). Tabulação própria.
Nota: (*) Calculado a partir da renda domiciliar per capita (valores constantes, 2022 / IPCA).

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FIGURA 10: Razão de rendimentos* entre os 10% do topo e os 40% da base da distribuição - Regiões Metropolitanas
do Brasil
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE). Tabulação própria.
Nota: (*) Calculado a partir da renda domiciliar per capita (valores constantes, 2022 / IPCA).

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04 POBREZA E EXTREMA POBREZA
Além da desigualdade de renda, é importante também linhas de pobreza definidas pelo Banco Mundial,
considerar a pobreza absoluta e sua evolução no amplamente utilizadas ao redor do mundo e no Brasil.
período. Diferente dos indicadores de desigualdade, que Para o acompanhamento da pobreza global, as Nações
tratam da forma como a renda é distribuída, a pobreza Unidas e o Banco Mundial estabeleceram inicialmente
diz respeito à quantidade de indivíduos que recebem a medida de US$1,00 por dia, ainda na década de 1990.
rendimentos abaixo de um valor mínimo (linha de Este valor tem sido atualizado constantemente, e hoje
pobreza). Essa quantidade varia em função tanto do está em US$2,15 – baseado no cálculo da Paridade
volume de recursos disponíveis como da maneira como de Poder de Compra (PPC) de 20174. Tal patamar se
tais recursos estão distribuídos. Cenários de crescimento justifica por ser válido como linha de pobreza mesmo
econômico e/ou redução das desigualdades tendem para os países mais pobres do globo, se constituindo,
a induzir uma redução na taxa de pobreza, enquanto portanto, como um mínimo a ser perseguido por todo e
contextos de recessão econômica e/ou elevação qualquer país. Essa importante medida foi utilizada nos
das desigualdades costumam vir acompanhados de Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – ODM –
aumento da mesma. e está presente na Agenda 2030 para os Objetivos do
A pobreza pode ser entendida, de modo genérico, Desenvolvimento Sustentável – ODS.
como a circunstância na qual necessidades básicas Mais recentemente, no entanto, a partir do ano de
não são atendidas de forma adequada, sendo 2007, o Banco Mundial adicionou duas outras opções
considerada, portanto, uma situação de privação. Ou de linhas de pobreza em suas publicações. A primeira
seja, é entendido como pobre aquele indivíduo que delas se aplica aos países de renda média-baixa e tem
não dispõe dos meios minimamente necessários para o valor de US$3,65 PPC; a segunda, por sua vez, é
participar adequadamente da vida na sociedade em que sugerida para os países de renda média-alta5 e seu valor
está inserido. Um dos maiores desafios para se estudar é de US$6,85 PPC. O Brasil é classificado como país
este fenômeno é a definição do que seriam essas
necessidades básicas, esse mínimo necessário, e então
4 Elaborada a partir de uma pesquisa mundial de
o valor monetário a ele correspondente – a chamada
preços de bens e serviços, a taxa de câmbio medida em PPC
linha de pobreza. Há diversos métodos para se chegar
permite a comparação do valor real das moedas em deter-
a este valor e uma significativa variação entre as linhas minado momento.
de pobreza estabelecidas em diferentes países, regiões
5 https://datahelpdesk.worldbank.org/
e/ou momentos históricos. Neste Boletim, adotamos
knowledgebase/articles/906519
26
de rendimento média-alto e por essa razão a linha a 31,3% (26 milhões) da população metropolitana em
de pobreza de US$ 6,85 PPC tem sido utilizada com situação de pobreza, o maior valor da série histórica. Em
frequência nos estudos nacionais, inclusive pelo IBGE6. 2022 há redução e a taxa de pobreza retorna a 27,0%
Nesta publicação, trabalharemos com duas linhas: (22,7 milhões de pessoas), valor levemente superior ao
US$6,85 PPC para pobreza e US$2,15 PPC para a registrado até 2020. Isso indica que, no último ano, 3,4
extrema pobreza. Para tanto, os valores foram primeiro milhões de pessoas saíram da situação de pobreza nas
convertidos em reais (R$) a partir da Paridade de Poder metrópoles.
de Compra (PPC) de 2017; posteriormente, foram então Na figura 13, está exposta a taxa de pobreza, percentual
deflacionados para valores médios de 2022, por meio da população em situação de pobreza, para cada uma
do IPCA. Em valores de 2022, a linha de pobreza é de das Regiões Metropolitanas do Brasil, nos anos de 2019
aproximadamente R$636 e a linha de extrema pobreza e 2022. Ao longo do período de 3 anos essa taxa, em
é de aproximadamente R$199. Ou seja, moradores de geral, aumentou levemente para o conjunto das Regiões
domicílios cuja renda per capita se encontra abaixo Metropolitanas e teve um comportamento variado entre
de tais valores serão classificados como pobres e/ou as regiões. Ela subiu para a maior parte das Regiões
extremamente pobres. Metropolitanas do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do
Nas figuras 11 e 12, estão expostas respectivamente as Brasil (com a exceção do Distrito Federal, Porto Alegre
evoluções do número total e do percentual da população e Grande Vitória) e teve comportamento misto nas
do conjunto das Regiões Metropolitanas brasileiras que Regiões Metropolitanas do Norte e Nordeste, subindo
se encontram em situação de pobreza. Esses valores em metade delas e caindo na outra metade.
caem entre 2012 e 2014, quando apresentam o menor Em quase todas as Regiões Metropolitanas do Nordeste
valor da série, e a taxa chega 23,4%, ou 18,4 milhões e do Norte, com exceção de Aracaju, a taxa de pobreza
de pessoas. A partir daí sobe por dois anos e depois ultrapassou um terço da população em 2022. As
se estabiliza em cerca de 26,6% (22 milhões) até 2020. Regiões Metropolitanas em que a taxa de pessoas em
Em 2021 a taxa de pobreza sobe brutamente e chega situação de pobreza foi mais alta, em ordem crescente,
foram as regiões de Macapá (43,7%), Recife (44,6%),
Grande São Luís (45,6%), João Pessoa (46,3%) e
6 https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/ Manaus (46,9%). Já as Regiões Metropolitanas em
liv101760.pdf que se registraram as menores taxas de pobreza foram

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FIGURA 11: Número de Pessoas em Situação de Pobreza* - Conjunto das Regiões Metropolitanas
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE). Tabulação própria.
Nota: (*) até US$ 6,85/dia (PPC 2017)

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FIGURA 12: Pessoas em Situação de Pobreza* - Conjunto das Regiões Metropolitanas (%)
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE). Tabulação própria.
Nota: (*) até US$ 6,85/dia (PPC 2017)

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FIGURA 13: Pessoas em Situação de Pobreza* - Regiões Metropolitanas do Brasil (%)
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE). Tabulação própria.
Nota: (*) até US$ 6,85/dia (PPC 2017)

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Goiânia (20,1%), Distrito Federal (17,3%), Curitiba extrema, em 2019 e em 2022, para cada uma das
(16,9%), Porto Alegre (16,4%) e Florianópolis (9,1%). Regiões Metropolitanas do Brasil. Nela, podemos
Nas figuras 14 e 15, temos a evolução constatar que a taxa de extrema pobreza caiu na
respectivamente do número total e do percentual da maioria das metrópoles ao longo do período
população do conjunto das Regiões Metropolitanas analisado. As Regiões Metropolitanas em que a
que se encontra em situação de extrema pobreza, taxa de Extrema Pobreza foi mais alta, em ordem
isto é, que vive em domicílios em que a renda crescente, foram as Regiões Metropolitanas da
per capita é inferior a R$199 por mês. Constata- Grande São Luís (6,9%), Maceió (7,1%), João
se que após uma leve redução entre 2012 e 2013, Pessoa (9,2%), Recife (9,7%) e Salvador (10,9,0%).
esses valores vêm crescendo sucessivamente Já as regiões em que essa taxa foi mais baixa, em
todos os anos, em que pese um certo período de ordem decrescente, foram Belo Horizonte (2,8%),
estabilidade entre 2013 e 2015 e entre 2018 e 2020. Curitiba (2,4%), Goiânia (2,0%), Distrito Federal
Assim como registrado para a situação de pobreza, (1,9%) e Florianópolis (1,7%).
a taxa de pessoas em situação de extrema pobreza
saltou entre 2020 e 2021, chegando a 6,9% (5,7
milhões de pessoas) da população das metrópoles
brasileiras. Esse valor é mais do que o dobro
registrado sete anos antes. Assim como em relação
à pobreza, em 2022 houve redução e a taxa de
pobreza extrema retornou a 4,7% (3,9 milhões de
pessoas), valor levemente inferior ao registrado em
2020. Isso indica que, no último ano, 1,8 milhões
de pessoas saíram da situação de pobreza extrema
no Brasil metropolitano.
Na figura 16, é apresenta a comparação entre
o percentual de pessoas em situação de pobreza

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FIGURA 14: Número de Pessoas em Situação de Extrema Pobreza* - Conjunto das Regiões Metropolitanas
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE). Tabulação própria.
Nota: (*) até US$ 2,15/dia (PPC 2017)

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FIGURA 15: Pessoas em Situação de Extrema Pobreza* - Conjunto das Regiões Metropolitanas (%)
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE). Tabulação própria.
Nota: (*) até US$ 2,15/dia (PPC 2017)

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FIGURA 16: Pessoas em Situação de Extrema Pobreza* - Regiões Metropolitanas do Brasil (%)
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE). Tabulação própria.
Nota: (*) até US$ 2,15/dia (PPC 2017)

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ANEXOS
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Manaus 0,581 0,573 0,550 0,547 0,569 0,595 0,575 0,543 0,524 0,535 0,496

Belém 0,507 0,528 0,501 0,511 0,533 0,500 0,549 0,608 0,512 0,582 0,561

Macapá 0,531 0,512 0,518 0,534 0,533 0,568 0,567 0,503 0,500 0,516 0,528

Grande São Luís 0,480 0,452 0,432 0,494 0,513 0,570 0,482 0,580 0,486 0,528 0,500

Teresina 0,485 0,545 0,509 0,512 0,508 0,518 0,530 0,521 0,471 0,479 0,507

Fortaleza 0,543 0,526 0,522 0,534 0,539 0,552 0,572 0,582 0,559 0,545 0,543

Natal 0,525 0,516 0,529 0,534 0,529 0,558 0,537 0,545 0,532 0,588 0,555

João Pessoa 0,548 0,556 0,569 0,576 0,582 0,573 0,569 0,596 0,566 0,589 0,539

Recife 0,593 0,591 0,594 0,587 0,561 0,604 0,574 0,550 0,549 0,581 0,537

Maceió 0,519 0,500 0,540 0,512 0,519 0,514 0,504 0,524 0,525 0,537 0,520

Aracaju 0,569 0,586 0,550 0,543 0,557 0,567 0,587 0,570 0,538 0,605 0,536

Salvador 0,590 0,532 0,541 0,534 0,566 0,555 0,598 0,551 0,594 0,582 0,579

Belo Horizonte 0,527 0,524 0,508 0,519 0,536 0,531 0,522 0,515 0,494 0,525 0,498

Grande Vitória 0,494 0,523 0,525 0,540 0,533 0,528 0,527 0,546 0,526 0,540 0,521

Rio de Janeiro 0,534 0,527 0,518 0,514 0,505 0,552 0,539 0,560 0,565 0,581 0,553

São Paulo 0,528 0,537 0,535 0,549 0,547 0,563 0,569 0,568 0,570 0,563 0,544

Curitiba 0,483 0,481 0,469 0,453 0,464 0,486 0,501 0,504 0,483 0,488 0,495

Florianópolis 0,454 0,466 0,453 0,441 0,457 0,428 0,464 0,422 0,468 0,484 0,457

Porto Alegre 0,511 0,504 0,506 0,470 0,480 0,522 0,513 0,517 0,507 0,491 0,495

Vale do Rio Cuiabá 0,505 0,449 0,457 0,449 0,467 0,522 0,513 0,492 0,548 0,485 0,481

Goiânia 0,484 0,483 0,467 0,459 0,470 0,481 0,465 0,506 0,453 0,500 0,485

Distrito Federal 0,601 0,579 0,573 0,580 0,580 0,580 0,587 0,560 0,548 0,566 0,536

Conjunto RMs 0,545 0,543 0,538 0,539 0,544 0,563 0,563 0,562 0,555 0,565 0,545

FIGURA 1A: Coeficientes de Gini*


Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE). Tabulação própria.
Nota: (*) Calculado a partir da renda domiciliar per capita (valores constantes, 2022 / IPCA).

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2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Manaus 1.434 1.410 1.379 1.314 1.237 1.278 1.265 1.207 1.189 1.044 1.139

Belém 1.246 1.358 1.269 1.260 1.201 1.282 1.395 1.724 1.418 1.343 1.654

Macapá 1.180 1.318 1.283 1.350 1.196 1.416 1.199 1.194 1.093 1.051 1.329

Grande São Luís 1.088 969 922 1.157 1.080 1.179 996 1.350 1.080 1.031 1.123

Teresina 1.023 1.397 1.399 1.305 1.260 1.265 1.299 1.280 1.148 1.103 1.403

Fortaleza 1.385 1.403 1.374 1.389 1.330 1.409 1.542 1.620 1.652 1.353 1.433

Natal 1.241 1.431 1.473 1.634 1.506 1.632 1.338 1.674 1.770 1.774 1.743

João Pessoa 1.285 1.410 1.521 1.668 1.642 1.643 1.679 1.737 1.419 1.303 1.251

Recife 1.612 1.738 1.750 1.680 1.429 1.509 1.482 1.385 1.358 1.185 1.210

Maceió 1.183 1.132 1.359 1.177 1.215 1.236 1.219 1.238 1.259 1.148 1.281

Aracaju 1.694 1.704 1.726 1.670 1.641 1.612 1.480 1.622 1.593 1.439 1.634

Salvador 1.835 1.649 1.899 1.752 1.740 1.718 1.993 1.671 1.820 1.427 1.522

Belo Horizonte 2.043 2.123 2.059 2.060 2.009 1.930 2.057 2.066 1.839 1.927 1.890

Grande Vitória 1.792 1.876 2.021 1.837 1.788 1.828 1.860 2.057 1.888 1.666 1.909

Rio de Janeiro 1.890 1.947 1.992 1.924 1.829 2.005 1.962 2.214 2.156 2.049 2.147

São Paulo 2.305 2.486 2.585 2.421 2.396 2.744 2.621 2.588 2.421 2.257 2.399

Curitiba 2.234 2.291 2.302 2.133 2.072 2.254 2.242 2.413 2.211 1.995 2.206

Florianópolis 2.400 2.671 2.669 2.630 2.482 2.499 2.644 2.718 2.683 2.500 2.640

Porto Alegre 2.249 2.316 2.404 2.148 2.102 2.359 2.406 2.323 2.313 2.109 2.257

Vale do Rio Cuiabá 1.838 1.810 1.813 1.647 1.515 1.826 2.042 1.951 1.837 1.504 1.658

Goiânia 1.892 2.040 1.977 1.839 1.732 1.890 1.921 2.119 1.659 1.588 1.899

Distrito Federal 3.046 3.097 3.039 3.100 3.109 3.010 3.111 2.918 2.784 2.700 2.799

Conjunto RMs 1.948 2.038 2.085 1.994 1.932 2.090 2.080 2.124 2.009 1.862 1.984

FIGURA 2A: Média de Rendimentos*


Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE). Tabulação própria.
Nota: (*) Calculado a partir da renda domiciliar per capita (valores constantes, 2022 / IPCA).

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