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A Pessoa Humana

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A PESSOA HUMANA (DEFINIÇÃO)

No contexto filosófico, a pessoa humana é por vezes tida como um sujeito com direitos e
deveres, dispondo ainda de dignidade e de autonomia. A filosofia e a ética costumam
explorar questões ligadas à natureza da pessoa humana, compreendendo debates a respeito
da identidade pessoal, moralidade, livre-arbítrio, etc.

Já do ponto de vista jurídico, uma pessoa humana seria a titular de direitos fundamentais,
como no caso do direito à vida, liberdade, igualdade e outros. Tais direitos costumam ser
protegidos pelas constituições e, ainda, por tratados internacionais de direitos humanos.

Essa perspectiva resguarda a dignidade inerente de cada pessoa, determinando barreiras


contra a negação da humanidade ou sua deterioração. A reflexão sucessiva a respeito da
natureza da pessoa humana não somente fortalece os fundamentos da justiça e direitos
humanos, mas ainda orienta a sociedade quando tiverem que ser tomadas decisões éticas
nesse mundo em frequente transformação.

A pessoa Humana no contexto Jurídico

No contexto jurídico, a pessoa humana é considerada um sujeito de direitos, ou seja, possui


uma personalidade jurídica que lhe confere capacidade para adquirir direitos e contrair
obrigações. Essa capacidade é reconhecida desde o nascimento até a morte, garantindo a
proteção legal de cada indivíduo ao longo de sua vida.

A pessoa humana é titular de direitos civis, políticos, sociais, econômicos e culturais, os


quais devem ser assegurados pelo Estado e pela sociedade. Esses direitos são universais e
devem ser respeitados independentemente de qualquer discriminação, seja ela por raça, cor,
sexo, orientação sexual, religião, idade, entre outros aspectos.

Além disso, a pessoa humana também possui deveres para com a sociedade e o
Estado. Esses deveres são indispensáveis para a convivência pacífica em sociedade e para o
exercício pleno dos direitos individuais e coletivos.

No ordenamento jurídico brasileiro, a Constituição Federal de 1988 é o principal


documento que estabelece os direitos fundamentais e as garantias individuais da pessoa
humana. Esses direitos são inalienáveis e intransmissíveis, ou seja, são inerentes à própria
pessoa e não podem ser retirados ou transferidos.

É importante enfatizar que a pessoa humana é sujeito de direitos desde o momento de seu
nascimento. A vida é um dos direitos fundamentais mais importantes e deve ser protegida e
respeitada em todas as suas fases.

No Brasil, existe um sistema de Justiça que visa garantir que a pessoa humana seja
respeitada em sua plenitude. Esse sistema é composto por diversos órgãos e instituições,
como o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública, que atuam na defesa
dos direitos e interesses da pessoa humana.

Em suma, compreender a natureza jurídica da pessoa humana é essencial para a construção


de uma sociedade mais justa e igualitária. A valorização da dignidade humana e o respeito
aos direitos fundamentais são pilares fundamentais do Estado Democrático de Direito.

A Natureza Jurídica do Homem

A natureza jurídica do homem é um conceito fundamental no campo do direito, pois


estabelece a base para a compreensão dos direitos e deveres que cada pessoa possui dentro
de uma sociedade. Neste artigo, exploraremos os aspectos essenciais desse conceito de
forma detalhada e clara.

1. Definição de natureza jurídica:

A natureza jurídica do homem refere-se à condição legal e aos direitos inerentes a cada
indivíduo. Ela é baseada na concepção de que todas as pessoas são titulares de direitos e
têm o dever de cumprir as normas estabelecidas pela sociedade em que vivem.

2. A pessoa humana como sujeito de direitos:

A pessoa humana é considerada um sujeito de direitos, ou seja, possui uma personalidade


jurídica que lhe confere capacidade para adquirir direitos e contrair obrigações. Essa
capacidade é reconhecida desde o nascimento até a morte, garantindo a proteção legal de
cada indivíduo ao longo de sua vida.

3. Direitos e deveres da pessoa humana:

Os direitos da pessoa humana são garantias fundamentais estabelecidas pela legislação e


pela Constituição. Esses direitos incluem a vida, a liberdade, a igualdade, a dignidade, entre
outros. Além disso, a pessoa humana também possui deveres, como cumprir as leis,
respeitar os direitos dos outros indivíduos e contribuir para o bem-estar coletivo.

4. A relação entre a natureza jurídica e a sociedade:

A natureza jurídica do homem está intrinsecamente ligada à sociedade em que ele vive. É
por meio das leis e normas estabelecidas pela sociedade que os direitos e deveres da pessoa
humana são garantidos e protegidos. A sociedade é responsável por estabelecer as regras
que regem as relações entre as pessoas e asseguram a convivência pacífica e organizada.

5. A importância da natureza jurídica do homem:

A compreensão da natureza jurídica do homem é essencial para que cada indivíduo possa
exercer seus direitos e cumprir suas obrigações de maneira plena e consciente. Conhecer
seus direitos e deveres permite que as pessoas reivindiquem sua dignidade, lutem por
justiça e participem ativamente da sociedade em que vivem.

Em suma, a natureza jurídica do homem é o fundamento para a existência e proteção dos


direitos e deveres de cada pessoa. É por meio desse conceito que a sociedade estabelece as
bases para garantir a dignidade e o respeito a todos os indivíduos. Portanto, compreender
essa natureza jurídica é essencial para uma convivência harmoniosa e justa dentro de uma
sociedade.
A pessoa Humana no contexto psicológico
No contexto psicológico, a pessoa humana é vista como um ser complexo, cujo
comportamento e processos mentais são influenciados por uma variedade de fatores. A
psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano e seus processos mentais,
incluindo sensação, emoção, percepção, aprendizagem e inteligência.

Existem várias abordagens na psicologia para estudar a pessoa humana. Por exemplo,
a psicologia humanista se centra no estudo da pessoa como um todo e parte da ideia de que
os seres humanos são inatamente bons. Os psicólogos humanistas não observam a conduta
humana somente a partir dos olhos do observador, mas também através da pessoa que atua
ou pensa. Eles entendem que o comportamento humano não pode se separar de seus
sentimentos, intenções, autoimagem e até história pessoal e que deve se concentrar na
liberdade, no potencial e na criatividade humana.

Outra abordagem é o behaviorismo, que está voltado para o estudo do comportamento


humano. Para os psicólogos que utilizam essa escola, existem dois tipos de
comportamentos: o respondente e o operante. No comportamento respondente, o indivíduo
comporta-se involuntariamente. Já no operante, o indivíduo apresenta consciência de seu
comportamento.

A psicanálise, por sua vez, tem como pilares as ideias de Sigmund Freud. Essa escola visa
ao estudo da mente e tem como foco o inconsciente do indivíduo. De acordo com essa
abordagem, o inconsciente expressa-se de modo velado no consciente. Assim, o
inconsciente pode, por exemplo, manifestar-se nos atos falhos e sonhos.

Em suma, a psicologia busca compreender a pessoa humana em todas as suas dimensões,


considerando tanto os aspectos visíveis (comportamentos) quanto aqueles que não podem
ser vistos, como nossos pensamentos. Através do estudo da psicologia, é possível obter uma
compreensão mais profunda da complexidade da pessoa humana.

A pessoa Humana no contexto ético

Na filosofia ética, a pessoa humana é vista como um ser moral, capaz de distinguir o certo
do errado e de tomar decisões éticas. A ética é um ramo da filosofia que estuda o
comportamento humano e busca compreender o que é moralmente certo e errado. Ela nos
ajuda a refletir sobre nossas ações e escolhas, levando em consideração os princípios
morais que regem nossa sociedade.
Existem várias abordagens na filosofia para estudar a pessoa humana. Por exemplo, Cícero
(106-43 a.C.) define a pessoa como sendo sujeito de direitos e deveres.
Boécio (c.480-524) entende pessoa como uma substância individual de natureza
racional. São Tomás de Aquino (1225-1272) entende a pessoa como um subsistente de
natureza racional. Há, nestes últimos dois filósofos (Boécio e Tomás), algo comum:
referência ao individuo subsistente, coeso, uno, total, e de natureza racional.
A ética busca orientar as ações humanas de acordo com princípios e valores que promovam
o bem-estar individual e coletivo.
A ética, portanto, trata de convivência entre seres humanos na sociedade. Num sentido mais
restrito, ela se restringe às relações pessoais de cada um. Num sentido mais amplo - já que
ninguém vive numa pequena comunidade isolada -, ela se relaciona com a política - da
cidade, do país e do mundo.
Em suma, a ética na filosofia busca compreender a pessoa humana em todas as suas
dimensões, considerando tanto os aspectos visíveis (comportamentos) quanto aqueles que
não podem ser vistos, como nossos pensamentos. Através do estudo da ética, é possível
obter uma compreensão mais profunda da complexidade da pessoa humana.

A pessoa Humana no contexto personalista


É uma corrente filosófica do século XX cuja inspiração se encontra na visão cristã do ser
humano. Neste sentido, o cristianismo dá ao indivíduo um valor absoluto, pois acredita que
a pessoa deve ser o centro de qualquer explicação sobre a realidade, uma vez que o ser
humano é feito à imagem e semelhança de Deus.

A ideia de pessoa é o foco desta abordagem filosófica. Neste sentido, a pessoa é


caracterizada por uma ideia de transcendência da qual somos considerados indivíduos além
da nossa própria consciência individual.

As relações pessoais são regidas pela presença ou ausência de amor. Desta maneira, a ideia
de amor permite configurar uma comunidade de pessoas.
Como a maioria das correntes filosóficas, o personalismo é uma visão que se opõe às
outras. Neste caso, o materialismo e o panteísmo são as duas correntes combatidas pelos
filósofos personalistas.

As diferentes formas de materialismo afirmam que a matéria é o princípio fundamental


da realidade. A partir da linha do personalismo se afirma que a ideia de pessoa não pode
ser reduzida a um conjunto de explicações simplesmente materiais. Neste sentido, o
personalismo de Mounier afirma que a ideia de pessoa não deve ser concebida como
uma substância, mas sim com base da experiência de vida de cada indivíduo.

De acordo com o panteísmo a realidade deve ser entendida em sua totalidade, de tal
forma que a natureza e Deus são a mesma coisa. Em oposição a este ponto de vista, o
personalismo considera que o indivíduo não pode ser diluído em um simples momento de
um todo.

O personalismo do século XX é o resultado de várias tradições filosóficas anteriores

Na filosofia platônica já existe um precedente do personalismo. Platão acredita que o


Amor é a força que impulsiona o ser humano aos Ideais.

Na filosofia cristã, a ideia de Deus não é entendida como algo abstrato, mas sim como
um ser pessoal que se comunica com os homens.

O movimento personalista do século XX é inspirado na visão de Tomás de Aquino, um


filósofo medieval cristão que refletiu sobre a noção de pessoa. Segundo Aquino, a
natureza humana é de tipo racional e cada indivíduo é uma pessoa por dois grandes
motivos: porque o homem é um ser ético que pode distinguir entre o bem e o mal e
porque o homem é um ser livre que pode decidir o rumo de sua vida.

O personalismo ontologicamente fundado, criado por Elio Sgreccia, é um exemplo de uma


abordagem personalista na bioética. Esta abordagem considera que toda vida humana
começa com a fecundação e termina com a morte natural. Ela defende que a pessoa deve
ser o critério de avaliação frente a um dilema bioético.
Portanto, no contexto personalista, a pessoa humana é vista não apenas como um ser
biológico, mas também como um ser moral e espiritual, com dignidade inerente e direitos
inalienáveis. Esta visão holística da pessoa humana tem implicações profundas para a ética,
a moralidade e a lei, influenciando a maneira como tratamos os outros e como estruturamos
nossa sociedade.

A pessoa Humana no contexto social


Na filosofia social, a pessoa humana é vista como um ser que possui certas capacidades ou
atributos associados à personalidade, como autoconsciência, noção de passado e futuro, e
posse de poder deôntico.
A filosofia social se ocupa dos fundamentos das instituições sociais, do comportamento
social e da interpretação da sociedade a partir de seus valores éticos.
Ela analisa as identidades, as relações e as estruturas de poder dentro do mundo social,
visando compreender os percursos, as mudanças e as tendências das sociedades
humanas. Os filósofos sociais enfatizam a compreensão dos contextos sociais considerando
questões políticas, legais, morais e culturais, incluindo o desenvolvimento de novas
estruturas teóricas.
A pessoa humana, neste contexto, é vista como um sujeito social, cuja identidade e
comportamento são moldados pelas interações sociais e pelas estruturas sociais nas quais
está inserida. A pessoa humana é entendida como um ser social que se desenvolve e se
define progressivamente em um contexto sóciocultural.
Portanto, a filosofia social busca compreender a pessoa humana em seu contexto social,
considerando a complexidade e a interconexão das dimensões individuais e coletivas da
existência humana.
A pessoa Humana no tentexto da Metafisicas

O sistema filosófico kantiano se ergue a partir da dicotomia numêno e fenômeno, na qual se


encontram todas as definições da sua filosofia em todos os níveis. É nessa maneira de
pensar que traça o seu criticismo. Na Fundamentação da Metafísica

dos Costumes (1785) e na Antropologia de um Ponto de Vista Pragmático (1798), Kant


constrói o conceito de pessoa humana, com intuito de fundar uma doutrina moral dentro
dos princípios do próprio homem para que viva numa sociedade bem estruturada, ordenada
e ajustada.

O projeto ético kantiano é considerado como sendo o mais expressivo da época moderna,
(para além da contribuição que teve no Iluminismo) o mesmo projeto se estende até a época
contemporânea, um projeto que ainda está a se fazer sentir no dia a dia da humanidade.

Na primeira obra, Kant tem a intenção de estabelecer os princípios morais livres de


qualquer conceito empírico, ou seja, pretende estabelecer os princípios da ação humana
fundados unicamente na razão pura. Por outro lado, diferentemente da segunda obra, na
qual o autor parte das aparências exteriores do homem, a fim de chegar ao conhecimento
interior do mesmo da razão humana.

Na Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Kant traça um objeto central para definir o
homem e vê esse objeto na liberdade, sem deixar para trás a subjetividade da própria pessoa
humana. O autor parte da premissa de que todo ser humano goza de uma liberdade natural e
tem uma capacidade de autodeterminação. O esboço feito por Kant é para demonstrar que o
homem é fim de si mesmo.

A pessoa é um ser de autonomia e dignidade. No sistema ético kantiano, negar essa


possibilidade seria renunciar à própria humanidade e à própria existência significada,
enquanto essencialmente humana.

O homem é um ser de necessidade enquanto faz parte do mundo sensível. A este respeito, a
sua razão tem certamente uma missão indeclinável com interesse da sensibilidade e de se
fazer máximas práticas, em vista da felicidade desta vida, se é possível uma vida futura.

Para dar mais ênfase à sua análise sobre a pessoa, Kant, na Antropologia de um

ponto de vista pragmático, afirma que: “o ser humano está destinado, por sua razão, a

estar numa sociedade com seres humanos e a se cultivar, civilizar e moralizar nela por meio
das artes e das ciências”.
Kant estabelece que o ser humano, quando determina seu modo de agir, deve guiar a sua
vontade de acordo com um princípio formal, que ele denomina de imperativo categórico,
sintetizado através da lei fundamental.

Para o filósofo de Königsberg, o indivíduo deve buscar, através de uma atividade da razão,
os princípios que regem as ações morais. Kant faz uma crítica à razão, com uma intenção
de salvar a mesma num estado de especulação metafísica vazia e cheia de elucubrações
infrutíferas, à medida que tais elucubrações não correspondem às limitações do ser humano.
Eis que ele olha na razão algo que jamais sofre uma corrupção, porque ela é por si mesma e
não necessita do mundo exterior para elaborar os seus juízos.

Na moral kantiana está presente um determinado conceito de homem. O homem é um ser


que se autorregula. A mesma liberdade deve ser reconhecida como uma boa vontade dos
homens e não ser guiada pela vontade, mas sim pela lei moral que garante a dignidade
humana. “De acordo com Kant, o homem possui neste sentido um poder absoluto”.

O homem é um destino, isto é, um ser que tem que fazer-se a si mesmo – personalização –
ao homem cabe o destino moral da personalização. Mas o homem, em virtude da sua
constituição, participa também do mundo sensível, da animalidade. O homem é um ser
dividido dentro de si próprio.

A pessoa é um ser que tem direito e é consciente disso, ela é uma substância que tem
consciência da sua liberdade. Por um lado, é um Ser empírico, enquanto livre arbítrio que
pode ou não agir segundo a representação da lei moral. Por outro lado, é um Ser inteligível,
na medida em que leva em si um tipo de causalidade livre, que se impõe como exigência
absoluta e incondicional.

A discussão sobre a pessoa humana no contexto da metafísica é profundamente enraizada


na filosofia e abrange questões sobre a natureza da existência, a liberdade, e a autonomia.
Filósofos como Immanuel Kant e Tomás de Aquino têm contribuições significativas nesse
campo.

Kant, por exemplo, constrói o conceito de pessoa humana com o intuito de fundar uma
doutrina moral baseada nos princípios do próprio homem para que viva numa sociedade
bem estruturada. Ele estabelece a liberdade como um objeto central para definir o homem,
argumentando que todo ser humano possui uma liberdade natural e uma capacidade de
autodeterminação. Para Kant, negar a autonomia e dignidade da pessoa seria renunciar à
própria humanidade.

Por outro lado, Tomás de Aquino vê a pessoa humana como uma realidade que possui
dignidade própria, sendo uma síntese do mundo inteligível e do mundo sensível2. Ele
destaca a natureza racional da pessoa, que lhe confere uma superioridade de ordem em
relação a todos os outros entes.

Essas perspectivas oferecem uma visão rica e complexa da pessoa humana, considerando
tanto a sua dimensão transcendental quanto a sua inserção no mundo físico e social. A
metafísica, assim, desempenha um papel crucial ao nos ajudar a refletir sobre o sentido da
vida e a relação entre o homem e o universo.

A PESSOA EM SUAS RELAÇÕES

Ao longo da história a relação entre o homem e o seu meio foi item de fundamental
importância na chamada luta pela sobrevivência. Atualmente, com o desenvolvimento das
ciências e o processo de racionalização dos meios produtivos, as sociedades se preocupam
em extrair da natureza as suas demandas de consumo. A biologia, a química a genética e a
agronomia são alguns dos campos onde os usos da natureza são exaustivamente
desenvolvidos.

A relação do homem com os outros seres vivos e a Natureza

Interdependência com a Natureza

A relação entre os seres humanos e a natureza é de interdependência. Cada um depende do


outro para sua sobrevivência e bem-estar.

A relação do homem com a natureza na filosofia é um tema complexo e multifacetado que


tem sido explorado por diversos filósofos ao longo da história. Vamos examinar algumas
perspectivas relevantes:

Concepção Mágica da Natureza à Concepção Marxista


A filosofia aborda a relação do homem com a natureza desde diferentes ângulos. Desde
a concepção mágica, em que a natureza era vista como repleta de forças sobrenaturais, até
a concepção marxista, que analisa essa relação dentro do contexto das estruturas sociais e
econômicas.

A concepção mágica atribuía poderes místicos à natureza, e o homem vivia em harmonia


com ela, respeitando seus ciclos e mistérios.

Com o advento do modo de produção capitalista, a relação mudou. O homem passou a


explorar a natureza de forma intensiva, muitas vezes sem considerar as consequências
ambientais.

Desafios Ecológicos e Filosóficos

A crise ambiental atual exige uma reflexão profunda sobre nossa relação com a natureza. O
ser humano não deve ser visto como superior à natureza, mas sim como parte integrante
dela.

A educação ambiental desempenha um papel crucial na sensibilização para percepções e


atitudes que promovam uma relação mais sustentável e respeitosa com o ambiente.

Equilíbrio e Sustentabilidade

A busca por uma relação harmoniosa entre o homem e a natureza envolve encontrar um
equilíbrio entre as necessidades humanas e a preservação dos ecossistemas.

A filosofia nos convida a refletir sobre como podemos viver de forma mais sustentável,
respeitando os limites do planeta e valorizando a diversidade natural.

Em resumo, a filosofia nos desafia a repensar nossa relação com a natureza, buscando uma
postura ética e consciente que preserve o meio ambiente para as gerações futuras.

Relacao do homem consigo mesmo

Aristóteles e a Noção de “Outro Eu”: Para Aristóteles, a noção do amigo como “outro eu”
(allos autos) deriva da relação que o homem bom tem consigo mesmo.

A ideia de allos autos foi introduzida por Aristóteles em suas duas éticas: a Ética a
Eudemo e a Ética a Nicômaco. Na Ética a Eudemo, Aristóteles discute a amizade e afirma
que o amigo quer ser “outro Herácles”, ou seja, outro eu. O amigo é semelhante a nós no
corpo e na alma, e essa semelhança é a base da amizade.

Autoconhecimento e Ética: A relação consigo mesmo envolve o autoconhecimento e


a consciência moral. A consciência moral orienta nossas ações, avaliando-as à luz de
princípios éticos universais.

Cultivar bons sentimentos, respeitar nossa dignidade e agir eticamente são aspectos
importantes dessa relação.

Relação com o Outro: O outro pode ser visto como um “tu-como-eu”. Reconhecemos nossa
própria dignidade na pessoa do outro.

A relação com o outro envolve aceitá-lo como um sujeito diferente, com singularidade
própria, e colaborar para seu aperfeiçoamento humano.

Em resumo, a relação do homem consigo mesmo é um processo de autoconhecimento, ética


e reflexão que nos conecta com nossa essência e valores, bem como com os outros e o
mundo ao nosso redor.

Relação do homem com Deus

Segundo Aristóteles (384-322 a.C.), a filosofia nasce de uma atitude de assombro do


homem em relação às coisas do mundo, um estado de encanto e surpresa, que o leva a
procurar explicações para elas. Desde que as explicações mitológicas (sobrenaturais) para a
origem e o existir do mundo e das coisas deixaram de satisfazer aos primeiros pensadores, a
filosofia se desenvolveu na Grécia antiga. Os filósofos buscavam outras explicações, de
caráter natural, para o que viam ao seu redor.

A reflexão sobre Deus é quase inerente à filosofia. Ao contrário da ciência, que, voltada
para objetos específicos, pode dispensar interrogações sobre Deus e concentrar-se no seu
alvo, a filosofia é mais ambiciosa e procura respostas para questões que, num certo sentido,
as ciências nem precisam se colocar, para verificar leis ou dimensões dos fenômenos
naturais (não custa relembrar que o radical de fenômeno, em grego antigo, significa
"aparência").

Cristianismo
Há filósofos que consideram Deus como o "criador" do mundo, o Ser do qual provêm os
outros seres. Esta visão advém do cristianismo e coloca a fé como coadjuvante da razão.
Com Cristo, Deus se revelou ao homem e é a partir dessa crença (não racional) que a razão
entra em cena para solucionar os problemas postos pela realidade.
Essa linha filosófica acentua a eternidade e a imutabilidade de Deus diante da
temporalidade e da mutabilidade do mundo. Antes da criação não existia o tempo. Portanto,
nem faz sentido falar em antes ou perguntar-se o que Deus fazia então, diz Santo
Agostinho (354-430), em suas "Confissões" (o físico inglês contemporâneo Stephen
Hawking, autor de "Uma Breve História do Tempo", de certa forma concorda com isso,
pois considera que o tempo passou a existir após o Big Bang).
Contemporaneamente, desenvolveu-se a impressão de que a filosofia está ligada ao ateísmo
ou, no mínimo, que ela se opõe aos dogmas cristãos. Essa impressão, porém, não tem
fundamento histórico: filósofos como Kant e Hegel, por exemplo, estavam longe de ser
ateus, da mesma maneira que Kierkegaard (1813-1855) foi cristão e filosofou a partir das
crenças cristãs. Já Bergson, de origem judaica, aproximou-se do catolicismo ao final de sua
vida.
Todo ser humano tem uma ligação muito forte com o transcendente, desde seu nascimento
até o final de sua vida, percorrendo caminhos diferentes, sempre tendo em vista as diversas
formas de se conectar com o Sagrado.

Com o nascimento, os pais procuram ensinar sua doutrina religiosa, a criança desde muito
cedo, quando criada em uma família cristã, aprende a rezar para Deus e reconhece Ele
como sendo seu único criador.

Durante toda sua formação corpórea e espiritual e no decorrer de sua vida, o homem se
encontra inteiramente ligado com Deus, por diferentes formas e credos: rezam
constantemente em situações de perigos e quando se encontram com necessidades de serem
escutados, sabem que com Deus encontram caminhos para que isso aconteça.

No final da vida, a religiosidade fica ainda mais evidente, durante todo o percurso
existencial encontrou respostas e consolo Naquele em que suas orações eram direcionadas
e, após toda sua jornada em vida, reconhece que está muito breve a hora de se encontrar
definitivamente com Deus.
Procurando responder as diversas formas do homem se colocar na presença do Sagrado,
desponta-se no horizonte filosófico, a pensadora contemporânea Edith Stein, que durante
toda sua vida procurou encontrar uma solução plausível que pudesse desenvolver uma
resposta coerente aos anseios do mundo e da relação entre o ser humano e Deus.

Envolvida por uma Filosofia Fenomenológica, estudou profundamente o homem, tornando-


se investigadora assídua sobre a origem e as mais diversas questões sobre a existência do
ser humano e sua ligação direta com Deus.

Portanto, buscaremos compreender o pensamento da Filósofa alemã Edith Stein, sobre a


questão da relação entre o ser humano e Deus, sob a ótica da identidade narrativa.
Desenvolver-se-á reflexões mediante indagações de cunho filosófico, que possibilitem
chegar a finalidade do tema proposto, de maneira didática e sistemática, visando a
elaboração de um trabalho monográfico.

A relação entre o homem e Deus na filosofia é um tema complexo que tem sido discutido
ao longo da história da filosofia ocidental e oriental. Existem várias perspectivas e
abordagens para entender essa relação, dependendo das tradições filosóficas e religiosas.

Teísmo: O teísmo é a crença na existência de um Deus pessoal que criou e governa o


universo. Nessa visão, a relação entre o homem e Deus é frequentemente caracterizada por
adoração, reverência e obediência. Deus é visto como um ser transcendente que pode
influenciar a vida humana e com quem os seres humanos podem se comunicar por meio de
orações e rituais.

Deísmo: O deísmo é a crença em um Deus que criou o universo, mas não interfere
diretamente nos assuntos humanos. Na perspectiva deísta, a relação entre o homem e Deus
pode ser mais distante, com Deus sendo concebido como um "relojoeiro cósmico" que
criou o universo e estabeleceu suas leis naturais, mas não está envolvido nas atividades
cotidianas dos seres humanos.

Panteísmo: O panteísmo sustenta que Deus está presente em todas as coisas e é idêntico ao
universo. Nessa visão, a relação entre o homem e Deus é muitas vezes concebida como
uma relação de unidade, onde cada ser humano é uma manifestação ou parte da divindade.
A busca pela conexão com Deus pode ser encontrada na contemplação da natureza e na
auto-realização.

Ateísmo: O ateísmo nega a existência de Deus ou deidades. Para os ateus, a relação entre o
homem e Deus é inexistente, pois Deus é considerado uma construção imaginária ou uma
ideia desnecessária para explicar o mundo e a existência humana.

Agnosticismo: O agnosticismo é a posição de que a existência de Deus é desconhecida ou


indeterminável. Os agnósticos podem não afirmar nem negar a existência de Deus, e a
relação entre o homem e Deus, nesse caso, pode ser marcada pela incerteza e pela busca por
respostas para perguntas metafísicas sem uma conclusão definitiva.

Além dessas abordagens principais, existem muitas outras nuances e variações de


pensamento sobre a relação entre o homem e Deus na filosofia, incluindo diferentes
tradições religiosas e filosóficas, como o hinduísmo, o budismo, o judaísmo, o cristianismo,
o islamismo, entre outros. Cada uma dessas tradições oferece suas próprias interpretações e
ensinamentos sobre essa relação fundamental.

Relacao do Homem com o trabalho

Para entender essa relação, foram apresentados alguns conceitos adotados pela profissional
para embasar a reflexão, tais como: o conceito de trabalho, de ética, comunicação e tempo
na vida cotidiana, o hábito, os valores do homem e do capitalismo. O trabalho é visto como
“uma relação de dupla transformação entre o homem e a natureza, geradora de significado”
(CODO, 2006, p. 80).

A ética é entendida como um conjunto de condutas morais reguladoras das relações entre
indivíduo e sociedade (VÁSQUEZ, 1998).

Com relação à comunicação, apresenta-se a importância do surgimento da linguagem, que é


o elemento concreto que possibilita o homem ter consciência das coisas (BOCK;
FURTADO;
TEIXEIRA, 2009).

O tempo, por sua vez, é visto como um medidor das interações humanas. Na era da
informação, os relacionamentos e conexões são frágeis, sendo usados quando necessário e
depois “guardados” para serem usar novamente dependendo de interesses (BAUMAN,
2004).

Essas formas de ser e agir formam hábitos que garantem a estabilidade nas tomadas de
decisão enfrentadas anteriormente. Essas ações, frequentemente repetidas, moldam-se em
um
padrão que passa a ser incorporado e reproduzido, os homens, nesse caso, constroem
normas
que regem hábitos e que em nível social garantem a reprodução dos mesmos, sendo
denominado institucionalização (BOFF; BEUREN; GUERREIRO, 2008).

A partir desses conceitos, a palestrante discute os valores do homem e do capitalismo nos


dias de hoje. Esses valores são pautados pelo individualismo, pela competitividade e pela
produtividade (CHANLAT, 2002).

Ao analisar todos esses conceitos no âmbito da administração, observa-se sua


influência na gestão e nas pessoas da organização. Gerir é uma construção social e pode ser
mudada se os atores assim desejarem. Discute-se que os métodos de gestão têm papel
importante na saúde e segurança do trabalhador, sendo que alguns métodos acarretam mais
problemas do que outros (CHANLAT, 2002).

O bem-estar no trabalho depende do ambiente e da saúde e segurança do trabalhador.


A importância do reconhecimento no trabalho tem como consequência aspectos vinculados
à saúde do trabalhador. A saúde é vista como um estado de conforto, bem-estar físico,
mental e social (SILVA, 2005). No entanto, para Dejours (1986), essa definição é vaga, pois
é impossível definir o que seja este estado de conforto e, então, o estado de bem-estar
perfeito não existe.

Diante desta exposição, a palestrante indagou aos participantes: quem é esse homem
que trabalha? Alguém com sentimentos, pensamentos, ações e valores. O que é e qual o
significado do trabalho, considerando tempo, informação, o formato das organizações e o
tipo de gestão? E quais as decorrências advindas dessa relação? Dependendo de como a
organização é conduzida, temas como ansiedade, Síndrome de Burnout e assédio moral
podem surgir como consequência.
No caso do assédio moral, destaca-se que não é um problema médico ou psiquiátrico,
pois não é uma doença da pessoa, mas sim uma doença do ambiente de trabalho, causando
diversos sintomas como insônia, ansiedade e depressão (EGE, 2001). O assédio pode ser
entendido como

(...) toda e qualquer conduta abusiva, manifestando-se


sobretudo por comportamentos, palavras, atos, gestos,
escritos que possam trazer dano à personalidade, à
dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma
pessoa, por em perigo seu emprego ou degradar o
ambiente de trabalho (HIRIGOYEN, 2001, p. 65).

Após esclarecer os aspectos teóricos, a palestrante apresentou alguns casos de assédio


moral que foram orientados na prática por ela, dando ênfase em como identificar o assédio,
que depende de três fatores relacionados: tempo, frequência e intencionalidade. Deve-se
analisar quanto tempo o comportamento opressor vem ocorrendo; esse tempo precisa ser
combinado com uma frequência, ou seja, observar se é recorrente; e finalmente, agrega-se
isso a questão da intencionalidade, que é mais difícil de perceber ou avaliar, pois é
subjetiva.

A consciência Moral

A consciência moral é uma competência avaliadora dos actos pessoais e dos alheios, a
capacidade de discriminar entre o que é o bem e o que é o mal.
Qual a NATUREZA desta capacidade cuja manifestação no ser humano o eleva à
dignidade de um ser moral?

 A consciência moral tem uma base racional. Todos os actos humanos são julgados
e avaliados pela razão, em função de valores livre e racionalmente escolhidos. Não
é, pois, “às cegas” que concebemos e realizamos a acção. É com a intervenção do
pensamento que tomamos consciência dos problemas, que os compreendemos e que
equaciona-mos soluções que nos parecem possíveis. A racionalidade permite-nos
analisar criticamente aquilo com que nos deparamos, avaliar as acções pessoais e as
dos outros, confrontando o que queremos fazer com aquilo que julgamos que
devemos fazer.
 A consciência moral tem um elemento afectivo. As relações interpessoais
manifestam na consciência uma componente emocional tão forte que é capaz de
dinamizar a acção humana do mesmo modo que a razão. Por vezes, junta-se à razão,
colaborando e reforçando o seu papel, ou, então, opondo-se-lhe e entrando em
conflito com ela. Assim, quer os sentimentos positivos de amor, amizade, simpatia e
fraternidade quer os seus contrários manifestam uma “lógica” própria que interfere
de modo significativo na acção.
 A consciência moral tem uma componente social. É interagindo com os outros e
através do processo de educação que a consciência moral se vai formando. O seu
desenvolvimento passa pela interiorização de um “dever-ser” que lhe vai sendo
apresentado pelos diferentes agentes (família, escola, media, grupo de pares, etc.) no
decorrer do processo de socialização.

A expressão “voz da consciência” torna-se significativa para se compreenderem as


principais FUNÇÕES / PAPÉIS da consciência moral. Ela é, antes de mais, uma voz que
chama, uma voz que julga, uma voz que coage e uma voz que sanciona. Neste sentido, a
consciência moral desempenha as funções/papéis de ordem:

 Apelativa, a consciência moral chama-nos para indicar que há valores, normas e


deveres a que não podemos renunciar, isto é, orienta as nossas acções;
 Imperativa, obriga-nos a agir de acordo com a hierarquia de valores que
assumimos como nossos;
 Judicativa, julga-nos de acordo com o que fazemos, tendo em conta os
ideais/valores que seleccionamos para orientar a nossa vida;
 Punitiva, sanciona-nos levando-nos a viver de “consciência pesada”, ou seja, a
natureza dos actos praticados determina o aparecimento de sentimentos
incomodativos de culpa, arrependimento, vergonha, remorso, etc.

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