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O Que Falar Sobre Esses Tais Direitos Humanos

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Aluno: Filipe Aparecido Sales Fernandes

“O que falar sobre esses tais Direitos Humanos”

De acordo com Rudolf Von Lhering, Direitos Humanos são direitos que possuem
interesses juridicamente protegidos e que garantem dignidade e igualdade a todos
os indivíduos. O texto busca explicar determinados conceitos e alguns de seus
complementos, que ajudam a entender o funcionamento desses direitos, como,
relações jurídicas, diferença entre devedor e credor, conceito de Estado e sua
importância para os Direitos Humanos, cita certos artigos, entre outros fatores.
Inicialmente, vale ressaltar sobre o surgimento desse preceito. Baseando-se no
Direito Natural, os Direitos Humanos possuem valores polares, e pode-se dizer que,
a dignidade da pessoa humana é o seu principal valor e teve influências para o seu
surgimento no cristianismo, com base nas ideias de que o ser humano é
extremamente importante e tende sempre a buscar o bem. Segundo a teologia
cristã, o ser deve amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si
mesmo, logo, tem que pensar em si mesmo e buscar o seu bem pessoal, para que
assim seja demonstrado a forma correta de se conviver com certo indivíduo. Nessa
perspectiva, entende-se que “o escravo deve obedecer ao senhor”, ou seja, Jesus
morreu por nós e por isso devemos o amar incondicionalmente, sem nenhuma
objeção e além disso, o senhor deve ter o escravo como um amigo cristão, quando
se fala em amar o próximo como a si mesmo. É perceptível a importância das leis
impostas nesse direito e alem disso, são considerados essenciais para a
convivência global. Desse modo, percebe-se que essa problemático tem sido vista
de maneira errada por certos indivíduos, prova disso é a frase de Gustave Flaubert,
que diz: “A igualdade é a escravatura. É por isso que amo a arte. Aí, pelo
menos, tudo é liberdade neste mundo de ficções.” e por isso deve-se procurar
novos meios de prática, visto que tais direitos são aplicáveis à todas as pessoas,
sem discriminação, seja qual for, e não podem ser tirados de qualquer indivíduo que
seja (inalienáveis). Essa ideia de igualdade, surgiu em 1948, baseado nos preceitos
de Deus, que sempre buscou a igualdade dos seres humanos no seu sentido
ontológico, possuir o mesmo valor moral mesmo possuindo características físicas e
sociais diferentes. Vale ressaltar também que existem elementos que estão inclusos
e que explicam a ideia de relação jurídica. São eles, a parte, o objeto e o vínculo
obrigacional. A parte tem caráter ativo ou passivo, ou seja, na parte ativa existe(m)
um ou mais CREDORES (chamados também de creditor ou accipiens, são aqueles
que recebem), ja na parte passiva existe(m) um ou mais DEVEDORES (chamados
também de solvens são aqueles que devem os credores). Nesse processo de dever
e receber, surge também a prestação, que é considerado o objeto da relação jurídica
entre credor e devedor. Podemos pegar um exemplo para que se entenda melhor
esses conceitos. No caso da compra e venda de uma casa, a imobiliária, que irá
receber as prestações, é conhecida como credor do acordo, já o indivíduo que
adquiriu o imóvel ficará conhecido como devedor, pois irá realizar o pagamento das
prestações para o credor. Pode-se dizer que a prestação é objeto material da
obrigação, pois, segundo Miguel Reale, objeto significa algo que está diante de nós.
Relacionando o pensamento do Miguel Reale e os conceitos de credor e devedor
expostos, ambos têm interesses que relacionam a realização da prestação.
Mas pensando de forma mais aberta, ambos possuem seus direitos, e por isso é
fundamental que se entenda o que é direito, para que assim, seja possível entender
melhor a função dos Direitos Humanos. De acordo com Rudolf Von Lhering, direito
são interesses juridicamente protegidos, ou seja, é um posicionamento que prioriza
seus próprios desejos ou necessidades. Os direitos podem ser caracterizados como
Civis, Políticos e Sociais, o primeiro refere-se a liberdade, propriedade e igualdade,
o segundo pode ser exemplificado por meio do voto, e o terceiro temos a educação
e o trabalho como principais. Mas quando é possível perceber que estamos
exercendo dos nossos direitos ou que eles estão sendo praticados na nossa rotina?
a resposta é simples, quando existem dois ou mais sujeitos envolvidos e buscam,
em conjunto, ou não, condutas que visam o benefício de si mesmo, estamos
exercendo nosso papel de cidadãos. Mas quem é responsável por garantir os
direitos de um determinado cidadão? O Estado, pois é considerado uma sociedade
política por excelência e quem dita o Direito, e vale ressaltar, eles são inalienáveis,
universais e respectivo à todos. Mas se já existem os Direitos, os incisos da
Constituição de 1988 que ja garantem direitos e deveres aos indivíduos, por que
houve o surgimento dos Direitos Humanos? Simples, é notável que muitos direitos,
infelizmente, não são colocados em
práticas em muitas instâncias, e por isso surge os Direitos Humanos, que tutelam os
bens que são considerados extremamente importantes aos seres humanos, sendo
eles, a liberdade, a igualdade, a dignidade humana, a justiça, a vida, a legalidade e a
democracia. Todos esses são considerados valores polares, ou seja, são os pilares
para que outros direitos surgem baseados nesses e garantem uma boa convivência
social.
Quando se fala em Direitos Humanos, existem algumas leis que são importantes
para esse viés, como por exemplo, a Lei lato sensu e a Lei stricto sensu, mas
existem conceitos que os explicam. A Lei lato sensu ou sentido amplo, tem como
objetivo indicar as normas jurídicas, leis, medidas provisórias, decretos impostos
pelo Estado, entre outros. Em relação a Lei stricto sensu ou também conhecida
como sentido estrito, é a norma jurídica que tem como objeto o Poder Legislativo e
isso a distingue das outras normas. Ambos as Leis implicam o respeito ao Contrato
Social (consentimento de direitos em conjunto) e torna legítima o poder político
(ciência que tem o poder de transformação de um fenômeno e submete-se a
determinados interesses). Quando se pensa em direitos, outro fator importante são
as fontes materiais, que podem ser de caráter direto e indireto. A fonte material
indireta tem relação com a formação do Direito, Ética, Moral, Filosofia, enquanto a
fonte material direta do Ordenamento Jurídico (conjunto de normas que surgem de
forma escalonada, possui a norma fundamental como sua base para que tenha o
surgimento de novas normas, e essas têm o poder, ou não, de anular ou se intitular
com mais importância que as outras.) é o Estado.
Falamos de fonte e por isso vale destacar que a fonte do Direito é a Lei lato sensu,
sendo considerada a fonte primária do Direito, isso porque implica a legalidade do
direito humano, logo, tal fator está ligado a Lei. Vale lembrar também que o Direito é
imperativo, coercitivo e atributivo de consulta, ou seja, é democrático, principalmente
quando se fala em Direitos Humanos. Mas, como sabemos qual a fonte material no
que diz respeito aos nossos direitos? isso se diz respeito ao Direito Natural ou
Princípio Geral do Direito, que visa fazer o bem e findar o mal.
Agora, como podemos diferenciar os vários tipos de Direito que existem dentro da
nossa comunidade? O meio mais fácil de entender essa proposição, é comparando
e buscando seus valores em comum (liberdade, igualdade, dignidade…) e claro,
seus bens sociais extrapatrimoniais, ou seja, não podem ser medidos
economicamente e sim pelo seu valor, exemplo, artigo 5º inciso 1 da Constituição
Federal de 1988: “Homens e Mulheres são iguais em Direitos e obrigações, nos
termos da Constituição” e os bens sociais patrimoniais, que são aqueles que
possuem forma e tamanho, como adquirir um imóvel, por exemplo. Além disso, os
Direitos Humanos são direitos naturais positivados, ou seja, extremamente válidos e
importantes para o ser e por isso esses direitos têm sua fonte no Direito Natural ou
também conhecido como Teoria Geral dos Direitos.
Dentro do contexto dos artigos dos Direitos Humanos, surge dois tópicos
importantes que podem explicar como funciona a sua prática, a razoabilidade e à
proporcionalidade. O primeiro diz respeito a verificar se tal processo vai ser útil para
conseguir o propósito proposto pela lei, já o segundo, vem para procurar um
processo menos danoso, ou seja, que haverá o mínimo de danos ou problemas para
os seres humanos. Outro tópico importante que atualmente está totalmente incluso
na rotina de uma comunidade são os direitos reais, que são direitos que buscam o
bem coletivo, passivos de sanções e indenização com o seu descumprimento. Um
exemplo clássico é a usucapião (tomar posse de um bem após usá-lo após
determinado tempo).
Direitos Humanos também diz respeito ao Direito de família, que é o núcleo
formado por pessoas naturais e físicas, que possui sua base jurídica, psíquica,
material, antropológica e sociológica e desempenham papel para o bom convívio
social. Segundo o artigo 226º da Constituição Federal de 1988, a família é base da
sociedade e possui total proteção do Estado (sociedade política por excelência). Já
no artigo 16º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, todo e qualquer
cidadão tem direito ao casamento e a formação de família, sem qualquer tipo de
restrição racial, religiosa ou de nacionalidade. Em síntese, vale lembrar também,
sobre o surgimento do conceito de Liberdade, que é exatamente a possibilidade de
fazer diferente e de escolhas dentro de certas opções, isso faz com que os
indivíduos buscam o bem a si próprio e também não deixando de lado o bem
coletivo, como são ensinados pela DUDH.
Para findar, vale citar a forma escalonada em que os artigos previstos na
Declaração Universal dos Direitos Humanos, chamado também de Ordenamento
Jurídico, ou seja, existe uma hierarquia de normas e elas são colocadas ou
substituídas com base no surgimento de novas normas ou seu grau de importância e
funcionalidade. De acordo com Hans Kelsen, existe uma norma chamada Norma
Fundamental, que é exatamente a base para se dar início a criação de novas
normas, mas ela surge de forma hipotética e de forma menos prejudicial para a
sociedade e no caso dos Direitos Humanos, pode-se dizer que a sua Norma
Fundamental foi o cristianismo, pois ele foi o principal fator para a criação desse
processo.
Ao concluir essa dissertação, é relevante citar o poema “Liberdade” publicado pela
estudante Gabriela Lages Veloso da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)
que explícita exatamente tudo que foi dito e exposto nesse texto, que diz assim:

“Ser livre é
Viver sem ressalvas,
Sair da caverna,
Falar aos quatro ventos,
E ouvir os seus inevitáveis ecos.

Ser livre é
Libertar o outro,
E não fechar os olhos
Para as multidões de anônimos.

Ser livre é
Despir-se de preconceitos,
Abraçar as diferenças,
E reinventar, diariamente, a vida.
Ser livre exige coragem.”

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