Vitoria Regina Faustino Da Silva
Vitoria Regina Faustino Da Silva
Vitoria Regina Faustino Da Silva
RECIFE
2018
Vitória Regina Faustino da Silva
Bacharel em Agronomia
Recife
2018
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.
CDD 631.4
VITÓRIA REGINA FAUSTINO DA SILVA
_____________________________________________________
Prof. Dr. Valdomiro Severino de Souza-Júnior
Orientador
Universidade Federal Rural De Pernambuco
BANCA EXAMINADORA
RESUMO
ABSTRACT
The Luvisols are considered as a grouping of soils with textural B, clay fraction of high-
activity clays, high base status. They are soils with evolution according to the performance of
the bissiallitization process combined with the production of iron oxides and the mobilization
of clay from the superficial horizon, with accumulations in subsurface horizons. Studies in
Luvisols have indicated the formation of clay in situ (argilation) as the main process of
formation of Bt, however other processes such as argiluviation and lithologic discontinuity may
be of comparable or greater importance in the creation of textural contrast, which characterizes
this grouping of solos. In the semi-arid region of Pernambuco, bissiallitization becomes the
predominant weathering path, with predominance of clay minerals 2: 1 (smectite and illite), 1:
1 (kaolinite), with illite interstratified with smectites. Fersiallitization and rubification were
described as the most outstanding pedogenetic processes. Thus, this study sought to understand
the genesis of clay minerals and texture contrast of Luvisols of the semi-arid region of
Pernambuco (Brazil), evaluating the morphology, mineralogy and micromorphology along a
transect in the semi-arid formed from the amphibolite alteration, as well as classify soils
according to the Brazilian Soil Classification System (SiBCS) and WRB / FAO. The following
characteristics were considered: being inserted in the semi-arid Pernambucano, native or
secondary vegetation, without any kind of influence or anthropic action, mafic metamorphic
crystalline basement (particularly amphibolites). The micromorphological analysis of the thin
sections indicated no pedofeatures of clay illuviation thus the formation of clay in situ
(argilation) responsible for the texture contrast in these profiles. Profile 1 located in Itacuruba
(PE) was classified as Luvissolo Chromic Ortic vertissolic solodic saline (WRB- Chromic
Vertic Luvisol (hypereutric, protosalic, sodic)), profile 2 as Luvissolo Chromic Ortic vertissolic
(Chromic Vertic Luvisol (hypereutric)) and profile 3 as Luvissolo Chromic Ortic typical
(Chromic Luvisol (hypereutric)). Profile 1 did not fit into a class cataloged in SiBCS,
constituting a new class of Luvissolo.
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 21
1.1 Hipótese .................................................................................................................. 22
1.2 Objetivo Geral ........................................................................................................ 22
1.3 Objetivos Específicos ............................................................................................. 22
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 23
2.1 O Semiárido brasileiro ............................................................................................ 23
2.2 Solos do Bioma Caatinga ....................................................................................... 26
2.3 O Fator Clima x Pedogênese .................................................................................. 27
2.4 Luvissolos .............................................................................................................. 29
2.4.1 Definição e área de ocorrência ............................................................................ 29
2.4.2 Atributos e gênese de Luvissolos ........................................................................ 30
2.4.3 Mineralogia e Micromorfologia de Luvissolos ................................................... 32
3 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 33
3.1 Descrição da área de estudo.................................................................................... 33
3.2 Seleção de perfis, descrição e amostragem. ........................................................... 36
3.3 Análises Físicas ...................................................................................................... 38
3.4 Análises Químicas .................................................................................................. 39
3.5 Extração Seletiva de Ferro ...................................................................................... 40
3.6 Análise da composição química total ..................................................................... 40
3.7 Análise Mineralógica .............................................................................................. 41
3.8 Análise Micromorfológica ...................................................................................... 44
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................. 44
4.1 Atributos morfológicos e físicos............................................................................. 44
4.3 Atributos Químicos ................................................................................................ 50
4.4 Atributos Mineralógicos ......................................................................................... 54
4.5 Atributos Micromorfológicos ................................................................................. 61
4.6 Classificação dos Solos .......................................................................................... 67
4.6.1 Classificação dos solos pelo sistema brasileiro (SiBCS)..................................... 67
4.6.2 Classificação dos solos pelo sistema da FAO (WRB) ......................................... 67
5 CONCLUSÕES ......................................................................................................... 68
6 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 69
APÊNDICE
21
1 INTRODUÇÃO
1.1 Hipótese
Por considerar que ao longo da província da Borborema (Depressão Sertaneja e Planalto
da Borborema) no sentido nordeste - sudeste há um gradiente climático, as seguintes hipóteses
são:
I – Os Luvissolos formados na porção mais seca apresentam o caráter vértico mais
expressivo, com predomínio da estrutura prismática no horizonte B em relação aos solos da
porção menos seca;
II – A rota de alteração da rocha ao solo é semelhante ao longo do gradiente, porém
ocorrendo um maior domínio de minerais cauliníticos e, ou interestratificados, com predomínio
de caulinita, além de maior relação goethita/hematita nos Luvissolos da porção menos seca;
III – A origem do gradiente textural de Luvissolos na Depressão Sertaneja se deve
basicamente à formação de argila in situ, enquanto em Luvissolos no Planalto se deve à
argiluviação e formação de argila in situ.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O Nordeste do Brasil possui uma área de 1,56 milhão de km2 (18,2% do território
nacional), a qual comporta a maior parte do Semiárido brasileiro, que é composto por 1.262
municípios, compreendendo os estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais (Figura 1). Os critérios adotados
para delimitar o Semiárido brasileiro foram a precipitação pluviométrica média anual igual ou
inferior a 800 mm; o índice de Aridez de Thornthwaite igual ou inferior a 0,50 e o percentual
diário de déficit hídrico igual ou superior a 60%, considerando todos os dias do ano. (IBGE,
2018; SILVA et al., 2010).
O Semiárido brasileiro é caracterizado por apresentar forte insolação, temperaturas
relativamente altas e um regime de chuvas marcado pela escassez, irregularidade e
concentração das precipitações em um curto espaço de tempo, em média, de três a quatro meses,
apresentando volumes de água insuficientes em seus mananciais para atendimento das
necessidades da população. (SILVA et al., 2010).
O relevo se encontra na classe de ondulado, suave ondulado a forte ondulado, as
altitudes variam de 250 a 600 metros, mas pode chegar a 800 metros (JACOMINE et al., 1973).
Cerca de 37% da área é de encostas com 4% a 12% de inclinação e 20% das encostas têm
inclinação maior que 12%, o que determina uma presença marcante de processos erosivos nas
áreas antropizadas (SILVA et al., 2010).
A geologia e o material de origem exercem grande papel na formação dos solos do
Semiárido, em função da grande diversidade litológica. Segundo Jacomine (1996), destacam-
se na região: áreas do cristalino, com predomínio de gnaisses, granitos, migmatitos e xistos e
áreas do cristalino recoberto por materiais arenosos ou argilosos; áreas sedimentares com
sedimentos aluviais recentes, relacionados ao período Holoceno; sedimentos
predominantemente arenosos e calcários relacionados ao período cretáceo ou mais recente;
sedimentos arenosos e arenoargilosos e capeamentos de materiais da mesma natureza
relacionados ao Terciário; arenitos e mistura destes com sedimentos mais argilosos
relacionados ao Devoniano médio e inferior e ao Siluriano (CUNHA et al., 2010).
Segundo Marengo (2008) no norte da Região Nordeste, abrangendo a maior parte do
Semiárido, o principal período chuvoso ocorre entre os meses de fevereiro e maio. Essa região
é bastante conhecida, pois é onde ocorrem as maiores secas. O mais importante sistema
24
Figura 2 – Climatologia da precipitação anual da Região Nordeste do Brasil. Fonte: Moura et al., (2007)
Figura 3 – Área de ocorrência do Bioma Caatinga. Fonte: IBGE. Mapa: Tatiana Ayako Taura,2010
Quando traz para o contexto de Brasil, estudos de gênese de solos como indicadores da
mudança ambiental na região semiárida no nordeste do Brasil estão mais frequentes, já que são
poucos os trabalhos que trata do intemperismo de rocha e formação de solo em escala de
paisagem. Bértad (2012) desenvolveu uma pesquisa no maciço de Baturité (Ceará, NE Brasil)
e nas zonas de planalto cujo objetivo foi caracterizar os aspectos morfológicos, geoquímicos e
variações mineralógicas nas propriedades do solo em função da topografia e do clima e
descreveram quais os principais processos envolvidos na formação de argilominerais dos perfis
escolhidos. Trabalho semelhante foi desenvolvido por Barbosa et al. (2014) na mesma região,
no qual mostram algumas diferenças entre as encostas úmidas e secas, de acordo com o processo
envolvido na formação de minerais de ferro.
No semiárido nordestino, a escassez hídrica contribui para diminuição da velocidade e
intensidade dos processos pedogenéticos, resultando em solos pouco desenvolvidos, rasos ou
pouco profundos, cascalhentos ou pedregosos e/ou relativa abundância de minerais primários
alteráveis e argila de alta atividade. Essas condições climáticas favorecem a presença de solos
pouco lixiviados, quimicamente ricos, pouco ácidos e ligeiramente alcalinos ou até mesmo com
teores elevados de sais solúveis e de sódio trocável. Tais condições também favorece a
eflorescência salina, comuns em áreas onde a evapotranspiração potencial excede a precipitação
pluviométrica (OLIVEIRA et al., 1992).
Estudos em distâncias curtas, torna-se possível realizar relativamente poucas
observações, mas muito próximas, bem como evitar grandes variações litológicas. Transectos
curtos constitui um laboratório natural para examinar os efeitos do clima (principalmente das
precipitações pluviométricas) na evolução das formas terrestres; condensa questões
geomorfológicas consideravelmente amplas sobre os processos de planação na evolução da
paisagem tropical (GUNNELL; BOURGEON, 1997).
2.4 Luvissolos
são solos com maior teor de argila em subsuperfície do que no horizonte superficial, como
resultado de processos pedogenéticos (especialmente migração de argila) levando a um
“horizon argic” (argilas de alta atividade está presente em todo horizonte e uma saturação de
base elevada na profundidade de 50-100 cm).
Esse grupamento de solos se estende por 500-600 milhões de hectare no mundo inteiro,
principalmente em regiões temperadas tais como na planície do leste europeu e em partes da
planície da Sibéria ocidental, do nordeste dos Estados Unidos e da Europa Central, mas também
na região Mediterrânea e no sul da Austrália. Nas regiões subtropicais e tropicais, os Luvissolos
ocorrem principalmente em superfícies jovens (WRB/FAO, 2014). A maioria dos Luvissolos
são conhecidos em outros países como Luvisols (WRB), alguns como Alfisols/Aridisols (Soil
Taxonomy), Soils Lessivé (França), Chromosols (Austrália) e Gray Brown Podzolic (antiga
classificação dos EUA) (LEPSCH, 2011).
Os Luvissolos ocupam 225,6 mil km2 no território brasileiro e 107 mil km2 só no
Nordeste, representando aproximadamente 47% do total. (COELHO et al., 2002). No estado de
Pernambuco ocupam uma área de aproximadamente 10,6 mil km2 (LUZ et al., 1992).
Possuem uma maior expressividade em regiões como o semiárido nordestino (antigos
Bruno Não-Cálcicos), Região Sul (antigos Podzólicos Bruno Acinzentados eutróficos) e mesmo
na região Amazônica, Estado do Acre (antigos Podzólicos Vermelho-Amarelos e Vermelho-
Escuros eutróficos com argila de atividade alta) (IBGE, 2017).
No semiárido de Pernambuco, esses solos quando ocorrem em superfícies de relevo
ondulado ou suave ondulado aliado à intensa erosão hídrica, com ciclos de transporte e
acúmulos de material dos solos, é possível encontrar perfis truncados ou que tenham seus
horizontes superficiais desenvolvidos a partir destes acúmulos (materiais retrabalhados). Essa
tendência pode ser visualizada quando há uma acumulação de calhaus desarestados em
horizontes profundos, indicando tal transporte e acumulação (LUZ et al., 1992).
São desenvolvidos a partir de rochas ricas em minerais ferro-magnesianos (biotita e
anfibólios) do Pré-Cambriano. Menos frequentemente, são derivados de filitos, folhelhos e/ou
siltitos. Sendo assim, as rochas básicas são os principais litotipos que dão origem aos
Luvissolos em ambiente cristalino.
O horizonte B textural que caracteriza este solo seria devido a um incremento de argila
em subsuperfície, orientada ou não, desde que não exclusivamente por descontinuidade de
31
material originário, podendo ser por processos de iluviação e/ou formação in situ e/ou herdada
de material de origem e/ou infiltração de argila ou argila mais silte (EMBRAPA, 2013). Tais
contrastes de textura podem ser herdados do material de origem ou por deposição de material,
no entanto outros processos tais como argiluviação e descontinuidade litológica podem ser de
importância comparável ou maior na criação de contrastes texturais (PHILLIPS, 2004). Os
estudos em Luvissolos têm apontado a formação de argila in situ (argilação) como principal
processo de formação do Bt (LUZ et al.,1992; IBRAIMO et al., 2004; OLIVEIRA et al., 2008).
Em alguns solos, a iluviação da argila é significativa, enquanto que em outros é ofuscada pela
formação in situ (SOIL TAXONOMY, 1999).
A diferença textural entre horizontes superficiais e subsuperficiais em Luvissolos dos
Sertões Pernambucano e Paraibano, com base em observações micromorfológicas, pode ser
atribuída ao processo de remoção preferencial de argilas dos horizontes superficiais. Este
processo parece ser favorecido pelo regime climático da região sertaneja e escassa proteção
oferecida pela vegetação durante a maior parte do tempo, especialmente no início do período
chuvoso, em associação com a baixa condutividade hidráulica dos horizontes subsuperficiais,
condições estas que favorecem o processo de escoamento superficial (OLIVEIRA et al., 2008).
Solos argilosos, principalmente, em que predominam argilas de alta atividade, os sinais
de argiluviação algumas vezes são ofuscados devido as pedoturbações resultantes de processos
de expansão e contração decorrentes das mudanças de umidade (OLIVEIRA et al., 2008). Luz
et al. (1992) também não observaram argilãs de iluviação na matriz do solo, que para eles possa
ser devido à atividade alta das argilas que normalmente destroem os argilãs. Para Rice et al.
(1985), mesmo que os argilãs sejam descritos no campo e o teor de argila fina mostre um
aumento significativo, poucas características indicativas de argila translocada opticamente
orientada podem não ser encontradas na análise de seção fina. Se presente, estas argilas
translocadas, por transportes de água, tendem a formar películas, com orientação paralela às
superfícies que revestem, ao contrário das argilas formadas in situ, que apresentam orientação
desordenada (EMBRAPA, 2013).
Oliveira et al. (2008) afirmaram que a transformação e neoformação de minerais
secundários, o desenvolvimento de estrutura (pedalidade) e a colorização dos horizontes em
Luvissolos como sendo os principais processos pedogenéticos evidenciados nestes perfis,
corroborado pelos estudos micromorfológicos, não havendo evidências de argiluvição. Luz et
al. (1992) observaram que uma das características micromorfológicas marcantes que podiam
ser observadas foi a presença de biotita em diversos estádios de intemperização, promovendo
formação in situ de argilas. Solos desenvolvidos a partir de micaxisto os grãos minerais são
32
3.MATERIAIS E MÉTODOS
O clima nas três regiões, segundo Köppen, é do tipo BSh, sendo semiárido quente, que
se caracteriza por escassez de chuvas e grande distribuição irregular; baixa nebulosidade; forte
insolação; índices elevados de evapotranspiração, e temperaturas médias elevadas (Figura 4).
O período chuvoso se inicia em novembro com término em abril e as poucas chuvas - de 250
mm a 750 mm por ano - concentram-se num espaço curto de tempo, provocando enchentes
torrenciais. Evapotranspiração potencial anual é superior à precipitação anual (EMBRAPA,
2018)
A paisagem é caracterizada por uma vegetação basicamente composta por Caatinga
Hiperxerófila com trechos de Floresta Caducifólia (CPRM, 2005), porém merecem destaque
nas áreas de estudo as seguintes espécies: Caesalpinia pyramidalis Tul (catingueira), Mimosa
hostilis (jurema-preta), Aspidosperma pyrifolium Mart. (pereiro), Croton sonderianus
(marmeleiro), Pilosocereus gounellei (xique-xique); Cereus jamacaru DC. (mandacaru) e
Cnidoscolus quercifolius (faveleira).
A porção mais seca será representada pelo município de Itacuruba, que se encontra a
471,8 km a Noroeste da cidade de Recife, na Mesorregião São Francisco Pernambucano e
Microrregião Sertão de Itaparica. Esta região encontra-se inserida, geologicamente, na
Província Borborema, sendo constituído pelos litotipos dos complexos Cabrobó e Belém do
São Francisco, dos Granitóides Indiscriminados, da Suíte Calcialcalina Conceição e dos
Depósitos Colúvio-eluviais e Aluvionares (CPRM, 2005a).
A precipitação média anual é de 334,3 mm, evapotranspiração potencial de 1447,8 mm
ano-1 (déficit hídrico de 1113 mm), temperatura média anual de 25,0 °C e altitude de 390 m.
(SUDENE,1990; ANA,2017)
Serra Talhada, a região intermediária, localiza-se na parte setentrional da microrregião
Pajeú, porção norte do Estado de Pernambuco. Apresenta uma precipitação anual média de
579,3 mm, uma evapotranspiração de 1335,6 mm ano-1 (déficit hídrico de 756 mm) temperatura
média de 23,8ºC e altitude de 444m acima do nível do mar. (SUDENE, 1990; ANA, 2017) Esta
região encontra-se, geologicamente, na Província Borborema, estando constituído pelos
litotipos dos complexos Serra de Jabitacá, São Caetano e Salgueiro-Riacho Gravatá, da Suíte
Granítica-Migmatítica Peraluminosa Recanto/Riacho do Forno, dos complexos Riacho da
Barreira 1 e 2, da Formação Serra do Olho d’Água, dos Granitóides Indiscriminados e de
Quimismo Indiscriminados, das suítes Peraluminosa Xingo, Calcialcalina Conceição,
Calcialcalina de Médio a Alto Potássio Itaporanga, Shoshonítica Ultrapotássica Triunfo,
Intrusiva Shoshonítica Salgueiro/Terra Nova, Prata e Intrusiva Subalcalina a Alcalina Meruoca,
35
160
140
Precipitação (mm)
120
100
80
60
40
20
0
160
140
120
ETP (mm)
100
80
60
40
20
0
Figura 4 – Dados climáticos mensais relativo à média dos anos regulares nas três
regiões: Itacuruba 24 anos; Serra Talhada 65 anos; Afogados da
Ingazeira 33 anos. Fonte: Sudene (1990) e ANA (2017)
36
A seleção da área de estudo foi realizada com base nas informações do Mapa Geológico do
estado de Pernambuco (EMBRAPA Solos) e visita exploratória de campo, com o objetivo de
obter três áreas de Luvissolos Crômico típicos representativos ao longo de um transecto no
semiárido Pernambucano (Figura 5). Levou-se em consideração as seguintes características:
estar inserido no semiárido Pernambucano, vegetação nativa ou secundária, sem qualquer tipo
de influência ou ação antrópica (agricultura, por exemplo) (Figura 7), embasamento cristalino
metamórfico máfico (particularmente anfibolitos). Os solos coletados foram descritos
morfologicamente de acordo com Santos et al. (2015) e foram classificados de acordo com o
Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 2013). Posteriormente foram
coletadas amostras deformadas e indeformadas para análises laboratoriais (Figura 6).
P01 – Itacuruba
P02 – Serra Talhada
P03 – Afogados da Ingazeira
Figura 5 – Localização dos três perfis representando uma climossequência, no sentido nordeste – sudeste:
Afogados da Ingazeira, Serra Talhada e Itacuruba, respectivamente. Fonte: ArcGis 10.4
37
Figura 6 – Fotos dos procedimentos de amostragem (da esquerda superior à direta inferior):
armazenamento das amostras em sacos de coleta de 3kg em Itacuruba; retirada das
amostras dos horizontes; amostras indeformadas (torrões); coleta utilizando anel
volumétrico
Serra Talhada – P02 07° 54' 56,7” S / 38° 14' 10,5” W 485
Afogados da Ingazeira – P03 07° 44' 01,1” S / 37° 38' 12,9” W 556
38
Figura 7 – Aspectos gerais do relevo e vegetação das áreas de estudos. Superior esquerdo: relativo ao P01,
no município de Itacuruba; superior direito: P03, município de Afogados da Ingazeira; centro
inferior: P02, Serra Talhada
temperatura. O teor de silte foi obtido por diferença. (GEE & OR, 2002). Após a obtenção dos
dados, foi calculado a relação silte/argila.
A fração areia dos horizontes de cada solo foi fracionada (após dispersão, coleta e
secagem) segundo a Soil Survey Manual modificada (SOIL SURVEY DIVISION STAFF,
1993) nas seguintes frações: areia muito grossa (2,0-1,0 mm), areia grossa (1,0-0,5 mm), areia
média (0,5-0,25), areia fina (0,25-0,106 mm) e areia muito fina (0,106-0,05 mm).
Os teores de argila dispersa em água (ADA) foram obtidos por meio do mesmo
procedimento realizado na granulometria, exceto a utilização do dispersante químico. Com tais
dados foram realizados cálculos para determinação do grau de floculação (DONAGEMMA;
VIANA, 2017).
A densidade do solo foi determinada pelos métodos do anel volumétrico e torrão
parafinado para os horizontes de textura mais argilosa (ALMEDIA et al., 2017; GROSSMAN;
REINSCH, 2002), e a densidade das partículas determinada pelo método do balão volumétrico,
utilizando álcool etílico como líquido penetrante (FLINT; FLINT, 2002). Após a obtenção dos
resultados serão calculadas a porosidade total do solo Almeida et al. (2017).
Onde:
Est C = estoque de C orgânico em determinada profundidade (Mg ha-1)
40
Com base ainda nos resultados obtidos, foi calculado o grau de intemperismo de acordo
com método proposto por Nesbitt e Young (1982), que o estimaram através do Índice de
Alteração Química - CIA, calculado a partir dos teores dos principais elementos com a seguinte
equação:
Em que resultado igual a 100 é considerado alto e indica solos com elevado
intemperismo (RASMUSSEN; DAHLGREN; SOUTHARD, 2010). Também foi calculado os
índices Ki e Kr de acordo com Teixeira e Campos (2017).
4.RESULTADOS E DISCUSSÕES
Schwertmann (1989), favorecido pela baixa umidade, temperaturas elevadas e rápida renovação
da matéria orgânica (Tabela 2).
Nos horizontes Cnvz do P1 e BC do P2 foi constatado a presença de mosqueado comum,
pequeno e distinto e no Cr/C mosqueado abundante, pequeno e distinto, apresentam em geral
coloração preta, com exceção do Cnvz que apresentou uma cor rosada. Todos apresentaram
efervescência forte no campo em decorrência da adição de gotas de peróxido de hidrogênio,
confirmando a presença de óxidos de manganês (SANTOS et al., 2015). Geralmente, ocorrem
disseminados no solo ou associados com óxidos de ferro; em solos mal drenados na forma de
segregações pretas nas faces dos agregados ou como nódulos e concreções (MEURER, 2012).
A textura dos horizontes superficiais nos três perfis se encontra na classe franco-
argiloarenosa, enquanto que os horizontes mais subsuperficiais são mais argilosos. BA (perfil
02 e 03) e Bt do P1 e P3 se encaixam na textura argila, enquanto o Bt do P2 é muito argilosa.
Cnvz do P1 apresentou textura argila, enquanto que o Cr/C do P3 como sendo francoargilosa.
Os horizontes superficiais possuem uma estrutura de grau fraca e moderada, ou seja,
menor e menos desenvolvida do que o horizonte B ou adjacente, cujas unidades estruturais são
bem definidas e há pouco ou não se observa material solto (SANTOS et al., 2015). Quanto
menor o grau de desenvolvimento, mais intensa é a erosividade naquele solo, isto porque solos
com boa estruturação, além de resistir melhor ao impacto da chuva, favorece a infiltração da
água reduzindo a erosão por escoamento superficial (enxurrada) (CAPECHE, 2008).
No horizonte A do perfil 3 a estrutura tem grau moderado e forte, evidenciando um
maior desenvolvimento estrutural (menos exposição ao intemperismo) em relação aos P1 e P2,
os quais possuem grau fraco e moderado, refletindo uma maior exposição destes perfis ao
intemperismo. Os horizontes Btnz do perfil 1, BA e Btv do P2 e Bt do P3 possuem um
desenvolvimento estrutural de grau moderado, enquanto que o BA do P3 apresenta moderada
e forte, o que pode ser provável efeito de agentes cimentantes como óxidos de ferro
pedogenéticos bem cristalinos nestes horizontes e, principalmente, em maiores quantidades no
Bt. Na Tabela 6 é possível verificar os valores semiquantitativos de óxidos de ferro
pedogenéticos.
46
Símb.) – Símbolo; (Prof) - Profundidade; (Mosq) – Mosqueados; (Dif)- Difuso; (M-Arg) – Muito argilosa; (Arg) – argila; (F- Arg.) – Francoargilosa; (F – Arg – A) – Franco –
argiloarenosa; (mt. peq.) – Muito pequena; (gr) – Grande; (bl. sbang.) – Bloco Subangulares;( bl. ag.) – Bloco angular; (méd) – média; (gn) – granular; (Peg) – Pegajosa; (mça.)
– maciça; (mod) – moderada; (Ft) – forte;( Fr)- Fraca; (pris) - Prismática; (Slick)- Slickensinde; (pls) – Plástica; (pou.) - Pouca; (peq.) – Pequena; (dist.) – Distinta; (com.) –
Comum; (méd.)- médio; ( abn) – Abundante; (proe) – Proeminente; (ext) – Extremamente; (gr) – grande; (dif) – difuso; (lig.) – ligeiramente; (xist.) – xistosidade; (cer) -
cerosidade.
47
(Ds) – Densidade do solo; (Dp) – Densidade de partícula; (ADA) – Argila dispersa em água; (GF) – Grau de floculação.
48
.
53
Tabela 6 - Valores semiquantitativos de óxidos determinados por FRX dos solos estudados
Al2O3 SiO2 K2O MgO CaO Fe2O3 Na2O P2O5 MnO TiO2 ZrO2 CIA Ki Kr
Horizonte
%
P1 – Mais Seco
A 0-9 16,64 63,67 2,15 1,00 1,82 4,74 1,29 0,15 0,23 0,81 0,05 76 6,5 5,5
Btvz 9-40cm 18,95 60,76 1,47 1,33 1,14 7,05 0,94 0,05 0,16 0,89 0,02 84 5,5 4,4
Cnvz 40-53cm 19,05 57,19 2,34 2,72 1,04 8,48 0,89 0,06 0,31 0,94 0,02 82 5,1 4,0
Crnz1 53-66cm 17,18 59,22 2,93 3,20 1,13 8,19 1,17 0,12 0,40 0,85 0,02 77 5,9 4,5
Crnz2 66-80+cm 16,43 68,14 4,19 1,19 1,39 2,74 2,60 0,03 0,07 0,35 0,01 62 7,1 6,4
P2 - Intermediário
A 0-12cm 16,58 59,31 4,15 0,93 1,23 7,30 0,54 0,22 0,14 1,54 0,06 74 6,1 4,7
BA 12-25cm 18,04 58,60 2,66 1,04 0,79 9,72 0,37 0,09 0,09 1,40 0,03 83 5,5 4,1
Btv 25-48cm 20,27 49,44 1,16 1,51 1,30 14,89 0,70 0,06 0,16 1,58 0,02 87 4,1 2,8
BC 48-70cm 18,67 50,13 0,76 2,17 2,33 15,42 1,38 0,10 0,20 1,41 0,03 81 4,6 3,0
Cr 70-120+cm 15,60 51,67 0,79 3,11 3,92 15,61 1,46 0,20 0,19 1,55 0,02 72 5,6 3,4
P3 – Menos seco
A 0-10cm 18,26 50,56 4,32 1,90 2,44 10,19 0,73 0,29 0,16 1,16 0,06 72 4,7 3,5
BA 10-23cm 21,48 47,34 2,99 1,72 1,97 12,87 0,55 0,19 0,13 1,34 0,05 80 3,7 2,7
Bt 23-47cm 24,01 42,73 1,13 1,89 2,10 15,88 0,41 0,09 Nd 1,20 0,01 87 3,0 2,1
Cr/C 47-73cm 21,37 45,16 0,85 3,94 3,92 14,58 0,83 0,05 Nd 1,12 0,02 79 3,6 2,5
Cr 73-105+cm 20,36 46,23 1,78 4,48 5,20 12,66 1,24 0,10 0,17 1,03 0,02 71 3,9 2,8
Fração Areia
A mineralogia da fração areia grossa é constituída principalmente de quartzo e feldspatos
(plagioclásios e ortoclásios, estes ricos em K) no P1 e P2, anfibólios, feldspatos e quartzo no P3.
No entanto, não foi possível detectar diferenças marcantes entre a composição da mineralogia do
solo entre os três perfis (Figura 9).
55
A
A
Btv
Btvz
Cr
Cr1
Cr2
A
Bt
Cr
A ocorrência do quartzo na fração areia dos solos é bastante comum e está, não somente,
associada à sua resistência ao intemperismo, mas também como herança do material parental. Já os
feldspatos são os principais minerais silicatados do grupo dos tectossilicatos. Os feldspatos
potássicos (ortoclásios) apresentam resistência média ao intemperismo e podem persistir no
processo de alteração (MELO et al., 2009), indicando que estes solos são poucos desenvolvidos. Os
K-feldspatos constitui uma fonte mineral de K para as plantas.
Fração Argila
1,78 nm (Es)
Horizonte A – P1 Horizonte A – P2
1,001 nm (Ili)
1,05 nm (Ili)
0,78 nm (Ct/Es)
0,726 nm (Ct)
1,00 nm (Ili)
Horizonte A – P3
0,72 nm (Ct)
1,786 nm (Es)
1,214 nm (Vm)
1,844 nm (Es)
2,22 nm (Es/Ili)
0,724 nm (Ct/Es)
Horizonte Bt – P3
1,92 nm (Es)
0,73 nm (Ct)
Argila Fina
Ao avaliar a mineralogia da fração argila total (Mg-Gli) e a argila fina (Mg-Gli) ambos
do horizonte A, nota-se uma menor presença de minerais esmectíticos e interestratificados
esmectíticos, assim como na fração fina deste horizonte. Esses dados observados na argila fina
60
ficam ainda mais claros nas Figuras 13a e 13b. Esses resultados podem significar um importante
processo de erosão diferencial, já discutidas anteriormente, que normalmente ocorre em solos
de região semiárida, sendo os colóides de granulação mais fina os mais susceptíveis de serem
transportados, fazendo com que o horizonte A tenha menor presença de minerais expansíveis.
No horizonte Bt há um nítido aumento na intensidade dos picos de difração que coincidem com
argilominerais 1:1 no sentido de P1 a P3.
(Es)
(Es)
(Es)
(Es)
(Es)
(Ct/Es)
(Ct/Es)
(Ili)
(Es)
(Ili)
Figura 13a – Difratograma de raios X da fração argila total (saturadas com Mg-Gli) e da fração argila fina
(saturadas com Mg-Gli) do P1 e P2. Ct/Es = interestratificado caulinita-esmectita; Ct = caulinita;
(Ili) = ilita; Es = esmectita
61
(Es)
(Ili)
(Es)
(Ct)
(Vm)
(Vm)
(Ili)
Figura 13b – Difratograma de raios X da fração argila total (saturadas com Mg-Gli) e da fração argila
fina (saturadas com Mg-Gli) do P3. Vm = vermiculita; Ct = caulinita; (Ili) = ilita; Es =
esmectita.
A neoformação de minerais 2:1 (bissialitização) nas camadas mais profundas dos solos
pode ter sido responsável pela gênese dos horizontes argílicos, ou seja, pela diferenciação
textural entre horizontes superficiais e subsuperficiais; e a gênese (neoformação) de ilita,
constatada pelos intensos picos de DRX nos horizontes superficiais pode estar sendo favorecida
às custas do intemperismo de feldspatos e micas primárias (BARBOSA et al., 2014; BÉRTARD
et al., 2009; GUNNELL; BOURGEON, 1997).
A B
1 mm 1 mm
1 mm 1 mm
Figura 14 – Grãos de quartzo em diferentes tamanhos no P2, horizonte Btvz xpl. A) Formato alongado e
subangular; B) Formato entre subesférico a esférico e angular
A B
C D
Figura 15 – Fotomicrografias do horizonte Bt. A) Hornblenda, P1, grau de alteração 1, ppl.; B) Hornblenda, P3,
produto de alteração vermelho intenso semelhante ao solo adjacente, grau de alteração 4, ppl.; C)
Hornblenda em diversos estágios de alteração, P3, ppl.; D) Biotita alterada, P3,ppl
64
O P1 foi classificado no primeiro nível categórico (ordem) como Luvissolo, por atender
os seguintes critérios: apresenta textura média/argilosa e material mineral com horizonte B
textural, com argila de atividade alta (>50 cmolc.kg-1), alta saturação por bases (> 90%) na
maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B e imediatamente abaixo de horizonte A
moderado. No segundo nível categórico (subordem) foi classificado como Crômico, por
apresentar caráter crômico na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B.. No terceiro
nível categórico (grandes grupos) foi avaliado como Órtico por não se enquadrar em outras
classes. No quarto nível categórico (subgrupos) é considerado salino pois apresenta caráter
salino dentro de 100 cm de profundidade. No entanto apresenta caráter vertissólico e caráter
solódico, não se enquadrando em uma classe já existente. Sendo assim, constitui uma nova
classe ainda não catalogada no SiBCS. A classificação final ficará: LUVISSOLO CRÔMICO
Órtico salino vertissólico solódico.
O P2 possui as mesmas características que o perfil 1 até o terceiro nível. Entretanto,
diferencia-se do perfil 1 por possuir uma textura mais argilosa e por não apresentar caráter
salino e nem caráter solódico. Logo, esse solo foi classificado como LUVISSOLO CRÔMICO
Órtico vertissólico.
O P3 possui as mesmas características que os perfis anteriores até o terceiro nível. No
quarto nível categórico se enquadra como típico, já que não se enquadra nas classes anteriores.
Logo, esse solo foi classificado como LUVISSOLO CRÔMICO Órtico típico.
O P1 foi classificado no primeiro nível como Luvisol, pois apresenta um Argic horizon
≤ 100 cm da superfície do solo mineral, com argila atividade alta, saturação por bases também
elevada e propriedades vérticas, iniciando em ≤ 100 cm da superfície do solo mineral. Para o
segundo nível do sistema, o qualificador principal é o Chromic e os suplementares
“hypereutric”, “protosalic”. “sodic”. Sendo assim o solo foi classificado como: Chromic Vertic
Luvisol (hypereutric, protosalic, sodic) (FAO/WRB, 2014).
No P2 segue a mesma lógica do P1 para a definição da classe e do segundo nível do
sistema, o qualificador principal. O suplementar “hypereutric” (percentual de saturação por
68
bases ≥ 50% entre 20 e 100 cm da superfície do solo mineral, e ≥ 80% em alguma camada entre
20 e 100 cm a superfície do solo mineral). Sendo assim o solo foi classificado como: Chromic
Vertic Luvisol (hypereutric) (FAO/WRB, 2014).
O P3 foi classificado como Luvisol pois apresenta um Argic horizon ≤ 100 cm da
superfície do solo mineral, com argila atividade alta e saturação por bases. Para o segundo nível
do sistema, o qualificador principal é o “Chromic” e os suplementares “hypereutric”. Sendo
assim o solo foi classificado como: Chromic Luvisol (hypereutric). (FAO/WRB, 2014).
5 CONCLUSÕES
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formation in the northern Golan Heights. Geoderma, Amsterdam, v.123, p. 279–295, 2004.
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THORNTHWAITE, C.W.; MATHER, J.C. Instructions and tables for computing potencial
evapotranspiration and water balance. Drexel Institute of Technology. Publications in
Climatology, v.10, p.3. Certertan, 1957.
.
79
APÊNDICE
A - DESCRIÇÃO GERAL
PERFIL 1
DATA – 31.08.2017
CLASSIFICAÇÃO SiBCS – LUVISSOLO CRÔMICO Órtico salino vertissólico solódico,
textura média-argilosa/argilosa, mineralogia esmectítica, pouco cascalhenta, A moderado, fase
pedregosa, mineralogia feldspática, atividade muito alta (Tma), fase caatinga hiperxerófila e
relevo plano.
LOCALIZAÇÃO, MUNICÍPIO, ESTADO E COORDENADAS – seguindo pela BR-316
sentido Floresta-Belém do São Francisco, 8,6 Km após a entrada para o centro de Itacuruba
(PE) virar à esquerda. Segue por mais 11,7 Km por estrada de chão até o perfil que fica do lado
direito após subir um barranco à beira da estrada. Itacutuba (PE), 08° 44' 48,6” S e 38°46' 27,0”
W.
SITUAÇÃO, DECLIVE E COBERTURA VEGETAL SOBRE O PERFIL: Descrito e
coletado em trincheira num terreno com declividade aproximadamente de 3,0% sob vegetação
nativa.
ELEVAÇÃO – 328 m.
FORMAÇÃO GEOLÓGICA E LITOLOGIA- Complexo Belém do São Francisco: Leuco-
ortognaisse tonalítico, de constituição tonalítica a granudiorítica, migmatizado
CRONOLOGIA – Mesoproterozóico.
MATERIAL ORIGINÁRIO – Produto da alteração das rochas supracitadas.
PEDREGOSIDADE – Muito pedregosa (na superfície do solo).
ROCHOSIDADE - Ausente.
RELEVO LOCAL – Plano.
RELEVO REGIONAL - Plano a Suave ondulado
EROSÃO – Laminar, ligeira a moderada .
DRENAGEM - Moderadamente drenado.
VEGETAÇÃO PRIMÁRIA – Caatinga hiperxerófila com presença de caatingueira, faveleira,
pereiro, xique-xique, quipá e coroa-de-frade
USO ATUAL – Caatinga nativa e Pecuária Extensiva.
CLIMA – BSh da classificação de Köppen.
DESCRITO E COLETADO POR – José Coelho de Araújo Filho, Valdomiro Severino Sousa-
Junior, Jean Cheyson Barros dos Santos, Vitória Regina Faustino da Silva.
81
B – DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
Btvz – 9-40 cm, Bruno-avermelhado-escuro (2,5YR 3/4, úmida e seca); argila; moderada
pequena e média prismática composta por média e grande blocos angulares e subangulares;
slickenside abundante e moderado a forte; extremamente dura, firme, muito plástica e pegajosa;
transição clara e plana.
Cnvz – 40-53 cm, Bruno-avermelhado (2,5YR 4/4, úmida e seca); mosqueado comum pequeno
e distinto, rosado (7,5YR 7/3, úmido); argila; fraca a moderada pequena e média prismática
composta por médio e grande blocos angulares e subangulares; slickenside pouco e fraco;
extremamente dura, friável, plástica e pegajosa; transição gradual e plana.
Crnz1 – 53-66 cm, material com xistosidade de fraca a moderada, com uma inclinação de cerca
de 40°; com predomínio de minerais escuros e com pequena quantidade de solo; transição plana
e abrupta.
Crnz2 – 66-80+ cm, material com xistosidade de fraca a moderada, com predomínio de cores
claras no material em alteração. Entre as lâminas minerais escuros e cores alaranjadas
ferruginosas.
RAÍZES: comuns finas e muito fias nos horizontes A e Bt; raras e finas nos horizontes C e Cr1;
não foi descrito em Cr2.
OBSERVAÇÕES:
- Estrutura: Predomínio de blocos subangulares em Bt.
A (0-9cm)
Btnvz (9-40cm)
Cnvz (40-53cm)
Crnz1 (53-66cm)
Crnz2 (66-80+cm)
Análises Físicas
Granulometria Fracionamento da areia
Areia
Horiz./ Areia Areia Areia Areia Ds Dp Pt A.D.A GF Relação
Cascalhos Calhaus Argila Areia Silte muito
Profundidade grossa média fina muito kg.dm-3 kg.dm-3 (%) g.kg-1 (%) S/A
(g.kg-1) (g.kg-1) (g. kg-1) (g. kg-1) (g. kg-1) grossa
g/kg g/kg g/kg fina g/kg
g/kg
A 0 - 9 cm 83 153 313 529 159 35 311 0 80 96 1,32 2,61 49 242 22 0,51
Bt 9 - 40 cm 12 1 534 337 129 21 207 0 51 55 1,88 2,62 28 425 20 0,24
C 40 - 53 cm 28 0 443 425 132 31 271 0 54 65 1,89 2,76 32 336 24 0,30
Cr1 53 - 66 cm 150 30 254 613 133 49 427 0 68 75 1,87 2,73 32 218 14 0,52
Cr2 66 - 80+cm 92 5 166 756 78 73 541 0 66 75 2,23 2,87 22 153 8 0,47
Análises Químicas
pH
Horiz/. ∆pH CTC - CTC - At. V m PST P
CO
Est. CO
(1:2,5) g
Profundidade CE Ca⁺ ² Mg⁺ ² Na⁺ K⁺ Al⁺ ³ SB H+Al Efetiva Potencial Argila mg kg⁻ ¹ Mg.ha-1
kg⁻ ¹
Água KCl dS/m cmolckg-1 %
A 0-9cm 6,9 5,2 -1,8 1,91 9,10 5,04 0,11 0,52 0,06 14,77 1,73 14,83 16,50 56 90 0,42 0,67 18,60 15,48 18,39
Btvz 9-40cm 7,2 5,7 -1,5 4,50 10,07 13,64 1,34 0,08 0,09 25,13 1,49 25,22 26,62 56 94 0,37 5,03 0,53 5,46 31,81
Cnvz 40-53cm 7,2 5,9 -1,3 5,04 10,59 19,27 2,31 0,09 0,06 32,26 0,91 32,32 33,17 82 97 0,19 6,96 2,33 3,48 8,55
Crnz1 53-66cm 7,5 6,0 -1,5 4,93 8,29 11,71 2,89 0,07 0,00 22,96 0,83 22,96 23,79 102 97 0,00 12,15 41,50 1,81 4,41
Crnz2 66-80+cm 7,5 6,2 -1,3 4,33 2,59 6,19 0,90 0,05 0,00 9,73 0,91 9,73 10,64 66 91 0,00 8,46 2,85 0,12 0,37
At. Argila – Atividade da Argila
84
A - DESCRIÇÃO GERAL
PERFIL 2
DATA – 19.10.2017
CLASSIFICAÇÃO SiBCS – LUVISSOLO CRÔMICO Órtico vertissólico, textura
argilosa/muito argilosa, mineralogia esmectítica-ilítica, pouco cascalhenta, A moderado, fase
epipedregosa, mineralogia feldspática, argila de atividade alta (Tma), fase caatinga
hiperxerófila e relevo suave ondulado.
LOCALIZAÇÃO, MUNICÍPIO, ESTADO E COORDENADAS – Após 9,0 km do centro
de Serra Talhada pela Rodovia PE-365, virar à esquerda e seguir por mais 1,3 km por estrada
de chão até o perfil que fica dentro de uma vila. Aa\Serra Talhada (PE), 07° 54’ 56,7”S e 38°
14’ 10,5”W.
SITUAÇÃO, DECLIVE E COBERTURA VEGETAL SOBRE O PERFIL: Descrito e
coletado em barranco sob vegetação nativa.
ELEVAÇÃO – 485 m.
FORMAÇÃO GEOLÓGICA E LITOLOGIA- Suíte shoshonítica ultrapotássica Triunfo
(sk): biotita, hornblenda, piroxênio, álcalifeldspato granito/sienito
CRONOLOGIA – Neoproterozóico
MATERIAL ORIGINÁRIO – Produto da alteração das rochas supracitadas.
PEDREGOSIDADE – Muito pedregosa na superfície.
ROCHOSIDADE - Ausente.
RELEVO LOCAL – Suave Ondulado.
RELEVO REGIONAL – Suave Ondulado.
EROSÃO – ligeira e laminar
DRENAGEM -Moderadamente drenado.
VEGETAÇÃO PRIMÁRIA - Caatingueira,pereiro, jurema, cactáceas (xique-xique, coroa-de-
frade e mandacuru) e marmeleiro.
USO ATUAL – Vegetação secundária em recuperação e Pecuária Extensiva.
CLIMA – BSh, da classificação de Köppen.
DESCRITO E COLETADO POR – José Coelho de Araújo Filho, Valdomiro Severino Sousa-
Junior, Jean Cheyson Barros dos Santos, Vitória Regina Faustino da Silva.
B - DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
BA – 12-25 cm, Bruno-avermelhado (2,5 YR 4/4, úmida) e Vermelho (2,5YR 4/6, seca); argila;
moderada média a grande prismática composta por média a grande blocos subangulares e
angulares; dura a muito dura; friável a firme, muito plástica e pegajosa; transição plana e
gradual.
85
Btv– 25-48 cm, Vermelho (2,5 YR 4/6, úmida e seca); muito argilosa; moderada média e grande
prismática composta por média e grande blocos subagulares e angulares; slickensides comuns
e moderado; muito dura a extremamente dura, friável a firme, muito plástica e pegajosa;
transição gradual e plana.
BC – 48-70 cm, Vermelho (2,5 YR 5/6, úmida e seca); mosqueado comum pequeno e distinto
Preto (5YR 2,5/1,0); francoargilosa; moderada média a grande prismática composta por média
a grande blocos subangulares e angulares; dura, friável, plástica pegajosa; transição plana e
clara.
Cr – 70-120+ cm, Oliva (5Y 5/3, úmida) e Cinzento-claro (2,5Y 7/3, seco); Mosqueado
abundante médio a grande proeminente Preto (5YR 2,5/1,0, úmida); estrutura maciça com
tendência a formar estruturas laminares; consistência ligeiramente dura a dura e friável.
RAÍZES: Comuns (finas e muitos finas) e raras (grossa) nos horizontes A e BA; comuns (finas)
e raras (média) nos horizontes Bt e BC; poucas e finas no Cr.
OBSERVAÇÕES:
A (0-12cm)
BA (12-25cm)
Btv (25-48cm)
BC (48-70cm)
Cr (70-120+cm)
Análises Físicas
Granulometria Fracionamento da areia
Areia
Horiz/ Areia Areia Areia Areia Ds Dp Pt A.D.A GF Relação
Cascalhos Calhaus Argila Areia Silte muito
Profundidade grossa média fina muito kg.dm-3 kg.dm-3 (%) g.kg-1 (%) S/A
(g.kg-1) (g.kg-1) (g. kg-1) (g. kg-1) (g. kg-1) grossa
g/kg g/kg g/kg fina g/kg
g/kg
A 0 -12 cm 42 32 283 570 147 25 348 0 87 106 1,31 2,73 52 263 7 0,52
BA 12 - 25cm 37 22 518 415 68 19 263 0 58 72 1,50 2,79 46 420 19 0,13
Bt 25 - 48 cm 18 2 601 226 174 9 105 0 41 70 1,56 2,92 47 426 29 0,29
BC 48 - 70 cm 18 - 339 319 342 16 131 0 60 113 1,37 2,89 53 285 16 1,01
Cr 70 - 120+cm 31 - 273 374 353 37 164 0 58 110 1,57 2,93 46 227 17 1,29
Análises Químicas
CTC - CTC - At. Est.
Horiz./ pH CE Ca⁺ ² Mg⁺ ² Na⁺ K⁺ Al⁺ ³ SB H+Al V m PST P CO
∆pH Efetiva Potencial Argila CO
Profundidade Água KCl dS/m mg.kg⁻ ¹ g.kg⁻ ¹
cmolckg-1 % Mg.ha1
A 0-12cm 6,2 5,7 -0,5 0,37 8,99 3,67 0,02 0,50 0,06 13,18 5,78 13,24 18,96 71 70 0,48 0,11 10,77 12,01 18,88
BA 12-25cm 6,3 4,3 -2,0 0,79 10,06 8,99 0,19 0,13 0,13 19,37 4,54 19,50 23,91 50 81 0,64 0,79 1,19 5,10 9,94
Btv 25-48cm 6,5 4,2 -2,3 1,34 15,33 19,39 0,42 0,11 0,19 35,25 4,62 35,44 39,87 77 88 0,53 1,05 0,10 5,28 18,93
BC 48-70cm 6,9 4,3 -2,6 2,40 18,23 21,13 0,73 0,08 0,06 40,17 2,97 40,23 43,14 146 93 0,16 1,69 47,90 2,02 6,09
Cr 70-120+cm 7,1 5,0 -2,1 2,05 19,01 23,22 0,89 0,11 0,13 43,23 0,91 43,36 44,14 184 98 0,29 2,02 198,86 1,67 13,09
88
A - DESCRIÇÃO GERAL
PERFIL 3
DATA – 18.10.2017
CLASSIFICAÇÃO SiBCS – LUVISSOLO CRÔMICO Órtico típico, textura média-
argilosa/argilosa, mineralogia esmectítica-caulinítica, cascalhenta, A moderado, fase
epipedregosa, mineralogia feldspática e anfibolítica, atividade muito alta (Tma), fase caatinga
hiperxerófila e relevo plano.
LOCALIZAÇÃO, MUNICÍPIO, ESTADO E COORDENADAS – Estrada Afogados da
Ingazeira -Tabira (PE-320) distando 1,8 km da ponte da PE-292 sobre o Rio Pajeú, lado direito
da estrada. Afogados da Ingazeira (PE), 07° 44' 01,1’’S e 37° 38' 12,9” W.
SITUAÇÃO, DECLIVE E COBERTURA VEGETAL SOBRE O PERFIL: Descrito e
coletado em barranco sob vegetação nativa
ELEVAÇÃO – 556 m.
FORMAÇÃO GEOLÓGICA E LITOLOGIA – Suíte granítica-migmatítica peraluminosa
Recanto/ Riacho do Forno: Ortognaisse e migmatito granodiorítico.
CRONOLOGIA – Mesoproterozóico
MATERIAL ORIGINÁRIO – Produto da alteração das rochas supracitadas
PEDREGOSIDADE – Muito pedregosa na superfície.
ROCHOSIDADE – Ligeiramente rochosa.
RELEVO LOCAL – Suave ondulado
RELEVO REGIONAL – Suave ondulado à ondulado.
EROSÃO – Ligeira a moderada laminar.
DRENAGEM – Bem drenado a moderadamente drenado.
VEGETAÇÃO PRIMÁRIA – A vegetação primária não se encontra mais presente, como:
catingueira, marmeleiro, umbuzeiro e cactáceas.
USO ATUAL –vegetação secundária em recuperação.
CLIMA – BSh, da classificação de Köppen.
DESCRITO E COLETADO POR: José Coelho de Araújo Filho, Valdomiro Severino Sousa
Junior, Jean Cheyson Barros dos Santos, Vitória Regina Faustino da Silva.
B - DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
Bt – 23-47 cm, Vermelho (2,5YR 4/6, úmida e seca); argila; moderada pequena e média
prismática composta por moderada pequena e média blocos angulares e subangulares;
cerosidade comum e fraca; dura a muito dura, friável, muito plástica e pegajosa; transição clara
e plana.
Cr/C – 47-73 cm, Bruno-forte (7,5YR 4/6, úmida) e mosqueado abundante pequeno e distinto
Preto (5YR, 2,5/1); francoargilosa; maciça e moderada pequena e média prismática composta
por moderada pequena e média blocos angulares; dura, muito friável, ligeiramente plástica e
ligeiramente pegajosa; transição gradual e plana.
RAÍZES: muitas (finas e média) no horizonte A; poucas (médias) no horizonte BA; poucas a
raras (finas e médias) no horizonte Bt; raras (finas, médias e grossas) no Cr/C; e raras (finas)
no Cr.
OBSERVAÇÕES:
- Porosidade: muitos (muitos pequenos) em A; muitos (pequenos) e comuns (médios) no
horizonte BA; muitos (muitos pequenos) e comuns (pequenos) no Bt; muitos (muitos pequenos)
e poucos (pequenos) no Cr/C.
- O horizonte Cr/C está mais preservado (xistosidade mais evidente e menor agregação) no lado
direito do perfil coincidindo com a região de maior presença dos veios leucocráticos;
- Os veios leucocráticos estão extremamente fragmentados diante da provável alteração de
feldspato;
- Também observasse no Cr uma coloração esverdeada, provável alteração de micas (biotita),
formando minerais secundários 2:1
90
A (0-10cm)
BA (10-23cm)
Bt (23-47cm)
Cr/C (47-73cm)
Cr (73-105+cm)
Análises Físicas
Granulometria Fracionamento da areia
Horiz./ Areia Areia Ds Dp Pt A.D.A GF Relação
Areia Areia Areia Areia
Profundidade Cascalhos Calhaus Argila Silte muito muito kg.dm-3 kg.dm-3 (%) g.kg-1 (%) S/A
(g. grossa média fina
(g.kg-1) (g.kg-1) (g. kg-1) (g. kg-1) grossa fina
kg-1) g/kg g/kg g/kg
g/kg g/kg
A 0 - 10 cm 183 103 326 479 195 51 250 0 76 102 1,49 2,66 44 241 5 0,60
BA 10 - 23 cm 54 36 479 362 159 24 184 0 63 91 1,24 2,73 55 399 3 0,33
Bt 23 - 47 cm 9 1 557 208 234 8 96 0 38 67 1,27 2,84 55 420 5 0,42
Cr/C 47 - 73 cm 7 9 339 371 290 8 184 0 68 110 1,33 3,14 58 283 3 0,86
Cr 73- 105+cm 41 10 163 528 309 22 276 0 85 142 1,37 2,86 52 158 1 1,90
Análises Químicas
CTC - CTC - At. Est.
pH CE Ca⁺ ² Mg⁺ ² Na⁺ K⁺ Al⁺ ³ SB H+Al V m PST
Horiz./ Efetiva Potencial Argila P CO CO
∆pH
Profundidade Água KCl dS/m mg.kg⁻ ¹ g.kg⁻ ¹ Mg.ha-
1
cmolckg-1 %
A 0-10cm 6,9 5,5 -1,4 0,37 11,49 3,49 0,04 0,84 0,06 15,86 3,30 15,92 19,16 59 83 0,40 0,21 29,47 27,50 40,98
BA 10-23cm 7,4 5,4 -2,0 0,19 12,36 4,37 0,05 0,21 0,06 16,99 3,71 17,05 20,70 43 82 0,37 0,24 8,74 10,50 16,93
Bt 23-47cm 7,6 5,1 -2,6 0,14 16,06 3,20 0,09 0,10 0,06 19,45 3,22 19,51 22,67 41 86 0,32 0,40 1,15 5,56 16,94
Cr/C 47-73cm 7,9 4,4 -3,5 0,23 19,44 11,44 0,13 0,09 0,13 31,10 2,64 31,23 33,74 100 92 0,40 0,39 0,58 2,21 7,63
Cr 73-105+cm 8,1 4,5 -3,6 0,18 13,82 10,21 0,10 0,08 0,13 24,21 1,73 24,34 25,94 159 93 0,51 0,39 61,86 0,55 2,43
92