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A Biblia - 6ano

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6º ano/ER

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A BÍBLIA

A Bíblia Sagrada foi escrita majoritariamente em hebraico


e grego, em um período aproximado de 1.600 anos, por cerca de
40 homens, e se estrutura em Antigo e Novo Testamentos. Seus livros são
divinamente inspirados e formam o cânon bíblico. Nesta lição, veremos como a Bíblia
está organizada, a classificação de seus livros, a canonicidade e as particularidades
dos Testamentos.

I – COMO A BÍBLIA ESTÁ ORGANIZADA

1. Definição do termo Bíblia. A palavra “Bíblia” tem origem tanto no vocá­bulo grego
como no latim. O termo grego biblos significa “ livro” e tem conotação de qualidade
sagrada. A palavra bíblia no latim é um substantivo feminino singular que igualmente
exprime a ideia de “ livro”. Por volta do ano 150 d.C., os cristãos passaram a usar o
termo em grego a bíblia (os livros) para referir-se ao conjunto de livros inspirados por
Deus. O Dicionário Bíblico Wycliffe explica que o singular bíblia em latim revela uma
unidade de pensamento e uma pureza. Por isso, a coleção dos livros sagrados forma
um único livro: a Bíblia Sagrada, chamada também por Paulo de “as Santas
Escrituras” (Rm 1.2).

2 . O Cânon da Bíblia. A expressão “ cânon” procede do hebraico qãneh com o sentido


de “vara de medir”. O termo correspondente em grego é kanõn que significa “régua”.
Desse modo, na teologia o vocábulo “cânon” é empregado como “norma” de
avaliação para identificar os livros sagrados. Em vista disso, o termo “canônico”
passou a designar os 66 livros aceitos como divinamente inspirados ­(39 livros no A.T.,
e 27 no N.T.). Isso quer dizer que o Espírito Santo guiou o seu povo a reconhecer a
autoridade desses escritos como regra de fé e prática. Nesse sentido, o cânon bíblico
está completo. Nada pode ser acrescentado ou retirado das Escrituras canônicas (Ap
22.18,19).

3. Os dois Testamentos bíblicos. O termo “ testamento” vem do latim testamentum, que


é tradução da palavra grega diatheke e da hebraica berith. Ambos os termos têm 0
sentido de “aliança”, “ pacto” ou “concerto” de Deus com a humanidade. A expressão
“Antigo Testamento” foi inaugurada por Paulo (2 Co 3.14) e refere-se aos livros dos
judeus reconhecidos por Jesus como “as Escrituras” (Mt 22.29), “a Lei, os Profetas e
os Salmos” (Lc 24.44). O termo “ Novo Testamento” foi usado para se referir ao
cumprimento profético de Jesus como o Mediador da Nova Aliança (Jr 31.31; 1 Co 11.25,
Hb 8.6-13; 12.24). Essa expressão também passou a designar os escritos inspirados
dos cristãos igualmente reconhecidos como “as Escrituras” (2 Pe 3.15,16).

Alguns Fatos e Particularidades da Bíblia

Antes, a Bíblia não era dividida em capítulos e versículos. A divisão em capítulos


foi feita no ano de 1250, pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e
estudioso das Escrituras. A divisão em versículos foi feita duas vezes. O AT em 1445,
pelo Rabi Nathan; o NT em 1551, por Robert Stevens, um impressor em Paris. Stevens
publicou a primeira Bíblia (Vulgata Latina) dividida em capítulos e versículos em 1555
– O AT tem 929 capítulos e 23.214 versículos. O NT tem 260 capítulos e 7.959
versículos. A Bíblia toda tem 1.189 capítulos e 31.173 versículos. O nú­mero de palavras e
letras depende do idioma e da versão. O maior capítulo é o Salmo 119, e o menor o
Salmo 117. O maior versículo está em Ester 8.9; o menor, em Êxodo 20.30. (Isso, nas
versões portuguesas e com exceção da chamada ‘Tradução Brasileira ’, onde o menor é
Lucas 20.30). Em certas línguas, o menor é João 11.35. Os livros de Ester e Cantares não
contêm a palavra Deus, porém a presença de Deus é evidente nos fatos neles
desenrolados, sobretudo em Ester. Há na Bíblia 8.000 menções de Deus sob vários
nomes divinos, e 177 menções do Diabo, sob seus vários nomes” (GILBERTO, Antônio. A
Bíblia através dos Séculos: A história e a formação do Livro dos livros. 2.ed. Rio de Janeiro : CPAD, 2019,
pp.28-29).

II – O ANTIGO TESTAMENTO

1. Os Livros do Antigo Testamento. A classificação dos livros do Antigo Testamento , tal


qual a conhecemos hoje, se divide nos seguintes grupos:
a) Pentateuco (Lei): constituído por 5 livros de Gênesis a Deuteronômio;
b) Históricos: formado por 12 livros de Josué a Ester;
c) Poéticos: composto de 5 livros de Jó a Cantares de Salomão; e,
d) Proféticos, que se subdividem em Profetas Maiores com 5 livros de Isaías a Daniel;
e, Profetas Menores com 12 livros de Oséias a Malaquias.
A divisão utilizada pelos judeus era tripartida:
a) a Lei,
b) os Profetas, e,
c) os Salmos ou Escritos (Lc 24.44).
Apesar de a cultura judaica fazer uma categorização diferente, o conjunto do Antigo
Testamento soma os mesmos 39 livros divinamente inspirados, tanto para os judeus
como para os cristãos.
2. Canonicidade do Antigo Testa­mento. Existem três fatores basilares na avaliação de
um livro canônico, a saber:
a) a inspiração divina, que atesta-se o livro é inspirado pelo Espírito Santo (Ne 9.30;
Zc 7.12; 2 Pe 1.21);
b) reconhe­cimento do povo de Deus, que atesta se o livro era aceito como autêntico
por seus primeiros leitores (Êx 24.3,7; Dn 9.2); e
c) preservação pelo povo de Deus, que atesta se o livro era conservado como Palavra de
Deus (Dt 31.24-26; Dn 9.2).
Por conseguinte, a confirmação desses elementos revela que, desde o início, os livros
do Antigo Testamento foram recebidos e guardados como inspirados e autorizados
por Deus, dotados de veracidade e de autoridade (Jz 3.4).

3. Particularidades do Antigo Testamento. Quase a totalidade dos livros foram escritos


em hebraico, chamado na Bíblia de língua de Canaã (Is 19.18). Algumas porções foram
inscritas em aramaico, uma espécie de dialeto que deu origem à língua árabe (cf: Gn
31-47; Ed 4.7-6.8; 7.12-26; Dn 2.4 -7.28; Jr 10.11). O último livro canônico foi o do
profeta Malaquias que o concluiu antes do ano 430 a.C.; desde então, nada mais pode
ser acrescido ao cânon do Antigo Testamento . E, conforme o teólogo Norman Geisler,
para facilitar a tarefa de citar a Bíblia, em 1.227 d.C. o texto foi dividido em capítulos, e,
por volta de 1.445 d.C., o Antigo Testamento foi dividido em versículos.

Os livros inspirados que inte­gram o cânon do Antigo Testamento são classificados


como “ Lei, Históricos, Poéticos e Pro­féticos”.

III – O NOVO TESTAMENTO

1. Os livros do Novo Testamento. Es­ses livros foram reconhecidos pela Igreja após a
morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo e estão classificadas em quatro grupos
principais:
a) Evangelhos, que são os 4 livros de Mateus, Marcos, Lucas e João;
b) Histórico, formado pelo livro de Atos dos Apóstolos;
c) Epístolas, que se subdivide em Epístolas Paulinas com 13 cartas de Romanos a
Filemom; as Epístolas Gerais com 8 cartas de Hebreus a Judas; e
d) Revelação, constituída pelo livro de Apocalipse.
O conjunto totaliza 27 livros inspirados e autorizados que são chamados de canônicos
(1 Co 2.4,13).

2. Canonicidade do Novo Testamento. Os critérios de avaliação do Novo Testamento são


iguais aos que determinam o cânon do Antigo, isto é, a inspiração, o reconhecimento e
a preservação dos livros como Palavra de Deus. Nesse sentido, a Bíblia oferece
indiscutíveis provas de inspiração do Novo Testamento (l Ts 2.13; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21).
Quanto ao reconhecimento dos livros como fidedignos, desde o início os escritos
falsos foram refutados pela Igreja (2 Ts 2.15; 2 Pe 2.1; 1 Jo 4.1). Em relação à
conservação das Escrituras, os primeiros cristãos adotaram a prática de leitura dos
livros autorizados em suas reuniões e cultos (1 Ts 5.27; Cl 4.16; Ap 1.3). Mediante tais
fatos, atesta-se que desde o começo a Igreja Primitiva reconheceu e preservou os
livros canô­nicos, alicerçada sobre o fundamento dos Apóstolos e dos Profetas (Ef
2.20).
3. Particularidades do Novo testamento. Todos os livros do Novo Testamento foram
escritos em grego koiné, um dialeto com um e presente por toda a cultura de fala
grega, e que muito auxiliou na propagação do Evan­gelho nos primórdios do
Cristianismo (At 19.10). Algum as expressões, mesmo redigidas no vernáculo grego,
possuem significado em aramaico, dentre elas, citamos: Talita cumi – “Menina,
levan­ta -te ” (Mc 5.41); Aba Pai – “ Lit.: Pai, pai; ‘Meu Pai’ ” (Mc 14.36); Eloí, Eloí,
lamá sabactâni? – “ Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?” (Mc 15.34). O
conjunto dos livros canônicos foi escrito antes do término do século I. O último livro é
o Apocalipse de João datado por volta do ano 96 d.C. e desde o encerramento do cânon,
os cristãos reconhecem apenas os 27 livros como inspirados. Por fim , em torno de
1.555 d.C., 0 Novo Testamento também foi dividido em versículos.

Os livros inspirados que integram o cânon do Novo Testamento são classificados como
“ Evangelhos, Histórico, Epístolas e Revelação”.

Referências

GILBERTO, Antônio. A Bíblia através dos Séculos: A história e a formação do Livro dos livros. 2.ed. Rio de
Janeiro : CPAD, 2019
A estrutura da Bíblia. https://escolabiblicadominical.org/licao-04-a-estrutura-da-biblia/

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