3001500-57.2023.8.06.0113-1700591802021-34087-Pi Maurilio
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3001500-57.2023.8.06.0113-1700591802021-34087-Pi Maurilio
21/11/2023
Número: 3001500-57.2023.8.06.0113
Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
Órgão julgador: 2ª Unidade do Juizado Especial Cível e Criminal da Comarca de Juazeiro do Norte
Última distribuição : 26/10/2023
Valor da causa: R$ 16.142,76
Assuntos: Indenização por Dano Moral
Nível de Sigilo: 0 (Público)
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Advogados
ANTONIO MAURILIO DE SOUSA CARDOSO (AUTOR)
VERANEIDE AGUIAR DE SOUZA (ADVOGADO)
LOCALIZA RENT A CAR SA (REU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
71229329 26/10/2023 PI Maurilio Petição
10:42
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE
DIREITO DO 2º JUIZADO CÍVEL E CRIMINAL DA COMARCA DE
JUAZEIRO DO NORTE-CE
RAIMUNDO MACHADO, Nº 40
A parte promovente requer os benefícios da justiça gratuita por ser pobre na forma
da lei, conforme declara em declaração de hipossuficiência anexa. Portanto, não podendo
arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do seu próprio
sustento e da sua família, nos termos do art. 98 e seguintes do Código de Processo Civil.
Ademais, ainda cabe destacar que, segundo consolidado na doutrina, não se exige
atestada miserabilidade do requerente para o consentimento da justiça gratuita:
Desta feita, requer a concessão do benefício da justiça gratuita sob a égide do art.
98 e ss do CPC, nos quais os benefícios da gratuidade judiciária são garantidos não apenas
para a pessoa física, compreendendo também a pessoa jurídica. Sendo assim, requer que
a parte autora fique isenta do pagamento das custas, das despesas processuais e dos
honorários advocatícios relativos à lide em comento.
2. DOS FATOS
RAIMUNDO MACHADO, Nº 40
Ocorre que, até o presente momento – isto é, mais de 4 (quatro) meses após a
realização da pré-autorização – o valor em tela ainda não foi ressarcido pela promovida.
Nesse sentido, cabe frisar que a parte requerente esteve pessoalmente nas dependências
da requerida, bem como buscou contato via telefone em diversas ocasiões a fim de tentar
receber amigavelmente a devolução do depósito caução efetivado. Contudo, a parte ré
permaneceu inerte sobre os fatos ora narrados, se limitando a prestar auxílio efetivo ao
consumidor, não havendo. Portanto, qualquer expectativa de solução amigável até então.
Diante da extensa mora para que a situação seja solucionada pela ré, bem como
do claro descaso do estabelecimento para com a parte consumidora, esta não vislumbrou
outra alternativa senão o ingresso da presente ação com o fim de resguardar seus direitos.
Em razão do exposto, requer que o valor do caução seja devidamente substituído em
dobro, bem como pleiteia o deferimento de danos morais em seu favor, haja vista todo o
constrangimento ao qual foi submetida como supranarrado.
3. DO DIREITO
3.1. DA RELAÇÃO CONSUMERÍSTA
RAIMUNDO MACHADO, Nº 40
Com relação à inversão do ônus da prova, cabe salientar o disposto no art. 6ª, VIII,
do CDC, in verbis:
Nesse sentido, ressalta-se que a prova no processo judicial se mostra como algo
imprescindível para que se consiga uma solução eficaz dos conflitos. Em razão disso e,
tendo em vista a sua condição de consumidora, a parte autora requer que o ônus da prova
seja atribuído à requerida, haja vista a sua manifesta vulnerabilidade em relação à empresa
promovida.
Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a
restituir; obrigação que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de
cumprida a condição.
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte,
sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará
obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver
cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver
prescrição (grifo nosso).
RAIMUNDO MACHADO, Nº 40
Com relação ao efetivo pagamento, leciona Nunes (2005) que "[...] para ter direito
a repetir o dobro, é preciso que a cobrança seja indevida e que tenha havido pagamento
pelo consumidor ".
Em razão do ora narrado, é notório que o caução pago pelo autor seja restituído
com a adequada correção monetária a qual faz jus. Ademais, haja vista a sua natureza
claramente indevida e com base nos dispositivos legais e doutrinários supra, impõe-se
que a referida restituição seja realizada em dobro.
Nesse esteio, ressalta-se o que preceituam os arts. 186 e 927, do Código Civil de
2002:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
RAIMUNDO MACHADO, Nº 40
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[...]
RAIMUNDO MACHADO, Nº 40
Com base no exposto acima, não resta dúvida a configuração do dano moral
causado à parte autora, tendo em vista todo o constrangimento que enfrentou no decorrer
de meses ao buscar o estorno do caução objeto da presente ação junto à locadora sem
obter qualquer retorno minimamente satisfatória. Afinal, durante todo esse período de
quase 5 (cinco) meses apenas recebeu respostas vazias às suas indagações.
4. DOS PEDIDOS
5. DAS PROVAS
RAIMUNDO MACHADO, Nº 40
Dá-se a presente o valor de R$ 16.142,76 (dezesseis mil, cento e quarenta e dois reais
e setenta e seis centavos).
RAIMUNDO MACHADO, Nº 40