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Direito Das Mulheres

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ATIVIDADE EXTENSIONISTA -

DIREITO A PROTEÇÃO DE
GÊNERO E DIREITOS HUMANOS
DOS VULNERÁVEIS

***

DIREITO DA CRIANÇA,
ADOLESCÊNCIA, IDOSO E DA
PESSOA COM DEFICIÊNCIA
CRIMINOLOGIA

726.712 PRESOS
40% SÃO PRESOS PROVISÓRIOS
DIREITO DAS
64% SÃO NEGROS

MULHERES
MENOS DE 1% TÊM ENSINO SUPERIOR
368.049 VAGAS
76% TRÁFICO DE DROGAS, CRIMES
PATRIMONIAS E HOMICÍDIO

Dados do Ministério da Justiça


INSTRUMENTOS INTERNACIONAIS

DECRETO Nº 19.841, DE 22 DE OUTUBRO DE 1945.


Promulga a Carta das Nações Unidas, da qual faz parte
integrante o anexo Estatuto da Corte Internacional de
Justiça, assinada em São Francisco, a 26 de junho de 1945,
por ocasião da Conferência de Organização Internacional
das Nações Unidas.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS


DE 1948
O documento (Resolução 217 A III) foi aprovado pela
Assembleia Nacional das Nações Unidas em 1948, em
momento de reestruturação da ordem mundial pós-Segunda
Grande Guerra e serviu de base para a redação de várias
cartas constitucionais em todo o mundo, entre elas a atual
Constituição Federal brasileira.
INSTRUMENTOS INTERNACIONAIS

DECRETO Nº 31.643, DE 23 DE OUTUBRO DE 1952


Promulga a Convenção Internamericana sobre a concessão
dos direitos civis da mulher, assinado em Bogotá, a 2 de
maio de 1948.

DECRETO Nº 52.476, DE 12 DE SETEMBRO DE 1963


Promulga a Convenção sobre os Direitos Políticos da
Mulher, adotado por ocasião da VII Sessão da Assembléia
Geral das Nações Unidas.

DECRETO Nº 678, DE 6 DE NOVEMBRO DE 1992


Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Humanos
(Pacto de São José da Costa Rica), de 22 de novembro de
1969.
INSTRUMENTOS INTERNACIONAIS

Convenção de Belém do Pará


DECRETO Nº 1.973, DE 1º DE AGOSTO DE 1996
Promulga a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir
e Erradicar a Violência contra a Mulher, concluída em Belém
do Pará, em 9 de junho de 1994.

Convenção da Mulher - CEDAW (Convention on the


Elimination of All Forms of Discrimination Against
Women)
DECRETO Nº 4.377, DE 13 DE SETEMBRO DE 2002.
Promulga a Convenção sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação contra a Mulher, de 1979, e
revoga o Decreto no 89.460, de 20 de março de 1984.
INSTRUMENTOS INTERNACIONAIS

DECRETO Nº 10.088, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2019


Consolida atos normativos editados pelo Poder Executivo
Federal que dispõem sobre a promulgação de convenções e
recomendações da Organização Internacional do Trabalho -
OIT ratificadas pela República Federativa do Brasil.-
CONVENÇÃO Nº 100 - CONVENÇÃO Nº 103 - CONVENÇÃO
Nº 111 – CONVENÇÃO Nº 156 - CONVENÇÃO Nº 171 -

DECRETO Nº 592, DE 6 DE JULHO DE 1992.


Atos Internacionais. Pacto Internacional sobre Direitos Civis e
Políticos. Promulgação.

DECRETO Nº 4.316, DE 30 DE JULHO DE 2002.


Promulga o Protocolo Facultativo à Convenção sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a
Mulher.
INSTRUMENTOS INTERNACIONAIS

Em 2016, a ONU propôs aos líderes mundiais 17


Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para
que, coletivamente, a humanidade pudesse dissociar o
crescimento econômico da pobreza, da desigualdade e
das mudanças climáticas.
LEI 11.340/2006

Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e


familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226
da Constituição Federal, da Convenção sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra
as Mulheres e da Convenção Interamericana para
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher;
dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de
Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução
Penal; e dá outras providências.
LEI 11.340/2006

1 Lesão corporal contra a mulher

Toda lesão corporal contra a mulher, no âmbito de aplicação da


lei, será processada mediante AÇÃO PENAL PÚBLICA
INCODICIONADA.

Atenção: inclusive lesão leve e lesão culposa, pelo


afastamento do art. 88 da Lei 9.099, pelo artigo 41 da Lei
11.340/2006.
LEI 11.340/2006

1 Lesão corporal contra a mulher

Súmula 542 do STJ a lesão corporal no contexto da violência


doméstica e familiar contra a mulher será processada mediante
ação penal pública incondicionada.

E os demais crimes? CUIDADO! Depende de cada crime.


Os crimes contra a honra (138, 139, 140) continuam sendo de
ação penal privada.
O crime de ameaça (147, CP) continua sendo de ação penal
pública condicionada à representação.
LEI 11.340/2006

2 Audiência do art. 16 da LMP

Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à


representação da ofendida de que trata esta Lei, só
será admitida a renúncia à representação perante o
juiz, em audiência especialmente designada com tal
finalidade, antes do recebimento da denúncia e
ouvido o Ministério Público.
LEI 11.340/2006

3 Conceito de mulher - STJ

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ)


estabeleceu em 06.04.2022 que a Lei Maria da Penha se
aplica aos casos de violência doméstica ou familiar
contra mulheres transexuais.

O texto da lei, cujo artigo 5º, ao definir seu âmbito de


incidência, refere-se à violência “baseada no gênero”, e
não no sexo biológico.
LEI 11.340/2006

3 Conceito de mulher - STJ

“A Lei nº 11.340/2006 (Maria da Penha) é aplicável às mulheres trans


em situação de violência doméstica. STJ 6ª Turma. Resp
1.977.124/SP, Rel Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 5/4/2022
(Info 732).

Recomendação 128 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) –


“gênero é questão cultural, social, e significa interação entre homes e
mulheres”, enquanto sexo se refere às características biológicas dos
aparelhos reprodutores feminino e masculino, de modo que, para ele,
o conceito de sexo “não define a identidade de gênero”.
LEI 11.340/2006

QUESTÃO
No que concerne à violência doméstica familiar contra a
mulher, aos crimes contra a pessoa com deficiência e contra
pessoa idosa e à proteção intelectual ao programa de
computação, julgue os itens a seguir, com base na legislação
específica e na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.
A violência física praticada contra mulher transexual atrai a
incidência da Lei Maria da Penha.
a) Certo
b) Errado
LEI 11.340/2006

4 Homem pode ser vítima?

Para os homens, vítimas de violência doméstica, não se


aplicam as regras da Lei 11.340/2006.

Assim, se o filho pratica lesão corporal em seu pai,


responderá pelo art. 129, §9º, do Código Penal, mas o
pai não terá, por exemplo, direito de pedir medidas
protetivas de urgência.
LEI 11.340/2006

5 Basta a vítima ser mulher para aplicarmos a Lei


Maria da Penha?

NÃO! CUIDADO!

HIPÓTESES DE APLICAÇÃO DA LEI:


1. ÂMBITO DOMÉSTICO
2. RELAÇÃO FAMILIAR
3. RELAÇÃO ÍNTIMA DE AFETO
LEI 11.340/2006
i. No âmbito da
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e unidade
familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no doméstica;
gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou ii. No âmbito da
psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei
complementar nº 150, de 2015)
família;
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço iii. Em qualquer
de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, relação íntima de
inclusive as esporadicamente agregadas; afeto
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade
formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados,
unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor
conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente
de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo
independem de orientação sexual.
LEI 11.340/2006

6 Coabitação

Súmula 600 STJ. Para a configuração da violência


doméstica e familiar prevista no artigo 5º da Lei nº
11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a
coabitação entre autor e vítima.

Não precisa de morar junto! Tanto sob o prisma legal,


quanto sob o prisma jurisprudencial.
LEI 11.340/2006

7 O agressor pode ser agressora?

Sujeito ativo da violência doméstica.

O sujeito ativo da violência doméstica ou familiar contra a


mulher pode ser homem ou mulher, bastando que fique
evidenciado o vínculo de relação doméstica, familiar ou
de afetividade, com ou sem coabitação.
LEI 11.340/2006

8 Presunção de vulnerabilidade

Agressor homem – absoluta


Não se admite prova em contrário

Agressora mulher – relativa (STJ)


Só se aplica a LMP se a acusação comprovar, que a
vítima mulher era, sob o ponto de vista concreto real, a
parte mais fraca da relação.
LEI 11.340/2006

9 Formas de violência contra a mulher

Rol exemplificativo:
• Violência física
• Violência sexual
• Violência patrimonial
• Violência moral
• Violência psicológica
• Outras: política, esportiva, religiosa, obstétrica.
LEI 11.340/2006
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a
mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que
ofenda sua integridade ou saúde corporal;
I - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta
que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima
ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento
ou que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento,
vigilância constante, perseguição contumaz, insulto,
chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização,
exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro
meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à
autodeterminação;
LEI 11.340/2006
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a
constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação
sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação
ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de
qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar
qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à
gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação,
chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o
exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta
que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total
de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos
pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos,
incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que
configure calúnia, difamação ou injúria.
LEI 11.340/2006 Antecipação da tutela
cautelar penal, antes
do dano, tutela-se o
10 Afastamento do agressor do lar conjugal
risco
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou
iminente à vida ou à integridade física ou psicológica da
mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou
de seus dependentes, o agressor será imediatamente
afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a
ofendida:
I - pela autoridade judicial; (regra)
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for
sede de comarca; ou
III - pelo policial, quando o Município não for sede de
comarca e não houver delegado disponível no momento
da denúncia.
LEI 11.340/2006 Antecipação da tutela
cautelar penal, antes
do dano, tutela-se o
10 Afastamento do agressor do lar conjugal
risco
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste
artigo, o juiz será comunicado no prazo máximo de 24
(vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a
manutenção ou a revogação da medida aplicada,
devendo dar ciência ao Ministério Público
concomitantemente.

§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida


ou à efetividade da medida protetiva de urgência, não
será concedida liberdade provisória ao preso.
LEI 11.340/2006

11 Quantificação da violência

Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência


doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta
básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a
substituição de pena que implique o pagamento isolado
de multa.

Nenhuma pena isolada pode ser cumprida apenas com o


pagamento, para evitar a quantificação da violência pelo
agressor.

Ex: agredir a mulher custa XX reais.


É um absurdo corrigido pela LMP
LEI 11.340/2006

Afasta-se a 9.099/1995 (desde 2011 – art. 41), logo afasta-se


também:
• Composição civil dos dano,
• Transação penal (acordo com o Ministério Público)
• Suspensão condicional do processo
Não cabe ainda:
• bagatela (Súmula 588) – vide art. 44, I, CP.
• pena restritiva (PL 2757/2019)
• pena de multa
• cesta básica isolada
Cabe apenas: suspensão condicional da pena – sursi da pena
LEI 11.340/2006

12 Princípio da insignificância

Súmula 589, STJ. É inaplicável o princípio da


insignificância nos crimes ou contravenções penais
praticados contra a mulher no âmbito das relações
domésticas.

O Supremo Tribunal Federal já pacificou o entendimento


de serem requisitos para a sua aplicação:
• a mínima ofensividade da conduta,
• a ausência de periculosidade social da ação,
• o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e
• a inexpressividade da lesão jurídica.

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