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1 - Embargos de Terceiro

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Anderson Flogner

OAB/PR – 78.164
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Tudo é possível para aquele que crê, pois, o Senhor é o Deus todo poderoso
que pode todas as coisas! Perdoar é ação!

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4 VARA CÍVEL DA


COMARCA DE LONDRINA – PARANÁ.

AUTOS DO PROCESSO: 0064737-46.2023.8.16.0014

RONALDO CLEMENTE SILVA, brasileiro, casado, empresário, portador do documento de


Identidade nº 5096689-5 SESP/PR e inscrito no CPF/MF sob o nº 739.519.009-20, residente e
domiciliada a Rua Fernando de Noronha, nº 609, Apto 604, Centro, Londrina, Paraná, CEP: 86020-
300, por seus advogados signatários, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com
fulcro nos artigos 1.046, e 1054 do Código de Processo Civil, opor

EMBARGOS DE TERCEIROS COM PEDIDO DE LIMINAR,

em face de EDISON SHIGUEAKI NOGIRI, brasileiro, casado, médico, portador da carteira de


identidade RG nº 6.166.145-0 SSP/PR e do endereço eletrônico: ed.nogiri@hotmail.com, inscrito no
CPF/MF sob o nº 994.088.489 34, residente e domiciliado à Rua Gil de Abreu de Souza, nº 1770,
Casa 26, na cidade de Londrina-PR, neste ato representado por sua administradora IMOBILIÁRIA
VENEZA S/S LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 78.032.935/0001-
47, com endereço na Rua Professor João Cândido, 955, na cidade de Londrina/PR, CEP: 86010-000,
pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:

1. PRELIMINARMENTE – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

A parte Embargante não tem condições de arcar com as despesas do processo, uma
vez que são insuficientes seus recursos financeiros para pagar todas as despesas processuais, inclusive
o recolhimento das custas iniciais.

Destarte, a Demandante ora formula pleito de gratuidade da justiça, o que faz por
declaração de seu patrono, sob a égide do art. 99, § 4º c/c 105, in fine, ambos do CPC, quando tal
prerrogativa se encontra inserta no instrumento procuratório acostado.

2. BREVE RELATO DOS FATOS

ELISA GABRIELLE DE ALMEIDA FIGUEIREDO, que figura como ré no


referido processo, e RONALDO CLEMENTE SILVA, ora embargante, celebraram contrato de
compra e venda do seguinte objeto, onde temos que presente contrato é a venda pela Vendedora ao

Rua Quintino Bocaiuva | n. 183 | Centro | Cornélio Procópio | Estado do Paraná | Email: flogner.adv@gmail.com | Tel. (43) 98462-1048
Anderson Flogner
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Tudo é possível para aquele que crê, pois, o Senhor é o Deus todo poderoso
que pode todas as coisas! Perdoar é ação!

Comprador de um ponto comercial com o respectivo fundo de comércio e seus ativos, localizado na
Rua Pernambuco, nº 1210, Centro, Londrina – PR, CEP: 86020-121, com os bens móveis, utensílios
e estoque que ali se encontram para a data de 01 de julho de 2022. Doc. Anexo.

Ainda que contratou como garantia de fiança da locação a empresa


GARANTFACIL SERVIÇOS DE COBRANÇA LTDA, conforme contrato de locação acostado aos
autos.
O aluguel inicial firmado entre as partes foi de R$ 6.812,50 (seis mil, oitocentos e
doze reais e cinquenta centavos), devendo ser pago até o dia 02 (dois) de cada mês, cujo valor
atualizado se encontra em R$ 7.214,44 (sete mil, duzentos e quatorze reais e quarenta e quatro
centavos).
O embargante possui um débito existente com a autora, contudo, junta ainda
comprovantes de pagamentos, diante do mínimo existencial que é devido a cada pessoa humana, não
vislumbrava qualquer possibilidade de ter cumprido com sua obrigação sem penalizar, mais do que
já vem ocorrendo, o sustento digno de seu e de sua família.

Tendo em vista que o Direito contemporâneo não vê o direito de propriedade como


um direito absoluto, que reina acima de tudo e de todos e sim, com uma visão social, que para
legitimar-se precisa ser exercido conforme sua função social, pois a situação da falta de moradia é
óbvia, fazendo assim, com que os legisladores se preocupem em manter as relações entre locador e
locatário a cada dia mais equilibradas, como pode ser observado pelo teor dos artigo 8º da Lei
8285/91, art. 813 e art. 572 do CC/02.

Entendemos assim que a recomendação é pela razoabilidade, pois o que se tem em


vista é a natureza e a finalidade do negócio.

Todavia, em virtude de diversos problemas particulares, o Embargante não


conseguiu efetuar o pagamento de suas obrigações, tornando-se inadimplente.

Sendo assim, o embargante não tem condições de purgar a mora, porém deseja
efetuar o pagamento da dívida através de uma proposta de acordo, sendo assim pactuada em 10
parcelas, 6 parcelas ou 4 parcelas, com 30 dias para seu início de pagamento, ainda apresentação de
nova garantia.
Cumpre esclarecer, que deve ser expurgado da planilha de cobrança os valores
referentes aos honorários advocatícios, tendo em vista que o embargante requereu o benefício da
gratuidade de justiça, como será demonstrado.

A proposta do embargante seria a seguinte: o pagamento da dívida sem a aplicação


da multa, que deverá ser pago em 10 parcelas iguais, ou 6 parcelas, ou 4 parcelas sucessivas e mensais,
cada uma, com prazo de 30 dias após a assinatura do contrato, e que deverá ser cobrada juntamente
com as parcelas dos aluguéis atuais, troca do nome da locatária ELISA GABRIELLE DE
ALMEIDA FIGUEIREDO, sendo que o embargante deverá fazer a apresentação de nova garantia.

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Ocorrendo o despejo nas condições pretendidas, o contestante sofrerá prejuízos de


elevada monta, pois obrigar-se-á a montar suas dependências em outro local, ainda desconhecido, e
não terá tempo suficiente para divulgar e preparar seus clientes, além de ser obrigado a dispender
elevada soma de dinheiro, o que, no presente momento, é reconhecidamente desfavorável à maioria
das atividades empresariais, nas quais o contestante se inclui, podendo ser levado a um possível
fracassado de suas atividades.

Em suma era, isso.

3. DO DIREITO

O Código de Processo Civil, em seu artigo 336, é claro ao estabelecer que:

"Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as


razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando
as provas que pretende produzir."

Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15


(quinze) dias, cujo termo inicial será a data:

Assim, por ter sido citado dia 05/03/2024, tempestiva a presente Defesa.

No mais, traz-se à baila, na presente peça e em anexo, toda a fundamentação e


comprovação da improcedência dos pedidos da parte autora, devendo ser julgada totalmente
improcedente a ação.

Nesta oportunidade, pois, cumpre frisar que os fatos narrados na exordial não
coadunam com a verdade do ocorrido.

Nesse sentido, é a jurisprudência do Tribunal de Justiça de São Paulo:

APELAÇÃO – LOCAÇÃO DE IMÓVEL – Cobrança de saldo de aluguéis e


encargos além de despesas com pintura e manutenção do imóvel – Improcedência
– Saldo de aluguel indevido por força do abatimento proporcional previsto no artigo
26 da lei de locações. Ressarcimento de despesas com nova pintura do imóvel –
Descabimento - Responsabilidade da locatária pela realização de nova pintura que
não restou demonstrada – Imóvel que deveria ser devolvido nas mesmas condições
em que foi locado, sem menção à existência de pintura nova no início da locação.
Danos materiais e responsabilidade da locatária pelos reparos no imóvel que
também não restaram demonstrados - Recurso improvido. (TJSP; Apelação Cível
1005678-32.2017.8.26.0309; Relator (a): Luis Fernando Nishi; Órgão Julgador: 32ª
Câmara de Direito Privado; Foro de Jundiaí - 4ª Vara Cível; Data do Julgamento:
22/09/2020; Data de Registro: 22/09/2020)
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3.1 DA PERDA DO OBJETO DA AÇÃO

A Ação de Despejo visa à retirada do locatário da posse do bem imóvel locado. Fato
é que, Excelência, o imóvel se desocupado, causará grandes prejuízos a contestante, motivo pelo qual,
visualiza-se a perda do objeto da ação.

Neste sentido, cita-se a jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Rio


Grande do Sul:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE


PAGAMENTO. DESOCUPAÇÃO DO IMÓVEL. PERDA DO OBJETO. O
presente recurso busca tão-somente o decreto de despejo, razão pela qual com a
desocupação do imóvel perdeu seu objeto, restando prejudicado o pedido. Sentença
mantida. POR UNANIMIDADE, NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO.
(Grifo nosso).

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. LOCAÇÃO. AÇÃO DE DESPEJO POR


FALTA DE PAGAMENTO. DESOCUPAÇÃO DO IMÓVEL NO CURSO DA
LIDE. PERDA DE OBJETO DA DEMANDA. EXTINÇÃO DO FEITO. ÔNUS
DA PROVA. CASO CONCRETO. PRELIMINAR DE INTEMPESTIVIDADE
RECURSAL. INTEMPESTIVIDADE RECURSAL RECONHECIDA. APELO
MANIFESTAMENTE INTERPOSTO FORA DO PRAZO. NÃO
CONHECERAM DO RECURSO. UNÂNIME. (Grifo nosso).

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. LOCAÇÃO. AÇÃO DE DESPEJO.


DESOCUPAÇÃO DO IMÓVEL COM A ENTREGA DAS CHAVES. PERDA
DO OBJETO. A presente demanda visa tão-somente o decreto de despejo e não a
cobrança dos aluguéis atrasados, razão pela qual com a desocupação do imóvel e
entrega das chaves perdeu seu objeto, restando prejudicado o exame do recurso.
POR UNANIMIDADE, JULGARAM PREJUDICADO O EXAME DO
RECURSO. (Grifo nosso).

Assim, Excelência, imperioso se faz o reconhecimento da perda de objeto da ação.

3.2 DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ

Pelo exposto, Excelência, percebe-se que o demandante litiga de forma temerária,


alterando a verdade dos fatos com o escopo de confundir este Juízo.

Neste sentido, imperioso atentar aos artigos 16 a 18 do Código de Processo Civil


que tratam da litigância de má-fé visualizada no caso em comento.

Art. 16. Responde por perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como autor, réu
ou interveniente.

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Art. 17. Reputa-se litigante de má-fé aquele que:

I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;

II – alterar a verdade dos fatos;

III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;

IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;

V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;

Vl – provocar incidentes manifestamente infundados.

VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Art. 18. O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de


má-fé a pagar multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa e a
indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários
advocatícios e todas as despesas que efetuou. (Grifo nosso).

Desse modo, notório que o demandante, visando a causar uma confusão, pleiteando
despejo inexistente, alterando a verdade dos fatos e litigando de forma temerária, age de má-fé!

Faz-se mister, portanto, Excelência, a condenação nas penas da litigância de


má-fé, não só pela repercussão da atitude para com os demandados, mas como punição por
movimentar o já assoberbado Poder Judiciário.

4. DOS PEDIDOS.

Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência:

a) seja deferido o pedido de Gratuidade de Justiça;

b) julgar totalmente improcedente o pedido do Autor;

c) seja a parte autora intimada para tomar ciência da presente proposta de acordo;

d) requer, após inversão do ônus sucumbenciais, a condenação do Autor no pagamento das custas
e honorários advocatícios;

Protesta pela produção de provas testemunhal, pericial e documental, além do


depoimento pessoal do autor, sob pena de confesso, sem prejuízo de outras em Direito admitidas.

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Nestes termos,

Pede e espera deferimento.

Datado assinado digitalmente.

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